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SUMÁRIO
SAÚDE DA MULHER ............................................................................................................................................ 2
PLANEJAMENTO SEXUAL E REPRODUTIVO .................................................................................................... 2
ANTICONCEPÇÃO ....................................................................................................................................... 2
MÉTODOS COMPORTAMENTAIS ................................................................................................................ 2
MÉTODOS DE BARREIRA ............................................................................................................................ 3
MÉTODOS HORMONAIS ............................................................................................................................. 5
MÉTODOS CIRÚRGICOS (DEFINITIVOS) ...................................................................................................... 8
DUPLA PROTEÇÃO ...................................................................................................................................... 9
ANTICONCEPÇÃO NA ADOLESCÊNCIA ........................................................................................................ 9
ANTICONCEPÇÃO NA PERIMENOPAUSA .................................................................................................. 10
ANTICONCEPÇÃO NO PÓS-PARTO E NO PÓS-ABORTO ............................................................................ 12
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................... 13

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SAÚDE DA MULHER
PLANEJAMENTO SEXUAL E REPRODUTIVO
ANTICONCEPÇÃO
A ANTICONCEPÇÃO É RECURSO DE PLANEJAMENTO FAMILIAR.
Corresponde ao conjunto de técnicas e métodos utilizados para que não aconteça uma
gravidez indesejada.
Os métodos anticoncepcionais podem ser classificados em dois grupos principais:
• Reversíveis
• Definitivos

Métodos Reversíveis:
• Comportamentais ou naturais
- tabela ou calendário, muco cervical, sintotérmico, curva térmica basal ou de
temperatura, coito interrompido, método da lactação e amenorreia (LAM).
• De barreira
- diafragma, espermaticida, esponjas, capuz cervical, preservativo feminino e
masculino.
- dispositivos intrauterinos (DIU de cobre e DIU de levonorgestrel).
• Hormonais
- orais, injetáveis, implantes subcutâneos e percutâneos, vaginais.
• De emergência
Métodos Definitivos
• Esterilização cirúrgica feminina
- ligadura tubária
• Esterilização cirúrgica masculina
- vasectomia

MÉTODOS COMPORTAMENTAIS
São os chamados métodos baseados na percepção de fertilidade.
A mulher precisa saber reconhecer o início e o fim de sua janela fértil. Além disso, a
responsabilidade deve ser compartilhada com o parceiro.
Método rítmico do calendário (tabelinha ou Ogino-Knaus)
A mulher deve realizar o cálculo do período fértil, analisando previamente o padrão
menstrual, durante 6 a 12 meses. O ciclo menstrual começa no primeiro dia da menstruação e
termina no último dia antes da menstruação seguinte. A mulher subtrai 18 da duração do seu
ciclo mais curto, estimando, assim, o primeiro dia de seu período fértil. Em seguida, ela subtrai
11 dias da duração do seu ciclo mais longo, que corresponde ao último dia de seu período fértil.
O casal deve evitar relações sexuais com penetração vaginal durante este período.
Método da ovulação ou método de Billings ou método do muco
Este método se baseia na evolução do muco cervical no ciclo menstrual. No dia que
corresponde ao pico de estrogênio, o muco se apresenta claro, transparente e elástico, como a

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clara de ovo crua, sendo conhecido como o dia ápice do muco e corresponde à máxima
fertilidade. Ao perceber o dia do ápice do muco, o casal não poderá ter relações com penetração
vaginal por três dias.
Sabe-se que a ovulação pode ocorrer durante o fluxo menstrual, embora
raramente. Portanto, os casais devem evitar relações sexuais vaginais durante os
dias de fluxo menstrual intenso, pois, nestes dias é difícil verificar as secreções
cervicais.

