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Revisão técnica
Fernanda Ferraz Lima
Wilson de Sousa Benjamin
© 2017 by Universidade de Uberaba
Universidade de Uberaba
Reitor
Marcelo Palmério
Editoração e Arte
Produção de Materiais Didáticos-Uniube
Projeto da capa
Agência Experimental Portfólio
Revisão técnica
Fernanda Ferraz Lima
Wilson de Sousa Benjamin
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
216 p. : il.
ISBN 978-85-7777-829-4
CDD 541.3
Sobre os autores
Daniel Pasquini
Apresentação.......................................................................................IX
Capítulo 3 Termoquímica................................................................... 75
3.1 Termoquímica ................................................................................................ 78
3.1.1 Primeira lei da termodinâmica............................................................... 78
3.2 Variação de entalpia nas transições de fase.................................................. 83
3.3 Entalpia‑padrão de reação............................................................................. 85
3.4 A lei de Hess................................................................................................... 90
3.5 Entalpia‑padrão de formação......................................................................... 95
3.6 Entalpia de ligação......................................................................................... 97
3.7 Dependência da entalpia com a temperatura.............................................. 100
Bons estudos!
Comportamento
Capítulo
físico‑químico
1
dos gases
Introdução
O que é um gás?
__________________________________________________
Qual a importância dos gases em nosso cotidiano?
__________________________________________________
Como podemos proceder para compreender as propriedades
macroscópicas dos gases com base no entendimento do mundo
microscópico?
__________________________________________________
SAIBA MAIS
Objetivos
Após o estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
1.1 Pressão
1.2 Temperatura
1.3 Unidades de medidas
1.3.1 Conversões de unidades
1.4 As leis dos gases
1.4.1 A lei de Boyle
1.4.2 A lei de Charles
1.4.3 O princípio de Avogadro
1.4.4 A lei dos gases ideais
1.5 Trabalhando com a massa molar do gás e a densidade
1.6 Reações químicas envolvendo gases e as proporções
estequiométricas
1.7 Mistura de gases
1.8 Teoria cinética dos gases
UNIUBE 5
1.1 Pressão
força F
Pressão é a força que age sobre determinada área. pressão = =
área A
6 UNIUBE
Assim:
F 1×105 N
pressão = = = 1×105 N/m2 = 1×105 Pa = 100 KPa
A 1m2
SAIBA MAIS
Fonte: Wikipedia.
Disponível em: <http://
pt.wikipedia.org/wiki/
evangelista_torricelli>.
força F 1
A pressão é: pressão = =
área A
mg 3
Substituindo F na fórmula de pressão, temos que: P =
A
V=h x A. 5
mg dvg dhAg
P= = =
A A A
Finalmente, P = dhg
10 –3
1,020 × –6 = 1020kg / m3 ou 1020kg ⋅ m–3
10
1 atm
1 atm__________
______101,325
101,325KPa 760 mmHg_____
KPa 760 mmHg________ 101,325
101,325 KPa
KPa
x x__________
______99,96
99,96KPa
KPa x_____
x________ 99,96
99,96 KPaKPa
xx==0,986
0,986atm
atm x =mmHg
x = 749,76 749,76 mmHg
10 UNIUBE
Vamos lá?
A diferença entre eles está no método para medir a pressão do gás.
No manômetro de tubo fechado a pressão do gás é igual à altura da
coluna Pgás= Ph; no manômetro de tubo aberto a pressão do gás é
igual à pressão atmosférica somada à altura da coluna de mercúrio
(Pgás = Patm + Ph).
UNIUBE 11
1.2 Temperatura
• Kelvin (K)
• Rankine (oR)
• Celsius (oC)
• Fahrenheit (oF)
• Réaumur (oRé)
12 UNIUBE
SAIBA MAIS
• Celsius x Fahrenheit
T(oC) = T(oF) –- 32
5 9
T(oC) = 63 T(oC) ×
x 9 = 63 ×
x5 T(oC) = 315 T = 35 oC
5 9 9
T(oF) = 9 ×
x T(oC) + 32
5
• Celsius x Kelvin
SAIBA MAIS
1
V = constante x ou PV = constante
P
16 UNIUBE
P1V1 = P2V2
P1V1= P2V2
Então:
PV 2, 0 L x 2atm
P2
= =1 1
= 1,3atm
V2 3, 0 L
Jacques Alexandre
Cesar Charles
Jacques Charles, ao estudar os gases para
(1746-1823)
melhorar o desempenho de seus balões, veri-
Foi um químico ficou a variação da pressão dos gases com a
francês que
desenvolveu a teoria temperatura.
da lei de Charles,
por volta de 1787.
Sua publicação, no
entanto, foi realizada A lei de Charles estabelece que quanto maior
por Joseph‑Louis
Gay‑Lussac, em 1802. a temperatura de um gás, maior a pressão, ou
seja, a pressão é proporcional à temperatura. De
UNIUBE 17
fato, esta lei pode ser comprovada em sua casa. Coloque um balão de
aniversário cheio de ar dentro do freezer por alguns minutos.
A pressão interna irá diminuir e o balão vai ficar com um volume menor.
P
Pressão = constante × temperatura ou = constante
T
P1 P2
=
T1 T2
V
Volume – constante × temperatura ou – constante
T
V1 V2
=
T1 T2
18 UNIUBE
Devemos ressaltar que foi realizada uma extrapolação por meio dos
dados experimentais, uma vez que todos os gases se liquefazem a essa
temperatura.
