APRESENTAÇÃO

DE APOIO

O que é a felicidade?
Por Joice Dickel I Aula 03

Pós-graduação em Psicologia Positiva, Ciência do Bem-Estar e Autorrealização

EMENTA
DA DISCIPLINA

A felicidade é um tema central de reflexão desde a antiguidade. Filósofos do período helênico

construíram amplas concepções sobre o que torna a vida boa de ser vivida. Estes pensamentos foram a base para a
pesquisa psicológica sobre a felicidade e o bem-estar nos anos 50 e 60 do séc. XX. A partir de modelos que
destacam a felicidade enquanto prazer e virtude, o fenômeno pode ser medido e investigado em termos do seu
impacto na qualidade de vida e seus principais preditores. A felicidade, enquanto fenômeno complexo, está na
agenda desde projetos individuais de vida até o planejamento de organizações e Estados. O presente curso tem por
objetivo apresentar os fundamentos filosóficos e científicos da felicidade e discutir sobre seus principais preditores e
efeitos para indivíduos e sociedades.
ENCONTROS
DA DISCIPLINA

1º ENCONTRO 2º ENCONTRO 3º ENCONTRO

O que é a O que é a O que é a

felicidade? felicidade? felicidade?
Parte I Parte II Parte III

Carla Furtado Carla Furtado Joice Dickel

PROFESSOR
CONVIDADO
CARLA FURTADO
Uma das duas únicas brasileiras formadas pelo
Schumacher College (Inglaterra) e pelo GNH Centre (Butão)
como Facilitadora FIB (Felicidade Interna Bruta).
Desenvolve programas de felicidade com impacto real no
engajamento dos colaboradores e na performance das
empresas. É fundadora do Instituto Feliciência e participa
dos principais eventos de Psicologia Positiva e Felicidade.
PROFESSOR
PUCRS
JOICE DICKEL SEGABINAZI
Psicóloga pela Universidade Federal de
Santa Maria, Mestre e Doutora em Psicologia pelo
Programa de Pós-Graduação em Psicologia na
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Pós-
Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Medicina:
Ciências Médicas. Pesquisadora no Laboratório de Dor &
Neuromodulação no Hospital de Clínicas de Porto Alegre
(HCPA/UFRGS), Colaboradora no Grupo de Estudo,
Aplicação e Pesquisa em Avaliação Psicológica
(GEAPAP/UFRGS) e no Núcleo de Estudos em
Neuropsicologia Cognitiva (NEUROCOG/UFRGS). Ministrou
diversas disciplinas de Avaliação Psicológica em nível de
Graduação e Pós-Graduação.
PSICOLOGIA POSITIVA, CIÊNCIA DO BEM-ESTAR E AUTORREALIZAÇÃO

O QUE É A FELICIDADE?
PROFA. DRA. JOICE DICKEL SEGABINAZI
joice.segabinazi@pucrs.br
 ▪ Professora Adjunta do Curso de Psicologia
da PUCRS
▪ Psicóloga
▪ Doutorado em Psicologia (PPG UFRGS)
▪ Pós-doutorado em Ciências Médicas (HCPA/UFGRS)
no Laboratório de Dor e Neuromodulação

Quem sou eu? ▪ Colaboradora no Grupo de Estudo, Aplicação e

Pesquisa em Avaliação Psicológica
(GEAPAP/UFRGS)
▪ Colaboradora no Núcleo de Estudos em
Neuropsicologia Cognitiva (NEUROCOG/UFRGS)
▪ Sócia da Expertise Avaliação e Formação em
Psicologia
 ▪ Parecerista do Sistema de Avaliação de
Testes Psicológicos (SATEPSI) desde 2016
▪ Grupo de Trabalho "Pesquisa em Avaliação
Psicológica" da Associação Nacional de
Membro de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia
Sociedades (ANPEPP) desde 2010
Científicas ▪ Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica
(IBAP)
▪ Associação Brasileira de Rorschach e
Métodos Projetivos (ASBRO)
Artigo mais citado da autora
 ▪1) Psicologia Positiva
▪2) Medindo bem-estar
▪3) É possível tornar-se mais feliz?
▪4) Como o cérebro se
Roteiro
desenvolve?
▪5) Como a neurociência estuda o
bem-estar?
▪6) Qual a influência da cultura?
 1

Psicologia Positiva
 ▪“Saúde mental, antes definida
como a ausência de doença,
gradualmente tem sido entendida
de uma maneira mais ampla, a qual
inclui as qualidades positivas que
ajudam a pessoa a florescer”
▪ Snyder & Lopez
 ▪ Martin Seligman
▪ Psicólogo americano
▪ Universidade da Pensilvânia
▪ Crítica ao foco dos estudos nas
“Felicidade” ou doenças e aspectos
o bem-estar disfuncionais após 2ª Guerra
Mundial
▪ American Psychological
Association (APA)
▪“Cinquenta anos de trabalho
dentro de um modelo médico
baseado no defeito pessoal
deixaram as profissões mal-
equipadas para realizar a
prevenção eficaz”.
▪ Martin Seligman
▪ 1º Movimento: Felicidade
▪ Conceito muito complexo do ponto de
vista de um construto
psicológico/operacionalização

▪ Emoções positivas, Engajamento e

Sentido

Scorsolini-Comin, F. (2011). Psicologia: Reflexão e Crítica, 26(4), 663-670

▪ 2º Movimento: Bem-estar
▪ Maior aceitação nos meios científicos

▪ Florescimento

▪ Emoções positivas (P), Engajamento (E),

Relacionamentos positivos (R), Sentido (M)
e Realizações (A)

▪ Vitalidade (V) → cuidar dos nossos corpos e

mentes, p.ex. exercícios físicos regulares,
dieta saudável, sono suficiente e a prática de
mindfulness
https://pt.surveymonkey.com/r/
florescer
 2

Medindo bem-estar
 ▪ Ed Diener
▪ Universidade de Illinois
▪ Teoria tripartite do Bem-estar subjetivo
(BES)
▪ Afetos positivos (alegre, calmo...)
“Felicidade” ou
▪ Afetos negativos (triste, confuso...)
o bem-estar
▪ Satisfação com a vida: componente
cognitivo de julgamento global ou por
domínios de satisfação com a vida
▪ Interferência do humor e temperamento
(Schwartz & Clore, 1983)
 Afeto Afeto Satisfação Domínios de
Prazeroso Desprazeroso de Vida Satisfação
Alegria Culpa e Desejo de Trabalho
Vergonha mudar de
vida
Exaltação Tristeza Satisfação Família
com a vida
atual
Orgulho Ansiedade e Satisfação Lazer
Domínios de Preocupação com o
passado
satisfação Afeição Raiva Satisfação Saúde
com o futuro
Felicidade Estresse Visão de Finanças
pessoas
importantes
da vida da
própria
pessoa
 Escala de Satisfação com a Vida
Discordo Discordo Discordo Nem Concordo Concordo Concordo
totalmente um pouco concordo um pouco muito
nem
discordo
1 2 3 4 5 6 7

▪ __ Na maioria dos aspectos, minha vida está próxima do meu ideal

▪ __ Minhas condições de vida são excelentes
▪ __ Eu sou satisfeito com a minha vida
▪ __ Tenho alcançado coisas importantes que desejo em minha vida
▪ __ Se eu pudesse viver novamente, eu não mudaria praticamente nada
 Escore Nível
31-35 Extremamente Satisfeito
26-30 Satisfeito
21-25 Um pouco satisfeito
Escala de
20 Neutro
Satisfação com a
Vida 15-19 Um pouco insatisfeito
10-14 Insatisfeito
5-9 Extremamente insatisfeito

Diener, E. et al. (1985). Journal of Personality Assessment, 49, 71-75.

O QUE FAZ UM ADOLESCENTE FELIZ?

1) O que vem na tua cabeça quando tu pensas em felicidade?

...
3) Como é uma pessoa feliz?
...
6) O que te deixa feliz? Por quê?
...
10) Quando alguém está muito feliz o que pode ter acontecido com ela?
...
14) O que aconteceu de bom na tua vida?

Segabinazi, J.D. et al. (2010). Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(4), 653-659.

