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Análise de Fluidos Corporais

Prof. Dr Márcio Vasconcelos Oliveira


Líquido cefalorraquidiano-LCR
• Produzido em taxa de aproximadamente
500mL/dia;
• Sendo 70% oriundo de ultrafiltração e
secreção através dos plexos coróides;
• Atua na coleta de resíduos, circulação de
nutrientes, proteção e lubrificação do
SNC;
• O LCR é reabsorvido por meio dos vilos
aracnóides;
LCR: características
• Volumes totais de LCR:
• Adulto: 90 a 150 mL;
• Recém-Nascido: 10 a 60 mL;
• Aspecto normal: límpido;
• Viscosidade semelhante à da água
• Cor normal: incolor( água de rocha) e
xantocrômico até 30 dias de vida ( poucos
casos até 120 dias);
LCR: características
• A turvação ou opacificação começa a
aparecer nitidamente quando existe
quantidade superior a 200 leucócitos/mm3
ou contagem eritrocitária superior a 400
eritrócitos/mm3;
• Microorganismos,contrastes radiograficos,
níveis elevados de proteínas, células
tumorais causam opacificação;
Classificação
Límpido....................... ..até 45 Células
Levemente Turvo........ 46 a 300 Células
Turvo/Opalescente.... 301 a 6.000 Células
Purulento................. Acima de 6.000 Células
LCR: características
• A turvação deve ser graduada em
discretamente, moderadamente ou fortemente
turvo;
• A formação de coágulos pode aparecer em :
• Pacientes com acidentes traumáticos;
• Meningite tuberculosa;
• Meningite supurativa;
• Os coágulos podem interferir nas contagens
celulares: englobam células inflamatórias;
LCR: características
• LCR viscoso: adenocarcinomas metastáticos
produtores de mucina, meningite criptocócica
devido ao polissacarídeo capsular, meningite
purulenta;
• LCR avermelhado/ vermelho: usualmente indica
presença de sangue;
• LCR se torna macroscopicamente hemorrágico:
contagem celular ultrapassa 6.000
eritrócitos/mm3;
• O sangue pode ser proviniente: hemorragia
subaracnóide, hemorragia intracerebral,
acidente de punção;
LCR: características
• Xantocromia: róseo, laranja ou amarelo;
• Causa: lise eritrocitária e degradação da
hemoglobina;
• Rósea/ laranja: oxihemoglobina;
• Amarelo: Bilirrubina;
• Verde/ esverdeado, castanho;
• Cor e aspecto devem ser avaliados antes
e depois de centrifugação;
Exame do LCR: indicações
• Infecções meníngeas: bacterianas, virais,
fungicas, parasíticas;
• Hemorragia subaracnóide;
• Processos neoplásicos malígnos do SNC;
• Doenças desmilienizantes;
• Principal indicação para esse exame:
meningites infecciosas;
LCR: coleta
• Pode ser obtido por meio de punção lombar
entre L4 e L5, cisternal, sub-occiptal, punção
cervical lateral ou por meio de cânulas
ventriculares;
• Volume ideal: RN 3 ml; Crianças 5 ml;
Adultos 10 ml e quando suspeita de BK 13
ml;
• Amostra deve ser dividida em 3 frascos;
• Frasco 1: análises bioquímicas e
imunológicas;
LCR: coleta e processamento
• Frasco 2: Exames microbiológicos, se
possível gotejar durante a coleta em ágar
chocolate;
• Frasco 3 : exames citológicos;
• Se houver suspeita de malignidades:
colher 4º tubo;
• Todos os frascos devem estar estéreis;
• A análise deve ser logo procedida, para
não haver deterioração celular;
LCR: processamento
• A degradação celular já se inicia na
primeira hora;
• É contra-indicada refrigeração da amostra
destinada para cultura: bactérias possíveis
causadoras de meningite como Neisseria
meningitidis e Haemophilus influenzae são
pouco resistentes;
Estabilidade do LCR
• Análises Microbiológicas: Máximo 1 hora Temperatura
ambiente
• Análises Citológicas: Máximo 1 hora Temperatura
ambiente Análises Bioquímicas: Máximo 2 horas
