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Tomografia

Computadorizada II
Autor: Prof. Denílson Silvestre Araújo
Colaboradores: Prof. Carlos Moussalli
Profa. Mari Luminosa Muler
Professor conteudista: Denílson Silvestre Araújo

Graduação em tecnologia em radiologia e mestre em engenharia biomédica. Atua como docente titular da UNIP
e diretor da empresa DSA Radiologia, especialista em gestão e treinamento de equipe hospitalar voltados para o
diagnóstico por imagem.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

A663t Araújo, Denílson Silvestre.

Tomografia Computadorizada II / Denílson Silvestre Araújo. –


São Paulo: Editora Sol, 2023.

140 p., il.

Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e


Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.

1. Tomografia. 2. Angiotomografia. 3. Protocolo. I. Título.

CDU 615.849

U518.39 – 23

© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
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Vice-Reitor de Assuntos da Comunidade Universitária

UNIP EAD
Profa. Elisabete Brihy
Profa. M. Isabel Cristina Satie Yoshida Tonetto
Prof. M. Ivan Daliberto Frugoli
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar

Material Didático
Comissão editorial:
Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
Profa. Dra. Ronilda Ribeiro

Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista
Profa. M. Deise Alcantara Carreiro
Profa. Ana Paula Tôrres de Novaes Menezes

Projeto gráfico: Revisão:


Prof. Alexandre Ponzetto Aline Ricciardi
Luiza Gomyde
Sumário
Tomografia Computadorizada II

APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................8

Unidade I
1 MEIOS DE CONTRASTE......................................................................................................................................9
1.1 Contraste iodado iônico e não iônico..............................................................................................9
1.1.1 Vias de acesso............................................................................................................................................ 10
1.2 Contraste sulfato de bário................................................................................................................. 10
1.2.1 Vias de acesso............................................................................................................................................ 10
1.3 Contrastes naturais.............................................................................................................................. 11
2 FARMACOLOGIA............................................................................................................................................... 11
2.1 Farmacologia aplicada aos meios de contrastes...................................................................... 12
2.1.1 Contraste sulfato de bário................................................................................................................... 12
2.1.2 Contraste iodado...................................................................................................................................... 12
2.2 Contraindicações aos meios de contraste................................................................................... 14
2.2.1 Contraste sulfato de bário................................................................................................................... 14
2.2.2 Contraste iodado...................................................................................................................................... 15
2.3 Bomba injetora....................................................................................................................................... 15
2.3.1 Preparo da bomba injetora.................................................................................................................. 16
2.3.2 Exames que utilizam bomba injetora.............................................................................................. 18
2.4 Anamnese................................................................................................................................................. 19
2.4.1 Modelo de questionário utilizado na tomografia computadorizada................................. 19
2.5 Extravasamento de contraste........................................................................................................... 20
3 PROTOCOLOS AVANÇADOS APLICADOS A CRÂNIO E PESCOÇO................................................... 20
3.1 Protocolos especiais de cabeça........................................................................................................ 20
3.1.1 Tomografia computadorizada de crânio........................................................................................ 21
3.1.2 Tomografia computadorizada de seios da face........................................................................... 25
3.1.3 Tomografia computadorizada de face............................................................................................ 29
3.1.4 Tomografia computadorizada de mastoide.................................................................................. 30
3.1.5 Tomografia computadorizada de órbita......................................................................................... 34
3.1.6 Tomografia computadorizada de sela túrcica.............................................................................. 37
3.1.7 Tomografia computadorizada de articulação temporomandibular.................................... 39
3.1.8 Tomografia computadorizada de ouvido....................................................................................... 43
3.2 Protocolos especiais de pescoço..................................................................................................... 45
3.2.1 Tomografia computadorizada de tireoide..................................................................................... 45
4 PROTOCOLOS APLICADOS À COLUNA VERTEBRAL............................................................................. 49
4.1 Protocolos de coluna vertebral........................................................................................................ 49
4.1.1 Tomografia computadorizada para segmento cervical............................................................ 49
4.1.2 Tomografia computadorizada para segmento torácico........................................................... 53
4.1.3 Tomografia computadorizada para segmento lombar............................................................. 58
4.1.4 Tomografia computadorizada para segmento sacrococcígea............................................... 63

Unidade II
5 PROTOCOLOS APLICADOS À ANGIOTOMOGRAFIA DE MEMBROS SUPERIORES
E INFERIORES......................................................................................................................................................... 72
5.1 Tomografia computadorizada de angiotomografia de membros superiores...................72
5.1.1 Angiotomografia de mão e punho................................................................................................... 72
5.1.2 Angiotomografia de Antebraço......................................................................................................... 76
5.1.3 Angiotomografia de cotovelo............................................................................................................. 80
5.1.4 Angiotomografia de braço................................................................................................................... 82
5.2 Tomografia computadorizada de angiotomografia de membros inferiores................... 85
5.2.1 Angiotomografia de pé......................................................................................................................... 85
5.2.2 Angiotomografia de tornozelo........................................................................................................... 88
5.2.3 Angiotomografia de perna................................................................................................................... 92
5.2.4 Angiotomografia de joelho.................................................................................................................. 94
5.2.5 Angiotomografia de coxa..................................................................................................................... 98
5.2.6 Angiotomografia de pelve..................................................................................................................101
6 PROTOCOLOS AVANÇADOS APLICADOS A TÓRAX E ABDOME.....................................................104
6.1 Protocolos especiais de mediastino e tórax.............................................................................104
6.1.1 Protocolo Swensen................................................................................................................................104
6.2 Protocolos especiais de abdome...................................................................................................107
6.2.1 Tomografia computadorizada de abdome total.......................................................................107
7 PROTOCOLOS ESPECIAIS APLICADOS A ANGIOGRAFIAS, TEP E TA‑GT.....................................112
7.1 Protocolos de angiografias..............................................................................................................112
7.1.1 Angiotomografia cerebral.................................................................................................................. 112
7.1.2 Angiotomografia de carótida...........................................................................................................115
7.2 Protocolo de TEP..................................................................................................................................118
7.3 Protocolo de TA‑GT.............................................................................................................................121
8 ATEDIMENTO AO PACIENTE, CONTROLE DE QUALIDADE E SEGURANÇA
EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA...................................................................................................123
8.1 Atendimento ao paciente................................................................................................................123
8.1.1 Humanização do setor público e privado................................................................................... 123
8.1.2 Orientações gerais ao paciente....................................................................................................... 124
8.1.3 Pacientes adultos não colaborativos............................................................................................ 125
8.1.4 Pacientes pediátricos........................................................................................................................... 126
8.2 Controle de qualidade.......................................................................................................................126
8.2.1 Preventivas do equipamento de tomografia computadorizada........................................ 127
8.2.2 Instrução Normativa n. 55................................................................................................................ 128
8.3 Proteção radiológica em tomografia computadorizada.....................................................131
APRESENTAÇÃO

Caro aluno,

O profissional tecnólogo em radiologia necessita de muito conhecimento técnico e prático


para atuar exemplarmente no setor de tomografia computadorizada, respeitando o cliente,
permitindo um exame de qualidade, com observações técnicas pertinentes ao bom diagnóstico,
cumprindo as normas vigentes de proteção radiológica e estando de acordo com as boas práticas de
humanização na saúde.

O campo de atuação exige que o profissional tenha conhecimento de anatomia seccional, pois a
modalidade de tomografia computadorizada apresenta imagens em cortes axiais na tela do computador.
Ele precisa dominar os protocolos estabelecidos para cada estudo, o que vai possibilitar uma análise
adequada das imagens, chegando a um diagnóstico preciso.

As habilidades técnicas serão adquiridas no processo de aprendizagem e a formação final será


alcançada com a disciplina Estágio em Tomografia Computadorizada, de fundamental importância na
área da radiologia médica.

Será oferecida uma grade em potencial para que seja possível realizar os exames com técnica e
qualidade, desde o posicionamento até a escolha do protocolo para a análise solicitada, permitindo,
assim, um fluxo de entendimento adequado e com procedimentos corretos e eficientes.

