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SUMÁRIO
SAÚDE DA MULHER ............................................................................................................................................ 2
PLANEJAMENTO SEXUAL E REPRODUTIVO .................................................................................................... 2
ANTICONCEPÇÃO ....................................................................................................................................... 2
MÉTODOS COMPORTAMENTAIS ................................................................................................................ 2
MÉTODOS DE BARREIRA ............................................................................................................................ 3
MÉTODOS HORMONAIS ............................................................................................................................. 5
MÉTODOS CIRÚRGICOS (DEFINITIVOS) ...................................................................................................... 8
DUPLA PROTEÇÃO ...................................................................................................................................... 9
ANTICONCEPÇÃO NA ADOLESCÊNCIA ........................................................................................................ 9
ANTICONCEPÇÃO NA PERIMENOPAUSA .................................................................................................. 10
ANTICONCEPÇÃO NO PÓS-PARTO E NO PÓS-ABORTO ............................................................................ 12
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................... 13
SAÚDE DA MULHER
PLANEJAMENTO SEXUAL E REPRODUTIVO
ANTICONCEPÇÃO
A ANTICONCEPÇÃO É RECURSO DE PLANEJAMENTO FAMILIAR.
Corresponde ao conjunto de técnicas e métodos utilizados para que não aconteça uma
gravidez indesejada.
Os métodos anticoncepcionais podem ser classificados em dois grupos principais:
• Reversíveis
• Definitivos
Métodos Reversíveis:
• Comportamentais ou naturais
- tabela ou calendário, muco cervical, sintotérmico, curva térmica basal ou de
temperatura, coito interrompido, método da lactação e amenorreia (LAM).
• De barreira
- diafragma, espermaticida, esponjas, capuz cervical, preservativo feminino e
masculino.
- dispositivos intrauterinos (DIU de cobre e DIU de levonorgestrel).
• Hormonais
- orais, injetáveis, implantes subcutâneos e percutâneos, vaginais.
• De emergência
Métodos Definitivos
• Esterilização cirúrgica feminina
- ligadura tubária
• Esterilização cirúrgica masculina
- vasectomia
MÉTODOS COMPORTAMENTAIS
São os chamados métodos baseados na percepção de fertilidade.
A mulher precisa saber reconhecer o início e o fim de sua janela fértil. Além disso, a
responsabilidade deve ser compartilhada com o parceiro.
Método rítmico do calendário (tabelinha ou Ogino-Knaus)
A mulher deve realizar o cálculo do período fértil, analisando previamente o padrão
menstrual, durante 6 a 12 meses. O ciclo menstrual começa no primeiro dia da menstruação e
termina no último dia antes da menstruação seguinte. A mulher subtrai 18 da duração do seu
ciclo mais curto, estimando, assim, o primeiro dia de seu período fértil. Em seguida, ela subtrai
11 dias da duração do seu ciclo mais longo, que corresponde ao último dia de seu período fértil.
O casal deve evitar relações sexuais com penetração vaginal durante este período.
Método da ovulação ou método de Billings ou método do muco
Este método se baseia na evolução do muco cervical no ciclo menstrual. No dia que
corresponde ao pico de estrogênio, o muco se apresenta claro, transparente e elástico, como a
clara de ovo crua, sendo conhecido como o dia ápice do muco e corresponde à máxima
fertilidade. Ao perceber o dia do ápice do muco, o casal não poderá ter relações com penetração
vaginal por três dias.
Sabe-se que a ovulação pode ocorrer durante o fluxo menstrual, embora
raramente. Portanto, os casais devem evitar relações sexuais vaginais durante os
dias de fluxo menstrual intenso, pois, nestes dias é difícil verificar as secreções
cervicais.
MÉTODOS DE BARREIRA
Esses métodos impedem a chegada do espermatozoide até o óvulo.
Vantagens:
- Os preservativos (masculinos e femininos) são os únicos métodos de planejamento
reprodutivo que protegem contra a transmissão de DST/HIV/Aids.
- São métodos elegíveis para todas as pessoas que não estão dispostas a usar métodos
hormonais, DIU, métodos comportamentais ou anticoncepção cirúrgica.
- Apesar de alguns métodos de barreira requererem mais tempo para o aprendizado de
seu uso, suas vantagens são consideráveis.
- Não possuem efeitos sistêmicos.