Temperatura ambiente
• Máximo 4 horas Refrigerada
• Análises Imunológicas: Máximo 4 horas Temperatura
ambiente
• Máximo 48 horas Refrigerada: 2º C- 8ºC
• Máximo 15 dias - 20ºC
LCR: contagem celular
• Valores normais para leucócitos:
• Adultos: 0 a 5 células por mm3;
• Neonatos: 0 a 30 células por mm3;
• Infância: valores intermediários decrescentes
entre neonatos e adulto;
• A cima de 5 anos: valores dos adultos;
• A contagem eritrocitária não possui bom valor
diagnóstico;
• Interessante para correção em contagem
leucocitárias em LCR obtido por punção
traumática;
• Adultos Até 5 leucócitos/mm3
0 hemácias/mm3
• Recém-nascidos Até 15 leucócitos/mm3
0 hemácias/mm3 ( a termo) Até 30
leucócitos/mm3 0 hemácias/mm3 ( prematuros)
• 1 mês a 1 ano Até 10 leucócitos/mm3
0 hemácias/mm3
• 1 ano a 4 anos Até 8 leucócitos/mm3
0 hemácias/mm3
• Acima de 5 anos Até 5 leucócitos/mm3
0 hemácias/mm3
LCR: contagens celulares
• Estimado que a cada 700 eritrócitos
introduzidos, incrementa-se 01 leucócito- se
hemograma dentro dos limites de normalidade;
• Existem cálculos para correção;
• Predomínio de mononucleares;
• Adultos mais linfócitos, neonatos mais
monócitos;
• Números pequenos de neutrófilos podem ser
observados em LCR normal, contudo
provavelmente fruto de pequena hemorragia
LCR: neutrofilias
• Causas: meningite bacteriana;
• Abscesso cerebral;
• Empiema subdural;
• Meningite micótica inicial;
• Meningite viral inicial- 2 a 3: dias viragem
para linfócitos;
• Encefalomielite amebiana;
LCR: neutrofilias
• Hemorragia no SNC;
• Reação à punções lombares repetidas;
• Tumor metastático em contato com LCR;
LCR: elevação do número de
linfocitos
• Meningite viral;
• Meningite tuberculosa;
• Meningite fúngica;
• Meningocefalite sifilítica;
• Meningites bacterianas por patógenos
incomuns: Listeria monocytogenes;
• Infestações parasitárias; toxoplasmose,
cisticercose, triquinose;
Contagens celulares
• Câmara de Neubauer e câmara de Fuchs-
Rosenthal;
• Câmara de Neubauer: contar todas as
células da câmara;
• Câmara de Fuchs- Rosenthal : contar tudo
e dividir por 3 ( se for límpido).
• Se o LCR for turvo deve ser diluído e
multiplicar o resultado pelo fator de
diluição.
Realização do exame citológico
do LCR com diluição
• Usar corantes para promover hemólise;
• Sempre respeitar os fatores de diluição;
• Líquido de Sanson: P/ LCR límpido : 10 μl de
Sanson e 100μl de LCR;
• Contar 5 quadrantes da Câmara de Newbauer e
multiplicar por 2,2;
• Diluição de 1: 1,1 x 10 : 5;
• Para LCR turvos: diluir como para contagem
global de leucócitos 1:20 contar quatro
quadrantes e multiplicar por 50:
( diluição 20x 10 :4).
Dosagens bioquímicas
• Glicose: Normalmente em torno de 2/3 glicose
sanguínea;
• Coleta comparativa;
• Valores baixos: hipoglicorraquia são compatíveis
com meningites bacterianas, fúngicas e a
meningite tuberculosa;
• Elevação : hiperglicorraquia- situações de
hiperglicemia e acidentes de punção;
• Não detêm significado clínico;
LCR: exames bioquímicos
• Lactato: valores do LCR são
independentes dos do sangue;
• Crianças de maior idade e adultos : 9.0 a
26 mg/dL;
• Recém-nascidos: 10 a 60 mg/dL;
• Adjuvante na diferenciação das
meningites viral, bacteriana e fúngica;
Resumindo...
• Níveis elevado de lactato no LCR esta associado
ao aumento do metabolismo anaeróbio da glicose
e à acidose tecidual. O seu aumento no LCR não
esta vinculado à concentração sanguínea.
• Na infecção bacteriana, meningite fúngica, Infarto
cerebral agudo, hemorragia cerebral e na
encefalopatia herpética o lactato normalmente
esta elevado.
