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à Enfermagem
Autoras: Profa. Iara Carvalho Faria
Profa. Renata Elisa Faustino de Almeida Marques
Professoras conteudistas: Iara Carvalho Faria / Renata Elisa Faustino de Almeida Marques
Natural de Campinas, Estado de São Paulo, cidade onde reside. Possui graduação em Nutrição pela Universidade
Paulista (2002). Mestre em Alimentos e Nutrição pela Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual
de Campinas (2008). Doutoranda em Clínica Médica pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de
Campinas (2016). Possui aperfeiçoamento em Capacitação em educação a distância pela UNIP – Universidade Paulista
(2012). Experiência em nutrição clínica hospitalar e atendimento em consultório e ambulatório.
Sua carreira profissional começou como professora de Nutrição Aplicada à Enfermagem e à Educação Física
na UNIP em 2007 e em disciplinas específicas no curso de nutrição. Dedica-se à UNIP, como professora adjunta
das disciplinas de Nutrição Clínica, Avaliação Nutricional e Planejamento de Cardápios nos Ciclos da Vida, realiza
supervisão de estágio em Nutrição Clínica e atua como coordenadora do curso de Nutrição do período matutino em
Campinas/SP. É líder das disciplinas de Nutrição Clínica e Diagnóstico Clínico desde 2007.
Natural de São José do Rio Pardo, atualmente reside na cidade de Campinas. Mestranda em Saúde da Criança e
Adolescente – FCM, Universidade Estadual de Campinas, Pós-Graduação em Saúde, Nutrição e Alimentação – Enfoque
Multidisciplinar pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina, capacitação em Educação e
Percepção Ambiental pela Universidade Estadual de Campinas. Atua como nutricionista em consultório, assessoria e
consultoria nutricional. Experiência em clínica e PSF – Programa de Saúde da Família e em projetos sociais relacionados
ao terceiro setor.
Sua carreira profissional começou como professora de Nutrição Aplicada à Enfermagem e à Educação Física e
Ciências Biológicas em Pedagogia no campus de São José do Rio Pardo em SP na UNIP em 2005 e em disciplinas
específicas no curso de nutrição no campus em Campinas em 2007, onde atua recentemente. Dedica-se à UNIP, como
professora assistente das disciplinas de Técnica Dietética, Nutrição em Saúde Pública, Nutrição Materna da Criança
e do Adolescente, Politicas de Alimentação e Nutrição II, realiza supervisão de Estágio em Alimentação Escolar e
atua como coordenadora do curso de Nutrição no período noturno em Campinas/SP. É líder da disciplina de Técnica
Dietética desde 2011.
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Antonio Zacariotto - São Paulo: Editora Sol.
il.
681.3
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Kleber Nascimento de Souza
Sumário
Nutrição Aplicada à Enfermagem
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................7
Unidade I
1 CONCEITOS BÁSICOS DA CIÊNCIA DA NUTRIÇÃO..................................................................................9
2 ESTUDOS DOS NUTRIENTES E SUAS FUNÇÕES NO ORGANISMO................................................. 11
2.1 Macronutrientes.................................................................................................................................... 13
2.1.1 Carboidratos............................................................................................................................................... 13
2.1.2 Lipídios......................................................................................................................................................... 15
2.1.3 Proteínas...................................................................................................................................................... 18
3 ESTADO NUTRICIONAL DO INDIVÍDUO: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL,
NECESSIDADES E RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS....................................................................... 20
3.1 Antropometria........................................................................................................................................ 20
3.1.1 Métodos clínicos de avaliação nutricional.................................................................................... 21
3.1.2 Avaliação nutricional subjetiva global............................................................................................ 21
3.1.3 Avaliação nutricional objetiva............................................................................................................ 21
3.1.4 Necessidades e recomendações nutricionais............................................................................... 22
4 NUTRIÇÃO NOS CICLOS DA VIDA.............................................................................................................. 23
4.1 Nutrição na gestação.......................................................................................................................... 27
4.1.1 Bases fisiológicas na gestação........................................................................................................... 28
4.1.2 Função digestiva...................................................................................................................................... 29
4.2 Nutrição na infância e adolescência............................................................................................. 33
4.2.1 Aleitamento materno............................................................................................................................. 33
4.2.2 Passos para a alimentação saudável................................................................................................ 36
4.2.3 Alimentação complementar................................................................................................................ 36
4.2.4 Alimentação complementar para lactentes em aleitamento materno............................. 37
4.2.5 Alimentação complementar para lactentes não amamentados ou precocemente
desmamados......................................................................................................................................................... 38
4.2.6 Necessidades e recomendações nutricionais para adolescentes......................................... 39
4.2.7 Fibras............................................................................................................................................................. 40
4.3 Nutrição na idade adulta................................................................................................................... 40
4.4 Nutrição na velhice.............................................................................................................................. 42
4.4.1 Aspectos biopsicossociais do envelhecimento............................................................................ 42
4.4.2 Aspectos nutricionais do envelhecimento.................................................................................... 43
Unidade II
5 NUTRIÇÃO NA DOENÇA E AGRAVOS À SAÚDE – CONCEITOS BÁSICOS DE DIETAS
HOSPITALARES...................................................................................................................................................... 51
5.1 Modificação na consistência............................................................................................................ 52
5.1.1 Dieta geral.................................................................................................................................................. 52
5.1.2 Dieta branda.............................................................................................................................................. 52
5.1.3 Dieta pastosa............................................................................................................................................. 52
5.1.4 Dieta leve (ou líquida pastosa)........................................................................................................... 53
5.1.5 Dietas líquidas........................................................................................................................................... 53
5.2 Modificação na composição química........................................................................................... 53
5.2.1 Dieta hipossódica..................................................................................................................................... 53
5.2.2 Dieta laxativa............................................................................................................................................. 54
5.2.3 Dieta obstipante....................................................................................................................................... 54
5.2.4 Dieta hipocalêmica.................................................................................................................................. 54
5.3 Dietas especiais...................................................................................................................................... 54
5.3.1 Dieta para diabetes mellitus................................................................................................................ 54
5.3.2 Dieta hipoproteica e hipossódica...................................................................................................... 54
5.3.3 Dieta hipercalórica e hiperproteica.................................................................................................. 55
6 NUTRIÇÃO EM CONDIÇÕES ESPECÍFICAS............................................................................................... 55
6.1 Obesidade................................................................................................................................................. 55
6.2 Desnutrição.............................................................................................................................................. 57
6.3 Alergias e intolerâncias alimentares.............................................................................................. 59
6.4 Doença celíaca........................................................................................................................................ 59
6.5 Diabetes mellitus e doenças cardiovasculares........................................................................... 60
6.6 Câncer e HIV............................................................................................................................................ 62
7 NUTRIÇÃO ENTERAL........................................................................................................................................ 64
8 NUTRIÇÃO PARENTERAL............................................................................................................................... 66
APRESENTAÇÃO
Caro aluno,
O presente material discute os temas de interesse para Enfermagem em relação à ciência da nutrição,
desenvolve a consciência da importância da nutrição na promoção de saúde entre os alunos, fornece
fundamento teórico de uma nutrição adequada a indivíduos sadios e enfermos e explica o papel do
nutricionista e da equipe de enfermagem na alimentação do paciente.
