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Controlo hormonal do sistema reprodutor feminino

O sistema reprodutor feminino é regulado pela interação entre hormonas sexuais produzidas pelo
complexo hipotálamo-hipófise (GnRH, LH e FSH) e hormonas sexuais produzidas pelos ovários
(estrogénio e progesterona) de forma cíclica.

O ciclo menstrual é constituído pelos ciclos ovárico e uterino, os quais são sincronizados,
permitindo que o útero (endométrio) e os ovários se preparem no caso de ocorrer a fecundação.

O ciclo ovárico consiste em três fases: a fase folicular, a ovulação e a fase do corpo amarelo ou
fase luteínica. A fase folicular começa na menstruação e acaba no momento da ovulação (primeiros
14 dias do ciclo de 28 dias) e a fase do corpo amarelo começa no momento da ovulação e acaba no
ínicio da menstruação (segundos 14 dias do ciclo de 28 dias).

O ciclo uterino, de forma síncrona com o ciclo ovárico passa também por três fases: a
menstruação (primeiros 5 dias de um ciclo de 28 dias), a fase proliferativa (do final da menstruação
até à ovulação) e a fase secretora (os restantes 14 dias do ciclo).

Tudo começa no centro do cérebro, no complexo hipotálamo-hipófise. O hipotálamo começa por


produzir e libertar GnRH (gonadotrofina), para a hipófise anterior. A gonadotrofina, vai atuar sobre
a hipófise anterior e vai estimular a produção de gonadoestimulinas, LH (luteoestimulina) e FSH
(foliculoestimulina). Posteriormente, estas vão ser libertadas para os vasos sanguíneos até
chegarem aos ovários.

Cada ovário tem, logo à nascença, um número estimado de “ovos imaturos”, designados de
folículos primordiais ( aproximadamente 200 000 por ovário).

A foliculoestimulina tem como principal função estimular o desenvolvimento de aproximadamente


15-20 dos folículos primordiais embora habitualmente apenas um atinja a maturação e ovulação. A
luteoestimulina tem como principal função fazer com que ocorra a ovulação.

CICLO OVÁRICO

1. FASE FOLICULAR
Já nos ovários, as gonadoestimulinas (LH e FSH) provocam o desenvolvimento e maturação dos
folículos primordiais. Nesse processo, as células da granulosa (células que rodeiam os folículos
nesta fase) são responsáveis pela produção de estrogénio (hormona responsável pelo
desenvolvimento do útero, vagina, vulva e tecido mamário).

O aumento dos níveis de estrogénio, vai causar no complexo hipotálamo-hipófise, um feedback


negativo, fazendo com que haja uma diminuição dos níveis de LH (luteoestimulina) e FSH
(foliculoestimulina).

2. OVULAÇÃO
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A ovulação corresponde à saída do óvulo do ovário, em direção às trompas de Falópio e
posteriormente útero, a qual é provocada por um pico de luteoestimulina, LH.

3. FASE DO CORPO AMARELO


O folículo que liberta o ovo colapsa, formando assim o corpo amarelo (Corpus Luteum), o qual irá
ser responsável pela produção de estrogénio e progesterona.

Tendo em conta que o corpo amarelo produz estrogénio vai, como na fase folicular, causar um
feedback negativo no complexo hipotálamo-hipófise e baixar os níveis de LH e FSH.

Para o corpo amarelo se manter viável, tem de haver a produção da hormona HCG (gonadotrofina
coriónica humana) que é apenas produzida por um embrião (já depois de ocorrer a fecundação).

Se a fecundação não ocorrer, o corpo amarelo para de ser viável e degenera-se. Esta degeneração
faz com que os níveis de estrogénio e progesterona desçam, anulando o feedback negativo dado ao
complexo hipotálamo-hipófise. Assim, o hipotálamo recomeça a produzir e libertar as
gonadotrofinas para a hipófise e a hipófise recomeça a libertar as gonadoestimulinas para os
ovários.

CICLO UTERINO

1. MENSTRUAÇÃO
Quando não ocorre fecundação, o corpo amarelo degenera por não ter acesso a HCG, fazendo com
que o endométrio sofra uma destruição parcial.

O tecido do endométrio destruído, em conjunto com os vasos, vão ser expelidos pela vagina,
ocorrendo assim a menstruação que define o começo de um novo ciclo menstrual.

2. FASE PROLIFERATIVA

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A degeneração do corpo amarelo vai causar uma diminuição dos níveis de estrogénio e
progesterona, que por sua vez anulam o feedback negativo dado ao complexo hipotálamo-hipófise.
A produção e libertação de GnRH, LH e FSH, faz com que os folículos primordiais se desenvolvam e
seja libertado estrogénio.

É o estrogénio que vai começar a preparar o endométrio para a possível fecundação. Nesta fase
começa a aumentar a sua espessura e vascularização e diminui a espessura do muco cervical (este
último para facilitar a entrada dos gónadas masculinos).

3. FASE SECRETORA
Na fase secretora, o endométrio atinge espessura e vascularização máxima, estando pronto para
receber um ovo fecundado. Nesta fase o muco cervical aumenta de espessura.

Aumenta também a atividade secretora das glândulas existentes no endométrio, devido aos altos
níveis de estrogénio e progesterona produzidos na fase do corpo amarelo.

Controlo hormonal do sistema reprodutor masculino


A principal hormona envolvida no controlo hormonal do sistema reprodutor masculino é a
testosterona, que é produzida pelas células intersticiais ou de Leydig situadas entre os túbulos
seminíferos. Durante toda a infância a testosterona mantém-se com níveis baixos. Na puberdade,
esse nível aumenta.

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No controlo hormonal a testosterona (encarregue pelo desenvolvimento dos órgãos sexuais
primários e secundários) atua sobre o hipotálamo e sobre as células da parede dos túbulos
seminíferos.

Tudo começa no centro do cérebro, no complexo hipotálamo-hipófise. O hipotálamo começa por


produzir e libertar GnRH (gonadotrofina), para a hipófise anterior. A gonadotrofina, vai atuar sobre
a hipófise anterior e vai estimular a produção de gonadoestimulinas, LH (luteoestimulina) e FSH
(foliculoestimulina). Posteriormente, estas vão ser libertadas para os vasos sanguíneos até
chegarem aos testículos.

A hormona LH atua sobre as células de Leydig, estimulando a produção de testosterona. A FSH atua
sobre as células dos túbulos seminíferos, estimulando a espermatogénese. A FSH estimula a
atividade das células de Sertoli na produção de uma proteína com grande afinidade para a
testosterona.

A existência de um certo nível de testosterona nos túbulos seminíferos permite estimular a


espermatogénese. Quando esse nível de testosterona aumenta, os testículos vão causar um
feedback negativo no complexo hipotálamo-hipófise e vai-se inibir a produção das gonadotrofinas
(GnRH) e gonadoestimulinas (FSH e LH).

Assim o teor de testosterona diminui. Essa diminuição cancela o feedback negativo e volta a
estimular a produção de GnRH, FSH e LH. E assim repetitivamente.

Este mecanismo permite que a testosterona se mantenha constante, contribuindo para uma
produção contínua de espermatozoides.

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