Curva térmica basal ou de temperatura


Realizado com base na observação das variações da temperatura corporal para identificar
a ovulação.
Para utilizar este método, a mulher precisa verificar sua temperatura diariamente, da
mesma maneira, no mesmo horário pela manhã, antes de sair da cama ou ingerir alimentos.
Após três dias da elevação da temperatura, o casal pode ter relações livremente.
O período de abstinência deverá ser desde o primeiro dia do ciclo menstrual até três dias
após a elevação da temperatura basal. Depois disso, o casal pode ter relações sexuais até o início
da próxima menstruação, o que deverá ocorrer nos próximos 10 a 12 dias.
Sintotérmico
Esse método é a combinação de outros métodos como o da tabela, do muco cervical, da
temperatura basal com a observação de sinais e sintomas que indicam o período fértil da
mulher.
Os principais sinais e sintomas (parâmetros subjetivos) encontrados na ovulação são:
- Dor abdominal.
- Sensação de peso nas mamas, mamas inchadas ou doloridas.
- Variações de humor e/ou da libido.
- Outros sintomas e sinais (enxaqueca, náuseas, acne, aumento de apetite, ganho de
peso, sensação de distensão abdominal, sangramento intermenstrual, entre outros).
Coito interrompido
Apesar de ser muito usado, não deve ser estimulado como método anticoncepcional,
devido a grande possibilidade de falha, considerando que o líquido que sai pouco antes da
ejaculação pode conter espermatozoides. Além disso, às vezes o homem não consegue
interromper a relação antes da ejaculação.
Método da lactação e amenorreia
É um método anticoncepcional temporário que consiste no uso da amamentação
exclusiva para evitar a gravidez.

MÉTODOS DE BARREIRA
Esses métodos impedem a chegada do espermatozoide até o óvulo.
Vantagens:
- Os preservativos (masculinos e femininos) são os únicos métodos de planejamento
reprodutivo que protegem contra a transmissão de DST/HIV/Aids.
- São métodos elegíveis para todas as pessoas que não estão dispostas a usar métodos
hormonais, DIU, métodos comportamentais ou anticoncepção cirúrgica.
- Apesar de alguns métodos de barreira requererem mais tempo para o aprendizado de
seu uso, suas vantagens são consideráveis.
- Não possuem efeitos sistêmicos.

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- Possuem poucos efeitos colaterais locais.


- Indicados em pessoas portadoras de doenças endocrinometabólicas.
- A eficácia dos diversos métodos de barreira aumenta com a associação deles.
- Existem raras contraindicações para o seu uso.
- Dispensam prescrição.
Condom ou preservativo ou camisinha masculina
Sua eficácia depende de seu uso correto, da motivação do casal em usá-lo a cada relação
sexual, do tempo de experiência com o método e da qualidade do produto, que por sua vez pode
ser afetada pelo armazenamento inadequado, principalmente por parte do usuário.
ATENÇÃO!
Qualquer lubrificante à base de água pode ser usado. Mas nunca deve ser usado
nenhum lubrificante a base de óleo, pois danificam o condom.
Nunca se deve usar duas camisinhas ao mesmo tempo, nem masculina com
feminina, nem duas camisinhas masculinas, nem duas femininas, pois o risco de
rompimento é maior.

Diafragma
Consiste em um capuz macio de látex ou de silicone côncavo, com borda flexível, que
recobre o colo uterino. É reutilizável.
Existem diafragmas de diversos tamanhos, sendo necessária a medição por profissional
de saúde treinado para determinar o tamanho adequado a cada mulher.
A eficácia depende do uso do diafragma de forma correta, todas as vezes em que a mulher
tenha relação sexual.
ATENÇÃO!
Previne algumas DST e complicações por elas causadas, especialmente
gonococos e clamídia.
Não protege contra HIV, HPV, herpes genital e tricomonas porque não recobre
a parede vaginal e a vulva.
A detecção de DST é motivo para suspender o uso do método. O retorno ao uso
ficará condicionado à cura da infecção e reavaliação de risco de nova DST e infecção
pelo HIV.
Pode ser colocado na hora da relação sexual ou, no máximo, duas horas
antes.
Pode ser usado com ou sem geleia espermicida.
O diafragma só deve ser retirado de seis a oito horas após a última relação
sexual, não devendo permanecer mais de 24 horas.

