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DISCIPLINA: EMBRIOLOGIA COMPARADA

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO: CONTROLE HORMONAL DA OVOGÊNESE

1. Esquematize o eixo hipotálamo-hipófise-ovário. Existem mecanismos de


retroalimentação negativa? Explique.

Feedback Negativo
 A Liberação do GnRH pelo hipotálamo
estimula a glândula pituitária (ou hipófise)
anterior a produzir e liberar tanto FSH
quando LH (embora não ao mesmo
tempo);
 O FSH chega até as células foliculares e se
acopla em seus receptores, fazendo com
que seja produzido estrogênio. O
estrogênio vai, além dos tecidos-alvo, à
hipófise anterior e ao hipotálamo,
exercendo uma resposta negativa à
produção de FSH;
 O LH age principalmente nas células
tecais, induzindo a produção de
progesterona. A progesterona age, além
dos tecidos-alvo, em resposta regulatória
à produção de LH, sendo outro feedback
negativo.

Referência da imagem: HALL, JOHN E. Guyton  Vemos a ação da proteína inibina,


E. Hall Tratado De Fisiologia Médica. 12. ed. Rio produzida pelas células foliculares,
de Janeiro: Elsevier Editora Ltda., 2011, p. 1052. também reguladora da liberação de GnRH
pelo hipotálamo.

2. Explique como ocorre a produção de estrógeno.


R: Como mostra a imagem da questão anterior, o processo de produção do
estrógeno ocorre quando o LH encontra o respectivo receptor em uma célula tecal
interna. Esta, por sua vez, produz testosterona, que é enviada através das junções
comunicantes tecais-granulosas, para as células foliculares, onde estes
andrógenos serão convertidos em estrógeno, finalmente.
3. Complete as lacunas:
O FSH atua em receptores presentes nas Células Foliculares, desencadeando a
produção de Estrógeno. Esse hormônio controla a fase Proliferativa do ciclo uterino.
O LH atua em receptores presentes no Corpo Lúteo, desencadeando a produção de
Progesterona e Estrógeno. A Progesterona é importante para controlar a fase
Secretora do ciclo uterino.

4. Quais as fases do ciclo estral? Correlacione com as fases do ciclo uterino.


R: Pró-Estro – Na primeira fase do ciclo reprodutivo, as células foliculares estão se
desenvolvendo sob ação do FSH, produzindo estrógeno que influencia os órgãos
genitais, causando a hipertrofia do endométrio e o congestionamento do tecido
conectivo pela alta vascularização. Portanto, a fase do ciclo uterino correspondente
seria a Proliferativa, logo após sua descamação na menstruação;
Estro – Este é o momento em que a fêmea apresenta receptividade para a cópula (por
exemplo a rata, que adquire uma posição denominada lordose, elevando sua região
caudal para facilitar o acoplamento do macho). O folículo encontra-se maduro, há um
decréscimo na secreção de FSH, um pico de estrógeno e o início da liberação de LH,
indicando o processo de ovulação. Os tecidos epitelial e glandular do endométrio estão
visivelmente aumentados. Comparando ao ciclo uterino, estaríamos dizendo sobre o
começo da fase secretora;
Metaestro – O restante do folículo após a ovulação será transformado em corpo lúteo,
secretando intensamente progesterona (aqui ela possui máxima produção). Se houver
fecundação, o corpo lúteo é mantido pela gonadotrofina coriônica recebida do
sinciciotrofoblasto do embrião, trazendo a constância da progesterona para favorecer a
geração da prole, dessa forma, o endométrio também adquire uma forte ação secretora.
Podemos associar ao ciclo uterino com o final da fase secretora, seguindo para a fase
gravídica, já que consideramos o sucesso da fecundação;
Diestro – Em caso negativo para a fecundação, essa fase anuncia a degeneração do
corpo lúteo a corpo albicans, havendo regressão da vascularização dos tecidos
endometriais e sua atividade secretora cessa, consequentemente. Paralelamente, no
útero, podemos dizer que estamos no estágio isquêmico, embora nos grupos de
animais que apresentam ciclo estral a menstruação não ocorra, voltamos à estaca zero;
Anestro – Etapa que difere esses animais de humanos, por exemplo, é esta. Ocorre um
período de interrupção e estacionamento do ciclo em um tempo variado entre as
espécies, não apenas aqui, mas por todo o percurso listado. O endométrio segue com
estrutura cubóide simples nesse momento de adormecimento reprodutivo. Animais
distintos possuem ciclos maiores devido ao período do anestro, esses são chamados
monoestrais, enquanto outros possuem ciclos curtos, logo por repetidas vezes são
capazes de copular. A estes, chamamos poliestrais.

