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Técnicas Radiológicas

Autor: Prof. Francisco Antonio de Almeida Filho


Colaboradores: Prof. Carlos Moussalli
Profa. Marília Tavares Coutinho da Costa Patrão
Professor conteudista: Francisco Antonio de Almeida Filho

É tecnólogo em Radiologia, pós-graduado em MBA em Serviços de Saúde e mestre em Tecnologia Nuclear pelo
Ipen/USP. Exerce a função de professor titular da Unip na área da Saúde, no setor de Radiologia. É escritor e editor‑chefe
da Revista Encontro X, imortal pela Academia Independente de Letras, ocupando a cadeira 59, e Embaixador da Paz
pela Organização Mundial dos Defensores dos Direitos Humanos, signatária da ONU.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

A447T Almeida Filho, Francisco Antonio de.

Técnicas Radiológicas / Francisco Antonio de Almeida Filho. –


São Paulo: Editora Sol, 2022.

212 p., il.

Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e


Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.

1. Base. 2. Posicionamento. 3. Incidência. I. Título.

CDU 615.849

U516.03 – 22

© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
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Reitor

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Vice-Reitora de Graduação

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Unip Interativa

Profa. Elisabete Brihy


Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli

Material Didático

Comissão editorial:
Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
Profa. Dra. Angélica L. Carlini
Profa. Dra. Ronilda Ribeiro

Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista
Profa. Deise Alcantara Carreiro

Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto

Revisão:
Andressa Picosque
Louise de Lemos
Kleber Souza
Sumário
Técnicas Radiológicas
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................7

Unidade I
1 INCIDÊNCIAS RADIOLÓGICAS DE COLUNA VERTEBRAL......................................................................9
1.1 Segmento cervical....................................................................................................................................9
1.1.1 Base anatômica...........................................................................................................................................9
1.1.2 Posicionamentos radiológicos............................................................................................................ 12
1.2 Segmento torácico............................................................................................................................... 19
1.2.1 Base anatômica........................................................................................................................................ 19
1.2.2 Posicionamentos radiológicos............................................................................................................ 21
1.3 Segmento lombar.................................................................................................................................. 24
1.3.1 Base anatômica........................................................................................................................................ 24
1.3.2 Posicionamentos radiológicos............................................................................................................ 26
1.4 Segmento sacral e coccígeo............................................................................................................. 31
1.4.1 Base anatômica........................................................................................................................................ 31
1.4.2 Posicionamentos radiológicos............................................................................................................ 33
2 INCIDÊNCIAS RADIOGRÁFICAS DE CAIXA TORÁCICA E
ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR.......................................................................................................... 39
2.1 Incidência de arcos costais................................................................................................................ 40
2.1.1 Base anatômica........................................................................................................................................ 40
2.1.2 Posicionamentos radiológicos............................................................................................................ 42
2.2 Incidência de esterno.......................................................................................................................... 45
2.2.1 Base anatômica........................................................................................................................................ 45
2.2.2 Posicionamentos radiológicos............................................................................................................ 45
2.3 Incidência de articulação esternoclavicular............................................................................... 47
2.3.1 Base anatômica........................................................................................................................................ 47
2.3.2 Posicionamentos radiológicos............................................................................................................ 48

Unidade II
3 INCIDÊNCIA RADIOGRÁFICA DE ABDÔMEN.......................................................................................... 56
3.1 Incidência de rotina.............................................................................................................................. 56
3.1.1 Base anatômica........................................................................................................................................ 56
3.1.2 Posicionamentos radiológicos............................................................................................................ 60
3.2 Incidência complementar.................................................................................................................. 61
3.2.1 Posicionamento radiológico................................................................................................................ 62
4 INCIDÊNCIA RADIOGRÁFICA DE CRÂNIO E FACE................................................................................ 63
4.1 Incidência de crânio............................................................................................................................. 63
4.1.1 Base anatômica........................................................................................................................................ 63
4.1.2 Posicionamentos radiológicos............................................................................................................ 66
4.2 Incidência de face................................................................................................................................. 79
4.2.1 Ossos da face............................................................................................................................................. 79
4.2.2 Seios da face.............................................................................................................................................. 90

Unidade III
5 TÉCNICAS DE CONTENÇÃO NA PEDIATRIA..........................................................................................101
5.1 Contenção física..................................................................................................................................101
5.1.1 Utilização de suporte para apoio....................................................................................................101
5.1.2 Contenção realizada pelo acompanhante...................................................................................103
5.2 Contenção química............................................................................................................................105
5.2.1 Motivos que podem levar a sedações...........................................................................................106
6 PROTEÇÃO RADIOLÓGICA PARA GESTANTES......................................................................................107
6.1 Legislação de radioproteção...........................................................................................................107
6.1.1 Para profissionais...................................................................................................................................107
6.1.2 Para clientes.............................................................................................................................................108
6.2 Protetores utilizados..........................................................................................................................108

Unidade IV
7 CUIDADO COM PACIENTES POLITRAUMATIZADOS..........................................................................114
7.1 Técnicas de contenção......................................................................................................................114
7.2 Técnicas de manipulação.................................................................................................................120
8 INCIDÊNCIAS RADIOGRÁFICAS PARA PACIENTES ESPECIAIS......................................................121
8.1 Incidências radiográficas utilizadas na pediatria...................................................................121
8.1.1 Incidências de crânio............................................................................................................................121
8.1.2 Incidências de tórax............................................................................................................................. 125
8.1.3 Incidências de abdômen.................................................................................................................... 127
8.1.4 Incidências de membros superiores...............................................................................................131
8.1.5 Incidências de membros inferiores................................................................................................ 133
8.2 Incidências radiográficas utilizadas em gestantes................................................................139
8.2.1 Posicionamento radiológico com ênfase na proteção de abdômen................................ 140
8.2.2 Técnicas aplicadas para baixa dose............................................................................................... 140
8.3 Incidências radiográficas utilizadas em politraumatizados...............................................141
8.3.1 Incidências de crânio............................................................................................................................141
8.3.2 Incidências de coluna vertebral.......................................................................................................151
8.3.3 Incidências de tórax............................................................................................................................. 160
8.3.4 Incidências de abdômen.................................................................................................................... 169
8.3.5 Incidências de membros superiores.............................................................................................. 172
8.3.6 Incidências de membros inferiores................................................................................................ 192
APRESENTAÇÃO

Caro aluno,

O profissional de Radiologia necessita de profundo conhecimento técnico e prático para atuar


de maneira exemplar, realizando exames de qualidade com observações técnicas pertinentes ao bom
diagnóstico, respeitando o cliente e as normas vigentes de proteção radiológica e estando de acordo
com as boas práticas de humanização na saúde.