Para que seja atingido o objetivo, o estudo terá início com este livro‑texto, em que são abordados os
conceitos de meios de contrastes e farmacologia, protocolos em tomografia computadorizada aplicados
em rotina e angiotomografia e controle de qualidade e anatomia seccional por imagem.

Bom estudo!

7
INTRODUÇÃO

O centro de diagnóstico por imagem necessita cada vez mais de profissionais qualificados, que
além de realizar bons protocolos em tomografia computadorizada, entendam, também, sobre o estudo
realizado com o uso de meio de contraste, permitindo um diagnóstico eficiente para que o médico
tenha condutas rápidas no tratamento do cliente. Para esse cenário ser contemplado, é requerido
domínio profissional.

A disciplina promove um conteúdo rico de treinamento prático, possibilitando ao aluno estar


capacitado para atuar no setor de radiologia com total segurança e afinidade com o setor.

Este livro‑texto é dividido didaticamente em duas unidades: I e II.

Na unidade I, serão expostos os seguintes assuntos:

• meios de contraste;

• farmacologia;

• protocolos avançados aplicados a crânio;

• protocolos aplicados à coluna vertebral.

Na Unidade II, serão expostos os seguintes assuntos:

• protocolos aplicados a angiotomografia de membros superiores e membros inferiores;

• protocolos avançados aplicados a tórax e abdome;

• protocolos especiais aplicados a angiografias: TEP e TA‑GT;

• controle de qualidade e segurança em tomografia computadorizada.

Este livro‑texto é escrito em linguagem simples e direta, com imagens e figuras que auxiliam a
compreender o texto. Os itens chamados observação e lembrete configuram‑se como verdadeiras
oportunidades para o estudante solucionar eventuais dúvidas.

Os itens chamados saiba mais fazem o aluno ampliar seus conhecimentos. Há, ainda, muitos
exemplos de aplicações, resolvidos em detalhes, que ajudam a fixar os assuntos abordados.

8
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Unidade I
1 MEIOS DE CONTRASTE

A modalidade de tomografia computadorizada é considerada padrão-ouro para diversas


especialidades médicas por permitir estudos de imagem em alta qualidade, o que se torna possível
devido à forma de aquisição da tomografia computadorizada, viabilizando o estudo da anatomia
seccional. Assim, as imagens adquiridas serão em cortes axiais, que serão reconstruídos em cortes
sagitais e coronais, seguindo sempre o protocolo de estudo.

Em alguns casos, é necessário usar o contraste iodado ou sulfato de bário a fim de evidenciar uma
região anatômica. Dessa forma, o cliente precisa ser investigado na anamnese, que permitirá ou rejeitará
o uso do medicamento.

Observação

Em alguns casos, podem ser utilizados contrastes naturais, mas de


forma limitada, apenas para estudo do trato gastroentérico.

1.1 Contraste iodado iônico e não iônico

O contraste iodado começou a ser utilizado em humanos em 1918. Sua formulação era à base
de iodeto de sódio, que mostrou-se bastante útil, porém com alto índice de reações adversas. Dessa
forma, em 1960 sua estrutura foi alterada para três compostos: ácido metrizoico, triiodado e metal
acetamido, substâncias que geraram o contraste iodado padrão, mais eficiente.

Pode‑se determinar a eficácia do meio de contraste conforme a segurança que oferece ao indivíduo
que o utiliza, quando não se apresentam reações adversas moderadas ou severas. Isso é possível porque
a estrutura base do meio de contraste iodado é hidrossolúvel (ou seja, dissolve na água), e portanto
permite a excreção por via urinária.

O contraste iodado iônico, quando dissolvido, dissocia‑se em partículas com cargas positivas e
negativas; o contraste iodado não iônico, por outro lado, não libera partículas com carga elétrica — essa
é a diferença entre os contrastes iodados iônicos e não iônicos.

Farmacocinética

O tempo de difusão do plasma para o espaço intersticial do contraste iodado administrado é de 2 a


5 minutos, e o equilíbrio completo se dá em até 2 horas.
9
Unidade I

A via de excreção principal do contraste iodado é pelo sistema urinário, e uma pequena parte se
dá por lágrimas, suor e saliva. Quando a função renal está normal, o contraste iodado é excretado
totalmente do corpo em até 24 horas.

1.1.1 Vias de acesso

O uso do contraste iodado em estudos por tomografia pode ocorrer pelas seguintes vias:

• Intravenosa: o contraste é injetado em uma veia periférica para estudo vascular, e a excreção
ocorre via sistema urinário.

• Oral: o contraste é oferecido diluído em água, possibilitando o estudo do trato gastroentérico.

• Cavitária: o contraste é injetado em fístulas para estudo cavitário torácico e abdominal.

O contraste iodado, pelo seu padrão físico‑químico, pode ser utilizado para diversos estudos e
injetados em diversas vias.

1.2 Contraste sulfato de bário

O bário foi descoberto na substância cal em 1779. O país que concentra a maior reserva de barita
(mineral de sulfato de bário) do mundo é a China. A barita é empregada em grande escala na indústria
de petróleo e de gás devido a sua característica seladora, que favorece perfurações.

O sulfato de bário é um pó fino e branco que pode ser utilizado como meio de contraste, que funciona
como um marcador tecidual e só pode ser utilizado para estudo gastrointestinal. Pela sua característica
físico‑química de baixa solubilidade, esse contraste não se dissolve em água. Outro aspecto importante
é que o sulfato de bário é usado nos estudos do trato gastrointestinal porque não é absorvido por
sua mucosa.

1.2.1 Vias de acesso

O uso do contraste sulfato de bário é restrito a estudos gastrointestinais em que não há lesões
perfurocortantes. Caso o cliente apresente vômito com sangue e sangramento retal, esse tipo de
contraste não deve ser utilizado devido à possibilidade de penetrar na cavidade torácica ou abdominal.
Por causa de suas características físico‑químicas, ele não é excretado – por isso, um procedimento de
lavagem cavitária torna‑se necessário.

Lembrete

O contraste iodado pode ser utilizado para diversos exames de


tomografia computadorizada que solicitem meios de contraste, porém o
sulfato de bário só pode ser administrado via oral ou retal.
10
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

1.3 Contrastes naturais

Ainda nos princípios do uso de contrastes naturais em humanos, o líquor foi substituído por ar em
estudos de ventriculografia, sendo um fator de alto risco de morte para o indivíduo. Em 1980 começaram
a ser utilizados os meios de contrastes naturais em estudos via tomografia computadorizada, usando a
água com um contraste negativo para avaliar o estômago e a bexiga.

Água como meio de contraste natural

As características físico‑químicas da água favorecem a baixa absorção de radiação ionizante


em relação aos tecidos adjacentes, sendo considerada um contraste neutro que, na tomografia
computadorizada, vai representar um contraste negativo. Ela também favorece a distensão de órgãos
como estômago e intestino, possibilitando, assim, uma visualização melhor.

Sua administração é feita por via oral.

Ar como meio de contraste natural

As características físico‑químicas do ar favorecem a baixa absorção de radiação ionizante por parte


dos tecidos adjacentes, sendo considerado um contraste negativo para estudos com duplo contraste,
associado ao sulfato de bário. Dessa forma, enquanto o ar estende o órgão, o sulfato de bário marca
suas bordas, permitindo uma boa análise da estrutura estudada.

Sua administração é feita por via oral ou retal.

Saiba mais

Para conhecer mais os meios de contrastes, leia:

SANTOS, V. M. et al. Meios de contraste e radiofármacos: suas aplicações.


São Paulo: Globus, 2015.

2 FARMACOLOGIA

Em razão da eventual necessidade do uso de contraste em exames, com a finalidade de ajudar a


definir melhor uma estrutura anatômica, a área de atuação em diagnósticos por imagem também exige
do profissional conhecimentos de farmacologia.

11
Unidade I

2.1 Farmacologia aplicada aos meios de contrastes

2.1.1 Contraste sulfato de bário

O sulfato de bário é um meio de contraste positivo com peso atômico elevado, determinando
alta absorção dos raios X. É um sal formado pelo cátion Ba2+ (bário) e pelo ânion poliatômico
SO42+(sulfato) BaSO4.

