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HIPERTENSÃO

INTRACRANIANA
Também é conhecida como elevação da pressão intracraniana (PIC)
Consiste em excesso de tecido cerebral, de sangue ou de líquor (LCS)
no crânio em determinado momento.

Pressão intracraniana:
pressão exercida pelo
volume do conteúdo
intracraniano dentro da
abóbada craniana
Fisiopatologia
Compensação:
↑ de qualquer um desvio do LCS, ↑ da
desses componentes absorção ou ↓da
modifica o vol. dos produção de LCS, ou
outros ↓ do vol. sanguíneo
cerebral

Sem essas alterações


compensatórias,
ocorre elevação da
PIC
Manifestações clínicas
Quando a PIC eleva até o ponto em que a capacidade do cérebro de compensar alcançou seus
limites, ocorre comprometimento da função neural.
Alterações no nível de consciência

Letargia (sinal mais precoce), agitação psicomotora, lentidão da fala e retardo na resposta a estímulos verbais

Inquietação (sem causa aparente), confusão ou sonolência crescente

Em casos graves: Tríade de cushing (bradicardia, bradipneia e hipertensão)

Com o aumento da pressão se o cliente torna-se torporoso e reage apenas a estímulos sonoros altos ou dolorosos
(indica comprometimento substancial da circulação cerebral)

Pode ocorrer coma (em coma profundo pupilas dilatadas e fixas; e respiração comprometida e morte inevitável )

Respostas motoras anormais na forma de decorticação (flexão anormal dos mmss e extensão dos
mmii),descerebração (extensão extrema dos mmss e mmii)
Avaliação e achados diagnósticos
• Avaliar os sinais vitais
• A TC e a RM são os exames complementares mais solicitados
• Angiografia cerebral
•O monitoramento da PIC fornece informações úteis
• Doppler transcraniano: avaliar o fluxo sanguíneo cerebral
• O cateter é conectado por um
sistema repleto de líquido ao
transdutor, que registra a
pressão sob a forma de
impulsos elétricos.
• Além de obter registros
contínuos da PIC, o cateter
ventricular permite a
drenagem de LCR,
particularmente durante
aumentos agudos na pressão.
• Também pode ser usada para
drenar sangue do ventrículo.
Manejo clínico
• A elevação da PIC é uma emergência
1. Monitoramento invasivo da PIC
2. Diminuição do edema cerebral
3. Redução do volume de LCS ou diminuição do volume sanguíneo
cerebral, enquanto se mantém a perfusão cerebral.
Terapia farmacológica
• Administrados diuréticos osmóticos (p. Ex., Manitol)
• O aporte de líquido é restringido: diminuir o edema cerebral
• LCS é drenado com cautela (a drenagem excessiva pode resultar em colapso dos
ventrículos e herniação)
• A febre é controlada (com uso de antipiréticos)
• O cliente necessita de cuidados em uma unidade de terapia intensiva.
Assistência de Enfermagem
Avaliação
• Obter a história de saúde do cliente (dados subjetivos, eventos que levaram
doença atual e história patológica pregressa)
• Realizar um exame neurológico completo (avaliar o estado mental, o nível de
consciência, equilíbrio e coordenação, os reflexos, a função motora e a
sensibilidade, verificação das pupilas, medidas frequentes dos sinais vitais e da PIC
e uso da Escala de Coma de Glasgow)
• Cliente inconsciente: avaliar nível de responsividade, padrão respiratório,
movimentos oculares, reflexo córneo, simetria facial, ocorrência de deglutição
espontânea ou sialorreia, movimentos do pescoço, resposta dos membros a
estímulos nocivos, reflexos e postura anormal.
Ventilação espontânea prejudicada,
relacionada com reflexos protetores
diminuídos (da tosse, do vômito)

Padrão respiratório ineficaz, relacionado


Risco de infecção, evidenciado pelo com a disfunção neurológica (compressão
sistema de monitoramento da PIC (cateter). do tronco encefálico, deslocamento
estrutural)

Diagnóstico
de
Enfermagem

Volume de líquidos deficiente, relacionado Perfusão tissular cerebral ineficaz,


com a restrição de líquido relacionada com os efeitos da PIC elevada
Manutenção de vias respiratórias
desobstruídas

Ausência de infecção e de
Normalização da respiração
complicações.

