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Resistência dos materiais

Larissa Soriani Zanini Ribeiro Soares

Humberto Ritt

Núbia dos Santos Saad Ferreira

William Bossas Paulino

Revisão técnica
Sandro Ferreira Fernandes
© 2017 by Universidade de Uberaba

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser


reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico
ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de
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Universidade de Uberaba

Reitor
Marcelo Palmério

Pró-Reitor de Educação a Distância


Fernando César Marra e Silva

Coordenação de Graduação a Distância


Sílvia Denise dos Santos Bisinotto

Editoração e Arte
Produção de Materiais Didáticos-Uniube

Diagramação
Douglas Silva Ribeiro

Projeto da capa
Agência Experimental Portfólio

Revisão técnica
Sandro Ferreira Fernandes

Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário

Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE

R311 Resistência dos materiais / Humberto Ritt ... [et al.]. – Uberaba :
Universidade de Uberaba, 2017.
284 p. : il.

Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba.


ISBN 978-85-7777-648-1

1. Engenharia mecânica. 2. Mecânica dos sólidos. 3.


Resistência de materiais. I. Ritt, Humberto. II. Universidade de
Uberaba. Programa de Educação a Distância.

CDD 620.1
Sobre os autores
Larissa Soriani Zanini Ribeiro Soares

Graduada em Engenharia Civil pela Universidade de Uberaba (Uniube).


Professora das disciplinas Física e Matemática no Ensino Médio, na rede
estadual de ensino.

Humberto Ritt

Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro


(UFRJ). Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM). Docente da Universidade Federal do Triângulo
Mineiro (UFTM).

Núbia dos Santos Saad Ferreira

Graduada em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Uberlândia


– FECIV/UFU, em 1996; Mestra em Engenharia de Estruturas, pela
Universidade de São Paulo – EESC/USP, em 1998; Doutoranda
em Engenharia de Estruturas – Femec/UFU; professora do curso de
graduação em Engenharia Civil – Uniube/Uberlândia.

William Bossas Paulino

Engenheiro de Produção pela Universidade Federal de Ouro Preto


– UFOP, com experiência em controle de processo. Atualmente, é
mestrando da Universidade Estadual Paulista – Unesp em Engenharia
de Produção – linha de pesquisa em Métodos Quantitativos. Docente do
curso de Engenharia de Produção EAD – Uniube/Uberaba.
Sumário
Apresentação.............................................................................................................. VII

Capítulo 1 Análise de tensões: carga axial e esforço cortante.............. 1


1.1 Conceitos fundamentais........................................................................................... 3
1.2 Conceito de tensão e suas unidades....................................................................... 5
1.3 Tensão normal média em uma barra sujeita à carga axial...................................... 6
1.4 Tensão de cisalhamento......................................................................................... 10
1.5 Tensão de esmagamento....................................................................................... 14
1.6 Softwares e programas de apoio............................................................................ 15
1.7 Tensões admissíveis............................................................................................... 18
1.8 Tensões atuantes em um plano oblíquo ao eixo.................................................... 22

Capítulo 2 Análise de tensões e deformações: carregamento axial


e Lei de Hooke.................................................................... 29
2.1 Conceito de deformação......................................................................................... 31
2.2 Deformação específica normal............................................................................... 31
2.3 Propriedades mecânicas dos materiais – diagrama tensão x deformação........... 36
2.4 Comportamento elástico e plástico dos materiais.................................................. 48
2.5 Lei de Hooke e módulo de elasticidade................................................................. 49
2.6 Deformação de barras sujeitas a cargas axiais..................................................... 52
2.7 Problemas envolvendo variação de temperatura................................................... 61

Capítulo 3 Análise de tensões e deformações: estados múltiplos


de carregamento................................................................. 71
3.1 Coeficiente de Poisson........................................................................................... 72
3.2 Deformação de cisalhamento................................................................................. 79
3.3 Relação entre E, ν e G........................................................................................... 86
3.4 Lei de Hooke generalizada..................................................................................... 88
3.5 Tensões devidas a carregamento combinado – aplicação da Lei de Hooke
generalizada a vasos de pressão.......................................................................... 93
3.6 Princípio de Saint-Venant....................................................................................... 98
3.7 Deformação plástica............................................................................................... 99
3.8 Concentração de tensão....................................................................................... 101

Capítulo 4 Tensão normal e de cisalhamento em vigas,


carregamento combinado (flexão oblíqua composta)...... 105
4.1 Deformação em elementos retilíneos................................................................... 106
4.2 Flexão................................................................................................................... 109
4.3 Tensão normal...................................................................................................... 110
4.4 Tensão de cisalhamento em vigas....................................................................... 116
4.5 Combinação de carregamento combinado – flexão oblíqua composta............... 124

Capítulo 5 Deformação de vigas........................................................ 131


5.1 Considerações iniciais.......................................................................................... 132
5.2 Linha elástica........................................................................................................ 133
5.2.1  Definições................................................................................................... 133
5.2.2 Relação entre momento fletor e curvatura ................................................ 134
5.2.3  Equação da linha elástica.......................................................................... 138
5.3 Exemplos resolvidos............................................................................................. 142
5.4 Conclusão............................................................................................................. 179

Capítulo 6 Torção................................................................................ 187


6.1 Definição de torção............................................................................................... 188
6.2 Eixos de seção circular e fórmula de torção........................................................ 189
6.3 Ângulo de torção................................................................................................... 193
6.4 Convenção de sinais............................................................................................ 195
6.5 Torção em barra de seção transversal prismática................................................ 201
6.6 Torção em eixos vazados de paredes finas......................................................... 204
6.7 Transmissão de potência...................................................................................... 207

Capítulo 7 Flambagem de colunas..................................................... 213


7.1 Conceito de carga crítica ..................................................................................... 214
7.2 Fórmula de Euler para colunas com extremidades articuladas – barras
biarticuladas ou biapoiadas................................................................................. 219
7.3 Fórmula de Euler para colunas com outras condições de extremidades............ 223
7.4 Tensão crítica de flambagem................................................................................ 227
7.5 Índice de esbeltez................................................................................................. 229

Capítulo 8 Círculo de Mohr................................................................. 243


8.1 Tensão plana......................................................................................................... 244
8.2 Transformação de tensão para tensão plana....................................................... 246
8.3 Tensões principais e máxima tensão cisalhante.................................................. 255
8.4 Círculo de Mohr para tensão plana...................................................................... 266
Apresentação
Caro(a) aluno(a).

A Resistência dos materiais, também chamada de Mecânica dos materiais


ou Mecânica dos sólidos, é um ramo das ciências físicas que estuda a
resposta dos corpos diante da ação de forças, tratando-as como corpos
deformáveis. Estuda as tensões e deformações causadas em elementos,
equipamentos ou estruturas, considerando as forças extremas aplicadas
e as condições de apoio, além do comportamento do material diante dos
esforços internos ou solicitantes.

Ela é importante para todas as engenharias, uma vez que possibilita o


cálculo das máximas tensões (determinantes de sua resistência) em
estruturas mediante esforços internos que atuam sobre ela e, também,
as máximas deformações (determinantes de sua rigidez). Essas duas
grandezas são fundamentais, pois nos informam se a estrutura resistirá
ou não aos esforços aplicados ou não apresentará deformações
excessivas que podem comprometer o desempenho e funcionalidade.

Na análise ou projeto de uma máquina ou estrutura, é necessário aplicar


as equações de equilíbrio estático para determinar os esforços que atuam
sobre o elemento, bem como em suas seções transversais. Por essa
razão, uma revisão dos conceitos fundamentais da estática é importante
neste momento.

A compreensão e a determinação do comportamento do material diante


das solicitações, envolvendo suas dimensões, estabilidade, princípios
e respostas, abordadas em resistência dos materiais, constitui-se nos
VIII UNIUBE

fundamentos para as fórmulas e procedimentos de projetos definidos


nas normas de dimensionamento.

O livro Resistência dos materiais foi organizado em oito capítulos. A


seguir, um breve resumo do conteúdo de cada capítulo:

• No primeiro capítulo, intitulado “Análise de tensões: carga axial e esforço


cortante”, você aprenderá os conceitos da resistência dos materiais para
solucionar problemas, a utilizar ordens de grandeza e consistência de
unidades, a determinar tensões causadas por carga axial e esforço
cortante (cisalhante).

• No segundo capítulo, “Análise de tensões e deformações: carregamento


axial e Lei de Hooke”, você dará continuidade aos estudos sobre
os conceitos de resistência dos materiais, a determinar tensões e
deformações causadas por carregamento axial, variação de temperatura
e esforço cortante. Verá o comportamento dos materiais diante das
solicitações, de acordo com suas propriedades mecânicas;

• No terceiro capítulo, “Análise de tensões e deformações: estados


múltiplos de carregamento”, você aprenderá a calcular tensões e
deformações causadas por um estado geral de carregamento;

• No quarto capítulo, intitulado “Tensão normal e de cisalhamento em


vigas, carregamento combinado (flexão oblíqua composta) ”, você verá
como determinar as tensões causadas pelos carregamentos nas vigas e
o esforço cortante (cisalhamento), como criar condições para verificação
das condições de segurança de um elemento estrutural. Aprenderá a
avaliar a resposta da estrutura frente à combinação e solicitações de
esforços.