LCR: exames bioquímicos
• LDH- Lactato desidrogenase:
• Até 40 U/L em adultos;
• Até 70 U/L em neonatos;
• Auxiliar na diferenciação dos acidentes de
punção e das hemorragias recentes;
• Maior atividade nas meningites bacterianas;
• Comumente não solicitada/dosada;
LCR: exames bioquímicos
• Creatinofosfoquinase
• Concentração inferior a 5 UI/L no LCR em
condições normais;
• Predomínio da fração ou isoforma CK BB, com
pequenas contribuições de CK MM e CK MB
( provavelmente de contaminação sanguínea);
• Elevações da isoforma BB estão relacionadas a:
doenças desmielinizantes,convulsões,AVE,
TCE,meningites;
• Comumente não solicitada/dosada;
LCR: exames bioquímicos
• Dosagem de proteínas:
• Mais de 80% do conteúdo protéico do
LCR é proveniente do plasma;
• Valores normais:
• Adultos: 15-45 mg/dL
• Recém-nascidos: até 150 mg/dl
• Prematuros pode chegar a 500 mg/dl
LCR: exames bioquímicos
• Níveis elevados de proteinas no LCR
podem ocorrer por:
• Aumento da permeabilidade da barreira
hemato-encefálica;
• Obstrução mecânica do fluxo do LCR;
• Aumento de síntese de imunoglobulina
intratecal;
• Hemorragias no SNC;
• Coleta traumática.
Reação de Pandy
• Indica o aumento da taxa de proteína, sendo
positivo quando a taxa for maior que 40
mg/dL. Entretanto ,nos casos em que a taxa
de proteína estiver normal ou pouco
aumentada reação positiva sugere
alteração qualitativa das proteínas, devido
em geral a elevação de globulina gama.
LCR: exames bioquímicos
• Cloretos: comum desuso;
• Valores normais:
• 115 a 130 mmol/L
• Em meningites purulentas os cloretos
diminuem, nas virais permanecem normais;
• Qualquer condição que altere os níveis
séricos de cloreto também irão afetar o nível
de cloreto no LCR;
• Níveis diminuídos são encontrados nas
meningites tuberculosa e bacteriana e na
criptococose.
LCR: exames bioquímicos
• Para avaliação da integridade da barreira
hematoencefálica, pode-se utilizar um índice
obtido pela proporção entre os níveis de
albumina no liquor (mg/dL) e no soro (g/L);
• Normalmente o valor encontrado é menor que
9;
• Valores maiores indicam alterações da barreira,
que podem variar de discretas a severas, de
acordo com os índices encontrados;
• São considerados discretos valores entre 9 e
14;
• moderados entre 14 e 30;
• acima de 30, um comprometimento
severo;
• Índices discretamente alterados são
encontrados em crianças de até 6 meses,
traduzindo imaturidade da barreira
hematoencefálica;
• Os acidentes de punção invalidam a
utilização destes índice;
LCR: exames imunológicos
• Neurosífilis: VDRL, FTA-ABS;
• FTA-ABS sérico não reagente descarta a
neurosífilis;
• FTA-ABS sérico reagente e no LCR não
reagente descarta a neurosífilis mesmo
que existam sintomas neurológicos;
• A sensibilidade do FTA-ABS no LCR é de
100% e de 96 a 97% de especificidade;
LCR: exames imunológicos
• VDRL: seguir IT do Kit;
• Altamente específico: um exame positivo
diagnostica neurossífilis, sua sensibilidade
é de 50 a 60%;
LCR: exames imunológicos
• Proteina C Reativa;
• Pouco dosada devido contracenso
interpretativo;
• Diferenciação entre meningite viral e
bacteriana;
• Alguns estudos relacionaram a diferença e
outros não;
LCR: exames imunológicos
• Aglutinação em látex;
• H. influenzae, E. coli, S. pneumoniae, N.
meningitidis A,B,C,Y,W135, Streptococcus do
grupo B;
• Sensibilidade varia de 50 a 90%;
• Interferentes para falsos-positivos Fator
reumatóide: proceder aquecimento antes do
teste;
• Deve ser realizado quando padrão do LCR-
bacteriano: observando ou não bactérias na
coloração de Gram; Ou,se solicitado por médico
ou Vigilância epidemiológica;
Importante!!!
LCR: exames microbiológicos
• Gram;
• Cultura: Agar chocolate a 37 C em
microaerofilia de 24 a 48 h.