Planejamento e
metas

Perfusão adequada do tecido cerebral


Restauração do equilíbrio hídrico
por meio de redução da PIC
Intervenções de enfermagem
MANUTENÇÃO DE VIAS RESPIRATÓRIAS DESOBSTRUÍDAS
• Manter as vias respiratórias desobstruídas;
• Desencorajar a tosse e a realização de esforço
• Auscultar os campos pulmonares, à procura de sons adventícios
ou congestão a cada 8 h
• Elevar a cabeceira do leito para ajudar a eliminar as secreções e
melhorar a drenagem venosa do cérebro.
OTIMIZAÇÃO DA PERFUSÃO TISSULAR CEREBRAL
• A elevação da cabeceira do leito é mantida em 30 a 45°, a não ser que haja
alguma contraindicação
• Evitar rotação extrema e flexão do pescoço, visto que a compressão ou distorção
das veias jugulares elevam a PIC
• Evitar flexão extrema do quadril (provoca elevação das pressões intra-abdominal
e intratorácica, com consequente elevação da PIC)
• Espaçar as intervenções para evitar elevações transitórias da PIC. Durante os
cuidados de enfermagem, a PIC não deve se elevar acima de 15 mmHg e deve
retornar a níveis basais em 5 min
• Manter ambiente tranquilo e reduzir os estímulos ambientais; evitar estresse
emocional e despertares frequentes do sono.
EQUILÍBRIO HÍDRICO

• Avaliar turgor da pele, mucosas, débito urinário à procura de sinais de


desidratação
• Monitorar os sinais vitais
• Inserir um cateter de demora para avaliar a função renal e o estado hídrico
• Monitorar o débito urinário a cada hora na fase aguda
• Assegurar higiene oral cuidadosa e frequente, devido ao ressecamento da boca.
PREVENÇÃO DE INFECÇÃO
• Aderir rigorosamente aos protocolos escritos da unidade de saúde para manejo
dos sistemas de monitoramento da PIC
• Aplicar técnica asséptica sempre que for manipular o sistema de drenagem
ventricular
• Verificar cuidadosamente qualquer conexão frouxa que possa causar
extravasamento e contaminação do sistema ventricular e contaminação do LCS;
verificar se há leituras não acuradas da PIC
• Verificar as características do LCS drenado à procura de sinais de infecção
(aspecto turvo ou sangue); relatar qualquer alteração
Angina
ASPECTOS CLÍNICOS

É uma síndrome clínica.

Resultando em
aporte
Causa consiste em fluxo
inadequado de sanguíneo coronariano
O2 para atender insuficiente
à demanda do
miocárdio.
Caracterizada por paroxismos de dor (dor em
intensidade máxima) ou sensação de pressão na região
anterior do tórax
• A angina de peito é um conjunto de sintomas decorrentes da insuficiência do fornecimento de sangue ao
coração. O sangue entra através das artérias coronárias, se as artérias se estreitarem e impedirem que o
sangue consiga chegar rapidamente ao músculo cardíaco, o indivíduo evolui com dor torácica ou precordial
(precordialgia), também conhecido como angina de peito ou angina pectoris.

Ausência de angina - Cardiopatia isquêmica


Classificação da angina
Sociedade Cardiovascular Canadense
Fatores de risco
Temperaturas mais
baixas favorecem a O avançar dos anos é
angina por instigar a fator de risco para o
contração dos vasos. coração. Homens
mais velhos estão na
Exagerar na comida linha de frente.
faz com que o
sistema
cardiovascular não
dê conta da O tabagismo faz
demanda durante a disparar inflamações
digestão. e lesa a camada
interna das artérias.
Os quilos a mais
contribuem para a
pressão alta e o
aumento nas taxas Força física além da
de colesterol. conta exige mais da
circulação sanguínea
e propicia o
desconforto.
Fisiopatologia A angina resulta da doença aterosclerótica
coronariana (DAC) e é associada à obstrução de
uma artéria coronária principal

O miocárdio extrai muito oxigênio da circulação


coronariana. 

Existindo o bloqueio de uma artéria coronária,


não ocorre o fluxo aumentado para suprir a
maior demanda do miocárdio e, como
consequência, ocorre a dor anginosa.
ANISFESTAÇÕES CLÍNICAS
sensação de indigestão leve até
a intensidade pode incluir desde
sensação de sufocação ou de
A dor...varia.. peso na parte superior do tórax
desconforto até dor agonizante.