• No quinto capítulo, intitulado “Deformação de vigas” você aprenderá


a calcular as deformações que ocorrem em seção transversal de uma
viga reta prismática e isostática, em função das ações atuantes e das
condições de contorno (tipos de apoios da viga). Verá como se determina
UNIUBE IX

a equação da curva de deflexão (ou linha elástica) do eixo de uma


viga, em função dos tipos de carregamento e de apoio desse elemento
estrutural e, também, os cálculos de deslocamentos (flechas, deflexões)
e os giros (inclinações, declividades) de seções transversais de uma viga,
através da equação da linha elástica obtida.

• No sexto capítulo, “Torção” você aprenderá a utilizar os conceitos da


Resistência dos materiais para a solução de problemas, a determinar
as tensões e deformações produzidas em peças de seção transversal
circular e em barras de seção transversal prismática, assim como,
analisar os eixos de rotação e calcular a potência transmitida pelos eixos
(projeto de eixos de transmissão ou eixos motrizes).

• No sétimo capítulo, “Flambagem de colunas” você será levado a


compreender a importância de se determinar as condições para que as
colunas, em um carregamento axial, não entrem em colapso e ocasionem
falhas.

• No oitavo capítulo, intitulado “Círculo de Mohr” você aprenderá as


transformações de componentes de tensão que se encontram associados
a um sistema de coordenadas com orientações diferentes. Em seguida,
verá como calcular a tensão normal máxima e de cisalhamento máxima
em ponto qualquer e determinar a orientação dos elementos sobre os
quais atuam estas tensões.

Os conteúdos abordados são fundamentais para sua atuação profissional.


Assim, recomendamos que os estude com afinco e determinação.

Bons estudos!
Capítulo
Análise de tensões: carga
axial e esforço cortante
1

Humberto Ritt
Larissa Soriani Zanini Ribeiro Soares

Introdução
Para sua atuação na engenharia civil, é fundamental que você
tenha conhecimentos sobre o comportamento dos materiais diante
dos carregamentos a eles impostos, por exemplo, forças, pesos,
ventos, sobrecargas etc.

Assim, elaboramos este capítulo, cujo objetivo principal é o estudo


das tensões nos materiais (estruturas, máquinas, equipamentos
etc.). Para tanto, utilizaremos os conceitos abordados nas etapas
anteriores, nos capítulos intitulados Estática dos pontos materiais,
Equilíbrio dos Corpos Rígidos e Esforços Internos em Estruturas.

A Resistência dos materiais ou Mecânica dos materiais, ou


também chamada de Mecânica dos sólidos, é um ramo das
ciências físicas que estuda a resposta dos corpos diante da
ação de forças, tratando-as como corpos deformáveis. Estuda as
tensões e deformações causadas em elementos, equipamentos
ou estruturas, considerando as forças extremas aplicadas e as
condições de apoio, além do comportamento do material diante
dos esforços internos ou solicitantes.

Na análise ou projeto de uma máquina ou estrutura, é necessá-


rio aplicar as equações de equilíbrio estático para determinar
2 UNIUBE

os esforços que atuam sobre o elemento, bem como em suas


seções transversais. Por essa razão, uma revisão dos conceitos
fundamentais da estática é importante neste momento.

A compreensão e a determinação do comportamento do material


diante das solicitações, envolvendo suas dimensões, estabilidade,
princípios e respostas, abordadas em resistência dos materiais,
constitui-se nos fundamentos para as fórmulas e procedimentos
de projetos definidos nas normas de dimensionamento.

Nas próximas páginas deste capítulo, apresentaremos conceitos,


fundamentos, formulação e aplicações referentes à análise de
tensões devidas ao carregamento axial e cisalhante. Primeira-
mente, veremos o conceito de tensão e suas unidades, seguido
da diferenciação entre tensão normal, tensão de cisalhamento
e tensão de esmagamento. As tensões atuantes em um plano
oblíquo e a utilização de coeficientes de segurança para determi-
nação de tensão admissível serão discutidas em seguida.

Objetivos
Ao completar os estudos propostos neste capítulo, espera-se que
você seja capaz de:

• empregar conceitos da resistências dos materiais para solu-


cionar problemas;
• utilizar ordens de grandeza e consistência de unidades;
• determinar tensões causadas por carga axial e esforço cor-
tante (cisalhante);
• conhecer softwares específicos para análise de tensões.
UNIUBE 3

Esquema
1.1 Conceitos fundamentais
1.2 Conceito de tensão e suas unidades
1.3 Tensão normal média em uma barra sujeita à carga axial
1.4 Tensão de cisalhamento
1.5 Tensão de esmagamento
1.6 Softwares e programas de apoio
1.7 Tensões admissíveis
1.8 Tensões atuantes em um plano oblíquo ao eixo

1.1 Conceitos fundamentais


Para exemplificar uma situação-problema envolvendo a resistência dos
materiais, considere o esquema apresentado pela Figura 1.

Figura 1: Estrutura composta de uma barra BDE e um cabo AD, sujeitos


a um carregamento W aplicado no ponto E.

A força de tração no cabo AD e as reações de apoio no pino B podem


ser determinadas através das equações de equilíbrio estático, porém,
algumas questões podem ser respondidas somente por meio do emprego
de princípios e procedimentos da resistência dos materiais, como:
4 UNIUBE

• qual a carga W que causaria a ruptura do cabo ou a quebra da barra,


e onde isso ocorreria?
• qual a relação entre o deslocamento vertical δ e o peso W?
• qual a melhor seção transversal para a barra?
• qual o material adequado para o cabo e para a barra?

As duas primeiras questões envolvem a análise, ou seja, a obtenção de


dados do sistema de carregamento através do estudo do comportamento
deste diante do carregamento. As outras duas são questões de projeto,
em que, segundo critérios de desempenho, são selecionados o material
e a sua geometria.

Visualiza-se na Figura 1, a configuração deformada da montagem após a


aplicação do carregamento, pois a resistência dos materiais considera os
corpos como sendo deformáveis, ou seja, eles variam de tamanho e/ou
forma, devido à aplicação de cargas ou variação de temperatura. Estas
mudanças são chamadas de deformação, que podem ser tão pequenas
que, às vezes, são invisíveis a olho nu.

Portanto, os problemas da mecânica dos materiais envolvendo os


corpos deformáveis enquadram-se em duas categorias: problemas
de resistência, ou seja, o elemento tem que ser forte o bastante para
suportar o carregamento sem apresentar colapso, ou problemas de
rigidez, nos quais ele tem que ser rígido o suficiente, ou seja, a sua
deformação tem que estar dentro de limites aceitáveis.

Para resolver os problemas de resistência e rigidez, três equações


fundamentais são usadas:
• as condições de equilíbrio estático, que você aprendeu em seu
estudo anterior de estática, aplicando-as a partículas e a corpos
rígidos, através do uso de diagramas de corpo livre – DCL. Por
meio destas equações, são determinadas as reações de apoio e os
esforços internos solicitantes nas seções transversais;
UNIUBE 5

• a geometria da deformação, que inclui as simplificações e


idealizações, como as condições de contorno e conexões, elemento
rígido, suporte fixo e pequenos deslocamentos;
• o comportamento do material, isto é, as relações força-temperatura-
deformação que descrevem os materiais, estabelecidas por
experimentos.

1.2 Conceito de tensão e suas unidades

Considerando o cabo AD da montagem apresentada anteriormente


na Figura 1, tem-se uma força interna FAD de tração, representando
a resultante das forças elementares que se encontram distribuídas em
toda a área da transversal A do cabo AD, que pode ser representada
pela Figura 2.

Figura 2: Seção transversal do cabo AD e as forças distribuídas na área.

A resistência do cabo AD depende da capacidade do material em suportar


a intensidade das forças distribuídas sem apresentar ruptura.

Conceitua-se como tensão atuante a força por unidade de área ou a


intensidade das forças distribuídas em uma seção transversal (Figura 3)
indicada pela letra grega σ (sigma).

Considerando uma barra sujeita a uma força axial P, a tensão é obtida


dividindo-se P pela área da seção transversal A.
6 UNIUBE

P
σ=
A

Figura 3: Distribuição da tensão atuante na seção transversal de uma barra.

No Sistema Internacional de Unidades, a tensão é expressa em N/m2,


chamada de pascal (Pa). Em termos práticos, utilizam-se múltiplos dessa
unidade:
1 kPa quilopascal = 10³ Pa = 1000 N/m²
1 MPa megapascal = 106 Pa = 1000000 N/m²
1 GPa gigapascal = 109 Pa = 1000000000 N/m2

Na maioria das vezes, utiliza-se a força em N e a área em m2, tendo como


resultado a tensão em N/m2, que equivale a 1 Pa.

No Sistema Inglês, a força é expressa em libras (lb) ou quilolibras (kip)


e a área em polegadas quadradas (in2), sendo a tensão expressa em lb/
in2 (psi) ou kip/in2 (ksi).

