Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Para mais informações sobre o Senne Liquor e nossos protocolos acesse o site: senneliquor.com.br
INTRODUÇÃO
A avaliação do líquido cefalorraquidiano (LCR) faz parte da investigação
diagnóstica de várias doenças inflamatórias do sistema nervoso central
(SNC) [1], particularmente através da análise da produção intratecal de
IgG [2].
Para mais informações sobre o Senne Liquor e nossos protocolos acesse o site: senneliquor.com.br
Mais recentemente, a mensuração de cadeias leves livres (FLC) de IgG
no LCR, especialmente a kappa (kFLCs), tem sido avaliada [7],
mostrando grande sensibilidade e especificidade diagnóstica em
pacientes com EM [8-14].
Métodos
Pacientes
Incluímos pacientes que realizaram punção lombar e análise do LCR por
solicitação dos seus médicos assistentes, para investigação de síndrome
clinicamente isolada (CIS) sugestiva de EM, EM ou suspeita de EM. Todos
os pacientes foram submetidos à punção lombar e análise laboratorial no
Senne Liquor Diagnostico, tendo sido analisados os seguintes parâmetros
liquóricos: manometria, contagem de leucócitos, concentração de
proteínas, glicose e lactato, e avaliação da síntese de intratecal de IgG.
Para mais informações sobre o Senne Liquor e nossos protocolos acesse o site: senneliquor.com.br
Os procedimentos de coleta e análise do LCR, incluindo a
investigação da síntese intratecal de IgG, foram os mesmos adotados
rotineiramente pelo Senne Liquor Diagnostico. Todos os testes e
ensaios utilizados no presente estudo estão registrados nas agências
reguladoras nacionais de saúde. Um termo de consentimento livre e
esclarecido por escrito foi obtido de cada paciente.
Resultados
Cento e cinquenta e três amostras de soro e LCR de 153 pacientes
foram incluídas na análise. A média de idade dos pacientes foi de
40±14,2 anos. Vinte e nove (18,9%) pacientes eram do sexo masculino
e 124 (81,1%) do sexo feminino.
Para mais informações sobre o Senne Liquor e nossos protocolos acesse o site: senneliquor.com.br
A mediana do índice kappa entre os pacientes sem BOC foi de 3,4
(1,8-5,4). A mediana do índice kappa entre os pacientes BOC+ foi de
124 (3,4-441). Sessenta e oito (97,1%) pacientes BOC+ apresentaram
índice kappa positivo. Sete (8,4%) dos 83 pacientes com BOC-
apresentaram índice kappa positivo
(Tabela 1).
54 16 48 22 68 2 70
BOC positiva (77,14%) (22,8%) (68,5%) (31,4%) (97,1%) (2,8%)
5 79 6 78 7 77 84
Boc negativa
(5,9%) (94%) (7,1%) (92,8%) (8,3%) (91,6%)
Sensibilidade 77,17% 68,5% 97,1%
Discussão
O diagnóstico da EM é desafiador, visto não haver um marcador único
O diagnóstico da EM é desafiador, visto não haver um marcador único
e definitivo. Os atuais critérios diagnósticos consideram EM quando
há evidência de lesões desmielinizantes do SNC disseminadas no
tempo (em momentos diferentes) e espaço (em diferentes
topografias do SNC), detectadas clinicamente ou pela ressonância
Para mais informações sobre o Senne Liquor e nossos protocolos acesse o site: senneliquor.com.br
magnética [4]. Quando há disseminação espacial, mas sem
disseminação no tempo, o LCR pode definir o diagnóstico. Nesses
casos, a presença de BOCs, indicando uma síntese intratecal de IgG,
define o diagnóstico de EM, desde que excluídas outras etiologias para
as lesões [4].
Para mais informações sobre o Senne Liquor e nossos protocolos acesse o site: senneliquor.com.br
de BOCs, indique de fato síntese intratecal de IgG. Nesse caso,
estaríamos diante de casos falso-negativos com a pesquisa de BOCs,
sugerindo que a realização concomitante de métodos quantitativos e
qualitativos pode aumentar a sensibilidade para a detecção de síntese
intratecal de IgG. Considerando que quase todos os casos com BOC+
foram positivos com o índice kappa e que o índice kappa foi positivo
em sete casos negativos à pesquisa de BOCs, é possível sugerir que o
índice kappa tenha uma sensibilidade ligeiramente superior à
pesquisa de BOCs. Este achado está em linha com um estudo prévio
que mostrou valores de índice kappa acima do “cut-off” de 5,8 em
um quarto dos pacientes com EM e BOC- [9]. No presente estudo,
não foi possível avaliar com precisão a sensibilidade e especificidade
de cada método, visto que seriam necessários dados clínicos e
neurorradiológicos detalhados para definição diagnóstica de acordo
com os critérios vigentes.
Para mais informações sobre o Senne Liquor e nossos protocolos acesse o site: senneliquor.com.br
Estudos futuros ainda são necessários para avaliar se o índice kappa
pode ser incluído nos critérios diagnósticos da EM como alternativa à
detecção de BOCs. Contudo, neste momento, é razoável recomendar
que o índice kappa e a pesquisa de BOCs sejam realizados em
paralelo.