 ▪ Família
▪ Self
▪ Escola
ESMVA ▪ Self Comparado
▪ Não-violência
▪ Auto-eficácia
▪ Amizade
Segabinazi, J.D. et al. (2010). Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(4), 653-659.
 Hutz, C. S. (2014). Avaliação em
Psicologia Positiva. Porto Alegre:
Artmed.
• Meninas
• Afetos
Negativos
• Satisfação com
a Amizade

• Meninas
• BES

• Meninos
• BES
• Satisfação com a
família
• Autoeficácia
AUTORRELATO

▪ Respostas a perguntas a itens de teste

▪ Método de autorrelato → exploram o

autoconceito do avaliando

▪ Autoconceito: pode ser definido como atitudes,

crenças, opiniões e pensamentos relacionados de
uma pessoa sobre si mesma e dentro da sua cultura
 AUTORRELATO

• Concordam com relatos de informantes?

• As pessoas dizem que são felizes porque é socialmente

desejável?

• É provável que alguém que esteja de bom humor faça

uma avaliação mais positiva da vida?

Layous, K. & Zanon, C. Avaliação em Psicologia Positiva. (2014)

 ALÉM DO AUTORRELATO

• Amostragem de experiência (método ecológico de

avaliação momentânea)

• Método de reconstrução do dia

• Medidas comportamentais

Layous, K. & Zanon, C. Avaliação em Psicologia Positiva. (2014)

 3

É possível tornar-se mais feliz?

 ▪ Sonja Lyubomirsky
▪ Universidade da Califórnia, Riverside

É possível tornar-
se mais feliz? ▪ 1) Por que algumas pessoas são mais
felizes que outras?
▪ 2) Quais são os benefícios de ser feliz?
▪ 3) Como as pessoas podem aprender
a ser mais felizes?
 O que determina a felicidade?

40% 50% Biologia/genética

Circunstâncias
externas
Atividades
intencionais

10%

Lyubomirsky, S. et al. (2005). Review of General Psychology, 9, 111-131.

Vídeo BBC:“The truth about Personality”
 Por que é tão difícil mudar?

• Nascemos com um padrão para felicidade

• Felicidade é um traço bastante estável ao longo da vida

assim como a personalidade

• “Adaptação hedônica” → adaptação a mudanças

positivas

Lyubomirsky, S. et al. (2005). Review of General Psychology, 9, 111-131.

Aumento no bem-estar

Redução dos sintomas depressivos

Dopamina, oxitocina, serotonina e endorfina
Estratégias de promoção de felicidade
e bem-estar no ambiente de trabalho
• 1. Quebrar grandes tarefas em pequenas tarefas e
organizer um checklist the pequenas tarefas
• 2. Procurar coisas novas, engajando-se com criatividade
• 3. Mantenha-se positivo, lembre-se de momentos felizes,
pratique o otimismo
• 4. Socialize: Reserve tempo para a interação social
• 5. Crie oportunidades de celebrar no trabalho
• 6. Aperte a mão e abrace
Ghosh (2018). NHRD Network Journal, 11(4) 83–92
Estratégias de promoção de felicidade
e bem-estar no ambiente de trabalho
• 7. Presentear no trabalho e praticar a caridade
• 8. Rir: Humor no trabalho
• 9. Cultivar atitudes de gratidão
• 10. Obter exposição adequada a luz natural
• 11. Exercício e meditação no ambiente de trabalho
• 12. Aromaterapia na mesa de trabalho
• 13. Música: escutar a música favorita e fazer música
Ghosh (2018). NHRD Network Journal, 11(4) 83–92
3 principais intervenções (empiricamente baseadas)

• 1 - Carta de gratidão. Escreva uma carta para alguém

expressando a sua gratidão (Seligman, Steen, Park & Peterson, 2005)

• 2 - Três coisas boas na vida. Escreva 3 coisas que deram

certo em cada dia durante uma semana (Seligman, Steen, Park &
Peterson, 2005)

• 3 - Conte as suas bençãos. Lembre-se de eventos pelos

quais vocês é grato e escreva-os a cada dia por uma
semana (Emmons & McCullough, 2003; Froh, Sefick, & Emmons, 2008)
 4

Como o cérebro se desenvolve?

