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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA SAÚDE
HOSPITAL REGIONAL DO LOBITO
PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA GERAL INTEGRAL

ANTICONCEPÇÃO

Nome: Joaquim Rubem


R1-MGI

BENGUELA, FEVEREIRO DE 2022


ÍNDICE
INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4

MÉTODOS CONTRACEPTIVOS ................................................................. 5

Métodos anticoncepcionais de barreira........................................................ 7

Camisinha ................................................................................................ 7

Camisinha feminina ................................................................................. 7

Diafragma ................................................................................................ 8

Esponja vaginal ....................................................................................... 8

Espermicida ............................................................................................. 9

Métodos anticoncepcionais intrauterinos ................................................... 10

Dispositivo intrauterino (DIU) ................................................................. 10

Métodos contraceptivos hormonais............................................................ 10

Métodos hormonais ou químicos ........................................................... 10

TIPOS DE CONTRACEPTIVOS HORMONAIS ......................................... 11

Pílula anticoncepcional .......................................................................... 11

Minipílula................................................................................................ 11

Pílula do dia seguinte (PDS) .................................................................. 12

Anticoncepcional injectável .................................................................... 12

Adesivo anticoncepcional ...................................................................... 13

Implante anticoncepcional ..................................................................... 13

Anel vaginal ........................................................................................... 14

POR QUE DEVO CONSIDERAR A CONTRACEPÇÃO HORMONAL? 14

POSSÍVEIS EFEITOS COLATERAIS DOS CONTRACEPTIVOS


HORMONAIS ....................................................................................................... 14

Métodos cirúrgicos definitivos .................................................................... 15

Vasectomia ............................................................................................ 15

Ligadura tubária ..................................................................................... 16

Quais as vantagens? ............................................................................. 16


E as desvantagens? .............................................................................. 17

Métodos alternativos .................................................................................. 17

Coito interrompido (coitus interruptus) ................................................... 17

Tabelinha ............................................................................................... 17

Muco cervical ......................................................................................... 18

Amamentação exclusiva ........................................................................ 19

Abstinência sexual ................................................................................. 19

CONCLUSÃO ............................................................................................ 20

REFERÊNCIA ............................................................................................ 21
INTRODUÇÃO
Métodos contraceptivos visam impedir uma gravidez. Diversos métodos
estão disponíveis hoje no mercado, sendo possível escolher, entre eles, aquele
que melhor é adequável à necessidade do usuário. A anticoncepção
corresponde ao uso de métodos e técnicas com a finalidade de impedir que o
relacionamento sexual resulte em gravidez. É recurso de Planejamento
Familiar, para a constituição de prole desejada e programada de forma
consciente. Os métodos anticoncepcionais podem ser classificados de várias
maneiras. Reconhecem-se dois grupos principais: I - Reversíveis. II -
Definitivos.

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MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
São comportamentos, medicamentos, intervenções cirúrgicas ou
objectos utilizados com o intuito de impedir uma gravidez. Actualmente existem
vários tipos deles, que vão desde os que garantem praticamente o fim da
fertilidade, como os métodos cirúrgicos, até os que, se interrompidos, garantem
o retorno imediato da capacidade de gerar filhos, sendo esse o caso da
camisinha.
Os métodos contraceptivos podem ser utilizados tanto por homens
quanto por mulheres, sendo necessário um consenso entre o casal para que o
melhor seja escolhido. Assim como não existe nenhum método completamente
eficaz, não existe a definição do melhor método contraceptivo a ser adoptado.
Isso se deve ao facto de que cada casal vive uma realidade diferente, e
factores, como saúde do usuário, valor do método e vontade de ter filhos
futuramente, devem ser analisados.
Diversos factores devem ser levados em consideração ao escolher-se
o método contraceptivo ideal. Apesar dos anticoncepcionais orais, por
exemplo, garantirem uma grande eficácia na prevenção contra a gravidez,
muitas mulheres relatam efeitos desagradáveis com seu uso. Desse modo,
para essas, esse método não é o melhor a ser adoptado.
Outro exemplo que demonstra como a escolha do método deve ser
avaliada individualmente, é o uso do Dispositivo Intra-uterino (DIU), válido
por cerca de cinco anos. Sendo assim, se um casal pensa em ter um filho em
breve, esse método não seria o melhor a ser adoptado.
Vale salientar que os métodos contraceptivos, como o nome indica,
visam apenas impedir uma gravidez. Isso significa que eles não são voltados à
protecção contra infecções sexualmente transmissíveis (IST).
Com excepção das camisinhas masculina e feminina, todos os outros
métodos protegem apenas contra uma gravidez indesejada, sendo
recomendado os seus usos em associação com a camisinha, para a devida
protecção contra doenças.
Os métodos contraceptivos são utilizados por pessoas que têm vida
sexual activa e querem evitar uma gravidez. Além disso, a camisinha, por
exemplo, protege de doenças sexualmente transmissíveis (DST).