1.3 Tensão normal média em uma barra sujeita à carga axial

A tensão em um ponto da seção transversal (Figura 4) é o valor limite da


força por unidade de área, quando a área tende a zero.
UNIUBE 7

Figura 4: Tensão atuante em uma seção


transversal.

Entretanto, algumas hipóteses devem ser estabelecidas:


• a barra é prismática, ou seja, é reta e tem a mesma seção ao longo
de todo o seu comprimento;
• a barra permanece reta após a carga ser aplicada e as seções
transversais permanecem planas durante a deformação;
• não são consideradas as regiões próximas às extremidades, onde
as forças externas provocam distorções. Portanto, a distribuição da
tensão é uniforme;
• a carga é aplicada ao longo do eixo que passa pelo centroide da
seção transversal;
• o material é homogêneo, isto é, possui as mesmas propriedades
físicas e mecânicas em todo o seu volume;
• o material é isotrópico, isto é, possui essas mesmas propriedades
em todas as direções.

Desta forma, tem-se a expressão para o cálculo da tensão normal atuante


em uma barra:

P
σ=
A
8 UNIUBE

Sendo:
• P: a carga axial;
• A: a área da seção transversal.

Este tipo de tensão ocorre, por exemplo, em cabos, tirantes, pilares,


colunas, escoras e treliças. Quanto ao sinal, a tensão é positiva em barras
tracionadas e negativa em barras comprimidas, conforme representamos
na Figura 5.

Figura 5: Tensão normal de tração e compressão.

Exemplo 1

Determine a tensão normal atuante nas barras da treliça (mão-francesa)


mostrada na Figura 6.

Figura 6: Estrutura em treliça, composta de barras de


seção circular.
UNIUBE 9

Resolução

Deve-se, inicialmente, encontrar as forças internas atuantes nas barras


AB e BC, fazendo-se o diagrama de corpo livre (DCL) do ponto B, e
aplicando as equações de equilíbrio estático da partícula:

Figura 7: Diagrama de corpo livre.

IMPORTANTE!

O sinal negativo indica S.C.A., ou seja, sentido contrário ao arbitrado, sendo,


portanto, a barra BC comprimida.

Substituindo o valor de , obtém-se o valor de :

(a barra AB é tracionada)

A tensão normal é obtida através da expressão :

• barra AB:
10 UNIUBE

FBC −18,02.103
• barra BC: σ = = = −36,7 MPa
A  252 
p . 
 4 

Atividade 1

A barra rígida ABC (Figura 8) suporta um peso W = 80 kN. A barra é


rotulada no ponto A e suportada por uma haste (1) em B, que tem uma
seção transversal circular. Se a tensão normal na haste (1) é limitada em
30 MPa, determine o diâmetro mínimo requerido para a haste, em mm.

Figura 8: Barra rígida ABC.


Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

1.4 Tensão de cisalhamento

Um tipo diferente de tensão ocorre quando as forças são aplicadas


transversalmente à barra, conforme mostra a Figura 9.

Figura 9: Barra submetida a forças transversais.


UNIUBE 11

Se considerarmos uma seção transversal entre os pontos de aplicação das


forças, tem-se uma força cortante V = P, que dividida pela área, fornece a
tensão média de cisalhamento, representada pela letra grega τ (tau).

V
τ=
A

A tensão de cisalhamento ocorre, por exemplo, em ligações coladas,


parafusadas ou soldadas.

A Figura 10 mostra a ligação entre barras através de um parafuso em A


e de um pino em B.

Figura 10: Detalhe de ligação entre barras, através de parafuso e pino.

O parafuso A está sujeito ao cisalhamento simples, pois apresenta


apenas uma área de corte. O pino B apresenta duas áreas de corte,
sujeito, portanto, ao cisalhamento duplo.

Exemplo 2

A barra AB, com seção transversal em perfil I, suporta o carregamento


uniformemente distribuído, conforme mostrado nas Figuras 11 e 12.
Determine:
• a tensão normal atuante na haste (1);
• a tensão de cisalhamento atuante no pino A;
• a tensão de cisalhamento atuante no pino B.
12 UNIUBE

Figura 11: Carregamento horizontal distribuído uniformemente


sobre um perfil.

Resolução

Fazendo-se o DCL da barra AB, onde a carga uniforme distribuída de 20


kN/m é substituída por sua resultante 100 kN (20 kN/m.5 m).

Figura 12: Diagrama de corpo livre.


UNIUBE 13

F1 . sen θ . 5 – 100 . 2,5 = 0


∑M
↵+
A =0

F1 = 97,2 kN

Ax + F1.senθ = 100
∑ Fx = 0
→+

Ax = + 50 kN

Ay . = F1 cosθ
∑ Fy = 0
↑+

Ay . = 83,35 kN

A força resultante de cisalhamento no pino A é dada por:

A2 = Ax2 + Ax2 A = 97,2 kN

O comprimento da haste (1) é dado por:

L12 = 32 + 52 = 5830 mm

A tensão normal atuante na haste (1):


97, 2.10³
=σ1 = 137,5MPa
p .30²
4

A tensão de cisalhamento atuante no pino A:

97, 2.10³
=τA = 198MPa
p .25²
4

A tensão de cisalhamento atuante no pino B:

97, 2.10³
=τB = 154, 7 MPa
2.p .20²
4
14 UNIUBE

Atividade 2

A montagem mostrada na Figura 13 é suportada pela haste AB e pelo


suporte C, na qual o parafuso tem um diâmetro de 32 mm e está sujeito
a cisalhamento duplo. Determine a tensão de cisalhamento atuante no
parafuso C.

Figura 13: Montagem – Haste, suporte e parafuso.


Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

1.5 Tensão de esmagamento

Um tipo especial de tensão normal ocorre em ligações com parafusos,


pinos ou rebites, ao longo da superfície de contato destes com as barras,
conforme mostra a Figura 14. Esta tensão, se atingir valores elevados,
pode causar um esmagamento da barra em torno do parafuso, e causar
o colapso da ligação. É expressa por:

Dt

Sendo:

• D: o diâmetro do parafuso;
• t: a espessura da barra.
UNIUBE 15

Figura 14: Tensão de esmagamento atuante em uma ligação.

1.6 Softwares e programas de apoio

Vamos conhecer um pouco do Mecmovies!

É um sistema integrado de aprendizagem, por meio do qual se pode


acompanhar todas as etapas da resolução de um problema envolvendo
a análise de tensão e deformação. A seguir, na Figura 15, é mostrada a
tela inicial do programa.

Figura 15: Tela principal do programa Mecmovies.


16 UNIUBE

Acesse o endereço <http://web.mst.edu/~mecmovie>, clique em uma


das opções do menu à esquerda, como por exemplo 1.Stress. Clique
novamente sobre uma das janelas mostradas à direita, e acompanhe os
conceitos, o desenvolvimento da formulação e a resolução dos exercícios.

Algumas das janelas apresentam a opção “try one” ou “concept


checkpoints”, onde é exposto um problema, que após ser resolvido
manualmente, à parte, digita-se as respostas nas janelas correspondentes
(Figura 16).

Figura 16: Tela do Mecmovies, mostrando os exemplos sobre análise de tensão.

Exemplo 3

Determine a tensão normal atuante na área bruta e na área líquida


da chapa, bem como a tensão de esmagamento que ocorre entre
o pino e a chapa e a tensão de cisalhamento no pino. Considere
P = 16 kN (Figura 17).
UNIUBE 17

Figura 17: Montagem sujeita a uma carga P.


Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

Resolução

Verificação da tensão normal na área bruta da chapa:


P 16000
σ= σ= σ = 48,5MPa
A 6.55

Verificação da tensão normal na área líquida da chapa, como é executa-


do um furo na chapa para a instalação do pino, com o mesmo diâmetro
deste, a largura útil fica reduzida: 55 – 15 = 40 mm:
P 16000
σ= σ= σ = 66, 7MPa
A 6.40

Verificação da tensão de esmagamento atuante entre o pino e a chapa:


P 16000
σe = σ= σ e = 177,8MPa
D.t 15.6
18 UNIUBE

Verificação da tensão de cisalhamento no pino, como se tem apenas um


pino, que apresenta somente uma área de corte, em que A é a área da
p .15²
=
seção transversal do pino ( A = 176, 7 mm² ), tem-se:
4

P 16000
τ= τ= τ = 90,5MPa
A 176, 7

PESQUISANDO NA WEB

Outros exemplos de situação-problema são disponibilizados por meio


do software MDSolids, programa educacional para análise de tensões e
deformações, que pode ser obtido no endereço <http://www.mdsolids.com>.

Outra importante ferramenta para o estudo da resistência dos materiais


é o programa Mecmovies, disponível no endereço <http://web.mst.
edu/~mecmovie>.

1.7 Tensões admissíveis

O projeto de engenharia compreende a concepção de componentes,


sistemas ou processos, utilizando-se dos recursos naturais para atender
às necessidades da sociedade em diversas áreas, como habitação e
infraestrutura.

A resistência dos materiais é fundamental para o desenvolvimento destes


projetos que envolvem estruturas, como pontes, torres, coberturas, vigas,
pilares etc.