• Para Cryptococcus sp.: Sabourand com
Cloranfenicol em temperatura ambiente e a 37º
C , para Mycobacterium: ágar Lowestein
Jensen, 37º C;
• Ziehl-Neelsen: realizar do filamento de fibrina;
• Tinta da China: 1 gota do sedimento e 1 gota
de tinta nanquim, Observar ao microscópio em
busca de Criptococcus sp.
Agentes etiológicos mais comuns
• Bacterianos: H. influenzae, E. coli, S.
pneumoniae, N. meningitidis,
Streptococcus do grupo B;
• Listeria monocytogenes, S. aureus;
• Virais: ecovírus, coxsackievírus e
póliovírus( 80% dos casos), HSV, CMV
dentre outros;
• Fúngicas: Cryptococcus neoformans
( mais comum), C. gatti;
Resumo
Líquido Sinovial

Prof. Dr Márcio Vasconcelos Oliveira


Líquido sinovial
• Sinonímia; Líquido articular;
• Ultrafiltrado plasmático imperfeito
associado à ácido hialurônico produzido
por células sinciciais;
• Glicose, Uréia e pequenos íons
atravessam facilmente até espaço
articular, por isso possui concentração
semelhante às do plasma;
Líquido Sinovial: funções
• Lubrificante;
• Adesivo;
• Fornecimento de nutrientes para
cartilagem articular;
Líquido Sinovial: Coleta
• Aspiração do líquido articular:
Artrocentese;
• Mesmo grandes articulações como a do
joelho contêm pequenos volumes de
líquido sinovial;
• Em torno de 4 mL, podendo mostrar um
volume muito maior quando existem
alterações inflamatórias;
Líquido Sinovial: Coleta
• Coleta por aspiração com seringa;
• Podendo ser ou não heparinizada;
• Heparina sódica;
• EDTA e Heparina de Lítio: podem formar
cristais artificiais que podem confundir o
exame;
• Articulação deve ser manipulada/
mobilizada antes da coleta: misturar seu
conteúdo;
Líquido Sinovial: Coleta
• Deve ser dividido em três tubos:
• 1º tubo: sem heparina- para observar
coagulação( normalmente não coagula);
• 2º tubo: com heparina- análise
microbiológica;
• 3º tubo: com heparina – análises
celulares;
• Na prática: normalmente 1 tubo somente
para todas as análises( fator dificultante);
Líquido sinovial: aspectos físicos
• Cor: normalmente incolor a amarelo pálido;
• Amarelo pálido: poucos eritrócitos – diapedese:
pequenas lesões;
• Líquido séptico: amarelo, marrom,verde dentre
outras colorações;
• Acidentes de punção: líquido hemorrágico;
• Hemartrose patológica: além do aspecto
hemorrágico inicial: xantocromia pós-
centrifugação, ou cor acastanhada;
Líquido sinovial: aspectos físicos
• Limpidez: associado ao nº e tipo de
partículas no líquido sinovial;
• Normal: transparente ou límpido;
• Leucócitos, cristais: líquido esbranquiçado
a leitoso;
• Oleoso e brilhante: pode se associar a
provável presença de cristais de
colesterol;
Líquido sinovial: aspectos físicos
• A turvação é menos frequente por : presença de
fibrina, de metais oriundos de próteses, de
restos articulares na osteoartrite;
• Viscosidade: importante para lubrificação,
amortecimento e adesividade;
• Normal: boa viscosidade;
• Processos inflamatórios baixa viscosidade:
comprometimento da produção de ácido
hialurônico;
Líquido Sinovial: exames
bioquímicos
• Glicose: comparação com níveis séricos;
• Glicemia – glicose do líquido sinovial deve
normalmente ser menor que 10mg/dL;
• A mesma diferença é esperada nas
artrites assépticas;
• Nas artrites sépticas:a diferença fica entre
20 e 60mg/dL ou mais;
Líquido Sinovial: exames
bioquímicos
• Ácido úrico: normalmente igual aos
valores séricos;
• Grande difusão para o líquido sinovial;
• Elevados na gota;
• Valores referenciais situados entre 2 e
8mg/dL;
Líquido Sinovial: exames
bioquímicos
• Concentração média de proteínas gira em
torno de 1,38g/dL;
• Processo inflamatório: proteinas maiores
tais como fibrinogênio entram no líquido
sinovial: coagulação;
• Valores normais: 1 a 3g/dl;
• Elevações nos distúrbios inflamatórios e
