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Revisão técnica
Fernanda Ferraz Lima
Wilson de Sousa Benjamin
© 2017 by Universidade de Uberaba
Universidade de Uberaba
Reitor
Marcelo Palmério
Editoração e Arte
Produção de Materiais Didáticos-Uniube
Projeto da capa
Agência Experimental Portfólio
Revisão técnica
Fernanda Ferraz Lima
Wilson de Sousa Benjamin
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
CDD 547
Sobre os autores
Apresentação................................................................................................. VII
Prezado(a) aluno(a).
Este é o livro de Química orgânica II. Nele, daremos continuidade aos estudos
sobre química orgânica, iniciados na etapa anterior. São quatro capítulos, assim
distribuídos:
No que se refere ao Capítulo 2, temos o estudo que trata das reações de substi-
tuição nucleofílica, sendo o conjunto de reações considerado como um dos mais
importantes nessa área do conhecimento. Essas reações são empregadas em
várias sínteses de bens de consumo.
Este livro, como os demais escritos especialmente para o seu curso, é o resultado
da dedicação e labor de toda uma equipe empenhada no seu sucesso durante
todo o curso. Por isso, esperamos que você aproveite ao máximo os estudos
apresentados aqui.
Bons estudos!
Capítulo Ácidos e bases
Fonética: a sonoridade
em
1 da línguaorgânica
química inglesa
Introdução
Iniciamos,
Ao estudaraqui, parte fundamental
o capítulo sobre ácidosdae sua formação
bases comogeral
em química professor de
II, você
línguater
deve inglesa: a fonética.
percebido que sãoPorém, além de
dois grupos desecompostos
dedicar aoinorgânicos
estudo dessade
importante
muita faceta da
importância. língua,
Assim, você deve se
aprendemos os preparar
conceitospara ensiná-la
de ácidos ao
e ba-
seu pela
ses grupodefinição
de alunos.
de Arrhenius, também de Bronsted‑Lowry e Lewis.
Neste capítulo, vamos analisar e estudar as substâncias orgânicas que
Você
possuem quecaráter
já iniciou ou e/ou
ácido iniciabásico.
agora Vamos
seus estudos
estudar da língua inglesa
e aprender como
certamente
reconhecê‑las e como equacionar os processos de liberação de HIsso
já teve dificuldades com a pronúncia desse idioma. +
ou
é
OHalgo
‑ esperado
, além de ocorrer
dos processos dejáneutralização
que se trata de umum
entre idioma
ácidocom origens
orgânico e
na língua anglo-saxã,
uma base orgânica. portanto, com características distintas de nosso
idioma de origem latina.
Objetivos
Apesar desse aspecto, por meio do estudo da fonética, é possível con-
seguir
Ao finaluma pronúncia
deste capítulo,inteligível
esperamos aosque falantes nativos
você seja e não
capaz de: nativos do
idioma, como frisa Underhill (200?, p.92) em:
• conceituar ácidos e bases, de modo em geral;
• identificar The aim of pronunciation
as propriedades ácidasteaching can no
e básicas delonger be to get stu-
um composto
orgânico; dents to sound [...] like native speakers, or more like the teacher
• classificar[…].
um The primary aim
composto must beem
orgânico to help learners
relação to communicate
ao seu caráter
ácido‑base;successfully when they listen or speak in English, often with
other non-nativedo
• aplicar o reconhecimento speakers.
caráter ácido‑base nas propriedades
dos compostos orgânicos;
O objetivo do ensino da pronúncia não pode ser mais fazer com que
• relacionar os conceitos de ácido e base em implicações sociais
os alunos soem como falantes nativos ou como seu professor. O obje-
e econômicas.
tivo primário deve ser ajudar os aprendizes a se comunicar com
2 UNIUBE
Esquema
O que veremos neste capítulo:
O
R C R = radical alquila ou arila
OH
importante!
O
R C
Apolar OH
Polar
R = Cadeia de carbonos
Conforme já discutido, um ácido é tanto mais forte quanto maior for a sua ten-
dência de gerar ou doar íons H+ (de acordo com a teoria de Bronsted‑Lowry ou
Arrhenius). Essa ionização pode ser mensurável por uma grandeza chamada
constante de ionização (Ki), mas como se trata de um ácido, utiliza‑se a ex-
pressão Ka (constante de acidez). Essa constante é escrita como o produto da
concentração das espécies ionizadas sobre as espécies não ionizadas.
saiba mais
O cheiro azedo do vinagre pode ser explicado usando‑se a expressão química que
representa a ionização do ácido etanoico (IUPAC) ou ácido acético (USUAL) em
água.