O campo de atuação é extenso. Além dos hospitais gerais, esse profissional pode atuar em centros de
especialidades, clínicas, laboratórios, assim como em centros de treinamento e aplicação e em indústrias.
Para atuar na função de tecnólogo, o aspirante à área necessitará de prática e habilidades técnicas para
realizar corretamente os posicionamentos radiológicos e capturar boas imagens, atendendo a padrões
de qualidade para laudo e avaliação médica.

As habilidades técnicas serão adquiridas no processo de aprendizagem, e a formação final será


alcançada com esta disciplina, de fundamental importância na área da radiologia médica. Será oferecida
uma grade que capacite o aluno a posicionar o paciente com técnica e qualidade, realizando
desde os posicionamentos radiológicos de rotina até as técnicas radiológicas especiais (pediatria e
politraumatismos), permitindo assim um fluxo de entendimento adequado e com procedimentos
corretos e eficientes.

Para que seja atingido o objetivo, o estudo terá início com este livro‑texto, em que são abordados
posicionamentos radiológicos da coluna vertebral, arcos costais, esterno, articulação esternoclavicular,
abdômen, crânio e face e posicionamentos radiológicos de pacientes especiais (pediátricos, grávidas
e politraumatizados).

Bom estudo!

INTRODUÇÃO

O centro de diagnóstico por imagem necessita de profissionais cada vez mais qualificados que, além
de realizar bons posicionamentos radiológicos, entendam também do padrão de qualidade da imagem,
permitindo um diagnóstico eficiente para que o médico consiga tratar o cliente com agilidade. A fim de
que este cenário seja contemplado, é requerido domínio profissional. Com isso, esta disciplina promove
conteúdo rico de treinamento prático, capacitando o aluno a atuar no setor de Radiologia com total
segurança e afinidade.

Este livro-texto é dividido didaticamente em quatro unidades. Na unidade I serão discutidas as


incidências radiográficas de coluna vertebral e as incidências radiográficas de caixa torácica e articulação
esternoclavicular. Na unidade II serão abordadas as incidências radiográficas de abdômen e as incidências
radiográficas de crânio e face. A unidade III apresentará as técnicas de contenção para pediatria, tratando
também da proteção radiológica para gestantes. Por fim, na unidade IV serão exibidos os cuidados com
clientes politraumatizados e as incidências radiográficas para pacientes especiais.
7
Este livro‑texto é escrito em linguagem simples e direta, com imagens e figuras que poderão
auxiliar a compreensão do texto. Os recursos chamados de “observação” e “lembrete” dão ao estudante
oportunidade para solucionar eventuais dúvidas, e os itens chamados de “saiba mais” permitem ao
aluno ampliar seus conhecimentos.

8
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Unidade I
1 INCIDÊNCIAS RADIOLÓGICAS DE COLUNA VERTEBRAL

Incidência é um termo utilizado em posicionamentos anatômicos de estruturas que serão radiografadas,


indicando o trajeto do feixe de raios X até o receptor de imagem. Pode ser anteroposterior (AP) – raios X
incidem na região anterior e emergem na região posterior – ou em perfil – raios X incidem em uma
lateral do paciente e emergem do lado oposto.

Em conformidade com o estudo de coluna vertebral, é necessário separá‑la por segmentos (cervical,
torácico, lombar e sacrococcígeo) para que possamos compreender melhor as estruturas anatômicas e
patologias, quando houver.

1.1 Segmento cervical

1.1.1 Base anatômica

O segmento cervical da coluna vertebral compreende sete vértebras, as quais possuem características
específicas quando comparadas, conforme mostrado na figura 1.

C1-Atlas

2
C2-Áxis
3

Vértebra
proeminente

Figura 1 – Coluna vertebral: segmento cervical

Fonte: Bontrager e Lampignano (2009, p. 278).

9
Unidade I

Os diferenciais encontrados entre as vértebras cervicais são:

• C1 (atlas): não há corpo vertebral, mas sim um arco bem espesso nomeado arco anterior, no
qual é encontrado um pequeno tubérculo. Quando visto de forma transversa, é possível verificar
o local no qual o ligamento transverso do atlas se encaixa com o processo odontoide do áxis (C2).
Os forames transversos estão presentes em todas as vértebras. O atlas possui duas lâminas e
processos transversos que são menores em comparação às demais vértebras; possui também a
articulação atlanto‑occipital, sendo o local de encaixe entre a base do crânio e a coluna vertebral,
conforme mostrado na figura 2.
Anterior

Arco anterior Visão transversal do dente (processo odontoide)


(com tubérculo anterior) projetando‑se através dessa abertura

Ligamento
Massa lateral atlanto-occipital

Facetas superiores (parte da


articulação atlanto-occipital Processo transverso
com o crânio)

Processo articular superior Arco posterior


(com tubérculo posterior)

Figura 2 – Vértebra atlas: vista superior

Fonte: Bontrager e Lampignano (2009, p. 279).

• C2 (áxis): possui o dente do áxis, também conhecido como processo odontoide, sendo o processo
projetado na região superior do corpo, que age como um pivô no movimento da cabeça; as
facetas superiores ainda auxiliam o movimento. O processo inferior que articula com a C3 fica
sob a lâmina, e o processo transverso está localizado abaixo e lateralmente ao processo articular
superior. O áxis possui um processo espinhoso áspero e extremidades bífidas, conforme mostrado
na figura 3.

10
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Dente
(processo odontoide)

Processo articular
Forame superior
transverso

Lâmina Corpo
Processo articular
anterior
Processo
espinhoso

Figura 3 – Vértebra áxis: vista superior posterior

Fonte: Bontrager e Lampignano (2009, p. 279).