Esperamos que esse livro seja útil aos estudantes de Enfermagem, que ele atinja seus objetivos de
forma a elucidar a ciência da nutrição aos futuros profissionais da Enfermagem, estimulando-os a uma
atuação em equipe de forma ética e com embasamento teórico-científico.
INTRODUÇÃO
Convido todos para algumas reflexões que representam o ponto de partida de nossos estudos: como
a alimentação e nutrição podem estar relacionadas com a prevenção ou o resgate da saúde?
O alimento fornece energia e matéria para as incontáveis substâncias essenciais para o crescimento
e a sobrevivência de todo ser humano. A alimentação deve ser quantitativamente suficiente,
qualitativamente completa, harmoniosa e adequada a quem está consumindo. Cada pessoa tem
necessidades específicas e precisa de quantidades e proporção de nutrientes diferentes para manter
suas funções vitais e desenvolver suas atividades diárias. Tais processos notáveis convertem uma
infinidade de gêneros alimentícios complexos em nutrientes individuais prontos para serem utilizados
no metabolismo.
7
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
Unidade I
1 CONCEITOS BÁSICOS DA CIÊNCIA DA NUTRIÇÃO
Nutrição é a ciência que estuda as diversas etapas que um alimento sofre, desde a sua introdução
no organismo – mastigação, até a sua eliminação.
Cuidar da alimentação é se preocupar com uma necessidade básica do ser humano de extrema importância
para sua vida. Nutrição é a ciência que se ocupa dos alimentos, dos nutrientes e de seus componentes.
A união entre ingestão, absorção e balanço ocasiona a obtenção de energia, manutenção das funções
físicas, biológicas e mentais. Utilização e excreção formam, desenvolvem e regeneram os tecidos.
Combinação dos processos pelos quais os organismos vivos recebem e utilizam os materiais
necessários para a manutenção de seus componentes.
econômicos
culturais
Figura 1
9
Unidade I
A nutrição compreende as seguintes fases: alimentação (ato voluntário que compreende a escolha,
preparação e consumo de alimentos), digestão, absorção e metabolismo (inicia-se a partir da digestão
dos alimentos, até o momento que o organismo utiliza seus componentes para manutenção e/ou
recuperação da saúde) e excreção (compreende a eliminação de parte dos componentes alimentares e
dos não utilizados).
Então, quais das imagens a seguir podem ser consideradas como alimento?
Figura 2 Figura 3
Figura 4 Figura 5
10
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
Saiba mais
Os alimentos podem ser classificados de acordo com a sua função, eles são de dois tipos, construtores
e energéticos.
Os construtores são responsáveis pela manutenção e pelo crescimento do organismo, bem como
pela renovação dos tecidos e células; formados de proteína, minerais e água.
Para Silva (2007) os reguladores cuidam da regulação das atividades do organismo, garantindo um
bom funcionamento das condições internas; formadas por água, fibra, minerais e vitaminas.
São substâncias que compõem os alimentos e que o organismo precisa para viver, para manter
a saúde e executar suas atividades. Eles fornecem energia para trabalhar, praticar esportes, para o
funcionamento dos órgãos, materiais para promover crescimento, cicatrização de feridas, substituição
de células envelhecidas etc.
• Leis da alimentação
Elas foram definidas por Pedro Escudero em 1937, e ainda hoje, são consideradas como a base de
uma alimentação saudável para qualquer indivíduo.
• Lei da quantidade
A quantidade de alimentos deve ser suficiente para cobrir as exigências energéticas do organismo e
manter em equilíbrio o seu balanço.
11
Unidade I
• Lei da qualidade
A dieta alimentar deve ser completa em sua composição, para oferecer ao organismo que é uma
unidade indivisível todas as substâncias que o integram. A variedade de alimentos fornece todos os
nutrientes necessários ao bom funcionamento do seu corpo.
Quando o organismo não recebe o aporte adequado de nutrientes, pode obtê-los de duas formas:
ativa e passiva, a primeira é a síntese de um nutriente a partir de síntese endógena (quando for possível)
e a segunda ocorre durante a mobilização de reservas.
Toda alimentação que cumpre essa lei é considerada completa. Quando um nutriente está em falta
ou reduzido na dieta, ela é considerada carente.