Esse equilíbrio pode ser deslocado para a direita ou para a esquerda, depen-
dendo da força do ácido. Assim sendo, quanto maior o Ka (constante de aci-
dez), mais deslocado para a direita estará o equilíbrio, tendo, portanto, maior
tendência de o ácido sofrer a ionização, liberando H+ e, portanto, mais ácido
será o composto. Dessa maneira, consegue‑se estabelecer que quanto maior
UNIUBE 9
o valor da constante de acidez (Ka), mais ácido será o composto, pois maior é
o grau de ionização em meio aquoso. Olhando para a equação anterior, você
pode observar que o ácido carboxílico sofre ionização.
O
R C O
ânion carboxilato
(estável)
Quando falamos que podem sofrer ionização não significa que, efetivamente,
todos esses grupos funcionais vão ionizar fornecendo íons H+. Vamos fazer uma
comparação entre as funções orgânicas que contêm o grupamento hidroxila na
estrutura química para entender a diferença entre os grupos funcionais. A seguir,
temos exemplos de alguns compostos (que podem ser entendidos como um
representante do grupo funcional) e seus respectivos valores de Ka, nos quais
podemos fazer uma análise comparativa da acidez dos compostos e, como
consequência, do grupo funcional.
Esses valores de Ka podem ser convertidos para seus pKa que expressam a
acidez de maneira mais visível. Para a conversão do Ka para pka se utiliza a
seguinte expressão:
UNIUBE 11
pKa = – log Ka
saiba mais
Essa acidez menor do etanol em relação à água é verdadeira para todos os alcoóis,
ou seja, os alcoóis não sofrem ionização em meio aquoso e não possuem tendência
em liberar íons H+, portanto, os alcoóis não possuem acidez considerável. Você deve
relembrar que o meio aquoso (água) é o referencial para a definição do caráter ácido
‑base, pelo conceito de Arrhenius.
Assim, é importante relembrar que, quando um ácido sofre ionização, é porque sua
base conjugada (ânion após a perda do íon H+) é fraca, ou seja, é estável por algum
efeito, normalmente, por efeito indutivo ou por efeito de ressonância.
formação de íons, inclusive de íons H+, o que caracteriza o ácido etanoico como
um ácido fraco, ou seja, que se ioniza em pequenas proporções.
saiba mais
Agora, o mesmo não acontece com alcoóis, pois o próton do grupo hidroxila do álcool
não é ácido suficiente, como explicado acima, para que a reação aconteça com as
bases inorgânicas citadas.
Quando um ácido carboxílico (ácido orgânico), ou fenol, reage com NaOH (hidró-
xido de sódio) em meio aquoso, levam à formação do respectivo sal orgânico.
UNIUBE 15
curiosidade
× × ×
Fazendo uma análise das constantes de acidez e seus respectivos pKa (pKa ácido
cloroetanoico = 2,85, pKa ácido dicloroetanoico = 1,25 e pKa ácido tricloroetanoico =
0,63) para cada composto apresentado anteriormente, observa‑se que a substituição
de um átomo de hidrogênio por um átomo de cloro faz a força do ácido aumentar,
ou seja, a ionização é maior para o composto que possui o átomo de cloro.
× ×
• Grupos eletroatraentes:
–F, –Cl, –Br, –I, –NO 2 (nitro), –OH, –CN (nitrilo), –SO 3H (sulfônico) e
–COOH.
• Grupos eletrorrepelentes:
Baseado nesses efeitos, o ácido carboxílico mais forte (maior ionização) é o que
contiver o maior número de grupos ou átomos eletroatraentes. Assim sendo, o
ácido tricloroetanoico e o trifluoretanoico, bem como o ácido pícrico, são ácidos
muito fortes.
20 UNIUBE
OH
O2N NO2
Cl O F O
Cl C C F C C
O H O H
Cl F
NO2
ácido tricloroetanóico ácido trifluoretanóico
ácido pícrico
Ka = 2,3 x× 10-1 Ka = 1,3 x× 10 -1
Ka = 4,2 x× 10-1
As aminas são compostos orgânicos que podem ser classificadas como primá-
ria (apenas um radical orgânico ligado ao nitrogênio), secundária (dois radicais
orgânicos ligados ao nitrogênio) e terciária (três radicais orgânicos ligados ao
nitrogênio).
R N H Amina primária
H
R N R Amina secundária
H N H
H
H
Amônia
(composto inorgânico) R N R Amina terciária
R
H
d
R N H + d O R N H + OH (aq.)
d
H H (aq.)
H H
Amina primária
H
d
R N H + d O R N H + OH (aq.)
d
H H (aq.)
