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PIOMETRA CANIA: RELATO DE CASO

Bianca Lanara de Araújo Brito1


Catarina de Araújo Maciel2
Felipe da Silva Souza Neto3
João Marcos Oliveira Almeida Lima dos Anjos4
João Vitor do Nascimento Feitos5
Manuella de Souza Babo6
Marina Victória Reis Ribeiro7
Paulo Andre Kochhann Ribeiro8
Tainara Araújo Peruffo9
Talita Barbosa da Silva10

RESUMO - O artigo aborda a frequência de transtornos reprodutivos em cães, destacando a


piometra como um distúrbio comum em cadelas em idade reprodutiva. Descreve a piometra
como um distúrbio infeccioso uterino e discute sua classificação com base no padrão de
fechamento da cérvix. Apresenta um relato de caso de uma cadela chow chow com piometra,
evidenciando sintomas, diagnóstico e tratamento, incluindo a ovariosalpingohisterectomia. O
caso ilustra a complexidade da piometra, enfatizando a importância do diagnóstico precoce e
do monitoramento constante. O desfecho fatal por sepse pós-operatória destaca os riscos
associados a essa condição, mesmo com tratamento adequado. A conclusão ressalta a
importância da conscientização e intervenções oportunas para otimizar o prognóstico e a
qualidade de vida dos cães afetados pela piometra.

Palavras-chave: ovariosalpingohisterectomia; piometra; diagnostico;


.

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Graduanda em Medicina Veterinária, Centro Universitário Maurício de Nassau. biancalanara14@gmail.com
2
Graduanda em Medicina Veterinária, Centro Universitário Maurício de Nassau. Caaraujomaciel@gmail.com
3
Graduando em Medicina Veterinária, Centro Universitário Maurício de Nassau. felipeneto@gmail.com
4
Graduand0 em Medicina Veterinária, Centro Universitário Maurício de Nassau.
joaomarcosalmeida670@gmail.com
5
Graduando em Medicina Veterinária, Centro Universitário Maurício de Nassau.
joaovitornascimento45@gmail.com
6
Professora do Curso de Medicina Veterinária, Centro Universitário Maurício de Nassau.
Ana.babo.vet@gmail.com
7
Graduanda em Medicina Veterinária, Centro Universitário Maurício de Nassau. marinavreisr@gmail.com
8
Graduando em Medicina Veterinária, Centro Universitário Maurício de Nassau. pauloandrekr@gmail.com
9
Graduanda em Medicina Veterinária, Centro Universitário Maurício de Nassau. taiperuffo@gmail.com
10
Graduanda em Medicina Veterinária, Centro Universitário Maurício de Nassau. barbosastalita06@gmail.com
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CANINE PYOMETRA:CASE REPORT

ABSTRACT - The article addresses the frequency of reproductive disorders in dogs,


highlighting pyometra as a common disorder in bitches of reproductive age. Describes
pyometra as an infectious uterine disorder and discusses its classification based on the cervix
closure pattern. It presents a case report of a chow chow dog with pyometra, highlighting
symptoms, diagnosis and treatment, including ovariosalpingohisterectomy. The case
illustrates the complexity of pyometra, emphasizing the importance of early diagnosis and
constant monitoring. The fatal outcome due to postoperative sepsis highlights the risks
associated with this condition, even with adequate treatment. The conclusion highlights the
importance of awareness and timely interventions to optimize the prognosis and quality of life
of dogs affected by pyometra.

Key words: ovariosalpingohisterectomy; Pyometri; diagnosis.

1 INTRODUÇÃO

Transtornos reprodutivos em cães são frequentes na prática diária de clínicas e


hospitais veterinários. As condições que impactam o sistema reprodutivo das fêmeas caninas
podem se manifestar com diferentes níveis de morbidade e mortalidade, sendo influenciadas
por diversos fatores como histórico reprodutivo, intervenções medicamentosas e condições
ambientais. (GOLDINI, 2017).

A piometra está entre esses distúrbios reprodutivos, ocorrendo principalmente em


cadelas em idade reprodutiva. O risco de desenvolvimento desta patologia aumenta com
a idade, devido à repetida estimulação hormonal no útero. (FOSTER, 2015).

Se caracteriza como um distúrbio proliferativo infeccioso uterino não neoplásico e se


desenvolve devido a alterações hormonais, associada a uma infecção bacteriana. É
classificada de acordo com o padrão de fechamento da cérvix, em piometra aberta e
apresentar corrimento vaginal ou fechada, não havendo corrimento. Os casos de piometra
fechada são graves podendo levar à ruptura uterina e posterior peritonite, devido à falta de
secreção. (DYBA et al., 2018).