O desconforto é mal localizado


e pode irradiar-se para o com frequência, é retroesternal,
A dor pode ser acompanhada de
pescoço, a mandíbula,os de localização profunda no
apreensão intensa e sensação
ombros e a face interna dos tórax, atrás do terço superior ou
de morte iminente
braços (geralmente no braço médio do esterno
esquerdo)

A dor pode ser acompanhada bem como dispneia, palidez,


de sensação de fraqueza ou sudorese, tontura ou
dormência nos braços, punhos e desorientação e náuseas ou
mãos vômitos.
Uma característica
importante da angina é que
Pode ocorrer ansiedade ela cede com a remoção da
com a angina causa precipitante ou
administração de
nitroglicerina

incluindo náuseas, vômitos,


As mulheres podem
dor na mandíbula, fadiga
apresentar sintomas
incomum e desconforto na
diferentes ou mais leves que
parte superior das costas
os homens
ou no abdome.
AVALIAÇÕES E ACHADOS DIAGNÓSTICOS

• Avaliação das manifestações clínicas da dor e da história da saúde do


cliente

• Alterações no eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações, prova de


esforço, exames de sangue (incluindo biomarcadores cardíacos)

• Ecocardiograma, cintilografia ou procedimentos invasivos, como


cateterismo cardíaco.
Biomarcadores cardíacos/ enzimas cardíacas
– Creatinofosfoquinase (CK) fração MB:
• Esta enzima eleva-se no sangue entre 3 e 6 horas após o início dos sintomas de infarto do
miocárdio, com um pico de elevação entre 16 e 24 horas, normalizando-se entre 48 e 72 horas. A
CK-MB massa apresenta sensibilidade diagnóstica (capacidade de identificar o infarto do
miocárdio) de 50% em três horas após o início dos sintomas, e de mais 90% cerca de 6 horas após.

– Mioglobina:
• É uma enzima cardíaca cujos valores de referência variam com idade, sexo e raça. Esta enzima
é liberada rapidamente pelo miocárdio lesado, começando a elevar-se entre 1 e 2 horas após o
início dos sintomas de infarto do miocárdio, com um pico de elevação entre 6 e 9 horas, e
normalização entre 12 e 24 horas.

– Troponinas:
• Estas enzimas se elevam-se entre 4 e 8 horas após o início dos sintomas, com pico de elevação
entre 36 e 72 horas e normalização entre 5 e 14 dias.
Cintilografia
Ecocardiograma
Cateterismo
• Artéria femoral ou artéria
radial
• O contraste permite a
visualização das estruturas
através do raio x;
MANEJO CLÍNICO
Terapia farmacológica e controle dos fatores de risco.
Alternativas: procedimentos de reperfusão para restaurar a irrigação
sanguínea ao miocárdio.
- Incluem procedimentos de intervenção coronária percutânea (p. Ex. stents
intracoronário e aterectomia)
- cirurgia com colocação de enxerto em artéria coronária ou revascularização do
miocárdio.
Aterectomia Stents

Um stent coronário é um dispositivo em


A aterectomia é uma técnica de cirurgia endovascular forma de tubo colocado nas artérias
minimamente invasiva para o tratamento da aterosclerose coronárias que fornecem sangue ao coração,
dos vasos sanguíneos. Um cateter com uma micro lâmina para manter as artérias abertas no
giratória é utilizado para remover a maior parte da tratamento da doença cardíaca coronária. 
obstrução do vaso.
Revascularização do miocárdio (ponte de
safena)
Tratamento
Nitratos, que constituem o
tratamento padrão
(nitroglicerina e isossorbida)

Antiplaquetários e anticoagulantes
(ácido acetilsalicílico, clopidogrel, Bloqueadores beta-adrenérgicos
heparina não fracionada ou de baixo (metoprolol e atenolol)
peso molecular)

