Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MASTITE
1
POR PROTOTHECA: RELATO DE CASO
Ana Luísa H. Albuquerque , Helena M.K.F. Petillo1, Beatriz A. Woserow1, Karolina Koether1, Luíza S. Zakia1,
Raphael T. Teixeira1, Amanda S. Cruz Aleixo2, Renato A. Acerra3, Alexandre S. Borges4, Simone B. Chiacchio4,
José P. Oliveira Filho4, Rogério M. Amorim4, Taís Rocha4, Maria Lúcia G. Lourenço4
1 Residentes Clínica de Grandes Animais FMVZ-Unesp-Botucatu
2 Pós graduanda Departamento de Clínica Veterinária FMVZ-Unesp-Botucatu amanda.cruz21@hotmail.com
3 Granduando Curso de Agronegócios Fatec-Botucatu
4 Docentes Departamento de Clínica Veterinária FMVZ-Unesp-Botucatu
1 INTRODUÇÃO
A mastite bovina na sua apresentação clínica ou subclínica é a afecção mais prevalente em
rebanhos leiteiros (ALMEIDA, 2016), ocasionando prejuízos aos produtores, principalmente
devido à redução na produção de leite. Essa redução ocorre em detrimento de alterações nas
células epiteliais secretoras e na permeabilidade vascular do alvéolo secretor durante a
infecção. A extensão da perda é influenciada por diversos fatores como gravidade da infecção,
tipo de microrganismo envolvido, idade do animal, estado nutricional e potencial genético. A
ocorrência de mastite pode acarretar em perdas na produção na lactação atual e também na
lactação seguinte, comprometendo a produção total do animal (CUNHA et al., 2008). Durante
as últimas décadas, o impacto econômico da mastite tem sido motivo de várias pesquisas. A
análise de custos da mastite em rebanhos leiteiros inclui perdas associadas à ocorrência da e
medidas instituídas para o seu controle. No entanto, devido ao seu caráter multifatorial, o
controle e a terapia medicamentosa tornam-se limitados (LOPES et al., 2016).
Mudanças no perfil dos patógenos envolvidos na afecção vem, atualmente, ocorrendo em
fazendas leiteiras modernas e alterando o cenário econômico da produção leiteira. Os
patógenos contagiosos, que até então figuravam como principais causadores da mastite, tem
sido substituídos por patógenos de origem ambiental em razão da implantação de medidas de
controle da mastite contagiosa (ALMEIDA, 2016). Apesar de infrequente, a mastite por
prototecose é considerada emergente e sua maior relevância se deve a ineficiência da ação de
antimicrobianos (YAMAMURA et al., 2008).
As algas do gênero Prototheca perderam o pigmento clorofila e a capacidade de realizar a
fotossíntese, havendo necessidade de fonte heterotrófica de nutrientes, o que pode ter
conferido potencial patogênico à esse microrganismo. O gênero está presente na natureza,
principalmente em ambientes ricos em matéria orgânica. São algas unicelulares e imóveis, de
distribuição mundial. A matéria fecal aumenta a contaminação ambiental, favorecendo a
5ª Jornada Científica e Tecnológica da FATEC de Botucatu
24 a 27 de Outubro de 2016, Botucatu – São Paulo, Brasil
2 RELATO DE CASO
3 DISCUSSÃO
Os microrganismos predominantes na etiologia das mastites bovinas de propriedades das
bacias leiteiras do Estado de São Paulo são pertencentes às espécies dos gêneros
Corynebacterium, Staphylococcus e Streptococcus (YAMAMURA et al., 2008). No presente
relato a mastite foi em decorrência da contaminação dos tetos pela alga Prototheca sp.
Segundo Amorim et al. (2010), no Brasil, os primeiros casos de mastite por Prototheca sp.
foram relatados em propriedades leiteiras dos estados de Minas Gerais e São Paulo, sendo que
a afecção vem sendo considerada emergente, pois a sua ocorrência tem aumentado
consideravelmente.
O quadro subclínico se caracteriza pela redução na produção de leite e elevada CCS,
geralmente superior a 1.000.000 CS/mL, podendo atingir valores próximos a 9.000.000
CS/mL (BUENO et al., 2006), sendo que no presente relato a CCS de todos os tetos foi acima
de 8.000.000 cels/mL, condizente com o autor referido. Nos casos clínicos, o tecido conectivo
5ª Jornada Científica e Tecnológica da FATEC de Botucatu
24 a 27 de Outubro de 2016, Botucatu – São Paulo, Brasil
4 CONCLUSÕES
A mastite causada por Prototheca tem apresentado uma casuística cada vez mais frequente,
o que pode ser em detrimento das condições climáticas favoráveis do país para a manutenção
e desenvolvimento do agente. A afecção acarreta em diminuição da produção leiteira e
descarte dos animais, o que promove impactos econômicos significativos e preocupantes.
Estudos com enfoque nos fatores de risco associados à mastite, principalmente em algas do
gênero Prototheca são necessários, visando-se à prevenção e instituição de métodos de
controle mais eficazes.
5ª Jornada Científica e Tecnológica da FATEC de Botucatu
24 a 27 de Outubro de 2016, Botucatu – São Paulo, Brasil
5 REFERÊNCIAS
ALMEIDA, A.P. Fatores de risco para casos repetidos de mastite clínica em vacas leiteiras de alta produção.
AMORIM, R.N.L. et al. Mastite clínica em bovino causada por Prototheca zopfii no estado do Ceará. Acta
BUENO, V.F.F.; MESQUITA, A.J.; NEVES, R.B.S.; SOUZA, M.A.; RIBEIRO, A.R.; NICOLAU, E.S.;
OLIVEIRA, A.N. Epidemiological and clinical aspects of the first outbreak of bovine mastitis caused by
Prototheca zopfii in Goiás State, Brazil. Mycopathologia, Den Haag, v. 161, v. 3, p. 141-145, 2006.
CAMBOIM, E.K.A. et al. Prototecose: uma doença emergente. Pesq. Vet. Bras. v30, n.1, p.94-101, 2010
CUNHA, R.P.L. et al. Mastite subclínica e relação da contagem de células somáticas com número de lactações,
produção e composição química do leite em vacas da raça Holandesa. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.60, n.1,
p.19-24, 2008.
FILHO, A.C. et al. Tratamento de mastite em ovino causada por Prototheca sp.através do ozônio: relato de caso.
LOPES, M.A. et al. Sistema computacional: Avaliação do impacto econômico da mastite. PUBVET v.10, n.4,
p.312-32, 2016.
YAMAMURA, A.A.M. Fatores de risco associados à mastite bovina causada por Prototheca zopfii. Ciência Rural,