Espermaticidas
São substâncias químicas que, quando introduzidas na vagina, destroem ou imobilizam os
espermatozoides ou ainda inativam as enzimas necessárias para a penetração deles no óvulo.
No Brasil e no mundo, o produto espermaticida à base de nonoxinol-9 (N-9) a 2% é o mais
amplamente utilizado.
Dispositivo intrauterino – DIU
É um dos métodos de planejamento familiar mais usados em todo o mundo. Consiste em
um objeto pequeno de plástico flexível, em forma de T, podendo ser de dois tipos:

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• DIU com cobre: feito de polietileno estéril radiopaco e revestido com filamentos
e/ou anéis de cobre.
O DIU de cobre pode durar 5 ou 10 anos, dependendo do modelo. Não há necessidade de
períodos de “descanso” para inserir um novo DIU após a mulher ter usado o anterior por um
longo período.
A fertilidade retorna logo após a sua remoção.
Não interfere na qualidade ou quantidade do leite materno.
Pode ser usado até a menopausa (até um ano ou mais após a última menstruação).
Não interage com outra medicação.
O DIU não protege de DST/HIV/Aids.
• DIU que libera hormônio: feito de polietileno e a haste vertical é envolvida por
uma cápsula que libera continuamente pequenas quantidades de levonorgestrel.
Pode ser utilizado como método anticoncepcional, no tratamento da menorragia e na
terapia de reposição hormonal da mulher na menopausa, associado ao estrogênio.
O DIU de levonorgestrel tem sua duração de uso recomendada de cinco a sete anos.
ATENÇÃO!
O DIU pode ser inserido durante qualquer momento do ciclo menstrual (com a
certeza de não gravidez), preferencialmente durante a menstruação.
Pode ser colocado imediatamente após o parto ou até 48 horas, sendo o mais
indicado logo após a expulsão da placenta. Passadas as 48 horas, deve-se aguardar,
pelo menos, 4 semanas.

MÉTODOS HORMONAIS
Anticoncepcional hormonal oral
Classificam-se em: combinados (estrogênio com progesterona) e nos que tem apenas com
progestogênio ou minipílulas.
As pílulas combinadas são divididas em monofásicas, bifásicas e trifásicas.

Vantagens do anticoncepcional oral:


- Proporcionam ciclos menstruais regulares, com menor sangramento.
- Diminuem a frequência e a intensidade das cólicas menstruais.
- Diminuem a incidência de gravidez ectópica, doença inflamatória pélvica (DIP), câncer
de endométrio, câncer de ovário, cistos funcionais de ovário, doença benigna da mama e
miomas uterinos.
- Muito eficazes quando em uso correto.
- Não há necessidade de pausas para “descanso”.
- Podem ser usadas desde a adolescência até a menopausa.
- A fertilidade retorna logo após a interrupção de seu uso.

Riscos e complicações do anticoncepcional oral:


- Não são recomendados para lactantes, por afetar a qualidade e quantidade do leite.
- Muito raramente, podem causar acidentes vasculares, tromboses venosas profundas ou
infarto do miocárdio, sendo que o risco é maior entre fumantes (mais de 15 cigarros/dia) com
35 anos ou mais.
- Podem aumentar o risco para tumores de fígado, sendo extremamente raros os tumores
malignos.

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- De acordo com a informação atualmente disponível, a pílula não aumenta o risco para
câncer de colo uterino e de mama, porém novos estudos são necessários para se obter
conclusões mais precisas.