• Lei de harmonia
A quantidade dos diversos nutrientes que integram a alimentação deve guardar uma relação de
proporção entre si. O nosso organismo aproveita corretamente os nutrientes quando eles se encontram
em proporções adequadas. Assim, é importante haver um equilíbrio entre eles, pois as substâncias não
agem isoladamente, mas em conjunto.
• 55-75% de CHO;
• 10-15% PTN;
• 25-30% de LIP.
• Lei da adequação
12
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
No ser sadio em função de seus gostos, hábitos, tendências e situação socioeconômica; no doente, em
relação às condições do aparelho digestório, sintomas e síndrome, momento evolutivo da enfermidade.
2.1 Macronutrientes
Os macronutrientes são necessários em grandes quantidades diárias e são a base dos alimentos que
comemos. É importante comermos porções equilibradas de carboidratos, proteínas e lipídeos, de modo
que a dieta resulte em saúde para o organismo.
2.1.1 Carboidratos
Fazem parte desse grupo os glicídios, que são formados nos vegetais (fotossíntese), armazenados na
raiz, semente, fruto, caule e folha. Há duas exceções, lactose (açúcar do leite) e frutose (açúcar do mel).
Os monossacarídeos são chamados de açúcares simples, uma vez que não necessitam sofrer
transformação para serem absorvidos. São eles:
• glicose (dextrose): forma de açúcar que circula no sangue, oxida-se para fornecer energia, suas
fontes são mel, milho, uva etc.;
• frutose (levulose): açúcar das frutas, ele é o mais doce dos açúcares;
• maltose: glicose + glicose, açúcar do malte (semente em germinação) e obtido pela digestão do
amido no organismo.
13
Unidade I
Os polissacarídeos são formados por muitas unidades de monossacarídeos, podem ser digeríveis e
não digeríveis.
• Polissacarídeo digerível
— fibra alimentar
As ligações entre as unidades de açúcar não podem ser degradadas pelas enzimas humanas que não
liberam energia.
— fibra insolúvel: estrutura dura e fibrosa; não se dissolve na água; trata-se de celulose e
hemicelulose, além de estimular o movimento peristáltico.
— fibra solúvel: solúvel na água, formando um gel que aumenta o volume alimentar e retarda o
esvaziamento gástrico; pectina, gomas e mucilagens.
Suas funções são ser a principal fonte energética (4 kcal/g), poupar a utilização da proteína para
energia e formar o tecido adiposo.
As recomendações de CHO incluem entre 55 a 75% do VET (valor energético total), 10% de
carboidratos simples e a priorização do consumo de CHO complexo. Suas fontes alimentares são cereais
(arroz, trigo, milho, centeio e seus produtos), leguminosas (feijões, ervilha, lentilha, grão-de-bico (exceto
soja e amendoim)), além das hortaliças, que estão divididas em grupos:
• A (5% de CHO): abobrinha, acelga, agrião, berinjela, alface, couve, espinafre, pepino, repolho etc.;
• A (5 a 10% de CHO): caju, carambola, melancia, melão, goiaba, abacaxi, laranja, limão, maracujá,
pêssego, abacate (contém 19% de gordura);
• B (15 a 20% de CHO): ameixa, amora, cereja, damasco, figo, framboesa, maçã, mamão, manga,
pera, banana, caqui, uva.
14
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
Sensação de fome, fraqueza, suor frio, mãos e pés gelados, tontura, dor de cabeça, taquicardia,
tremores, falta de concentração, irritação e ansiedade.
• CHO complexo = precisam ser digeridos em unidades simples – por isso são absorvidos lentamente.
Figura 6 Figura 7
2.1.2 Lipídios
Trata-se de gordura ou ácidos graxos, uma substância insolúvel em água e uma importante
constituinte de todas as células. Podem ser classificados como lipídios simples (ácidos graxos), lipídios
compostos (líquido + fósforo), lecitina (transporte e utilização dos ácidos graxos), cefalina (importante
para coagulação sanguínea), esfingomielina (componente da bainha de mielina), glicolipídios (líquido
+ carboidrato) que se encontram no tecido nervoso e nas membranas celulares, lipoproteínas (líquido
+ proteína), quilomícrons (transportam a gordura digerida pelo sistema linfático para posterior
metabolização).
A lipoproteína de baixa densidade possui mais gordura e menos proteína. São de 2 tipos, VLDL (very
low density lipoprotein) e LDL (low density lipoprotein).
A lipoproteína de alta densidade tem mais proteína e menos gordura. É do tipo HDL (high density
lipoprotein).
15
Unidade I
Os lipídios derivados são produzidos a partir da hidrólise dos lipídios, eles podem ser ácidos graxos
saturados e não saturados, gliceróis e esteróis. As suas funções são fornecer a energia para o organismo
(9 kcal/g), armazenar a energia na forma de triglicerídeos, fornecer os ácidos graxos essenciais (ômegas),
conferir sabor à dieta, poupar proteína para a síntese tecidual, proteger órgãos vitais, controlar a
temperatura corporal (isoladamente térmico), envolver as fibras nervosas isolando-as eletricamente
e transmitindo impulsos nervosos, transportar vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K), além de diminuir a
secreção gástrica e retardar o tempo de esvaziamento gástrico, isto é, saciedade. Eles são constituintes
vitais da estrutura das membranas dos tecidos, ajudam a conduzir nutrientes e metabólitos através da
membrana e transportam o colesterol.
O HDL transporta colesterol dos tecidos ao fígado para ser excretado, enquanto o LDL conduz
colesterol para o tecido periférico. Eles também participam da formação dos ácidos biliares, hormônios
e ergosterol (percussor da vitamina D).
Observação
— 1 a 2% de ácido linolênico;
— ácidos graxos monoinsaturados (quantidade para completar a % total);
— < de 1% ácidos graxos trans;
— < 300 mg de colesterol.