T(K) = °C + 273,15
P1V1 P2 V2
=
T1 T2
UNIUBE 19
Essa equação é conhecida como Lei Geral dos Gases ou Lei Combinada
dos Gases.
Hipótese de Avogadro
É a lei que determina que volumes iguais de gases, sob as mesmas condições
de temperatura e pressão, possuem igual número de moléculas.
Temperatura = 0 oC
Pressão = 1 bar
Joule
V = 0,022714m3 = 22,714L
Até o presente momento temos três leis diferentes para explicar as pro-
priedades dos gases. Vamos recapitular:
22 UNIUBE
PV = nRT
Esta equação é conhecida como Equação dos gases ideais. Um gás que
obedece à equação sobre todas as condições é denominado gás ideal.
Veremos que essa lei tem um limite, pois os gases obedecem a ela a
partir do momento em que a pressão tende a zero – P → 0.
PV
R=
nT
IMPORTANTE!
= t(ºC) + 273,15
T(K)
Por exemplo:
PV = nRT
nRT
P=
V
0,34 mol × 0,0821atm.L.K −1mol −1 × 298,15 K
P=
2,2L
P = 3,78 atm
A equação dos gases ideais pode ser utilizada para calcular a concentra-
ção e densidade em determinadas condições de temperatura e pressão.
Vejamos como obter outras derivações da equação dos gases ideais:
número de mols n p
concentração molar = = =
volume V RT
Veja como calculamos a densidade por meio da equação dos gases ideais:
PV = nRT
m
Sabemos que n = , onde n é o número de mols, m é a massa do
PM
gás em gramas, e M é a massa molar. Então, podemos reescrevê‑la
assim:
m
PV = RT
M
m
P.PM = RT
V
P.PM
P.PM = dRT ou d =
RT
Outra análise a ser feita é que quanto maior a massa molar (M) do gás,
maior será sua densidade.
• Os balões geralmente são preenchidos com gás hélio, pois, por ter
uma massa molar menor, é menos denso que o ar, além de ser um
gás pouco reativo.
PM 1atm×29 g.mol −1
d= = =1,27 g / L
RT 0,0821atm.L.K −1mol −1 × 278,15 K
UNIUBE 27
PV = nRT
PV 1,8atm ×3,6L
n= = = 0,269 mols de nitrogênio
RT 0,0821atm ⋅ L ⋅ K –1mol–1 ×293,15K
28 UNIUBE
Ptotal = PA + Pb + PC + ...
UNIUBE 29
RT RT RT
PC = nC , PC = nC e PC = nC
V V V
RT RT RT
Ptotal = nA + nB + nC + ...
V V V
RT RT
Ptotal = ( nA + nB + nC ) = ntotal
V V
nA RT
PA = 1
V
RT
A pressão total da mistura é dada por: Ptotal = ( nA + nB + nC ) .
V
Rearranjando, temos que:
RT Ptotal
= 2
V nA + nB + nC
30 UNIUBE
nA
PA = × Ptotal
nA +nB + nC ou PA = X A × Ptotal
Por exemplo:
Para solucionarmos:
nAr 0, 95
X Ar = = = 0, 95
nAr +nO 2 1, 0
nAr 0, 05
XO2 = = = 0, 05
nAr +nO 2 1, 0
UNIUBE 31
3RT
µ=
M
Temos que:
Difusão é mistura das moléculas de dois ou mais gases devido ao seu mo-
vimento molecular.
SAIBA MAIS
Tal relação compara a taxa de efusão de dois gases diferentes nas mesmas
condições experimentais. Sabendo-se que a taxa de efusão dos dois gases
é a massa molar de um deles, podemos calcular a massa molar do outro.
Podemos notar ainda que a taxa de efusão está relacionada com a ve-
locidade quadrática das moléculas.
3RT
rA µA MB MB
= = =
rB µB 3RT MA
MA
36 UNIUBE
Na teoria dos gases ideais as moléculas não interagem entre si. Não há
forças de repulsão ou atração.
UNIUBE 37
2,0 2,0 3 3
N2 N2 200 K 200 K
CH 4 CH 4
H2 H2 500 K 500 K
1,5 1,5
CO 2 CO 2
2 2
PV PV Gás ideal Gás ideal PV PV 1.000 K 1.000 K
RT 1,0 RT 1,0
RT RT
Gás idealGás ideal
1 1
0,5 0,5
0 0 0 0
0 200
0 200
400 400
600 600
800 1.000
800 1.000 0 0 300 300600 600900 900
P (atm) P (atm) P (atm) P (atm)
Figura 10.23
Figura
10.23
Figura 10.24
Figura
10.24
Figura 3: Fator
de compressibilidade.
Portanto, nas pressões elevadas, o volume dos gases tende a ser ligeira-
mente maior do que aqueles calculados pela equação dos gases ideais.
Fonte: Wikipédia.
Disponível em: <http:// A equação de van der Waals também é uma equa-
pt.wikipedia.org/wiki/
johannes_diderik_van_ ção aproximada, porém leva em consideração o
der_waals>.
tamanho das moléculas e a influência das forças
intermoleculares; van der Waals introduziu duas
novas constantes para fazer as correções em relação ao gás ideal e,
com isso, temos a seguinte equação:
UNIUBE 39
nRT an2
P= − 2
V − nb V
a n2
Devido às forças atrativas, a pressão do gás é diminuída por um Fator .
