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Sara Campagnaro1
Ana Claudia Ribeiro Semensato2
Jorge Antônio Vieira3
que este tipo de relação leva os indivíduos a vi- ocidente revolucionam o contexto da afetivida-
venciarem uma situação trágica por sentirem a de, trazendo mudanças sociais importantes.
necessidade de fundir-se com a pessoa amada, Para Dubys (1998), a sociedade descrita passou
constituindo-se em uma só pessoa. A ideia de a exigir que o casamento fosse relacionado ao
fusão a partir de um relacionamento pertence amor, este que até então ficava reservado aos
então ao amor romântico, que tráz o sentimento amantes e vivências fora da vida conjugal. As-
amoroso como o principal fio condutor de uma sim, o amor vivenciado desde aquelas datas até
união. Neste caso, uma relação pautada nos os dias atuais de acordo com Branden (2002),
princípios do amor romântico seria aquela em é baseado nos princípios do matrimônio e da fi-
que este sentimento seria representado como delidade. Concepção essa que surge a partir do
uma disposição de ver o amado como um espe- século XVIII, se solidificando no século XIX, em
lho, uma personificação dos valores individuais um contexto cultural que pregava e valorizava a
mais profundos, e consequentemente, fonte de felicidade individual a partir do advento da revo-
toda a alegria vivida. lução industrial e do capitalismo.
Com o passar dos tempos o conceito de Essa busca pela individualidade acaba
amor romântico foi sofrendo transformações, por acarretar problemas ao relacionamento hu-
adequando-se às necessidades sociais, cultu- mano, o que para Luhmann (1991), gera um im-
rais e ideológicas dos diversos povos. Como passe justamente pela maneira como o pensa-
afirma Francisco (2008), o sentimento amoroso mento das pessoas ainda se encontra atrelado
é um constructo social do qual todos fazem par- ao amor romântico, fazendo com que continuem
te, pois depende diretamente das relações inter- na busca por alcança-lo. Já para Costa (1999
pessoais. Igualmente, para Bozon (2005 apud apud PRETTO et al. 2009), o amor romântico
OLTRAMARI, 2009), a compreensão do que é apenas se difundiu em que as regras da satis-
amor romântico deve surgir de uma prática so- fação emocional individualista foram tomadas
cial, pois é a partir das trocas de informações e como parte importante da cultura, principalmente
do contato com o outro que as pessoas passam na sociedade burguesa. Percebe-se que apesar
a se conhecer e a criar passo a passo uma re- de considerados alguns avanços sociais, princi-
lação amorosa. Esta forma de vivenciar o amor palmente no que pauta ao poder de escolha em
com base no romantismo é construída social- um relacionamento, os indivíduos seguem com
mente a partir da comunicação e interação entre o ideal de amor romântico muito próximo àquele
as pessoas, sendo que na maior parte do tempo ligado a fusão de dois seres. Encontra-se desta
tratam-no como se tivesse criação própria, não forma uma contradição entre a busca pela liber-
tendo explicação, o amor simplesmente aconte- dade de ter uma relação na qual a individualida-
ce. O que faz com que a prática social do amor de é respeitada e o sentimento de querer possuir
seja esquecida e é exatamente por ela que a for- o outro com quem se relaciona. Vivenciar um re-
ma de vivenciar o amor romântico muda, pois as lacionamento sobre as bases do amor românti-
pessoas, a sociedade, as interações modificam co, em um momento histórico em que a individu-
e com elas a vivência amorosa também passa alidade é exaltada passa a ser uma contradição
por alterações. vivida pelo o indivíduo da sociedade atual.