Quando há infecção por Escherichia coli e Proteus spp., a lesão é severa e o exsudato
é vermelho-amarronzado, espesso, viscoso, opaco e fétido. Em outros casos quando a
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infecção se dá por Streptococcus sp. e Staphylococcus sp. o exsudato geralmente é purulento


(FOSTER, 2015).
A ovariosalpingohisterectomia (OSH), associada a antibioticoterapia são utilizadas
como tratamento da piometra e seus dois tipos (aberta e fechada) (FREITAS, 2021). Devido à
prevalência da piometra em cadelas, sendo uma afecção muito comum na rotina clínica
veterinária e uma das principais causas de morte em cadelas, objetivou-se realizar uma ampla
pesquisa sobre esta alteração para que possamos realizar um tratamento adequado,
melhorando o prognóstico desses pacientes (FREITAS, 2021).
Com isso, este trabalho teve como objetivo apresentar um relato de caso sobre a
cirurgia de piometria.

2 RELATO DE CASO

Uma fêmea canina, da raça chow chow, de sete anos de idade, foi atendida na clínica
veterinária All Pet, localizada na cidade de Barreiras, região Oeste da Bahia. O tutor do
animal relatou que o mesmo possuía histórico de uma piometra diagnosticada dois anos antes
e tratada com antibioticoterapia. Entretanto, no decorrer dos anos o animal ainda apresentava
como sintoma, secreção vaginal.

Ao realizar exame físico foi constatado desidratação, mucosas hipocoradas, linfonodos


alterados, letargia, além da presença de corrimento vaginal. Foram realizados hemograma,
perfil bioquímico e esfregaço para detecção de hemoparasitas. Na avaliação sanguínea o
animal apresentou anemia, trombocitopenia, leucocitose, aumento no valor da uréia e
proteínas totais. Além do esfregaço apontar positividade para ehrlichia granulocítica.

O exame de ultrassonografia abdominal também foi solicitado para fechar o


diagnóstico da possível piometra que estaria causando a secreção vaginal e, ter conhecimento
da dimensão do quadro do animal. O laudo apresentou, útero com dimensões bastante
aumentadas e medindo pelo menos 4.20cm, contornos regulares, ecogenicidade aumentada e
ecotextura preservada, com lúmen preenchido por conteúdo líquido de alta celularidade. A
impressão diagnóstica sugeriu piometra/hemometra.

O animal foi encaminhado para tratamento de dez dias com antibiótico (amoxicilina
com clavulanato e metronidazol, anti inflamatório e suplementação.
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Após tratamento, foram realizados novos exames que apontaram melhora no nível de
plaquetas e demais taxas, possibilitando o encaminhamento do animal para cirurgia de
ovariosalpingohisterectomia com a finalidade de tratar a piometra.
O procedimento cirúrgico ocorreu como planejado e dentro dos parâmetros. A
cadela ficou internada sob observação durante um dia e ao apresentar sinais de melhora
obteve alta e pôde retornar para sua residência. Infelizmente um dia após o procedimento, a
cadela conhecida por Kiara voltou pra clínica totalmente debilitada, indo a óbito por sepse.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A piometra pode apresentar-se de duas formas: aberta ou fechada. Isso vai depender
da abertura ou não do cérvix. Nos casos de piometra aberta, ocorre uma descarga vaginal de
secreção purulenta e fluido uterino (geralmente com odor muito forte). Já nos casos de
piometra fechada, não existe essa descarga vaginal, pois a cérvix se encontra fechada. Por
esse motivo, ocorre retenção de fluidos no lúmen vaginal, causando uma acentuada distensão
dos cornos uterinos. A Piometra fechada costuma ser mais preocupante pois o animal pode
adoecer gravemente antes do seu dono perceber que há um problema no animal.
O diagnóstico da Piometra é concluído relacionando o histórico clínico do
paciente com o exame físico e exames complementares. Os quais como o exame
radiográfico e ultrassonográfico, os exames laboratoriais atuam no sentido de concluir
o diagnóstico de piometra, tais como o hemograma e o leucograma. Segundo Rabelo (2005)
e Fossum (2008), para detectar as alterações associadas à sepse e avaliar a função
renal são necessários hemograma e leucograma completo. A leucometria de cadelas
com piometra é quase sempre característica de inflamação supurativa ou purulenta, isto
é, leucocitose, neutrofilia com desvio à esquerda, presença de formas imaturas e monocitose
substancial.
Nos dados coletados dos leucogramas de do animal avaliado, as taxas de
leucócitos e neutrófilos segmentados estão maiores do que o valor de referência (tabela
1), e segundo Fossum (2008), o aumento da contagem de leucócitos é diretamente
proporcional à gravidade da doença.