• Fontes alimentares
• Gordura insaturada
• Gordura saturada
• Gorduras trans
Lembrete
• Colesterol
17
Unidade I
O endógeno contribui com 70% do total e é produzido a partir das gorduras saturadas.
O colesterol HDL é o bom colesterol, pois defende o organismo. Por outro lado, o LDL é o mau, pois
quando oxidado pode entupir as veias e artérias.
Tipos de gorduras Transaturadas Coma menos
Ômega 6
Presente em óleos vegetais, sementes e nozes. Pode reduzir o LDL e o colesterol total, mas
alto consumo pode abaixar o benéfício do colesterol HDL. Limite a 10% do total de sua
ingestão de calorias
Ômega 3
Presente em peixes gordurosos, óleos vegetais e nozes. Abaixa o nível de triglicérides e o
colesterol total. Alto consumo pode retardar a coagulação sanguínea
Coma
mais
Gorduras mono-insaturadas
Presente em azeite de oliva, abacate, amendoim. Abaixa LDL e o colesterol total.
Ingira a maior parte de gorduras desse tipo.
2.1.3 Proteínas
18
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
Recomendação diária
• aspectos qualitativos: qualidade proteica deve atingir no mínimo 6% e máximo de 10% (AVB).
Fontes alimentares
19
Unidade I
Saiba mais
Classificar o estado nutricional do indivíduo requer uma avaliação minuciosa, considerando vários
aspectos. Discutiremos o que implica tal avaliação, bem como as necessidades das recomendações
nutricionais.
O estado nutricional reflete o grau das necessidades nutricionais fisiológicas do indivíduo. O equilíbrio
entre a ingestão de nutrientes e os requerimentos nutricionais resulta nesse estado nutricional. Quando
se consomem os nutrientes adequados para satisfazer as carências diárias do corpo, incluindo qualquer
demanda metabólica aumentada, o indivíduo se aproxima de um estado nutricional ideal.
3.1 Antropometria
As medidas antropométricas mais utilizadas são: peso, estatura (comprimento ou altura), perímetro
cefálico, perímetro braquial e medidas de segmentos corporais, em pacientes com limitações físicas. Elas
possibilitam a construção de índices antropométricos, como: estatura para a idade, peso para a idade,
peso para a estatura e perímetros cefálico e braquial para a idade. A comparação desses índices entre as
crianças avaliadas e uma população de referência permite descrever se a condição antropométrica da
criança individualmente, ou do grupo, apresenta crescimento satisfatório.
A partir dos índices antropométricos são construídos indicadores, definindo-se níveis de corte que
permitam situar a criança dentro de uma faixa aceita como normal, de acordo com a referência do
crescimento utilizada.
meses e de estudos transversais com crianças entre 18 e 71 meses, desenvolvidos entre 1997 e 2003 em
6 países (Brasil, Estados Unidos, Omã, Noruega, Gana e Índia), representando os diferentes continentes.
Esse método de avaliação é realizado por intermédio de questionário desenvolvido por Detsky et
al. (1987), e posteriormente adaptado por Garavel et al. (1988). No questionário, constam dados de
anamnese e do exame físico. Tal avaliação, quando realizada por profissional treinado, é capaz de se
igualar à avaliação objetiva.
O cálculo da perda de peso (PP%), nos últimos 6 meses, deve ser realizado a partir da diferença entre
o peso corporal usual e o peso atual dividido pelo peso usual e o peso atual dividido pelo peso usual e
multiplicado por 100.
A perda de peso é útil como fator prognóstico. Assim, uma perda inferior a 10% do peso habitual
em período de 6 meses é considerada não significativa e possivelmente não terá consequências para o
indivíduo. Entretanto, perdas superiores a 15% em pacientes neoplásicos estão diretamente relacionadas
à sobrevida.
Ela apresenta maior complexidade e tem a grande vantagem de permitir um seguimento quantitativo
do estado nutricional do indivíduo.
A antropometria exibe os benefícios de ser não invasiva, de ser de fácil execução, baixo custo e
alta confiabilidade. Contudo, sofre interferência em sua acurácia em situações limítrofes do estado
nutricional, na presença de ascite ou edema, e exige a padronização de procedimentos e manutenção
periódica dos equipamentos.
21
Unidade I
A quantidade de alimentos deve ser suficiente para cobrir as exigências energéticas do organismo
e manter em equilíbrio o seu balanço.
Balanço Energético
Figura 9
• VET (valor energético total): o corpo humano dever repor a quantidade calórica consumida,
mediante um adequado aporte de alimentos, sobretudo, energéticos.
Segundo os autores, as necessidades energéticas são definidas como a ingestão de energia dietética
necessária para o crescimento ou a manutenção em pessoas de idade, sexo, peso e estatura definidos,
e o grau de atividade física desempenhada por elas. Em crianças, gestantes e lactantes, a necessidade
energética inclui aquelas associadas à deposição de tecidos ou à secreção de leite em taxas compatíveis
com uma boa saúde (IOM, 2005). Em pessoas enfermas ou feridas, o estressor pode aumentar ou diminuir
o gasto energético (Joffe et al., 2009).
Observação
Saiba mais
• Grupos populacionais
• Gestação
Fenômeno fisiológico que acarreta uma série de mudanças no organismo materno (40 semanas),
trata-se de um período de transição que faz parte do processo normal do desenvolvimento humano.
Grandes transformações, não só no organismo da mulher, mas no seu bem-estar, alterando seu
psiquismo e o seu papel sociofamiliar.
Suas etapas incluem, garantir o crescimento e desenvolvimento fetal, além de manter a higidez da
gestante e a recuperação pós-parto, permitindo à ela condições de saúde satisfatórias e estar apta ao
processo de lactação.