5. Esquematize o ciclo menstrual, comentando o que acontece no ovário e no útero.

Referência: LANGMAN, JAN, SADLER, T. WGALLI, SERGIO et al. Embriologia Médica. 13. ed. Rio de Janeiro:
Editora Guanabara Koogan Ltda., 2016.

R: O começo da figura representa a descamação do endométrio, sendo a fase


menstrual, quando o ovócito já foi eliminado e o corpo lúteo regredido a corpo
albicans. A fase proliferativa (ou folicular, nome que torna o processo mais sugestivo) é
o período de recomposição inicial das estruturas endometriais da camada esponjosa.
Ela acontece devido ao desenvolvimento de novos folículos no ovário, controlados pela
secreção de FSH, do quarto dia até pouco antes da oocitação (décimo quarto dia).
Com a cascata de LH provocada pelo aumento na secreção de estrógeno, o folículo é
rompido, liberando o ovócito. O endométrio passar a ser mais desenvolvido pela ação
do LH no recém-transformado corpo lúteo, tornando os prolongamentos arteriais cada
vez mais enovelados através da progesterona secretada por ele. Esta é a fase secretora
(ou progestacional), em que o útero está preparado para receber um zigoto.
No último estágio, temos a hipótese de um embrião implantado no endométrio. Vemos
que o útero não se descama, pois precisa continuar nutrindo a nova vida que se
formará. A nidação (ou aterramento do zigoto no útero) torna necessária a manutenção
das proporções uterinas. Isso vai necessitar uma constância na produção de
progesterona, proporcionada pela gonadotrofina coriônica. Ela manterá o corpo lúteo
hipertrofiado, em produção de progesterona e estrógeno por cerca de seis meses, até
que a placenta assuma a posição de fonte primária desse fornecimento. A fase se
chama gravídica.

Referência: LANGMAN, JAN, SADLER, T. WGALLI, SERGIO et al. Embriologia Médica. 13. ed. Rio de Janeiro:
Editora Guanabara Koogan Ltda., 2016.

No caso dessa imagem, a diferença está na ausência da fecundação. Podemos


observar que o corpo lúteo não é mantido por nenhuma fonte externa e logo se
degenera a corpo albicans. Consequentemente, a falta de mantimento para o
endométrio desenvolvido provoca a regressão rápida das glândulas e artérias, havendo
enfim a descamação dessa camada superior, ou seja, a menstruação e o início de um
novo ciclo. A este período de regressão, damos o nome de fase isquêmica, seguido da
fase menstrual, novamente.

6. Pequise sobre os tipos de anticoncepcionais existentes e seus mecanismos de ação.


R:
 Métodos comportamentais (naturais):

Abstenção periódica (exige o conhecimento do período fértil da mulher) ou optar por


outras práticas que não transportem o esperma para dentro da vagina.

Vantagens: gratuitos, não trazem malefícios ou contraindicações médicas,


independente da condição dos usuários. Proporciona autoconhecimento para a
mulher sobre seu corpo, é permitido independente da cultura ou religião, não há
demora para o retorno da fertilidade e não há efeitos colaterais;

Desvantagens: Embora seja indiferente, não trazem proteção para nenhuma


Doença Sexualmente Transmissível (DST). Os únicos cuidados com relação à
precisão das informações obtidas sobre o ciclo são com relação a possíveis
interrupções ou irregularidades, por exemplo no pós-parto ou na amamentação
(neste caso, recomenda-se suspender esse tipo de método no mínimo por três
ciclos consecutivos, até ser observada a regularidades novamente), ou então
quando há aborto espontâneo ou induzido recente (pode ser iniciado após a
próxima menstruação).

