A drenagem externa e monitorização é uma forma temporária de drenar líquido
céfalo-raquidiano (LCR) dos ventrículos cerebrais para um saco colector externo. Um sistema de drenagem ventricular externa drena LCR utilizando uma combinação de gravidade e pressão intracerebral. O ritmo de drenagem depende da altura em que o sistema de drenagem ventricular externa é colocado relativamente à anatomia do paciente.
As drenagens ventriculares externas são utilizadas em situações neuro críticas
de forma a aliviar a elevada pressão intracraniana, drenar LCR infectado, drenar LCR sanguinolento ou sangue após cirurgia ou hemorragia e de forma a monitorizar o ritmo de escoamento do LCR.
O sistema de drenagem é colocado pelo médico que define o seu nível. A
manutenção do sistema é realizada por um enfermeiro de cuidados intensivos qualificado. A gestão do paciente com uma drenagem ventricular externa requer uma avaliação e intervenção constantes.
Pressão Intracraniana (PIC)
O compartimento intracraniano é muito diferente de outras regiões do corpo.
Assim, como existe edema e hematoma numa região do corpo como por exemplo o olho, também pode ocorrer a mesma situação no interior do cérebro. Mas ao contrário do tecido mole que envolve o olho, o cérebro adulto está envolto num compartimento rígido, o crânio, que não permite deslocamento para o exterior do tecido edemaciado. Sendo assim, o edema manifesta-se na forma de um aumento na pressão dentro do compartimento intracraniano. Se o edema no cérebro é localizado, os componentes cerebrais podem mover-se em direcção ao lado não afectado. Esta mudança pode provocar distorção ou disfunção das vias nervosas cerebrais, e se for muito severo, pode ocorrer uma herniação (deslocação patológica do tecido cerebral). Se a pressão intracraniana atingir a pressão arterial média, ocorrerá danos a nível do fluxo sanguíneo cerebral, uma situação associada com morte cerebral.
Os valores de referência da pressão intracraniana, quando deitado, um adulto
médio é de 5-7mmHg e um adulto com obesidade de 12-18mmHg. Nos adultos, a movimentação para uma posição vertical resulta na diminuição de cerca de 7- 10mmHg. A PIC pode aumentar de forma transitória para valores de 60- 80mmHg aquando da tosse por exemplo.
Um aumento dos valores da PIC pode alertar para possíveis mudanças no
fluxo sanguíneo cerebral, expansão de hematomas ou um agravamento no edema cerebral.
A avaliação da PIC é realizada através de um cateter localizado no ventrículo
cerebral. É estabelecido uma condução contínua de fluído entre o ventrículo e o transdutor de pressão colocado na cabeceira da cama para medir a pressão do fluído. A continuidade deste fluído é mandatário pois assim se consegue obter uma medição da PIC precisa. O nível a que o transdutor é colocado em relação ao paciente é importante, uma vez que, esta localização é importante para obter medições da pressão correctas. Assim, o transdutor deve ser colocado a nível do centro do sistema ventricular – forame intraventricular ou de Monro. Uma boa estimativa deste ponto é o targus da orelha.
Manitol – Diurético osmótico
Indicações – Adjuvante no tratamento da insuficiência renal oligúrica aguda,
adjuvante no tratamento de edema, redução da pressão intracraniana ou intra- ocular, promoção da excreção de certas substâncias tóxicas. Acção – Aumenta a pressão osmótica do filtrado glomerular, inibindo assim a reabsorção da água e electrólitos, provoca a excreção de água, sódio, potássio, cloro, cálcio, fósforo, magnésio e ácido úrico. Semi-vida – 100min. Contra-indicações – Anúria, desidratação e hemorragia intracraniana activa. Reacções Adversas – Cefaleias, confusão, expansão de volume transitório, taquicardia, edema pulmonar, náuseas, vómitos, retenção urinária, hiponatrémia, hipernatrémia, hipocaliémia, hipercaliémia e desidratação. Interacções – A hipocaliémia aumenta o risco de toxicidade por glicosídeos digitálicos. Posologia (redução da PIC) – 0,25-2g/kg em solução a 15-25% durante 30-60min (500mg/kg podem ser suficientes em pacientes de pequena estatura ou debilitados). Avaliar eficácia – A eficácia da terapêutica pode ser demonstrada por eliminação urinária de pelo menos 30-50ml/h ou aumento de acordo com os parâmetros desejados pelo médico e redução da PIC.
Dexametasona – Corticosteróide
Indicações – Uso sistémico e local numa ampla variedade de doenças crónicas,
incluindo: inflamatórias, alérgicas, hematológicas, neoplásicas e alterações auto- imunes. Terapêutica de substituição na insuficiência das supra-renais. Tratamento do edema cerebral. Acção – Actividade mineralocorticóide insignificante. Supressão da inflamação e modificação da resposta imunológica normal. Terapêutica de substituição na insuficiência das supra-renais. Semi-vida – 3-4,5h no plasma, 36-54h nos tecidos e na supressão supra-renal 2,75dias. Contra-indicações – Infecções activas não tratadas, hipersensibilidade ou intolerância conhecida ao álcool, aos bissulfitos ou à tartrazina. Reacções Adversas – Cefaleias, Depressão, euforia, hipertensão, petéquias, equimoses, hiperglicemia, alcalose hipocalémica e susceptibilidade aumentada à infecção. Interacções – Hipocaliémia aditiva com diuréticos de ansa e tiazídicos, anfotericina B, mezlocilina, Piperacilina ou ticarcilina. A hipocaliémia pode aumentar o risco de toxicidade com glicosídeos digitálicos. Pode aumentar as necessidades de insulina ou de hipoglicemiantes orais. A fenítonia, o fenobarbital e a rifampina estimulam o metabolismo. Posologia (edema cerebral) – Inicialmente 10mg via IV, 4mg de 6/6h, podendo ser diminuída para 2mg de 8-12h, até modificar para PO.
Valproato de Sódio - Anticonvulsionante
Indicações – Tratamento de convulsões amnésica simples e complexas.
Tratamento de convulsões parciais com sintomatologia complexa. Acção – Aumenta os níveis de ácido g-aminobutírico (GABA), um neurotransmissor inibidor do SNC. Semi-vida – 5-20h. Contra-indicações – Insuficiência hepática e hipersensibilidade. Reacções Adversas – Sedação, cefaleias, náuseas, vómitos, indigestão, tempo de hemorragia prolongado e parestesias. Interacções – Maior risco de hemorragia com inibidores da agregação plaquetária (incluindo a aspirina e os AINE’s), o cefamandol, a cefoperazona, o cefotetano, a heparina, heparinóides, trombolíticos e varfarina. Diminui o metabolismo dos barbitúricos e da primidona, aumentando a toxicidade. Depressão aditiva do SNC com outros depressores do SNC, incluino o álccol, os antihistamínicos, os antidepressivos, os opiáceos, os IMAO’s e os sedativos/hipnóticos.