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INTRODUÇÃO À MEDICINA
VETERINÁRIA
A MEDICINA VETERINÁRIA NA HISTÓRIA DA
HUMANIDADE
A história da medicina veterinária é de suma importância pois não tem a ver apenas com a cura
dos animais, mas sim com o início de tudo. A domesticação dos animais foi o berço da
civilização, graças a este fato que podemos viver de certa forma em harmonia com os animais.
A domesticação proporcionou muitas outras coisas no decorrer da história, a vida do homem
ficou mais fácil a partir do momento em que ele domina a caça, produz seu alimento (carne,
ovo, leite...), cria novos meios de transportes, adquire lã, couro e pele para suas vestimentas e
se alia ao lobo para defesa de suas propriedades após adotar o modo de vida sedentário.
A medicina veterinária ou “ARS VETERINARIA” (a arte de curar animais, como foi
denominada na Roma antiga) originou-se de observações que se podem afirmar ter alguns
princípios elementares desenvolvidos paralelamente com a Medicina Humana.
“nas tribos primitivas, os cuidados médicos eram ministrados pelos feiticeiros, pastores
ou sacerdotes, os quais, geralmente, eram os mais velhos do grupo” (GERMINIANI, apud
BIANCHI, 2005, p.6).
Pelo fato de o cavalo ser o animal de fascínio, desde o princípio, já aparecia em
desenhos feitos pelos seres humanos, mesmo nas épocas quando eram somente
uma peça de caça.
O exercício da cura dos animais confunde-se com o início da civilização humana e sua
antiguidade pode ser identificada a partir do próprio processo de domesticação dos
animais. Encontrado no Egito em 1890 o “Papiro de Kahoun”, descreve fatos relacionados
aos tratamentos e cura de animais, ocorridos há 4000 anos a.C, e indica, inclusive,
procedimentos de diagnóstico, prognóstico, sintomas e tratamento de doenças de diversas
espécies animais.
Os códigos de ESHN UNNA (1900 AC) e de HAMMURABI (1700 AC), que tiveram
origem na Babilônia, capital da antiga Mesopotâmia, tinham referências aos “Médicos dos
Animais”. No continente europeu, os primeiros registros sobre essa prática foram
encontrados na Grécia, no século VI a.C., no qual havia cidades que reservavam cargos
públicos para os que praticavam a cura dos animais e lhes davam o nome de hipiatras.
A Medicina Veterinária moderna teve origem em 1762, com a criação da primeira escola de
medicina veterinária na França, fundada por Claude Bourgelat, seguido por Maison Alfort,
nos arredores de Paris, em 1765. Depois disso, muitas outras se espelharam e o curso se
espalhou por todo o mundo. Até o final do século XVIII, surgiram 20 estabelecimentos de
ensino veterinário pela Europa.
No Brasil, foi o imperador Dom Pedro II que, ao visitar a Escola Veterinária de Alfort, em 1875,
decidiu criar uma também, por meio do Decreto 8.319 de 20 de outubro de 1910, assinado pelo
então presidente Nilo Peçanha. Esse documento tornou obrigatório o ensino da Medicina
Veterinária.
No mesmo ano, na cidade do Rio de Janeiro, houve a criação da Escola Superior de Agricultura e
Veterinária e a Escola de Veterinária do Exército. No início, o foco eram os bovinos que
frequentemente sofriam com anaplasmose e babesiose. Depois, veio a clínica de pequenos animais
e a saúde pública, com a campanha contra o mormo, doença que atacava os cavalos e os soldados.