Referências
1. Wright BL, Lai JT, Sinclair AJ. Cerebrospinal fluid and lumbar puncture: a practical review. J Neurol. 2012
2. Khorooshi R, Asgari N, Mørch MT, Berg CT, Owens T. Hypersensitivity Responses in the Central Nervous System.
Front Immunol. 2015 Oct 7;6:517. doi: 10.3389/fimmu.2015.00517. PMID: 26500654; PMCID: PMC4595775.
3. Gastaldi M, Zardini E, Leante R, et al. Cerebrospinal fluid analysis and the determination of oligoclonal bands.
4. Thompson AJ, Banwell BL, Barkhof F, et al. Diagnosis of multiple sclerosis: 2017 revisions of the McDonald criteria.
Lancet Neurol. 2018 Feb;17(2):162-173. doi: 10.1016/S1474-4422(17)30470-2. Epub 2017 Dec 21. PMID: 29275977.
5. Conrad AJ, Chiang EY, Andeen LE, et al. Quantitation of intrathecal measles virus IgG antibody synthesis rate:
subacute sclerosing panencephalitis and multiple sclerosis. J Neuroimmunol. 1994 Oct;54(1-2):99-108. doi:
6. Reiber H. Knowledge-base for interpretation of cerebrospinal fluid data patterns. Essentials in neurology and
7. Makshakov G, Nazarov V, Kochetova O, Surkova E, Lapin S, Evdoshenko E. Diagnostic and Prognostic Value of the
Cerebrospinal Fluid Concentration of Immunoglobulin Free Light Chains in Clinically Isolated Syndrome with
Conversion to Multiple Sclerosis. PLoS One. 2015 Nov 25;10(11):e0143375. doi: 10.1371/journal.pone.0143375.
8. Presslauer S, Milosavljevic D, Huebl W, Parigger S, Schneider-Koch G, Bruecke T. Kappa free light chains: diagnostic
and prognostic relevance in MS and CIS. PLoS One. 2014 Feb 25;9(2):e89945. doi: 10.1371/journal.pone.0089945.
9. Ferraro D, Trovati A, Bedin R, et al. Cerebrospinal fluid kappa and lambda free light chains in oligoclonal
band-negative patients with suspected multiple sclerosis. Eur J Neurol. 2020 Mar;27(3):461-467. doi:
Para mais informações sobre o Senne Liquor e nossos protocolos acesse o site: senneliquor.com.br
10. Leurs CE, Twaalfhoven H, Lissenberg-Witte BI, et al. Kappa free light chains is a valid tool in the diagnostics of
MS: A large multicenter study. Mult Scler. 2020 Jul;26(8):912-923. doi: 10.1177/1352458519845844. Epub 2019
11. Presslauer S, Milosavljevic D, Brücke T, Bayer P, Hübl W. Elevated levels of kappa free light chains in CSF support
the diagnosis of multiple sclerosis. J Neurol. 2008 Oct;255(10):1508-14. doi: 10.1007/s00415-008-0954-z. Epub
2008 Jul 17. Erratum in: J Neurol. 2009 Dec;256(12):2115. Hübl, Walter [corrected to Hübl, Wolfgang]. PMID:
18685917.
12. Presslauer S, Milosavljevic D, Huebl W, et al. Validation of kappa free light chains as a diagnostic biomarker in
multiple sclerosis and clinically isolated syndrome: A multicenter study. Mult Scler. 2016 Apr;22(4):502-10. doi:
13. Agnello L, Lo Sasso B, Salemi G, et al. Clinical Use of κ Free Light Chains Index as a Screening Test for Multiple
Sclerosis. Lab Med. 2020 Jul 8;51(4):402-407. doi: 10.1093/labmed/lmz073. PMID: 31943078.
14. Agnello L, Lo Sasso B, Salemi G, et al. Clinical Use of κ Free Light Chains Index as a Screening Test for Multiple
Sclerosis. Lab Med. 2020 Jul 8;51(4):402-407. doi: 10.1093/labmed/lmz073. PMID: 31943078.
15. Tourtellotte W. On cerebrospinal fluid immunoglobulin-G (IgG) quotients in multiple sclerosis and other
diseases. A review and a new formula to estimate the amount of IgG synthesized per day by the central nervous
16. Duranti F, Pieri M, Centonze D, Buttari F, Bernardini S, Dessi M. Determination of κFLC and κ Index in
cerebrospinal fluid: a valid alternative to assess intrathecal immunoglobulin synthesis. J Neuroimmunol. 2013 Oct
17. Sáez MS, Rojas JI, Lorenzón MV, et al. Validation of CSF free light chain in diagnosis and prognosis of multiple
sclerosis and clinically isolated syndrome: prospective cohort study in Buenos Aires. J Neurol. 2019
18. Menéndez-Valladares P, García-Sánchez MI, Cuadri Benítez P, et al. Free kappa light chains in cerebrospinal fluid
as a biomarker to assess risk conversion to multiple sclerosis. Mult Scler J Exp Transl Clin. 2015 Dec
19. Domingues RB, Peres GB, Moura-Leite FB, Senne C. Quantitative and qualitative evaluation of IgG synthesis in
8,947 cerebrospinal fluid samples. J Bras Patol Med Lab. 2020; 56: 1-5.
https://doi.org/10.5935/1676-2444.20200004
Para mais informações sobre o Senne Liquor e nossos protocolos acesse o site: senneliquor.com.br
Junho/2022
Para mais informações sobre o Senne Liquor e nossos protocolos acesse o site: senneliquor.com.br