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Há vários tipos de métodos contraceptivos disponíveis no mercado,
como a camisinha masculina, camisinha feminina, o DIU (dispositivo intra-
uterino), contracepção hormonal injectável, contracepção hormonal oral (pílula
anticoncepcional), implantes, espermicida, abstinência periódica, contracepção
cirúrgica, contracepção de emergência, entre outros.
Entre tantos métodos disponíveis, torna-se necessário o auxílio de um
médico para escolher qual método utilizar, pois ele levará em consideração a
idade, a frequência em que mantém relações sexuais, necessidades
reprodutivas, saúde etc.
É muito importante ter consciência de que qualquer método escolhido
só funcionará se for utilizado da maneira correcta.
Entre os métodos contraceptivos, há os que são reversíveis e os que
são irreversíveis. Os métodos reversíveis, também chamados de temporários,
são aqueles que, ao interromper o uso, é possível engravidar. Os métodos
irreversíveis, também conhecidos como definitivos, são aqueles que exigem
uma intervenção cirúrgica, como vasectomia, para os homens;
e laqueadura tubária, para as mulheres.

Os métodos contraceptivos são classificados em cinco grupos:


 Métodos comportamentais
- Tabelinha;
- Temperatura basal;
- Muco cervical (método Billings);
- Coito interrompido.
 Métodos de barreira
- Camisinha;
- Diafragma;
- Esponjas;
- Espermicidas;

 Dispositivo intrauterino (DIU)


 Contracepção hormonal
- Contraceptivos orais;
- Contraceptivos injetáveis;

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- Implantes;
- Anel vaginal;
- Adesivos cutâneos;
- Contracepção de emergência (pílula do dia seguinte);
 Contracepção cirúrgica
- Vasectomia

Métodos anticoncepcionais de barreira


Chamamos de método anticoncepcional de barreira os métodos que se
baseiam em criar uma barreira física ou química entre os esperma ejaculado e
o útero da mulher.

Camisinha
A camisinha é um dos métodos contraceptivos mais populares no
mundo, sendo o principal método utilizado pelos homens. Não possui
contraindicações nem efeitos colaterais relevantes, apesar de algumas
pessoas terem alergia ao látex, material usado para confeccionar a camisinha.
Para estas pessoas alérgicas existem camisinhas feitas com outros materiais,
como poliuretano.
A camisinha além de ser um eficaz método de controle de natalidade
também serve para prevenir doenças sexualmente transmissíveis. O seu custo
é baixo, não necessita de auxílio médico e a duração da contracepção é
curtíssima, apenas o tempo da relação sexual. A camisinha deve ser
descartada após o fim de cada relação.

Camisinha feminina
A camisinha feminina é a versão do preservativo para as mulheres. Ela
também é um método de barreira, servindo ao mesmo tempo como proteção
contra DST e gravidez. A camisinha feminina é atualmente feita de borracha
nitrílica (antigamente era poliuretano) e cobre toda a mucosa da vagina,
impedindo que o pênis e suas secreções tenham contato direto com a mesma.
Apesar de terem a mesma lógica, a camisinha feminina é muito menos
popular que a sua versão masculina, provavelmente porque ela não é tão

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simples de ser utilizada e a sua taxa de eficácia é mais baixa que a da
camisinha masculina (falaremos sobre as taxas de eficácia de cada método ao
final do artigo).