Método de tabela (Método de Ogino-Knaus), que consiste na montagem do ciclo


reprodutivo, de modo analogamente próximo de um calendário. Muitos ciclos de
mulheres diferentes foram analisados empiricamente, assim foi possível obter
alguns padrões, portanto, a partir das seguintes informações, temos que:
A ovulação acontece de 12 a 16 dias da menstruação, o ciclo normalmente tem
uma duração total de 25 a 35 dias, tendo como padronização 28 dias e a duração
de cada gameta após suas liberações são de 48 horas (aproximadamente) para o
espermatozoide dentro do organismo feminino e 24 horas de permanência do
ovócito na tuba uterina, apto à fecundação. Com essas primeiras noções, é
possível traçar o trajeto de um ciclo próprio.
Uma consulta prévia de 6 meses é necessária para detectar o padrão do ciclo. A
partir disso, considera-se o primeiro mês como a primeira menstruação, assim
calculamos da seguinte maneira:
 O dia 1, subtraindo 18 dias da duração total do ciclo visualizado no padrão (o 18
significa 16 dias até o primeiro dia da ovulação somados a 2 dias de permanência
dos espermatozoides no corpo feminino após ejaculação);
 O último dia, subtraindo 11 do ciclo todo (12 dias, sendo o último dia estipulado
para a ovulação na contagem inversa subtraído de 1 dia, que é o tempo de
permanência da viabilidade de fecundação após ovular);
 Quando há a presença de ciclos com números de dias variáveis, considera-se o dia
1 subtraindo 18 do número de dias do ciclo mais curto e o último dia subtraído de
11 do ciclo mais longo.

Por exemplo, uma mulher hipotética nota que possui ciclos variáveis, os quais 33
dias corresponde o maior e 26 dias o menor. Portanto, de acordo com os cálculos
propostos, temos (26-18=8) e (33-11=22). Concluímos que a abstenção sexual para
este caso é recomendada do oitavo dia ao vigésimo segundo dia do ciclo.
Alguns problemas óbvios começam a aparecer, como a comparação do organismo
a fórmulas exatas. Em algum momento, alguma influência externa a este sistema
pode influenciar nos dias do ciclo, fora que mulheres com ciclos muito oscilantes
precisam ficar muitos dias sem ter relações sexuais, logo requer uma disciplina
rigorosa. O apetite sexual é mais aguçado principalmente enquanto nos
momentos de fertilidade, então o controle é muito mais difícil.
Isso varia muito a taxa de eficácia do método, no entanto, ela é sempre mais
elevada. É importante haver o conhecimento do próprio corpo com relação a isso,
mas a confiabilidade é insuficiente.

Método do muco cervical (Billings):


Análise diária do muco cervical para determinar o estágio do ciclo através da
introdução dos dedos na vagina. Sem interferência de outras substâncias,
excitação ou doenças que modificam as qualidades naturais do muco, nota-se
modificação físico-química da substância dependendo do hormônio e da
concentração que está agindo no momento.
Quanto maior a produção de estrógeno, maior a quantia de muco liberada. Sua
aparência é límpida, aquosa e apresenta aspecto filante (característica de formar
um fio quando há a separação dos dedos que estão em contato com ele). Nessa
fase, o muco indica o período fértil, próximo do momento da ovulação.
Após a ovulação, o muco se torna espesso, reduzido, opaco, grumoso e não mais
possui filância, devido ao efeito da progesterona produzida pelo corpo lúteo. Essa
fase é considerada infértil.
Ou seja, a restrição ocorre durante a “fase fértil” a partir da análise. Outro fator
importante para se obter o máximo proveito disso é a aquisição do conhecimento
da diferença entre o muco saudável e o patológico, identificando as doenças que
gerem tais secreções anormais.