Na tabela periódica, o sulfato de bário é encontrado na família de metais alcalino‑terrosos e tem as


seguintes características:

• Densidade: alta.

• Viscosidade: baixa.

• Solubilidade: seu KpS é ‑5 (10-5 mol/L).

Em sua composição, o meio de contraste sulfato de bário contém:

• Sulfato de bário.

• Carboximetilcelulose.

• Veículo q.s.p.

Os veículos possíveis são: benzoato de sódio, sacarina sódica, citrato de sódio diidratado, álcool
etílico, metilparabeno, propilparabeno, aroma de maçã, carmelose, sorbato de potássio e água de osmose
reserva q.s.p.

2.1.2 Contraste iodado

Os meios de contraste iodado podem ser iônicos ou não iônicos, de baixa lipossolubilidade e pouca
afinidade de ligação com proteínas. Sua estrutura básica é formada por um anel benzênico, ao qual
foram agregados átomos de iodo e grupamentos complementares que influenciam diretamente na sua
toxicidade e excreção. Podem ser monômeros, apresentando apenas um anel benzênico, ou dímeros,
apresentando dois anéis benzênicos, conforme a figura seguinte.

12
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Monômero Dímero
COOH COOH R3

I I I I I I

R1 R2 R1 R2

I I I
3 átomos de iodo 6 átomos de iodo

Figura 1 – Representação química do contraste iodado

Fonte: Jacobs, Birnbaum e Langlotz (1998, p. 87).

Quadro 1 – Diferenças dos contrastes iodados iônicos monômeros


e dímeros e contrastes iodados não iônicos monômeros e dímeros

Tipo Anel benzênico Características


Em solução, dissociam‑se em 2 partículas:
1 ânion radiopaco e 1 cátion não radiopaco
Tônico Monômero
São isotônicos, mesma osmolalidade dos
fluídos corpóreos a 70 mg de iodo/ml
Em solução, dissociam‑se em 2 partículas,
Iônico Dímero 1 ânion radiopaco e 1 cátion não radiopaco
São isotônicos a 150 mg de iodo/ml
Não se dissociam em solução
Não iônico Monômero São isotônicos a 150 mg de iodo/ml
Não se dissociam em solução
Não iônico Dímero São isotônicos a 300 mg de iodo/ml
Maior peso molecular, grande viscosidade

A estrutura química do meio de contraste iodado define sua característica iônica ou não iônica.
Suas propriedades estão relacionadas à eficácia e segurança, e são:

• Densidade (g/ml): número de átomos de iodo por milímetro de solução.

• Viscosidade: aumenta com a concentração da solução e com o peso molecular, sendo que o
não iônico dimérico tem maior viscosidade que não iônicos monoméricos. Já em temperaturas
elevadas, a viscosidade diminui.

• Osmolalidade: número de partículas de uma solução por unidade de volume mOsm/kg de água,
que representa o poder osmótico que a solução exerce sobre as moléculas de água. As influências
estão relacionadas com o peso molecular, concentração, efeitos de associação/dissociação e
hidratação da substância química.

13
Unidade I

Em sua composição, os diferentes meios de contraste iodados iônicos monoméricos contêm:

• acetrizoato de meglumina;

• amidotrizoato de meglumina;

• amidotrizoato sódico;

• iodamida;

• ioxitalamato de meglumina.

Os diferentes meios de contraste iodados iônicos diméricos, por sua vez, contêm:

• amidotrizoato de cálcio, meglumina e sódio;

• amidotrizoato de meglumina e sódio;

• ioxitalamato de meglumina e etanolamina;

• ioxitalamato de meglumina e sódio.

E, por fim, os diferentes meios de contraste iodados não iônicos monoméricos contêm:

• iohexol;

• iopamidol;

• ioversol.

2.2 Contraindicações aos meios de contraste

2.2.1 Contraste sulfato de bário

O contraste sulfato de bário é contraindicado em casos de:

• Hipersensibilidade aos componentes da fórmula: pode acarretar reações adversas graves.

• Perfuração digestiva: pelo fato de o contraste não ser hidrossolúvel e lipossolúvel, o bário fica
depositado na cavidade, ocasionando irritações graves nos órgãos.

• Obstruções digestivas: o sulfato de bário pode agravar o quadro oclusivo.

• Retocolite ulcerativa: por ser uma substância irritativa, pode agravar o quadro e causar
extravasamento na cavidade.
14
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

2.2.2 Contraste iodado

O contraste iodado é contraindicado em casos de:

• História de alergia ao iodo: caso o cliente já tenha recebido contraste e teve reação adversa.

• Hipertireoidismo: devido às alterações de concentração de iodo na corrente sanguínea, pode


acarretar reações tireotóxica (DUTRA; BAUAB JR., 2020).

• Asma grave: pode aumentar o risco de broncoespasmo.

• Cardiopatia grave: pode causar oscilações nos níveis de pressão e também na frequência dos
batimentos cardíacos.

• Insuficiência renal: por ser nefrotóxico, pode piorar a função renal.

2.3 Bomba injetora

A bomba injetora, mostrada na figura a seguir, é um equipamento que substitui a maneira manual
(seringa) de injetar o meio de contraste.

As vantagens encontradas no uso da bomba injetora em relação ao processo manual são a otimização
na injeção de contraste, o controle nos tempos de atraso na injeção, a parada de injeção por bloqueio
de cateter, o fluxo contínuo e a pressão segura da injeção.

O fluxo contínuo durante a injeção de contraste é importante devido às variáveis que podem afetar
o realce: se a concentração de iodo e a taxa de fluxo são mantidas, um volume maior de contraste
permite maior e mais prolongado realce, além de cobertura maior de análise.

Se o volume de contraste e a concentração de iodo são mantidas, uma injeção mais rápida
conduz às seguintes situações: valor maior do realce arterial (medido em Unidades Hounsfield, UH),
realce arterial reduzido (decaimento do platô) e largura máxima arterial mais estreita (banda). Os
fatores apresentados estão diretamente ligados aos parâmetros otimizados para varreduras rápidas
e aquisição bifásica.

Agora, se o volume de contraste e a concentração de iodo são constantes, uma injeção mais lenta
conduz às seguintes situações: valor mais baixo do realce, largura máxima mais larga (platô) e realce
mais prolongado. Os fatores apresentados estão diretamente ligados à necessidade de uma cobertura
de estudo mais prolongada.

15
Unidade I

Lembrete

As vias de administração do meio de contraste sulfato de bário se


restringem às vias oral e retal; já as vias de administração do contraste
iodado podem ser oral, intravenosa, intracavitária, uretral ou retal.

2.3.1 Preparo da bomba injetora

O preparo da bomba injetora requer os seguintes passos do profissional:

1) Calçar luvas de procedimento, o que diminui os níveis de contaminação bacteriana.

2) Higienizar o equipamento, o que faz os níveis bacterianos abaixarem e a contaminação por


contraste ser eliminada.

3) Conectar no local indicado o equipo da bomba injetora, mostrado na figura a seguir, fechando a
porta frontal.

Figura 2 – Instalação do equipo da bomba injetora

16
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

4) Colocar o extensor de alta pressão.

5) Acoplar o soro no local indicado.

Figura 3 – Instalação do soro na bomba injetora

6) Acoplar o contraste no local indicado, como na figura a seguir.

Figura 4 – Instalação do contraste na bomba injetora

17
Unidade I

7) Seguir a sequência de funcionamento, e o equipamento vai retirar todo o ar do equipo.

8) Registrar data, hora e o profissional que está operando o equipamento.

9) Informar o profissional da radiologia que o equipamento está pronto para uso.

Observação

No setor de diagnóstico por imagem, a preparação da bomba injetora só


pode ser realizada pela equipe de enfermagem. O tecnólogo em radiologia,
embora possa saber manipulá‑la, tem a função apenas de realizar o exame
de acordo com as orientações do código de ética profissional.