Tabela 1: hemograma
HEMOGRAMA
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Leucograma: V.de Referência


WBC Leucocitos Totais -------- 20,3 --------- 6,0 - 17 /mm³ x 10³
LYM AT.
% N.Rel de Linfocitos Atipicos -------- 4 --------- 0 %
LYM % N.Relativo de Linfocitos -------- 23 --------- 12,0 - 30 %
MID% N.Relativo de Monocitos -------- 14 --------- 3,0 - 10 %
GRAN% N.Relativo de Granulócitos -------- 59 --------- 60 - 85 %
LYM N.Absoluto de Linfocitos -------- 5,5 -------- 1,0 - 4,8 /mm³ x 10³
MID N.Absoluto de Monócitos -------- 2,8 -------- 0,15 - 1,35 /mm³ x 10³
GRAN N.Absoluto de Granulócitos -------- 12 -------- 3,0 - 11,5 /mm³ x 10³
BASO N.Relativo de Basófilo -------- 0 -------- 0 %
EOS N.Relativo de Eosinófilo -------- 1 -------- 2,0 - 10 %
NEU N.Relativo de Neutrófilos -------- 56 --------- 60 - 77 %
META N.Relativo de Metamielócitos -------- 0 --------- 0 %
BAS N.Relativo de Bastonetes -------- 2 --------- 0 - 3,0 %

Eritrograma
RBC Eritrócitos Totais -------- 4,23 --------- 5,50 - 8,50 x10³ cels/L
HGB Hemoglobina -------- 7,7 --------- 12,0 - 18,0 g/dl
HCT Hrmatócrito -------- 26,2 --------- 37 - 55 %
MCV Volume Corpuscular Médio -------- 61,94 --------- 60 - 77 fl
MCH Hemoglobina Corpuscular Médio -------- 18,2 --------- 20 - 25 pg
MCHC Concent. Corpus. Média de Hemoglib. -------- 29,39 --------- 32 - 36 g/di
RDW_C
V Distribuição de Hemácias -------- 14,2 --------- 11,0 - 15,5 %

Plaquetas
PLT Plaquetas Totais -------- 79 --------- 166 - 575 x10³ cels/L
MPV Volume Plaquetário Médio -------- 11,7 --------- 7,0 - 12 fL
PDW Amplitude de Distribuição de Plaquetas -------- 16,5 --------- 0 fL
PCT Plaquetócrito -------- 0,09 --------- 0 %

Tabela 2: exame bioquímico


BIOQUIMICA

Exames Solicitados: Valores de Referência


1 Ureia (mg/dl) ---- 19,2 ----- 21,4 59,92
2 Creatinina (mg/dl) ---- 0,7 ----- 0,5 1,5
3 TGP/ALT (UI/I) ---- 12 ----- 10 88
4 TPGO/AST (UI/I) ---- - ----- 10 88
5 GGT (UI/L) ---- - ----- 1 10
6 Fosfatase Alcalina (UI/L) ---- - ----- 20 156
7 Albumina (g/dl) ---- 2 ----- 2,6 3,3
8 Proteinas Totais (g/dI) ---- 8,2 ----- 5,4 7,1
9 Globulinas (g/dI) ---- 6,2 ----- 2,7 4,4
1 Relação A/G ---- 0,32 -----
6

0
1
1 Trigliceridio mg/dI ---- - ----- 20 156
1
2 CPK (UI/I) ---- - ----- 11,5 284
1
3 Bilirubina Direta (mg/dl) ---- - ----- 0,06 0,12
1
4 Bilirubina Indireta (mg/dl) ---- - ----- 0,01 0,3
1
5 Bilirubina Total (mg/dl) ---- - ----- 0,1 0,49
1
6 Glicemia (mg/dl) ---- 45 ----- 70 110
1
7 Lipase (UI/L) ---- - ----- 13 200
1
8 AMILASE (UI/l) ---- - ----- 185 700
1
9 Colesterol (mg/dI) ---- - ----- 135 270
2
0 Colesterol HDL (mg/dl) ---- - ----- 40 78
2
1 Colesterol VHDL (mg/dl) ---- - ----- 4 22,4
2
2 Colesterol LDL (mg/dl) ---- - ----- 91 169,6
2
3 LDH (UI/l) ---- - ----- 45 233
2
4 Cálcio (mg/dl) ---- - ----- 9 11,3
2
5 Fósforo (mg/dl) ---- - ----- 2,6 6,2
2
6 Potássio (mEq/L) ---- - ----- 3,7 5,8
2
7 Sódio (mEq/l) ---- - ----- 141 153
2
8 Ac. Urico (mg/dl) ---- - ----- 0,2 0,9
2
9 Prot. Urinária (mg/dl) ---- - ----- 6 241
3
0 Creat. Urinária (mg/dl) ---- - ----- 16 420
3
1 P/C U mg/dl ---- - ----- 0,05 2.45