Bloqueadores dos canais de


cálcio, antagonistas dos íons
cálcio (anlodipino e diltiazem)
Assistência de Enfermagem
• Avaliação
Reunir informações sobre os sintomas e as atividades do cliente (as
que precedem e precipitam as crises de angina de peito)
Investigar os fatores de risco do cliente;
a compreensão do diagnóstico pelo cliente e sua família;
e a adesão ao plano de tratamento atual.
Assistência de Enfermagem
• Diagnósticos de Enfermagem
 Risco de perfusão tissular cardíaca diminuída
Ansiedade relacionada com os sintomas cardíacos e a possibilidade
de morte
Conhecimento deficiente sobre doença subjacente e os métodos
usados para evitar as complicações
Não adesão ao tratamento, manejo ineficaz do esquema terapêutico
relacionado com a incapacidade de aceitar as mudanças necessárias
no estilo de vida.
Assistência de Enfermagem
• Intervenções de enfermagem
 Agir imediatamente caso o cliente se queixe de dor ou sintomas sugestivos de
isquemia cardíaca, incluindo sensação de indigestão ou náuseas, sufocação,
peso, fraqueza ou dormência nos MMSS, dispneia ou tontura
Orientar o cliente para interromper todas as atividades repousar no leito em
uma posição de semi-Fowler, para reduzir as necessidades de oxigênio do
miocárdio isquêmico
Medir os sinais vitais e observar a existência de sinais de angústia respiratória
Obter um ECG e colocar o cliente sob monitoramento cardíaco contínuo
Assistência de Enfermagem
• Intervenções de enfermagem
Administrar oxigenoterapia se a frequência respiratória do cliente estiver
aumentada, ou se houver diminuição no nível de saturação de oxigênio
Administrar nitroglicerina por via sublingual e avaliar a resposta do paciente
Se a dor for significativa e contínua após essas intervenções, avaliar o cliente
de modo mais minucioso para IAM agudo e, possivelmente, transferi-lo para
uma unidade de maior complexidade.
Assistência de Enfermagem
• Intervenções de enfermagem
• REDUÇÃO DA ANSIEDADE
Fornecer informações essenciais sobre a doença e os métodos de prevenção de sua progressão
Explicar a importância das medidas prescritas para o cliente ambulatorial em domicílio
 Explorar vários métodos de redução do estresse com o cliente (p. ex., musicoterapia).
• PREVENÇÃO DA DOR
Rever os achados de avaliação, identificar o nível de atividade que provoca a dor ou as manifestações do
cliente e planejar conforme as atividades do cliente (Fatores que desencadeiam episódios de angina)
Quando o cliente sente dor com frequência ou durante uma atividade mínima, alternar as atividades com
períodos de repouso.
Assistência de Enfermagem
• Intervenções de enfermagem
• ORIENTAÇÃO DO CLIENTE SOBRE AUTOCUIDADOS
O cliente e a sua família possam compreender a doença, identificar os
sintomas de isquemia do miocárdio, descrever as ações a serem tomadas
quando surgirem sintomas e discutir métodos para prevenir dor torácica e o
avanço da DAC
Orientação consistem em reduzir a frequência e a intensidade das crises de
angina, retardar a evolução da doença subjacente, se possível, e prevenir as
complicações
Explicar ao cliente que qualquer dor que não seja aliviada em 15 min pelos
métodos habituais, incluindo nitroglicerina, deve ser tratada no serviço de
emergência mais próximo.
Assistência de Enfermagem
• RESULTADOS ESPERADOS DO CLIENTE
Alívio imediato da dor
 Diminuição da ansiedade
Compreensão das maneiras de prevenção e ausência de
complicações
 Adesão ao autocuidado.
ARRITMIAS
Arritmias
Cardíacas
Anemia

Falha das células


Ansiedade e
do próprio
estresse
coração

Causa de arritmia
cardíaca podem ser: Efeito colateral
Hipotireoidismo
de
grave
medicamentos

Exercício físico Uso de drogas


extenuante ilícitas
Doença coronariana

Diagnóstico da Doenças do músculo cardíaco,


arritmia como miocardiopatias ou
cardíaca. insuficiência cardíaca

Doenças das
Doença cardíaca
congênita Causa de arritmia válvulas
cardíacas
cardíaca podem ser:

Doenças
Complicação
Alterações nas infecciosas,
pós-cirurgia
concentrações como a doença
cardíaca
de sódio, de Chagas
potássio e
cálcio no
organismo
Palpitação
cardíaca, pulso
acelerado
Sensação de nó
Mal-estar.
na garganta

Falta de ar Os sintomas de Tontura


arritmia cardíaca
podem ser:

Dor no peito Desmaio/síncope

Sensação de
Cansaço fácil
fraqueza
Relembrando... Pequena e grande circulação
GC
PC
- Sangue arterial
- Sangue venoso sai chega no átrio
via artéria esquerdo via veia
pulmonar; pulmonar
- Hematose;

- Sangue oxigenado
- Sangue arterial sai sai do VE via aorta
através de veia - Volta ao AD via
pulmonar; veias cavas ( S e I)
Pequena e grande circulação
Condução do impulso elétrico do coração

O Sistema de Condução Cardíaco são as estruturas onde


se produz e se transmite o estímulo elétrico, permitindo
a contração do coração.

Os seus elementos principais são o Nó Sinusal


(Sinoatrial), o Nó Atrioventricular (Nó AV), o Feixe de
His e as Fibras de Purkinje.

Em um batimento normal, o impulso elétrico é gerado


pelo Nó Sinusal (1), desde onde se propaga para ambos
os átrios, causando a contração atrial.

Por vias preferenciais atriais o impulso atinge ao Nó AV


(2), onde ocorre um atraso na condução,

Depois se transmite ao Feixe de His (3) e, através das


seus dois ramos (4), é conduzido por todo o miocárdio
pelas Fibras de Purkinje (5)
MAS POR QUE
ACONTECE???????????????
Ritmicidade anormal Mudança do local
do marcapasso do marcapasso
(FC alterada) (não mais no NSA)

Bloqueios no Vias anormais de


sistema de transmissão do
condução; impulso elétrico
O complexo QRS Onda P: despolarização atrial (contração)

Intervalo P-R: tempo que o impulso cardíaco leva


para despolarizar os átrios e percorrer as vias de
condução internodais, o nódulo AV, o feixe de His e
os ramos até alcançar os ventrículos.