Diafragma
O diafragma é um método anticoncepcional feminino que consiste em
uma cúpula flexível de silicone, com um lado côncavo e outro convexo, que
precisa ser colocado à frente do colo do útero. Em geral, deve-se preenche a
cúpula com espermicida antes da introdução para aumentar o seu efeito
contraceptivo.
Existem vários tamanhos de diafragma, e a mulher deve encontrar
aquele mais adequado para si para que o método funcione de forma
satisfatória. Quando a mulher engorda ou emagrece de forma relevante, o
tamanho do diafragma pode ter que ser alterado.
Ao contrário da camisinha feminina, o diafragma não cobre toda a
mucosa da vagina, não sendo, portanto, um método anticoncepcional capaz de
prevenir doenças sexualmente transmissíveis.
O diafragma não é descartado após cado ato sexual. Após removido,
ele pode ser lavado e utilizado novamente em outras relações sexuais.
Assim como a camisinha feminina, o diafragma não é um método
contraceptivo muito popular, sendo utilizado por somente 1% das mulheres
sexualmente ativas.

Esponja vaginal
A esponja vagina é outra opção de método anticoncepcional de
barreira para as mulheres.
A lógica por trás da esponja é semelhante à do diafragma, ela cobre a
entrada do útero, mas não protege a mucosa da vagina, não servindo como
proteção para as doenças sexualmente transmissíveis.
A esponja contraceptiva é um dispositivo macio, em forma de disco,
feito de espuma de poliuretano e com uma alça para facilitar a sua remoção. A
esponja já vem com espermicida e deve ser molhada antes de ser inserida na
vagina. A esponja só deve ser retirada após 6 horas da última relação sexual,

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podendo permanecer dentro da vagina por até 30 horas. Não é preciso trocar a
esponja se mais de uma relação sexual ocorrer dentro do prazo de 24 horas.
Ao contrário do diafragma, não há tamanhos diferentes para a esponja.
A sua eficácia em mulheres que já tiveram pelo menos um parto é mais baixa
que nas mulheres que nunca pariram.

Espermicida
O espermicida pode ser considerado um método de barreira porque
cria uma barreira química que impede a chegada dos espermatozoides ao
útero feminino. Todavia, quando usado isoladamente, sem outro método
contraceptivo complementar, como camisinha, esponja ou diagrama, a sua taxa
de sucesso é inaceitavelmente baixa.
Os espermicidas podem ser encontrados sob a forma de gel, espuma,
creme ou supositórios. A aplicação é simples e igual ao de qualquer gel vaginal
que a maioria das mulheres já utilizou alguma vez na vida.
O espermicida deve ser aplicado preferencialmente entre 10 e 30
minutos antes da relação sexual e não deve ser retirado por pelo menos 6 a 8
horas. Se o ato sexual demorar mais de 1 hora para ocorrer após a aplicação
do espermicida, a sua eficácia torna-se ainda mais baixa que a habitual.
O espermicida não parece perturbar de forma significativa a flora
vaginal, embora tenha sido observado um pequeno aumento nos casos
de vaginose bacteriana nas mulheres usuárias deste método.
Irritação vaginal não é incomum, sendo um motivo frequente para
abandono deste método. O espermicida não protege contra as doenças
sexualmente transmissíveis, e nas mulheres que fazem irritação vaginal, o risco
de contágio até aumenta.
Os espermicidas não provocam má-formações fetais, não havendo
risco para o bebê caso a mulher o utilize sem saber que está grávida.