• C3 a C7: os processos transversos originam‑se do pedículo e do corpo e apresentam características


menores em relação ao tamanho dos demais segmentos da coluna vertebral. Artérias, veias e
nervos passam através do processo transverso, e os três forames (direito, esquerdo e grande
forame vertebral único) que compreendem as vértebras cervicais estão alinhados verticalmente.
Os processos espinhosos são curtos e possuem extremidades bífidas – com exceção da C7, que
apresenta o processo espinhoso mais longo e sem a extremidade bífida. Os corpos vertebrais
também são curtos com formato oblongo, conforme mostrado na figura 4.

Anterior
Corpo
Processo transverso
Forame
transverso

Processo Pedículo
articular (assoalho do forame
superior intervertebral)

Lâmina
Forame
Processo intervertebral
espinhoso

Posterior Ponta bífida


(C3-6)

Figura 4 – Vértebra cervical (C3 a C6): vista superior

Fonte: Bontrager e Lampignano (2009, p. 278).

11
Unidade I

Saiba mais

Se você deseja conhecer mais sobre anatomia da coluna vertebral, a


obra indicada a seguir traz um extenso apanhado:

ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C.; LÜTJEN‑DRECOLL, E. Anatomia humana: atlas


fotográfico de anatomia sistêmica e regional. 5. ed. São Paulo: Manole, 2005.

1.1.2 Posicionamentos radiológicos

Posicionamento AP da C1 e C2 com boca aberta:

• posicionar cliente em decúbito dorsal;

• manter o plano médio sagital alinhado à linha central da mesa;

• conservar membros superiores estendidos ao longo do corpo;

• acondicionar membros inferiores estendidos ao longo da mesa;

• alinhar a cabeça, com a boca do paciente ainda fechada, apoiando‑a sobre o occipital, e após o
alinhamento solicitar que o cliente abra a boca.

RC

Figura 5 – Posicionamento radiológico AP (C1 e C2) com boca aberta

Fonte: Bontrager e Lampignano (2009, p. 292).

12
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Base técnica do posicionamento AP da C1 e C2 com boca aberta:

• o raio central deverá estar centralizado e perpendicular à boca, e a linha transversal do colimador
deverá estar alinhada entre a junção dos lábios;

• o chassi utilizado será 18 × 24 na longitudinal;

• a colimação deverá compreender a região infraorbital até a região de mento;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1 m a 1,10 m;

• durante o procedimento o profissional deverá solicitar que o cliente interrompa a respiração.

Posicionamento AP de coluna cervical:

• posicionar cliente em ortostatismo;

• manter o plano médio sagital alinhado à linha central da estativa;

• conservar membros superiores estendidos ao longo do corpo;

• acondicionar membros inferiores estendidos;

• elevar ligeiramente o mento para não sobrepor a região de C1 e C2.

Figura 6 – Posicionamento radiológico AP

Fonte: Bontrager e Lampignano (2009, p. 94).

13
Unidade I

Base técnica do posicionamento AP de coluna cervical:

• o raio central deverá estar a 15° em sentido cefálico, incidindo na cartilagem tireóidea;
• o chassi utilizado será 18 × 24 na longitudinal;
• a colimação deverá ser estreita e compreender a região completa da coluna cervical;
• a distância foco‑filme deverá ser de 1 m a 1,10 m;
• durante o procedimento o profissional deverá solicitar que o cliente interrompa a respiração.

Observação

A coluna vertebral deverá estar totalmente alinhada no segmento


cervical, e o profissional deverá solicitar que o cliente eleve o mento
ligeiramente, para evitar a sobreposição da mandíbula na altura de C1‑C2.

Posicionamento em perfil de coluna cervical:

• posicionar cliente em ortostatismo;


• manter o plano médio sagital paralelo à linha central da estativa;
• conservar membros superiores estendidos ao longo do corpo;
• acondicionar membros inferiores estendidos;
• elevar ligeiramente o mento;
• deprimir a região de ombro para não sobrepor a C7.

Figura 7 – Posicionamento radiológico em perfil

Fonte: Bontrager e Lampignano (2009, p. 295).

14
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Base técnica do posicionamento em perfil de coluna cervical:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo em cartilagem tireóidea;

• o chassi utilizado será 18 × 24 na longitudinal;

• a colimação deverá ser estreita e compreender a região completa da coluna cervical;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,50 m a 1,80 m;

• durante o procedimento o cliente deverá estar em expiração completa.

Posicionamento em perfil em flexão de coluna cervical:

• posicionar cliente em ortostatismo;

• manter o plano médio sagital paralelo à linha central da estativa;

• conservar membros superiores tracionados para trás;

• flexionar a cabeça, mantendo o mento próximo à fúrcula.

Figura 8 – Posicionamento radiológico em perfil em flexão de coluna cervical

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 936).

15
Unidade I

Base técnica do posicionamento em perfil em flexão de coluna cervical:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo em C4;

• o chassi utilizado será 24 × 30 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda superior do chassi 2 cm acima do conduto auditivo;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,20 m.

Posicionamento em perfil em extensão de coluna cervical:

• posicionar cliente em ortostatismo;

• manter o plano médio sagital paralelo à linha central da estativa;

• conservar membros superiores tracionados para trás;

• estender a cabeça, mantendo o mento elevado o máximo possível.

Figura 9 – Posicionamento radiológico em perfil em extensão de coluna cervical

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 936).

Base técnica do posicionamento em perfil em extensão de coluna cervical:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo em C4;

• o chassi utilizado será 24 × 30 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda superior do chassi 2 cm acima do conduto auditivo;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,20 m.


16
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Posicionamento oblíquo posterior de coluna cervical:

• posicionar cliente em ortostatismo;

• manter o plano médio sagital em rotação de 45° em relação à estativa;

• conservar membros superiores estendidos ao longo do corpo;

• elevar ligeiramente o mento.

Figura 10 – Posicionamento radiológico oblíquo posterior de coluna cervical

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 922).

Base técnica do posicionamento oblíquo posterior de coluna cervical:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo lateralmente à cartilagem tireóidea;

• o chassi utilizado será 24 × 30 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda superior do chassi 2 cm acima do conduto auditivo;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,20 m.