2.3.2 Exames que utilizam bomba injetora

Os exames de tomografia computadorizada que necessitam de meios de contrastes estão relacionados


com a dificuldade do médico visualizar a estrutura anatômica e/ou patológica que examina. Dessa
forma, a injeção de contraste se faz necessária para que áreas densas ou pequenas sejam realçadas.

A bomba injetora de contraste tem sua aplicabilidade, principalmente, em estudos vasculares, pois
o contraste deve ser injetado no tempo e na quantidade preestabelecida pelo sistema, permitindo que o
estudo tenha seu protocolo alcançado e o médico consiga analisar das imagens de forma precisa.

Os exames de tomografia computadorizada que representam o sistema vascular são chamados de


angiotomografia. Os protocolos aplicados à angiotomografia são bem específicos, e o profissional deve
ter domínio para realizar esse estudo. A angiotomografia tem duas fases: pré‑contraste e com contraste,
dentro do protocolo. O tempo e o controle da bomba injetora são imprescindíveis para se obter um
exame adequado.

Quadro 2 – Análise de angiotomografia por região de estudo

Região de estudo Avaliação

Análise: vasos sanguíneos do encéfalo


Angiotomografia
do crânio Indicações: obstrução de vasos sanguíneos, pesquisa de aneurisma
e detecção de malformação vascular

Análise: vasos sanguíneos do músculo cardíaco


Angiotomografia
coronariana Indicações: pacientes com doenças cardíacas e suspeita de
calcificação coronariana

Análise: vasos sanguíneos pulmonares e cardíacos


Angiotomografia
do tórax Indicações: avaliação da artéria aorta torácica, acúmulo de cálcio
nas paredes dos vasos sanguíneos, aneurisma e estenoses

18
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Região de estudo Avaliação


Análise: artéria aorta em todo seu segmento
Angiografia
da aorta Indicações: avaliação de aneurisma, dissecção e presença de
trombos
Análise: vasos sanguíneos do membro inferior
Angiotomografia de
membros inferiores Indicações: identificação de insuficiência vascular periférica e
obstruções por trombos
Análise: vasos sanguíneos pulmonares
Angiotomografia TEP
Indicações: verificação de tromboembolismo pulmonar
Análise: vasos sanguíneos abdominais
Angiotomografia
do abdome Indicações: verificação de doenças vasculares, verificação pré e
pós‑colocação de próteses vasculares

2.4 Anamnese

A anamnese é um diálogo entre o profissional e o cliente em que são esclarecidas diversas questões
que podem afetar o procedimento a ser realizado, reassegurando o profissional.

No setor de diagnóstico por imagem, esse esclarecimento é auxiliado por um questionário, que pode
ser feito pelo tecnólogo em radiologia ou pela equipe de enfermagem do setor.

2.4.1 Modelo de questionário utilizado na tomografia computadorizada

O questionário utilizado na tomografia computadorizada inicia‑se com um cabeçalho que contém


os seguintes dados: nome completo, data, telefone, idade, altura e peso. É importante também constar
o nome completo do médico responsável pela solicitação do exame contrastado.

A segunda parte do questionário são perguntas sobre a saúde do cliente: histórico de reações a
contraste iodado, alergias a medicações, informações sobre histórico de asma, hipertireoidismo,
insuficiência cardíaca, diabetes e hipertensão.

É essencial que o cliente relate informações sobre doenças renais. Caso as tenha, é necessário
averiguar o resultado da última dosagem de creatinina sérica no sangue.

O tempo de jejum, caso aplicável, deve ser atestado no questionário.

A terceira parte contém perguntas sobre medicações que o cliente está tomando: metformina,
interleucina, anti‑inflamatórios, antibióticos e betabloqueadores. Essas medicações estão relacionadas à
interação com meios de contraste iodado, podendo levar a uma reação adversa importante.

As duas últimas perguntas do questionário são a respeito da data da última menstruação e se


o cliente aceita receber o meio de contraste. Ao aceitar, é preciso assinar a ficha de consentimento
e responsabilidade.

19
Unidade I

Essa ficha de consentimento e responsabilidade contém as seguintes informações: nome do hospital,


nome do convênio e assinatura do cliente. O profissional, por sua vez, finaliza com a via de administração
necessária para a injeção do meio de contraste, indica o nome completo dos entrevistados e o nome
completo do profissional que vai realizar o exame.

2.5 Extravasamento de contraste

O extravasamento de contraste é um tema muito importante dentro do setor de diagnóstico por


imagem, principalmente se estiver relacionado ao uso de bomba injetora, pois, dado que o profissional
não está junto do cliente durante a administração, o extravasamento só é percebido conforme se adquire
a imagem, que não estará contrastada, ou até mesmo só depois do exame.

Se a quantidade de extravasamento for em torno de 10 ml, a situação evolui sem complicações;


caso contrário, se chegar a extravasar 50 ml, por exemplo, pode ocasionar lesão tecidual em toda região
que atingir, e as manifestações clínicas serão dor e queimação, diminuição de fluxo e abalamento na
região, parestesia, perda de força muscular e vermelhidão. Já na manifestação tardia, surgirão dor
residual, bolhas na pele, eritema e alterações de sensibilidade e temperatura.

Saiba mais

Para conhecer mais os riscos do extravasamento do meio de contraste


iodado, leia o artigo:

SILVA, H. C. S.; BITENCOURT, A. G. V.; CHOJNIAK, R. Avaliação do


extravasamento do meio de contraste iodado em pacientes oncológicos
submetidos a tomografia computadorizada. Radiologia Brasileira, São Paulo,
v. 51, n. 4, p. 236-241, 2018.

3 PROTOCOLOS AVANÇADOS APLICADOS A CRÂNIO E PESCOÇO

Na modalidade de tomografia computadorizada, existem protocolos rotineiros para a maioria dos


exames. Em algumas situações, podem ser solicitados os protocolos avançados, que são exames de
tomografia computadorizada que necessitam de padrões técnicos adequados para um determinado
estudo ou para verificar uma patologia específica que o médico deseje avaliar.

3.1 Protocolos especiais de cabeça

Protocolos especiais são regras avançadas para análise da região de interesse. No caso da cabeça,
são as regiões crânio, seios da face, face, mastoide, órbita, sela túrcica, processo estiloide, articulação
temporomandibular e ouvido.

20
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

3.1.1 Tomografia computadorizada de crânio

Indicações

O exame de tomografia de crânio é solicitado para análise de acidente vascular encefálico (AVE),
cefaleia, doenças degenerativas, hidrocefalia, processos inflamatórios, trauma encefálico e tumores.

Preparo

É necessário jejum de quatro horas antes do exame devido ao uso de contraste. Algumas medicações,
como metformina, devem ser suspensas conforme orientação médica.

Posicionamento

O posicionamento para estudo de crânio em tomografia computadorizada, mostrado na figura


seguinte, requer que o cliente esteja em decúbito dorsal com os membros superiores estendidos e
alinhados ao corpo, e que o mento esteja levemente abaixado, respeitando a linha órbitomeatal (LOM).

Figura 5 – Posicionamento de crânio com uso de


posicionador em tomografia computadorizada

Fonte: Almeida Filho et al. (2021, p. 65).

Os membros inferiores devem estar alinhados e deve-se solicitar ao cliente que não se mexa
durante o exame.

A cabeça é apoiada em um posicionador de crânio, mostrado na figura seguinte, para reduzir a


movimentação do cliente e evitar arriscar a simetria do estudo.

21
Unidade I

Figura 6 – Posicionador de crânio em tomografia computadorizada

Fonte: Almeida Filho et al. (2021, p. 47).