No primeiro trimestre, há modificações biológicas pela intensa divisão celular e observa-se nova fase
hormonal, enjoos e vômitos: restrição alimentar.
23
Unidade I
No segundo e terceiro trimestres, o meio externo exerce influências na condição do feto, algumas
delas são:
Ocorrem alterações hormonais, por exemplo, com mudanças no paladar, olfato e nas preferências
alimentares. Dentre elas, destacamos:
— momento de importantes reestruturações na vida da mulher e nos papéis que ela exerce;
• Nutriz
24
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
• Lactentes
• Pré-escolar
— apetite é inconstante;
• Escolar
— crescimento lento e constante, além do aumento da atividade física: ingestão alimentar aumentada;
— crescente maturação das habilidades motoras, ganho no crescimento cognitivo, social e
emocional;
— TGI: capacidade digestiva comparável ao adulto;
— alimentação x aproveitamento escolar.
• Adolescente
Fase de transição entre a infância e a idade adulta, compreendendo a faixa cronológica entre 10 a
20 anos (OMS).
• Puberdade
26
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
• Adulto
Saiba mais
Para conhecer mais a respeito da alimentação durante o envelhecimento,
consulte: FAZZIO, D. M. G. Envelhecimento e qualidade de vida – uma
abordagem nutricional e alimentar. Revisa – Revista de Divulgação
Científica Sena Aires, Brasília, vol. 1, n. 1, p. 76-88, 2012.
A nutrição materna é importante para a evolução da gestação, o estado nutricional é crítico tanto
para a mãe quanto para o filho. Os problemas de saúde materna devem ser controlados no pré-natal.
27
Unidade I
• ovariana: até 8 semanas, quando o corpo lúteo é o grande responsável pela produção dos
hormônios esteroides e há elevada secreção de hCG;
• placentária: após 8 semanas, quando a placenta se mostra autônoma para produzir os hormônios,
com paralela queda de hCG.
Volume e composição sanguínea apresentam uma elevação de até 50% sobre o volume do período
pré-gestacional. Tal expansão sanguínea acarreta diminuição dos níveis de substâncias circulantes como
a albumina e hemoglobina, retornando ao normal semanas após o parto.
Na dinâmica cardiovascular é comum a pressão arterial ter uma ligeira queda, em função da
vasodilatação periférica, necessária a maior perfusão sanguínea.
Na função respiratória o aumento do volume uterino leva à uma elevação do diafragma, que reduz
o tônus dos pulmões, pela ação da progesterona, que, por sua vez, promove maior ventilação pulmonar.
Nela, a gestante respira mais profundo e mais rápido.
28
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
No 1º trimestre, há náuseas, enjoos e vômitos; e, normalmente, pela manhã (elas levam à redução da
ingestão alimentar), também pode acontecer aumento de apetite e desejo por determinados alimentos.
Pica (picamalácia) é a ingestão de substâncias inadequadas, por exemplo, barro, amido, pasta de
dente, gelo etc. A progesterona diminui o tônus do cárdia.
Pirose apresenta sintoma reforçado pela elevação do esôfago e do estômago, refluxo gastresofágico,
menor motilidade intestinal com maior tempo de esvaziamento gástrico (progesterona), maior absorção
pela mucosa e obstipação.
A condição nutricional da gestante é avaliada, entre outros critérios, pelo ganho de peso ponderal
durante o período. A evolução ótima é o aumento de 9 a 12 kg.
Já o ganho de peso excessivo demonstra: macrossomia fetal, diabetes gestacional e hipertensão, além de
bebês acima de 4 kg que apresentam risco de morte superior com maior prevalência de partos cesáreos.
• Anemia
Ela pode induzir a partos prematuros e recém-nascidos de baixo peso, deve ser identificada e
tratada o quanto antes. Durante o parto quando há perda sanguínea, o percentual de hematócrito
deve ser adequado.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) tem repercussão direta no fluxo sanguíneo mãe-feto, além de
prejudicar o suprimento de nutrientes e oxigênio.
29
Unidade I
• Diabetes mellitus
Doença metabólica crônica, caracterizada pela hiperglicemia é responsável por elevados índices de
morbimortalidade perinatal (macrossomia e malformações fetais).
• Cigarro
• Álcool
As doses elevadas prejudicam o transporte de oxigênio pelo cordão umbilical, trazem prejuízo na
divisão das células (menor número e anormalidade nas que se formam), podendo causar lesões cerebrais
fetais no início da gestação.
• Cafeína
• Edulcorantes artificiais
A sacarina está associada a tumores malignos e prejuízo no crescimento das crianças; o ciclamato
está vinculado à redução de fertilidade e menor ganho de peso fetal e, ainda, o aspartame representa
risco de danos neurológicos fetais.
A gestação é o período de maior demanda nutricional do ciclo de vida da mulher, uma vez que
envolve rápida divisão celular e desenvolvimento de novos tecidos e órgãos.
Os complexos processos que ocorrem no organismo durante a gestação demandam uma oferta
maior de energia, proteínas, vitaminas e minerais para suprir as necessidades básicas e formar reservas
energéticas para mãe e feto. Seguem sugestões:
— aumentar o fracionamento das refeições (6x/dia); o consumo de proteína; ferro, cálcio e fibra,
além da ingestão de líquidos;
30
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
— evitar frituras e gorduras; o consumo de café, chá e mate; o uso abusivo de sal e açúcar de
adição; o consumo excessivo de edulcorantes e deitar após as refeições;
— mastigar bem;
• Energia
Durante a gestação, a mulher necessita de uma quantidade maior de calorias para suprir o elevado
gasto energético ocasionado pelo aumento da Taxa de Metabolismo Basal (TMB) e para formar os
depósitos de energia dos tecidos materno e fetal.