Método da curva de temperatura basal:


A temperatura basal é medida pela manhã, após pelo menos 6 horas de sono. A
partir da medição diária, um gráfico é gerado, demonstrando variações de
décimos de grau (entre 0,2º C e 0,5º C) devido à formação do corpo lúteo após a
ovulação e a liberação da progesterona, responsável pela sutil elevação térmica.
Assim, determinamos que a ovulação ocorre um dia antes dessa elevação.
Seguindo algumas regras, é possível traçar os gráficos com certa precisão,
embora estados minimamente febris interfiram nos resultados, a paciente deve
executar o método todos os dias no mesmo horário, introduzindo o termômetro na
região vaginal, anal ou oral.
Recomenda-se evitar intercurso do primeiro dia da menstruação até três dias após
notar o aumento da temperatura basal regular (inclusive quaisquer métodos de
barreira, como preservativo, diafragma etc.).

Método sintotérmico:
Engloba os métodos anteriores listados até agora.

Persona:
É um aparelho que confere a situação da fertilidade a partir de um perfil traçado
com dados personalizados da paciente continuamente. Essas informações
ganham precisão conforme a acumulação dos dados fornecidos sobre o ciclo.
Os resultados são apresentados a partir de um visor portátil, confirmando a
segurança do momento com relação à fertilidade, indicada por luz verde (seguro
para a prática sexual) ou vermelha (risco de gravidez).
Há também a luz amarela, que indica dúvida sobre o estado fértil da usuária.
Elimina-se a incerteza por um teste fornecido pelo próprio equipamento, através
da coleta de urina e são contabilizados na amostra a quantidade de LH e gliconato
de estriol. Dessa forma, a luz vermelha ou verde acenderá, trazendo a conclusão
com maior clareza.

Relações sem que haja ejaculação na vagina:


São práticas diferentes da penetração, embora possa haver contato sexual, não
ocorre a deposição dos gametas masculinos intravaginalmente.
Uma prática bastante difundida, porém, não recomendada, é o coito interrompido,
método no qual o homem (preferencialmente, se optar por ele) deve ter pleno
autocontrole e autoconhecimento a cerca da iminência ejaculatória, retirando o
pênis anteriormente à liberação fluídica. Além disso, a compreensão feminina
também é importante e fundamental nesta ocasião, necessitando atitude contra
possíveis frustrações, o casal deve estar sincronizado e consciente para tornar a
prática em método anticoncepcional.
Outra forma evidente seria evitar o coito, optando pelo sexo anal, oral ou mútua
masturbação.

 Métodos de barreira:

São métodos cuja função se baseia na interceptação do trajeto dos


espermatozoides mecanicamente.

Preservativo masculino:
Também conhecido pelos nomes de condom, camisinha ou camisa-de-Vênus, é
uma fina membrana que envolve o pênis como uma redoma, impedindo o contato
do esperma com o ambiente externo (principalmente a vagina). Constituído
normalmente de látex, assume diferentes tamanhos, formatos e até existem
algumas saborizadas ou as que brilham no escuro.
O homem deve colocá-la antes do coito, com seu membro ereto, certificando-se de
posicionar o lado correto e pressionando a extremidade para criar um vácuo,
evitando aumento da pressão interna.
A lubrificação é muito importante e na maioria está presente de fábrica, no
entanto, é permitido acrescentar pequenas quantias, desde que não seja suficiente
para ser possível removê-la com facilidade. O usuário também pode fazer uso de
espermicidas, como complemento, mas todas essas substâncias devem ser à
base de água, a fim de evitar comprometimento do material.
A camisinha é a única forma eficaz de prevenir a transmissão de DSTs, posto isso,
os cuidados ao usá-la devem ser redobrados quando há tal risco, verificando a
qualidade do produto, possíveis avarias, abrir a embalagem com cautela, retirar
imediatamente após a ejaculação, evitando que o invólucro saia junto com essa
retirada, usá-la somente uma vez e descartá-la em ambiente adequado.