R1 R1
Amina secundária
H
d
R N R2 + O R N R2 + OH (aq.)
d d
H H R1 (aq.)
R1
Amina terciária
hidroxila caracteriza o meio básico
UNIUBE 23
saiba mais
Assim sendo, quanto mais anéis aromáticos ligados ao nitrogênio, menor o caráter
básico, ou seja, menor a força básica.
A basicidade, diferente das aminas alifáticas e aromáticas, pode ser mais bem
compreendida através do estudo dos efeitos indutivos e de ressonância. Veja
a figura a seguir:
Assim sendo, aminas alifáticas são mais básicas que a amônia e aminas aro-
máticas são menos básicas que a amônia.
O
a) R NH2 b) R C NH2
amina amida
R = radical de carbono R = hidrogênio ou radical de carbono
Observe que a diferença entre uma amina e uma amida está no fato de que o
nitrogênio da amida está ligado a um grupamento carbonila (C=O), enquanto o
26 UNIUBE
O O
R C R C
NH2 NH2
saiba mais
SAIBA MAIS
g l
1.4 Conclusão
Introdução
Este capítulo contempla aspectos importantes referentes às reações
orgânicas que ocorrem via substituição nucleofílica. Inicialmente, são
apresentadas algumas considerações a respeito dos principais conceitos
relacionados com este tipo de reação. Em seguida, é feita uma aborda-
gem sobre os mecanismos envolvidos nos processos correspondentes
a ela e os aspectos cinéticos. Serão tratados os efeitos de algumas
variáveis sobre esses mecanismos via SN1 e SN2, buscando explicar
resultados experimentais, com base em conceitos teóricos adquiridos
ao longo do curso.
Objetivos
Ao final deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
O que veremos neste capítulo:
Neste sentido, iremos estudar dois importantes mecanismos pelos quais uma
grande quantidade de reações ocorrem. Estes dois mecanismos são denomina-
dos de SN1 (substituição nucleofílica de 1ª ordem) e SN2 (substituição nucleofílica
de 2ª ordem). Essa ordem está relacionada à lei de velocidade, à qual cada
reação está submetida.
UNIUBE 33
Em que X = F, Cl, Br ou I.
Do esquema anterior, podemos observar que todos os halogênios são mais ele-
tronegativos do que o carbono. Deste modo, a ligação estabelecida entre o car-
bono e o halogênio é polarizada, conforme o esquema apresentado a seguir:
Não será feito, ainda, um estudo aprofundado sobre estereoquímica e sobre estereoi-
someria (isomeria óptica). Esses assuntos serão abordados nos próximos capítulos.
Voltaremos nossa atenção para a cisão heterolítica, por ser esta bem mais co-
mum do que a cisão homolítica.
36 UNIUBE
O par de elétrons da ligação C–O, no metanol, pode ser considerado como tendo
sido doado pelo íon hidróxido, enquanto o par de elétrons da ligação C – Br parte
com o grupo de saída que é o íon brometo (Br‑). O nome deste tipo de reação
é abreviado por SN, em que S significa substituição e N significa nucleofílica.
Reações deste tipo são muito importantes no nosso cotidiano, pois elas podem
levar à formação de compostos nos quais haverá formação de uma nova ligação
entre o átomo de carbono no grupo alquila, R, podendo ser com o cloro, bromo,
iodo, oxigênio, carbono, nitrogênio ou fósforo, dependendo da natureza do
nucleófilo que está sendo utilizado.
a) Mecanismo A:
b) Mecanismo B:
saiba mais
A única dúvida que podemos ter, quanto a um haleto orgânico seguir o meca-
nismo SN1 ou SN2 em uma reação de substituição, está relacionada ao derivado
de haleto de alquila secundário. Este pode reagir tanto por um quanto por outro
mecanismo.
UNIUBE 41
O efeito estérico que nos interessa aqui é aquele relacionado com a dificuldade
que o nucleófilo encontra para realizar o ataque nucleofílico, via SN2. No estado
de transição de uma reação do tipo SN2 (sincronizado), o átomo de carbono que
está sofrendo o ataque está unido ao grupamento de saída, e fica, momenta-
neamente, pentacoordenado (cinco ligações). Os ângulos entre os grupos subs-
tituintes diminuem de um ângulo tretraédrico (109,5º) para, aproximadamente,
90º, fazendo com que os grupos substituintes sofram grande repulsão entre si,
dificultando a reação.
Quanto maiores forem os substituintes, maior será a repulsão. Nós podemos ver,
facilmente, este efeito do impedimento estérico se compararmos as estruturas
a seguir:
O oposto é verdadeiro para reações via SN1. A etapa lenta, como já vimos, é
simplesmente a perda de um grupo abandonador (X) para formar o carbocátion.