Protocolo sugerido

Quadro 3

Padrões técnicos Sugestão


Topograma Lateral em cortes axiais (ver figura 7)
Forame magno até o vértice (após a aquisição, realizar
Referência reconstruções axiais, respeitando a inclinação da linha
base radiológica LBR)
Equipamento Helicoidal/multislice
Modo helicoidal 1 mm de espessura e reformatação nos três planos
Modo convencional Corte a corte
— 2 a 5 mm (infratentorial)
Espessura
— 5 a 10 mm (supratentorial)
— Até 5 mm (infratentorial)
Incremento
— Até 10 mm (supratentorial)
FOV Região de interesse
Matriz 512 × 512
— Partes moles: W/L 40 e W/W 150
Janela
— Partes ósseas: W/L 300 e W/W 3000
— mAs 200
Técnica
— kV 120
— Partes moles
Filtros
— Partes ósseas (em caso de traumatismo)
Contraste Intravenoso: iodado não iônico 1 a 1,5 ml/kg

22
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Padrões técnicos Sugestão


Velocidade da injeção 2 a 3 ml/s
de contraste
— Sem contraste
— Contrastado (suspeita de obstruções e
Fases lesões expansivas)
— Pré e pós‑contraste (quando o exame tiver uso
de contraste)
Documentação 20 imagens por folha
Legenda: W/L = window level; W/W = window width; mAs = miliamperagem
por segundo; kV = kilovoltagem.

Imagens adquiridas

Figura 7 – Topograma para crânio

23
Unidade I

Figura 8 – Imagem axial de crânio com janela óssea

Figura 9 – Imagem axial de crânio com janela para tecidos moles

24
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Figura 10 – Imagem axial de crânio com janela para tecidos moles

3.1.2 Tomografia computadorizada de seios da face

Indicações

O exame de tomografia de seios da face é solicitado para análise de desvio de septo, sinusite e tumores.

Preparo

É necessário jejum de quatro horas antes do exame devido ao uso de contraste. Algumas medicações,
como metformina, devem ser suspensas conforme orientação médica.

Posicionamento

O posicionamento para estudo de seios da face em tomografia computadorizada é similar ao do


estudo do crânio.
25
Unidade I

Protocolo sugerido

Quadro 4

Padrões técnicos Sugestão


— Lateral em cortes coronais (conforme figura 11)
Topograma
— Lateral em cortes axiais (conforme figura 12)
— Corte coronal: septo nasal até seio esfenoidal
Referência — Carte axial: processo palatino até a região superior do
seio frontal

Equipamento Helicoidal/multislice

Modo helicoidal 1 mm de espessura e reformatação nos três planos

Modo convencional Corte a corte

Espessura 2 a 5 mm

Incremento 2 a 5 mm

FOV Região de interesse

Matriz 512 × 512

— Partes moles W/L 40 e W/W 200


Janela
— Partes ósseas W/L 300 e W/W 3000

— mAs 200
Técnica
— kV 120

— Partes moles
Filtros
— Partes ósseas

Fases Sem contraste (contraste só se necessário)

Documentação 20 imagens por folha

Legenda: W/L = window level; W/W = window width; mAs = miliamperagem por segundo;
kV = kilovoltagem.

26
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Imagens adquiridas

Figura 11 – Topograma para seios da face com cortes coronais

Figura 12 – Topograma para seios da face com cortes axiais

27
Unidade I

Figura 13 – Imagem axial de seios da face com janela óssea

Figura 14 – Reconstrução coronal de seios da face com janela óssea

28
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Figura 15 – Reconstrução sagital de seios da face com janela óssea

3.1.3 Tomografia computadorizada de face

O estudo da face geralmente é analisado junto com o dos seios da face. Os estudos são similares.

Indicações

O exame de tomografia de face é solicitado para análise de processos inflamatórios, traumas


e tumores.

Preparo

É necessário jejum de quatro horas antes do exame devido ao uso de contraste. Algumas medicações,
como metformina, devem ser suspensas, conforme orientação médica.

Posicionamento

O posicionamento para estudo da face em tomografia computadorizada é similar ao do estudo


de crânio.
29
Unidade I

Protocolo sugerido

Quadro 5

Padrões técnicos Sugestão


— Lateral em cortes coronais
Topograma
— Lateral em cortes axiais
Referência Mento até a região do seio frontal
Equipamento Helicoidal/multislice
Modo helicoidal 1 mm de espessura e reformatação nos três planos
Modo convencional Corte a corte
Espessura 2 a 5 mm
Incremento 2 a 5 mm
FOV Região de interesse
Matriz 512 × 512
— Partes moles: W/L 40 e W/W 200
Janela
— Partes ósseas: W/L 300 e W/W 3000
— mAs 200
Técnica
— kV 120
— Partes moles
Filtros
— Partes ósseas
Fases Sem contraste (contraste só se necessário)
Documentação 20 imagens por folha
Legenda: W/L = window level; W/W = window width; mAs = miliamperagem
por segundo; kV = kilovoltagem

3.1.4 Tomografia computadorizada de mastoide

Indicações

O exame de tomografia de mastoide é solicitado para análise de neurinoma do acústico, tumores


glômicos, colesteatoma, otites, labirintite e otomastoidite.

Imagens adquiridas

Preparo

É necessário jejum de quatro horas antes do exame devido ao uso de contraste. Algumas medicações,
como metformina, devem ser suspensas, conforme orientação médica.

Posicionamento

O posicionamento para estudo de mastoide em tomografia computadorizada é similar ao do


estudo crânio.

30
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Protocolo sugerido

Figura 16 – Topograma para mastoide com cortes coronais

Figura 17 – Topograma para mastoide com cortes axiais

31
Unidade I

Quadro 6

Padrões técnicos Sugestão

Lateral em cortes coronais (conforme figura 16)


Topograma
Lateral em cortes axiais (conforme figura 17)

Compreender toda a extensão da mastoide, do ápice


Referência petroso, até a extremidade inferior da mastoide, e as
células mastoideas

Equipamento Helicoidal/multislice

Modo helicoidal 1 mm de espessura e reformatação nos três planos

Modo convencional Corte a corte

Espessura 0,8 mm

Incremento 0,4 mm

FOV Região de interesse

Matriz 512 × 512

— Partes moles: W/L 40 e W/W 200


Janela — Partes ósseas: W/L 300 e W/W 3000

— mAs 200
Técnica — kV 120

— Partes moles
Filtros — Partes ósseas

Fases Sem contraste (contraste só se necessário)

Documentação 20 imagens por folha

Legenda: W/L = window level; W/W = window width; mAs = miliamperagem


por segundo; kV = kilovoltagem

32
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Imagens adquiridas

Figura 18 – Imagem axial de mastoide com janela óssea

Figura 19 – Reconstrução coronal de mastoide com janela óssea

33
Unidade I

3.1.5 Tomografia computadorizada de órbita

Indicações

O exame de tomografia de órbitas é solicitado para análise de nervo óptico, tumores, doenças
degenerativas, glândula lacrimal e cistos.

Preparo

É necessário ejum de quatro horas antes do exame devido ao uso de contraste. Algumas medicações,
como metformina, devem ser suspensas conforme orientação médica.

Posicionamento

O posicionamento para estudo de órbitas em tomografia computadorizada é similar ao do


estudo do crânio.

Protocolo sugerido

Quadro 7

Padrões técnicos Sugestão

Topograma Lateral em cortes axiais (conforme figura 20)


Referência Clinoide posterior até o limite do globo ocular
Equipamento Helicoidal/multislice
Modo helicoidal 1 mm de espessura e reformatação nos três planos
Modo convencional Corte a corte
Espessura 0,8 mm
Incremento 0,4 mm
FOV Região de interesse
Matriz 512 × 512
— Partes moles: W/L 40 e W/W 200
Janela
— Partes ósseas: W/L 300 e W/W 3000
— mAs 200
Técnica
— kV 120
— Partes moles
Filtros
— Partes ósseas
Fases Sem contraste (contraste só se necessário)
Documentação 20 imagens por folha
Legenda: W/L = window level; W/W = window width; mAs = miliamperagem por segundo;
kV = kilovoltagem

34
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Imagens adquiridas

Figura 20 – Topograma para órbitas com cortes axiais

Figura 21 – Imagem axial de órbitas com janela de partes moles (com contraste)

35
Unidade I

Figura 22 – Reconstrução coronal de órbitas com janela de partes moles (pós‑contraste)

Figura 23 – Reconstrução sagital de órbitas com janela de partes moles (pós‑contraste)

36
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

3.1.6 Tomografia computadorizada de sela túrcica

Indicações

O exame de tomografia de sela túrcica é solicitado para análise da região e da hipófise, sendo
indicado para análise de calcificações, cistos, tumores malignos e lesões vasculares.