17
Unidade I

Posicionamento oblíquo anterior de coluna cervical:

• posicionar cliente em ortostatismo;

• manter o plano médio sagital em rotação de 45° em relação à estativa;

• conservar membros superiores estendidos ao longo do corpo;

• elevar ligeiramente o mento.

Figura 11 – Posicionamento radiológico oblíquo anterior de coluna cervical

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 921).

Base técnica do posicionamento oblíquo anterior de coluna cervical:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo lateralmente à C4;

• o chassi utilizado será 24 × 30 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda superior do chassi 2 cm acima do conduto auditivo;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,20 m.

18
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Lembrete

Para o estudo de C1‑C2, a imagem será capturada com o cliente deitado


de forma dorsal com a cabeça alinhada e a boca aberta. O raio central será
direcionado ao centro da boca.

1.2 Segmento torácico

1.2.1 Base anatômica

O segmento torácico da coluna vertebral compreende 12 vértebras, as quais possuem características


específicas quando comparadas, conforme mostrado na figura 12.

1
2

10

11

12

Figura 12 – Segmento da coluna torácica

Adaptada de: Bontrager e Lampignano (2015, p. 881).

19
Unidade I

As vértebras torácicas possuem características específicas, já que se articulam com os arcos costais
pelas suas faceta de articulação com as costelas, como visualizado na figura 13.

Faceta para a décima 10


articulação costotransversa Facetas para a
10ª à 12ª articulações
11 costovertebrais

12

Vértebras lombares 1 e 2
1

Figura 13 – Representação das Faceta de articulação com as costelas

Adaptada de: Bontrager e Lampignano (2015, p. 882).

A articulação entre os arcos costais e vértebras é chamada de articulação costovertebral, como


visualizado na figura 14.

Processo transverso Articulação costotransversa

Costela Costela

Articulação costotransversa
Cápsula sinovial (cabeça da costela com
corpo da vértebra)

Figura 14 – Apresentação das estruturas que compreendem a articulação costovertebral

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 882).

As vértebras têm processos transversos e espinhosos, como visualizado na figura 15. Esses processos
são muito importantes para a estrutura da coluna, já que servem de inserções para ligamentos e músculos.

20
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Processo espinhoso

Lâmina

Processo transverso

Faceta, processo articular


superior Pedículo

Corpo

Figura 15 – Apresentação dos processos transversos e espinhosos

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 884).

1.2.2 Posicionamentos radiológicos

Posicionamento dorsal AP de coluna torácica:

• posicionar cliente em decúbito dorsal;

• manter o plano médio sagital alinhado à linha central da mesa;

• colocar apoio na região cervical;

• conservar membros superiores estendidos ao longo do corpo;

• acondicionar membros inferiores fletidos com a planta dos pés apoiada na mesa.

21
Unidade I

Figura 16 – Posicionamento radiológico dorsal AP de coluna torácica

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 951).

Base técnica do posicionamento dorsal AP de coluna torácica:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo no centro do esterno;

• o chassi utilizado será 30 × 40 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda superior do chassi 2 cm acima do ombro;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

Posicionamento em perfil de coluna torácica:

• posicionar cliente em decúbito lateral;

• manter o plano médio sagital paralelo à linha central da mesa;

• colocar apoio na região cervical;

• conservar membros superiores unidos e fletidos, apoiados abaixo da face;

• acondicionar membros inferiores fletidos, com um apoio entre as pernas.

22
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Figura 17 – Posicionamento radiológico em perfil de coluna torácica

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 954).

Base técnica do posicionamento em perfil de coluna torácica:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo em T6;

• o chassi utilizado será 30 × 40 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda superior do chassi 2 cm acima do ombro;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

Observação

No posicionamento lateral da coluna vertebral no segmento torácico,


a região lombar deverá ser alocada em um apoio (espuma), para manter o
alinhamento da coluna paralelo à linha central da mesa.

Posicionamento oblíquo anterior de coluna torácica:

• posicionar cliente em decúbito ventral, com uma rotação de 45° em relação à mesa;

• manter o crânio em perfil absoluto;

• conservar membro superior direito fletido e elevado, com a palma da mão apoiada na mesa; o
membro esquerdo deverá estar estendido ao longo do corpo;

• acondicionar membro inferior direito fletido e apoiado com a patela na mesa; o membro esquerdo
deverá estar estendido ao longo da mesa.
23
Unidade I

Figura 18 – Posicionamento radiológico oblíquo anterior de coluna torácica

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 959).

Base técnica do posicionamento oblíquo anterior de coluna torácica:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo lateralmente à T6;

• o chassi utilizado será 30 × 40 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda superior do chassi 2 cm acima do ombro;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

1.3 Segmento lombar

1.3.1 Base anatômica

O segmento lombar da coluna vertebral compreende cinco vértebras, as quais possuem características
específicas quando comparadas, conforme mostrado na figura 19.

24
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Figura 19 – Segmento da coluna lombar

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 983).

As vértebras lombares possuem características específicas, como visualizado na figura 20. Como têm
a função de sustentar o corpo, são mais encorpadas, principalmente a L5.

Processo Incisura vertebral


articular superior superior
Pedículo
Processo
transverso

Corpo
Processo
espinhoso

Incisura vertebral inferior


(forma os forames intervertebrais)
Processo
Posterior articular anterior Anterior

Figura 20 – Representação de uma vértebra lombar

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 969).

25
Unidade I

O forame intervertebral é o local de passagem da medula espinhal e do líquor. Desta forma, a sua
centralização é perfeita durante todo o segmento, como visualizado na figura 21.

É importante salientar que qualquer patologia envolvendo vértebras significa um risco ao ser
humano em relação à postura e perda de movimentos. Toda atenção é válida e qualquer indício de
sintomatologia deverá ser avaliado.

Processo espinhoso RC

Lâmina 30°-50°
(pars interarticularis)
(45°)
90°
Processo articular superior
e faceta

Processo transverso CR

Pedículo Área do forame


intervertebral
Forame vertebral (raiz do pedículo)

Corpo

Plano sagital médio

Figura 21 – Representação da centralização do forame intervertebral

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 969).

1.3.2 Posicionamentos radiológicos

Posicionamento dorsal AP de coluna lombar:

• posicionar cliente em decúbito dorsal;

• manter o plano médio sagital alinhado à linha central da mesa;

• colocar apoio na região cervical;

• conservar membros superiores estendidos ao longo do corpo;

• acondicionar membros inferiores fletidos com a planta dos pés apoiada na mesa.

26
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Figura 22 – Posicionamento radiológico dorsal AP de coluna lombar

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 989).

Base técnica do posicionamento dorsal AP de coluna lombar:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo na cicatriz umbilical;

• o chassi utilizado será 30 × 40 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda inferior do chassi 5 cm abaixo da crista ilíaca;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

Posicionamento em perfil de coluna lombar:

• posicionar cliente em decúbito lateral;

• manter o plano médio sagital paralelo à linha central da mesa;

• colocar apoio na região cervical;

• conservar membros superiores unidos e fletidos, apoiados abaixo da face;

• acondicionar membros inferiores fletidos, com um apoio entre as pernas.

27
Unidade I

Manta de chumbo sobre a mesa

Figura 23 – Posicionamento radiológico em perfil de coluna lombar

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 989).

Base técnica do posicionamento em perfil de coluna lombar:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo 4 cm acima da crista ilíaca;

• o chassi utilizado será 30 × 40 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda inferior do chassi 5 cm abaixo da crista ilíaca;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

Posicionamento oblíquo anterior de coluna lombar:

• posicionar cliente em decúbito ventral, com uma rotação de 45° em relação à mesa;

• manter o crânio em perfil absoluto;

• conservar membro superior direito fletido e elevado, com a palma da mão apoiada na mesa; o
membro esquerdo deverá estar estendido ao longo do corpo;

• acondicionar membro inferior direito fletido e apoiado com a patela na mesa; o membro esquerdo
deverá estar estendido ao longo da mesa.

28
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Figura 24 – Posicionamento radiológico oblíquo anterior de coluna lombar

Fonte: Castilho et al. (2015, p. 119).

Base técnica do posicionamento oblíquo anterior de coluna lombar:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo 4 cm acima da crista ilíaca;

• o chassi utilizado será 30 × 40 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda inferior do chassi 5 cm abaixo da crista ilíaca;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

Posicionamento AP para escoliose da coluna lombar:

• posicionar cliente em ortostatismo;

• manter o plano médio sagital alinhado à linha central da estativa;

• preservar o olhar para o horizonte;

• conservar membros superiores alinhados ao corpo;

• acondicionar membros inferiores estendidos e descalços.

29
Unidade I

Figura 25 – Posicionamento radiológico AP para escoliose de coluna lombar

Fonte: Castilho et al. (2015, p. 119).

Base técnica do posicionamento AP para escoliose da coluna lombar:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo na cicatriz umbilical;

• o chassi utilizado será 35 × 43 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda inferior do chassi 12 cm abaixo da crista ilíaca;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

Posicionamento em perfil para escoliose de coluna lombar:

• posicionar cliente em ortostatismo;

• elevar ligeiramente o mento;

• manter o plano médio sagital paralelo à estativa;

• conservar membros superiores elevados na altura média do tórax;

• acondicionar membros inferiores estendidos e descalços.

30
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Figura 26 – Posicionamento radiológico em perfil para escoliose de coluna lombar

Fonte: Castilho et al. (2015, p. 120).

Base técnica do posicionamento em perfil para escoliose de coluna lombar:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo 4 cm acima da crista ilíaca;

• o chassi utilizado será 35 × 43 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda inferior do chassi 12 cm abaixo da crista ilíaca;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

1.4 Segmento sacral e coccígeo

1.4.1 Base anatômica

O sacro é composto de cinco vértebras fundidas, formando apenas uma estrutura, como visualizado
na figura 27. Em sua base encontra‑se o promontório, que se articula com a L5, e seu ápice articula‑se
com a primeira coccígea.

31
Unidade I

Promontório Processo articular superior

Asa

Corpo
(1 segmento)

Forames
sacrais pélvicos
(anteriores)

Ápice

Figura 27 – Ilustração do sacro

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 971).

A estrutura do sacro é parecida com uma pá, como visualizado na figura 28. É importante compreender
esta curvatura porque favorece a disponibilidade dos raios centrais nos posicionamentos.

Processo articular Canal sacral


superior (entre os processos
articulares superiores)

Promontório sacral

Base (corpo)

Crista sacral
mediana
Superfície articular
(articulação sacroilíaca)

Corno
sacral

Cornos do
cóccix
Cóccix
Posterior Anterior

Figura 28 – Representação da curvatura natural do sacro

Adaptada de: Bontrager e Lampignano (2015, p. 972).

32
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

O cóccix é composto de quatro vértebras, como visualizado na figura 29, mas alguns seres humanos
podem apresentar até cinco vértebras. Este é o último segmento da coluna vertebral.

Processo
transverso Base

Quatro segmentos
separados
anteriormente

Ápice

Figura 29 – Ilustração do segmento coccígeo

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 972).

Lembrete

A coluna vertebral sofre uma leve angulação no segmento lombar.


Desta forma, para os posicionamentos em decúbito dorsal, é importante
flexionar os membros inferiores e apoiar a planta dos pés sobre a mesa,
para que toda a região da coluna lombar esteja apoiada sobre a mesa.

1.4.2 Posicionamentos radiológicos

Posicionamento dorsal AP de região lombossacral:

• posicionar cliente em decúbito dorsal;

• manter o plano médio sagital alinhado à linha central da mesa;

• colocar apoio na região cervical;

• conservar membros superiores estendidos ao longo do corpo;

• acondicionar membros inferiores fletidos com a planta dos pés apoiada na mesa.

33
Unidade I

Figura 30 – Posicionamento radiológico dorsal AP de região lombossacral

Fonte: Castilho et al. (2015, p. 120).

Base técnica do posicionamento dorsal AP de região lombossacral:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo entre as espinhas ilíacas superiores;

• o chassi utilizado será 18 × 24 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda superior do chassi 5 cm acima da crista ilíaca;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

Posicionamento em perfil de região lombossacral:

• posicionar cliente em decúbito lateral;

• manter o plano médio sagital paralelo à linha central da mesa;

• colocar apoio na região cervical;

• conservar membros superiores unidos e fletidos, apoiados abaixo da face;

• acondicionar membros inferiores fletidos, com um apoio entre as pernas.