Com base nas mudanças sociais o amor
romântico passou por diversos períodos, du- SARTRE E A CRÍTICA AO AMOR ROMÂNTI-
rante o século XII, por exemplo, a recusa pelas CO
normas e padrões estabelecidos pela igreja apa-
rece enfatizado pelo amor cortês em que segun- Frente as questões apresentadas a res-
do Pretto et al. (2009), a mulher aparece como peito do amor romântico, pautamos o lugar que
objeto de amor inalcançável. É neste período este ocupa na filosofia sartreana, de modo que,
que muitos trovadores e poetas cantavam seu ao entender neste pensamento o objeto de estu-
amor pelas mulheres amadas que na maioria do como relação concreta com o outro, torna-se
dos casos eram casadas ou de classes abas- importante compreender a dinâmica do sujeito
tadas, sendo que amar então era visto como entre olhar e ser olhado. Em “O Ser e o Nada”
sofrimento e desejo insatisfeito. As facetas do (2011), compreende-se que o outro é aquele que
amor romântico voltam a se reconstruir a partir confere significado ao sujeito, pois o olha e de-
do momento em que as classes burguesas do tém o segredo sobre seu ser, fazendo com que
seu mais profundo significado não esteja dentro, união em um só não teria como objetivo fazer
mas fora de si. Ele é algo para o outro e este desaparecer a objetividade conferida por meio
“ser” algo o torna um Em-si, ou seja, um indiví- do olhar do outro, mas de querer se apropriar
duo limitado à possibilidades e julgamentos. A dele enquanto outro-olhador, buscando ampliar
importância da existência de um indivíduo está a visão de si mesmo (SARTRE, 2001). É nes-
então entregue as mãos do outro que o olha e ao te olhar do outro revelado muitas vezes como o
pensar ou falar sobre ele acaba por objetivá-lo. redentor do sujeito, que se situa o próprio algoz
Da mesma forma o autor relata que no desde, pois, o outro remete o sujeito a ele mes-
momento em que o sujeito é objetividade para mo, devolve o olhar, o próprio olhar do sujeito
o outro, fundamentando seu ser-Em-si, o outro sobre si (VERISSIMO, 2009).
é também objetividade para ele, pois os dois Sartre (2011) explicita que a tentativa de
conferem significados um ao outro. Assim, a unidade de dois eus é irrealizável, pois em pri-
maneira de se relacionarem possui esse caráter meira instância tem-se o corpo e o outro como
de coisificação do parceiro em algo. Ao trazer fato de ser-no-mundo. Para dar significado a si
o pensamento sartreano Maciel (1986) expõe precisa-se da relação entre corpo e o que os
que face ao outro o sujeito está constantemen- outros indivíduos dizem sobre ele, sem relação
te em perigo, de modo a não possuir o controle com outras pessoas não há sentido a ser dado,
deste olhar e torná-lo sempre admirativo, pois, o não há como entender-se, significar-se fora des-
mesmo aponta as falhas do sujeito e rouba-lhe ta convivência sujeito-mundo e sujeito-com-ou-
a liberdade. É este mesmo sujeito que também tro-sujeito. Desta forma, é importante persistir na
tentará inibir a liberdade do outro, tornando-o negação de ser o outro, para que a alteridade
uma coisa Em-si. Sendo assim, a essência das daquele que observa não desapareça e assim o
relações humanas é o conflito. Fazer-se de ob- sujeito seja reconhecido por quem ele é.
jeto é a tentativa de encontrar uma forma para Como inicialmente observado, uma das
amenizar a angústia que nos cabe enquanto concepções mais exaltadas pelo amor românti-
Para-si; contudo, para Veríssimo (2009, p.169) co configura-se no fato de fundir dois seres em
“a nossa experiência mais concreta do existente um só, sendo assim, a crítica sartreana aplica-se
que somos não nos permite descansar nem no a média que se observa a importância do outro
repouso plácido e inerte das coisas”. na concepção da significação de si, o ideal ro-
Cabe compreender, porém, que as atitu- mântico citado passa a ser não só irrealizável
des tomadas em relação a si mesmo são de in- como também não assimilável, estabelecendo
teira responsabilidade do indivíduo. Percebe-se o paradigma entre a liberdade no pensamento
logo de início a complexidade da relação do ser de Sartre e o projeto de unificação de dois eus
em presença do outro já que seu significado é proveniente do amor romântico. De acordo com
dado a partir daquele que se encontra fora de si, Pretto et al. (2009), é a impossibilidade de anular
ou seja, no mundo, enquanto que as responsa- o outro como liberdade que provoca o amante a
bilidades pelas escolhas devem ser tomadas por aprisionar e transformar a liberdade do ser ama-
si próprio. Esta relação não ocorrerá de forma do.