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Métodos anticoncepcionais intrauterinos
Os anticoncepcionais intrauterinos, mais conhecidos como DIU
(dispositivo intrauterino), são um dos métodos contraceptivos mais seguros,
confortáveis e eficazes.
Esta é uma forma de contracepção que vem ganhando bastante
popularidade nos últimos anos, sendo a mais indicada por muitos médicos
ginecologistas.

Dispositivo intrauterino (DIU)


O DIU é um pequeno dispositivo de plástico em forma de T, que deve
ser implantado dentro do útero da mulher, através da vagina, pelo médico
ginecologista durante uma consulta. O procedimento de colocação é simples e
rápido. Existem 2 tipos de DIU: o DIU revestido de cobre e o DIU revestido por
hormônio progesterona, chamado de DIU Mirena.
Uma vez implantado, o DIU pode permanecer no útero por até 5 anos
no caso do DIU Mirena, ou 10 anos no caso do DIU de cobre. O DIU é um
método contraceptivo de longa duração, mas rapidamente reversível com a
retirada do mesmo, caso seja necessário.

Métodos contraceptivos hormonais

Métodos hormonais ou químicos


Chamamos de métodos anticoncepcionais hormonais todos aqueles
que se baseiam na utilização de hormónios sexuais femininos, nomeadamente
a progesterona e o estrogênio, para manipular o ciclo menstrual.
Actualmente existem diversas formas de anticoncepção hormonal, seja
em comprimidos, injecção, implante, anel vaginal, etc. Existe também o DIU à
base de hormônio, mas esse será abordado no tópico sobre anticoncepcionais
intra-uterinos.
Os contraceptivos hormonais são extremamente eficazes para impedir
uma gravidez, mas não têm acção nenhuma na protecção contra as doenças
sexualmente transmissíveis.

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TIPOS DE CONTRACEPTIVOS HORMONAIS

Pílula anticoncepcional
A pílula anticoncepcional é junto com a camisinha masculina o método
contraceptivo mais popular em todo o mundo. A pílula é composta pelos
hormônios progesterona e estrogênio e deve ser tomada diariamente, sem
falhas.
Se tomada de forma correcta, a pílula é extremamente eficaz em inibir
a ovulação, sendo um dos melhores métodos contraceptivos. Porém, se a
mulher não for disciplinada e esquece-se frequentemente de tomar a sua dose
diária, a pílula pode falhar, permitindo a ocorrência de uma gravidez
indesejada.
Por ser um método que manipula o ciclo ovulatório feminino, a pílula só
deve ser utilizada sob orientação médica. O anticoncepcional oral não tem
efeitos somente contraceptivos, ele pode ser benéfico em diversos problemas,
como nas cólicas menstruais, no controle do sangramento uterino, na TPM, no
controle da acne, etc. A pílula também ajuda a reduzir a incidência de alguns
tipos de cânceres, como o câncer de ovário e endométrio.
Por outro lado, os anticoncepcionais orais podem provocar diversos
efeitos colaterais, principalmente aqueles com doses mais altas de estrogênio.
Trombose e complicações cardiovasculares são alguns dos problemas que,
apesar de incomuns, podem ocorrer.

Minipílula
A preocupação com os efeitos colaterais provocados pela presença do
estrogênio nas pílulas anticoncepcionais comuns levou ao desenvolvimento da
minipílula, um anticoncepcional hormonal que contém apenas o hormônio
progesterona.
A minipílula não age só inibindo a ovulação, mas também provocando
um espessamento do muco cervical, o que impede a chegada dos
espermatozoides à trompa, e impedindo a proliferação da parede interna do
útero (endométrio), o que atrapalha a implantação de um possível óvulo
fecundado.

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A minipílula é, na teoria, tão eficaz quanto a pílula, com a vantagem de
provocar menos efeitos colaterais. O grande problema da minipílula é a
necessidade de ser tomada todos os dias praticamente na mesma hora. Um
simples atraso de 3 horas ou mais é suficiente para que a minipílula perca o
seu efeito protector. Portanto, apesar de ter potencialmente o mesmo efeito
protector das pílulas comuns, na prática, a quantidade de falhas é maior, pois é
preciso muita disciplina para tomar a minipílula por vários meses seguidos sem
perder a hora de vez em quando.

