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AULAS DE NEUROLOGIA
SINDROMES DE HIPERTENSÃO E HIPOTENSÃO
INTRACRANIANA
ANO: 4º ano
PRELECTORA: Dra. ELISA ISABEL INGLÊS PINTO
Síndrome de hipertensão e hipotensão
intracraniana
• No interior da caixa craniana delimitada no adulto
de parede óssea rígida e inelastica que comunica
com o forame magno com um volume interno fixo
1400 a 1700 ml está contida o encéfalo com os seus
invólucros, sangue arterial e venoso que o ocupam o
leto vascular encefálico, o líquor que ocupa cavidade
ventricular e os espaços subaracnoideios.
• Em condições normais o conteúdo craniano
representa em volume o seguinte: Encéfalo 80-85 %,
liquor 5 a 10%, sangue 8 a 12%
• A pressão exercida por estes diversos
componentes sobre a parede óssea é definida
como pressão intracraniana
• Variações em excesso ou em defeito do
conteudo intracraniano traduzem-se em
aumento ou diminuição da pressão
intracraniana que corresponde á pressão do
líquor ao qual a nível lombar e no adulto é de
5-15 mmHg ou 60-200 mmH20 (Fishman 1922)
• Portanto a hipertensão intracraniana é devida a
um aumento de volume do conteúdo da caixa
craniana
• Existe normalmente uma correlação entre entre
a variação do volume e da pressão intracraniana
• Quando já existe uma inicial hipertensão
intracraniana, aumento volumétricos mesmo
modesto do conteúdo intracraniana comporta
aumento consistente da pressão intracraniana
A hipertensão intracraniana (HIC)
• É uma emergência médica
• Deve ser reconhecida e tratada o mais rapidamente
possível.
• A elevação da pressão intracraniana (PIC) é uma
complicação potencialmente devastadora da injúria
neurológica primária.
• Ela pode estar associada a várias etiologias
diferentes e frequentemente complica o trauma
craniencefálico, tumores do sistema nervoso central,
hidrocefalia, encefalopatia hepática, hemorragia ou
infarto cerebral.
• O sucesso na abordagem da HIC requer o seu rápido
reconhecimento, o uso correcto da monitorização
invasiva, o tratamento de redução da pressão
intracraniana e a correcção da causa subjacente.
O aumento da pressão intracraniana pode
causar injúria no parênquima cerebral através
de dois mecanismos principais:
• Diminuição da pressão de perfusão cerebral (PPC) e
do fluxo sanguíneo cerebral (FSC), causando
isquemia e necrose tecidual;
• Herniação do tecido cerebral, acarreta injúria
mecânica directa e isquemia ou hemorragia por
distorção
Fisiologia
• Cefaléia
• Diminuição do nível de consciência
• Hipertensão arterial e bradicardia
• Dilatação pupilar ipsilateral
• Hemiparesia contralateral
• Postura de decorticação
• Hiperventilação neurogénica
• Postura de descerebração
• Tetraparesia, dilatação pupilar bilateral
• Irregularidade respiratória
• Parada cardiorrespiratória
CONDUCTAS NA HIC
MONITORAÇÃO DA PIC
• O tratamento empírico de uma PIC presumidamente elevada é
insatisfatório porque a PPC não pode ser monitorizada
confiavelmente sem a medida da PIC.
• Além disso, a maioria das terapias para diminuir a PIC é
efectiva por períodos limitados e variáveis de tempo, além de
terem potenciais efeitos deletérios.
• Portanto, embora os passos iniciais para controle da PIC
elevada possam ser iniciados, numa emergência, sem a sua
monitorização, um importante objectivo no tratamento
optimizado do paciente com presumida HIC é a instalação de
um dispositivo de monitorização da PIC.
• O objectivo da monitorização da PIC é melhorar a
capacidade do médico em manter uma PIC
controlada e uma PPC e oxigenação cerebral
adequadas.
• A única maneira de determinar confiavelmente a PIC
e a PPC (determinada pela diferença entre a PAM e a
PIC) é monitorizá-las continuamente.
• O controle da HIC, da PIC e a adequação da PPC ao
longo do tempo podem melhorar o prognóstico de
pacientes com doença neurológica grave,
principalmente no traumatismo cranioencefálico
(TCE).
• A PIC deve ser mantida abaixo de 20 mmHg e a PPC
acima de 50 mmHg ou, idealmente, acima de 60
mmHg em pacientes com HIC para evitar
hipoperfusão e isquemia cerebral.
• O FSC não parece se elevar acima de níveis perigosos
até uma PPC de aproximadamente 120 mmHg.
Indicações:
o diagnóstico de PIC elevada é geralmente baseado nos
achados clínicos e suportado por estudos radiográficos e pela
história clínica do paciente.
O TCE é uma das mais frequentes e melhor estudadas
indicações de monitorização da PIC.
A prática actual da monitorização da PIC é grandemente
derivada da experiência clínica com TCE.
Outras indicações potenciais incluem doença
cerebrovascular aguda, hidrocefalia, hemorragia
subaracnoídea, síndrome de Reye, encefalopatia hepática e
trombose venosa.
• A monitorização da PIC no TCE está indicada em
pacientes com escala de Glasgow de 8 ou menos e
uma tomografia de crânio (TC) alterada. Pacientes
comatosos, com uma TC normal têm uma menor
incidência de HIC, a menos que tenham dois ou
mais dos seguintes critérios:
Idade > 40 anos
• Resposta motora alterada unilateral ou bilateral
• Pressão arterial sistólica abaixo de 90 mmHg
• Piora de 2 ou mais pontos na escala de Glasgow
• A monitorização da PIC não está regularmente
indicada em pacientes acordados e capazes de seguir
comando verbal.
• Embora a TC possa sugerir uma PIC elevada baseada numa lesão com efeito de
massa, desvio da linha média ou apagamento dos sulcos, cisuras e cisternas basais.
• Pacientes sem esses achados também podem ter HIC ou desenvolvê-la durante a
internamento em 10 a 15%.
• Outros estudos demonstram que até um terço dos pacientes com TC normal inicial
desenvolvem alterações nas TC subsequentes nos primeiros dias após um TCE
fechado.
• Estes dados demonstram a importância da monitorização da PIC em pacientes de
alto risco e o papel da TC sequencial em pacientes que desenvolvem PIC elevada
durante a hospitalização.
• Drenagem de um hematoma,
• Recessão de um tumor,
• Derivação liquórica nas hidrocefalias
• Por isso, a abordagem de uma paciente com suspeita de HIC ou com HIC confirmada
sempre tem uma TC no início.
• Independente da causa, a HIC é uma emergência médica e seu tratamento deve ser
iniciado o mais rápido possível.
• Além do tratamento específico da causa básica existem manobras que devem ser
aplicadas a todos os pacientes e outras que devem ser reservadas para algumas situações
específicas.
1-Ressuscitação clínica:
• a avaliação e o suporte da ventilação, oxigenação, pressão
arterial e perfusão tecidual são fundamentais e aplicáveis a
todos os pacientes indistintamente.
• Hipoventilação, hipoxemia e hipotensão arterial devem
ser imediatamente corrigidas (ABCs).
• uma PIC elevada for suspeitada, cuidado deve ser tomado
para minimizar maior elevação durante a entubação, com
posicionamento correcto do paciente e sedação adequada.
• Hipotensão arterial e hipoxia podem induzir a
vasodilatação cerebral reativa, hipertensão intracraniana e
hipoperfusão cerebral.
2-Abordagem de emergência: