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Patologia e imunologia
Aldo Matos
Universidade de Uberaba
Reitor
Marcelo Palmério
Editoração e Arte
Produção de Materiais Didáticos-Uniube
Revisão textual
Stela Maria Queiroz Dias
Diagramação
Douglas Silva Ribeiro
Projeto da capa
Agência Experimental Portfólio
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Matos, Aldo.
M428m Microbiologia e parasitologia, patologia e imunologia / Aldo
Matos, Isabel Cristina Rezende Lopes, Lílian Margareth Biagioni
de Lima. – Uberaba : Universidade de Uberaba, 2017.
316 p. : il.
Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7777-669-6
Bons estudos!
Capítulo Fundamentos e métodos
1 no adoecimento
Aldo Matos
Isabel Cristina Rezende Lopes
Lilian Margareth Biagioni de Lima
Introdução
Prezado aluno, o adoecimento é um processo de grande
complexidade que, do ponto de vista biológico, envolve uma
agressão, a consequente resposta de defesa do organismo e as
alterações anatômicas e/ou funcionais decorrentes das interações
entre o agente agressor e o organismo agredido.
Objetivos
Ao finalizar os estudos deste capítulo, esperamos que você seja
capaz de:
2 UNIUBE
• definir Patologia;
• indicar os principais métodos de estudo utilizados em
Patologia;
• explicar o princípio e a utilização do método morfológico;
• descrever as técnicas do método morfológico para análise
dos processos patológicos em níveis macro e microscópicos;
• explicar o princípio e a utilização do método imuno-
istoquímico e de suas técnicas;
• explicar o princípio e a utilização da Biologia Molecular e de
suas técnicas;
• conceituar parasitismo;
• indicar os principais métodos de estudo aplicados à
Parasitologia;
• indicar os principais métodos de estudo aplicados à
Microbiologia;
• explicar o princípio dos métodos de exames parasitológicos;
• conceituar Imunologia;
• descrever os componentes da resposta imunológica e suas
respectivas funções.
Esquema
1.1 Fundamentos de Parasitologia e Microbiologia
1.2 Fundamentos de Imunologia
1.3 Introdução ao estudo da Patologia
1.4 Conclusão
UNIUBE 3
Também vale lembrar que existem parasitos cujo habitat não é o intestino,
como por exemplo, o Trypanosoma cruzi, causador da doença de
Chagas, que habita fibras musculares lisas, fibras musculares estriadas
cardíacas e tecido nervoso.
PARADA OBRIGATÓRIA
SAIBA MAIS
Formas evoluti-
Técnica Princípio Utilização
vas que detecta
Direto
Visualização da amos-
tra bruta de fezes sem Trofozoítos de Diagnóstico de pro-
ou
nenhum procedimento protozoários tozooses intestinais
especial
“a fresco”
Centrífuga-flutuação
das formas evolutivas Cistos de proto- Diagnóstico de pro-
Faust
em solução de sulfato zoários tozooses intestinais
de zinco a 33%
Diagnóstico de hel-
mintoses intestinais
Quantificação da carga e estimativa da po-
Kato-Katz Ovos de vermes
parasitária de vermes pulação de vermes
no intestino do hos-
pedeiro
Diagnóstico de hel-
mintoses nas quais
Termotropismo e hidro-
Larvas de helmin- podem ser encon-
Baerman-Moraes tropismo das larvas de
tos tradas larvas nas
vermes
fezes, especialmen-
te estrongiloidíase
PESQUISANDO NA WEB
http://www.alunosonline.com.br/biologia/sangue.html
PESQUISANDO NA WEB
http://www.alunosonline.com.br/biologia/sangue.html
PESQUISANDO NA WEB
http://www.alunosonline.com.br/biologia/sangue.html
UNIUBE 13
PESQUISANDO NA WEB
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Eosinophil.jpg
PESQUISANDO NA WEB
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:PBBasophil.jpg
PESQUISANDO NA WEB
http://www.icb.usp.br/mol/4-19macrofago3.html
PESQUISANDO NA WEB
http://www.virtual.epm.br/material/histologia/histo/fig15.htm
Diagnóstico de neo-
plasias malignas e
lesões precursoras
Citopatologia e detecção de agen-
tes infecciosos e
parasitários em nível
celular
Observação e aná-
lise da morfologia
macroscópica, dos
Morfológico
órgãos ou parte
deles, e microscó-
pica, de células ou Diagnóstico de le-
de tecidos sões ou processos
patológicos no nível
Anatomopa- macroscópico, ou
tologia seja, do órgão ou
parte dele e micros-
cópico, ou seja, do
tecido
UNIUBE 23
Detecção de antí-
Conjunto de pro- geno com a utiliza-
Imunofluo-
cedimentos nos ção de anticorpos
rescência
quais se utilizam marcados com fluo-
anticorpos como resceína
reagentes espe-
Imunocitoquímica/
cíficos para de-
Imunoistoquímica
tecção de antí-
genos presentes Detecção de antí-
em células ou geno com a utiliza-
tecidos, respecti- ção de anticorpos
vamente Imunoenzi-
marcados com
mática
enzima
Consiste na
manutenção e Análise do metabo-
Cultura celular multiplicação in lismo e do compor-
–
vitro ou in vivo tamento celular
das células vivas
Determinação do
DNA nuclear em le-
sões proliferativas,
Citofotome-
como nas neopla-
tria ou Cito-
sias malignas, em
metria estática
células coradas em
esfregaços ou em
cortes histológicos
Consiste na
determinação
Citometria quantitativa de
componentes
celulares Determinação do
conteúdo de DNA
celular nas neopla-
sias e % de células
Citometria
que estão em mul-
de fluxo
tiplicação ativa em
células em suspen-
são tratadas com
fluorocromos
24 UNIUBE
Estudos quantitati-
Consiste na reali- vos sobre os mais di-
zação de medidas versos aspectos das
Macroscopia
das dimensões dos lesões ou doenças
órgãos ou parte em órgãos ou partes
deles, tecidos, cé- deles
Morfometria lulas ou de seus
constituintes, por
meio da utilização Estudos quantitati-
de oculares mi- vos sobre os mais
crometradas ou de diversos aspectos
Microscopia
outros recursos das lesões ou doen-
ças em tecidos ou
células
Procedimento que
Estudo dos distúr-
permite a identifica-
bios do crescimento
Autorradio- ção de elementos
– e da diferenciação
grafia radioativos incorpo-
celular, como ocorre
rados às células ou
nas neoplasias
tecidos
Identificação da se-
Hibridação quência de DNA con-
Molecular tida em uma amostra
(célula ou tecido)
Identificação e ampli-
Reação em
ficação de sequên-
Cadeia da
Procedimentos que cias específicas de
Polimerase
permitem identificar DNA em uma amos-
Biologia Mole- (PCR)
qualitativamente e tra (célula ou tecido)
cular
quantitativamente
as macromoléculas
Identificação das
várias alterações
Técnicas
genéticas respon-
de Análise em
sáveis pelos casos
Larga Escala
de maior incidência
- Projeto Ge-
de tipos de câncer;
noma
doenças infecciosas
e genéticas
UNIUBE 25
SAIBA MAIS
Fluorocromos
Neoplasias
• exames citológicos;
Métodos
• exames anatomopatológicos. esfoliativos
Esfregaço
Técnica utilizada
para matéria
orgânica, por
exemplo, células
obtidas por
esfoliação ou
punção, que
consiste em
espalhar uma gota
deste material sobre
uma lâmina de vidro
formando uma fina
película para uma
melhor observação
à microscopia.
Fixador
Substância química
natural ou sintética
que age paralisando
as reações
químicas celulares
preservando, desta
forma, as estruturas
teciduais para a sua
análise.
Figura 3: Esfregaço.
Foto: Lilian Margareth Biagioni de Lima.
UNIUBE 29
Observe a Figura 4:
IMPORTANTE!
SAIBA MAIS
Colorações em citologia
Figura 8: Aterosclerose.
Foto: Lilian Margareth Biagioni de Lima.
REGISTRANDO
PARADA OBRIGATÓRIA
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
Técnica de congelação:
É uma técnica de diagnóstico, realizada durante atos cirúrgicos, que consiste em:
1.3.1.2 Imunoistoquímica
IMPORTANTE!
PESQUISANDO NA WEB
<http://labpath.blogspot.com/2011/07/fish.html>.
CURIOSIDADE
PESQUISANDO NA WEB
<http://commons.wikipedia.org/wiki/File:0285fig1.gif.>
Por meio da comparação dos genes que são expressos nas amostras
normais e nas tumorais, pode-se definir a assinatura molecular, ou seja,
conjunto de genes expressos de maneira coordenada, porém distinta,
nos tumores e nos tecidos normais (BRASILEIRO, 2004, p. 19).
1.4 Conclusão
Resumo
Nesse capítulo, estudamos que, no processo de adoecimento, nosso
organismo reage a agressões de diferentes naturezas buscando manter
a homeostase. Na interação com o agente agressor, o organismo
lança mão de mecanismos de defesa e, nesse contexto, surgem
alterações anatômicas e funcionais. Diferentes métodos e técnicas
são utilizados para estudar o processo de adoecimento, sendo esses
métodos agrupados em parasitológicos, microbiológicos, imunológicos
e patológicos.
Referências
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; POBER, J.S. Imunologia celular e molecular.
5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
EOSINOPHIL.JPG. 2006. Altura: 171 pixels. Largura: 145 pixels. 6 KB. Formato
JPEG. Disponível em:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Eosinophil.jpg>.
Acesso em: 28 jan. 2012.
PBBASOPHIL.JPG. 2005. Altura: 170 pixels. Largura: 150. 3 KB. Formato JPEG.
Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:PBBasophil.jpg>. Acesso em:
28 jan. 2012.
Aldo Matos
Isabel Cristina Rezende Lopes
Lilian Margareth Biagioni de Lima
Introdução
Abordaremos, nesse capítulo, alguns aspectos da saúde e da
doença. Estamos iniciando um tema que pode ser apenas da
Biologia, ou, também, um tema transversal. Na verdade, estamos
lidando com saúde e doença continuamente, seja conosco
mesmo, com amigos ou familiares. Você, futuro professor,
será corresponsável pela saúde dos seus alunos e, ainda, dos
familiares deles. Portanto, temos a responsabilidade de auxiliar
nossos alunos a desenvolverem habilidades para evitarem
doenças, manterem-se saudáveis e difundirem a cultura de hábitos
saudáveis entre seus familiares e amigos.
Objetivos
Ao final desse estudo, esperamos que você seja capaz de:
• conceituar doença sob o aspecto biológico;
• conceituar saúde sob o aspecto biológico;
• descrever os principais mecanismos de agressão;
• identificar os agentes agressores físicos, químicos e
biológicos;
• explicar os processos patológicos reversíveis e irreversíveis;
UNIUBE 47
Esquema
2.1 Etiopatogênese geral das lesões
2.2 Agentes lesivos
2.3 Lesões ou processos patológicos
2.4 Conclusão
a. Inespecíficas
UNIUBE 49
PARADA OBRIGATÓRIA
b. Adaptativas
Aquela que torna as células lesadas mais adaptadas à agressão em
consequência da ativação da transcrição das proteínas do estresse, ou,
também, chamadas de fase aguda (HSP) (Figura 2), as quais estabilizam
as proteínas celulares, tornando-as mais resistentes a novas agressões
(BRASILEIRO FILHO, 2004).
SAIBA MAIS
Pois bem, estas são algumas das condições de lesão física que
podemos sofrer.
CURIOSIDADE
Observam-se, ainda:
• dor de cabeça, lassidão, anorexia, fraqueza, dificuldade para dormir,
conhecidas como doença aguda da altitude;
• edema pulmonar e cerebral da altitude (localizado);
• edema sistêmico.
Alvéolos com
enfizema
Alvéolos normais
Figura 6: Pulmão com enfisema pulmonar.
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
Ação local:
Ação sistêmica
IMPORTANTE!
Ação local
Classificação
Evolução
Infecção
Nas queimaduras graves, devido à desidratação Invasão e
(perda de líquidos pela exsudação plasmática) e multiplicação de
microrganismos
a dor, pode ocorrer estado de choque levando à nos tecidos
do organismo,
morte. que podem ser
clinicamente
inaparentes ou
resultarem em lesão
A infecção pode advir devido à área queimada celular local devido
estar em contato com o meio externo e pela a metabolismo
competitivo,
redução dos mecanismos de defesa decorrentes toxinas, replicação
intracelular, ou
do stress. resposta antígeno-
anticorpo.
62 UNIUBE
PESQUISANDO NA WEB
IMPORTANTE!
2.2.1.5 Radiação
SAIBA MAIS
Irradiação x câncer
Mutações
genéticas
As radiações ionizantes, por induzirem às Uma modificação,
mutações gênicas (translocações ou deleções casual ou induzida,
na informação
cromossômicas), (Figura 10) podem alterar de genética decorrente
de mudanças na
maneira qualitativa ou quantitativa os genes sequência dos
genes de um
responsáveis pelo controle da divisão celular organismo.
(proto-oncogenes, genes supressores de tumor,
entre outros), podendo originar o câncer.
66 UNIUBE
IMPORTANTE!
CURIOSIDADE
O câncer é, sem dúvida, uma das patologias responsáveis por alto índice
de mortalidade entre adultos e crianças. Trata-se de um tecido com alta
capacidade de proliferação e disseminação (metástase). Existe uma
UNIUBE 67
SAIBA MAIS
Faixas de UV:
<290nm (UVC) – absorvidos na camada de ozônio, não causando lesões
aos seres vivos.
290-320 nm (UVA)
320-400 nm (UVB)
} causam lesões agudas e crônicas.
IMPORTANTE!
UVA – alteram o DNA* das células. Nos ceratinócitos, por exemplo, originam
lesões proliferativas benignas ou malignas no epitélio, tais como, ceratose
actínica e epiteliomas (benignas), carcinomas e melanomas (malignas);
SAIBA MAIS
a) Carência primária
Causas:
• desnutrição proteico-energética;
• hipovitaminose A;
• anemia ferropriva.
b) Carência secundária
Causas:
• má digestão dos nutrientes por alterações hepática, pancreática,
gástrica ou intestinal;
• absorção inadequada devido a alterações na mucosa intestinal
(câncer);
• metabolização inadequada dos nutrientes, insuficiente (diabetes) ou
excessiva (hipertireoidismo);
• excreção excessiva dos nutrientes (proteínas, vitaminas e sais
minerais) devido a lesões renais;
• destruição da microflora intestinal pelo uso prolongado de antibióticos
ou sulfas, acarretando avitaminoses.
UNIUBE 75
a) Energia
b) Proteínas
c) Lipídeos
d) Vitaminas
• Vitamina A
– Hipovitaminose
Consequências:
– alterações na visão: redução da percepção da luz crepuscular
(cegueira noturna);
– alterações dos epitélios de revestimento (conjuntiva, córnea,
sistemas respiratório,digestivo e excretor, entre outros);
– alterações imunes.
– Hipervitaminose
Consequências:
– intoxicação (vômitos, aumento da pressão intracraniana), redução
da espessura óssea e anemia hemolítica (lise das hemácias).
• Vitamina D
– Hipovitaminose: decorrente da ingestão insuficiente ou da falta de
exposição à luz solar.
Consequências:
– raquitismo na criança e osteomalácia no adulto (calcificação óssea
deficiente devido à absorção intestinal reduzida de cálcio);
– hiperexcitabilidade neuromuscular (tetania), consequente à
hipocalcemia.
Consequências:
– a desidratação e
– os cálculos renais.
• Vitamina K
Tem importante papel na síntese de proteínas que participam da
coagulação do sangue.
78 UNIUBE
• Hipovitaminose:
Escorbuto Consequências:
Hemorragias em – escorbuto;
locais sujeitos
a repetidos – lesões ósseas em consequência das
traumatismos ou
estiramentos, como hemorragias e da formação defeituosa da
nas gengivas, matriz óssea;
periósteo,
articulações, leito – atraso no desenvolvimento corporal;
subungueal.
– retardo na cura das feridas.
Hidrocarbonetos
Os agentes biológicos são aqueles que possuem aromáticos (café
torrado, carnes e
vida própria (bio=vida). São inúmeros na natureza, peixes) defumados;
aflatoxinas
entre eles, temos os vírus, as bactérias, os fungos, produzidas
os protozoários, os helmintos, as riquétsias, os pelos fungos;
nitrosaminas e
micoplasmas e as clamídias. nitrosamidas
derivadas de nitritos
que são utilizados
Você já sofreu alguma lesão por algum para conservar
os alimentos
destes agentes? Ou seja, já teve uma enlatados.
infecção? Você sabe o que é infecção?
SAIBA MAIS
Principais citocinas:
• Interferons tipo 1 = produzidos por fagócitos mononucleares,
participam da resposta imune inata contra vírus. Suas principais
funções são inibir a replicação viral e aumentar a expressão de
moléculas do complexo de histocompatibilidade principal de classe
I (MHC classe I);
• L-1 = produzida principalmente por macrófagos, células endoteliais e
algumas células epiteliais. Participa da resposta inflamatória através
da indução à febre por ação no hipotálamo, síntese de proteínas de
fase aguda e do processo de migração de neutrófilos;
• IL- 6 = produzida principalmente por macrófagos, células endoteliais
e células T. Participam da síntese hepática de proteínas de fase
aguda e atuam na proliferação de células B;
• IL-12 = produzida principalmente por macrófagos e células
dendríticas. Atuam na diferenciação de células T e na produção de
interferon;
• IL-15 = produzida principalmente por macrófagos. Estimula a
proliferação de células NK e células T de memória (Células TCD8+);
• IL-18 = produzida principalmente por macrófagos. Participa da
produção de interferon;
UNIUBE 81
a) Ação direta:
Efeito citopático
Também conhecido como efeito citopático, ou
Que altera a
seja, alteração morfológica e funcional da célula, estrutura ao nível
molecular e a
induzindo a sua morte. função celular.
82 UNIUBE
b) Ação indireta:
• espoliação alimentar: mecanismo comum aos parasitos intestinais,
consiste em absorver parte dos alimentos que já digerimos;
• liberação de toxinas: podem ser as exotoxinas, liberadas pelo agente
biológico na invasão ou endotoxinas, toxinas endógenas liberadas na
morte ou na destruição do agente lesivo. Exemplo: Vibrio cholerae,
a bactéria causadora da cólera, cuja toxina altera o funcionamento
das bombas iônicas no intestino, promovendo grande perda de água
através de uma diarreia aquosa;
• indução da reação inflamatória: esse é um mecanismo comum aos
agentes agressores biológicos. O processo inflamatório ajuda a
explicar as diarreias nas doenças infecciosas intestinais e explica
a dor e a febre nas viroses, infecções bacterianas na garganta
(amigdalite), por exemplo, e em diversas outras doenças infecciosas;
• ativação da resposta imune: a ativação da resposta imune humoral
ou celular é de extrema importância na nossa defesa contra as
infecções (estudada em detalhe no conteúdo de Imunologia, neste
livro);
• indução da resposta autoimune: ocorre quando os determinantes
antigênicos de superfície dos invasores são semelhantes às
moléculas de superfície das células dos nossos tecidos; desta forma,
a resposta imune se manifesta, também, contra estes componentes
de nossos tecidos (autoagressão);
• resposta imune humoral: resposta imunológica mediada pela
produção de anticorpos (imunoglobulinas). A produção de anti-
corpos se dá pela diferenciação de linfócitos B em plasmócitos.
• a ativação da resposta humoral ocorre após o reconhecimento
específico de antígenos pelos receptores específicos de membrana
destas células. Dessa forma, o organismo inicia a produção
de imunoglobulinas podendo gerar Imunoglobulina M (IgM) ou
Imunoglobulina G (IgG), que pode persistir como proteína de
memória;
UNIUBE 83
REGISTRANDO
Figura 16: Vias de entrada do HIV na célula sendo a endocitose uma delas.
Fonte: Vanessa das Dores Duarte Teruel.
SAIBA MAIS
Nef (negative factor) é uma proteína viral, que interfere no sinal de transdução
de proteínas da célula hospedeira, proporcionando a sobrevivência das
células T infectadas. Esta proteína, também induz à destruição das células
T não-infectadas por meio do estímulo, a apoptose.
SAIBA MAIS
Sistema Complemento:
Isquemia
Os imunocomplexos resultantes, se estiverem
presentes na microcirculação, acarretam o
Deficiência na
irrigação de sangue surgimento de trombose que pode obstruir os
em um órgão ou
tecido devido à vasos, levando à isquemia e à necrose isquêmica
constrição ou
obstrução de seus ou infarto. É o que acontece, por exemplo, na
vasos sanguíneos. hepatite pelo vírus B. “Se houver a sua deposição
UNIUBE 91
PESQUISANDO NA WEB
2.3.1 Degenerações
Veja, a seguir:
SAIBA MAIS
Apoptose (do gr. apo = de, ptose = cair) é a morte celular programada, na
qual há expressão de genes pró-apoptóticos (c-myc, p-53, entre outros)
e a síntese de proteínas da apoptose (bax, caspases, entre outras) que
levam à fragmentação da célula culminando com a sua morte e posterior
endocitose dos corpos apoptóticos resultantes (Veja uma imagem de um
corpo apoptótico no site <http://de. wikipedia.org/wiki/Apoptose> .
A apoptose ocorre tanto em situações fisiológicas quanto em patológicas.
( Quadro 2).
Apoptose fisiológica:
Apoptose patológica:
NECROSE APOPTOSE
processo passivo processo ativo
autólise celular fragmentação celular
inflamação endocitose
PESQUISANDO NA WEB
<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4c/Apoptosis_mouseliver.
jpg>. Acesso em: 29 jan. 2012.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4b/Morfologia_apoptose.
png. Acesso em: 29 jan. 2012.
• na isquemia:
• na tuberculose:
• na sífilis:
a área necrosada adquire aspecto de goma (Figura 22).
PESQUISANDO NA WEB
• alterações do citoplasma:
• aumento da acidofilia devido à digestão das proteínas;
• aspecto granuloso a amorfo. (Figura 23).
UNIUBE 105
PARADA OBRIGATÓRIA
colesterol e seus
Lipidose hipercolesterolemia
ésteres
2.4 Conclusão
Para aprender mais sobre os conteúdos abordados até aqui, releia este
capítulo, pesquise na internet em outras fontes, refletindo sobre o que lê,
anotando e comparando os pontos principais e as dúvidas que ficaram.
Bons estudos!
Resumo
No Sistema Imunológico, conhecemos as células do sistema imune e
compreendemos os mecanismos da imunidade inata e da imunidade
adaptativa, além das respostas imunológicas específicas frente a
infecções virais, bacterianas e fúngicas. Também foram estudados os
agentes lesivos (físicos, químicos, nutricionais e biológicos) e as lesões ou
UNIUBE 109
Referências
ABBAS, Abul K. Imunologia celular e molecular. 5. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2005.
Aldo Matos
Isabel Cristina Rezende Lopes
Lilian Margareth Biagioni de Lima
Introdução
Após conhecer os fundamentos e métodos de estudo do
adoecimento e abordar o binômio saúde x doença, sob o aspecto
biológico, iremos abordar, com mais intensidade, os mecanismos
de defesa e as estratégias de adaptação do organismo diante de
uma agressão.
Objetivos
Ao finalizar os estudos deste capítulo, esperamos que você seja
capaz de:
• entender o que é uma resposta imune adaptativa;
• diferenciar resposta imune celular e humoral;
• reconhecer a estrutura e funções dos anticorpos (imuno-
globulinas);
• descrever as principais funções efetoras dos anticorpos;
• compreender o significado do Sistema complemento, suas
vias e funções;
• relacionar as principais citocinas e sua ação na resposta
imunológica;
• conhecer os fatores e os tipos da resposta inflamatória;
• compreender o mecanismo da resposta inflamatória;
• conhecer os sinais cardinais da inflamação;
• identificar as células que participam da resposta inflamatória;
UNIUBE 113
Esquema
3.1 A defesa diante dos agentes agressores
3.2 Citocinas
3.3 Imunidade aos micróbios
3.4 Defesa e adaptação: o processo inflamatório
3.5 Doenças: manifestações clínicas das respostas de defesa e
de adaptação
3.6 Alergia
3.7 Conclusão
Como você já sabe, a resposta imune adaptativa tem ação mais lenta,
ou seja, não está pronta para entrar em ação. Ao contrário, ela necessita
ser ativada. Porém, é específica e possui memória imunológica. Dela
participam os Linfócitos T e B, ou seja, a resposta imune celular e
humoral.
As classes são:
• IgG: cadeia pesada tipo gama (γ);
• IgM: cadeia pesada tipo miu (μ);
• IgA: cadeia pesada tipo alfa (α);
• IgE: cadeia pesada tipo épsilon (ε);
• IgD: cadeia pesada tipo delta (Δ).
Figura 2: Imunoglobulina G.
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
Figura 3: Imunoglobulina M.
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
Figura 4: Imunoglobulina A.
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
PESQUISANDO NA WEB
PESQUISANDO NA WEB
é a única função efetora que depende da região fab (região que se liga ao
antígeno). Os anticorpos contra micróbios e toxinas bloqueiam a ligação
destes aos receptores específicos da superfície celular, ou seja, inibem
ou bloqueiam a infecção. Por exemplo:
PESQUISANDO NA WEB
PESQUISANDO NA WEB
– a região fc da IgG;
– o fragmento C3b do Sistema Complemento (sistema ativado em
cascata que ajuda na função lítica dos ac).