em hemorragias articulares;
Liquido Sinovial: exames
bioquímicos
• Dosagem de lactato: nas artrites sépticas
comumente está acima de 250 mg/dl;
• Aumento da produção local por diminuição
do metabolismo aeróbico;
Líquido Sinovial: Exames
bioquímicos
• Teste do Coágulo de Mucina:
• Adicionar ácido acético no líquido sinovial:
precipitação do hialuronato num coágulo
de mucina;
• Expressa-se como : bom, regular ou fraco;
• Pouca utilidade clínica;
• Regular a fraco:pode aparecer nas artrites
reumatóides;
Líquido sinovial: Exames
bioquímicos
• Análise de cristais; àcido úrico ou urato
monossódico: gota;
• Pirofosfato de sódio( pseudogota);
• Cristais de colesterol, de apatita( principal
mineral encontrado nas cartilagens),
oxalato de cálcio;
• Exame deve ser feito logo após coleta:
alterações de temperatura, pH podem
afetar a solubilidade;
• Examinar em microscópio sem corantes
sob luz polarizada;
• Na ausência pode ser visto em esfregaço
corado pelo wright;
• Cristais de ácido úrico normalmente tem
formato de agulha;
• Podem ser encontrados livres ou dentro
de neutrófilos;
• Cristais de pirofosfato tem formato
losangular, apresentam-se como
inclusões intracelulares;
• Oxalato de cálcio: lembra um envelope;
Artrite gotosa / Artrite séptica
Líquido Sinovial: contagem celular
• Contagem de leucócitos normal se situa entre
150 e 200 células por mm3;
• Processos inflamatórios graves pode chegar a
100.000 células por mm3;
• Contar em câmaras : vide contagem de
leucócitos em LCR;
• Porém não se deve usar diluentes
convencionais por conta do ácido acético;
• Providência para não formar coágulos
mucinosos;
• Usa-se salina;
• Em caso de presença de hemácias :
salina hipotônica ou com saponina;
• Pode se adicionar na solução para
diluição, azul de metileno: diferenciação
de leucócitos;
• Contadores automáticos: entupimento e
falsas elevações por conta de células
teciduais são comuns;
• Predomínio de mononucleares: linfócitos,
monócitos/macrófagos e células mesoteliais;
• Neutrófilos: normalmente – menos que 25%;
• Elevações de neutrófilos: quadros infecciosos,
ou inflamação provocada por cristais;
• Elevações nas contagens com predomínio de
linfócitos: inflamação não bacteriana;
Célula mesotelial- binucleada e
reativa
Célula mesotelial gigante:
elementos englobados
• As células vão se apresentar mais
vacuolizadas;
• RA ou ragócitos: neutrófilos com grânulos
citoplasmáticos escuros: complexos
imunes- artrite reumatóide;
Líquido Sinovial: Microbiologia
• Gram;
• Cultura: ágar-chocolate- Staphylococcus,
streptococcus, Neisseria,
Haemophilus;
• Fungo e Tuberculose:
• Sabourand com Cloranfenicol em
temperatura ambiente e a 37º C;
• Mycobacterium: ágar Lowestein Jensen,
37º C;( Indícios clínicos para solicitação);
Líquido Sinovial: Sorologia
• Artrite Reumatóide;
• LES;
• Exames em soro sanguíneo;
Líquido Peritoneal

• Volume normal: em torno de 25 a 50 mL;


• Acúmulo de líquido na cavidade
peritoneal: ascite;
• O líquido é comumente denominado de
ascítico;
• Pouco denominado líquido peritoneal;
• Ultrafiltrado plasmático: depende da
permeabilidade vascular e das pressões
hidrostática e oncótica;
• Ocorre em forma de transudato e de
exudato;
• Aspecto normal: límpido e de cor
transparente ou amarelo claro;
• Os exudatos: são turvos nas infecções
bacterianas e fúngicas;
• Pode assumir coloração verde quando é
configurado um derrame biliar;
• A presença de bile pode ser detectada por
meio da dosagem de bilirrubina;
• Pode se apresentar contendo material
quiloso: assume coloração esbranquiçada
ou branca;
• Neste caso: exame celular pode revelar
macrófagos cheios de gordura;
Macrófagos com pigmento biliar
Macrófago “espumoso”
• Presença de hemácias; muito associado à