Camisinha feminina:
Bolsa cilíndrica de comprimento similar ao da camisinha masculina. Possui um
anel flexível em cada extremidade, servindo tanto para o posicionamento quando
para manter a abertura na hora da penetração. Também previne DSTs e é pré-
lubrificada por composto à base de silicone (permitido o uso de lubrificantes à
base de água ou óleo, por ser feita de poliuretano).
Para colocá-la, a usuária deve estar em posição confortável (deitada, sentada,
agachada etc.). Segurando a extremidade fechada com uma das mãos, deve
apertar o anel, distribuir homogeneamente o lubrificante e introduzi-lo o mais
profundamente possível, afastando os grandes lábios com a outra mão.
Ao final, deve certificar-se que esteja completamente estendida e preenchendo o
interior e a extremidade aberta precisa estar para fora, na vulva.
Além das mesmas preocupações ditos no método anterior, uma se faz exclusiva
por requerer a introdução correta do pênis, evitando o escape esporádico e o
encaixe dele entre uma parede lateral da vagina e o envoltório.
As desvantagens mais expressivas pelos usuários são pelo desconforto causado,
seja pela estética, ruído, redução de sensibilidade, movimentação durante o coito
e o preço é maior que a masculina.

Espermicidas:
Substâncias comprometedoras da integridade dos espermatozoides, pela ação
surfactantes em suas membranas e nas de outros organismos causadores de
DSTs. Inseridas na vagina, impedem a chegada dos gametas à tuba uterina em
constituições diversas (creme, geleia, comprimido, tablete, espuma etc.), sendo
algumas capazes de exercer a função de barreira física também.
Isoladamente, seu uso não é recomendado pela baixa eficácia, mas aliado a outro
método de barreira, a segurança na proteção é amplificada consideravelmente.
O uso correto inclui a deposição do conteúdo próximo ao cérvice, sendo os
supositórios, tabletes ou comprimidos postos 15 minutos antes da relação, pois
precisam de um tempo para dissolverem a substância ativa. Em quaisquer
composições, recomenda-se 2 horas no máximo a cada nova aplicação, se assim
desejarem continuar o intercurso.

Diafragma:
Membrana com formato de cúpula (côncavo-convexa) feita de silicone e
circundada por um anel fixador de sua morfologia característica, mas, como na
camisinha feminina, pode ser flexionado para sua inserção, tomando forma de “8”
e retornando ao estado original facilmente.
Está disponível em diversos tamanhos, porque ele deve se encaixar perfeitamente
no interior da vagina. Então, a usuária vai ao ginecologista e solicita a medição da
circunferência do órgão, para encontrar o modelo ideal para si, além de aprender a
forma correta de introdução (garantindo que o canal esteja totalmente coberto.
Recomenda-se fortemente o uso combinado de espermicida nesta ocasião
também, sempre visando o aumento da eficácia contraceptiva. Este deve ser
colocado em quantia de preencher cerca da metade do diafragma.
A renovação da dose de espermicida deve ocorrer entre 1 e 2 horas por vez, caso
optem por continuar as relações para além desse prazo e a remoção do diafragma
deve compreender 6 e 24 horas após atividades concluídas.
A limpeza do aparelho é realizada minúcia e paulatinamente, observando se há
injúrias comprometendo a integridade. Lavar com água, sabão neutro, realizar
uma boa secagem e polvilhá-lo com talco sem perfume ou amido de milho. Manter
em local seco e abrigado da luz. No corpo da usuária, somente a vulva deve ser
limpa.
Nunca usar lubrificantes à base de petróleo, posto que é comprovado seu
potencial corrosivo quando em contato com o diafragma em longos períodos.
Em caso de grande variação no peso corporal ou já ter tido filhos, o ideal é
mensurar novamente o tamanho da circunferência do canal vaginal, posto que
alterações ocorrerão.

Capuz cervical:
A lógica deste método é a mesma do diafragma. Difere do tamanho e, como
sugere o nome, tem o objetivo de cobrir o cérvice. O uso de espermicidas também
é válido e a mulher deve realizar exame ginecológico para a medição do tamanho
do cérvice, pois existem 4 tamanhos distintos de capuz cervical.
Ela própria aprenderá a posicioná-lo perfeitamente e o prazo para a retirada pós-
coito também é de 6 a 24 horas.