Complexo QRS: despolarização ventricular


(contração)

Segmento P-Q: Tempo de condução do nó SA até o


nó AV

Segmento S-T: potencial de ação do miocárdio


(quando o ventrículo expulsa o sangue).

Segmento Q-T  sístole elétrica, medido do início do


QRS ao final da onda T e engloba a despolarização e
repolarização ventricular.

Onda T: repolarização ventricular (relaxamento)


Ritmo sinusal
• O ritmo sinusal ocorre quando o impulso elétrico tem início em uma frequência e
ritmo regulares no nodo sinoatrial e viaja através da via de condução normal. O
ritmo sinusal normal tem as seguintes características:
- Frequências ventricular e atrial: 60 a 100 no adulto.
- Ritmos ventricular e atrial: Regulares.
- Formato e duração do QRS: Geralmente normais, mas podem estar regularmente
anormais.
- Onda P: Formato normal e consistente; sempre na frente do QRS.
- Intervalo PR: Intervalo consistente entre 0,12 e 0,20 s.
Tipos de
Arritmias
As arritmias dividem-se em 2 tipos, de acordo com a
frequência:
FC é maior que 100 bpm. Podem ser decorrentes
de ansiedade, medicações ou exercício. A FC é
considerada anormal quando ocorre um aumento
Taquicardias súbito, desproporcional ao esforço realizado, o
que pode se dar em diversas circunstâncias
(repouso, sono, atividades diárias ou exercício).

A FC é menor que 60 bpm, podendo ser


Bradicardias normal durante o repouso, pelo uso de
medicações ou em atletas.
Bradicardia sinusal (FC < 60 bpm)
• Comum em indivíduos normais ou em boas condições físicas (atletas).
• Pode ser secundária a patologias extracardíacas (meningite, hipertensão
intracraniana, hipotireoidismo etc.), intoxicação medicamentosa
(betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio ou
parassimpaticomiméticos) ou doença do nódulo sinusal

• Diagnóstico clínico: geralmente assintomática, quando acentuada pode causar


tonturas e síncope

• Ao exame físico: bradicardia e FC aumenta com o exercício


Bradicardia sinusal (FC < 60 bpm)

Diagnóstico
Eletrocardiográfico

• FC abaixo de 60 bpm
• Ritmo regular
Taquicardia sinusal (FC > 100 bpm)
Pode ser secundária a febre, exercícios físicos, emoções fortes (susto,
medo, ansiedade, sensação de felicidade ou medo intenso), hipoxemia,
dor, anemia, choque, hipertireoidismo e resposta a medicamentos.

ETIOLOGIA

Fisiológica Farmacológica Patológica

• Infância, • Adrenalina, • Choque,


Exercício, • Café, Fumo, Infecções,
Ansiedade, Álcool Insuficiência
Emoções Cardíaca
Taquicardia sinusal (FC > 100 bpm)
Diagnóstico Clínico

• Não ocorrem “falhas”


• Associada à causa desencadeante
• Início e término não abruptos

Exame físico

• Taquicardia
Taquicardia sinusal (FC > 100 bpm)

Diagnóstico
Eletrocardiográfico
• FC acima de 100 bpm
• Ritmo regular
Quanto ao local de origem, subdividem-se em:
Arritmias
Arritmias ventriculares
supraventriculares

Aquelas relacionadas Aquelas arritmias


com a parte superior relacionadas com os
do coração (átrios) e ventrículos
o nódulo (câmaras inferiores
atrioventricular do coração).
Fibrilação atrial
• Arritmia crônica mais comum.
o Valvopatia
o HAS
• Pode ocorrer em pacientes idosos sem doença cardíaca.
• Pode ser desencadeada por uso de álcool, hipertireoidismo, doença mitral,
embolia pulmonar, por uso de cocaína ou simpaticomiméticos e doença
coronariana (critério de gravidade do IAM).
• Sintomas: palpitações ou assintomático
• Exame físico
o Ritmo cardíaco irregular
o FC variável
Fibrilação atrial
CONTRAÇÃO RÁPIDA,
DESORGANIZADA E DESCOORDENADA
Formação de trombos atriais 
embolias sistêmicas e pulmonares

Diagnóstico Eletrocardiográfico
• Ausência da onda P
• Presença de onda f IRREGULAR - Onda P: Sem ondas P discerníveis; as ondas irregulares
sinuosas que variam em amplitude e formato são observadas e são denominadas como ondas
fibrilatórias ou ondas f.
• Espaços R-R variáveis
• QRS normal
Fibrilação atrial
Flutter atrial
 Menos comum que a fibrilação atrial. Ocorre, geralmente, em associação a doença
reumática, insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou
doença coronariana