• Recomendações de proteínas
As proteínas envolvidas na síntese de novos ciclos, para garantir a melhor absorção de carboidratos
e lipídios, devem estar presentes numa média de 60 g/dia durante a gravidez, devendo 50% ser de alto
valor biológico (IOM, 2005).
• Folato
31
Unidade I
Deficiência: defeitos no fechamento do tubo neural (espinha bífida e anencefalia), aborto espontâneo,
pré-eclampsia, hemorragia, anemia megaloblástica (mãe).
O Ministério da Saúde no Brasil recomenda uma dose de 5 mg de ácido fólico/dia do 3º mês anterior
à gestação até o final da gestação.
• Cálcio
As suas funções são formação de ossos e dentes, contração muscular, transmissão de impulsos
nervosos e coagulação sanguínea.
• Ferro
As suas funções são síntese da hemoglobina (ptn que transporta O2) e síntese de enzima
ferro-dependentes.
Deficiência – mãe: anemia ferropriva; infecções puerperais, pica ou malacia, morte pré-natal
feto: prematuridade, baixo peso, aborto, aumento do risco de anemia no 1 ano de vida.
Saiba mais
32
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
• Colostro
Acontece nos primeiros dias pós-parto, tendo entre 2-20 ml por mamada. Possui características
laxantes, favorecendo a eliminação de mecônio (primeiras fezes); por sua vez, as imunoglobulinas
atapetam a mucosa intestinal, impedindo a aderência ou invasão de germes patogênicos.
A evolução para leite maduro se dá no período de 3-14 dias após o nascimento. Suas características
são alta densidade e pequeno volume, menos lactose, gordura e vitaminas hidrossolúveis com mais
proteínas, vitaminas lipossolúveis e minerais como zinco e sódio.
Consta, a seguir, o gráfico das necessidades energéticas médias conforme idade e quantidade de
energia fornecida pelo leite materno:
33
Unidade I
1000
800
Energia (kcal/dia)
600
400
200
0
0-2 3-5 6-8 9-11 12-23
Idade (meses)
Lacuna de energia Energia do leite materno
Figura 10 – Energia necessária conforme idade e quantidade fornecida pelo leite materno
100%
75%
50%
25%
0
Energia Proteína Ferro Vitamina A
Lacuna Fornecido por 550 ml de LM
• LM: proteínas
Dentre os mamíferos, o leite humano é o de menor concentração proteica, isto é, 0,8 a 0,9 g/100 ml,
mas perfeitamente adequada para o crescimento normal, sem sobrecarregar os rins imaturos do bebê.
Ele contém todos os aminoácidos essenciais em concentrações balanceadas.
• LV: alta concentração de caseína, com formação de coágulo firme (difícil digestibilidade,
esvaziamento gástrico mais lento) e com alta afinidade pelo cálcio, dificultando a sua absorção;
• LM: gorduras.
Componente mais variável do leite humano, com flutuações circadianas e picos no fim da manhã e
começo da tarde; também varia com a dieta materna.
34
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
Possui alta concentração no leite final (não limitar a duração das mamadas!).
São secretadas em glóbulos microscópicos, menores que as gotículas de gordura do leite de vaca. Os
triglicerídeos correspondem a 98% dos lipídios dos glóbulos.
Lactose é o principal carboidrato do leite humano, no qual é encontrado em maior quantidade. Ela
parece ser um nutriente específico na infância, pois a lactase só é encontrada em filhotes de mamíferos.
• OMS
Aleitamento materno exclusivo até seis meses de idade, introduzindo alimentos complementares a
partir dos 6 meses de vida, com estimulo à manutenção da amamentação até dois anos ou mais.
Se houver crescimento deficitário com LME nos primeiros 6 meses, avalie primeiro a técnica de
amamentação antes de recomendar a introdução de alimentos complementares. Em caso de má técnica,
com o não esvaziamento completo das mamas, levando à diminuição da produção de leite, a conduta de
escolha é orientar e apoiar a mãe para que o bebê aumente a ingestão do leite materno e não introduzir
a alimentação complementar desnecessariamente.
35
Unidade I
• dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos;
• a partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite
materno até os dois anos de idade ou mais;
• após seis meses dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas,
frutas, legumes), três vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia,
se estiver desmamada;
• a alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre
a vontade da criança; ela precisa ser espessa desde o início e oferecida com colher; começar
com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à
alimentação da família;
• oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada e colorida;
• estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições;
• evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos
primeiros anos de vida. Usar sal com moderação;
• cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos, garantindo o seu armazenamento e
conservação adequados;
• estimular a criança doente e convalescente a alimentar-se, oferecendo sua alimentação habitual
e seus alimentos preferidos, respeitando sua aceitação.
• Conceito
O alimento de transição é preparado especialmente para a criança, ele pode ser consumido pela
família e modificado para atender às habilidades da criança.
Por outro lado, as desvantagens da introdução tardia incluem déficit de nutrientes, retardo do
crescimento e desenvolvimento, fora o aumento do risco de desnutrição e de anemia.
36
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
Se o aleitamento materno não for possível, deve-se usar, preferencialmente, uma fórmula infantil
de seguimento.
Deve ser pesquisada história familiar de alergia, antes da introdução de novos alimentos. Frutas
devem ser oferecidas nessa idade preferencialmente, sob a forma de papas e sucos, sempre em colheradas.
Nenhuma fruta é contraindicada. Sucos naturais devem ser usados, preferencialmente, após as refeições
principais e não em substituição delas, em quantidade máxima de 240 ml/dia.
Quadro 2
A primeira papa como refeição principal deve ser oferecida entre o sexto e sétimo meses, no horário
de almoço ou jantar, podendo ser utilizados os mesmos alimentos da família, desde que adequados,
completando-se a refeição com a amamentação, enquanto não houver boa aceitação.