Diafragma
Consiste em um capuz macio de látex ou de silicone côncavo, com borda flexível, que
recobre o colo uterino. É reutilizável.
Existem diafragmas de diversos tamanhos, sendo necessária a medição por profissional
de saúde treinado para determinar o tamanho adequado a cada mulher.
A eficácia depende do uso do diafragma de forma correta, todas as vezes em que a mulher
tenha relação sexual.
ATENÇÃO!
Previne algumas DST e complicações por elas causadas, especialmente
gonococos e clamídia.
Não protege contra HIV, HPV, herpes genital e tricomonas porque não recobre
a parede vaginal e a vulva.
A detecção de DST é motivo para suspender o uso do método. O retorno ao uso
ficará condicionado à cura da infecção e reavaliação de risco de nova DST e infecção
pelo HIV.
Pode ser colocado na hora da relação sexual ou, no máximo, duas horas
antes.
Pode ser usado com ou sem geleia espermicida.
O diafragma só deve ser retirado de seis a oito horas após a última relação
sexual, não devendo permanecer mais de 24 horas.
Espermaticidas
São substâncias químicas que, quando introduzidas na vagina, destroem ou imobilizam os
espermatozoides ou ainda inativam as enzimas necessárias para a penetração deles no óvulo.
No Brasil e no mundo, o produto espermaticida à base de nonoxinol-9 (N-9) a 2% é o mais
amplamente utilizado.
Dispositivo intrauterino – DIU
É um dos métodos de planejamento familiar mais usados em todo o mundo. Consiste em
um objeto pequeno de plástico flexível, em forma de T, podendo ser de dois tipos:
• DIU com cobre: feito de polietileno estéril radiopaco e revestido com filamentos
e/ou anéis de cobre.
O DIU de cobre pode durar 5 ou 10 anos, dependendo do modelo. Não há necessidade de
períodos de “descanso” para inserir um novo DIU após a mulher ter usado o anterior por um
longo período.
A fertilidade retorna logo após a sua remoção.
Não interfere na qualidade ou quantidade do leite materno.
Pode ser usado até a menopausa (até um ano ou mais após a última menstruação).
Não interage com outra medicação.
O DIU não protege de DST/HIV/Aids.
• DIU que libera hormônio: feito de polietileno e a haste vertical é envolvida por
uma cápsula que libera continuamente pequenas quantidades de levonorgestrel.
Pode ser utilizado como método anticoncepcional, no tratamento da menorragia e na
terapia de reposição hormonal da mulher na menopausa, associado ao estrogênio.
O DIU de levonorgestrel tem sua duração de uso recomendada de cinco a sete anos.
ATENÇÃO!
O DIU pode ser inserido durante qualquer momento do ciclo menstrual (com a
certeza de não gravidez), preferencialmente durante a menstruação.
Pode ser colocado imediatamente após o parto ou até 48 horas, sendo o mais
indicado logo após a expulsão da placenta. Passadas as 48 horas, deve-se aguardar,
pelo menos, 4 semanas.
MÉTODOS HORMONAIS
Anticoncepcional hormonal oral
Classificam-se em: combinados (estrogênio com progesterona) e nos que tem apenas com
progestogênio ou minipílulas.
As pílulas combinadas são divididas em monofásicas, bifásicas e trifásicas.
- De acordo com a informação atualmente disponível, a pílula não aumenta o risco para
câncer de colo uterino e de mama, porém novos estudos são necessários para se obter
conclusões mais precisas.
Interações Medicamentosas:
Existem as medicações que diminuem o efeito o anticoncepcional oral e aqueles que têm
seu efeito diminuído pelo uso do anticoncepcional oral.
- Drogas que diminuem o efeito do anticoncepcional oral: Anticonvulsivantes
(carbamazepina, fenitoína, fenobarbital); rifampicina; antiretrovirais; analgésicos;
antifúngicos; hipnóticos; tranquilizantes; diuréticos.
- Drogas que têm o efeito diminuído pelo uso do anticoncepcional oral:
anticonvulsivantes; antidepressivos; alguns benzodiazepínicos; anticoagulantes;
antihipertensivos; hipoglicemiantes.
Anticoncepcionais hormonais orais apenas de progestogênio – minipílulas
São os anticoncepcionais orais mais apropriados para a mulher que amamenta.
Podem ser usadas por lactantes a partir de seis semanas após o parto. A quantidade e a
qualidade do leite materno não são prejudicadas.