unilateral, mas de forma recíproca e movente, Sartre (2011) aponta que o amor seria
já que enquanto um sujeito tenta livrar-se do do- antes de qualquer coisa um empreendimento,
mínio de objetivação do outro, este por sua vez ou seja, um projeto de si mesmo a partir do ou-
também está na mesma busca. O conflito é tido tro e envolto pelo conflito. É um projeto individual
como base original do ser-Para-outro principal- rumo à possibilidades próprias em que o conflito
mente pelo fato de saber que um possui o olhar se instala no momento em que a liberdade do
sobre o outro, o vendo como este jamais pode- outro se apresenta. Dois sujeitos com liberda-
rá ser visto por si mesmo. A partir do momento des e projetos a serem realizados encontram-
em que alguém fala sobre o sujeito lhe conferin- -se, sendo que um será o limite do outro. Nesta
do sentido ele então, passa a existir no mundo relação de dar-se significado e sentido os dois
(SARTRE, 2011). passam a se objetivar limitando transcendên-
Tomando consciência destas considera- cias e coisificando-se de forma consentida. Se
ções fica evidente que tendo o outro como fun- o amante projeta realizar a unidade com o outro,
damento da existência de si, diluir-se nele tra- isso significa que projeta assimilar a alteridade
ria a irremediável desaparição do Para-si. Esta do outro, enquanto tal, como sua possibilidade
própria. Assim, nega que o outro o constitui e amor no mundo. Para Sartre (2011), aos poucos
quer torná-lo idêntico a si, capturando sua liber- o amante vai desejando ser a escolha absoluta
dade. Entretanto, fracassa em seu intento, pois: do amado, ou seja, o ser-no-mundo do amado
deverá se tornar um ser-amante, escolhendo-o
A unidade com o outro é irrealizável de fato. sobre todas as coisas. Percebe-se novamente
Também o é de direito, porque a assimilação que a perspectiva sartreana de amor se distan-
do Para-si e do outro em uma única trans- cia das questões ligadas a almas gêmeas ou o
cendência do caráter de alteridade do outro fato de pessoas nascerem umas para as outras
(SARTRE, 2011, p.456).
como postula o amor romântico. Nos momentos
em que fala de relações entre sujeitos coloca
O amor, contrapondo-se ao desejo que
sempre a condição de escolha como fato im-
visa à apropriação física do outro, é uma forma
prescindível até mesmo ao tratar da facticidade.
superior de relação entre os sujeitos, pois, visa
Assim, estar com outra pessoa somente ocor-
à troca, evidenciando ainda mais o conflito origi-
re a partir de uma escolha originária e não por
nal, no qual, quem ama não quer possuir o ser
razões sem consentimento do sujeito como se
amado apenas como uma coisa, quer um tipo
fosse algo mágico e predestinado a acontecer.
especial de apropriação, a liberdade como liber-
É neste raciocínio que Pretto et al. (2009),
dade. É este tipo de apropriação que se torna im-
retrata o amor vivenciado como uma justificação
possível, no sentido que não se possui liberdade
da existência que isenta os amantes de fazer
sem fazer com que essa deixe de ser liberdade,
algo de si, criar-se e criar o mundo, pois o aman-
em outras palavras, não se entrega a liberdade
te já não é mais um indivíduo que transcende,
a alguém e continua-se sendo livre. Esta troca
torna-se absoluto, ou seja, ausenta-se do mun-
de liberdade a qual os amantes se debruçam é
do em que o outro o objetive e passa a pertencer
uma troca contraditória, colocando-os ao mes-
a um mundo que contem em si todas as possibi-
mo tempo como livres e escravos, fadando ao
lidades próprias e as do outro, de forma que tudo
fracasso do empreendimento (MACIEL, 1986).