Nestes, a seleção de uma configuração viável para a estrutura, a


especificação do material e as dimensões dos elementos que a
compõem, devem ser feitas de modo a garantir que não ocorram falhas
sob as diversas condições de carregamento.
UNIUBE 19

O engenheiro projetista deve levar em consideração incertezas como


suposições e aproximações feitas em relação às cargas externas atuantes,
dimensões, processo de fabricação do material e execução.

O engenheiro deve assegurar que a carga de ruptura Pu (que causa a


falha de um elemento) esteja acima do carregamento admissível Padm.
Assim:

Pu
Padm =
CS
Sendo:
• CS: o Coeficiente de Segurança ou Fator de Segurança (FS).

O CS está relacionado à natureza da falha, importância do elemento, tipo


de carregamento, custo etc., e varia geralmente de 1 a 5 e é especificado
em normas relativas a cada material.

Se existir uma relação linear entre as cargas aplicadas e as tensões


devidas, pode-se usar:
σu
σ adm =
CS
τu
τ adm =
CS
Sendo:
• σu e τu: as tensões últimas;
• σadm e τadm: as tensões normal e de cisalhamento admissíveis,
respectivamente.

Exemplo 4

Determine a carga máxima P que pode ser aplicada à montagem ilustra-


da, sabendo-se que o material da barra (1) apresenta uma tensão normal
última de 480 MPa e a tensão de cisalhamento última nos parafusos é de
20 UNIUBE

360 MPa, e desejando-se atender a um coeficiente de segurança igual


a 3,0, como mostra a Figura 18.

Diâmetro dos parafusos = 25 mm

Dimensões da chapa (1) = 200 . 10 mm

Figura 18: Detalhe da ligação entre a barra (1) e um suporte, através de dois
parafusos.
Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

Resolução

Cálculo das tensões admissíveis:


σu 480
σ adm
= = = 160 N / mm 2
= 160 MPa
CS 3

τu 360
τ adm
= = = 120 N / mm 2
= 120 MPa
CS 3

Verificação da tensão normal na área bruta da barra (1):


P P
σ= 160 = P 320000 N
A 10.200

Verificação da tensão normal na área líquida da barra (1), como são


executados furos na barra para a instalação dos parafusos, com o mesmo
diâmetro destes, a largura útil fica reduzida: 200 – 2.25 = 150 mm:
P P
σ= 160 = P = 240000 N
A 10.150
UNIUBE 21

Verificação da tensão de esmagamento atuante entre os parafusos e a


barra (1):
P P
σe = 160 = P = 80000 N
D.t 2.25.10

Verificação da tensão de cisalhamento nos parafusos, como são dois


parafusos e cada um apresenta duas áreas de corte, em que A é a área
p .25²
=
da seção transversal do parafuso ( A = 490,9mm² ), tem-se:
4
P P
τ= 120 = P = 235632 N
4A 4.490,9

Portanto, a carga máxima que pode ser aplicada é (80000 N ou 80 kN).


Observe que é o menor dos valores encontrados, pois atende a todos
os critérios de segurança.

Atividade 3

Duas barras de material plástico (1) e (2) são unidas através de chapas
coladas, como mostra a Figura 19. A tensão de cisalhamento última da
cola é de 5 MPa. Se uma carga axial de tração de 70 kN é aplicada, qual
o comprimento da chapa L requerido, em mm, desejando-se atender a
um coeficiente de segurança igual a 4.

Figura 19: Representação de barras de material plástico


unidas por chapas coladas.
Fonte: Adaptado de Philpot (2011).
22 UNIUBE

Atividade 4

A estrutura mostrada na Figura 20 suporta uma carga, w, uniformemente


distribuída. A tensão normal última na haste (1) é de 280 MPa, e a tensão
de cisalhamento última nos pinos é de 200 MPa.

Desejando-se atender a um coeficiente de segurança mínimo de 2,3,


determine a máxima carga distribuída w que pode ser aplicada sobre a
estrutura e a tensões causadas na haste (1) e nos pinos B e C quando
esta for aplicada.

Figura 20: Estrutura.

1.8 Tensões atuantes em um plano oblíquo ao eixo

Considerando uma barra submetida a um carregamento axial P, conforme


mostra a Figura 21.
UNIUBE 23

Figura 21: Carga axial P aplicada a uma barra, considerando


um plano inclinado.

Se analisarmos uma seção que forma um ângulo θ, medido entre o plano


inclinado e a perpendicular ao eixo, tem-se a decomposição da força P em
suas componentes normal (N) e tangencial (V), expressas na Figura 22.

Figura 22: Tensão normal e de cisalhamento atuantes em um plano oblíquo.

N = P.cos θ V = P.sen θ

A tensão normal σθ e de cisalhamento θ atuantes no plano inclinado são


expressas por:
N V
σθ = τθ =
Aθ Aθ

A área da seção inclinada Aθ pode ser obtida a partir da área da seção


transversal A:
A
Aθ =
cos θ

Substituindo-se nas expressões, tem-se:


P P
σθ = cos ²θ τθ = cos θ .senθ
A A
24 UNIUBE

Estas tensões ocorrem, por exemplo, em ligações soldadas ou coladas,


sendo que a tensão normal máxima acontece quando θ = 0o, ou seja,
quando a seção em análise é perpendicular ao eixo. Já a tensão de
cisalhamento máxima ocorre para θ = 45o.

Exemplo 5

Uma coluna de uma edificação de dois pavimentos é fabricada em aço


com E = 200 GPa, empregando-se as seções tubulares quadradas,
obtidas a partir de chapas soldadas, como indicadas na Figura 23. O
carregamento proveniente das vigas dos pavimentos é transmitido às
colunas através de cargas axiais aplicadas nos pontos A e B, como
mostrado. Desprezando o peso próprio dos tubos, determine as tensões
atuantes na solda (plano oblíquo) do trecho AB, e a tensão normal
atuante na seção transversal situada no ponto médio do trecho BC.

Figura 23: Coluna de uma edificação de dois pavimentos, sujeita à carga axial.
UNIUBE 25

Resolução

Cálculo da área da seção transversal dos tubos:

Aa-a = 1802 – 1602 = 6800 mm2

Ab-b = 2402 – 2102 = 13500 mm2

Tensões atuantes na solda – plano oblíquo ao eixo:


P 340.10³
=σθ = cos ²θ .cos
= ²30 37,5MPa
A 6800

P 340.10³
=τθ = cos θ .senθ cos
= 30.sen30 21, 7 MPa
A 6800

Tensão atuante na seção b-b, sendo que a carga axial atuante nesta
seção é de: 340 + 220 + 220 = 780 kN:
P  780.10³ 
σ= =  = 57,8MPa (compressão)
A  13500 

Atividade 5

A barra mostrada na Figura 24 apresenta uma seção transversal


retangular de 120 x 15 mm. Se uma carga axial P, de 70 kN, é aplicada,
determine as componentes normal (N) e tangencial (V) atuantes na
superfície inclinada e as tensões atuantes no plano oblíquo a-a.
26 UNIUBE

Figura 24: Representação seção transversal


retangular.
Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

SAIBA MAIS

Finalizamos este texto introdutório com a indicação de algumas atividades


de aplicação dos conceitos e formulação sobre análise de tensões. Para
tanto, acesse o endereço <//web.mst.edu/~mecmovie>.

Acompanhe os exemplos resolvidos e resolva os seguintes tópicos:

• M 1.1 - Normal, shear and bearing stress – example – try one;


• M 1.2 - Normal stress – basic problems – concept checkpoints;
• M 1.3 - Shear stress – basic problems – concept checkpoints;
• M 1.4 - Load capacity of two-bar assembly – example – try one;
• M 1.5 - Shear stress -pin-supported – example – concept checkpoints;
• M 1.12 - Stresses on inclined plane – example – try one;
• M 1.13 - Force based on inclined plane stresses – example – try one;
• M 4.1 - Beam-strut structure - factors of safety – example – try one;
• M 4.2 - Design bolts for splice plate connection – example- try one;
• M 4.3 - Load capacity of beam-strut structure – example – try one;
UNIUBE 27

Resumo
Neste capítulo, iniciamos o estudo da Resistência dos Materiais. O
assunto que aqui foi abordado é a base para demais conteúdos que
serão vistos ao longo dos próximos capítulos.

Sugerimos, ainda, que os exercícios propostos sejam feitos sempre


retornando às explicações e que os Softwares e programas de apoio
indicados sejam acessados e usados como ferramenta complementar
aos estudos.

Referências
BEER, F. P. e JOHNSTON, E. R. Resistência dos materiais. 3. ed.
São Paulo: Makron Books Ltda, 1996, p. 1 a 63.

______. Mecânica vetorial para engenheiros: estática. 5. ed.


São Paulo: McGraw-Hill Ltda, 1994, 793p.

CRAIG JR., R. R. Mecânica dos materiais. 2. ed. Rio de Janeiro:


LTC SA, 2003, p.1 a 76.

HIBBELER, R.C. Resistência dos materiais. 5. ed. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2004.