Mulheres que não estão amamentando também podem utilizar, porém a eficácia é menor
quando comparada ao uso de anticoncepcionais combinados.
Esses anticoncepcionais contêm uma dose muito baixa de progestogênio. Eles não contêm
estrogênio.
Interações medicamentosas:
Pode haver interação com a rifampicina, griseofulvina e anticonvulsivantes (fenitoína,
carbamazepina, barbitúricos, primidona), que são medicamentos indutores de enzimas
hepáticas e reduzem a eficácia da minipílula.
Não há interação clínica significativa demonstrada até o momento com os antirretrovirais
(ARV) disponíveis para o controle de infecção pelo HIV.
Anticoncepcional hormonal injetável
Podem ser:
• Mensal
Os anticoncepcionais injetáveis mensais são combinados e, em suas diferentes
formulações, contêm um éster de um estrogênio natural, o estradiol e um progestogênio
sintético, diferentemente dos anticoncepcionais orais combinados, nos quais ambos os
hormônios são sintéticos.
O uso entre as lactantes deve ser evitado, pelo menos até o sexto mês após o
parto.
Para evitar o risco de doença tromboembólica no período puerperal, não devem
ser utilizados antes dos 21 dias após o parto, entre não lactantes.
Interações Medicamentosas:
Acredita-se que a Rifampicina e os anticonvulsivantes não diminuem a eficácia do
anticoncepcional.
Por outro lado, os antirretrovirais (ARV) não nucleosídeos (efavirenz e nevirapina) e os
inibidores de protease (nelfinavir e ritonavir), disponíveis para o controle da infecção pelo HIV,
interagem diminuindo os níveis séricos dos hormônios estrogênicos, reduzindo sua eficácia
contraceptiva. O uso adicional do preservativo, masculino ou feminino, deve ser indicado.
• Trimestral
Os trimestrais possuem apenas progestogênio. É um progestogênio semelhante ao
produzido pelo organismo feminino, que é liberado lentamente na circulação sanguínea. É
também conhecido como acetato de medroxiprogesterona de depósito – AMP-D.
Pode ser usado durante a amamentação.
Interações Medicamentosas:
Não há interação clínica significativa, demonstrada até o momento, com os
antirretrovirais (ARV) disponíveis para o controle de infecção pelo HIV.
Implantes subcutâneos
São métodos contraceptivos constituídos de um sistema de silicone polimerizado com um
hormônio no seu interior, responsável pelo efeito anticoncepcional quando liberado na
corrente sanguínea. Esse sistema é disponível atualmente no Brasil à base de progestogênio. O
mais comercializado contém etonogestrel (3-keto-desogestrel).
A inserção é feita no subcutâneo da face interna do braço, no esquerdo das
mulheres destras e no direito das canhotas, a cerca de quatro dedos transversos
acima da prega do cotovelo.
Vantagens:
- Método de longa duração: o implante com etonogestrel dura três anos.
- Muito eficaz.
- Previne gravidez ectópica.
- Rapidamente reversível: o retorno da fertilidade ocorre rapidamente após a remoção do
implante; os estudos mostraram retorno da ovulação três a seis semanas
após a sua remoção.
- Pode ser usado como coadjuvante no tratamento da dismenorreia.
Anticoncepção de emergência
É o método conhecido também é como “pílula do dia seguinte”. Consiste em pílulas que
contém estrogênio e progestogênio ou apenas progestogênio.
Devem ser utilizadas depois de uma relação sexual desprotegida, para evitar gravidez; nos
casos de falha ou esquecimento do uso de algum método: ruptura do preservativo,
esquecimento de pílulas ou injetáveis, deslocamento do DIU ou do diafragma, e no caso de
violência sexual, se a mulher não estiver usando nenhum método anticoncepcional.
Deve ser usada somente como método de emergência, e não de forma regular,
substituindo outro método anticoncepcional.
Vasectomia
É um procedimento cirúrgico simples, de pequeno porte, seguro e rápido.
Consiste na ligadura dos ductos deferentes. Tem por objetivo interromper o fluxo de
espermatozoides em direção à próstata e vesículas seminais para constituição do líquido
seminal. Pode ser realizado em ambulatório, com anestesia local.
A reversão cirúrgica é complexa, cara e não está amplamente disponível.
Mesmo quando a reversão é possível, o sucesso do procedimento é bastante limitado
Orientações importantes!