O sal deve ser usado em pouquíssima quantidade, assim como é necessário evitar caldos e condimentos
industrializados. O tempero precisa ser leve e oferecido sem exageros.
A papa deve ser amassada, sem peneirar nem liquefazer. Não se deve retirar a carne, assim como os
demais componentes.
A introdução de carne vermelha é importante nessa fase, visando não só o oferecimento de ferro
heme de elevada biodisponibilidade, como o de zinco.
O ferro e o zinco são essenciais para o sistema imune, desenvolvimento neurocognitivo e crescimento
pós-natal.
Recomenda-se que carne vermelha, frango ou peixe sejam consumidos diariamente ou com a maior
frequência possível.
Mãe retornando ao trabalho: antecipe a introdução de sopinha e frutas para 4 meses, mantendo o
aleitamento materno.
37
Unidade I
• Esquema 2-2-2
• Não oferecer
Água, pois ela aumenta o intervalo entre as mamadas e diminui o volume do leite ingerido,
diminuindo seu poder protetor e calórico.
Chás, grupos de flavonoides, fitatos, ácido fenólico, polifenóis, taninos inibem absorção de ferro, e
não curam as cólicas.
Açúcares, já que eles reduzem o apetite, não nutrem, competem com as refeições, provocam cáries
e cólicas.
O trigo pode favorecer o surgimento precoce das doenças celíacas em predispostos. Leite de vaca e
derivados têm alto poder alergizante, inibem absorção de ferro, sobrecarregam solutos renais).
Os itens são: leite modificado adequado à idade, sete a oito refeições ao dia, com intervalos de 3
horas, no primeiro mês.
Aumento progressivo dos intervalos entre as mamadas, com retirada das dietas noturnas por volta
do quarto ou quinto mês.
No sexto mês, os indicados são duas refeições lácteas, duas frutas e duas papinhas de sal.
38
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
• alimentação saudável: entendida como aquela que faz bem e promove saúde, devendo ser
orientada e incentivada desde a infância até a idade adulta;
• hábito alimentar;
• fator determinante;
• disponibilidade de alimentos;
• baixa renda;
• exclusão social;
• escolaridade inadequada;
• falta ou má qualidade de informação sobre nutrição pode restringir a adoção e a prática de uma
alimentação saudável.
Os fatores mencionados são fundamentais para uma vida saudável que inclua saúde, lazer e trabalho,
além de assim tratar e prevenir doenças.
Os alimentos devem ser de preferência consumidos em sua forma natural; adequados qualitativa e
quantitativamente; preparados de modo a preservar os valores nutritivos e os aspectos sensoriais. Eles
devem estar adequados do ponto de vista higiênico sanitário.
O adolescente tende a seguir os padrões e comportamentos de seu grupo social, com possíveis
distorções e alterações alimentares temporárias, como modismos, quantidades exageradas e rejeição a
determinados grupos alimentares.
O adolescente deve ser sempre orientado ao consumo alimentar saudável, como prevenção das
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).
39
Unidade I
4.2.7 Fibras
A quantidade de fibras que deve ser ingerida diariamente é 25 g. A ação delas é diminuir a absorção
de gorduras, aumentar o peristaltismo intestinal, atuar no combate ao colesterol, regular o tempo de
trânsito intestinal e apresentar alto poder de saciedade.
São fontes de fibras, vegetais e grãos, legumes, produtos com aveia e frutas.
Com relação à suplementação alimentar, afirma-se que o consumo de uma ampla variedade de
alimentos é preferível à suplementação nutricional como um método para obter as vitaminas e minerais
necessários.
Saiba mais
Adultos estão na fase ideal do ciclo de suas vidas para ocuparem-se com a promoção da saúde e
a prevenção de doenças por meio de aconselhamento nutricional por causa da combinação de sua
experiência de vida e influência.
Iremos abordar a especificidade desse grupo, moldando suas escolhas pessoais de estilo de vida
considerando os aspectos nutricionais.
Muitos consumidores estão atentos às questões associadas à alimentação e ao estilo de vida, estão
cientes das mensagens subtendidas como sendo conselhos para uma boa saúde, divulgadas pela mídia
ou por amigos e profissionais de saúde.
Contudo, as pessoas dificilmente deslocam-se do conhecimento dos fatos para a ação sem uma
motivação mais forte que outra promessa.
40
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
Consumidores não querem geralmente abrir mão de alimentos que gostam por medo de que os
alimentos mais saudáveis não terão um sabor agradável.
• Abordagem dietética
Trata-se das mudanças graduais nos alimentos e no estilo de vida. Os passos para a prevenção de
doenças e promoção da saúde são de responsabilidade pessoal.
Os adultos valorizam a escolha em sua cultura, mesmo que ela os conduza à pouca saúde, à doença
crônica e mesmo à morte.
Nos países desenvolvidos para a população adulta ativa profissionalmente grande parte de um dia
é gasta no local de trabalho.
Tem havido aumento de esforços, tanto nos setores públicos quanto nos privados, para promover
comportamentos e programas nutricionais positivos.
Não existe um adulto estereotipado quando se trata de estilos de vida, podem ser sós ou com
parceiros, com ou sem crianças, trabalhando em casa ou fora.
As refeições familiares, com todos reunidos à mesa, deram lugar ao atendimento expresso dentro do
carro ou em drive-throughs.
A rica abordagem sobre nutrientes é essencial; atingir tanto homens quanto mulheres com uma
mensagem compreensível e relevante, especialmente chefes de família é crítico.
• Recomendações
O guia alimentar para a população brasileira que promove a alimentação saudável, inclui:
41
Unidade I
— faça pelo menos 3 refeições (café da manhã, almoço e jantar) e 2 lanches saudáveis por dia.