Interações Medicamentosas:
Existem as medicações que diminuem o efeito o anticoncepcional oral e aqueles que têm
seu efeito diminuído pelo uso do anticoncepcional oral.
- Drogas que diminuem o efeito do anticoncepcional oral: Anticonvulsivantes
(carbamazepina, fenitoína, fenobarbital); rifampicina; antiretrovirais; analgésicos;
antifúngicos; hipnóticos; tranquilizantes; diuréticos.
- Drogas que têm o efeito diminuído pelo uso do anticoncepcional oral:
anticonvulsivantes; antidepressivos; alguns benzodiazepínicos; anticoagulantes;
antihipertensivos; hipoglicemiantes.
Anticoncepcionais hormonais orais apenas de progestogênio – minipílulas
São os anticoncepcionais orais mais apropriados para a mulher que amamenta.

Podem ser usadas por lactantes a partir de seis semanas após o parto. A quantidade e a
qualidade do leite materno não são prejudicadas.
Mulheres que não estão amamentando também podem utilizar, porém a eficácia é menor
quando comparada ao uso de anticoncepcionais combinados.
Esses anticoncepcionais contêm uma dose muito baixa de progestogênio. Eles não contêm
estrogênio.

Interações medicamentosas:
Pode haver interação com a rifampicina, griseofulvina e anticonvulsivantes (fenitoína,
carbamazepina, barbitúricos, primidona), que são medicamentos indutores de enzimas
hepáticas e reduzem a eficácia da minipílula.
Não há interação clínica significativa demonstrada até o momento com os antirretrovirais
(ARV) disponíveis para o controle de infecção pelo HIV.
Anticoncepcional hormonal injetável
Podem ser:
• Mensal
Os anticoncepcionais injetáveis mensais são combinados e, em suas diferentes
formulações, contêm um éster de um estrogênio natural, o estradiol e um progestogênio
sintético, diferentemente dos anticoncepcionais orais combinados, nos quais ambos os
hormônios são sintéticos.
O uso entre as lactantes deve ser evitado, pelo menos até o sexto mês após o
parto.
Para evitar o risco de doença tromboembólica no período puerperal, não devem
ser utilizados antes dos 21 dias após o parto, entre não lactantes.

Interações Medicamentosas:
Acredita-se que a Rifampicina e os anticonvulsivantes não diminuem a eficácia do
anticoncepcional.
Por outro lado, os antirretrovirais (ARV) não nucleosídeos (efavirenz e nevirapina) e os
inibidores de protease (nelfinavir e ritonavir), disponíveis para o controle da infecção pelo HIV,
interagem diminuindo os níveis séricos dos hormônios estrogênicos, reduzindo sua eficácia
contraceptiva. O uso adicional do preservativo, masculino ou feminino, deve ser indicado.

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• Trimestral
Os trimestrais possuem apenas progestogênio. É um progestogênio semelhante ao
produzido pelo organismo feminino, que é liberado lentamente na circulação sanguínea. É
também conhecido como acetato de medroxiprogesterona de depósito – AMP-D.
Pode ser usado durante a amamentação.

Interações Medicamentosas:
Não há interação clínica significativa, demonstrada até o momento, com os
antirretrovirais (ARV) disponíveis para o controle de infecção pelo HIV.
Implantes subcutâneos
São métodos contraceptivos constituídos de um sistema de silicone polimerizado com um
hormônio no seu interior, responsável pelo efeito anticoncepcional quando liberado na
corrente sanguínea. Esse sistema é disponível atualmente no Brasil à base de progestogênio. O
mais comercializado contém etonogestrel (3-keto-desogestrel).
A inserção é feita no subcutâneo da face interna do braço, no esquerdo das
mulheres destras e no direito das canhotas, a cerca de quatro dedos transversos
acima da prega do cotovelo.

Vantagens:
- Método de longa duração: o implante com etonogestrel dura três anos.
- Muito eficaz.
- Previne gravidez ectópica.
- Rapidamente reversível: o retorno da fertilidade ocorre rapidamente após a remoção do
implante; os estudos mostraram retorno da ovulação três a seis semanas
após a sua remoção.
- Pode ser usado como coadjuvante no tratamento da dismenorreia.

