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Hospital Central da Beira

Universidade Católica de Moçambique

Departamento de Medicina Interna


Tema:
Emergências Hipertensivas
Estudantes:
Alice de Oliveira
Teresa Tamires Conforme
6 ano MG
Tutor:
Dr Elmano Gomonda
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Conteúdo
• Conceitos
• Epidemiologia
• Condições precipitantes
• Manejo
• Principais emergências hipertensivas

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Conceitos
• Urgência hipertensiva
• PA maior ou igual a 220 × 130 mmHg.
• Não há lesão aguda em órgãos-alvo.
• Todavia, os pacientes podem manifestar queixas variadas, p. ex., cefaleia,
fraqueza, mal-estar, ansiedade.
• Emergência hipertensiva
• PA elevada
• Há evidente lesão aguda em órgãos-alvo e risco iminente de morte.

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Epidemiologia
• A hipertensão arterial sistêmica (HAS) afeta quase 1/4 da população
adulta.
• Segundo o relatório anual da avaliação dos fatores de risco de doenças não transmissíveis em moçambique 2014/2015 da
MISAU:
 Local de residência (província)
• Cabo Delgado 39.5%
• Gaza 26.6%
• Inhambane 29.9%
• Manica 28.3%
• Maputo Cidade 34.2%
• Maputo Província 31.1%
• Nampula 32.0%
• Niassa 33.1%
• Sofala 21.7%
• Tete 31.3%
• Zambézia 33.7%

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Cont.
Sexo
• Feminino 31.5%
• Masculino 31.2%

Idade (anos)
• 15‐24 13.1%
• 25‐44 30.2%
• 45‐64 53.8%

Escolaridade (anos completos)


• 0 38.0%
• 1‐7 32.0%
• >7 22.3%
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Condições que levam a crise Hipertensiva
• Baixa aderência terapêutica
• Cessação abrupta de clonidina ou outro bloqueador simpático
• Hipertensão peri operatória
• Crise de feocromocitoma

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Emergencias Hipertensivas

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Manejo

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Anti-hipertensivos parenterais:
• De maneira geral, recomenda-se a redução da PA em questão de minutos a 1 hora nas emergências hipertensivas.
• Normalmente a redução inicial não deve ultrapassar 20% a 25% da PAM.
• Em todos os casos, é fundamental a monitorização de perto da PA.

Nitroprussiato de sódio
• Potente vasodilatador arterial e venoso, de curta ação (meia-vida de 2 a 3 minutos), reduzindo a pré-carga e a pós-
carga.
• Dose inicial: 0,3 a 0,5 mcg/kg/min.
• Aumentar a dose (em 0,3 a 0,5 mcg/kg/min) a cada 3-5 minutos, até a resposta desejada.
• Dose máxima: 8 a 10 mcg/kg/min.
Nitroglicerina
• Aação é predominantemente venodilatadora (reduz a pré-carga)
• Dose inicial IV: 5 a 10 mcg/min.
• Aumentar a dose (em 5-10 mcg/min) a cada 3-5 minutos, até a resposta desejada.
• Dose máxima: 150 a 200 mcg/min
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Cont.
Bloqueador de canais de cálcio
• A nicardipina é um bloqueador dos canais de cálcio dihidropiridínico
(como a nifedipina ) que pode ser administrado por infusão
intravenosa. A dose inicial é de 5 mg/hora e pode ser aumentada até no
máximo 15 mg/hora.
• A nicardipina tem um melhor perfil de segurança e um efeito anti-
hipertensivo semelhante quando comparado ao nitroprussiato

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Cont.
Beta-Bloqueador
• Labetalol é um bloqueador beta-adrenérgico e alfa-adrenérgico
combinado
• O labetalol pode ser administrado como uma série de injeções
intravenosas em bolus ou como infusão de dose constante. A dose em
bolus é inicialmente de 20 mg, seguida de 20 a 80 mg a cada 10
minutos até uma dose total de 300 mg.

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Encefalopatia Hipertensiva
É uma síndrome cerebral orgânica aguda que ocorre como resultado da falência do limite superior da
autorregulação vascular cerebral.
• Em normotensos: a PA média (PAM) pode variar entre 50 mmHg e 130 mmHg, sem que haja
alteração significativa no fluxo sanguíneo cerebral.
• Quando a PAM superar cerca de 130 a 140 mmHg, haverá perda da autorregulação, com
hiperfluxo e edema cerebral.
• Em indivíduos previamente hipertensos: a curva de fluxo versus pressão é deslocada para a direita,
de forma que, mesmo com PAM muito alta, ainda há integridade da barreira hematoencefálica

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Quadro clinico:
• O quadro clínico é de uma disfunção cerebral global, confirmado com melhora clínica após
redução da pressão arterial.
• Caracteriza-se por início agudo ou subagudo de cefaleia, letargia, confusão e distúrbios visuais,
crises epilépticas (focais ou generalizadas) também podem ocorrer.

• Exame fisico:
O exame de fundo de olho é obrigatório e evidencia edema de papila, hemorragias e exsudatos.