V2
Vamos à resolução!
Supondo que o volume seja 10 L, qual seria a pressão como gás ideal
e como gás de van der Waals?
Isso ocorre porque em altas pressões o efeito das forças atrativas é maior.
O mesmo ocorreria se a temperatura fosse diminuída.
UNIUBE 41
1.10 Conclusão
Bom estudo!
Referências
Introdução
Objetivos
Após o estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
Para iniciarmos o estudo, vamos definir alguns termos que são muito
utilizados neste conteúdo. Vamos começar pelo termo “sistema” e suas
classificações.
Imagine que você esteja aquecendo um béquer com água, como de-
monstrado na Figura 1:
Sistema
Fronteira
vizinhança
Isolamento
2.2 Energia
Um joule pode ser definido como a energia necessária para levantar a massa
de um quilograma a uma altura de 0,102 metros no nível do mar.
UNIUBE 49
SAIBA MAIS
Veja o exemplo:
Supondo que seu livro de química possua uma massa de 1,3 kg, calcule
o trabalho realizado para elevá-lo a uma altura de 1,74 metro a partir da
superfície. Vamos à resolução:
50 UNIUBE
w = mgh
w = 1,3Kg × 9,8m/s2 × 1,74m = 22,17Kg.m2.s–2 = 22,17J
Convenção de sinais
Figura 4: Pistão móvel.
força F
pressão= p= = .
área A
EXEMPLIFICANDO!
Resolução:
m m
d= ⇒ 1, 0 g / mL = ⇒ m=2 000 g
V 2 000 mL
Note que convertemos o volume de litros para mililitros (1 L = 1000 mL). A
massa de água no estado sólido é a mesma, porém, com um volume maior.
Vamos calcular o volume final:
m 2 000 g
d= ⇒ 0, 92 g / mL = ⇒ V =2173, 9 mL ou 2,17 L
V V
De posse do volume inicial (2,0 L) e do volume final (2,17 L), podemos calcular
o trabalho realizado.
1 atm.L = 101,325 J
Logo, para converter para joule, basta multiplicarmos o resultado obtido por
101,325.
J
w =− 0,18 atm
at .L ×101, 325
atm.L = −18 J
atm.L
at
atm .L
UNIUBE 53
Dedução:
1atm=101325 Pa
1Pa =1K gm−1 s −2
1L =10−3 m3
1J =1K gm2 s −2
membrana porosa
18 cm
P = 1,21 atm
gás gás
7 cm
dW = –pdV
nRT
p=
V
1
w = –nRT ∫ Vf dV
Vi
V
Considerando que:
1
∫ dx = inx + C
x
56 UNIUBE
Vf
w = –nRT in
Vi
P
Pa
2,5 b
298 K
1,2 a
c
V
2,2 3,6 m3
1 cal = 4,184 J
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
Medi da Caseir a: porçã o 200 mL (1copo)
Quantidade por porção: 200 mL %VD(*)
Valor calórico 122 kcal = 512 KJ 6
Carboidratos 10 g 3
Proteínas 7,0 g 9
Gorduras Totais 6,0 g 11
Gorduras Saturadas 4,0 g 18
Gorduras Trans 0 **
Fibra Alimentar 0 0
Cálcio 240 mg 24
Sódio 90 mg 4
1 cal 4,184 J
x 22,17 J
x = 5,30 cal
1 W = 1 J/s
Por exemplo, uma família que consome 112 KWh por mês, gasta o equi-
valente a 403 200 000 J ou 403 200 KJ ou 403 MJ.
UNIUBE 59
O que ocorre é que os pés estão a uma temperatura maior que a tempe-
ratura do tapete e do ladrilho. Quando eles (uma fonte de calor) tocam
no tapete ou no ladrilho, há uma modificação na temperatura. Nessa
situação, nosso corpo está em uma temperatura maior que a tempera-
tura ambiente. Desse modo, há transferência de energia do nosso corpo
para os materiais que tocamos. A temperatura do ladrilho se modifica
mais rapidamente que o material de que é feito o tapete, o que provoca
a sensação de que o ladrilho está mais frio.
62 UNIUBE
Cobre, Cu 0,385
Água, H2O(l) 4,184
Etanol, C2H5OH(l) 2,44
Vidro 0,8
Madeira 1,8
Calor específico
Calor específico(J/g.K)
(J/gK)
variação de termperatura (K)
q = C. m T
massa da substância (g)
Calor transferido (J)
64 UNIUBE
EXEMPLIFICANDO!
Resolução:
T1 = 25 + 273,15 = 298,15 K
T2 = 60 + 273,15 = 333,15 K
Como a densidade da água é igual a 1,0 g/mL, o volume de 100 mL corres-
ponde a 100 g. Assim temos que:
Logo, embora o calor específico do ferro seja menor, a massa a ser aquecida
é muito maior, o que torna a quantidade de calor maior para o ferro.