taumatismos hemorrágicos,acidente de
punção, carcinoma;
• A contagem de leucócitos normalmente se
encontra abaixo de 300 leucócitos por
mm3, normal até 500 leucócitos;
• Contagens de leucócitos se elevam : na
peritonite fúngica, bacteriana e na cirrose;
• Uma contagem de leucócitos elevada com
predomínio de linfócitos pode ser suspeita
de tuberculose ou carcinomatose
peritoneal;
• Referência: Leucócitos : < 500/uL
Neutrófilos : < 50%
Linfócitos : < 50%
Monócitos : < 20%
Eosinófilos : < 10%
• Nos episódios de infecção bacteriana as
contagens se encontram acima de 250
granulócitos por mm3;
• Quando existe suspeita de tumores pelo
médico ou quando o analista clínico
observar células com anisocariose,
relação núcleo-citoplasma alterada dentre
outros: encaminhar para citologia
oncótica;
• Dosagem de ACE e Ca 125: ajudam o
diagnóstico- realizar dosagem sérica
podendo também no líquido ascítico;
• Se Ca 125 positivo e ACE negativo: a
origem do tumor é ovariana ou
endometrial ou tubária;
Célula tumoral – origem TGI
Exames Bioquímicos do líquido
ascítico
• Glicose: níveis inferiores aos séricos na
peritonite tuberculosa, nas neoplasias e nas
peritonites bacterianas;
• Amilase: comumente dosada para verificar uma
pancreatite, se existem perfurações intestinais e
neste caso se encontra elevada (superior a 3X
níveis séricos) ;
• Fosfatase alcalina: se encontra elevada nas
perfurações intestinais;
• Bilirrubina: derrame biliar de etiologia variadas;
• Lactato desidrogenase - LDH : Até 200,0
U/L: indicador de lesão;
• Colesterol/Triglicerídeos: efusão
quilosa- obstrução linfática;
• Uréia e creatinina: podem e devem ser dosados
quando existe suspeita de rompimento da bexiga
ou quando há punção acidental durante a
paracentese;
• Proteinas totais/albumina:o gradiente albumina
sérica - ascite é o melhor teste isolado para
classificação da ascite em causas hipertensivas
portal e não hipertensivas portal;
• O gradiente (GASA): subtraindo-se a albumina do
fluído ascítico da albumina sérica.> que 1,1 g/dL
sugere fortemente hipertensão portal e < que 1,1
g/dL implicam em causas não hipertensivas
portais;
• Um GASA elevado + um nível elevado de
proteínas (> 2,5 g/dL) são vistos na maior parte
dos casos de congestão hepática secundária à
doença cardíaca;
• Dois terços dos pacientes com ascite por
malignidade apresentam nível de proteína >2,5
g/dL.
• pH: útil para diagnostico de peritonite
bacteriana, associada a contagem de
leucócitos;
• Se pH inferior a 7,32 ou pH sangue – pH
liq. Ascítico for superior a 0,1: 90%
chance;
• Gram;
• Ziehl-Neelsen: baixa sensibilidade-
cultura;
• Cultura- preferencialmente inocular em
frasco de hemocultura- elevar
sensibilidade;
Macrófago- englobamento de
leveduras
Líquido Pleural
• Cavidade pleural: normalmente contêm
pequena quantidade de líquido;
• Líquido pleural: facilita o movimento das
duas membranas- uma sobre a outra;
• Fluido pleural: filtrado plasmático derivado
dos capilares da pleura externa ( Parietal);
• Produzido e reabsorvido por vasos linfáticos
e vênulas da pleura interna( Visceral);
• Acúmulo de líquido na cavidade pleural:
Derrame;
• Fruto do desequilíbrio entre a produção e
a reabsorção;
Mecanismos que podem levar ao
acumulo de liquido Pleural:

• Aumento da pressão hidrostática nos


capilares sanguineos ou linfáticos;
• Diminuição da pressão oncótica do
plasma;
• Aumento da permeabilidade capilar;
• Aumento da pressão negativa no espaço
Pleural;
• Movimento de liquido do abdomem para o
espaço Pleural;
• Redução da drenagem linfática Pleural ou
Mediastinal;
Coleta do líquido pleural
• Toracocentese;
• Colocar líquido em frasco com EDTA:
análise celular;
• Restante em frasco sem anticoagulante
ou com heparina;
• Proceder logo os exames;