34
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Figura 31 – Posicionamento radiológico em perfil de região lombossacral

Fonte: Castilho et al. (2015, p. 121).

Base técnica do posicionamento em perfil de região lombossacral:

• o raio central deverá estar a 5° em sentido caudal, incidindo na espinha ilíaca;

• o chassi utilizado será 18 × 24 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda superior do chassi 5 cm acima da crista ilíaca;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

Posicionamento dorsal AP de coluna sacral:

• posicionar cliente em decúbito dorsal;

• manter o plano médio sagital alinhado à linha central da mesa;

• colocar apoio na região cervical;

• conservar membros superiores estendidos ao longo do corpo;

• acondicionar membros inferiores estendidos ao longo da mesa.

35
Unidade I

Figura 32 – Posicionamento radiológico dorsal AP de coluna sacral

Fonte: Castilho et al. (2015, p. 121).

Base técnica do posicionamento dorsal AP de coluna sacral:

• o raio central deverá estar a 15° em sentido cranial, incidindo 5 cm abaixo das cristas ilíacas;

• o chassi utilizado será 24 × 30 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda superior do chassi sobre as cristas ilíacas;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

Posicionamento em perfil de coluna sacral:

• posicionar cliente em decúbito lateral;

• manter o plano médio sagital paralelo à linha central da mesa;

• colocar apoio na região cervical;

• conservar membros superiores unidos e fletidos, apoiados abaixo da face;

• acondicionar membros inferiores fletidos, com um apoio entre as pernas.

36
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Figura 33 – Posicionamento radiológico em perfil de coluna sacral

Fonte: Castilho et al. (2015, p. 122).

Base técnica do posicionamento em perfil de coluna sacral:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo 5 cm abaixo da crista ilíaca;

• o chassi utilizado será 24 × 30 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda superior do chassi sobre a crista ilíaca;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

Posicionamento dorsal AP de coluna coccígea:

• posicionar cliente em decúbito dorsal;

• manter o plano médio sagital alinhado à linha central da mesa;

• colocar apoio na região cervical;

• conservar membros superiores fletidos e apoiados sobre o tórax;

• acondicionar membros inferiores estendidos ao longo da mesa.

37
Unidade I

Figura 34 – Posicionamento radiológico dorsal AP de coluna coccígea

Fonte: Castilho et al. (2015, p. 122).

Base técnica do posicionamento dorsal AP de coluna coccígea:

• o raio central deverá estar a 10° em sentido caudal, incidindo 5 cm acima da sínfise púbica;

• o chassi utilizado será 18 × 24 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda inferior do chassi 3 cm abaixo da sínfise púbica;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

Posicionamento em perfil de coluna coccígea:

• posicionar cliente em decúbito lateral;

• manter o plano médio sagital paralelo à linha central da mesa;

• colocar apoio na região cervical;

• conservar membros superiores unidos e fletidos, apoiados abaixo da face;

• acondicionar membros inferiores fletidos, com um apoio entre as pernas.

38
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Figura 35 – Posicionamento radiológico em perfil de coluna sacral

Fonte: Castilho et al. (2015, p. 123).

Base técnica do posicionamento em perfil de coluna coccígea:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo no cóccix;

• o chassi utilizado será 18 × 24 na longitudinal;

• a colimação deverá ter a borda superior do chassi 3 cm abaixo da sínfise púbica;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

2 INCIDÊNCIAS RADIOGRÁFICAS DE CAIXA TORÁCICA E ARTICULAÇÃO


ESTERNOCLAVICULAR

Como dito anteriormente, incidência é um termo utilizado em posicionamentos anatômicos


de estruturas que serão radiografadas, indicando o trajeto do feixe de raios X até o receptor de
imagem. Pode ser posteroanterior (PA) – os raios X incidem na região posterior e emergem na região
anterior – ou oblíqua – os raios X incidem perpendicularmente e o paciente deverá estar em ângulo,
geralmente a 45°.

Para estudos de caixa torácica (costelas, esterno e coluna, no segmento torácico) e articulação
esternoclavicular, é necessário separá‑las por regiões, favorecendo assim a compreensão das estruturas
anatômicas e patologias, quando houver.

39
Unidade I

2.1 Incidência de arcos costais

2.1.1 Base anatômica

Conforme pode ser observado na figura 36, a caixa torácica compreende tanto órgãos, como pulmões
e coração, quanto esqueleto, como arcos costais. Dessa forma, o profissional precisa avaliar a radiografia
solicitada para utilizar a técnica correta.

Esterno

Pulmão

12 pares
de costelas

Figura 36 – Ilustração da caixa torácica

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1061).

O ser humano possui 12 pares de arcos costais, que são divididos em verdadeiros, falsos e flutuantes,
como visualizado na figura 37. Os arcos costais são ossos chatos e elásticos que se articulam anteriormente
com o esterno e posteriormente com os corpos vertebrais.

40
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

1
2

4 Costelas
verdadeiras (1-7)
5

9 Costelas
falsas (8-12)

10

Costelas flutuantes
(11-12)

Figura 37 – Representação dos arcos costais verdadeiros, falsos e flutuantes

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1061).

Os arcos costais têm a importante função de proteger os órgãos vitais, devido à sua estrutura em
formato de arco (figura 38). Associados à articulação esternoclavicular, podem amortecer o impacto
em caso de choque.

Extremidade vertebral
(posterior) Cabeça

Colo

Tubérculo

Ângulo
Extremidade
esternal
Corpo (anterior)

Figura 38 – Representação de arco costal e suas estruturas

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1066).

41
Unidade I

2.1.2 Posicionamentos radiológicos

Posicionamento PA de arcos costais:

• posicionar cliente em ortostatismo;

• manter o plano médio sagital alinhado à linha central da estativa;

• apoiar toda a região anterior na estativa e elevar ligeiramente o mento;

• conservar membros superiores flexionados, com as mãos apoiadas na cintura;

• rotacionar o ombro para a frente e aproximar ao máximo da estativa;

• acondicionar membros inferiores estendidos.

Figura 39 – Posicionamento radiológico PA de arcos costais

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1098).