O material de partida é, também, tetraédrico (quatro ângulos de 90º), e no car-
bocátion formado (intermediário) existem apenas três ângulos de 120º, o que
leva a uma repulsão menor entre os substituintes, já que não se têm, agora,
ângulos de 90º.
Esta é uma “suposição” razoável, pois um alquila secundário reage muito len-
tamente por essa via.
saiba mais
A verdade é que alquilas terciários reagem de modo rápido via SN1, e mesmo que
reagissem via mecanismo SN2, a velocidade com que a reação acontece para alqui-
las terciários é lenta, o que faz com que a quantidade de produto via SN2 seja muito
pequena.
Para se ter uma ideia, para compensar a diferença de velocidade entre as vias
SN1 e SN2, a concentração do nucleófilo deveria ser da ordem 100 mol/L e isto é
praticamente impossível. Mesmo a água pura tem sua concentração da ordem
de 55 mol/L. Experimentalmente, você perceberá apenas o mais rápido dos
mecanismos.
44 UNIUBE
saiba mais
2.1.9 Nucleófilo
Quanto mais fraca for a ligação entre o carbono e o grupo de saída, maior será
a velocidade da reação, tanto via SN1 quanto via SN2. Para efeito de compara-
ção, observe os dados, a seguir, referentes aos haletos (grupos de saída para
reações) em reações SN1 e SN2:
UNIUBE 45
Podemos observar que é mais fácil quebrar uma ligação entre C – I do que en-
tre C–F. Dos exemplos apresentados na tabela anterior, o iodo é melhor grupo
abandonador, possibilitando a maior velocidade para a substituição nucleofílica
em relação aos outros, anteriormente apresentados.
Podemos, também, ver uma importante relação com a acidez, ou seja, o ácido
mais forte é o ácido mais ionizável, que é o HI que forma H+ e I– em meio
aquoso. Este resultado é bastante coerente, pois o iodo é o melhor grupo de
saída, enquanto o flúor, que forma o ácido mais fraco (HF), é um péssimo grupo
abandonador.
2.1.11 Solvente
Solvente aprótico
O solvente desempenha um importante papel, tanto na via Solvente que não tem
SN1 quanto na via SN2. Porém, tal função difere de uma potencial para liberar
íons H+ em meio
via para outra. No mecanismo via SN2, devemos empregar aquoso.
solventes apróticos (que não contenham os grupos –OH
Solvente prótico
e –NH). Na via SN2, estes solventes não estabilizam, por
solvatação, o nucleófilo, deixando‑o mais reativo (menos Solvente com
potencial para liberar
estável). Caso façamos emprego de um solvente prótico, íons H+ em meio
aquoso.
a reação diminuirá sua velocidade, pois, agora, devido à
46 UNIUBE
No caso da via SN1, os solventes próticos e polares são os mais indicados. Esse
solvente irá estabilizar o intermediário carbocátion, fazendo com que a reação
ocorra mais rapidamente, pela diminuição da energia de ativação. No quadro
a seguir são listados alguns solventes apróticos e próticos. Observe‑o, com
bastante atenção!
Na sequência serão apresentadas as atividades de aprendizagem. Aproveite‑as bem
para que possa sedimentar os conhecimentos que está construindo sobre o assunto
deste capítulo. Bom trabalho!
UNIUBE 47
Uma ligação dupla de uma carbonila é constituída por uma ligação σC-O e uma
ligação πC=O. Ambos os átomos – carbono e oxigênio – possuem uma hibridiza-
ção sp2 que fornece uma geometria trigonal plana com o ângulo de 120o entre
os três orbitais sp2 e um orbital p perpendicular ao plano formado pelos orbitais
hibridizados. Um orbital sp2 de cada átomo está envolvido na ligação σC-O, en-
quanto os outros dois orbitais sp2 do átomo de carbono estão envolvidos em
outras duas ligações σ e os dois orbitais sp2 do átomo de oxigênio acomodam
os dois pares de elétrons não ligantes. O orbital p puro presente em cada um
dos átomos está envolvido na ligação πC=O.
Como pode ser observado, o carbono carbonílico das três moléculas apresenta
uma carga positiva, enquanto o oxigênio apresenta uma carga negativa.