UNIUBE 65
Demonstre, por meio de cálculos, que o calor requerido para aquecer uma
panela de ferro é, aproximadamente, 1,46 vezes o calor gasto para aquecer
uma panela de alumínio de mesmo volume, mesma espessura e no mesmo
intervalo de temperatura. Considere os seguintes dados:
Nos laboratórios, nas indústrias e no nosso dia a dia são realizados vá-
rios processos químicos e físicos que liberam ou absorvem calor. Uma
reação de combustão é exotérmica, ao passo que a dissolução de ureia
em água é um processo endotérmico. A mesma quantidade de calor que
deixa o sistema é recebida pela vizinhança e essa quantidade pode ser
medida com um calorímetro.
agitador
tampa
copo
mistura
reacional
Figura 7: Calorímetro.
qsolução = massa da solução (g) × calor específico da solução (Jg.K) × variação de temperatura.
EXEMPLIFICANDO!
Uma reação entre um ácido forte e uma base forte libera uma grande quan-
tidade de calor. Certa quantidade de ácido clorídrico (HCl) é misturada com
hidróxido de sódio (NaOH) dentro de um calorímetro com capacidade calorífica
igual a 15,2 KJ/°C. A temperatura inicial das soluções era de 25,5 °C e a final,
27,2 °C. Calcule a quantidade de calor liberada pelo meio reacional.
Resolução:
∆T = Tfinal – Tinicial = 38 – 25 = 13 oC ou 13 K
Através da densidade (1,0 g/mL) e do volume (30 litros ou 30 000 mL), cal-
culamos a massa de água:
massa
m
ma ssa (g)
d(g / mL ) =
volume(mL
volume
m (mL )
me
g
m=d ×V =1, 0 × 30 000 mL = 30 000 g deágua
mL
68 UNIUBE
J
m ∆T = 30 000 g × 4,18 4
q= mC ×13K =1 631 760 J ou1631, 76 K J
gK
Até agora, vimos que a energia pode ser convertida de uma forma para
outra e transferida do sistema para a vizinhança ou vice-versa.
∆E =q + w , em que:
Compressão de
Trabalho realizado
um gás dentro de
pela vizinhança W > 0 (+) Energia aumenta
um cilindro por
sobre o sistema
um pistão
Calor transferido
Reações de
do sistema para a q < 0 (–) Energia diminui
combustão
vizinhança
Calor transferido da
vizinhança para o q > 0 (+) Energia aumenta Fusão do gelo
sistema
A B
2.4 Conclusão
Referências
Introdução
Biomassa
• a plantas precisam da energia luminosa do
sol para realizar a fotossíntese, e depois
Material orgânico
produzido, elas próprias se tornam uma fonte de ener-
principalmente, por
fotossíntese. gia, conhecida como biomassa;
76 UNIUBE
IMPORTANTE!
Objetivos
Após o estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
3.1 Termoquímica
3.1.1 Primeira lei da termodinâmica
3.2 Variação de entalpia nas transições de fase
3.3 Entalpia‑padrão de reação
3.4 A lei de Hess
3.5 Entalpia‑padrão de formação
3.6 Entalpia de ligação
3.7 Dependência da entalpia com a temperatura
3.8 Conclusão
78 UNIUBE
3.1 Termoquímica
Veremos neste capítulo que, por meio da equação, podemos notar que
o conteúdo energético de um sistema pode ser modificado a partir do
trabalho e/ou transferência de calor. A transferência de calor em uma
reação química, geralmente, pode ocorrer de duas formas: a volume
constante ou à pressão constante. Entretanto, a maior parte dos proces-
sos químicos e biológicos ocorre à pressão constante.
C 8 H 18 ( l ) + 25
2 O2 ( g ) → 8CO2 ( g ) + 9 H 2 O( v )
H 2( g) + 1
2 O 2 ( g ) → H 2 O( g )
Por definição: H = E + pV
Em que:
H = entalpia;
E = energia interna;
p = pressão;
V = volume.
H i = E i + pexVi (1)
H f = E f + pexV f (2)
∆E =q +w (5)
w =− pex ∆V (6)
∆E =q − pex ∆V (7)
Finalmente, obtemos:
∆H =q
Figura 1: Pistão móvel.
82 UNIUBE
Considere que a reação química ocorre dentro deste sistema e que o vo-
lume se mantém constante (sistema dotado de travas), ou seja, a variação
de volume é nula (∆V). Portanto, o sistema não pode realizar trabalho de
expansão e toda energia liberada pela reação química é transferida para
a vizinhança, na forma de calor. Assim, temos que:
∆H = ∆E + p∆V
H sub > 0
Estado
Estado
final
final
Entalpia (KJ/mol)
Entalpia (KJ/mol)
H cong = - 6,01
H cong = - 6,01
Hfus = 6,01
Hfus = 6,01
k
Estado
Estado
inicial
inicial
vapor
Entalpia (KJ/mol)
líquido
Hfus = 6,01
sólido
IMPORTANTE!
A equação química nos permite notar que 1,0 mol de nitrogênio (N2) re-
age com 3 mols de hidrogênio (H2) para formar 2 mols de amônia (NH3),
liberando 92,6 kJ de calor. Se o número de mols do produto for maior ou
UNIUBE 87
1
/2N2(g) + 3/2H2(g) → NH3(g) ∆rHo = –46,3 kJ
IMPORTANTE!