Base técnica do posicionamento PA de arcos costais:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo na T7;

• o chassi utilizado será 35 × 43 na transversal;

• a colimação deverá ser panorâmica e ter a borda superior do chassi 2 cm acima do ombro;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

42
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Posicionamento AP unilateral de arcos costais:

• posicionar cliente em ortostatismo;

• manter o plano médio sagital alinhado à linha central da estativa;

• apoiar toda a região posterior na estativa e elevar ligeiramente o mento;

• conservar membros superiores estendidos ao longo do corpo;

• acondicionar membros inferiores estendidos.

Figura 40 – Posicionamento radiológico AP unilateral de arcos costais

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1102).

Base técnica do posicionamento AP unilateral de arcos costais:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo no centro do hemitórax, à altura da T6;

• o chassi utilizado será 35 × 43 na longitudinal;

43
Unidade I

• a colimação deverá ser panorâmica e ter a borda superior do chassi 4 cm acima do ombro;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

Posicionamento oblíquo anterior de arcos costais:


• posicionar cliente em ortostatismo com a região anterior em direção à estativa com uma angulação
de aproximadamente 45° para a direita ou a esquerda, dependendo do lado em estudo;

• afastar a região de interesse da estativa;

• conservar membro superior do lado em estudo elevado e apoiado na estativa; o membro superior
oposto deverá estar alinhado ao corpo.

Figura 41 – Posicionamento radiológico oblíquo anterior de arcos costais

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1098).

Base técnica do posicionamento oblíquo anterior de arcos costais:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo no sexto arco costal do lado de interesse;

• o chassi utilizado será 35 × 43 na longitudinal;

• a colimação deverá ser panorâmica e ter a borda superior do chassi 2 cm acima do ombro;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

44
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

2.2 Incidência de esterno

2.2.1 Base anatômica

O esterno é um osso centralizado no tórax e possui a função de interligar todos os arcos costais,
através da cartilagem costal, e também as clavículas (figura 42).

Clavícula Articulação esternoclavicular

Manúbrio

Ângulo esternal

Corpo
(corpus gladiolus)

Processo xifoide (nível de


T9-T10)

Figura 42 – Ilustração do esterno e seus componentes

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1062).

2.2.2 Posicionamentos radiológicos

Posicionamento oblíquo anterior direito do esterno:

• posicionar cliente em ortostatismo, com a região anterior em direção à estativa com uma
angulação de aproximadamente 20° para a direita;

• conservar membro superior do lado esquerdo elevado e apoiado na estativa; membro superior
oposto alinhado ao corpo.

45
Unidade I

Figura 43 – Posicionamento radiológico oblíquo anterior direito do esterno

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1082).

Base técnica do posicionamento oblíquo anterior direito do esterno:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo 2,5 cm à esquerda da linha média na
altura da T6;

• o chassi utilizado será 24 × 30 na longitudinal;

• a colimação deverá ser estreita e longa na altura de todo o esterno;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

Posicionamento em perfil de esterno:

• posicionar cliente em ortostatismo;

• manter o plano médio sagital paralelo à linha central da estativa;

• conservar membros superiores estendidos e ligeiramente flexionados para a região posterior;

• acondicionar membros inferiores estendidos.

46
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Figura 44 – Posicionamento radiológico em perfil de esterno

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1084).

Base técnica do posicionamento em perfil de esterno:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo no centro do esterno;

• o chassi utilizado será 24 × 30 na longitudinal;

• a colimação deverá ser estreita e longa na altura de todo o esterno;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

2.3 Incidência de articulação esternoclavicular

2.3.1 Base anatômica

A articulação esternoclavicular, como visualizado na figura 45, é a responsável por unir as clavículas
ao osso esterno na região do manúbrio.

47
Unidade I

Clavícula Manúbrio Articulação


direita Articulação
esternoclavicular esquerda esternoclavicular esquerda

Figura 45 – Radiografia localizada de articulação esternoclavicular

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1089).

2.3.2 Posicionamentos radiológicos

Posicionamento PA de articulação esternoclavicular:

• posicionar cliente em decúbito ventral;

• manter o plano médio sagital paralelo à linha central da mesa;

• colocar um apoio abaixo do mento;

• conservar membros superiores elevados e afastados;

• acondicionar membros inferiores estendidos.

48
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Figura 46 – Posicionamento radiológico PA de articulação esternoclavicular

Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1088).

Base técnica do posicionamento PA de articulação esternoclavicular:

• o raio central deverá estar perpendicular, incidindo 7 cm abaixo do processo espinhoso C7;

• o chassi utilizado será 18 × 24 na longitudinal;

• a colimação deverá compreender um quadrante localizado nas articulações esternoclaviculares;

• a distância foco‑filme deverá ser de 1,0 m.

Saiba mais

Se você deseja conhecer mais sobre posicionamento da coluna vertebral


e caixa torácica, consulte a obra a seguir:

BONTRAGER, K. L.; LAMPIGNANO, J. P. Tratado de posicionamento


radiográfico e anatomia associada. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

49
Unidade I

Resumo

Incidência radiológica é um termo que descreve a trajetória de um


feixe de raios X durante um procedimento radiológico. As incidências de
rotina são aquelas realizadas em todos os pacientes que podem cooperar
totalmente. Incidências complementares são realizadas com o objetivo
de melhor demonstrar partes anatômicas específicas.

Esta unidade abordou os posicionamentos radiológicos para estudo da


coluna vertebral, que é organizada em quatro áreas: o segmento superior
da coluna compreende a região do pescoço, designada como coluna
cervical, e é formada por sete vértebras (de C1 a C7); depois, temos a
coluna dorsal ou torácica, com 12 vértebras (de T1 a T12); a coluna lombar,
com cinco vértebras (de L1 a L5); e, por fim, a coluna lombossacral, que
abrange a região do sacro (de S1 a S5) e cóccix, com quatro ou cinco
vértebras fundidas.

Os exames de raios X de coluna cervical podem ser usados para estudar


unicamente uma região delimitada – isto é, cervical, dorsal, lombar ou
lombossacral – ou mais que uma região. Podem, ainda, abranger totalmente
a coluna vertebral, visando avaliar todos os seus segmentos. Um exame de
raios X extralongo contempla numa única imagem toda a coluna vertebral,
sendo importante para visualizar algumas patologias, como desvios de
coluna (escoliose, cifose e lordose) e outras alterações, como espondilose,
degeneração óssea e osteófitos, assim como ossos partidos, luxações e
metástases. Além disso, exames de raios X de coluna avaliam estruturas
anatômicas, como vértebras, espaços intervertebrais e apófises transversais
e espinhosas. O exame deve ser realizado por um técnico ou tecnólogo em
radiologia, que deve posicionar o paciente corretamente, de acordo com a
informação clínica disponibilizada pelo médico requisitante.