______. Estática: mecânica para engenharia. 10. ed. São Paulo:


Pearson-Prentice Hall, 2005, p. 277 a 285.

PHILPOT, A. T. MecMovies for Mechanics of Materials. Missouri


University of Science & Technology. Disponível em: <http://web.mst.
edu/~mecmovie/>. Acesso em: 12 ago. 2011.
Capítulo
Análise de tensões e
deformações: carregamento
2
axial e Lei de Hooke

Humberto Ritt
Larissa Soriani Zanini Ribeiro Soares

Introdução
Para sua atuação na engenharia civil, é fundamental que
você compreenda o comportamento dos materiais diante das
solicitações, não somente com intuito de analisar as tensões, mas
também as deformações que são impostas pelos projetos, não
permitindo que estas ultrapassem seu valor admissível a ponto
de impedirem que as estruturas/máquinas tenham um baixo
desempenho relacionado à função para a qual são destinadas.

Assim, elaboramos neste capítulo, cujo objetivo principal é o


estudo de tensões e deformações em diversas situações, como
estruturas, máquinas e equipamentos. Para tal, utilizaremos
os conceitos abordados nas etapas anteriores, nos capítulos
intitulados Estática dos pontos materiais, Equilíbrio dos corpos
rígidos e Esforços internos em estruturas. Além destes, é
fundamental o capítulo Análise de tensões: carga axial e esforço
cortante, estudado nesta etapa.

Neste capítulo, veremos que, quando um corpo é submetido à


ação de uma força, ele tende a mudar sua forma ou tamanho.
A estas alterações, damos o nome de deformações, que podem
ser facilmente percebidas ou não. Desta forma, apresentaremos
a vocês os conceitos, fundamentos, formulações e aplicações
30 UNIUBE

referentes à análise de deformações considerando-se as


estruturas como deformáveis.

Primeiramente, vamos conceituar deformação específica,


apresentando os diagramas tensão versus deformação, através
dos quais pode-se obter diversas propriedades dos materiais.
Discutiremos, também, as deformações produzidas por variação
de temperatura e cargas axiais de tração ou compressão.

A solução de problemas estaticamente indeterminados a partir de


equações envolvendo deformações e tensões térmicas completam
este capítulo.

Objetivos
Ao completar os estudos propostos neste capítulo, espera-se que
você seja capaz de:
• definir as grandezas e determinar as deformações causadas
por carregamento axial (esforço normal), variação de
temperatura e esforço cortante (cisalhamento);
• relacionar a segunda Lei de Newton com a Lei de Hooke;
• conhecer softwares específicos para análise de deformações;
• compreender o comportamento dos materiais diante das
solicitações, de acordo com suas propriedades mecânicas.

Esquema
2.1 Conceito de deformação
2.2 Deformação específica normal
2.3 Propriedades mecânicas dos materiais – diagrama tensão x
deformação
2.4 Comportamento elástico e plástico dos materiais
UNIUBE 31

2.5 Lei de Hooke e módulo de elasticidade


2.6 Deformação de barras sujeitas a cargas axiais
2.7 Problemas envolvendo variação de temperatura

2.1 Conceito de deformação

Portanto, na análise ou projeto de uma estrutura ou equipamento,


é importante também, além de verificar as tensões, determinar as
deformações, de modo a evitar que sejam tão significativas ao ponto de
comprometer o seu desempenho ou funcionamento para o qual estavam
destinadas.

Quando um corpo é submetido a uma força, ele tende a mudar de forma


ou tamanho. Estas mudanças são chamadas de deformação, que podem
ser bastante visíveis como, por exemplo, em uma fita de borracha quando
esticada, ou praticamente imperceptíveis nas vigas e pilares de uma
edificação. Outra deformação ocorre devido à variação de temperatura
no corpo, como em trilhos de ferrovia, provocada pelas condições
atmosféricas.

Nas próximas páginas deste capítulo, apresentaremos conceitos,


fundamentos, formulações e aplicações referentes à análise de
deformações considerando, na prática, as estruturas como deformáveis.

2.2 Deformação específica normal

Considerando a barra BC, de seção transversal A e comprimento L,


fixada no ponto B. Aplicando uma carga axial de tração P, na extremidade
C, a barra sofre um alongamento δ (delta), conforme representado pela
Figura 1.
32 UNIUBE

Figura 1: Deformação em uma barra submetida


à tração.

Define-se como deformação específica normal, expressa pela letra grega


ε (épsilon), a deformação por unidade de comprimento. Assim:
δ
ε=
L

Sendo:

δ: o comprimento final (Lf) - comprimento inicial (Li);


L: o comprimento da barra.

Tomando por exemplo, uma barra de comprimento L = 1m = 1000 mm


que apresentou uma deformação de 0,01 mm, tem-se:
0, 01
=ε mm 1.10−5 mm /=
= 0, 00001mm /= mm 10.10
= −6
10 µ
1000

Considerando que µ = micro = 10-6 (um milionésimo)

Esta expressão é caracterizada por duas suposições:


• o eixo do elemento continua reto;
• as seções transversais, planas e perpendiculares ao eixo antes da
deformação, permanecem desta maneira depois da deformação. E
também não giram em torno do eixo.
UNIUBE 33

No caso de uma barra cuja área da seção transversal varia ao longo do


comprimento (Figura 2) tem-se:
∆δ dδ
=ε lim
=
∆x
∆x → 0 dx

Figura 2: Geometria da deformação axial.

Exemplo 1

Uma barra rígida ABC é suportada por três hastes (Figura 3). Não há
deformação antes de a carga P ser aplicada. Após a carga vertical P ser
aplicada, a deformação específica na haste (1) é de 1200 µ. Determine:
• a deformação específica nas hastes (2);
• a deformação específica nas hastes (2) se uma folga de 0,5 mm
existisse na conexão entre as hastes (2) e a barra rígida, antes de
a carga ser aplicada.
34 UNIUBE

Figura 3: Barra rígida sustentada por três hastes.


Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

Resolução

Usando a expressão para deformação específica, pode-se calcular a


deformação (alongamento) da haste (1) (Figura 4):
δ
ε = ∴δ1 = 1200.10−6.1500 δ1 = 1,8mm
L

Figura 4: Geometria da deformação produzida


pela carga P.
Fonte: Adaptado de Philpot (2011).
UNIUBE 35

Devido à simetria da montagem, a barra rígida ABC permanece


horizontal. Desta forma, os deslocamentos verticais dos pontos A e C
são os mesmos que do ponto B, que corresponde ao alongamento da
haste (1).

Como a barra ABC é rígida, o alongamento das hastes (2) é igual ao


deslocamento vertical dos pontos A e C. A deformação específica da
haste (2) é calculada, fazendo-se:
δ 1,8
ε= ε2 = =ε 2 0, 002mm
= 0.10−6 2000 µ
/ mm 2,=
L 900

Considerando, agora, que existe uma folga entre as hastes (2) e a barra
rígida antes de a carga ser aplicada. Esta folga não afeta a deformação
da haste (1) e, consequentemente, da barra rígida. Portanto, os
deslocamentos verticais dos pontos A e C permanecem sendo 1,8 mm.

Entretanto, os primeiros 0,5 mm do deslocamento vertical da barra


não afetam a haste (2), devido a esta folga. Assim, a deformação
(alongamento) da haste (2) é dada por:

δ2 = 1,8 – 0,5 = 1,3 mm

A deformação específica na haste (2) é calculada por:


δ 1,3
ε= ε2 = =ε 2 0, 001444= 444.10−6 1444 µ
mm / mm 1,=
L 900

Atividade 1

Uma barra rígida ABC é suportada por três hastes (Figura 5). Não há
deformação antes de a carga P ser aplicada. Após a carga vertical P ser
aplicada, a deformação específica na barra (1) é de 820 µ. Determine o
deslocamento vertical da barra rígida no ponto B e deformação específica
nas hastes (2), se uma folga de 0,35 mm existisse na conexão entre as
hastes (1) e a barra rígida, antes de a carga ser aplicada.
36 UNIUBE

Figura 5: Barra rígida sustentada por três hastes.


Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

2.3 Propriedades mecânicas dos materiais – diagrama


tensão x deformação

Com o objetivo de relacionar os carregamentos atuantes nas estruturas


de engenharia com as deformações devidas às cargas, realizam-se
ensaios para determinar o comportamento carga versus deformação nos
materiais (aço, concreto, madeira ou alumínio) usados na fabricação das
estruturas. Várias propriedades mecânicas são obtidas a partir de ensaios
de tração ou compressão, em que a resistência de um material depende
de sua capacidade de suportar um carregamento sem apresentar
deformação excessiva ou ruptura.

Para realizar o ensaio de tração ou compressão, é confeccionado, a


partir de uma amostra da matéria, um corpo de prova com dimensões
padronizadas por normas específicas para cada material.

A Figura 6 mostra um corpo de prova típico para metais, como ferro


fundido, onde são feitas marcas separadas de uma distância Lo
(comprimento de referência). Mede-se também, o diâmetro do para
determinar a área da seção transversal A.
UNIUBE 37

Figura 6: Corpo de prova metálico para ensaio de tração.


Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

Utiliza-se uma máquina de ensaios, como mostrada nas Figuras 7 e 8,


onde uma carga axial P é aplicada gradualmente.

Figura 7: Máquina de ensaios de materiais.


Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).
38 UNIUBE

Figura 8: Máquina de ensaios de materiais computadorizada.


Fonte: Adaptado de Instron (2011).

O valor de P é aumentado a uma taxa lenta e constante, até atingir a


ruptura. Os valores de carga são registrados, bem como alongamento
δ = L - Lo, entre as marcas, em cada incremento de tensão de carga
(Figura 9).

Figura 9: Exemplos de corpos de prova.


(a) corpo de prova sendo submetido à tração.
(b) corpo de prova com extensômetro.
(c) corpo de prova em concreto.
Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).
UNIUBE 39

Para cada conjunto de valores de P e δ, registrados no ensaio, calcula-se


a tensão normal σ, dividindo-se P (carga aplicada) pela área de seção
transversal inicial Ao.
P
σ=
Ao

Da mesma forma, a deformação específica é encontrada pela leitura


direta em um extensômetro elétrico de resistência, ou dividindo-se o
alongamento δ pelo comprimento inicial Lo.
δ
ε=
Lo

Colocando-se os valores de ε como abscissa e σ como ordenada em


um gráfico, a curva resultante é chamada de diagrama tensão versus
deformação, convencional de engenharia, conforme representado,
genericamente, pela Figura 10.

Figura 10: Diagrama tensão versus deformação.


Fonte: Adaptado de Philpot (2011).
40 UNIUBE

Este diagrama varia de material para material e, para um mesmo


material, dependendo da temperatura, da taxa de incremento de carga,
imperfeições ou composições químicas.

Muitas propriedades mecânicas importantes dos materiais são obtidas


a partir destes diagramas, que nos permitem, inclusive, distinguir duas
categorias: materiais dúcteis e frágeis.

Na Figura 11, é mostrado o diagrama tensão versus deformação,


para o aço estrutural, em que se identificam quatro etapas distintas de
comportamento do material, dependendo da deformação nele provocada,
ou seja, a região elástica, escoamento, endurecimento por deformação
e estricção.

Figura 11: Diagramas tensão x deformação convencional e real para material dúctil (aço). Sem
escala.
Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

A região elástica (comportamento elástico), começando na origem


dos eixos e estendendo-se até o limite de proporcionalidade (σLP),
compreende uma relação linear entre a tensão e a deformação. O
UNIUBE 41

gráfico é representado por uma reta, no qual a tensão é proporcional à


deformação. O material é linearmente elástico, ou seja, se a carga for
removida, o corpo volta à sua forma original. Se a tensão for aumentada
acima de σLP, o material pode ainda apresentar o comportamento elástico,
que continua até alcançar o limite de elasticidade que, para o aço, é muito
próximo ao limite de proporcionalidade.

Aumentando a tensão acima do limite de elasticidade, tem-se o


escoamento, causado pelo deslizamento relativo entre camadas do
material em superfícies oblíquas, associado a tensões de cisalhamento. A
tensão que provoca este fenômeno é chamada de limite de escoamento
(σe). O corpo se deforma permanentemente e continuará a alongar-se
sem qualquer aumento de carga, num trecho chamado de patamar de
escoamento.

Após o escoamento, o material refaz as ligações entre as camadas e


um carregamento adicional pode ser aplicado. O diagrama assume a
forma de uma curva, alcançando a tensão máxima chamada de limite
de resistência (σr) ou tensão de última (σu). Este aumento na curva é
chamado de endurecimento por deformação.

Durante o ensaio de tração, enquanto o corpo apresenta um alongamento,


a área da seção transversal decresce de maneira uniforme ao longo
de seu comprimento. Ao atingir o limite de resistência, a área da seção
transversal diminui uma região localizada. Esse fenômeno é chamado
de estricção e como a área é menor, a carga é decrescente e o diagrama
curva-se para baixo, até que ocorra a ruptura numa tensão chamada de
tensão de ruptura (σrup), como pode ser representado pela Figura 12.
42 UNIUBE

Figura 12: Corpo de prova submetido a tração, apresentando a estricção (a) e ruptura (b).
Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

Ao construirmos o diagrama tensão versus deformação convencional de


engenharia, utilizaremos a área de seção transversal e o comprimento
inicial para calcular a tensão e a deformação. Se usarmos a área e o
comprimento em cada instante, teríamos o diagrama de tensão versus
deformação real, conforme mostra a Figura 13.

Figura 13: Diagramas tensão-deformação convencional e real.


Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

Na prática, utilizaremos o diagrama convencional, pois apesar dos


diagramas serem diferentes a partir do endurecimento por deformação,
a maioria dos projetos é feita com tensões dentro do regime elástico.
UNIUBE 43

PESQUISANDO NA WEB

Você pode utilizar o programa computacional MDSOLIDS, disponível


no endereço <www.mdsolids.com>, para traçar curvas tensão versus
deformação, a partir de dados carga versus deslocamento.

Exemplificamos a construção de uma destas curvas na Figura 14.

Figura 14: Tela do software MDsolids – módulo stress-strain curves.


Fonte: Adaptado de MDsolids (2011).

Com o conhecimento sobre o comportamento tensão-deformação dos


materiais, destacamos algumas propriedades mais significativas destes
para o engenheiro projetar ou analisar um equipamento ou estrutura, que
são resistência, rigidez e ductilidade.
44 UNIUBE

Resistência
Medida por meio de três valores retirados do diagrama tensão-deformação,
como o limite de escoamento, que é a maior tensão que o material pode
suportar, sem sofrer deformação permanente, o limite de resistência ou
limite último, que é o máximo valor de tensão que o material pode suportar
e, finalmente, o limite de ruptura, que é o valor da tensão no instante da
ruptura.

Rigidez
Medida por meio da relação entre a tensão e a deformação, principalmente
na região linear elástica.

Ductilidade
Quando um material, na temperatura ambiente, pode apresentar grande
deformação antes de atingir a ruptura ele é classificado como material
dúctil. Já aquele que fratura sob pequena deformação, é chamado de
material frágil.

Portanto, os materiais são classificados como dúcteis ou frágeis,


dependendo das características do diagrama tensão-deformação.
O aço estrutural, por exemplo, é um material dúctil à temperatura
ambiente. Isto permite que seja conformado ou dobrado para fabricar
perfis ou vergalhões. É capaz de absorver choques e energia e, quando
sobrecarregado, exibe grande deformação antes de falhar, prevenindo
deste modo que falhas repentinas e catastróficas ocorram. O alumínio,
latão, cobre e o níquel entre outros, podem ser classificados como
dúcteis.

A ductilidade é medida através do alongamento percentual dado pela


equação:
Lf − Lo
alongamento
= [%] ⋅100
Lo
UNIUBE 45

Em que: Lf e Lo são, respectivamente, os comprimentos finais e iniciais


do corpo de prova. Outra medida de ductilidade é dada pela redução
percentual de área, expressa por:
Ao − Af
redução _ área
= [%] ⋅100
Ao

Em que: Ao e Af são, respectivamente, a área da seção transversal


original e a área final da seção onde ocorre a fratura.

Os materiais frágeis, como ferro fundido, vidro, pedra e concreto, entre


outros, caracterizam-se por uma ruptura que ocorre sem nenhuma
alteração significativa no modo de deformação. Não existe diferença
entre o valor da tensão última e a tensão de ruptura, e a deformação
é muito menor do que nos materiais dúcteis. A superfície de fratura é
perpendicular ao carregamento e não ocorre a estricção.

A Figura 15 representa o diagrama de tensão-deformação de materiais


frágeis e dúcteis.

Figura 15: Diagrama tensão-deformação para material frágil e dúctil.


46 UNIUBE

Alguns materiais são classificados como plásticos ou polímeros,


como o nylon. Outros, como o concreto armado, são chamados de
materiais compósitos, pois combinam dois ou mais materiais com o
objetivo de melhorar suas propriedades. A madeira é classificada como
moderadamente dúctil, variando suas características de resistência de
uma espécie para outra. Como é um material constituído por fibras, suas
propriedades mecânicas dependem da orientação destas em relação ao
carregamento.

Os diagramas tensão x deformação para o aço estrutural e alumínio,


mostrados na Figura 16, apresentam diferenças na região do
escoamento. O valor da tensão de escoamento para o aço estrutural é
bem-definido pelo patamar de escoamento.

Figura 16: Diagrama tensão-deformação para aço estrutural com baixo teor de carbono (low-
carbon steel) e liga de alumínio (aluminum alloy).
Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

Já para o alumínio, que não tem um limite de escoamento definido pelo


trecho horizontal do diagrama, as tensões aumentam, de forma não
linear, até atingir a tensão última. Neste caso, um valor convencional para
a tensão de escoamento é obtido construindo-se uma linha reta paralela
à linha que representa o trecho linear inicial do diagrama, veja na Figura
17, correspondente no eixo das abscissas à deformação específica ε
UNIUBE 47

= 0,2 %. A interseção dessa reta com o diagrama estabelece a tensão


convencional de escoamento.