 Etiologia
 Valvopatia mitral
 HAS
 Cardiopatia isquêmica
 Pode ocorrer em pessoas normais
 Palpitação, dor no peito ou falta de ar, bem como tem os assintomáticas

 Exame físico
Ritmo cardíaco regular (pode ser irregular)
FC geralmente 150bpm
Flutter atrial

Diagnóstico Eletrocardiográfico
 Ausência da onda P
 Presença de onda F, regulares, como dente de serra ,
 QRS normal
Bloqueios AV

Interrupção parcial ou completa da transmissão


do impulso dos átrios aos ventrículos.
As causas mais comuns são fibrose e esclerose
idiopáticas do sistema de condução. 

Nó AV
Ventrículo
Bloqueio AV de 1o grau - Mobitz I
• Ocorre em indivíduos normais.
• Geralmente, está associado ao uso
simultâneo de medicamentos que levam à
bradicardia (digital, betabloqueadores e
bloqueadores de canais de cálcio).
• Pode ser induzido por isquemia miocárdica
nos casos de doença coronariana ou
miocardite O tempo de condução A-V está aumentado,
porém, a condução A-V está sempre presente.
Todas as ondas P são conduzidas e o intervalo PR
é longo.

• Geralmente não é sintomático


• Diagnóstico: aumento do intervalo PR no ECG
Bloqueio AV de 2o grau - Mobitz II
• Doença orgânica que envolve o sistema de condução infranodal
• Raramente é sintomático
• Raramente requer o implante de marcapasso

• A condução A-V é intermitente


• O intervalo PR vai ficando mais longo até que uma onda P não é
conduzida.
• O intervalo PR subsequente é mais curto e vai aumentando
progressivamene até surgir nova onda P não conduzida
Bloqueio AV Total

• Nenhum estímulo gerado nos átrios passa para os ventrículos, de modo que os átrios e os ventrículos
são contraídos cada um ao seu próprio ritmo.
• Pode ocorrer nos casos de infarto agudo do miocárdio (IAM) da parede inferior
• O paciente pode ser assintomático mas geralmente apresenta síncopes e ou sintomas de baixo
débito.
• Pode ser devido a doença estrutural do sistema de condução ou a medicamentos.
• A maioria dos pacientes com BAV de 3º grau congênito tem ritmo de escape juncional, mantendo
frequência razoável, mas requer marca-passo permanente
Taquicardia Ventricular
• Geralmente associada a doença
cardíaca estrutural (miocardite, Manifestações clínicas
doença coronariana, cardiopatia
hipertrófica etc.) ou elétrica (síndrome A repercussão irá depender da disfunção miocárdica
do QT longo) pré existente e da frequência ventricular; As
pessoas com taquicardia ventricular manifestam,
• É a ocorrência de 3 ou mais quase sempre, palpitações, fraqueza, tonturas
batimentos de origem ventricular e/ou desconforto torácico. 
com frequência acima de 100 bpm.
Geralmente está associada a Pode levar a Fibrilação Ventricular
cardiopatias graves. Exame físico;
FC ao redor de 160 bpm
Ritmo regular ou discretamente irregular
A TV é uma emergência porque o paciente
geralmente (embora nem sempre) não é responsivo
e não tem pulso
Taquicardia Ventricular
Diagnóstico Eletrocardiográfico
• FC: Acima de 100 bpm
• Ritmo: regular ou discretamente irregular
• Ondas P :
Com FC alta não são vistas
• QRS: tem a mesma morfologia das
extrassístoles ventriculares
• P e QRS difíceis de detectar
Fibrilação Ventricular

• A atividade contrátil cessa e o coração apenas trêmula;


• O débito cardíaco é zero, não há pulso, nem batimento cardíaco
PARADA CARDÍACA
• No ECG temos um ritmo irregular, sem ondas P, QRS ou T
• Frequência ventricular: Superior a 300 por minuto.
• Formato e duração do QRS: Ondas sinuosas, irregulares, sem
complexos QRS reconhecíveis
Diagnóstico das Arritmias
• É o 1º a ser realizado, por ser prático, simples e barato.
Eletrocardiograma • Porém, somente possibilitará o diagnóstico se for realizado
no momento da ocorrência da arritmia, embora existam
alguns dados encontrados no exame normal que podem
sugerir alguns tipos específicos de arritmia.
• Na emergência , possibilita a identificação da arritmia,
agilizando a indicação do tratamento
Teste Ergométrico

• É utilizado para arritmias que aparecem


durante o esforço físico ou para observar
o comportamento da arritmia durante o
esforço (Teste de stress miocárdico)
• Pode ser útil para determinar se a doença
coronariana é causadora dessas arritmias
• Empregado também para avaliar o
prognóstico de uma arritmia
Holter

• É a realização de um ECG durante 24 h.