Anticoncepção de emergência
É o método conhecido também é como “pílula do dia seguinte”. Consiste em pílulas que
contém estrogênio e progestogênio ou apenas progestogênio.
Devem ser utilizadas depois de uma relação sexual desprotegida, para evitar gravidez; nos
casos de falha ou esquecimento do uso de algum método: ruptura do preservativo,
esquecimento de pílulas ou injetáveis, deslocamento do DIU ou do diafragma, e no caso de
violência sexual, se a mulher não estiver usando nenhum método anticoncepcional.
Deve ser usada somente como método de emergência, e não de forma regular,
substituindo outro método anticoncepcional.

A anticoncepção de emergência pode ajudar a prevenir os abortos provocados, na medida


em que previne gestações indesejadas, que decorram de relações sexuais sem proteção
anticoncepcional.
Qualquer mulher pode usar a anticoncepção oral de emergência, mesmo
aquelas que, habitualmente, tenham contraindicações ao uso de anticoncepcionais
hormonais combinados. Não existem riscos para a mulher ou para o feto se for
acidentalmente usada na vigência de gravidez.

Podem ser utilizados de duas formas:

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- Levonorgestrel (comprimido de 0,75 mg ou comprimido de 1,5 mg): pode ser


administrado em dose única oral de 1,5 mg (dois comprimidos de 0,75 mg ou um comprimido
de 1,5 mg) ou duas doses de 0,75 mg administradas com intervalo de 12 horas. A dose única
apresenta a vantagem de simplificar o uso, evitando o esquecimento da segunda pílula após 12
horas.
- Método Yuzpe: utiliza anticoncepcionais hormonais orais combinados (etinilestradiol e
levonorgestrel) divididos em duas doses iguais, com intervalo de 12 horas e com dose total de
0,2 mg de etinilestradiol e 1 mg de levonorgestrel. No caso de utilização de pílulas contendo
0,05 mg de etinilestradiol e 0,25 mg de levonorgestrel por comprimido, usar dois comprimidos
a cada 12 horas. No caso de utilização de pílulas contendo 0,03 mg de etinilestradiol e 0,15 mg
de levonorgestrel por comprimido, usar quatro comprimidos a cada 12 horas.

MÉTODOS CIRÚRGICOS (DEFINITIVOS)


Deve-se levar em consideração a possibilidade de arrependimento da mulher ou do
homem e o pouco acesso das pessoas às técnicas de reversão da cirurgia.
No aconselhamento, deve ser desencorajada a esterilização precoce, ressaltando-se a
existência de métodos reversíveis com eficácia similar aos métodos cirúrgicos.
Ligadura Tubária ou laqueadura tubária
Consiste em procedimento cirúrgico para oclusão da trompa de Falópio, com a finalidade
de interromper a sua permeabilidade.
O OBJETIVO É EXCLUSIVAMENTE CONTRACEPTIVO.
Tipos de oclusão tubária:
- Salpingectomia parcial: é o tipo mais comum de esterilização feminina e inclui
diferentes técnicas; a mais amplamente utilizada é a de Pomeroy.
- Anéis: o mais utilizado é o anel de silicone, também chamado anel de Yonn.
- Grampos: essa técnica causa menor lesão nas trompas. Os tipos mais utilizados são os
grampos ou clipes de Filshie e de Hulka-Clemens.
- Eletrocoagulação: na eletrocoagulação, a corrente elétrica é usada para queimar ou
coagular pequena parte da trompa de Falópio. A eletrocoagulação bipolar é a mais utilizada.
A reversão da laqueadura tubária é possível por microcirurgia. Entretanto, o
procedimento é difícil, caro e não está acessível para a maioria das mulheres. Além
disso, o risco de gravidez ectópica após a reversão é alto.

Vasectomia
É um procedimento cirúrgico simples, de pequeno porte, seguro e rápido.
Consiste na ligadura dos ductos deferentes. Tem por objetivo interromper o fluxo de
espermatozoides em direção à próstata e vesículas seminais para constituição do líquido
seminal. Pode ser realizado em ambulatório, com anestesia local.
A reversão cirúrgica é complexa, cara e não está amplamente disponível.
Mesmo quando a reversão é possível, o sucesso do procedimento é bastante limitado

Orientações importantes!
- Após a vasectomia, usar preservativo ou outro método anticoncepcional eficaz durante
as próximas 20 ejaculações ou por três meses após o procedimento, ou após a realização de
um espermograma cujo resultado indique azoospermia.