Pílula do dia seguinte (PDS)


A pílula do dia seguinte é uma pílula com doses muito elevadas de
hormônios e só deve ser usada de forma pontual e emergencial. Portanto, a
pílula do dia seguinte não pode ser encarada como um método
anticoncepcional habitual, ela é apenas um método contraceptivo de
emergência.
Se você precisa recorrer à PDS com frequência, você está fazendo
errado! Além de estar se expondo a quantidades elevadas, desnecessárias e
perigosas de hormônios, ainda está utilizando um método de contracepção
muito menos eficaz que a pílula comum ou a minipílula.
A pílula do dia seguinte foi desenvolvida para ser utilizada como uma
medida emergencial de contracepção para os casos em que o método
anticoncepcional habitual falhar, como por exemplo, quando a camisinha
estourar ou um diafragma que saiu do lugar.
Para ser eficaz, a PDS precisa ser tomada o mais rápido possível,
havendo um limite de 72 horas para que ela possa ser útil. Depois de 3 dias, a
pílula já não é mais capaz de impedir uma gravidez.
Atenção: a pílula do dia seguinte não é abortiva. Se você já estiver
grávida, tomá-la não fará você abortar.

Anticoncepcional injectável
O anticoncepcional hormonal também pode ser administrado pela via
injectável em intervalos de 30 ou 90 dias, dependo da marca utilizada. Existem
anticoncepcionais injectáveis compostos apenas por progesterona, como o

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acetato de medroxiprogesterona, e outros compostos por progesterona e
estrogênio, como o acetato de medroxiprogesterona + cipionato de estradiol.
O anticoncepcional injectável pode ser encontrado sob a forma de
administração intramuscular ou subcutânea. Em geral, a aplicação é feita pelo
ginecologista no consultório ou por uma enfermeira no posto de saúde. As
administrações costumam ser agendadas para que a mulher tenha um maior
controle das datas limites. A eficácia dos anticoncepcionais com administração
mensal ou trimestral é igual, mas este último é mais cômodo, pois protege por
mais tempo e são necessárias apenas 4 aplicações por ano.
Apesar da menstruação poder ficar suprimida durante o uso do
anticoncepcional injectável, isso não causa nenhum mal às mulheres.
Os anticoncepcionais injectáveis possuem um perfil de benefícios e
efeitos colaterais semelhantes à pílula anticoncepcional.

Adesivo anticoncepcional
Outra opção para quem pretende utilizar um contraceptivo hormonal,
mas não quer levar picadas de agulha e não deseja ter o incômodo de tomar
comprimidos todos os dias, é o adesivo anticoncepcional, um produto
comercializado sob o nome de Evra (norelgestromina + etilenoestradiol).
Como o próprio nome diz, esta forma de contracepção é um adesivo,
de formato quadrado com cerca de 4,5 cm x 4,5 cm, que deve ser aplicado à
pele e substituído por um novo a cada 7 dias. Depois de 3 semanas, a mulher
deve dar uma pausa de 1 semana para menstruar.
O adesivo pode ser aplicado no braço, costas, nádegas ou na barriga.
Ele não sai com facilidade e não há problema algum em tomar banho e molhá-
lo.
Implante anticoncepcional
O implante anticoncepcional é actualmente o método contraceptivo
com a maior taxa de eficácia, com cerca de 99,95% de sucesso.
Esta forma de contracepção hormonal se baseia na implantação
subcutânea de um fino bastão de plástico com etonogestrel, uma forma
sintética de progesterona, em seu interior. O bastão fica por baixo da pele e
libera de forma lenta e contínua o hormônio para a circulação sanguínea.

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O bastão é implantado no consultório do ginecologista e necessita
apenas de anestesia local. O local escolhido costuma ser a parte interna do
braço e o procedimento dura 2 ou 3 minutos apenas.
O efeito contraceptivo do implante tem duração de 3 anos, sendo um
método bastante confortável para quem deseja uma contracepção prolongada,
mas não definitiva.