PESQUISANDO NA WEB
PESQUISANDO NA WEB
d) Ativação do Complemento:
É aquela que ocorre com a participação dos linfócitos T e que age contra
os micróbios intracelulares, como alguns patógenos que sobrevivem
dentro de fagócitos ou outras células do hospedeiro. Participa nos
processos de rejeição a transplantes e no combate a células malignas
que surgem devido a mitoses anormais e que, se não forem combatidas,
podem originar tumores. Como faz parte da imunidade adaptativa, ela
precisa ser ativada e isso ocorre quando o antígeno é processado e
apresentado por uma célula apresentadora de antígenos para o linfócito
T. Vamos entender alguns conceitos:
• Célula apresentadora de antígeno (CAA): principais organizadoras
da resposta imune são as responsáveis por apresentar o Ag para
os linfócitos T. São exemplos de células CAA: os macrófagos e as
células dendríticas.
• Sistema HLA (Human Leucocitary Antigen) ou Sistema MHC
(Major Histocompatibility Complex) ou ainda Complexo Principal de
Histocompatibilidade: composto de moléculas proteicas presentes
na membrana de todas as células nucleadas e que são codificadas
por um grupo de genes presentes no braço curto do cromossomo 6.
SINTETIZANDO...
Via Clássica:
Via Alternativa:
3.2 Citocinas
a) Ação local
• autócrina: quando a citocina atua sobre a própria célula que a
produziu (estimulando ou inibindo);
• parácrina: quando a citocina atua sobre as células vizinhas daquela
que a produziu.
PESQUISANDO NA WEB
IMPORTANTE!
Histórico da inflamação:
• Em 1794 John Hunter, descreveu o processo macroscopicamente.
• Cohein, no século XIX, mostrou, experimentalmente, a saída de líquido
e de células do vaso, após a irritação da pele de rã.
• Exsudativa.
• Necrótico-degenerativa.
• Produtivas-reparativa.
Figura 7: Neutrófilo.
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
138 UNIUBE
Figura 8: Linfócito.
SAIBA MAIS
IMPORTANTE!
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PESQUISANDO NA WEB
PESQUISANDO NA WEB
CURIOSIDADE
Você sabia que a acne (Figura 14), observada na pele do rosto de alguns
adolescentes, é o resultado da invasão dos folículos pilosos por bactérias
piogênicas (produtoras de pus)?
PARADA OBRIGATÓRIA
MODO DE TRANS-
EXEMPLO COMENTÁRIO
MISSÃO
I - Humano para Humano
C. Fonte Animal
ORGANISMO
DOENÇA NO
MODO DE (B: bactéria;
PATÓGENO FETO OU NEO-
TRANSMISSÃO V: vírus; F:
NATO
fungo)
Treponema palli-
Transplacentária B Sífilis congênita
dum
Sepse neonatal
Listeria monocy- ou meningite; ou
B
togenes transmitida no
nascimento
Anomalias con-
Citomegalovirus V
gênitas
No canal do nas-
Streptococcus Sepse neonatal e
cimento/ durante B
agalactiae meningite
o parto
Sepse neonatal e
Escherichia coli B
meningite
Chlamydia tra- Conjuntivite ou
B
chomatis pneumonia
Neisseria gonor-
rhoeae B Conjuntivite
Lesões na pele,
Herpes simples
V Sistema Nervoso
tipo 2
Central ou sepse
UNIUBE 159
Vírus da Hepatite
V Hepatite B
B
Vírus da Imuno-
deficiência Hu- Infecção assinto-
V
mana1 mática
ORGANISMO
PORTA DE (B: bactéria;
PATÓGENO DOENÇA
ENTRADA V: vírus; F:
fungo)
Trato respira- Streptococcus pneumo-
B Pneumonia
tório niae
Mycobacterium tuber-
B Tuberculose
culosis
Resfriado co-
Rinovírus V
mum
Mononucleose
Vírus Epstein-Barr V
infecciosa
Histoplasma capsula-
F Histoplasmose
tum
Trato gas-
Shigella dysenteriae B Disenteria
trointestinal
Hepatite infec-
Vírus da hepatite A V
ciosa
Poliovírus V Poliomielite
Febre macu-
Rickettsia rickettsi B
losa
Pé de atleta
Trichophyton rubrum F
(frieira)
Quem nunca sofreu com uma infecção de garganta? Não é difícil, então,
pensar nos sintomas: dor de garganta, placas de cor esbranquiçada
na garganta, dificuldade para engolir, mal-estar e febre. Essa é uma
infecção causada comumente pelo Streptococcus pyogenes, que atinge
principalmente crianças e adolescentes. As placas esbranquiçadas
presentes na garganta são colônias de bactérias, resultante da
multiplicação desses micro-organismos. Justamente por isso, o médico
examina a garganta do paciente para verificar, além dos sinais de
inflamação, a presença dessas placas.
162 UNIUBE
IMPORTANTE!
IMPORTANTE!
3.5.2.5 Hanseníase
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
3.5.2.6 Gonorreia
3.5.2.7 Sífilis
3.5.3.1 AIDS
SAIBA MAIS
3.5.3.2 Dengue
são de início súbito com dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores
musculares e articulares intensas, redução da força muscular, desânimo e
febre persistente durante 5 a 7 dias. Esse é o quadro de dengue clássico.
Mas, também pode ocorrer o dengue hemorrágico, com risco de morte.
Não existe nenhum medicamento específico contra o vírus do Dengue.
A melhor atitude diante dessa doença é evitar a infecção, cuidando para
evitar acúmulo de entulho e lixo no quintal, nas ruas e terrenos vagos,
tampando as caixas d’água e impedindo que se acumule água limpa em
recipientes com pneus, garrafas e etc., que venham servir de criadouro
para o Aedes aegypti.
3.5.3.3 Rubéola
Também chamada de Sarampo alemão, por ter sido descrita por médicos
alemães, essa virose é causada pelo Rubivirus, que é transmitida de
pessoa a pessoa ou por transmissão vertical. Os dois principais quadros
são a rubéola pós-natal e a rubéola congênita. A infecção pós-natal,
com caráter geralmente benigno, pode ser assintomática ou a pessoa
infectada pode apresentar mal-estar geral, febre, perda de apetite e
pequenas manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. Já a rubéola
congênita é um quadro grave que pode provocar aborto, parto prematuro
e más-formações que podem resultar em surdez, alterações cardíacas,
catarata, glaucoma etc. A profilaxia baseia-se na vacinação, usando-
se a vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) ou a vacina
monovalente (apenas contra rubéola).