O formaldeído é o mais reativo dos três porque sua carbonila é a que sofre o
menor efeito de estabilização. O grupo alquila -CH3 (metila) pode doar densidade
eletrônica por efeito indutivo, diminuindo assim a reatividade da carbonila, en-
quanto um substituinte como o átomo de hidrogênio não pode. Da mesma forma,
o acetaldeído é mais reativo que a acetona porque sofre efeito de estabilização
de apenas uma metila, enquanto a acetona sofre o efeito de dois grupos metila.
Essa é uma das razões da maior reatividade de aldeídos diantes da a adição
nucleofílica do que a de cetonas. Grupos alquila maiores contribuem ainda mais
para o efeito indutivo.
Desta forma, existem dois mecanismos principais para a reação de adição nu-
cleofílica: o primeiro envolvendo um nucleófilo forte e o segundo envolvendo um
nucleófilo fraco com catálise ácida.
Em uma segunda etapa, o oxigênio muito mais básico do ânion alcóxido rapida-
mente aceita um próton de um ácido presente no meio levando o álcool como
produto final.
rápida, gerando um cátion oxiânion. Essa carbonila protonada é muito mais re-
ativa, uma vez que o carbono da carbonila agora apresenta uma carga positiva.
Na segunda etapa, o nucleófilo fraco ataca a carbonila protonada que é mais
reativa que a carbonila não protonada, levando a um intermediário tetraédrico.
Essa é a etapa lenta da reação. Em uma terceira etapa uma base remove o
próton do átomo carregado, regenerando assim o ácido. Observe que nessa
reação é necessário apenas uma quantidade catalítica de ácido para que a re-
ação ocorra, uma vez que o ácido é regenerado na etapa final e fica disponível
para protonar uma outra carbonila.
54 UNIUBE
A importância dessas reações reside no fato de que uma nova ligação carbono-
-carbono é formada, mas mantendo-se os grupos já ligados ao carbono car-
bonílico e ao reagente de Grignard e introduzindo um grupo álcool que pode
ser posteriormente convertido em uma variedade de outros grupos funcionais
permitindo-se assim a síntese de novos compostos.
Exemplo de reação:
58 UNIUBE
Exemplo de reação:
60 UNIUBE
Um íon hidreto, devido à sua alta densidade de carga e ao tamanho do seu or-
bital 1s, só pode agir como uma base e nenhuma reação de ataque nucleofílico
de um íon hidreto é conhecida. Entretanto reações de redução de compostos
carbonilados podem ser realizadas com outros compostos com hidrogênio nu-
cleofílico. Os dois mais comuns são o borohidreto de sódio (NaBH4) e o hidreto
de lítio alumínio (LiAlH4).
UNIUBE 61
O átomo central desses compostos possui uma carga negativa, uma vez que
existem quatro outros átomos ligados a esses elementos do grupo 13. Dessa
forma, o par de elétrons da ligação B-H pode agir como um nucleófilo em um
ataque a uma carbonila.
Exemplo de reação:
Outros agentes redutores, como o borano (BH3), podem ser utilizados para
reduzir grupos carbonílicos ricos em elétrons como os ácidos carboxílicos e
amidas de forma mais rápida.
Exemplo de reações:
UNIUBE 67
A primeira etapa de uma reação de uma amina primária com um aldeído ou ce-
tona envolve o ataque nucleofílico do par de elétrons do nitrogênio ao carbono
carbonílico do aldeído ou cetona, seguido de uma transferência de próton. O
produto formado é um hemiaminal, no qual um grupo hidroxila e um grupo amino
estão ligados a um mesmo átomo de carbono. Esse intermediário hemiaminal
sofre então uma desidratação, levando à formação de uma imina, um composto
que contém uma dupla ligação carbono-nitrogênio.
68 UNIUBE
Essas iminas com substituintes eletronegativos são mais estáveis por partici-
parem da deslocalização da dupla ligação da imina. Esses derivados também
podem ser utilizados para identificar um determinado composto carbonílico des-
conhecido, uma vez que esses derivados de imina geralmente são sólidos relati-
vamente insolúveis com pontos de fusão característicos. Portanto, ao converter
um aldeído ou cetona em uma oxima ou hidrazona, pode-se determinar o seu
ponto de fusão e comparar com valores de compostos conhecidos, fornecendo
uma indicação de qual era o composto carbonílico desconhecido.
Exemplo de reação:
70 UNIUBE
Exemplo de reação:
2.2 Conclusão
Solventes: para favorecer os mecanismos via SN2, o ideal seria usar solventes
polares apróticos, pois, do contrário, poderiam estabilizar o nucleófilo e não o
grupo de saída.