estar condicionado à sua facticidade, àquilo que
Não se escolhe ser amado, eis a partir de
é. Com o passar do tempo as relações acabam
então a segunda facticidade vivenciada pelo su-
se tornando mais próximas e a condição outro-
jeito. Exatamente por ser fato consentido toman-
-objeto é superada, pois, a “apropriação de um
do a decisão de se deixar amar por livre com-
objeto no meio do mundo não poderia ser con-
promisso que o indivíduo se torna responsável
fundido com amor” (SARTRE, 2011, p.467).
pela relação. Assim, vivencia-se um limitar de
Desta maneira não se deseja conquistar
liberdade já que ao se apaixonar acaba-se por
um corpo, mas uma subjetividade. O amor só
aprisionar a liberdade do outro buscando que
acontece no momento em que há um encontro
esta se converta em amor. Para Sartre (2011), o
entre duas subjetividades que projetam serem
que se pretende é uma liberdade que queira por
amados e amar, ou seja, amar em sua essência
livre vontade ser aprisionada pelo sentimento de
é o projeto de fazer-se a amar. Assim, tentar di-
amor. O amante quer ser o mundo daquele que
minuir o parceiro a dimensão de objeto faz com
ama e no meio de todos os objetos que o per-
que sua possibilidade de ser amado desapare-
meiam ele aceita ser objeto primordial transcen-
ça. No amor romântico geralmente o amado é
dendo todos os outros, passa a ter maior valor
visto de forma tão superior a ponto de ser a úni-
sendo fonte de sentido e pelo qual o mundo exis-
ca razão para que o amante viva, este tipo de
tirá para o outro, saindo da condição de pano de
situação o colocaria como objeto de desejo do
fundo para tornar-se aquele em que o mundo se
outro o que para Sartre configuraria uma impos-
revela. Dessa forma, ser amado é querer situar-
sibilidade de relação, pois como citado acima, o
-se muito além de todo sistema de valorização e
amor só se dá a partir de duas subjetividades e
é por este que fato que ao se aceitar como um
não por meio da temática sujeito-objeto.
ser-Para-outro o indivíduo passa a assumir seu
Até então esse empreendimento de fa-
valor como ser-no-mundo (SARTRE, 2011).
zer-se amar funciona e o amante se satisfaz em
Ainda que limitado por sua facticidade
seu projeto. O primeiro problema surge quando
a contingência dos encontros faz com que a
se percebe que o outro a quem se ama tam-
existência passe a ser justificada pela presença
bém tem como projeto ser amado, neste sentido
deste indivíduo que traz felicidade tornando-se
igualmente irá exigir amor instalando-se o confli-
to. A segunda problemática é a de que quando cia do outro, capturar-lhe a subjetividade e de-
vistos por terceiros, cada qual irá experimentar pois impor-se como liberdade. Ao notar que a tá-
a objetivação não somente de si, mas também a tica não pode ser concluída, pois o outro resiste
do outro, visto que as pessoas passam a comen- até o último momento, o sujeito então renuncia
tar sobre o casal objetivando-os. Sartre (2011) o Para-si deixando-se fundar pelo Em-si. Desta
comenta então sobre a tríplice destrutibilidade forma, Sartre (2011) evidencia que o sentido do
do amor, sendo a primeira um logro e uma re- conflito será deixar transparecer a luta das duas
missão ao infinito, posto que amar é querer ser liberdades confrontadas, o que também não dei-
amado ao mesmo tempo em que implica amar, xará de causar certa frustação, pois no momen-
visto que o outro também exige amor. Logo de- to em que se afirma a liberdade frente ao outro
pois surge a insegurança, pois a qualquer mo- este volta a se tornar um objeto.