Caso o ensaio do corpo de prova de um material dúctil fosse feito à


compressão, o diagrama tensão versus deformação seria o mesmo,
exceto pelo fato de não ocorrer a estricção (Figura 18).

Observa-se, também, que para a maior parte dos materiais frágeis,


a tensão última de compressão é muito maior que na tração, como
exemplo, o concreto que tem uma resistência muito baixa à tração, a
qual normalmente é desprezada.

Figura 17: Obtenção da tensão de escoamento para um material dúctil sem patamar de
escoamento.
Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

Figura 18: Corpo de prova de um material frágil no instante da ruptura.


Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).
48 UNIUBE

2.4 Comportamento elástico e plástico dos materiais

Quando as deformações causadas por um carregamento desaparecem


com a retirada deste, tem-se um material com comportamento elástico.
O limite de elasticidade é o maior valor para o qual o material ainda
apresenta comportamento elástico. A Figura 19 mostra o comportamento
elástico do material ao ser carregado e descarregado. O traçado da
curva de descarregamento é coincidente com o traçado da curva de
carregamento.

Figura 19: Comportamento elástico e plástico.


Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

Entretanto, se o valor de tensão atingida for superior ao limite de


elasticidade, o traçado da curva de descarregamento segue uma linha
reta paralela à região elástica. A deformação é chamada de deformação
permanente, residual ou plástica. Para o aço estrutural, o limite elástico,
limite de escoamento e limite de proporcionalidade são muito próximos,
podendo adotar como referência a tensão no limite de escoamento.
UNIUBE 49

Conforme mencionado anteriormente, a deformação plástica é devida ao


escorregamento de planos cristalinos, de forma instantânea. Dependendo
do material e da sua temperatura, pode ocorrer um processo de
deformação plástica dependente do tempo, chamado de fluência. Este
fenômeno é significativo e deve ser levado em conta em projetos sujeitos
a altas temperaturas. Outro fenômeno relacionado ao comportamento
tensão versus deformação dependente do tempo é chamado de
relaxação de tensão sob deformação constante.

IMPORTANTE!

A temperatura representa um efeito significativo sobre as propriedades dos


materiais, como o limite de escoamento e a ductilidade. Com o aumento
da temperatura, tem-se um decréscimo na resistência e um aumento na
ductilidade e uma diminuição da rigidez do material.

Outro fenômeno denominado fadiga deve ser considerado no projeto de


equipamentos e estruturas sujeitas a carregamentos repetidos. Nesses
casos, a ruptura ocorre a uma tensão bem abaixo da tensão de ruptura
obtida com carregamento estático, e é uma ruptura frágil, mesmo para
materiais dúcteis.

2.5 Lei de Hooke e módulo de elasticidade

A maior parte das estruturas e equipamentos é projetada de modo


que as tensões e deformações permaneçam na região elástica inicial
do diagrama σ versus ε. Nesta parte, a maioria dos materiais exibe
um comportamento linear, em que a tensão normal σ é diretamente
proporcional à deformação especifica ε. Desse modo:

σ = E.ε
50 UNIUBE

Esta equação é denominada Lei de Hooke (Robert Hooke, matemático


inglês, 1635-1703). O coeficiente E é chamado de módulo de elasticidade
do material, ou módulo de Young, expresso geralmente em GPa ou MPa.
A Lei de Hooke é válida até o limite de proporcionalidade.

A Figura 20 mostra diferentes ligas de aço que tem o mesmo módulo de


elasticidade, ou seja, a mesma rigidez. Entretanto, a resistência medida
pela tensão última é diferente entre eles.

Figura 20: Diagrama tensão-deformação para diferentes aços.

Exemplo 2

Um tubo com material com módulo de elasticidade de 180 GPa


é submetido á uma força axial de tração de 115 kN. Sabendo que o
diâmetro externo do tubo é de 46 mm e a espessura da parede é de 7
mm, determine a deformação específica (Figura 21).
UNIUBE 51

Figura 21: Tubo submetido à carregamento axial de tração.


Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

Resolução:

Dint = Dext – 2.espessura = 46 – 2 . 7 = 32 mm

p .D 2 p .(46² − 32²)
Área da seção
= = = 857, 655 mm 2
4 4
P 115.000
Tensão normal: σ= = = 134,087 MPa
A 857,655

A deformação específica é dada pela lei de Hooke:


134, 087
σ = E.ε ∴ ε= ε = 0, 000745mm / mm
180000

Exemplo 3

Duas marcas são feitas distantes 300 mm, em uma barra sólida com
diâmetro de 22 mm, conforme mostra a Figura 22. Quando uma carga
axial de tração de 70 kN foi aplicada, a distância medida entre as marcas
é de 300,6175 mm. Determine o módulo de elasticidade do material.
52 UNIUBE

Figura 22: Barra sólida sujeita à tração.


Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

Resolução:

Área da seção transversal:


p .D 2 p .222
A = = = 380,133 mm2
4 4

Tensão normal:
P 70.1000
σ= = = 184,146 MPa
A 380,133

Deformação específica:
300, 6175 − 300
ε= ε = 0, 002058mm / mm
300

Módulo de elasticidade:
184,146
σ = E.ε ∴ E= = E 89478
= MPa 89,5GPa
0, 002058

2.6 Deformação de barras sujeitas a cargas axiais

Considerando uma barra homogênea, feita com um material isotrópico,


de comprimento L e seção transversal de área A uniforme, sujeita à força
axial de tração P, aplicada na extremidade.

A barra então apresenta um alongamento δ, representado pela Figura 23.


UNIUBE 53

Figura 23: Deformação de barra sujeita à carga axial.

Caso a tensão atuante σ não exceder o limite de proporcionalidade do


material, pode-se aplicar a Lei de Hooke

Assim:

se σ = E.ε de forma que (I)


δ
e ε= de forma que δ = ε .L (II)
L

Substituindo (I) em (II), tem-se:


σ
δ= L (III)
E

Ainda,
P
se σ= (IV)
A

Substituindo (IV) em (III), tem-se que:


PL
AE

Valendo-se do seguinte:

• δ é positivo no caso de tração, ou seja a barra apresenta um


alongamento;
• δ é negativo no caso de compressão, ou seja a barra apresenta um
encurtamento.
54 UNIUBE

Caso forem aplicadas forças em outros pontos ao longo da barra, ou esta


apresentar partes com diferentes seções ou materiais, deve-se dividi-la
em trechos e aplicar a expressão:

n
Pi Li
δ =∑
i =1 Ei Ai

No caso da seção transversal, ou mesmo a carga, ser variável em função


de x, tem-se:

P( x) dδ
σ= e ε=
A( x) dx
se σ = E.ε
P( x)  dδ  P( x)dx
então, = E  então, dδ =
A( x)  dx  A( x) E

Integrando esta expressão ao longo do comprimento L, tem-se:


L
P( x)dx
δ =∫
0
A( x) E

Exemplo 4

Uma barra de comprimento 5 m e seção transversal retangular 25 x


50 mm é confeccionada com um material com módulo de elasticidade
de 70 GPa (70000 MPa). Determine a carga máxima P que pode ser
aplicada, sabendo-se que a tensão normal não pode exceder 150
MPa e que o alongamento não pode ser maior que 10 mm (Figura 24).
UNIUBE 55

Figura 24: Barra de seção retangular sujeita a uma força P aplicada na extremidade.
Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

Resolução

Área da seção transversal: A = 25 . 50 = 1250 mm2

Considerando a deformação:
PL P.5000
δ= 10 = =
∴ P 175000
= N 175kN
EA 70000.1250

Considerando a tensão:
P P
σ= 150 = ∴
= P 187500
= N 187,5kN
A 1250

A carga máxima que pode ser aplicada é de 175 kN.

Exemplo 5

A montagem mostrada na Figura 25 é composta de dois segmentos


com seção circular maciça, com os diâmetros indicados na figura. O
segmento (1) é feito em latão com módulo de elasticidade de 120 GPa e
o segmento (2) em alumínio, com E = 70 GPa. Determine a deformação
total da montagem, se uma força de 60 kN é aplicada na extremidade.
56 UNIUBE

Figura 25: montagem sujeita a uma força aplicada na extremidade.


Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

Resolução

Área da seção transversal:


p .D 2 p .202
A1
= = = 314,159 mm 2
4 4

p .D 2 p .142
A2
= = = 153,938 mm 2
4 4

Deformação:
PL
ä= e δ = δ1 + 2
EA

60000.800 60000.500
=δ +
120000.314,159 70000.153,938

δ = 1,273 + 2,784 = 4,057 mm

Atividade 2

Determine a deformação total da montagem mostrada na Figura 26,


composta de barras de seção circular maciça, conforme os diâmetros
indicados. Os trechos (1) e (3) são feitos em bronze com E = 120 GPa e
o trecho (2) em alumínio com E = 70 GPa.
UNIUBE 57

Figura 26: Montagem composta de barras circulares maciças.


Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

Exemplo 6

A montagem mostrada na Figura 27 é composta de três hastes e uma


barra rígida ACB. Se uma força de 80 kN é aplicada na extremidade D,
determine o deslocamento vertical dos pontos A, B, C e D.