- Após a vasectomia, usar preservativo ou outro método anticoncepcional eficaz durante
as próximas 20 ejaculações ou por três meses após o procedimento, ou após a realização de
um espermograma cujo resultado indique azoospermia.
DUPLA PROTEÇÃO
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a dupla proteção corresponde à
prevenção simultânea das doenças sexualmente transmissíveis (hoje conhecidas como IST´s) e
gravidez.
Uso combinado da camisinha masculina ou feminina com outro método
anticoncepcional.
ANTICONCEPÇÃO NA ADOLESCÊNCIA
A maioria dos métodos anticoncepcionais disponíveis podem ser utilizados na
adolescência. Entretanto, algumas considerações devem ser pontuadas:
• De modo geral, não há restrições ao uso de anticoncepcionais hormonais. Os
combinados, compostos de estrogênio e progestogênio (anticoncepcionais orais
combinados, injetável mensal, adesivo anticoncepcional transdérmico e anel
vaginal), podem ser usados desde a menarca.
• Deve-se evitar o uso de anticoncepcionais só de progestogênio (injetável
trimestral e da pílula só de progesterona – minipílula) antes dos 18 anos, pelo
possível risco de diminuição da calcificação óssea.
• O diafragma é considerado ótimo método anticoncepcional para adolescentes.
• O DIU pode ser utilizado em nulíparas, mas com cuidado e acompanhamento
rigoroso da menarca até os 19 anos. Por outro lado, o DIU não deve ser estimulado
e indicado para as adolescentes que têm mais de um parceiro sexual ou cujos
parceiros têm outros parceiros/parceiras e não usam camisinha em todas as
relações sexuais devido ao risco maior de contrair as IST.
• Os métodos comportamentais (tabelinha, muco cervical, temperatura basal) não
são indicados, pois a irregularidade menstrual nessa fase é muito comum; além
de ser métodos que necessitam de muita disciplina e planejamento do casal.
• A anticoncepção oral de emergência é considerada muito importante para as
adolescentes, por pertencerem a um grupo que tem maior risco de ter relações
ANTICONCEPÇÃO NA PERIMENOPAUSA
Perimenopausa: período que antecede a última menstruação.
Climatério: transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo.
A anticoncepção no climatério é de grande importância, pois nessa fase há uma maior
possibilidade de complicações maternas durante a gravidez. Além da maior ocorrência de
anomalias cromossômicas fetais e abortamentos espontâneos.
A mulher no climatério pode usar qualquer método anticoncepcional, desde que não
apresente algumas das condições clínicas que contraindiquem o seu uso.
A anticoncepção nessa fase, quando requerida, deve ser mantida até um ano após a
menopausa.
O uso do preservativo (masculino e feminino) deve ser estimulado.
O anticoncepcional hormonal combinado oral, de baixa dosagem, é seguro e
eficaz, quando usado correta e consistentemente.
O tabagismo em mulheres acima de 35 anos constitui uma contraindicação para
o uso dos anticoncepcionais hormonais combinados orais, pois, em qualquer idade,
o fumo aumenta o risco para as doenças cardiovasculares.
MÉTODOS
hipoestrogênica (atrófica), não sendo um método que deva ser incentivado para
a mulher na perimenopausa.
• Métodos comportamentais: são pouco recomendados para mulheres na pré-
menopausa, devido à irregularidade menstrual.
• Anticoncepção oral de emergência: pode ser utilizada para evitar gravidez
indesejada após relação sexual desprotegida.
• Laqueadura tubária: A indicação desse método deve ser criteriosa, quando os
benefícios realmente compensarem os riscos e não houver outras opções.
• Vasectomia: ao contrário da esterilização feminina, deve ser incentivada, por se
tratar de um procedimento mais fácil e seguro, em relação à laqueadura tubária.
É ótima alternativa de dividir a responsabilidade sexual e reprodutiva com o
parceiro. Pode ser revertida, entretanto, a esterilização sempre deve ser
considerada como definitiva, o que enfatiza a importância de aconselhamento
muito cuidadoso e completo das pessoas e/ou casais que solicitam esse método,
como pré-requisito ético e legal.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Saúde sexual e saúde reprodutiva. Cadernos de Atenção Básica. Brasília:
Ministério da Saúde, 2010.
FEBRASGO. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Manual de
Anticoncepção. São Paulo, 2015.