Esponja:
Espuma de formato discoidal que possui uma cavidade e uma alça. É posicionada
no cérvice, liberando espermicida por até 24 horas, fazendo o bloqueio da entrada
do colo uterino.
Para ativar o espermicida, é necessário umedecer a esponja e espremê-la. Dobrar
ao meio com a cavidade para cima, facilitando a colocação correta. Também
necessita checar o tamanho correto, igual o capuz cervical.
Sua durabilidade permite a não reposição de espermicida e após o coito, deverá
permanecer na mulher por um período entre 6 e 30 horas. Retira-se pela alça e o
uso é único. Usuárias que já tiveram filhos não são recomendadas a usar tal
método.

 Dispositivo Intrauterino (DIU):

Pequeno dispositivo flexível colocado dentro do útero que visa evitar a gestação
por meio de um mecanismo de ação. Existem dois tipos: os que contêm cobre e
os com hormônios (progesterona ou levonorgestrel – LNG), alguns são chamados
frame less, implantados na musculatura uterina.
DIUs de cobre possuem modelos de tamanhos variados, mas atualmente os
maiores são mais utilizados, devido ao número de íons cobre liberados na
superfície ser maior, acarretando proporcionalmente em sua eficácia.

Mecanismo de ação:
O que se sabe é que causam inflamação no endométrio e isto, por sua vez, altera a
estrutura bioquímica (aumento de citocinas citotóxicas) e histológica dos tecidos,
causando interferências na fisiologia da espermomigração, fertilização do ovócito
e implantação do blastocisto.
Os íons de cobre agem diretamente nos espermatozoides, acabando com a
vitalidade, consequentemente, a motilidade. Além disso, diminui o tempo de
validade do ovócito no trato genital, estimula a síntese de prostaglandinas e inibe
enzimas endometriais. Sendo assim, esse combo de reações raramente resultará
em fertilização, apesar da ocorrência normal da ovulação, o DIU de cobre terá
efeito a partir de outras partes do processo.
O DIU liberador de levonorgestrel o faz em pequenas quantidade diárias (20 µg/dia)
na cavidade uterina. Como é pouco absorvível, as adversidades sistêmicas são
nulas ou insignificantes, já que atinge localmente, ocasionando a atrofia do
endométrio e alterando a constituição do muco cervical (fica espesso, tornando-se
barreira física), amplificando a ação contraceptiva.
A progesterona no endométrio também provoca decidualização e atrofia glandular,
suprimindo receptores de estrógeno e progesterona, podendo impedir até a
ovulação.
O tempo de validade do DIU pode variar, dependendo do modelo, sendo de
aproximadamente 5 anos para o DIU de cobre e até 12 anos para o liberador de
hormônios, até que comecem a falhar progressivamente. Após o prazo, devem ser
removidos e substituídos (se a paciente desejar) através de método cirúrgico.

 Anticoncepção hormonal

Hormônios em doses adequadas como um medicamento (pílula, comprimido,


drágea ou cápsula), para impedir a ocorrência de gravidez indesejada sem que
haja restrições às relações sexuais.

Contraceptivos orais combinados:


Podem ser monofásicos, bifásicos ou trifásicos. Se apresentam em cartelas de 21,
24 ou 28 pílulas, sendo suas composições geralmente as mesmas (etinilestradiol +
algum progestágeno). A principal diferença entre as três variações está no número
de blocos (divisões na cartela) em que contêm pílulas com concentrações
distintas. Por exemplo, os monofásicos mantêm a concentração dos compostos,
enquanto bifásicos são divididos em duas porções de quantidades diferentes de
hormônios.

Modo de usar:
Tomar a primeira pílula no primeiro dia do ciclo (primeira menstruação) e
prosseguir sem pausas, até o fim da cartela. Ao término, aguardar o início do ciclo
novamente para repetir o processo (período de pausa). Em cartelas com 28, 7
delas são vitamínicas e enriquecidas com ferro e a mulher deverá tomá-las sem
interrupções. Se houver a preferência por não menstruar, o período de espera
poderá ser preenchido pelas pílulas hormonais.
É fundamental lembrar de tomar todos os dias, mas caso ocorra esquecimento,
recomenda-se tomar imediatamente após lembrar, mesmo que sejam duas doses.
Quando duas pílulas são esquecidas, o ideal é tomar dose dobrada por 48 horas,
se abster sexualmente por 14 dias ou utilizar métodos de barreira. Com o atraso
de 72 horas (ou mais), é possível que aconteça a menstruação. Dessa forma, a
usuária deve aguardar até o quinto dia do sangramento e reiniciar uma nova
cartela ou esperar pelo sangramento quantos dias forem necessários. A
recomendação de abstenção (14 dias) ou uso de método de barreira é o mesmo
nesse caso, acrescidos do tempo de espera.