Preparo

É necessário jejum de quatro horas antes do exame devido ao uso de contraste. Algumas medicações,
como metformina, devem ser suspensas, conforme orientação médica.

Posicionamento

O posicionamento para estudo de sela túrcica em tomografia computadorizada é similar ao do


estudo de crânio.

Protocolo sugerido
Quadro 8

Padrões técnicos Sugestão


Topograma Lateral em cortes coronais (conforme figura 24)
Referência Clívus ao tubérculo selar
Equipamento Helicoidal/multislice
Modo helicoidal 1 mm de espessura e reformatação nos três planos
Modo convencional Corte a corte
Espessura 1 a 3 mm
Incremento 1 a 3 mm
FOV Região de interesse
Matriz 512 × 512
— Partes moles: W/L 30 e W/W 140
Janela
— Partes ósseas: W/L 200 e W/W 2000
— mAs 200
Técnica
— kV 120
— Partes moles
Filtros
— Partes ósseas
Fases Contraste se necessário
Documentação 9 imagens por folha
Legenda: W/L = window level; W/W = window width; mAs = miliamperagem
por segundo; kV = kilovoltagem

37
Unidade I

Imagens adquiridas

Figura 24 – Topograma para sela túrcica com cortes coronais

Figura 25 – Reconstrução coronal de sela túrcica com janela de partes moles

38
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Figura 26 – Reconstrução sagital de sela túrcica com janela de partes moles

3.1.7 Tomografia computadorizada de articulação temporomandibular

Indicações

O exame de tomografia de ATM é solicitado para análise de cefaleia e luxação de mandíbula.

Preparo

É necessário jejum de quatro horas antes do exame devido ao uso de contraste. Algumas medicações,
como metformina, devem ser suspensas, conforme orientação médica.

Posicionamento

O posicionamento para estudo de ATM em tomografia computadorizada é similar ao do estudo


de crânio.

39
Unidade I

Protocolo sugerido

Quadro 9

Padrões técnicos Sugestão

Lateral em cortes axiais


Topograma (conforme figura 27)
Referência Corpo da mandíbula até acima da ATM

Equipamento Helicoidal/multislice
1 mm de espessura e reformatação nos
Modo helicoidal três planos

Modo convencional Corte a corte

Espessura 1 a 2 mm

Incremento 1 a 2 mm

FOV Região de interesse

Matriz 512 × 512

— Partes moles: W/L 40 e W/W 200


Janela
— Partes ósseas: W/L 300 e W/W 3000

— mAs 200
Técnica
— kV 120

— Partes moles
Filtros
— Partes ósseas

Fases Sem contraste

Documentação 20 imagens por folha

Legenda: W/L = window level; W/W = window width; mAs = miliamperagem


por segundo; kV = kilovoltagem

40
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Imagens adquiridas

Figura 27 – Topograma para ATM com cortes axiais

Figura 28 – Imagem axial de ATM com janela óssea

41
Unidade I

Figura 29 – Reconstrução coronal de ATM com janela óssea

Figura 30 – Reconstrução sagital de ATM com janela óssea

42
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

3.1.8 Tomografia computadorizada de ouvido

Indicações

O exame de tomografia de ouvido é solicitado para análise de perda auditiva, otites, estudo da
deiscência do bulbo jugular ou canal carotídeo e avaliação de implantes cocleares.

Preparo

É necessário jejum de quatro horas antes do exame devido ao uso de contraste. Algumas medicações,
como metformina, devem ser suspensas, conforme orientação médica.

Posicionamento

O posicionamento para estudo de ouvido em tomografia computadorizada é similar ao do estudo


de crânio.

Protocolo sugerido

Quadro 10

Padrões técnicos Sugestão

Topograma Lateral em cortes coronais (conforme figura 31)


Referência Côndilo da mandíbula até o fim da mastoide
Equipamento Helicoidal/multislice
Modo helicoidal 1 mm de espessura e reformatação nos três planos
Modo convencional Corte a corte
Espessura 1 a 3 mm
Incremento 1 a 3 mm
FOV Região de interesse
Matriz 512 × 512
— Partes moles: W/L 40 e W/W 200
Janela
— Partes ósseas: W/L 300 e W/W 3000
— mAs 200
Técnica
— kV 120
Filtros — Partes ósseas
Fases Sem contraste
Documentação 20 imagens por folha
Legenda: W/L = window level; W/W = window width; mAs = miliamperagem
por segundo; kV = kilovoltagem

43
Unidade I

Imagens adquiridas

Figura 31 – Topograma para ouvido com cortes coronais

Figura 32 – Imagem axial de ouvido com janela óssea

44
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Figura 33 – Reconstrução axial de ouvidos com janela óssea

3.2 Protocolos especiais de pescoço

O estudo caracterizado como especial são protocolos avançados para análise da região de interesse.
No caso do pescoço, podemos citar a região da tireoide, uma glândula crucial para o corpo humano, que
produz os hormônios T3 e T4. Eles atuam adequando os batimentos cardíacos, a pressão sanguínea e
tônus musculares, e estão envolvidas também na função metabólica, reprodutiva, de crescimento
e desenvolvimento.

Lembrete

O posicionamento do cliente na tomografia computadorizada para


estudo de todas as regiões que envolvem a cabeça é o mesmo, o que muda
são os pontos anatômicos e os topogramas.

3.2.1 Tomografia computadorizada de tireoide

Observação

O estudo de tireoide está relacionado com o protocolo de pescoço, o que


significa que a observação da glândula é feita com filtros de tecidos moles.
O topograma mostra desde o conduto auditivo até a cartilagem tireoide.

45
Unidade I

Indicações

O exame de tomografia de tireoide é solicitado para análise de tamanho estrutural e câncer.

Preparo

É necessário jejum de quatro horas antes do exame devido ao uso de contraste. Algumas medicações,
como metformina, devem ser suspensas, conforme orientação médica.

Posicionamento

O posicionamento para estudo de pescoço em tomografia computadorizada, mostrado na figura a


seguir, requer que o cliente esteja em decúbito dorsal com os membros superiores estendidos e alinhados
ao corpo. Solicitar que o mento esteja levemente elevado, para alinhar o ramo da mandíbula e arcada
dentária, mantendo também uma simetria das órbitas.

Figura 34 – Posicionamento de pescoço com uso


de posicionador em tomografia computadorizada

Fonte: Almeida Filho et al. (2021, p. 105).

46
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Os membros inferiores deveram estar alinhados e deve-se solicitar ao cliente que não se mexa
durante o exame.

A cabeça e pescoço são apoiadas em um posicionador de crânio, mostrado na figura 6, para reduzir
a a movimentação do cliente e arriscar a simetria do estudo.

Protocolo sugerido

Quadro 11

Padrões técnicos Sugestão

Topograma Lateral em cortes axiais (conforme figura 35)

Referência Conduto auditivo até a cartilagem tireoide

Equipamento Helicoidal/multislice

Modo helicoidal 1 mm de espessura e reformatação nos três planos

Modo convencional Corte a corte

Espessura 3 mm

Incremento 2 mm

FOV Região de interesse

Matriz 512 × 512

Janela Partes moles W/L 40 e W/W 200

— mAs 200
Técnica
— kV 120

Filtros Partes moles

Contraste Intravenoso: iodado não iônico 1 a 1,5 ml/kg

Velocidade da injeção 3 a 5 ml/s


de contraste

— Sem e com contraste


Fases
— Fase arterial de 20 a 25 s

Documentação 20 imagens por folha

Legenda: W/L = window level; W/W = window width; mAs = miliamperagem


por segundo; kV = kilovoltagem

47
Unidade I

Imagens adquiridas

Figura 35 – Topograma de pescoço com cortes axiais

Figura 36 – Imagem axial de pescoço com janela de partes moles (pós‑contraste)

48
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Saiba mais

Para conhecer mais os protocolos de tomografia de crânio e pescoço,


segue uma indicação da literatura:

REISER, M. F. et al. Multislice: tomografia computadorizada. 3. ed.