3.5.3.4 Sarampo
3.5.4.1 Candidíase
3.6 Alergia
3.7 Conclusão
Você deve ter compreendido, após a leitura desse capítulo, que o seu
organismo possui um sistema complexo e altamente especializado para
fazer frente às agressões que sofre durante a sua vida útil. Por meio
de diferentes respostas, o seu sistema imunológico está em constante
estado de alerta e atividade na função de vigilância às inúmeras invasões
a que seu corpo está exposto em seu dia a dia. Como consequência,
concluímos que a inflamação e a doença são aspectos da reação desse
processo-resposta de defesa e adaptação do seu sistema de defesa em
torno dessas invasões e/ou agressões.
Resumo
Neste capítulo, verificamos a resposta imune e os mecanismos efetores
dessa resposta frente aos agentes lesivos, além da estrutura e a função
das imunoglobulinas, do sistema complemento e as citocinas e suas
funções. Também foi descrita a imunidade aos agentes biológicos: vírus;
UNIUBE 171
Referências
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; POBER, J.S. Imunologia celular e molecular.
5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
STITES, D.P.; TERR, A.I. Imunologia básica. Rio de janeiro: PHB, 1992.
Introdução
As parasitoses assumem grande importância nos países
subdesenvolvidos e naqueles em desenvolvimento, porque sua
ocorrência e suas consequências estão diretamente relacionadas
às condições de vida da população: condições sanitárias, hábitos
alimentares, cultura e acesso a serviços, entre outros. Para facilitar
nosso estudo, deixaremos a abordagem dos fatores sociais
envolvidos na ocorrência das doenças para outro momento.
Agora, nossa atenção será voltada para os fatores biológicos que
condicionam a ocorrência e a gravidade das doenças parasitárias.
Para tanto, não podemos perder de vista tudo o que já foi estudado
sobre agressão, defesa, adaptação e doença. É o momento de
articular esses conhecimentos!
Objetivos
Ao final do estudo desse capítulo, esperamos que você seja capaz de:
• citar os mecanismos de infecção dos metazoários abordados;
• descrever o ciclo evolutivo dos metazoários estudados;
• citar os quadros clínicos causados pelos metazoários
estudados;
• citar as medidas de prevenção e controle das parasitoses
estudadas;
• explicar os distúrbios locais da circulação;
• descrever os fatores responsáveis pelo surgimento de cada
distúrbio;
• explicar o mecanismo de ação dos fatores na gênese de cada
distúrbio;
• explicar as alterações morfológicas macro e microscópicas
dos tecidos/órgãos com cada um dos distúrbios;
• explicar as consequências de cada distúrbio ao organismo;
• demonstrar as evoluções apresentadas por cada um dos
distúrbios.
Esquema
4.1 Protozoários intestinais
4.1.1 Protozoários com habitat no intestino delgado
4.1.2 Protozoários com habitat no intestino grosso
4.2 Protozoários sanguíneos e tissulares
4.3 Distúrbios locais da circulação
UNIUBE 175
41.3.1 Hiperemia
4.3.2 Hemorragia
4.3.3 Edema
4.3.4 Trombose
4.3.5 Embolia
4.3.6 Infarto
4.3.7 Choque
4.4 Resposta imunológica aos parasitos
4.4.1 Resposta imune adaptativa aos parasitos
4.4.2 Imunoematologia
PARADA OBRIGATÓRIA
• aquosa;
Lienteria
• volumosa;
Presença de
• há lienteria;
pedaços de • há flatulência;
alimentos não
digeridos nas fezes. • há odor fétido;
• há cólicas periumbilicais.
UNIUBE 177
Giardia lamblia
IMPORTANTE!
CURIOSIDADE
Entamoeba histolytica
SAIBA MAIS
Cariossoma
Região de grande concentração de cromatina condensada no núcleo.
Corpo cromatoide
Corpo encontrado no citoplasma que, na verdade, é uma reserva de
nutrientes.
184 UNIUBE
IMPORTANTE!
Balantidium coli
Trypanosoma cruzi
Forma Capacidade de
Descrição Localização Observações
evolutiva multiplicação
Forma bastante
Extracelular.
alongada, com
Encontrada
membrana on- É a forma in-
no sangue do
dulante e apre- fectante para o
Tr i p o m a s - Não se multi- hospedeiro
sentando o cine- vetor e para o
tigota plica mamífero, na
toplasto do lado hospedeiro ma-
ampola fecal e
oposto ao flagelo mífero
nas fezes do
livre e distante
vetor
do núcleo
Forma menos
Extracelular.
alongada que a
Encontrada
tripomastigota,
Multiplica-se entre intes-
Epimasti- com o cineto- Não é capaz de
por divisão tino médio
gota plasto do mesmo infectar
binária e o intestino
lado que o flage-
posterior do
lo, livre e perto
hospedeiro
do núcleo
É imóvel porque
Forma esférica, Intracelular. seu flagelo é
com flagelo inter- Multiplica-se Encontrada interno.
Amastigota no e cinetoplasto por divisão nas células É a principal
próximo ao nú- binária do hospedeiro forma relaciona-
cleo mamífero da à destruição
tecidual
Barbeiro
Barbeiro
Fase da
Forma clínica Achados clínicos
infecção
Benigna, oligos-
Nenhuma sintomatologia ou sintomatolo-
sintomática ou
gia inexpressiva
assintomática
Leishmanias e leishmanioses
CURIOSIDADE
A
Figura 14: (A) Fêmea da Lutzomyia sp; (B) Macho da Lutzomyia sp. Note os ganchos copuladores
na porção terminal do abdome.
Fotos: Aldo Matos.
Quadro 5: Perfil da resposta imunológica nas diferentes formas clínicas das leishmanioses.
Plasmodium sp
Toxoplasma gondii
Qualquer fator que altere esta dinâmica, e entre eles estão os parasitos,
acarretará distúrbios da circulação. Os distúrbios da circulação que
estudaremos, a seguir, serão os locais.
4.3.1 Hiperemia
4.3.1.1 Etiopatogênese
Hiperemia ativa
Efluxo sanguíneo
É processo passivo que resulta da redução
Saída de sangue da drenagem venosa, ou seja, da redução do
dos tecidos.