Anel vaginal
O anel vaginal é outra opção de contracepção hormonal disponível no
mercado. Este método anticoncepcional é um anel flexível, feito de silicone,
que libera de forma lenta progesterona e estrogênio (etonogestrel +
etinilestradiol).
O anel pode ser inserido pela própria mulher e não causa nenhum
incômodo, mesmo durante a actividade sexual. O anel fica na vagina por 3
semanas e depois é desprezado. Após uma semana de pausa, um novo anel
deve ser introduzido.

POR QUE DEVO CONSIDERAR A CONTRACEPÇÃO HORMONAL?


Quando usadas correctamente, todas as opções de contracepção
hormonal são 99% eficazes na prevenção da gravidez. Também existem vários
benefícios não contraceptivos, incluindo:
o Reduzem o risco de câncer de endométrio e de ovário;
o Geralmente, diminuem o fluxo menstrual;
o Podem reduzir cólicas menstruais.

POSSÍVEIS EFEITOS COLATERAIS DOS


CONTRACEPTIVOS HORMONAIS
A maioria das mulheres não tem efeitos colaterais significativos pelo
uso de contraceptivos hormonais. E, se você tiver efeitos colaterais, eles
provavelmente desaparecerão depois de alguns meses. Caso eles durem mais
de três meses, converse com seu médico. Você pode ter:

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o Ganho de peso;
o Dor de cabeça
o Seios doloridos;
o Menstruação irregular;
o Alterações de humor;
o Menos desejo sexual;
o Náusea.
O uso de contraceptivos hormonais é contraindicado para mulheres
com certas condições de saúde. É fundamental consultar o médico antes de
começar a usar qualquer método hormonal.

Métodos cirúrgicos definitivos


Os métodos anticoncepcionais permanentes são aqueles que têm
como objectivo esterilizar o homem ou a mulher, tornando-os inférteis de forma
definitiva. As duas formas de esterilização disponíveis, seja no homem ou na
mulher, são através de cirurgia.
Este método só deve ser utilizado em último caso, pois a sua reversão,
apesar de possível em algumas situações, é difícil de ser realizada com
sucesso. A esterilização só deve ser feita em pessoas mais velhas, que já
tenham tido todos os filhos que desejam ter. Nas pessoas jovens, mesmo que
já tenham 3 ou 4 filhos, o ideal é optar por um método de contracepção
prolongado, pois a vida dá muitas voltas, e o que é certeza aos 25 anos, pode
torna-se arrependimento aos 35.
Nenhum dos dois métodos fornece protecção contra as doenças
sexualmente transmissíveis.

Vasectomia
A vasectomia é uma cirurgia que resulta em esterilização permanente
do homem por impedir a liberação de espermatozoides no líquido ejaculado.
Esta é forma mais efectiva de contracepção masculina.
A vasectomia é um procedimento cirúrgico simples, que não precisa
ser feito dentro de um centro cirúrgico hospitalar. O urologista, médico indicado
para este tipo de cirurgia, faz uma pequena anestesia local na pele da bolsa

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escrotal e com um pequeno corte é possível chegar até o ducto deferente,
canal que transporta os espermatozoides. A partir daí, basta cortar o ducto e
depois suturar cada uma das pontas. A cirurgia dura cerca de 15-20 minutos e
interrompe de forma definitiva a saída de espermatozoides no esperma
ejaculado.
A vasectomia não diminui a libido, não interfere na ejaculação e não
causa impotência.