• Contudo no líquido pleural bons
resultados poder ser obtidos mesmo até
após 48h de refrigeração;
• Líquido pleural normal é um transudato;
• Condições anormais: exudato;
• Para ser considerado exudato, é preciso
preencher um ou mais dos seguintes
requisitos:
• Proteínas do LP/proteinas soro > 0.5;
• LDH do LP/ LDH soro > 0.6;
• LDH superior a 2/3 do índice superior de
normalidade;
• Normalmente amarelo-claro ou amarelo
palha;
• Não coagulam;
• Se LP hemorrágico: pensar em trauma/
processo malígno;infarto pulmonar e
acidente de punção;
• Se hemorrágico e com hematócrito muito
elevado: hemotórax;
• Exudatos: graus variáveis de turbidez;
• Se não heparinizados, coagulam com
frequência;
• Se apresentar odor fecal: Infecções por
anaeróbios;
• Pode se apresentar turvo, leitoso,
hemorrágico;
• Após centrifugação se turvação deixa de
existir: elementos celulares;
• Se persistir: efusão quilosa, ou
pseudoquilosa- obstrução linfática( ducto
torácico)- linfoma, carcinoma;
Contagem celular
• Transudatos: até 1000 leuco/mm3;
• Exudatos > 1000 leuco/mm3;
• Neutrofilias: pneumonia bacteriana, infarto
pulmonar,pancreatite e tuberculose inicial;
• Linfocitose: tuberculose, infecção viral, pleurite
reumatóide, LES;
• Eosinofilia(>10%):sugere doença benigna,
associada com ar ou sangue no espaço
pleural(pneumotórax, hemotórax, reação a
drogas, entre elas(amiodarona, nitrofurantoina,
minoxidil, metotrexato;
• Infarto pulmonar, derrame pleural por
Asbesto, doenças parasitarias e infecções
fungicas entre elas:
(cripitococose,histosplasmose).
• Quando associados a eosinofilia
plasmática, pensar em Sd Loffler, Doença
de Hodgkim e eosinofilia tropical.
Hematócrito
• Se HT do liquido< 1% não estão
associados a sangramentos importantes;
• Se HT do liquido > que 1% são
observados em derrames neoplásicos,
traumáticos e na embolia pulmonar;
• Se HT do liquido > que 50% do HT do
plasma, trata-se de um hemotórax (trauma
ou dissecção de Aorta).
Dosagens bioquímicas
• Glicose: < 60mg/dl ou Glicose do LP/ glicose do
soro < 0.5:
• Processos malígnos,tuberculose,infecção
bacteriana , pleurite reumatóide;
• Medição do pH:
• Normal em torno de 7.64;
• < 6: ruptura esofágica e infiltração de suco
gástrico;
• < 7,3: e dosagem de glicose baixa: pode ser
empiema ou um carcinoma;
• < 7,2: pode indicar necessidade de
intubação e necessidade de
antibioticoterapia potente;
• Amilase: 1,5 a 2 vezes acima do nível
sérico: pancreatite, ruptura esofágica;
• ADA- adenosina deaminase: ótimo
indicador para diagnóstico de tuberculose-
vr: até 40 u/L;
ADA
• Enzima relacionada com o metabolismo e
a proliferação dos linfócitos, é de alta
sensibilidade e especificidade;
• Está aumentado em 95% dos derrames
pleurais por tuberculose, encontra-se
também aumentado no empiema e muito
elevado nos linfomas.
• LDH: quanto mais elevada maior indicador
de lesão;
• Quanto maior a diminuição: melhor
indicador de melhora;
• LDH: diferencia se exudato ou transudato;
• Lactato: mais elevado nas infecções
bacterianas e na tuberculose:
normalmente valores acima de 90 mg/dl;
• Triglicérides:> 110mg/dl indica quilotórax;
• Proteína > 4 g/dl: tuberculose e
principalmente na macroglobulinemia de
Waldestron e mieloma (podendo superar 8
• g/dl).
Marcadores imunológicos
• CEA: marcador tumoral- carcinoma
pulmonar;
• Fator reumatóide; pouco valor para
diagnóstico da pleurite reumatóide –
valores elevados em infecções
bacterianas, na tuberculose e em
neoplasias;
Microbiologia
• Gram: mais comuns: Staphylococcus,
Streptococcus e bacilos Gram negativos;
• Ziehl- Neelsen: apenas 10% de sucesso;
• Cultura: maior sensibilidade- frascos de
hemocultura;
• Para tuberculose: LJ- somente 30% dos
casos com sucesso;

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