Exemplo: drenagem efluxo sanguíneo de um tecido, acarretando no
venosa.
ingurgitamento de um órgão/tecido com sangue
venoso.
Tipos de Congestão:
Trombo
• sistêmica: decorrente da insuficiência
Massa sólida de cardíaca, que ocorre, por exemplo, na
sangue, aderente
à parede do tubo
Doença de Chagas;
cardiovascular,
formada
• local: em consequência de obstrução/
pelos próprios compressão venosa por trombo, êmbolo,
componentes do
sangue.
edema, tumor, ovos de parasitos intestinais,
entre outros fatores.
IMPORTANTE!
4.3.2 Hemorragia
4.3.2.1 Etiopatogênese
SAIBA MAIS
IMPORTANTE!
4.3.3 Edema
4.3.3.1 Etiopatogênese
4.3.4 Trombose
Pois bem, vamos conferir o que você já conhece acerca deste processo
patológico.
UNIUBE 221
IMPORTANTE!
4.3.4.1 Etiopatogênese
PESQUISANDO NA WEB
IMPORTANTE!
CURIOSIDADE
4.3.5 Embolia
EXPLICANDO MELHOR
CURIOSIDADE
Após a morte, há formação de gases pela putrefação, que não devem ser
confundidos com êmbolos gasosos.
4.3.5.4 Tromboembolia
4.3.6 Infarto
Infarto branco:
232 UNIUBE
Infarto vermelho
• macroscópicos: adquirem a mesma forma do branco, a área adquire
uma cor vermelho-escuro, mais consistente e com aumento de seu
volume (Figura 38);
4.3.6.4 Consequências
4.3.6.5 Evoluções
4.3.7 Choque
O estudo dos parasitos e das agressões causadas por eles podem nos
assustar devido à relativa facilidade de sermos infectados e à gravidade
de algumas lesões provocadas por esses agentes. Mas, nem sempre
essas agressões acontecem. Isso porque, na maior parte, ocorre certo
equilíbrio na relação parasito-hospedeiro. Às vezes, ingerimos ovos
de parasitos e não somos sequer infectados, porque é necessário um
inóculo mínimo para que ocorra a infecção. Se ingerirmos poucos ovos,
nossas defesas podem realmente impedir a infecção. Também, mesmo
que a infecção ocorra, não é sempre que as lesões são desenvolvidas.
Então, a infecção e a doença dependem da resposta do hospedeiro e da
capacidade de adaptação mútua entre o parasito e o hospedeiro.
4.4.2 Imunoematologia
Grupo sanguíneo
Tipo O Tipo A Tipo B Tipo AB
Antígenos eritrocitários e
Nenhum A B AeB
demais células
Anti-A
Anticorpos no soro Anti-B Anti-A Nenhum
Anti-B
Fonte: Acervo dos autores.
4.4.2.2 Sistema Rh
Quadro 9: Sistema Rh
Sistema Rh
Antígenos Símbolo Tipo RhD
cde/cde RR negativo
CDe/cde R 1r positivo
CDe/CDe R1 R1 positivo
cDE/cde R2 r positivo
CDe/cDE R1 R2 positivo
cDE/cDE R2 R2 positivo
Outros genótipos Quase sempre positivos
Resumo
Estudamos, neste capítulo, os agentes lesivos, protozoários intestinais e
tissulares, de interesse médico; as medidas de profilaxia e o controle das
protozooses, a resposta de defesa a eles. Também foram estudados os
distúrbios da circulação de importância médica, originados da agressão
sofrida por esses agentes, bem como por outros agentes lesivos e a
Imunoematologia.
Referências
NEVES, David Pereira; MELO, Alan Lane de, LINARDI, Pedro Marcos; VITOR,
Ricardo Wagner de Almeida. Parasitologia humana. 11. ed. São Paulo.
Atheneu, 2005.
PETTIT, John E. Hematologia Clínica. 3. ed. São Paulo. Editora Manole, 2001.
Objetivos
Prezado aluno, ao final desse capítulo, esperamos que você seja
capaz de:
• descrever os ciclos biológicos dos metazoários estudados;
• identificar os metazoários que habitam o intestino delgado;
• identificar os metazoários que habitam o intestino grosso;
• enumerar as alterações causadas pelos metazoários
estudados;
• explicar os distúrbios do crescimento e da diferenciação
celular;
• explicar a imunologia dos tumores;
• identificar os fatores responsáveis pelo surgimento de cada
distúrbio;
• demonstrar o mecanismo de ação dos fatores na gênese de
cada distúrbio;
• descrever as alterações morfológicas macro e microscópicas
dos tecidos/órgãos, associando-as com cada um dos
distúrbios;
• demonstrar as consequências de cada distúrbio ao organismo;
• descrever as doenças autoimunes;
• explicar as evoluções apresentadas por cada um dos
distúrbios.
Esquema
5.1 Doenças causadas por nematelmintos
5.1.1 Nematelmintos intestinais que realizam o Ciclo de Loss
5.1.2 Nematelmintos intestinais que não passam pelos
pulmões
5.1.3 Nematelmintos sanguíneos e teciduais
5.2 Doenças causadas por platelmintos
5.2.1 Taenia solium e Taenia saginata
UNIUBE 243
MECANISMO
PARASITO TAMANHO HABITAT
DE INFECÇÃO
Ingestão de ovos
Trichuris trichiura 3-5 cm Intestino grosso
larvados
Penetração
Necator ameri- Machos: 5-9 mm Intestino del-
cutânea da larva
canus Fêmeas 9-11 mm gado
filarioide
Penetração
Ancylostoma duo- Machos: 8-11 mm Intestino del-
cutânea da larva
denale Fêmeas: 10-18 mm gado
filarioide
Penetração
Strongyloides ster- Intestino del-
0,8-1,2 mm cutânea da larva
coralis gado
filarioide
Transmissão de
microfilárias por
Wuchereria ban- Machos: 3,5-4 cm meio da picada Vasos do siste-
crofti Fêmeas: 7-10 cm do mosquito ma linfático
Culex quinque-
fasciatus
Transmissão de
Tecido subcutâ-
Onchocerca vol- Machos: 2-4 cm microfilárias por
neo, vasos linfá-
vulus Fêmeas: 40-50 cm meio da picada
ticos e cristalino
do Simulium sp
Fonte: Aldo Matos.