SAIBA MAIS
Combustíveis fósseis
C 2 H 6 ( g ) + 27 O2 ( g ) → 2 CO2 ( g ) + 3 H 2 O( l ) ∆H =−1559, 7 kJ
UNIUBE 91
2 C 2 H 6( g) + 14
2
O2 ( g ) → 4 CO2 ( g ) + 6 H 2 O( l ) ∆H =2 ×(−1559, 7 ) kJ = 3319, 4 kJ
2 CO2 ( g ) + 3 H 2 O( l ) → C 2 H 6 ( g ) + 27 O2 ( g ) ∆H = 1559, 7 kJ
IMPORTANTE!
4) Calculando o ∆H:
2C ( s ) + 3H 2 ( g ) → C 2 H 6 ( g ) ∆H =?
2 CO2 ( g ) + 3 H 2 O( l ) →C 2 H 6 ( g ) + 27 O2 ( g ) ∆H = 1559, 7 kJ
3H 2 ( g ) + 23 O2 ( g ) → 3H 2 O( l ) ∆H = 3× ( − 285, 8) = − 857, 4 kJ
Agora, de acordo com a lei de Hess, basta somarmos as três etapas para
obtermos a entalpia de formação do etano.
2CO2 ( g ) + 3 H 2 O( l ) →C 2 H 6 ( g ) + 27 O2 ( g ) ∆H = 1559, 7 kJ
2C ( s ) +2O2 ( g ) → 2CO2 ∆H =− 787 kJ
3H 2 ( g ) + 23 O2 ( g ) → 3H 2 O( l ) ∆H =−857, 4 kJ
2C ( s ) + 3H 2 ( g ) → C 2 H 6 ∆H =−84, 7 kJ
Note que, do lado dos reagentes, temos mols de 7/2 O2 que podem ser
cancelados com mols de O2 do lado dos reagentes. Temos 3 mols de H2O
nos reagentes, que se cancelam com os 3 mols de H2O dos reagentes.
Da mesma forma, os 2 mols de CO2 dos reagentes se cancelam com os
2 mols dos produtos.
1
2
N 2 ( g ) + 12 O2 ( g ) → NO( g ) ∆H =+ 90, 25 kJ
NO( g ) + 12 O2 ( g ) → NO2 ( g ) ∆H =− 57, 07 kJ
1
2
N 2 ( g ) + O2 ( g ) → NO2 ( g ) ∆H =+ 33,18 kJ
1O NO(g)
2 2(g) +
Sentido 1
H = - 57,07
entalpia (kJ)
H = +90,25
Sentido 1
NO2(g)
Sentido 2
H = + 33,18
1N 1O
2 2(g) + 2 2(g)
* O fósforo branco é uma exceção por ser muito mais simples obtê‑lo puro do que em
outras formas mais estáveis.
∆H r0 = ∑ ν ∆H 0f − ∑ ν ∆H 0f
( pr odutos ) ( r eagentes )
C 6 H 12 O6 ( s ) + 6O2 ( g ) → 6CO2 ( g ) + 6H 2 O( l )
UNIUBE 97
Substância ∆H 0f (kJ.mol‑1)
C6H12O6(s) – 1274,5
C
O 2( g ) – 393,5
H 2O(l ) – 285,8
IMPORTANTE!
Observe que não falamos que um mol de glicose libera –2801,3 kJ e, sim,
que libera 2801,3 kJ. Quando dizemos que foi liberado calor, já estamos
levando em conta o sinal negativo que o acompanha, não sendo necessário
expressá-lo na apresentação deste valor.
0
0,74A Distância entre os átomos
CH 4 ( g ) + 2O2 ( g ) → CO2 ( g ) + 2 H 2 O( g )
O valor para a entalpia de combustão do metano, calculado com base nos va-
lores de entalpia de formação, é –802 kJ.mol-1. Comparando os dois valores,
temos um grau de aproximação de 98,75%, ou seja, uma boa estimativa.
SAIBA MAIS
A existência dessas leis foi explicada mais tarde por Niels Bohr, contribuindo,
decisivamente, para o nascimento da mecânica quântica. Por meio de seus
trabalhos formulou, também, a lei que permite determinar a variação da en-
talpia das reações em temperaturas diferentes do padrão.
∆C p = ∑ ν C p( pr odutos ) − ∑ ν C p ( r eagentes )
Vejamos um exemplo:
H 2( g ) 28,82
C2 H 6 ( g ) 52,63
∆C p =C p (C 2 H 6 ) − [2xC p (C ( s ) ) + 3xC p ( H 2 ( g ) )]
∆C p =52, 6 −[ (2x 8, 5)+(3x 28, 8)]
∆C p =52, 6 −[(17+86, 4)]
∆C p =52, 6−103, 4 = −50, 8 J .K ou −0, 0508 Kk J .K −1
Note que devemos converter o valor de ∆Cp para quilojoules para que
se trabalhe com as mesmas unidades utilizadas no cálculo da entalpia.
Convertemos os valores de temperatura para Kelvin e aplicamos a lei
de Kirchhoff para calcular a entalpia na temperatura de 100 °C:
∆Hl(373 K) = –89,78 kJ
3.8 Conclusão
Referências
Introdução
Objetivos
Após o estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
A primeira lei da termodinâmica enuncia que a energia não pode ser criada
nem destruída, mas, sim, transferida de um sistema para outro.
não espontâneo
Estado 1 Estado 2
espontâneo
IMPORTANTE!