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Tratamento
• Suporte clínico: é de grande importância proteger as vias aéreas (intubação orotraqueal, se
necessário) e MOV
• Nitroprussiato de sódio: é o anti-hipertensivo mais usado
• Todavia, labetalol, esmolol ou nicardipina são as drogas de escolha.
• Na 1a hora, deve-se reduzir em 10% a 25% a PAM ou uma PA diastólica de 110 mmHg
(atingindo-se o valor mais alto dessas duas opções)

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Acidente vascular Cerebral
AVC Isquémico
• Sem indicação de terapia trombólitica
 A pressão arterial não deve ser tratada de forma aguda, a menos que a hipertensão seja
extrema (pressão arterial sistólica >220 mmHg ou pressão arterial diastólica >120 mmHg)
 Quando o tratamento é indicado, sugere-se uma redução cautelosa da pressão arterial em
aproximadamente 15% durante as primeiras 24 horas após o início do AVC

• Com indicacao de terapia trombolitica


 PAS ≤ 185 mmHg e PAD < 110 mmHg pré-trombólise e PAS ≤ 185 mmHg e PAD < 105
mmHg durante e após procedimento.

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Cont.
AVC Hemorrágico
• Para pacientes com HIC aguda que apresentam pressão arterial sistólica (PAS) entre 150 e 220
mmHg, sugerimos redução da PAS para uma meta de 140 mmHg, idealmente na primeira hora de
apresentação
• Para pacientes com HIC aguda que apresentam PAS >220 mmHg, sugerimos redução rápida da
PAS para <220 mmHg. Depois disso, a pressão arterial é reduzida gradualmente (durante um
período de horas) até uma faixa alvo de 140 a 160 mmHg

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Edema Pulmonar Agudo Cardiogenico com Hipertensao
• A marcante elevação da PA ocasiona aumento nas cargas ventriculares, o que acaba por aumentar
o estresse da parede ventricular e o consumo de O2 pelo miocárdio, levando a piora na função
miocárdica (sistólica e/ou diastólica).
• Em geral, a disfunção é predominantemente diastólica (a função sistólica está preservada e a queda
no débito se deve a um enchimento cardíaco inadequado por uma redução da complacência
ventricular)
Quadro clinico:
O paciente chega na emergência com muita dispneia, ansioso, sudoreico, com má perfusão periférica
e cianose.

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Tratamento

• MOV (monitor, oxigênio, acesso venoso e coleta de exames) e exame físico dirigido.
• Furosemida IV (ampola de 20 mg):
• Venodilatação em 15 minutos, diminuindo a pré-carga.
• Diurese por cerca de 30 minutos, com pico em 1 a 2 horas.
• Dose inicial: 0,5 a 1 mg/kg IV (40 a 80 mg); pode ser repetida, conforme a resposta do
paciente.
• Morfina (Ampola 10mg/ml)
• Diminui a pré-carga, frequência cardíaca, sensação de dispneia e reduz a ativação do sistema
nervoso simpático.
• Dose inicial: 2 a 5 mg IV.
• Pode repetir após 15-30 minutos.
• Nitroprussiato de sódio: droga de escolha

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Dissecção da Aorta

Quadro: dor toracica intensa de inicio subito, sudorese, palidez, assimetria da PA e do pulso, novo
sopro aortico
• Pacientes com dissecção aórtica aguda são tratados para reduzir rapidamente a pressão arterial até
uma meta sistólica de 100 a 120 mmHg em aproximadamente 20 minutos após o diagnóstico
• Um betabloqueador intravenoso é administrado primeiro (geralmente labetalol , propranolol ou
metoprolol) para reduzir a freqüência cardíaca abaixo de 60 batimentos por minuto e o estresse de
cisalhamento na parede aórtica.
• Nitroprussiato é normalmente necessário para atingir rapidamente a meta de pressão arterial.

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Pontos Chaves:
• A emergência hipertensiva é caracterizada por evidente lesão aguda em órgãos-alvo e risco iminente de morte.

• Anti-hipertensivos parenterais são indicados e fundamentais para a redução imediata da pressão arterial (PA)..

• No paciente com PA muito elevada, o foco inicial é buscar na anamnese + exame clínico os dados e pistas de acometimento
agudo de órgãos-alvo.

• De maneira geral, recomenda-se a redução da PA em questão de minutos a 1 hora nas emergências hipertensivas.

• Em geral, a redução inicial não deve ultrapassar 20% a 25% da PA média (PAM).

• Em todos os casos, é fundamental a monitorização de perto da PA.

• Pacientes com antecedentes de doença coronariana, insuficiência cardíaca (IC), acidente vascular cerebral (AVC) ou doença
renal crônica avançada devem ser avaliados de maneira mais cuidadosa e detalhada.

• Não se deve usar medicação anti-hipertensiva parenteral (nem sublingual) quando não há lesão aguda de órgãos-alvo, mesmo
que a PA esteja muito elevada.

• Não se deve reduzir agudamente/significativamente a PA de pacientes com HAS crônica sem lesão aguda de órgãos-alvo, pois o
risco é maior que o benefício.
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Referencias Bibliográficas
• UptoDate
• Medicina interna de Harrison 19ed.
• Medicina de Emergência (Revisão rápida) 1ed.
• Relatório final de avaliação dos factores de risco não transmissíveis na
população Mocambicana,2017

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OBRIGADA PELA ATENCAO

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