EXPLICANDO MELHOR
Veja só: gastamos energia para fazer a digestão dos alimentos e, depois
de tudo digerido, parte do alimento é absorvida pelos nossos “hóspedes”,
que nos parasitam. Mas, não podemos afirmar que os parasitos intestinais
causam subnutrição. Pense bem: se dividirmos nosso alimento com os
parasitos do nosso intestino, sentiremos mais fome. Comeremos muito,
“como adolescentes”... Bem, se tivermos condições financeiras para comprar
todo alimento que quisermos, comeremos mais, isto é, comeremos o
246 UNIUBE
IMPORTANTE!
Possivelmente você já ouviu falar que uma pessoa que está com manchas
claras na pele pode estar com verminose. Isso pode ser verdade, sim! Se a
pessoa tiver uma grande carga parasitária de A. lumbricoides e se alimentar
mal, pode ter hipovitaminose A. Um dos sintomas da carência de vitamina
A, é justamente a formação de manchas claras na pele, uma condição
conhecida como “pano”.
CURIOSIDADE
Esse pequeno verme, conhecido também como Oxiúro (Figura 9), habita
a região cecal, onde realiza a cópula. A fêmea grávida migra em direção
ao reto e procura atravessar o ânus para fazer a ovoposição na região
perianal. É bem verdade que, ao tentar atravessar o ânus, muitas delas
arrebentam liberando os ovos. A movimentação das fêmeas grávidas na
região perianal é responsável pela manifestação clínica mais frequente
nessa parasitose: o prurido (coceira) perianal que piora à noite.
UNIUBE 253
Ingestão da larva
(cisticercoide) e
pulgas ou coleóp-
teros (o caruncho
Hymenolepis Pulgas e co- Intestino del-
3-5 cm de cereais). Humanos
nana leópteros gado
Ingestão de ovos
embrionados na
água ou verduras
contaminadas
Vísceras como
Ingestão de ovos Ovinos (ove-
fígado, pul-
Echinococcus embrionados na Cães e lhas), caprinos
4-6 mm mões, rins e o
granulosus água ou verduras raposas (cabras) e
sistema nervo-
contaminadas humanos
so central
Moluscos
Penetração cutâ-
Machos (caramujos) do
nea da larva cer-
1 cm gênero Biom-
Schistosoma cária liberada na Veias do siste-
Humanos phalaria (B.
mansoni água pelos mo- ma porta
Fêmeas glabrata,
luscos do gênero
1,5 cm B.tenagophyla,
Biomphalaria
B. straminae)
IMPORTANTE!
Esse pequeno cestoda não tem recebido a devida atenção. Veja a Figura 16:
UNIUBE 261
carga parasitária, a concentração dessa toxina pode ser tão elevada que
estimula o córtex motor, provocando crises convulsivas.
Veja na Figura 27, detalhes das ventosas oral (acima) e ventral (abaixo)
do verme adulto de Schistosoma mansoni.
IMPORTANTE!
bastante repetitivas entre os parasitos. E, por isso, pode ser que você
não dê a devida atenção a esse tema. Então, vamos apresentar algumas
observações importantes nessa temática.
SAIBA MAIS
A higienização das folhas (alface etc.), que serão consumidas cruas, pode
ser realizada lavando-as em água corrente e deixando de molho, por 30
minutos, em uma solução preparada com uma colher de sopa de hipoclorito
(água sanitária) para cada litro de água. Devido ao sabor desagradável da
água sanitária, você pode optar por deixá-las de molho, também por trinta
minutos, em uma solução preparada com duas colheres de vinagre para
cada litro de água. O tomate, a cenoura, etc, devem ser lavados com água
e sabão, esfregando com bucha.
Vejamos...
SAIBA MAIS
Você sabe o que são as células-tronco? Qual a sua importância? Onde são
encontradas?
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
5.4.2.1 Hipotrofia
Etiopatogênese
Consequências
• Hipotrofia fisiológica: como há diminuição do metabolismo celular
no organismo como um todo, há o estabelecimento de um novo
estado de equilíbrio;
• Hipotrofia patológica: é dependente do órgão acometido.
5.4.2.2 Hipertrofia
Etiopatogênese
• Hipertrofia fisiológica:
• Hipertrofia patológica:
- sobrecarga de trabalho;
- hipertrofia do miocárdio nas estenoses e insuficiências valvares;
- hipertrofia da musculatura lisa da bexiga (Figura 35) na
hiperplasia nodular da próstata, devido ao estreitamento da
uretra prostática e a retenção da urina na bexiga;
Consequências
5.4.2.3 Hipoplasia
• hipoplasia patológica:
- medula óssea (anemia hipoplásica) - nas intoxicações ou
infecções;
- órgãos linfoides - na AIDS/SIDA;
- linfócitos - na corticoidoterapia.
• Consequências
Dependem da sua localização e intensidade, é grave em órgãos vitais:
coração, pulmão, cérebro, rins.
UNIUBE 281
5.4.2.4 Hiperplasia
• Etiopatogênese
A hiperplasia também é um processo reversível e os estímulos que levam
a sua ocorrência geralmente são os mesmos da hipertrofia, por exemplo,
a sobrecarga de trabalho.
Etiopatogênese
Fatores
Consequências
• volta do tecido à sua normalidade (se cessado o estímulo), por se
tratar de um processo reversível;
• displasias, se o estímulo persistir, apesar de não serem consideradas
lesões pré-malignas;
UNIUBE 285
5.4.4.1 Displasia
Etiopatogênese
REGISTRANDO
Classificação de Bethesda:
• lesão de baixo grau (NIC I);
• lesão de alto grau (NIC II e NIC III).
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
Outros distúrbios:
5.4.4.2 Neoplasias
Tumor X Neoplasia
Etiopatogênese
Neoplasias benignas
Epônimo
Outros são epônimos: tumor de Wilms,
É uma personalidade linfoma de Hodgkin, tumor de Burkitt, entre
histórica ou lendária que
dá, ou empresta, o seu outros.
nome a alguma coisa,
um lugar, época, tribo,
dinastia, entre outras.
UNIUBE 299
IMPORTANTE!
Resumo
Neste capítulo, estudamos os metazoários que habitam o intestino
delgado e o intestino grosso, seus ciclos biológicos e as alterações
orgânicas que causam.
Referências
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; POBER, J. S. Imunologia celular e molecular.
5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
NEVES, David Pereira; MELO, Alan Lane de, LINARDI, Pedro Marcos; VITOR,
Ricardo Wagner de Almeida. Parasitologia humana. 11. ed. São Paulo.
Atheneu, 2005.
Anotações
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304 UNIUBE