Capítulo Derivados de ácidos
3 carboxílicos
Introdução
Neste capítulo serão abordadas as funções orgânicas, Ácidos carboxílicos
e você perceberá que algumas delas são semelhan-
Os ácidos carboxílicos
tes. Os derivados de ácidos carboxílicos são fun- são caracterizados
ções orgânicas obtidas a partir de modificações nos pela presença do
grupamento carboxila
ácidos carboxílicos por meio de reações químicas. (um carbono sp2 ligado
a um oxigênio por uma
ligação dupla e a um
São considerados derivados de ácidos carboxílicos: os grupamento hidroxila
por uma ligação
haletos de ácidos, os anidridos, os ésteres e as amidas. simples), ligado a um
Reconhecer essas funções, saber como são obtidas radical orgânico, que
pode ser alquila ou arila.
a partir dos ácidos carboxílicos e entender como se
comportam são os objetivos deste roteiro de estudo.
Objetivos
Ao final deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
O que veremos neste capítulo:
importante!
saiba mais
Os ésteres também podem ser obtidos diretamente do ácido carboxílico por meio
de reação a quente com um álcool, tendo como catalisador um ácido mineral,
normalmente ácido sulfúrico, como acontece na Esterificação de Fisher.
UNIUBE 85
SAIBA MAIS
Os tioésteres são ésteres com um átomo de enxofre no lugar do oxigênio e são obtidos
pela reação entre um cloreto de acila e um tiól (composto semelhante a um álcool,
apenas com enxofre no lugar do oxigênio do álcool), conforme equação a seguir:
Uma amida pode ser considerada também uma substância que tem um grupo
NH2, NHR ou NR2 no lugar de um grupo OH de um ácido carboxílico. São no-
meadas usando‑se o nome do ácido, sem a palavra ácido, e substituindo‑se a
terminação oico por amida. Note alguns exemplos:
UNIUBE 87
As amidas são facilmente obtidas pela reação de um haleto de acila com amônia,
aminas primárias ou secundárias.
88 UNIUBE
Os anidridos são formados pela perda de uma molécula de água de duas molé-
culas de ácidos carboxílicos. Portanto, a palavra anidrido significa “sem água”.
Exemplo geral:
importante!
Os cloretos de acila são as espécies mais reativas e as amidas as menos reativas frente
à adição nucleofílica. Essa ordem de reatividade atribuída depende da basicidade do
substituinte. Bases mais fracas retiram mais elétrons do carbono carbonílico deixando‑o
com maior deficiência eletrônica, facilitando o ataque nucleofílico. Grupamentos que
retiram elétrons do carbono carbonílico, como os haletos, tornam o carbono carbonílico
bastante eletrofílico e, portanto, mais reativo frente a um nucleófilo.
Os anidridos de ácido não reagem com o cloreto de sódio (ou brometo de sódio),
uma vez que o íon haleto que entra é uma base mais fraca que o íon carboxilato
que sai:
Assim, como o íon haleto recebido é a base mais fraca, ele será expulso do
tetraédrico.
Um anidrido ácido reage com um álcool para formar um éster e um ácido car-
boxílico.
UNIUBE 93
Um anidrido ácido reage com água para formar dois equivalentes do ácido
carboxílico.
Um anidrido ácido reage com uma amina para formar uma amida e um ácido
carboxílico.
Nesta última reação, de anidrido ácido com uma amina, dois equivalentes de
amina devem ser usados, com vistas a garantir que tenha na reação quantidade
suficiente de amina para reagir com o próton produzido.
Observe que nas três reações ilustradas, o nucleófilo que entra, após a perda
do próton, é uma base mais forte do que o íon carboxilato que sai.
Ésteres não reagem com íons de haleto ou íons carboxilato, uma vez que esses
nucleófilos são bases mais fracas que o grupo de saída RO- do éster.
HIDRÓLISE
Reação geral:
Observe que nessa reação existe equilíbrio com o reverso e este pode ser
deslocado para a direita se há excesso de água no meio reacional, ou para a
esquerda, se a água formada for removida durante o processo.
TRANSESTERIFICAÇÃO
Reação geral:
AMINÓLISE
Reação geral:
Exemplo de aminólise:
102 UNIUBE
3.3 Conclusão
Estudamos neste capítulo um pouco mais sobre ácidos carboxílicos e seus res-
pectivos derivados. Dessa forma, foram apresentados os mecanismos de reações
para obtenção de haletos orgânicos, ésteres, amidas e anidridos orgânicos, e o
mecanismo reverso de reação para a obtenção do ácido carboxílico a partir de
seus derivados. Por fim, para auxiliar na compreensão desses caminhos rea
cionais, apresentamos ainda as reatividades dos radicais orgânicos envolvidos
em cada situação, explicando assim as diferentes velocidades de reações.