• O paciente fica com os eletrodos durante esse
tempo, ligados em um aparelhinho que é
pendurado em sua cintura ou pescoço.
• possibilita identificar muitas arritmias não
visualizadas no eletrocardiograma normal, bem
como relacionar a arritmia com os sintomas que
o paciente apresenta.
Tratamento
Medicamentos: vários fármacos são úteis para o tratamento das arritmias, sendo os principais:

Anticoagulantes ou
Antiarrítmicos Controle da FC
antiplaquetários

• Usados para • Deixando-a < 100 • Usados para diminuir


converter a arritmia bpm. a formação de
em um ritmo normal • São eles: coágulos no coração,
(p. Ex., Amiodarona, betabloqueadores que podem ocorrer
sotalol, propafenona) (propranolol, durante algumas
esmolol), arritmias.
bloqueadores do
canal de cálcio
(verapamil, diltiazem)
e digital (digoxina)
Mudanças no estilo de vida

Evitar o uso de estimulantes (descongestionantes nasais, medicações para tosse, alguns suplementos nutricionais).
• Pequeno dispositivo que é
implantado sob a pele, geralmente
Marcapasso abaixo da clavícula no lado
esquerdo ou direito do seu peito.
cardíaco
• Monitora seu coração
continuamente e, se ele detecta um
batimento cardíaco lento, ele envia
pequenos sinais elétricos
indetectáveis para corrigir isso.
Sistematização da Assistência de Enfermagem
DE Resultados esperados Intervenções
Ventilação espontânea prejudicada Mante seu padrão respiratório conforme Administrar 02 conforme prescrição e
relacionada por fatores metabólicos as necessidades fisiológicas avaliar SPO2 <90%.
evidenciada pelo volume corrente
diminuído
Débito cardíaco diminuído relacionado Apresentar débito cardíaco normal ou
Verificar e registrar sinais vitais; avaliar
com arritmia dentro dos parâmetros aceitáveis perfusão periférica; administrar
antiarrítmicos conforme prescrição
médica.
Dor aguda relacionada com arritmia Apresentar analgesia dentro de um Promover relaxamento com técnica de
padrão de tempo determinado. administração e redução da dor;
administrar analgesia sempre que
necessário; posicionar o paciente de
maneira confortável, auxiliando na
redução da dor.

Ansiedade relacionada com o medo da Apresentar-se livre de ansiedade sobre Escuta sensível do paciente sobre seus
morte morte iminente. medos; esclarecer sobre a sua patologia.
ELETROCARDIOGRAMA
AVALIAÇÃO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR E
Eletrocardiograma
RESPIRATÓRIO

As alterações elétricas produzidas pelo músculo cardíaco geram


diferenças de potencial elétrico em toda a superfície do corpo que
podem ser detectadas e registradas de forma gráfica, a partir de
eletrodos colocados sobre a pele, para diagnóstico de diversos problemas
cardíacos.
AVALIAÇÃO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR E
Eletrocardiograma
RESPIRATÓRIO

O ECG funciona registrando no ápice


do coração o trajeto do impulso
elétrico, considerando se o mesmo se
aproximou ou se afastou dela.
Derivações
Derivação: visualização da atividade elétrica; cada derivação vê o coração de um ângulo único,
aumentando a sua sensibilidade para uma região particular do coração, à custa de outras. Quando mais
derivações, mais informações são fornecidas. ,
Cada uma das doze derivações do eletrocardiograma registram informação específica das
diferentes áreas do coração.
DERIVAÇÕES PRECORDIAIS
• derivações precordiais registram
forças se movendo anterior e
posteriormente.

•V1 está localizado no 4º espaço intercostal, imediatamente a direita do esterno;


•V2 está localizado no 4º espaço intercostal, imediatamente a esquerda do esterno;
•V3 é colocado entre V2 e V4;
•V4 é colocado no 5º espaço intercostal, na linha médio-clavicular esquerda;
•V5 é colocado também no 5º espaço intercostal na linha axilar anterior;
•V6 é colocado também no 5º espaço intercostal na linha axilar média.
V7: na linha axilar posterior
• V8: no ângulo inferior da escápula
• V9: na linha paravertebral esquerda .
Ondas
O complexo QRS
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Eletrocardiograma
RESPIRATÓRIO

Células começam a
Nó atrioventricular retornam ao estágio
atrasa impulso inicial.