mento o outro poderá objetivar o parceiro, não Além da relação masoquista há o sadis-
mais vendo-o como subjetividade. E por último, mo, sendo outra forma de tentar abandonar o
a presença de outras pessoas, sendo que para conflito na relação amorosa, Pretto et al. (2009)
que o amor conservasse seu caráter de eixo ab- apresenta a seguinte conceituação perante ao
soluto os amantes deveriam estar sozinhos no que apresenta como atitude sádica: “A renúncia
mundo longe dos demais olhares. não é mais a si mesmo, mas sim, à transcendên-
Estes fatores contribuem para que aos cia do outro. O amado detém-se em aprisionar
poucos o indivíduo passe a se projetar como eu- o outro na facticidade, na contingência, como
-objeto, fazendo com que se feche no Em-si não corpo aprisionado (..) subjetividade aprisionada”
mais vivenciando suas possibilidades e, nesta (PRETTO et al. 2009, p.399). Se anteriormente
temática, Pretto et al. (2009) destaca o posi- a preocupação estava em sanar as dificuldades
cionamento de Sartre ao analisar a experiência subjetivas, no próximo momento a problemática
amorosa a partir de duas atitudes, o sadismo e será dada a partir de algo material, ou seja, pelo
o masoquismo caracterizando-as como relações próprio corpo. Como afirma Sartre (2011, p.484),
sadomasoquistas na qual há a renúncia da pró- “é um apetite voltado para o corpo do outro, vi-
pria subjetividade ou à do outro. vido como vertigem do Para-si ante seu próprio
Nesta busca por ser objeto e pano de corpo; e o ser que deseja é a consciência fazen-
fundo no mundo do outro o sujeito tenta viven- do-se corpo”.
ciar somente sua objetividade na relação com Neste segundo movimento o desejo toma
o parceiro, porém visto que o outro o objetiva forma nas relações e é por meio dele que os in-
acaba por se deparar com sua própria subjetivi- divíduos realizam seu intento na apropriação do
dade. Por este fato, o masoquismo para Sartre é corpo do outro mediante contato físico. O que
fadado ao fracasso. Ainda que se tente vivenciar torna este momento interessante é compreender
a objetividade, o outro sempre será fator impres- que conhecendo e tocando o corpo do parcei-
cindível na construção da subjetividade. Ainda ro o sujeito acaba por encontrar-se a si mesmo,
para Pretto et al. (2009), o amado ao projetar ser nesta relação corpo a corpo passa a entender
absorvido pelo outro perde-se na subjetividade e aprender mais de si, sendo que “o desejo se
deste para desprender-se da própria subjetivi- expressa pela carícia assim como o pensamen-
dade, renuncia a si mesmo como um Para-si (li- to pela linguagem” (SARTRE, 2011, p.485). Se
berdade) e permanece no Em-si (objeto). Assim, possui então o corpo do outro na busca de to-
sofre frente as exigências do amor do outro para car sua livre subjetividade na medida em que a
mostrar sua condição de submissão à liberdade consciência deste se identifique consigo.
deste. O relacionamento baseado no sadismo
Esta é a essência do masoquismo sartre- não busca exigir a abolição da liberdade do ou-
ano, que comentado por Maciel (1986), retrata tro, mas sua servidão por meio da identificação.
que o sujeito quando passa de transcendente Novamente o autor propõe este tipo de conduta
para transcendido espera apenas que o outro o como fracassada, pois no momento em que se
justifique como coisa (Em-si), contendo-se neste intenciona tomar e apropriar o corpo do outro o
objeto, o que a princípio pode ser adotado como indivíduo passa a ter que agarrá-lo e mordê-lo,
uma tática, que de acordo com o autor, Sartre convertendo o parceiro em um instrumento no
chama de sedução. O sujeito permanece na meio do mundo trazendo-o de volta a sua posi-
condição de objeto para seduzir a transcendên- ção de objeto. Percebe-se que tentar transcen-
America. 2000.