São Paulo: Revinter, 2015.

4 PROTOCOLOS APLICADOS À COLUNA VERTEBRAL

Os exames de rotina em tomografia computadorizada para estudo de coluna vertebral são indicados
tanto para análise da estrutura óssea vertebral, como para os espaços intervertebrais. É necessário
seguir rigorosamente os protocolos solicitados para que as imagens sejam entregues de acordo com
o pedido médico.

Lembrete

A coluna vertebral é dividida em cinco segmentos: cervical, torácico,


lombar, sacral e coccígeo. Vamos estudar cada segmento da coluna
vertebral na tomografia computadorizada, seguindo os protocolos
indicados para a região.

4.1 Protocolos de coluna vertebral

Para estudar a coluna vertebral, é necessário dividi‑la em segmentos, o que é feito para facilitar a
análise médica das imagens adquiridas, o que colabora para um laudo preciso.

4.1.1 Tomografia computadorizada para segmento cervical

Indicações

O exame de tomografia de coluna cervical é solicitado para análise de hérnia de disco, doenças
degenerativas, fraturas e doenças metastáticas.

Preparo

É necessário jejum de quatro horas antes do exame devido ao uso de contraste. Algumas medicações,
como metformina, devem ser suspensas conforme orientação médica.

49
Unidade I

Posicionamento

O posicionamento para estudo da coluna cervical em tomografia computadorizada é similar ao do


estudo de tireoide.

Protocolo sugerido

Quadro 12

Padrões técnicos Sugestão

Topograma Lateral em cortes axiais (conforme figura 37)

Base do crânio até região inferior de clavícula.


(Observação: em alguns casos, os médicos podem
Referência solicitar análise disco a disco intervertebral. Nesse
caso, o topograma deve ser planejado seguindo as
angulações de cada disco intervertebral de todas as
vértebras do segmento)

Equipamento Helicoidal/multislice

Modo helicoidal 1 mm de espessura e reformatação nos três planos

Modo convencional Corte a corte

Espessura 1 a 2 mm

Incremento 1 a 1,5 mm

FOV Região de interesse

Matriz 512 × 512

— Partes moles: W/L 40 e W/W 200


Janela
— Partes ósseas: W/L 300 e W/W 3000

— mAs 200
Técnica
— kV 120

— Partes moles
Filtros
— Partes ósseas

Contraste se necessário (somente será solicitado em


Fases casos potenciais de lesões)

Documentação 20 imagens por folha


Legenda: W/L = window level; W/W = window width; mAs = miliamperagem
por segundo; kV = kilovoltagem

50
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Imagens adquiridas

Figura 37 – Topograma para coluna cervical

Figura 38 – Imagem axial de coluna cervical com janela óssea

51
Unidade I

Figura 39 – Imagem axial de coluna cervical com janela partes moles

52
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Figura 40 – Reconstrução Figura 41 – Reconstrução


coronal de coluna cervical com sagital de coluna cervical com
janela óssea janela óssea

4.1.2 Tomografia computadorizada para segmento torácico

Indicações

O exame de tomografia de coluna cervical é solicitado para análise de hérnia de disco, doenças
degenerativas, escoliose, fraturas e doenças metastáticas.

Preparo

É necessário jejum de quatro horas antes do exame devido ao uso de contraste. Algumas medicações,
como metformina, devem ser suspensas conforme orientação médica.

53
Unidade I

Posicionamento

O posicionamento para estudo de coluna torácica em tomografia computadorizada, mostrado na


figura seguinte, requer que o cliente esteja em decúbito dorsal com os membros superiores estendidos
acima da cabeça e que o mento esteja levemente elevado.

Figura 42 – Posicionamento de coluna torácica com


uso de posicionador em tomografia computadorizada

Fonte: Almeida Filho et al. (2021, p. 137).

Os membros inferiores deveram estar alinhados e deve-se solicitar ao cliente que não se mexa
durante o exame.

A cabeça e os membros superiores são apoiados em um posicionador de coluna dorsal, conforme


mostrado na figura a seguir, para reduzir a movimentação do cliente e evitar arriscar a simetria do estudo.

Figura 43 – Posicionador de coluna dorsal em tomografia computadorizada

Fonte: Almeida Filho et al. (2021, p. 48).

54
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Protocolo sugerido

Quadro 13

Padrões técnicos Sugestão

Topograma Frente em cortes axiais

Incisura jugular até arcos costais flutuantes


(Observação: em alguns casos, os médicos podem
Referência solicitar análise disco a disco intervertebral. Nesse
caso, o topograma deve ser planejado seguindo as
angulações de cada disco intervertebral de todas
as vértebras do segmento)

Equipamento Helicoidal/multislice

Modo helicoidal 1 mm de espessura e reformatação nos três planos

Modo convencional Corte a corte

Espessura 1 a 2 mm

Incremento 1 a 1,5 mm

FOV Região de interesse

Matriz 512 × 512

— Partes moles: W/L 40 e W/W 200


Janela
— Partes ósseas: W/L 300 e W/W 3000

— mAs 200
Técnica
— kV 120

— Partes moles
Filtros
— Partes ósseas

Contraste se necessário (somente será solicitado


Fases em casos potenciais de lesões)

Documentação 20 imagens por folha


Legenda: W/L = window level; W/W = window width; mAs = miliamperagem por segundo;
kV = kilovoltagem

55
Unidade I

Imagens adquiridas

Figura 44 – Topograma para coluna torácica

Figura 45 – Imagem axial de coluna torácica com janela partes moles

56
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Figura 46 – Imagem axial de coluna torácica com janela óssea

Figura 47 – Reconstrução coronal de coluna torácica com janela óssea

57
Unidade I

Figura 48 – Reconstrução sagital de coluna torácica com janela óssea

4.1.3 Tomografia computadorizada para segmento lombar

Indicações

O exame de tomografia de coluna cervical é solicitado para análise de hérnia de disco, doenças
degenerativas, escoliose, fraturas e doenças metastáticas.

Preparo

É necessário jejum de quatro horas antes do exame devido ao uso de contraste. Algumas medicações,
como metformina, devem ser suspensas conforme orientação médica.

58
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Posicionamento

O posicionamento para estudo da coluna lombar em tomografia computadorizada é similar ao do


estudo de coluna torácica.

Protocolo sugerido

Quadro 14

Padrões técnicos Sugestão

Topograma Lateral em cortes axiais

Processo xifoide até região de sacro


(Observação: em alguns casos, os médicos podem solicitar
Referência análise disco a disco intervertebral. Nesse caso, o topograma
deve ser planejado seguindo as angulações de cada disco
intervertebral de todas as vértebras do segmento)

Equipamento Helicoidal/multislice

Modo helicoidal 1 mm de espessura e reformatação nos três planos

Modo convencional Corte a corte

Espessura 1 a 2 mm

Incremento 1 a 1,5 mm

FOV Região de interesse

Matriz 512 × 512

— Partes moles W/L 40 e W/W 200


Janela
— Partes ósseas W/L 300 e W/W 3000

— mAs 300
Técnica
— kV 120

— Partes moles
Filtros
— Partes ósseas

Contraste se necessário (somente será solicitado em casos


Fases potenciais de lesões)

Documentação 20 imagens por folha

Legenda: W/L = window level; W/W = window width; mAs = miliamperagem por segundo;
kV = kilovoltagem

59
Unidade I

Imagens adquiridas

Figura 49 – Topograma para coluna lombar

60
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Figura 50 – Imagem axial de coluna lombar com janela partes moles

Figura 51 – Imagem axial de coluna lombar com janela óssea

61
Unidade I

Figura 52 – Reconstrução coronal de coluna lombar com janela óssea

Figura 53 – Reconstrução sagital de coluna lombar com janela óssea

62
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

4.1.4 Tomografia computadorizada para segmento sacrococcígea

Observação

O estudo de coluna vertebral, segmento sacral e coccígea, na modalidade


de tomografia computadorizada, será realizado em um mesmo protocolo,
sem dividi-las, pois não há sobreposições na análise em anatomia tomográfica,
permitindo, assim, uma interpretação correta pelo médico no momento
do laudo.