Mecanismo de ação:
Contraceptivos orais combinados (COC) influenciarão o eixo neuroendócrino,
alteram o estímulo ovariano devido aos gonadotróficos e interfere diretamente no
mecanismo de feedback.
Ocorre um bloqueio gonadotrófico do pico de LH, logo a ovulação não acontece.
Atuam na constituição do muco cervical, tornando-o espesso, impossibilitando a
logística espermática e atrofiam o endométrio, incapacitando a implantação do
embrião.
Esses efeitos permanecem enquanto o uso contínuo também se manter, portanto
a fertilidade é reestabelecida facilmente com o corte de ingestão.

A passagem pelo trato digestivo se dá da seguinte maneira: ao adentrar a


cavidade oral, descer ao estômago e ao intestino, os compostos são enviados
pela circulação portal hepática, para serem transformados em substâncias
inativas. No fígado, ocorre o estímulo da síntese de proteínas e enzimas (inclusive
as enzimas que irão inativá-las), para enfim retornarem ao intestino pela via biliar.
A responsável pela reativação das moléculas é a flora bacteriana intestinal, enfim
sendo novamente absorvidas.
Um cuidado importante é observar se outros medicamentos estão causando
reações adversas novas ou a diminuição da eficácia, devidos à combinação (as
chamadas interações medicamentosas), posto que existem fórmulas que
interagem, por exemplo, aumentando a fração inativa dos hormônios ao expandir
a produção das enzimas hepáticas que realizam tal inativação ou antibióticos
capazes de eliminar as bactérias intestinais (principalmente os de amplo
espectro).

Contraceptivos hormonais injetáveis:


Podem ser injetáveis combinados (tomados mensalmente) ou que contêm apenas
progestágenos (tomados a cada 3 meses). Os efeitos do injetável combinado são
similares às pílulas combinadas (bloqueio de ovulação + atrofia do endométrio),
porém a vantagem é não haver necessidade de absorção no fígado, porque as
produções proteicas permanecem em níveis normais.
Os injetáveis de progestágeno (geralmente utilizados na forma de AMPD – acetato
de medroxiprogesterona de depósito) são compostos de microcristais em
suspensão que vagarosamente e constantemente são liberados e absorvidos no
organismo.
Sabe-se que a injeção subcutânea requer menor quantidade de hormônio e é
muito mais duradoura do que a intramuscular e o IMC (Índice de Massa Corporal)
não interfere na dosagem.
A fertilidade retorna cerca de 2 meses após a última aplicação.

Implantes:
Pequenos bastões permeáveis de material plástico (geralmente silicone), que
contêm hormônios para serem liberados gradativamente após inserido em tecido
subcutâneo. Possui dimensões entre 3,4 cm a 4,4 cm de comprimento por 2 mm a
2,4 mm de diâmetro, dependendo da marca do produto ou do conteúdo hormonal
(diferentes progestágenos em cada tipo). O efeito é o mesmo, inibição da
ovulação, espessamento do muco cervical e atrofia endometrial.

Pílulas vaginais:
Pílulas do tipo monofásico feitas para serem inseridas na vagina com
periodicidade similar à cartela contendo 21 drágeas, logo o uso é diário e possui
pausa de 7 dias até a próxima dose.
Anel vaginal:
É um anel flexível, com diâmetro externo de 54 mm e 4 mm de espessura colocado
na vagina. Libera etonogestrel e etinilestradiol diariamente por um total de 3
semanas (21 dias). Em seguida deve ser retirado e fazer a pausa de 7 dias ou, se
preferir, colocar outro novo de imediato para evitar a menstruação. Possui o
mesmo regimento e efeito das pílulas combinadas, com a vantagem de não
precisar lembrar de utilizar todos os dias, já que a colocação é única por ciclo e os
compostos não entram em contato com o fígado, mas sim com a absorção direta à
circulação sistêmica, evitando impactos metabólicos.
No entanto, as maiores reclamações sobre este método incluem a sensação de
corpo estranho, desconforto, problemas no coito ou até a expulsão involuntária do
anel.