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- Realizar o espermograma três meses após a vasectomia ou após 20 ejaculações.


- Liberar a atividade sexual sem outra proteção anticoncepcional somente quando o
espermograma não indicar presença de espermatozoides.
Comparada à esterilização feminina, a vasectomia:
• É provavelmente um pouco mais eficaz.
• É um pouco mais segura.
• É mais fácil de ser realizada.
• É de menor custo.
• Sua eficácia pode ser verificada a qualquer momento por meio de
espermograma.

DUPLA PROTEÇÃO
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a dupla proteção corresponde à
prevenção simultânea das doenças sexualmente transmissíveis (hoje conhecidas como IST´s) e
gravidez.
Uso combinado da camisinha masculina ou feminina com outro método
anticoncepcional.

Deve-se estimular sempre o uso da camisinha masculina ou feminina em todas as relações


sexuais, por ser o único método que protege contra as DST/HIV/Aids.
A camisinha pode ser usada associada a outro método anticoncepcional – dupla proteção
ou isoladamente.
ENFATIZAR A IMPORTÂNCIA DA DUPLA PROTEÇÃO.

ANTICONCEPÇÃO NA ADOLESCÊNCIA
A maioria dos métodos anticoncepcionais disponíveis podem ser utilizados na
adolescência. Entretanto, algumas considerações devem ser pontuadas:
• De modo geral, não há restrições ao uso de anticoncepcionais hormonais. Os
combinados, compostos de estrogênio e progestogênio (anticoncepcionais orais
combinados, injetável mensal, adesivo anticoncepcional transdérmico e anel
vaginal), podem ser usados desde a menarca.
• Deve-se evitar o uso de anticoncepcionais só de progestogênio (injetável
trimestral e da pílula só de progesterona – minipílula) antes dos 18 anos, pelo
possível risco de diminuição da calcificação óssea.
• O diafragma é considerado ótimo método anticoncepcional para adolescentes.
• O DIU pode ser utilizado em nulíparas, mas com cuidado e acompanhamento
rigoroso da menarca até os 19 anos. Por outro lado, o DIU não deve ser estimulado
e indicado para as adolescentes que têm mais de um parceiro sexual ou cujos
parceiros têm outros parceiros/parceiras e não usam camisinha em todas as
relações sexuais devido ao risco maior de contrair as IST.
• Os métodos comportamentais (tabelinha, muco cervical, temperatura basal) não
são indicados, pois a irregularidade menstrual nessa fase é muito comum; além
de ser métodos que necessitam de muita disciplina e planejamento do casal.
• A anticoncepção oral de emergência é considerada muito importante para as
adolescentes, por pertencerem a um grupo que tem maior risco de ter relações

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sexuais desprotegidas. Entretanto, é necessário que as informações em relação a


não utilizar esse método como rotina, sejam passadas criteriosamente.
• Os métodos cirúrgicos (laqueadura e vasectomia) não devem ser estimulados na
adolescência. Esses métodos só podem ser realizados quando existirem
condições clínicas ou genéticas que façam com que seja imperativo evitar a
gravidez permanentemente.

DIREITOS DOS ADOLESCENTES


• Acesso a informações e à educação em saúde sexual e saúde reprodutiva.
• Acesso a meios e métodos que auxiliem a evitar uma gravidez não planejada, bem
como a prevenir contra as IST.
• Ter a liberdade de escolha respeitada.
• Garantia de privacidade, segredo e confidencialidade.
• Atendimento individual, sem qualquer outra pessoa presente, em espaço privado,
reconhecendo-se sua autonomia e individualidade.
Recomenda-se que a equipe de saúde busque sempre encorajar o adolescente
a dialogar com a sua família, de modo a envolvê-la no acompanhamento dos seus
problemas.