Referências
BRUICE, Paula Yurkanis. Organic Chemistry. 4th ed. Kaplan, 2004.
CAREY, Francis A., GIULIANO, Robert M. Organic Chemistry. 9th ed. New York: McGraw
Hill, 2014.
CLAYDEN, Jonathan, GREEVES, Nick, WARREN, Stuart. Organic Chemistry. 2nd ed.
Oxford: Oxford University Press, 2012.
SOLOMONS, Graham, FRYHLE, Craig, SNYDER, Scott. Organic Chemistry. 11th ed. Wiley,
2014.
O estudo de reações
Capítulo
de adição ao grupo
4
carbonila
Introdução
Em capítulos anteriores, procuramos fazer um apanhado geral das
funções orgânicas. Dentre as que contêm o grupo carbonila, podemos
citar os aldeídos e as cetonas. Essas duas funções orgânicas foram
apresentadas e discutidas, como, por exemplo, suas propriedades
físico‑químicas e sua nomenclatura, na unidade “Ácidos e bases em
química orgânica”, no Capítulo 1. Naquela unidade, porém, não foram
discutidas as reações químicas de adição que ocorrem no grupamento
carbonila.
Objetivos
Ao final deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
O que veremos neste capítulo:
R = H ou C
Pode‑se perceber que o grupo carbonila possui um caráter polar, pois o oxigênio
é mais eletronegativo que o carbono, deixando o carbono com uma deficiência
de elétrons (carbono eletrofílico) e, portanto, com uma carga parcial positiva,
enquanto o oxigênio apresenta uma carga parcial negativa. Dessa maneira, o
grupo carbonila pode sofrer reações de adição nucleofílica ao carbono carboní-
lico (deficiente de elétrons), ou ainda sofrer reações com espécies eletrofílicas
devido ao caráter eletronegativo do átomo de oxigênio do grupo carbonila. Assim,
106 UNIUBE
várias reações podem ocorrer com esse grupo, em que as mais comuns estão
representadas no esquema a seguir:
entanto, não é o nosso objetivo colocar nesta unidade todas as reações, mas
orientar o estudo das principais reações.
A reação de adição ao grupo carbonila pode ser catalisada por meio básico ou
por meio ácido, levando nos dois casos aos produtos de adição nucleofílica a
aldeídos e cetonas.
Neste tipo de mecanismo, inicialmente ocorre uma interação do meio básico com
a água (etapa rápida da reação), deixando a hidroxila da água bastante nucleo-
fílica para o ataque nucleofílico (espécie com grande densidade de elétrons) ao
carbono eletrofílico do grupamento carbonila (etapa lenta do processo, portanto
determinante da velocidade).
Em seguida, este carbono passa de hibridização sp2 para sp3, e o par de elétrons
da ligação π desloca‑se para o oxigênio, gerando uma espécie chamada de íon
alcóxido. Logo após, essa espécie sofre protonação, geralmente do solvente
prótico (solvente que é capaz de doar prótons) do meio reacional, como a água
ou o álcool, ou através do ácido conjugado da base, para resultar no produto final,
neste caso um hidrato. Observe, a seguir, o mecanismo de adição nucleofílica
em meio básico e aquoso.
108 UNIUBE
rápido
H2O + B B H OH (1)
lento O- +
B H OH + C O C + BH (2)
2 3 OH
sp sp
-
O + rápido OH
C + BH C +B (3)
OH 3
OH
sp
devagar + -
C O + HA C O H +A
+ rápido OH
C O H + H2O C
OH2
OH rápido OH
+A
- C + HA
C
OH
OH 2
Hidrato
UNIUBE 109
O grupamento cianeto (CN‑) pode ser obtido quando o ácido cianídrico é borbu-
lhado em água, onde sofre pequena ionização (ácido fraco), levando à obtenção
de H+ e CN‑, ou pela adição do íon cianeto na forma de sal (cianeto de sódio
ou potássio) em meio aquoso. Essas espécies geram o íon cianeto que possui
uma carga negativa, tendo, portanto, propriedades nucleofílicas, o qual ataca
o carbono eletrofílico do grupamento carbonila, levando à obtenção de uma
haloidrina (produto que contém um carbono ligado a um grupo hidroxila e a um
grupo nitrila), produto de adição após captura de um próton do meio.