Sempre que possível, o exame de coluna cervical deve ser realizado


com o paciente em pé. Já o de coluna dorsal e lombossacral pode ser em
pé ou deitado, dependendo da suspeita clínica. Deve-se sempre realizar
pelo menos duas incidências no estudo de coluna vertebral, cada uma
correspondendo a uma imagem de determinado ângulo, com o objetivo de
visualizar melhor as estruturas em análise. No estudo funcional podem ser
realizadas incidências adicionais, em flexão ou extensão.

Na radiografia de tórax somente uma incidência pode ser usada,


normalmente a posteroanterior (PA). Em situações especiais, como em
casos de doentes acamados ou que não conseguem se manter em pé,

50
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

é utilizada a incidência anteroposterior (AP). A incidência lateral ou em


perfil permite observar o tórax lateralmente, e geralmente é usada com
a incidência PA. Os pulmões e o mediastino são as principais estruturas
anatômicas avaliadas nas radiografias de tórax, normalmente indicadas
devido a sintomas respiratórios ou dor torácica.

Por fim, os exames de raios X de articulação esternoclavicular envolvem


o ombro e o ponto de união do membro superior ao tronco. Este exame
normalmente é solicitado para identificar lesões, artrites, síndrome de
impacto, infecções, tumores, artroses e luxações.

51
Unidade I

Exercícios

Questão 1. A figura a seguir representa uma imagem da coluna cervical que foi obtida através de
uma tomografia computadorizada.

Figura 47

Fonte: ALI, A. H. A. et al. Evaluation of age related changes in cervical spine in Saudi Arabian adult population:
using CT scan images. Forensic Medicine and Anatomy Research, Irvine, v. 2, n. 2, p. 28‑36, 2014. p. 31.
Disponível em: https://bit.ly/3CMXwiw. Acesso em: 24 ago. 2022.

A respeito da imagem, avalie as afirmativas:

I – Podemos observar todas as oito vértebras cervicais que constituem o pescoço.

II – A incidência dos raios é anteroposterior, e o paciente foi posicionado com a boca semiaberta.

III – Os processos espinhosos das vértebras C2 a C7 estão visíveis na imagem.

IV – A vértebra C1 (atlas) não apresenta corpo nem processo espinhoso.

52
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

É correto o que se afirma apenas em:

A) I e II.

B) II e III.

C) III e IV.

D) I e III.

E) II e IV.

Resposta correta: alternativa C.

Análise das afirmativas

I – Afirmativa incorreta.

Justificativa: o ser humano, assim como as demais espécies de mamíferos, apresenta sete vértebras
cervicais, no total.

II – Afirmativa incorreta.

Justificativa: a incidência dos raios X é lateral (em perfil), não anteroposterior.

III – Afirmativa correta.

Justificativa: os processos espinhosos das vértebras C2 a C7 podem ser observados à direita dos
corpos vertebrais.

IV – Afirmativa correta.

Justificativa: a vértebra C1, também conhecida como atlas, é uma vértebra cervical atípica, pois
não apresenta processo espinhoso nem corpo vertebral. É ainda a mais larga vértebra cervical e, além
disso, possui tubérculos anterior e posterior, o que nenhuma outra vértebra tem. Essas características
anatômicas são importantes devido à sua localização (na base do crânio).

Questão 2. Leia o texto e veja as figuras a seguir:

“As variantes anatômicas dos arcos costais são, geralmente, achados incidentais nos exames de
imagem, em razão do seu comportamento assintomático ou quadro inespecífico, podendo constituir
alterações isoladas ou relacionadas a anomalias e síndromes clínicas. Essas alterações são facilmente
negligenciadas na radiografia convencional e na tomografia computadorizada se não forem investigadas
ativamente, principalmente quando a maioria das indicações do estudo radiológico do tórax tem como
objetivo a avaliação do parênquima pulmonar e das estruturas mediastinais.”

53
Unidade I

A B

Figura 48 – Imagens radiográficas da região torácica. A) Reconstrução tridimensional, B) Imagem axial

Fonte: FARIAS, L. P. G. et al. Variantes anatômicas e anomalias congênitas dos arcos costais revisitadas por meio da tomografia
computadorizada de multidetectores. Radiologia Brasileira, São Paulo, v. 53, n. 6, p. 413‑418, 2020. p. 415.
Disponível em: https://bit.ly/3COQjP9. Acesso em: 24 ago. 2022.

Com base na leitura, assinale a alternativa que indica corretamente a anomalia apontada, nas figuras,
pelas setas.

A) Arco costal supranumerário.

B) Forame costal.

C) Processo de hipoplasia do primeiro arco costal.

D) Arco costal intratorácico.

E) Fusão de dois arcos intercostais.

Resposta correta: alternativa A.

Análise das alternativas

A) Alternativa correta.

Justificativa: o arcabouço ósseo torácico é constituído por 12 pares de arcos costais, pelo esterno,
pelas clavículas e pelo segmento torácico da coluna vertebral. A seta aponta um arco costal adicional
em um dos lados da caixa torácica.

54
TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

B) Alternativa incorreta.

Justificativa: forame é um orifício ou uma abertura em um osso ou em uma estrutura anatômica.


Na imagem radiográfica, aparece como uma figura arredondada de corticais bem delimitadas centrada
no componente ósseo do arco costal.

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: hipoplasia é o desenvolvimento defeituoso ou incompleto de tecido ou órgão. O arco


costal hipoplásico é caracterizado por um arco costal que não se estende anteriormente ao esterno,
provavelmente devido a uma fusão precoce do centro epifisário.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: o arco costal intratorácico é uma proeminência óssea de um arco costal para o interior
da cavidade torácica.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: na fusão de arcos costais, dois ou mais encontram‑se unidos na porção anterior
ou posterior.

55

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