E QUANDO DEVE SER QUEBRADO O SIGILO?


• Atendimentos a pessoas com deficiência intelectual e distúrbios psiquiátricos.
• Nos casos em que há referência explícita ou suspeita de maus-tratos e/ou de
abuso sexual.
Nos casos de maus-tratos e/ou de abuso sexual, é obrigatória a notificação ao
Conselho Tutelar ou à Vara da Infância e da Juventude.

ANTICONCEPÇÃO NA PERIMENOPAUSA
Perimenopausa: período que antecede a última menstruação.
Climatério: transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo.
A anticoncepção no climatério é de grande importância, pois nessa fase há uma maior
possibilidade de complicações maternas durante a gravidez. Além da maior ocorrência de
anomalias cromossômicas fetais e abortamentos espontâneos.
A mulher no climatério pode usar qualquer método anticoncepcional, desde que não
apresente algumas das condições clínicas que contraindiquem o seu uso.
A anticoncepção nessa fase, quando requerida, deve ser mantida até um ano após a
menopausa.
O uso do preservativo (masculino e feminino) deve ser estimulado.
O anticoncepcional hormonal combinado oral, de baixa dosagem, é seguro e
eficaz, quando usado correta e consistentemente.
O tabagismo em mulheres acima de 35 anos constitui uma contraindicação para
o uso dos anticoncepcionais hormonais combinados orais, pois, em qualquer idade,
o fumo aumenta o risco para as doenças cardiovasculares.

MÉTODOS

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• Minipílula: Tem eficácia contraceptiva menor, mas considerando a diminuição


da fertilidade, pode-se utilizar quando o há contraindicação ao uso de
estrogênio.
• Injetável mensal: pode ser usado no climatério. Entretanto, deve-se evitar o uso
de formulações com elevadas doses de estrogênio, que aumentam o risco de
hiperplasia do endométrio e favorecem o aparecimento de fenômenos
tromboembólicos.
• Injetável trimestral: Tem alta eficácia e pode ser usado quando for
contraindicado o uso de estrógeno. Porém apresenta grande incidência de efeitos
indesejáveis. Por isso, o injetável trimestral não constitui boa escolha para a
perimenopausa, restringindo-se sua indicação quando da impossibilidade
de uso de outros métodos.
• Implantes subcutâneos: apresentam alta eficácia contraceptiva e proteção
endometrial. Porém, alguns efeitos colaterais como acne, mastalgia, cefaleia,
aumento de peso, diminuição da libido, labilidade emocional e controle deficiente
de ciclos menstruais fazem com que o método não seja bem aceito na
perimenopausa.
• Anel vaginal: é composto de estrogênio e progesterona. É uma alternativa de
contracepção importante no climatério, em razão de sua praticidade de uso e de
sua eficácia comprovada. As contraindicações são as mesmas do anticoncepcional
hormonal combinado oral (tabagismo, cefaleia crônica, além da presença de
cervicocolpites).
• Adesivo anticoncepcional transdérmico: contém dois hormônios, estrogênio e
progestogênio, que são absorvidos por meio da pele. Pode ser utilizado em casos
de intolerância gástrica ou da dificuldade de uso das pílulas anticoncepcionais
pela ocorrência de esquecimentos frequentes. Possui alta eficácia, sendo o custo
o fator que dificulta seu uso. As contraindicações são as mesmas do
anticoncepcional hormonal combinado oral, por exemplo, tabagismo e cefaleia
crônica.
• DIU de cobre: excelente método para ser usado na pré-menopausa, desde que a
mulher não apresente nenhuma condição que contraindique o seu uso. Apresenta
elevada eficácia, tem poucos efeitos colaterais, longa duração e ausência de
efeitos metabólicos. Entre as suas desvantagens, destacam-se a possibilidade de
aumento do fluxo menstrual, a maior incidência de dismenorréia e a maior taxa
de expulsão.
• DIU com levonorgestrel: age localmente no útero, com mínima absorção
sanguínea. Provoca diminuição gradativa do fluxo menstrual, podendo promover
amenorreia por atrofia endometrial, embora não provoque as reações sistêmicas
relacionadas à progesterona. É considerado bom método para uso no climatério,
por ser um método anticoncepcional de longa duração altamente eficaz e
reversível que contribui para o controle das hipermenorragias, comuns nessa
fase.
• Diafragma: é um ótimo método para mulheres motivadas a usá-lo e bem
orientadas. Assim como todos os métodos de barreira, tem a vantagem de não
ocasionar alterações sistêmicas. O aumento da frequência de relaxamento pélvico
e de prolapso uterino, nesse grupo etário, deve ser considerado na indicação
desse método.
• Espermaticidas: podem provocar irritação e/ou microfissuras na mucosa
vaginal e cervical quando usados várias vezes ao dia, aumentando o risco de
infecção e transmissibilidade de DST/HIV. Além disso, podem agravar a colpite