Mas, atenção!
4.2.1 A entropia
válvula
gás
vácuo
∆S =S final − Sinicial
SAIBA MAIS
∆S > 0 ∆S > 0
∆S < 0 ∆S < 0
S = k ln W
Atenção...
R 8, 314 J .mol −1 .K −1
k= = =1, 38 x10−23 J / K
N 6, 02 x10 mol
23 −1
Atividade 1
Das reações químicas isotérmicas abaixo diga quais ocorrem com um aumento
de entropia (∆S (∆S
S > 0) e quais ocorrem com uma diminuição na entropia (∆S < 0).
b) H 2 CO3 ( aq ) ) → CO2 ( g ) + H 2 O( l )
c) 2 N 2 ( g ) +O2 ( g ) → 2 N 2 O( g )
Atividade 2
Indique, entre os pares dos sistemas abaixo, qual tem uma entropia maior.
d) 1 mol de cloreto de sódio sólido (NaCl) ou 1 mol de cloreto de sódio líquido.
qr ev
∆Ssis = (T constante)
T
EXEMPLIFICANDO!
∆H vap
0
=qr ev
q ∆H vap 0
∆S = r ev =
T T
43, 5 kJ
k .mol
.mo
m l −1
mo
∆S = = 0,124 kJ
k / K ou124 J / K .mol
.mo
ml
mo
351, 5 K
Vamos voltar à nossa primeira pergunta: por que alguns processos são
espontâneos e outros não? Com a introdução do conceito de entropia,
já temos subsídios para voltar à nossa discussão principal. Vimos que
é maior a probabilidade de desordem do que de um ordenamento. Para
enunciarmos a segunda lei da termodinâmica, deveremos considerar não
só a entropia do sistema, mas também a entropia da vizinhança. A soma
entre a entropia da vizinhança (∆Sviz) e a entropia do sistema (∆Ssist) é a
entropia do universo (∆Suniv).
UNIUBE 119
Para que a água congele, o sistema libera calor para a vizinhança, a qual
se torna mais desorganizada devido ao aumento de temperatura. Como
o processo é espontâneo, a soma entre a entropia do sistema (∆Ssist
< 0) e a entropia da vizinhança (∆Sviz > 0), que é a entropia do universo
(∆Suniv), tem que ser maior que zero.
EXEMPLIFICANDO!
2 H 2 ( g ) + O 2 ( g ) → 2 H 2 O( g )
Resolução:
qviz ∆H sis
0
∆Sviz
0
= =−
T T
EXEMPLIFICANDO!
4 F e( s ) + 3O2 ( g ) → 2 F e2 O3( s )
Dados:
O2 ( g ) 205,2 0
Resolução:
∆H r0 = ∑ ν ∆H 0f − ∑ ν ∆H 0f
( pr odutos ) ( r eagentes )
∆H = [2 x ∆H
0
r
0
( F e2 O 3 ) ] −[(4x ∆H ) + (3 x ∆H O0 2 )]
0
Fe
qvizin =− ∆H r0
qvizin = 1648, 4 kJ
k
q
∆Svizin
0
=
T
1648, 4
∆Svizin
0
= =5, 53kJ
k / K ou 5 530 J / K
kJ
298
∆S° = ∑v∆
∑v∆S°
v S°( pr odutos ) – ∑v∆S°
v∆ ∑v∆
v S°( r eagentes )
v∆
∆Ssis
0
= [2 x ∆s(0F e2 O 3 ) ] −[(4x ∆sF0 e ) + (3 x ∆S 0 O2 )]
∆Ssis
0
= [(2 x 87, 40)] −[(4x27, 3) + (3 x 205, 2)]
∆Ssis
0
=− 550 J / K
qvizin =− ∆H r0
qvizin = 1648, 4 kJ
k
q
∆Svizin
0
=
T
1648, 4
∆Svizin
0
= =5, 53kJ
k / K ou 5 530 J / K
kJ
298
∆Suniv
0
= ∆Ssist
0
+ ∆Svizin
0
∆Suniv
0
= −550 J / K + 5530 J / K
∆Suniv
0
= 4980 J / K
∆G =∆H − T ∆S
Vimos que, para uma reação química ser espontânea, a variação de en-
tropia do universo tem que ser maior que zero. A energia livre de Gibbs
está relacionada com a espontaneidade, da seguinte forma:
−∆H sist
∆Svizin = (2)
T
126 UNIUBE
∆H sist
∆Suni = ∆Ssist + − (3)
T
Veja o gráfico a seguir. Ele faz uma relação entre o curso de uma reação
química e a energia livre de Gibbs.
UNIUBE 127
Reagentes
es
equilíbrio
po
Energia Livre, G
nt
ân
eo
produtos
curso da reação
• Temperatura = 25 °C
• Gás = 1 atm
• Solução = 1 mol/L
• Sólido puro
• Líquido puro
EXEMPLIFICANDO!