-
rápido
HCN + A HA + CN -
-
lento O-
C O + CN C
CN
OH
O- rápido
C HA C + A-
+
CN CN
Cianoidrina
relembrando
+ subprodutos
álcool
íon hidreto íon alcóxido
(instável)
O OH
O H+
+ H H3C C H3C C + subprodutos
a) C CH3
H3C CH3
CH3 H H
O OH
O H+
+ H H3C C H3C C + subprodutos
b) C CH2CH3
H3C CH2CH3 CH2CH3
H H
íon alcóxido butanol-2
Butanona íon hidreto (instável) (álcool secundário)
O OH
O H+
+ H H3C C H3C C + subprodutos
c) C H
H3C H H
H H
Etanal íon hidreto íon alcóxido etanol
(instável) (álcool primário)
O O OH
H+
C + H H3CCH2 CH2 C H3CCHCH2 C + subprodutos
d) H3CCH2CH2 H H H
H H
Butanal íon hidreto íon alcóxido butanol
(instável) (álcool primário)
Aldeídos e cetonas reagem com aminas primárias (R‑ NH2) para formar uma
imina, que é uma substância que apresenta uma ligação dupla carbono
‑nitrogênio.
Esse composto é obtido através de uma reação entre uma substância carbo-
nilada (aldeído ou cetona) e uma amina primária, sendo chamada de base de
Schiff. Veja a reação.
H H
R R
C C + H2O
R C O + R'-NH2 R C N
H amina H R'
primária
aldeído ou
Imina
cetona
(base de Schiff)
H+
a) C O + CH3CH2NH2 C NCH2CH3 + H2O
H etilamina H
(amina primária) imina
benzaldeído
(aldeído)
CH3CH2 CH3CH2
H+
b) C O + H2NCH2 C NCH2 + H2O
CH3CH2 CH3CH2
benzilamina imina
3-pentanona (amina primária)
(cetona)
a) C O + CH3CH2NH2 C NCH2CH3 + H2O
H etilamina H
(amina primária) imina
benzaldeído
(aldeído)
114 UNIUBE
CH3CH2 CH3CH2
H+
b) C O + H2NCH2 C NCH2 + H 2O
CH3CH2 CH3CH2
benzilamina imina
3-pentanona (amina primária)
(cetona)
ciclo-hexanona
ciclo-hexanona
ciclo-hexanona
A grande maioria dos hidratos não é estável para serem isolados. Como a
água é um nucleófilo fraco, ela se adiciona lentamente ao grupo carbonila.
Dessa maneira, o uso de um catalisador ácido aumenta a velocidade de
formação do hidrato. Veja, a seguir, o mecanismo para formação do hidrato
em meio ácido.
Kequilíbrio
O OH
H3C C CH3 -3
a) C + H2O 2 x 10
H3C CH3
OH
acetona
99,8% Hidrato
0,2%
O OH
OCH3
OH
O HCl HCl
+ CH3OH H3C C H + H2O
a) + CH3OH H3C C H
C
H3C H OCH3
OCH3
acetaldeído acetal
hemiacetal
OCH3
OH
O HCl HCl
+ CH3OH H C H + H2O
b) + CH3OH H C H
C
H H OCH3
OCH3
formaldeído acetal
hemiacetal
UNIUBE 119
OCH3
OH
O HCl HCl
H3C C CH3 + H2O
+ CH3OH H3C C CH3 + CH3OH
C
H3C CH3 OCH3
OCH3
propanona cetal
hemicetal
(cetona)
Essa mesma reação pode ser realizada com aldeídos e cetonas reagindo com
tióis (RSH), para formar tioacetais e tiocetais. Veja o exemplo a seguir.
SCH3
OH
O HCl HCl
+ CH3SH H3C C H + H2O
a) + CH3SH H3C C H
C
H3C H SCH3
metanotiol SCH3
acetaldeído tioacetal
hemiacetal
SCH3
OH
O HCl HCl
H3C C CH3 + H2O
b) + CH3SH H3C C CH3 + CH3SH
C
H3C CH3 SCH3
SCH3
metanotiol
propanona tiocetal
hemiacetal
SCH3
OH
O HCl HCl
+ CH3SH H3C C H + H2O
a) + CH3SH H3C C H
C
H3C H SCH3
metanotiol SCH3
120acetaldeído
UNIUBE hemiacetal
tioacetal
SCH3
OH
O HCl HCl
H3C C CH3 + H2O
b) + CH3SH H3C C CH3 + CH3SH
C
H3C CH3 SCH3
SCH3
metanotiol
propanona tiocetal
hemiacetal
saiba mais
H
H
P(C6H5)3
O
+
vitamina A (aldeído)
β-caroteno
122 UNIUBE
Muitas reações químicas simples são utilizadas em processos industriais com resul-
tados excelentes na obtenção de moléculas complexas, como a vitamina A.
4.5 Conclusão
Anotações
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UNIUBE 127
Anotações
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