Despolarização Repolarização ventricular.


dos átrios O complexo QRS
Despolarização dos ventrículos
• P representa o impulso elétrico que tem início no
nodo sinoatrial e se dissemina através dos átrios.
Portanto, a onda P representa a despolarização atrial;
• O complexo QRS representa a despolarização
ventricular.
• A onda T representa a repolarização ventricular;
também chamada de estado de repouso.

• Intervalo PR: Representa a despolarização atrial e o retardo fisiológico do estímulo ao passar


pelo Nó Atrioventricular (AV).
• Intervalo QT: O intervalo QT representa a sístole elétrica ventricular, ou o que é o mesmo, o
conjunto da despolarização e repolarização dos ventrículos.
• segmento ST: representa o inicio da repolarização ventricular e corresponde com a fase de
repolarização lenta. Representa um período de inatividade entre a despolarização e o início da
repolarização ventricular.
Calculo da FC

Com um ritmo regular, o método mais preciso


para se calcular a FC consiste em contar o
intervalo RR é de 18 mm, de
número de milímetros (quadrados pequenos) modo que a FC é de 83 bpm
entre dois intervalos RR e dividir 1.500 mm (1 (1.500 ÷ 18).
minuto) por esse valor.
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Eletrocardiograma
RESPIRATÓRIO

MATERIAIS

 Aparelho ECG (eletrocardiógrafo).


 Cabos com eletrodos conectados a
clipes para colocação nos
antebraços e pernas.
 Papel termos sensível em rolo ou
folha quadriculada.
 Gel condutor eletrolítico.
 Eletrodo em formas de peras ou
eletrodos adesivos descartáveis.
 Mesinha ou carrinho próprio a
altura do leito.
 Álcool a 70% e gaze para
desinfecção dos materiais.
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Eletrocardiograma
RESPIRATÓRIO

TÉCNICA DE REGISTRO DO ECG PADRÃO

 Deve-se inicialmente explicar ao paciente cada etapa do processo.


 O ambiente da sala deve estar com temperatura agradável.
 O paciente deve estar descansado há pelo menos 10 minutos.
 Pedir para retirar objetos metálicos , como joias e relógio.
 Posicionar o paciente em decúbito dorsal, palmas viradas para cima
antebraço e tornozelos expostos.
 Determinar a posição das derivações e limpar o local.
 Colocar os eletrodos dos membros e das derivações precordiais (pré-
determinado) sequencialmente usando gel condutor.
 Observar marcações nos fios (cabos) pelas iniciais ou pelas cores
padronizadas.
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RESPIRATÓRIO
TÉCNICA DE REGISTRO DO ECG PADRÃO (continuação)

 Ligar o aparelho, em aparelhos mais modernos, com interpretação


automática dos dados, digitar os dados necessários como: nome, idade,
peso, etc.
 Pedir ao paciente para ficar relaxado e o mais imóvel possível.
 Registrar o padrão (botão específico), no registro da fita, registrar primeiro
as derivações periféricas (normalmente automático), posteriormente as
precordiais.
 Em alguns aparelhos o registro pode ser visto em uma tela antes de ser
impresso.
 Após registro adequado, remover os eletrodos , limpar o gel, identificar
com caneta se necessário.
 E realizar a desinfecção dos materiais deixando preparado para o próximo
paciente.
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Eletrocardiograma
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INTERFERÊNCIAS

 Podem acontecer por contato, campo magnético, campo elétrico ou ação


mecânica.
 As interferências mais comuns são movimentos e contrações musculares.
 Aterramento inadequado da tomada.
 Campos magnéticos ou elétricos induzidos a distancia.
 Mau contato, falta ou excesso de gel condutor, conexões frouxas, mau
posicionamento, defeitos nos cabos.
 Necessidade de tricotomia.
 Sudorese ou umidade excessiva.
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Referências
RESPIRATÓRIO

Pedreira, Larissa, C. e Beatriz Mergulhão Ribeiro Praseres. Cuidados Críticos em


Enfermagem. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2016.

HERMANES, V.; DIETRICH, C. O. Noções básicas de Eletrocardiograma. Quilici, A. P. et


al. Enfermagem em cardiologia. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2014.

OLIVEIRA, R. G. Blackbook Enfermagem. Belo Horizonte: Blackbook Editora, 2016.

SMELTZER, S.C; BARE, B. G. Brunner& Sudddarth. Manual de enfermagem médico –


cirúrgico. 13ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

TORTORA, Gerard J. Princípios de anatomia e fisiologia / Gerard J. Tortora, Bryan


Derrickson; tradução Ana Cavalcanti C. Botelho... [et al.]. – 14. ed. – Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2019.

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