Adesivos cutâneos com hormônios:


Selos que contêm etinilestradiol e norelgestromina, liberadas diariamente em
pequenas quantidades. Deve ser trocada a cada semana, até 3 consecutivas e
fazer uma pausa de 7 dias. Da mesma forma, a pausa pode ser suprimida se assim
desejar.
O único detalhe é que a norelgestromina precisa passar pelo fígado para ser
metabolizada em levonorgestrel. Embora o contato hepático seja necessário, o
prejuízo adquirido é menor (principalmente com relação à influência na
coagulação sanguínea), porque o aumento na síntese de proteínas que ocorre no
primeiro contato com as formas medicamentosas pilulares é impedido.

 Contraceptivos de emergência:

Dadas variadas circunstâncias nas quais uma mulher pode estar sexualmente
submetida, sejam de caráter consentido ou não, podem resultar em situações de
alto risco de gravidez e, nesses casos, a intenção de que isso aconteça é ausente.
Assim, a contracepção emergencial faz o seu papel aqui.

Método de Yuzpe:
Uma combinação de 100 µg de etinilestradiol e 500 µg de levonorgestrel tomados
em duas partes num intervalo de 12 horas entre elas.
O método deve ser realizado em até 72 horas após o coito desprotegido,
preferivelmente o mais rápido possível.

Progestágenos:
Duas doses de 750 µg de levonorgestrel tomadas com intervalo de 12 horas ou em
dose única de 1500 µg após a relação. Uma vantagem desse método em relação ao
de Yuzpe é que não provoca náuseas ou vômito.

Outros:
Mifepristone (considerado “antagonista da progesterona”), embora não seja
autorizado por ser abortivo, toma-se em dose única de 650 mg.
Ou o de menor alcance em tais circunstâncias, mas não exatamente menos eficaz,
é o implante de DIU logo após o ato sexual (ou o quanto antes).

Modo de ação:
Sabe-se que afeta diversas etapas do processo de concepção, podendo prevenir a
ovulação, intervir na fertilização, impedir a implantação do embrião ou o seu
transporte, tudo vai depender de quando for tomado, portanto isso contribui para
que o mecanismo em detalhes permaneça desconhecido.
O uso contínuo desses métodos é totalmente contra recomendado, a menos que
falhas ocasionais aconteçam, ocorra violência sexual ou a usuária programe-se,
tendo baixa frequência de atividade sexual.

 Métodos definitivos:

São procedimentos cirúrgicos que resultarão na esterilização (tanto homem


quanto mulher). O método masculino chama-se vasectomia e o feminino é a
ligadura de trompas (ou laqueadura).
As tubas uterinas e os ductos eferentes são os alvos do processo, podendo ter
uma porção envolvida por um fio, impedindo a passagem ou rompidos em
diversas técnicas.
O fato é que exige muita reflexão, já que optar pela esterilização é, de certa forma,
sacrificar sua fertilidade (embora a libido permaneça). Existem formas de realizar
algo temporário, mas ainda assim, incerto. Bem como pode acontecer reversão
naturalmente (algo particularmente muito raro).
 Referências bibliográficas:

Métodos Contraceptivos - Viva sua Vida. Vivasuavida.com.br. Disponível em:


<https://www.vivasuavida.com.br/pt/metodos-contraceptivos/#methods->. Acesso em: 16
jul.  2020.

POLI, MARCELINO ESPÍRITO HOFMEISTER, MELLO, CLAUDETE REGGIANIMACHADO,


ROGÉRIO BONASSI et al. Manual de anticoncepção da FEBRASGO. Femina, vol. 37 nº 9,
p. 459-491, 2009. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4346134/mod_resource/content/1/Femina-
v37n9_Editorial.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2020.

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