Ligadura tubária
A laqueadura tubária, também chamada de ligadura das trompas, é um
procedimento de esterilização que tem como objectivo impedir que a mulher
consiga engravidar.
Assim como a vasectomia no homem, a laqueadura é o procedimento
contraceptivo definitivo na mulher.
A laqueadura tubária funciona como método anticoncepcional definitivo
porque é um procedimento que causa interrupção no trajecto de ambas as
trompas, impedido que os espermatozoides cheguem ao óvulo liberado por
qualquer um dos ovários. O procedimento pode ser feito cirurgicamente ou por
endoscópica.
A ligadura das trompas não impede a ovulação nem interfere no ciclo
hormonal feminino, não causando, portanto, nenhuma alteração no ciclo
menstrual.

Quais as vantagens?
o Muito seguros, com uma taxa de falha muito baixa;
o Não interferem no desempenho sexual nem no normal
funcionamento dos órgãos sexuais;
o Um procedimento único assegura a contracepção; e
o São métodos não hormonais.

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E as desvantagens?
Não protegem das IST, pelo que se torna importante a utilização de um
método de barreira com esta finalidade (como o preservativo).

Métodos alternativos
Os 15 métodos descritos até agora têm o comum o fato de utilizarem
um procedimento médico ou um dispositivo artificial para prevenir a gravidez.
Existem, porém, formas alternativas de contracepção. As formas alternativas
descritas a seguir são gratuitas e naturais, ou seja, não necessitam de nenhum
medicamento ou dispositivo médico para “funcionar”.
A palavra funcionar acima foi colocada entre aspas porque esses
métodos são as formas com maior incidência de falhas. Alguns desses
métodos até poderiam ser bastante efetivos se fossem feitos de forma correta.
O problema é que na prática, eles são difíceis de serem executados de forma
segura.

Coito interrompido (coitus interruptus)


O coito interrompido é o método contraceptivo mais antigo da
humanidade, havendo relatos da sua utilização no Egito antigo, há mais de
4000 anos.
O método consiste na interrupção da penetração antes do parceiro
ejacular, impedindo assim que o esperma ejaculado seja introduzido no canal
vaginal. Há dois grandes problemas que tornam esse método pouco efetivo: o
primeiro é erro na hora certa de retirar o pênis, e o segundo é o fato do líquido
pré-ejaculatório conter pequenas quantidades de espermatozoides.
O coito interrompido, portanto, não é método seguro de contracepção.

Tabelinha
A tabelinha é um método para estimar o período fértil. Ela pode ser
utilizada tanto para quem quer otimizar as chances de engravidar, quanto para
quem quer minimizá-las.
A lógica por trás deste método é a seguinte: como o espermatozoide
tem uma vida média de 5 dias dentro do aparelho reprodutor feminino, e como

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óvulo só sobrevive por 24 horas, os cinco dias que antecedem a ovulação e as
24 horas a seguir são o período com maior risco da mulher engravidar. O pico
do risco ocorre nas 48 horas antes da ovulação. Qualquer outro momento do
ciclo feminino que não inclua esse curto intervalo pré e pós-ovulatório não há
risco de gravidez.
Em 95% dos ciclos menstruais, a ovulação ocorre nos quatro dias
antes ou depois do meio do ciclo (em um ciclo de 30 dias, a ovulação ocorre 4
dias antes ou depois do 15º dia). Em cerca de 30% dos ciclos, a ovulação
ocorre exatamente no meio do ciclo (por exemplo, no 14º dia num ciclo de 28
dias ou no 15º dia num ciclo de 30 dias).
Nas mulheres que têm ciclo menstrual muito regular, a ovulação é um
evento bastante previsível. Basta não ter relações no período mais crítico para
não engravidar. Esse método, entretanto, tem dois problemas: o primeiro é o
grande número de dias perigosos, pois o risco começa 9 dias antes do meio do
ciclo e termina 5 dias depois. Mas o maior problema é o fato de muitas
mulheres não terem ciclos regulares. Se a mulher não menstrua em intervalos
regulares, é impossível saber antecipadamente quando será o seu meio do
ciclo, informação essencial para calcular os dias de risco.