“A piometra por ser uma doença inflamatória crônica, não é difícil encontrar
uma discreta anemia normocítica normocrômica não regenerativa (VG 28 a 35 %), a
anemia é resolvida uma vez que a piometra for corrigida” (FELDMAN e NELSON,
1996; FERREIRA e LOPES, 2000; FOSSUM, 2008).
O exame ultrassonográfico apresenta vantagens sobre o exame radiográfico.
Além de não possuir radiação, o que o torna mais seguro, o ultra-som fornece informações
sobre a forma, o tamanho, a textura dos tecidos e as conformações dos órgãos sem
que o fluido abdominal interfira na imagem . Esse exame é muito eficiente na
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diferenciação da Piometra. No exame de Kiara é possível visualizar da parede do útero


espessada, com áreas císticas hipoecóicas (devido a Piometra ser uma doença
secundária à hiperplasia endometrial cística), e visualização do líquido luminal
(figura 1).

Figura 1: Ultrassonografia da região pélvica.


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Figura 2: ultrassonografia da região uterina


É indicado a vaginoscopia em cadelas com corrimento vulvar , o que
permite a visualização da mucosa vaginal, facilitando a constatação de sinais
inflamatórios, infecções, presença de massas, corpos estranhos, e permite
determinação do local de origem da descarga vulvar. No caso de Kiara não houve a
realização desse exame pois a mesma apresenta volume uterino aparente.

4 CONCLUSÃO

Diante do exposto, a piometra em cadelas, seja ela aberta ou fechada, representa um


desafio clínico significativo. A apresentação clínica variada, desde descarga vaginal com odor
forte até sinais sistêmicos graves, destaca a importância do diagnóstico precoce.

O relato de caso da cadela Chow Chow, Kiara, submetida à


ovariosalpingohisterectomia após diagnóstico de piometra, ilustra a complexidade desse
distúrbio. A utilização de exames como hemograma, ultrassonografia proporcionaram uma
abordagem abrangente, permitindo a identificação precisa da condição.

A terapia adotada, composta por antibioticoterapia e procedimento cirúrgico,


inicialmente promoveu melhorias nos parâmetros hematológicos, sugerindo eficácia.
Contudo, o desfecho fatal por sepse pós-operatória ressalta os riscos associados a essa
patologia, mesmo com intervenção terapêutica adequada.

Destaca-se a importância da conscientização dos profissionais veterinários e tutores de


animais quanto à prevenção e identificação precoce da piometra. O monitoramento constante,
exames clínicos regulares e intervenções oportunas são cruciais para otimizar o prognóstico e
a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa condição desafiadora.

REFERÊNCIAS

NELSON, Richard; COUTO, C. Guillermo. Distúrbios do sistema reprodutor. In:


Medicina interna de pequenos animais [S. I.]: Elsevier, 1953.

DYBA, S., HADI, N. I. A., DALMOLIN, F., OLIVEIRA, C. R. T. (2018).Hiperplasia


endometrial cística/piometra em cadelas: estudo retrospectivo de 49 casos no sudoeste
9

do Paraná. In: Congresso Nacional de Medicina Veterinária FAG, Cascavel. Emavet Fag, 2,
2-9.

FERREIRA, C.R.; LOPES, M.D. Complexo hiperplasia cística endometrial/piometra em


cadelas: revisão. Revista Clínica Veterinária, São Paulo, v. 27, p.36 - 44, 2000.

FOSSUM, T. et al. Cirurgia de Pequenos Animais. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil,
2008.

FOSTER, R. A. Sistema Reprodutivo da Fêmea. In: McGAVIN, M. D.; ZACHARY, J. F.


Bases da Patologia Veterinária. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. P. 1088-1099.

FREITAS, I. D. A. ., FREITAS, C. T. O. D. ., XAVIER, G. R., PINTO, G. D. O. A. ., &


SILVA, J. H. A. N. E. (2021). Piometra Em Cadela Shih-Tzu - Relato De Caso. Revista
Multidisciplinar Em Saúde, 2(3), 27.

GOLDINI, L. B. (2017). Alterações reprodutivas em cadelas e gatas: estudo prospectivo


com 104 fêmeas atendidas em hospital veterinário escola durante 12 meses. TCC
(Graduação) - Curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 1-29.

NELSON R.W. & COUTO C.G. Distúrbios da vagina e útero. In: Fundamentos da
medicina interna de pequenos animais. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2006.
p. 486-87.

NELSON, R.W.; COUTO, C.G. Medicina Interna de Pequenos Animais, 2 @ed. Rio de
Janeiro, Koogan, p.681- 683, 2001.
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