C 8 H 18 ( l ) + 25
2
O2 ( g ) → 8CO2 ( g ) + 9H 2 O( l )
Dados:
C8H118(l)
8(l)
l
l) + 6,4
O2 ( g ) 0
CO2(g
2(g))
2( –394,36
H 2O(l ) –237,13
UNIUBE 129
Resolução:
∆G° = ∑v∆G°
∑v∆
v G°( pr odutos ) – ∑v∆G°
v∆ ∑v∆
v G°( r eagentes )
v∆
Tabela 2: E
spontaneidade das reações de acordo com os sinais das funções
termodinâmicas
∆H ∆S ∆T∆S ∆G = ∆H – T ∆S Características
Espontânea em todas as
– + – Negativo
temperaturas
Não espontânea em
+ – + Positivo
qualquer temperatura
Negativo a baixas T Espontânea a baixa T e
– – +
Positivo a altas T não espontânea a altas T
Positivo a baixas T Não espontânea a baixa
+ + –
Negativo a altas T T e espontânea a altas T
∆H 0
∆H 0 =T ∆S 0 ou T =
∆S 0
Vamos, agora, fazer uma relação entre ∆G e Keq. Uma reação espontânea
com ∆G < 0 não significa que todo reagente foi convertido em produto.
Sabe‑se que uma pequena quantidade de reagente ainda está presente
quando o equilíbrio é atingido.
0
K eq = e− ∆G /RT
aA+bB → cC +dD
[ A] a [ B]b
Q=
[C ] c [ D] d
0 = ∆G 0 + RT lnK eq
∆G 0 = − RT lnK eq
132 UNIUBE
0
K eq = e− ∆G /RT
4.11 Conclusão
Referências
Introdução
Objetivos
Após o estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
SAIBA MAIS
a) Solução molecular
dispersas)
100
moléculas
de
glicose
(dissolvidas)
b) Solução iônica
100
100
mmoléculas
oléculas
dde
e
gH Cl
(dissolvidas)
licose
100
moléculas
de
HCl
100
90
moléculas
de
glicose
(dispersas)
90
ionizam
ionizam
Reação envolvida:
i = 1 + α(q ‑1)
Em que:
α → grau de ionização
q=2
i = 1 + 0,9(1) i = 1,9
Solução molecular i = 1
Ndisp. = (Ndissol).i
Ndisp. = 1 M.2
Ndisp. = 2 M
1M 1M+1M
2M
UNIUBE 141
P(atm)
H2O
1
T(0C))
10
0
Figura 1: Variação de temperatura versus pressão.
éter
éter
P(atm
P(atm)
)
álcool
álcool
água
água
T( C)
T(o0C)
T
T
SAIBA MAIS
Sabemos que, ao se aquecer água pura no litoral (ao nível do mar), a tem-
peratura de ebulição da água pura é de 100 °C. Porém, quando adicionamos
sal de cozinha (cloreto de sódio – NaCl) na água e aquecemos esta solução,
percebe-se que o ponto de ebulição da água é maior que 100 °C.
Moléculas de Água
(vapor)
Saturação de Vapor
Água Água
(líquido) (líquido)
SAIBA MAIS
Velocidade de Vaporização
Equilíbrio
Velocidade de Condensação
SAIBA MAIS
p A = x A . p*A
Em que:
SOLVENTE SOLUTO
Em que:
k = constante de proporcionalidade;
Em que:
k’ = constante de proporcionalidade;
k '. p A = k .x A
k
pA = .x A
k'
UNIUBE 149
k
p*A =
k'
Em que:
Portanto, temos:
p A = x A . p *A
Ec = K.m
Em que:
Ec = efeito coligativo;
K = constante coligativa;
∆P
UNIUBE 151
P0
T
(°C)
P(atm
Solvente
puro
T
)
Solução
∆P
P0
T
(°C)
T
EC= Kt.m.i
Em que:
EC = efeito coligativo
152 UNIUBE
Kt = constante coligativa
Kt = M / 1000
∆P P* − P
= K t .m ou = K t .m
P* P*
Em que:
Kt = constante tonométrica
∆P/p* = kt.m.i
UNIUBE 153
COMPARANDO
154 UNIUBE
∆P
P0
P(atm T
(°C)
°C)
)
Solvente
puro
uro
T
Solução
Solução
P
P
T
(°C)
°C)
∆Te
∆Te
IMPORTANTE!
EXEMPLIFICANDO!
EC = kb.m.i
Em que:
EC = efeito coligativo
Kb = constante ebuliométrica
Kb = R.(T*)2/1000. Lv
∆T = K f .m ou T * − T = K f .m
Em que:
Kb = constante ebuliométrica
T = ( K b .m) + T *
x mol de glicose = 60 g
Esta quantidade de mols de glicose foi dissolvida em 500 g de água. Para cal-
cularmos a molalidade, precisamos saber quantos mols de glicose estariam dis-
solvidos em 1 kg de água (1000 g). Portanto, devemos multiplicar o número de
mols de glicose por 2, e, então, teremos que a molalidade da solução será:
T = (Kb.m) + T*
T = 100,347 oC
COMPARANDO
P
P Solvente
puro
uro
Solução
Solução
T
(°C)
°C)
∆TC
EC = Kc.m.i
Em que:
EC = efeito coligativo
Kc = constante crioscópica
∆T = K f .m ou T * − T = K f .m
160 UNIUBE
Em que:
Kf = constante crioscópica
Kf = R.(T*)2/1000.
T −T *
m=
Kf
UNIUBE 161
(−1°C ) − (0°C )
m=
1, 86°C .molal −1
m = 0, 5376molal −1
Solvente Solução
(Maior Pressão (Menor Pressão
de Vapor) MEMBRANA de Vapor)
Evapora mais
facilmente
EXEMPLIFICANDO!