▪“Mudanças no cérebro que ocorrem em
resposta as interações com o ambiente. O
processo inicia no útero e só termina no
dia em que morremos. Esse processo
dinâmico nos permite aprender e adaptar-
nos a diferentes experiências”
▪ Richard Davidson
 ▪ Para algumas habilidades existem janelas
ótimas para o desenvolvimento
Conceitos ▪ Neurogênese
importantes ▪ Mecanismo de compensação
▪ Poda sináptica
▪ fMRI (Ressonância Magnética funcional)
Vídeo BBC:“What makes a genius”
Vídeo: “Poda sináptica”
 5

Como a neurociência estuda o bem-

estar?
 ▪ Richard J. Davidson
▪ Universidade de Wisconsin, Madison
É possível tornar-
se mais feliz? ▪ 1) O que constitui uma mente
saudável?
▪ Compaixão, Bondade, Resiliência,
Mindfulness...

https://www.richardjdavidson.com/
Volume do lobo
da ínsula
Escore em
escala de
Eudaimonia
GM = Grey Matter
(Substância cinzenta) Lewis et al. SCAN (2014), 9
• Mulheres que seguravam a mão do esposo, ou de um estranho ou
não seguravam a mão de ninguém durante um experimento que
gerava expectativa de receber choque elétrico no tornozelo.
Desconforto quando
seguravam a mão do esposo

Coan et al Psychological Science 2006, 17

Resposta
atenuada a
ameaça na
ínsula, giro pré-
frontal superior
esquerdo e
hipotálamo
Coan et al Psychological Science 2006, 17
• Estudo longitudinal com adultos saudáveis, com altos
índices de stress
• Intervenção de redução de stress baseada em mindfulness
por 8 semanas
Volume da amígdala
(direita)
Redução do stress
Holzel et al. Social Cognitive and Affective Neuroscience Advance, 23, 2009
percebido
Estudo brasileiro de base populacional
Sleep and happiness - review
Sleep and happiness - review
• Crença soma-zero sobre felicidade (Zero-sum Believe
about Happiness - ZBH)

• Crença de que a felicidade não é infinita, isto é, se estou feliz

agora, futuramente não estarei; se eu estou feliz, então
alguém outro não está feliz

• ZBH prediz baixo bem-estar (Koo and Suh, 2007; Różycka-Tran

et al., 2015).

• ZBH é moderadora na relação sono – satisfação de vida

 Grupo que meditou
reportou menor dor,
raiva e níveis de estresse
em comparação ao
grupo que não fez
meditação (bondade
amorosa)

Carson et al., Journal of Holistic Nursing, Vol. 23 No. 3, 2005

Viés de negatividade e bases comportamentais
e neurais
 Viés de negatividade e bases comportamentais
e neurais
• Tarefa: indicar “se faz a foto faz você se sentir
bem ou mal”

• Medidas comportamentais:
• Viés de negatividade = percentual de
estímulos julgados como “sentir-se mal”

• Medida neural:
• conectividade entre áreas do cérebro
durante estado de repouso usando fMRI
Viés de negatividade e bases comportamentais
e neurais

• Crianças e adultos com maior viés de negatividade para faces adultas

neutras mostraram maior conectividade functional entre a amígdala
cerebral e cortex prefrontal lateral ventral (VLPFC) e tálamo (THAL)
 6

Qual a influência da cultura?

Publicações nos EUA e em outros países
 25° posição

Kim et al. (2018). International

Journal of Wellbeing, 8(1), 50-70
Influência da cultura
World Happiness Report 2019/ONU

Índices de depressão,
ideação suicida e
comportamento
autodestrutivo

Índices de bem-estar
Baixo comportamento
pro-social explica
comportamento
agressivo, mas não os
níveis de
agressividade dos
jogos de video game.
https://pt.surveymonkey.com/r/
pesquisatecnologiabrasil
 ▪ É possível tornar-se mais feliz, desde que
as intervenções estejam alinhadas com as
características das pessoas
▪ Bem-estar influencia a saúde física e
psicológica e vice-versa
Retomando
▪ Alterações cerebrais tem sido
evidenciadas a partir de intervenções em
bem-estar
▪ A cultura é um fator relevante, sendo
necessários mais estudos brasileiros
 MUITO ▪ Profa. Dra. Joice Dickel Segabinazi
OBRIGADA!!! ▪ joice.segabinazi@pucrs.br
☺