Não pule as refeições;
— inclua diariamente 6 porções do grupo dos cereais (arroz, milho, trigo, pães e massas), tubérculos
como as batatas e raízes como a mandioca nas refeições. Dê preferência aos grãos integrais e
aos alimentos na sua forma mais natural;
— coma diariamente pelo menos 3 porções de legumes e verduras como parte das refeições e 3
porções ou mais de frutas nas sobremesas e lanches;
— coma feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, 5 vezes por semana. Esse prato brasileiro
é uma combinação completa de proteínas, sendo bom para a saúde;
— consuma diariamente 3 porções de leite e derivados e 1 porção de carnes, aves, peixes ou
ovos. Retirar a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes da preparação torna esses
alimentos mais saudáveis;
— consuma, no máximo, 1 porção por dia de óleos vegetais, azeite, manteiga ou margarina;
— evite refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos doces e recheados, sobremesas e
outras guloseimas como regra da alimentação;
— diminua a quantidade de sal na comida e retire o saleiro da mesa;
— beba pelo menos 2 litros (6 a 8 copos) de água por dia. Dê preferência ao consumo nos intervalos
das refeições;
— torne sua vida mais saudável. Pratique pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias
e evite bebidas alcoólicas e fumo.
No Brasil, idoso é considerado indivíduo com idade superior a 60 anos, nos países desenvolvidos 65
anos, nesse período há declínio do ritmo biológico.
É importante para a equipe de saúde preservar as funções físicas, psíquicas e sociais do idoso.
Há ansiedade frente ao desconhecido, que é a própria velhice, com dúvidas, medos e frequentemente
a culpa, em maior ou menor intensidade, por coisas que fez ou poderia ter feito.
42
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
Também ocorrem pressões e preconceitos sociais, além de aposentadoria, perda de entes queridos,
perda de autonomia e institucionalização.
— Boca: dentes (60% dos idosos com mais de 65 anos não possuem dentes naturais), próteses
mal-adaptadas, alterações da gengiva, dificuldade de mastigação e deglutição, digestão, atrofia
das papilas, saliva mais densa e alcalina, sensação de boca seca, glossite e anorexia.
— Diminui a produção de ácido clorídrico, absorção de B12 e ferro, além do aumento de tempo
de esvaziamento de líquidos.
— Alterações do EN
- medicamentos: horários;
- ingestão de líquidos;
— hábito intestinal: constipação, falta de mobilidade, redução da prensa abdominal e baixa ingestão
de fibras e água.
44
NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
— inclua diariamente 6 porções do grupo dos cereais e tubérculos nas refeições. Dê preferência
aos grãos integrais e aos alimentos na sua forma mais natural;
— coma diariamente pelo menos 3 porções de legumes e verduras como parte das refeições e 3
porções ou mais de frutas nas sobremesas e lanches;
— coma feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, 5 vezes por semana. Esse prato brasileiro
é uma combinação completa de proteínas, sendo bom para a saúde;
— consuma, no máximo, 1 porção por dia de óleos vegetais, azeite, manteiga ou margarina;
— beba ao menos 2 litros (6 a 8 copos) de água por dia. Dê preferência ao consumo nos intervalos
das refeições;
— pratique pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias e evite bebidas alcoólicas e
fumo.
45
Unidade I
Lembrete
Saiba mais
Resumo
Exercícios
Questão 1. (ENADE, 2013) A tabela a seguir apresenta exemplos das quantidades das porções dos
grupos de alimentos recomendadas para crianças de 12 a 24 meses de idade.
Tabela 3
A) As dietas com baixo teor de gordura e de colesterol são amplamente recomendadas para adultos
e também são indicadas para crianças durante os dois primeiros anos de vida.
B) A recusa alimentar, mesmo que mantidos os mesmos alimentos apresentados na tabela, é muito
frequente no segundo ano de vida, quando a velocidade de crescimento diminui em relação ao
47
Unidade I
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: a criança deve ingerir duas porções de gorduras ao dia. Os alimentos de origem
animal, como leite, iogurte e queijo, são importantes para o fornecimento de cálcio. As carnes são
importantes para o fornecimento de ferro às crianças. Entretanto, esses alimentos apresentam
gordura e colesterol. O consumo de óleos e de manteiga, muitas vezes utilizados na preparação dos
alimentos, deve ser moderado.
B) Alternativa correta.
Justificativa: a criança, no seu primeiro ano de vida, cresce velozmente, o que contribui para seu
apetite voraz. Nessa fase, a alimentação constitui um importante meio de prazer. Posteriormente, na
fase pré-escolar, há a queda na velocidade de crescimento da criança, associada ao menor apetite.
O ambiente que rodeia a criança passa a ser seu maior interesse, em detrimento da alimentação.
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: existem dois tipos de ferro que podem ser obtidos pela dieta: o ferro heme e o
ferro não heme. O ferro heme está presente em alimentos de origem animal, como carne bovina,
frango e peixe. O ferro não heme, além de também estar presente na carne, é encontrado em cereais
e outros vegetais. O ferro proveniente da dieta é absorvido pelas células da mucosa intestinal,
principalmente no duodeno. Ele é transportado pela corrente sanguínea e pelo fluido extracelular
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NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM
E) Alternativa incorreta.
3
1
A) O estímulo gerado pela sucção, indicada por 1, é prescindível para uma lactação bem-sucedida, uma
vez que são os hormônios prolactina e ocitocina, indicados por 4, os responsáveis, respectivamente,
pela produção e descida do leite materno.
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Unidade I
D) O leite materno produzido pela lactante adolescente apresenta teor proteico mais baixo que
o de uma lactante adulta, devido, principalmente, a diferenças na produção de hormônios,
indicada por 4.
E) Do ponto de vista fisiológico, é aconselhável que a mãe amamente seu filho em intervalos
regulares, para potencializar os estímulos indicados pelas setas 2 e 3 e manter uma boa produção
de leite materno.
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