Indicações – Utilizado para provocar sedação pré-operatória, ansiólise e amnésia pós-
operatória; fornece sedação/ansiólise/amnésia durante a terapêutica, diagnóstico ou procedimentos radiológicos; ajuda na indução da anestesia como parte de uma anestesia equilibrada; em perfusão contínua, fornece sedação em doentes ventilados mecanicamente durante a anestesia ou nos cuidados intensivos. Acção – Actua em vários níveis do SNC produzindo depressão generalizada do SNC. Semi-vida – 1-12h (aumentada na insuficiência renal e na insuficiência cardíaca congestiva). Contra-indicações – Sensibilidade cruzada com outras benzodiazepinas; choque; doentes comatosos ou que já tiveram depressão do SNC; dor grave incontrolável. Reacções Adversas – Cefaleias, excesso de sedação, sonolência, espasmos da laringe, depressão respiratória, apneia, arritmias, paragem cardíaca. Interacções – Depressão aditiva do SNC com álcool, antihistamínicos, opiáceos e outros sedativos/hipnóticos. Aumenta o risco de hipotensão com antihipertensores ou com ingestão aguda de nitratos. Carbamazepina, fenitoína, rifampina, rifabutina e fenobarbital diminuem os níveis de Midazolam. A eritromicina, cimetidina, ranitidina, diltiazem, verapamil, fluconazol, itraconazol e cetoconazol diminuem o metabolismo, podendo aumentar os efeitos do Midazolam. Posologia (sedação numa unidade de cuidados intensivos) – Iniciar com 10-50mcg/kg (0,5 a 4mg) se for necessária uma dose de indução; pode ser repetido em cada 10-15min até que o efeito pretendido seja obtido. Pode ser seguido pela perfusão de 20-100mcg/kg/h (1-7 mg/h na maioria dos adultos). Monitorização – Monitorizar TA, FC e respiração. Efeitos do Midazolam são reversíveis com Flumazenil.
Noradrenalina – Simpaticomimético (Vassopressor)
Indicações – Tratamento do choque. Hipotensão grave.
Acção – Funciona como vasoconstritor periférico, como um estimulador do coração e vasodilatador coronário. Actividade alfa dominante, aumenta a demanda miocárdica de oxigénio. Reacções Adversas – Angina de peito, hipertensão, taquicardia, ansiedade, dificuldade respiratória, lesões isquémicas devido à potente acção vasoconstritora. Interacções – Utilizar com precaução em pacientes em tratamento com inibidores da monoamino-oxidase (IMAO) ou antidepressivos dos tipos triplina ou imipramina, porque pode causar hipertensão grave e prolongada. Posologia – Inicialmente 0,5-1mcg/min (intervalo de 2-12mcg/min, dependendo da TA). No caso de sobredosagem recomenda-se o uso de atropina no caso de bradicardia reflexa, fentolamina em casos de extravasamento e propranolol na ocorrência de arritmias. Pressão Venosa Central (PVC)
A pressão venosa central é considerada uma medição directa da pressão sanguínea na
veia cava superior ao retornar à aurícula direita. Esta medição é adquirida através de um cateter venoso central que está conectado numa das veias com maior calibre. O cateter está ligado de forma a que a ponta deste se encontre no terço inferior da veia cava.
A pressão venosa central é utilizada
como uma monitorização do volume de sangue venoso e representa a pressão que o retorno venoso sistémico exerce. A PVC representa a quantidade de sangue que volta ao coração e a sua capacidade de bombear o sangue de volta para o sistema arterial. Através da PVC não se mede directamente o volume sanguíneo mas é possível fazer uma estimativa desse volume.
Os valores da pressão venosa central normais encontram-se entre os 2 e os 6 mmHg. Os
valores da PVC podem se encontrar elevados devido a uma hipervolémia, insuficiência cardíaca, hipertensão pulmonar ou a uma ventilação mecânica e aplicação de uma PEEP (positive end-expiratory pressure). Por outro lado os valores da PVC podem estar diminuídos em casos de choque hipovolémico devido a hemorragia ou desidratação ou devido a uma inalação profunda.
A medição da PVC pode ser realizada através de um manómetro ou através de um
transdutor. O transdutor é fixado ao nível da aurícula direita e conectado ao cateter venoso central do paciente através da tubuladura preenchida. É então realizado o “zero” no transdutor para a pressão atmosférica girando a torneira de três vias de forma a estar aberta para o transdutor e para o ar do ambiente, mas fechada para o paciente. De seguida a torneira é então girada de forma a estar fechada para o ar ambiente e aberta entre o paciente e o transdutor. Assim, é possível obter uma leitura contínua da PVC em mmHg em vez de cmH 2O obtida na medição manual.
a – contracção auricular (final da sístole)
c – abaulamento da válvula tricúspide em direcção à aurícula direita durante a contracção ventricular x – relaxamento auricular v – aumento da pressão arterial antes da abertura da válvula tricúspide (enchimento auricular) y – diminuição da pressão arterial aquando da passagem do sangue para o ventrículo direito (abertura da válvula tricúspide)