Muco cervical
Outra forma de prever o momento da ovulação é através do muco
cervical. Alguns dias antes da ovulação, o muco produzido pelo útero altera-se,
tornando-se mais espesso e elástico. Este muco é chamado de muco fértil, pois
favorece a mobilidade dos espermatozoides em direção ao útero e às trompas.
Muitas mulheres conseguem detectar essa alteração nas
características do seu muco, sendo uma indicação de que a ovulação está
próxima de acontecer. Obviamente, esse método é muito pouco confiável para
ser usado como estratégia anticoncepcional. Em geral, o muco cervical é mais
usado como ajuda para quem quer engravidar do que como método para
prevenir uma gravidez.

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Amamentação exclusiva
Mulheres que pariram recentemente e ainda estão amamentando
demoram a voltar a ovular, pois a prolactina, hormônio responsável pela
produção de leite, inibe o processo hormonal natural que leva à ovulação. A
amamentação pode ser utilizada para evitar a gravidez somente quando a
mulher apresenta todas as três das seguintes condições:
 Menos de seis meses após o parto.
 Amamentação exclusiva, ou seja, o bebê não consome qualquer outro
tipo de alimento que não o leite materno.
 A mulher não voltou a menstruar desde que deu à luz.
Se qualquer uma dessas condições não for cumprida, o risco de
gravidez indesejada durante a amamentação torna-se inaceitavelmente alto.

Abstinência sexual
A abstinência sexual é o método contraceptivo mais seguro e à prova
de falhas. Obviamente, quando uma pessoa está à procura de um método
contraceptivo, o objetivo dela é conseguir ter relações sexuais sem o risco de
engravidar. Na abstinência não há risco de engravidar, mas também não há
relação sexual.
A inclusão da abstinência como método contraceptivo pode parecer
absurda, mas em alguns casos ela pode ser uma opção bastante interessante.
A abstinência pode ser a melhor escolha quando a pessoa necessita de um
método 100% seguro durante apenas um determinado período de tempo. Por
exemplo, imagine uma mulher que esteja fazendo um tratamento médico com
alguma droga altamente teratogênica (causadora de má-formações fetais). Se
o tratamento for curto, por exemplo, 1 ou 2 semanas apenas, a opção mais
segura é não ter relações neste período. Outra possibilidade é o caso de
mulheres infectadas com doenças que causam má-formações fetais. Enquanto
elas não estiverem totalmente curadas, o mais seguro é optar pela abstinência,
um método com 100% de eficácia.

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CONCLUSÃO
Contudo concluo que Chamamos de método contraceptivo (ou método
anticoncepcional) toda acção cujo objectivo é impedir ou, pelo menos, reduzir
substancialmente a chance de uma mulher engravidar após uma relação
sexual.
Os métodos anticoncepcionais podem ser simples e gratuitos como a
tabelinha ou o coitus interruptus (coito interrompido), ou mais complexos e
dependentes de ajuda médica, como o DIU e os anticoncepcionais hormonais.
Existem também os métodos contraceptivos definitivos, que requerem cirurgia
e têm como objectivo tornar o homem ou a mulher estéreis de forma
permanente, como nos casos da vasectomia ou da ligadura das trompas.

20
REFERÊNCIA
Anticoncepcional Hormonal Oral - Biblioteca Virtual em Saúde Ministério da
Saúde. Último acesso em 08 de maio de 2020;
ARAGUAIA, Mariana. "Pílulas anticoncepcionais"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/pilula.htm. Acesso em 28 de janeiro de
2022.
Daniels, K., Mosher, W. D., & Jones, J. (2013). Contraceptive methods women
have ever used: United States, 1982–2010. National Health Statistics Reports,
62(20).
Poli MEH, Mello CR, Machado RB, Neto JSP, Spinola PG, Tomas G, et al.
Manual de anticoncepção FREBASGO. Femina 2010.
Manual de anticoncepção da FEBRASGO – Febrasgo Federação Brasileira
das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Último acesso em 08 de maio
de 2020;
Métodos Contraceptivos - Febrasgo Federação Brasileira das Associações
de Ginecologia e Obstetrícia. Último acesso em 08 de maio de 2020;

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