Π.V = n.R.T
Em que:
• π = pressão osmótica
n
M=
V
Π.V = n.R.T
n.R.T
Π=
V
Π = M .R.T
Π
M=
R.T
7,62 atm
M=
8,20578x10 L .atm.K -1 .mol -1 .310K
-2
M = 0, 30mol.L−1
2. Determine a massa de ureia que deve ser dissolvida em água para obter-
mos 8 L de solução que, a 27 ºC, apresente pressão osmótica de 1,23 atm.
(NETO, 2010)
quando você tempera uma salada (sal e vinagre). Após certo tempo
você poderá observar que a salada fica murcha e “flutuando” no reci-
piente devido a perda de água por osmose.
Outro fator que merece a nossa atenção nesse contexto são as disper-
sões coloidais. As partículas dispersas em um coloide podem alterar as
propriedades físicas do dispersante (coloide hidrofílico), enquanto essas
alterações são menos evidenciadas nos coloides hidrofóbicos. A seguir
faremos uma abordagem geral sobre as dispersões coloidais, uma vez
que elas estão muito correlacionadas às nossas atividades cotidianas.
5.6 Coloides
SAIBA MAIS
Nome
Disperso Dispersante Exemplo
particular
Pedras preciosas como
Sólido Sólido Não há
safira, rubi
Sol (hidrossol,
Sólido Líquido se o líquido for Gelatina em água
a água)
Aerossol (se o
Sólido Gás Fumaça de cigarro
gás for o ar)
Geleias em geral,
Líquido Sólido Gel
manteiga, queijo
Líquido Líquido Emulsão Leite, maionese
Aerossol (se o Neblina, nuvens, spray de
Líquido Gás
gás for o ar) inseticida
Ar no interior de pedra
Gás Sólido Não há
‑pomes, maria‑mole
Ar na espuma de sabão, ar
Gás Líquido Espuma
no creme de barbear
172 UNIUBE
[1.3]
Uma das formas que temos para aumentar a solubilidade de uma substância
em água é elevar o número de grupos polares da substância. Por exemplo,
aumentar o número de grupos hidroxila em uma molécula faz com que esta
tenha uma maior capacidade de formar ligações de hidrogênio, aumentando
a sua solubilidade na água. Um exemplo disso é a glicose, na qual temos
cinco grupos hidroxila em uma estrutura com seis carbonos, o que a torna
solúvel em água. A molécula da glicose é mostrada na Figura 12.
Logo vemos que uma certa generalização é possível de ser feita com a
leitura dos parágrafos anteriores: substâncias com forças atrativas inter-
moleculares similares tendem a ser solúveis entre si, uma generalização
também conhecida como “semelhante dissolve semelhante”. Ou seja,
substâncias apolares têm mais chance de serem solúveis em solventes
apolares e substâncias polares têm mais chance de serem solúveis em
solventes polares. Sólidos covalentes, como o diamante e o quartzo, não
são solúveis nem em solventes polares nem em solventes apolares por
causa das intensas forças de ligação presente em tais sólidos.
Solução
186 UNIUBE
Pratique
Resposta: C5H12<C5H11Cl<C5H11OH<C5H10(OH)2
UNIUBE 187
[2.4]
Solução
Resolução:
190 UNIUBE
Pratique
Resposta: mol/L.
[3.5]
[4.6]
Observe que o valor da fração mássica é muito útil, pois ele também
fornece o percentual mássico de uma das substâncias na solução. O
percentual mássico, , de uma substância na solução nada mais é do
que o percentual da massa total relativa à substância desejada, ou seja,
basta multiplicarmos por 100% o valor da fração mássica para encon-
trarmos o percentual mássico:
[5.7]
Assim uma solução de ácido clorídrico que indica possuir 36% de HCl em
massa contém 36 g de HCl para cada 100 g de solução ou uma fração
mássica de HCl igual a 0,36.
[6.8]
[7.9]
Essas concentrações mais baixas são de uso mais voltado para o cálculo
de concentrações de toxinas e poluentes. Por exemplo, a concentração
máxima de arsênico em água potável nos Estados Unidos é de 0,010
ppm ou 10 ppb.
Solução
Resolução:
Resolução:
Pratique
[8.10]
[9.11]
O uso da fração molar é muito útil quando trabalhamos com gases, mas
não é muito prático com líquidos.
[10.12]
Solução
Pratique
5.7.3.3 Molalidade
[11.13]
Solução
Pratique
5.8 Conclusão
Outro item abordado foi o estudo das dispersões coloidais, uma vez que
sistemas coloidais estão presentes no cotidiano desde as primeiras horas
do dia, nos produtos de higiene pessoal e nos alimentos consumidos no
café da manhã.
Referências
ATKINS, P. W. Physical Chemistry. 5. ed. Oxford: Oxford University Press, 1997. p. 216‑229.
JAFELICCI JÚNIOR, M.; VARANDA, L. C. O mundo dos coloides. In: ____. Química
e sociedade. p. 9‑13. São Paulo: Nova Geração, 1999.
WALKER, J. The colors seen in the sky offer lessons in optical scattering. Scientific
American, p. 84‑87, jan. 1989.