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hipoestrogênica (atrófica), não sendo um método que deva ser incentivado para
a mulher na perimenopausa.
• Métodos comportamentais: são pouco recomendados para mulheres na pré-
menopausa, devido à irregularidade menstrual.
• Anticoncepção oral de emergência: pode ser utilizada para evitar gravidez
indesejada após relação sexual desprotegida.
• Laqueadura tubária: A indicação desse método deve ser criteriosa, quando os
benefícios realmente compensarem os riscos e não houver outras opções.
• Vasectomia: ao contrário da esterilização feminina, deve ser incentivada, por se
tratar de um procedimento mais fácil e seguro, em relação à laqueadura tubária.
É ótima alternativa de dividir a responsabilidade sexual e reprodutiva com o
parceiro. Pode ser revertida, entretanto, a esterilização sempre deve ser
considerada como definitiva, o que enfatiza a importância de aconselhamento
muito cuidadoso e completo das pessoas e/ou casais que solicitam esse método,
como pré-requisito ético e legal.

ANTICONCEPÇÃO NO PÓS-PARTO E NO PÓS-ABORTO


O efeito inibidor da fertilidade, que o aleitamento exclusivo com amenorreia tem, pode
ser utilizado como método comportamental de anticoncepção – LAM (método da lactação e
amenorréia).
A mulher em amamentação exclusiva pode optar pelo LAM isoladamente como método
anticoncepcional, ou pela associação do LAM com algum outro método anticoncepcional que
não interfira na amamentação.
O método da lactação e amenorreia (LAM) impõe três condições:
- Que a menstruação da mãe não tenha retornado.
- Que o bebê esteja sendo alimentado no peito de forma integral e que seja amamentado
com frequência, dia e noite.
- Que o bebê tenha menos de seis meses de idade.

Anticoncepcionais que podem ser utilizados juntamente com a amamentação:


- Minipílula – o uso deve ser iniciado após seis semanas do parto.
- Injetável trimestral – o uso deve ser iniciado após seis semanas do parto.
- Diafragma
- DIU – Pode ser inserido imediatamente após o parto, ou a partir de quatro semanas pós
parto, sem que seja necessário esperar pelo retorno da menstruação.
O DIU está contraindicado para os casos que cursaram com infecção puerperal,
até três meses após a cura.

Os anticoncepcionais hormonais combinados, que contêm estrogênio e progesterona


(pílulas combinadas e injetável mensal), não devem ser usados em lactantes, pois interferem
na qualidade e na quantidade do leite materno e podem afetar adversamente a saúde do bebê.
Os métodos comportamentais só poderão ser usados após o estabelecimento de ciclos
menstruais regulares.

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Saúde sexual e saúde reprodutiva. Cadernos de Atenção Básica. Brasília:
Ministério da Saúde, 2010.
FEBRASGO. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Manual de
Anticoncepção. São Paulo, 2015.

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