Indicações

O exame de tomografia de coluna cervical é solicitado para a análise de doenças degenerativas ou


metastáticas e fraturas.

Preparo

É necessário jejum de quatro horas antes do exame devido ao uso de contraste. Algumas medicações,
como metformina, devem ser suspensas conforme orientação médica.

Posicionamento

O posicionamento para estudo da coluna sacrococcígea em tomografia computadorizada é similar


ao do estudo de coluna torácica.

Protocolo sugerido

Quadro 15

Padrões técnicos Sugestão


Topograma Lateral em cortes axiais
Referência Espaço intervertebral L4-L5 até o término da região coccígea
Equipamento Helicoidal/multislice
Modo helicoidal 1 mm de espessura e reformatação nos três planos
Modo convencional Corte a corte
Espessura 1 a 2 mm
Incremento 0,5 a 1 mm
FOV Região de interesse
Matriz 512 × 512
— Partes moles: W/L 40 e W/W 200
Janela
— Partes ósseas: W/L 300 e W/W 3000
— mAs 300
Técnica
— kV 120

63
Unidade I

Padrões técnicos Sugestão


— Partes moles
Filtros
— Partes ósseas
Contraste se necessário (somente será solicitado em casos
Fases potenciais de lesões)
Documentação 20 imagens por folha
Legenda: W/L = window level; W/W = window width; mAs = miliamperagem por segundo;
kV = kilovoltagem

Imagens adquiridas

Figura 54 – Topograma para coluna sacrococcígea

64
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Figura 55 – Imagem axial de coluna sacrococcígea com janela partes moles

Figura 56 – Imagem axial de coluna sacrococcígea com janela óssea

65
Unidade I

Figura 57 – Reconstrução coronal de coluna sacrococcígea com janela óssea

Figura 58 – Reconstrução sagital de coluna sacrococcígea com janela óssea

66
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Saiba mais

Para conhecer mais sobre lesões e traumas de coluna vertebral, leia:

DELFINO, H. L. A.; PUDLES, E., ROCHA, L. E. M. Coluna vertebral: lesões e


traumáticas. Porto Alegre: Grupo A Educação, 2020.

67
Unidade I

Resumo

A tomografia computadorizada utiliza meios de contraste para


facilitar a visualização de alguns tecidos internos: o sulfato de bário,
com via de administração oral ou retal, e o iodado, com diversas vias
de administração (a mais utilizada é a via intravenosa). Em alguns casos
podem ser utilizados contrastes naturais, via oral e retal, que são ar e água.

Embora o uso de contraste atualmente seja bem seguro, os profissionais


devem sempre orientar os clientes. Para isso, é feita uma anamnese antes
dos exames. Nessa conversa, é feito um questionário com perguntas
pertinentes e relevantes para o exame de tomografia, que o cliente assina
afirmando ciência das informações. Caso aceite o uso do contraste, ele
também assina uma ficha de responsabilidade.

Essas orientações e a ficha de responsabilidade servem para amenizar


ou prevenir os riscos de reação ao contraste, uma vez que as informações
fornecidas alertam o profissional a alguma condição incompatível com
o procedimento, como, por exemplo, insuficiência renal. Dependendo do
grau da doença renal, a injeção do meio de contraste pode ser feita ou não.

Caso seja liberado o exame com uso de contraste, o equipamento


utilizado para que a injeção de contraste iodado seja feita de acordo com o
protocolo é a bomba de injeção. Esse equipamento é montado pela equipe
de enfermagem do setor de diagnóstico por imagem e acionado pelo
profissional da radiologia no momento da realização do exame.

Os protocolos de tomografia computadorizada que utilizam meios


de contrastes são conhecidos como especiais, pois exames de rotina são
aqueles realizados sem contraste e corriqueiramente em hospitais; já
os especiais são mais específicos e requerem alguma orientação médica
diferente da rotineira.

Em relação aos protocolos especiais de tomografia computadorizada da


região da cabeça, podemos centralizá‑los na região da face e do pescoço,
dado que em alguns casos o uso de contraste pode ser solicitado – para o
estudo de tireoide, por exemplo.

Os protocolos especiais de tomografia computadorizada da coluna


vertebral podem estar relacionados ao estudo do corpo vertebral e,
principalmente, dos discos intervertebrais, casos em que o contraste pode
ser solicitado quando há suspeita de lesão de medula espinhal.

68
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Exercícios

Questão 1. Leia o texto a seguir.

O contraste iodado é uma medicação utilizada nos exames de tomografia computadorizada (TC)
para estudar os vasos e a vascularização das lesões. A molécula de iodo é apenas um dos componentes
da medicação e é responsável por tornar os vasos “brancos” no exame. O nome “contraste” refere‑se
apenas à utilização da medicação. Por exemplo, na própria tomografia, podemos utilizar a água como
meio de contraste (contraste negativo) para fazer a parte interna das alças intestinais e do estômago
ficar mais “escura”.

Disponível em: https://tinyurl.com/mr987pkv. Acesso em: 23 jun. 2023.

Vimos no livro‑texto que o uso do contraste iodado em estudos por tomografia pode ocorrer pelas
seguintes vias:

• via intravenosa;

• via oral;

• via cavitária.

Em relação a essas vias, avalie as afirmativas.

I – Na via intravenosa, o contraste é injetado em uma veia periférica para o estudo vascular, e a
excreção ocorre via sistema respiratório.

II – Na via oral, o contraste é diluído em água e tem a função de estudar o sistema urinário.

III – Na via cavitária, o contraste é injetado em fístulas para o estudo cavitário torácico e encefálico.

Assinale a alternativa correta:

A) Apenas a afirmativa I é correta.

B) Apenas a afirmativa II é correta.

C) Apenas a afirmativa III é correta.

D) Todas as afirmativas são corretas.

E) Nenhuma afirmativa é correta.

Resposta correta: alternativa E.


69
Unidade I

Análise das afirmativas

I – Afirmativa incorreta.

Justificativa: na via intravenosa, o contraste é injetado em uma veia periférica para o estudo vascular,
e a excreção ocorre via sistema urinário.

II – Afirmativa incorreta.

Justificativa: na via oral, o contraste é diluído em água e tem a função de estudar o trato gastroentérico.

III – Afirmativa incorreta.

Justificativa: na via cavitária, o contraste é injetado em fístulas para o estudo cavitário torácico
e abdominal.

Questão 2. Vimos no livro‑texto que o sulfato de bário (BaSO4) é um pó fino e branco que pode
ser utilizado como meio de contraste. Esse contraste atua como um marcador tecidual e só pode ser
empregado para o estudo gastrointestinal, pois tal substância apresenta baixa solubilidade em água.

Pensando nas contraindicações do uso do sulfato de bário como contraste, avalie os casos a seguir:

I – Perfuração digestiva.

II – Obstrução digestiva.

III – Retocolite ulcerativa.

É (são) possibilidade(s) de ocorrência no uso do sulfato de bário como contraste a(s) situação(ões)
indicada(s) em:

A) I e II, apenas.

B) II e III, apenas.

C) I e III, apenas.

D) I, II e III.

E) III, apenas.

Resposta correta: alternativa D.

70
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA II

Análise da questão

Veja a seguir os casos indesejáveis que podem ocorrer (contraindicações) no uso do sulfato de bário
como contraste:

• Possibilidade de perfuração digestiva, pois, em função da baixa solubilidade do BaSO4 em água


e em outros solventes, o bário fica depositado na cavidade, o que pode ocasionar irritações
graves nos órgãos.

• Possibilidade de obstruções digestivas, pois o sulfato de bário pode agravar quadros oclusivos.

• Possibilidade de retocolite ulcerativa, pois o sulfato de bário é uma substância irritativa que pode
agravar o quadro ulcerativo e ocasionar extravasamento na cavidade. Além disso, o sulfato de
bário não deve ser usado como contraste no caso de pessoas que apresentem hipersensibilidade à
substância, pois pode acarretar reações adversas graves.

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