Você está na página 1de 2

GINECOLOGIA

Henrique Lopes Vieira Santos - Turma XXVII


FISIOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL

Com a atresia do corpo lúteo o nível de progesterona fica muito baixo, não conseguindo manter o endotélio secretor que inicia a descamação. Concomitante à esses fatos,
ações hormonais iniciam um novo ciclo, nesse momento o ovário apresenta apenas ​folículos primitivos que não possuem capacidade de produzir estrogênio. O nível baixo de
estrogênio desencadeia por mecanismos de feedback de alça longa no hipotálamo, uma resposta através do GnRH e este por sua vez, através de um feedback positivo de alça
curta induz a hipófise a liberar FSH. O FSH atua no ovário promovendo a evolução de oito a dez folículos primitivos para folículos primordiais à isso chamamos de
recrutamento folicular.
Esses folículos já iniciam a produção de estrogênio em níveis baixos que ainda não atuam no endométrio, pois este ainda está em processo de descamação. O nível baixo
de estrogênio, novamente atua no eixo hipotálamo-hipofisário resultando em mais liberação de FSH, levando a evolução do folículo, para a fase de folículo pré-antral, com
produção maior de estrogênio que vai atuar na camada basal do endométrio, iniciando a sua proliferação. O nível mais elevado de estrogênio sérico, desencadeia por feedback
negativo no eixo hipotálamo-hipofisário uma diminuição de FSH, mas ainda suficiente para promover a evolução dos folículos, para folículo antral. Os níveis de estrogênio é
ascendente e continua a promover a proliferação do endométrio. O ​nível de estrogênio elevado, aumenta o feedback no eixo hipotálamo-hipofisário, causando uma ​queda
acentuada no nível de FSH. ​Este fato é importante para a s​eleção do folículo dominante,​ como veremos a seguir.
Na imagem esquerda vocês podem ver a foto de um ​folículo pré-antral com as duas camadas, a mais externa chamada de teca ​e a mais interna chamada de granulosa.
As ​células da teca​, possuem receptores para LH e sobre o estímulo deste hormônio, produzem ​androstenediona​, a partir da pregnenolona, este ​androgênio é transferido para
células da granulosa onde sofre ​aromatização e é a seguir transformado em ​estrogênio. A aromatização é induzida pelo FSH que atua nas células da granulosa através dos seus
receptores, outro efeito provocado pelo FSH nas células da granulosa é originada pelo mecanismo de modulação positiva que resulta em aumento do número de receptores para
FSH e posteriormente para receptores de LH nas células.
Com a diminuição do nível sérico do FSH, apenas as células com elevado número de receptores continuam a capacidade de aromatização da androstenediona, produzindo
estrogênio extrafolicular e também no ambiente intrafolicular. Esses folículos evoluem para folículo antral pré-ovulatório, conhecido como ​folículo dominante, os folículos
que não mantiveram a capacidade de aromatização acumulam ambiente androgênico em seu interior e involuem para atresia. O aparecimento de receptores de LH nas células da
granulosa já é a preparação para a ovulação, a teca e a granulosa se fundem após a ovulação formando o corpo lúteo, que sobre estímulo do LH, produz progesterona.
Retornando ao nosso ciclo, observamos que o folículo dominante, mesmo com nível baixo de FSH consegue produzir estradiol por pelo menos 48 horas, em uma
concentração de 200 pg/mL. O nível de estrogênio descrito acima induz através de feedback positivo a liberação de um pico de LH pela hipófise e aproximadamente 12 horas
após o pico de LH, ocorre a ovulação. A produção de estradiol diminui drasticamente, e novamente o nível deste hormônio produz um feedback positivo no eixo
hipotálamo-hipofisário para liberar pela hipófise um pico de FSH. O que restou do folículo ovulado evolui para corpo lúteo, e sob efeito do LH, produz em níveis mais baixos de
estrogênio e principalmente progesterona em níveis mais altos.
A progesterona passa atuar no endométrio proliferado, promovendo sua evolução para endométrio secretor, o feedback negativo produzidos pelo corpo lúteo, o nível de
LH diminui muito. Conseguindo manter o corpo lúteo trófico por aproximadamente sete dias. Após esse período, o corpo lúteo entra em fase de regressão mais ainda consegue
produzir progesterona para manter o endométrio secretor. Com a evolução do tempo o corpo lúteo caminha para atresia produzindo nível sérico de progesterona e ao chegar ao
estado de atresia, o nível de progesterona cai a nível muito baixo, incapaz de sustentar o endométrio que agora inicia a sua descamação.

Você também pode gostar