Figura 27: montagem composta de três hastes


e uma barra rígida ACB.
Fonte: Adaptado de Philpot (2011).
58 UNIUBE

Resolução

Estabelecendo o diagrama de corpo livre da barra ACB e aplicando as


equações de equilíbrio estático.

∑ F = F + F − 80kN = 0
y 1 2

∑M = ( F )(1.0m) − (80kN )(0, 7 m) =


A 2 0

Logo,
F1 = 24kN
F2 = 56kN
F3 = 80kN

Calculando-se o alongamento das hastes (1), (2) e (3) , pela fórmula


PL
δ=
EA

24000.3000
δ1 = δ1 = 2,4 mm
200000.150
UNIUBE 59

56000.1800
δ2 = δ2 = 3,6 mm
70000.400

80000.1800
δ3 = δ3 = 5,14 mm
70000.400

O deslocamento vertical do ponto A é igual à deformação da barra (1)


VA = δ1.

O deslocamento vertical do ponto B é igual à deformação da barra (2)


VB = δ2.

Como a barra ACB é considerada rígida, através de semelhança de


triângulos, pode-se obter o deslocamento vertical do ponto C (VC).

∆ 1, 20mm
= =∴∆ 0,84mm
0, 7 m 1m

VC= VA + ∆= 2, 40mm + 0,84mm ∴VC= 3, 24mm

O deslocamento vertical do ponto D (VD) é devido ao deslocamento do


ponto C somado à deformação da barra (3):

VD = VC + e3 = 3, 24mm + 5, 24mm ∴VD = 8,38mm


60 UNIUBE

Atividade 3

A montagem da Figura 28 é constituída de um tubo plástico com diâmetro


externo de 132 mm e espessura de parede de 8 mm. Se o deslocamento
vertical do ponto C em relação à placa rígida A não deve exceder 6 mm
quando uma carga de 30 kN é aplicada na haste, determine o diâmetro
mínimo para esta, considerando que o módulo de elasticidade do tubo é
de 3 GPa e da haste 70 GPa.

Figura 28: Montagem constituída de tubo e haste, sujeita à carga axial.


Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

Atividade 4

Considerando a montagem da Figura 29, onde a barra rígida ABD suporta


uma carga de 80 kN, determine as tensões normais atuantes nas hastes
(1) e (2) e o deslocamento horizontal do ponto C.
UNIUBE 61

Figura 29: Montagem constituída de barra rígida e hastes.


Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

2.7 Problemas envolvendo variação de temperatura

No estudo das deformações desenvolvido até o momento, consideramos


a temperatura como sendo constante (Figura 30). Entretanto, mudanças
na temperatura podem provocar alterações nas dimensões de um
material. Em geral, quando a temperatura aumenta, a peça apresenta
um alongamento (dilatação) e quando a temperatura diminui, a peça sofre
uma contração (encurtamento).

Considerando uma barra, homogênea e de seção transversal constante,


disposta sobre uma superfície horizontal sem atrito. Se a temperatura
for aumentada de um valor ∆T, a barra se alonga de um valor δT, que é
proporcional ao comprimento desta e à variação de temperatura.
62 UNIUBE

Figura 30: Deformação devida à variação de temperatura.

A deformação devida à variação de temperatura é dada por:

δ T α .L.∆T
=

Sendo:

• α é o coeficiente de dilatação térmica linear., característico de cada


material. Por exemplo, para o alumínio, α = 24 x 10-6 oC-1;
• ∆T é a variação de temperatura, ou seja, ∆T = Tf - Ti.

A deformação térmica específica é dada por:


δT
εT = ε T= α .∆T
L

Neste caso, porém, não existem tensões relacionadas à deformação.

Entretanto, quando a barra estiver contida entre apoios fixos, que


impedem que a deformação ocorra, o que produz tensões térmicas, que
devem ser consideradas no projeto.

Neste caso, o problema é estaticamente indeterminado. É necessário


calcular a intensidade da força P conforme as Figuras 31 e 32, levando
em conta as condições de deformação nula.
UNIUBE 63

Figura 31: Barra contida entre apoios fixos.

Aplicando o método da superposição dos efeitos, retirando o apoio


da esquerda, a barra deforma-se livremente devido à variação de
temperatura. Aplica-se, então, sobre a barra, a força P que representa a
reação do apoio, que causa uma deformação δP .

Figura 32: Aplicação do método da superposição.

Como a deformação total deve ser nula, tem-se:

δ = δT + δ P = 0

P.L
α .L.∆T + =0
E. A

Assim:

− E. A.α .∆T
P=
64 UNIUBE

A tensão atuante na barra devida à variação de temperatura, chamada


de tensão térmica é dada por:
P
σ ==
− E.α .∆T
A

Exemplo 7

Uma barra horizontal rígida ABC é fixada ao pino em A e sustentada


pelo cabo (1). Após a carga W ser colocada no ponto C e a temperatura
aumentar 50 oC , observou-se um deslocamento vertical no ponto C de
2,52 mm. Determine a deformação específica e a tensão normal no cabo
(1) e o valor de W (Figura 33).

Figura 33: Montagem submetida à variação de temperatura e ao carregamento W.


Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

Resolução

Como a barra ABC é considerada como rígida, o deslocamento vertical


VB do ponto B é obtido por semelhança de triângulos.
UNIUBE 65

A deformação específica do cabo (1) é dada por:


0,84
ε= = ε 0,=
0014mm / mm 1400 µ
600

O alongamento do cabo (1) devido à variação de temperatura e ao


carregamento é dado por:

F1.L
δ1= α .L.∆T +
E. A
F1.600
=0,84 12.10−6.600.50 +
200000.2

0, 48
F1 = F1 = 320 N
1,5.10−3

A tensão normal no cabo (1) é dada por:


P 320
σ= = = 160 MPa
A 2

O valor de W é obtido fazendo-se o DCL da barra ABC e aplicando


somatório de momento em A igual a zero.

F1.400 − W .1200 =
0 W = 106, 67 N
66 UNIUBE

Exemplo 8

A barra AB (Figura 34) é perfeitamente ajustada aos anteparos fixos


quando a temperatura é de + 25 oC. Determine as tensões atuantes nas
partes AC e CB da barra para a temperatura de - 50 oC. Usar E = 200
GPa e α = 12 x 10-6 oC-1.

Figura 34: Problema estaticamente indeterminado sujeito à variação


de temperatura.
Fonte: Adaptado de Beer e Johnston (1996).

Resolução

Como o problema (Figura 35) é estaticamente indeterminado, deve-se


determinar as reações nos apoios, retirando-se o apoio B e aplicando o
método da superposição:

Figura 35: Aplicação do método da superposição.


UNIUBE 67

∆T =−
( 50) − (25) =−75º C

A deformação correspondente á esta variação de temperatura é de:

δ= α .L.∆T= 12.10−6.(−75).600= 0,54mm

Aplicando a reação desconhecida a extremidade B, tem-se a deformação


correspondente δR, calculado por:
P.L
δ=
E. A
RB .300 RB .300
=δR +
200000.800 200000.400

δ R = RB .5, 625.10−6

Como a deformação total é nula, tem-se:

δ = δT + δ P = 0

0,54 + RB .5, 625.10−6 =


0 RB = 96000 N

Conhecida a reação, têm-se os esforços nos trechos 1 e 2, obtendo-se,


então, as tensões atuantes nos trechos AC e CB:

96000
=
• tensão no trecho AC: σ = 240 MPa
400
96000
=
• tensão no trecho CB: σ = 120 MPa
800

Atividade 5

Uma estrutura é composta de duas barras unidas através do flange B.


Estas barras são fixadas aos suportes rígidos A e C. Uma carga axial de
145 kN é aplicada no flange B na direção mostrada na Figura 36, bem
68 UNIUBE

como a temperatura da montagem apresenta uma variação ∆T indicada.


Determine as tensões normais atuantes no ponto médio de cada barra,
bem como o deslocamento horizontal do ponto B. Considere A1 = 1210
mm², E1 = 40 GPa, α1 = 25,7.10-6 ºC-1, A2 = 1340 mm², E2 = 160 GPa e α2
= 13,7.10-6 ºC-1,

Figura 36: Montagem submetida à variação de temperatura.


Fonte: Adaptado de Philpot (2011).

SAIBA MAIS

Finalizamos este texto com a indicação de algumas atividades de aplicação


dos conceitos e formulação sobre análise de tensões e deformações. Para
tanto, acesse o endereço <http://web.mst.edu/~mecmovie>.

Acompanhe os exemplos resolvidos e resolva os seguintes tópicos:


• M 2.1 - Normal strain in rod assembly - pinned rigid bar - example – try
one;
• M 2.3 - Normal strain - basic problems - concept checkpoints;
• M 3.3 - Hooke´s law - basic problems - concept checkpoints;
• M 5.1 - Axial deformation - basic problems - concept checkpoints;
• M 5.2 - Compound axial members - basic problems - concept
checkpoint;
• M 5.5 - Rod and post in series - example – try one;
• M 5.6 - Coaxial tube and core - example – try one;
UNIUBE 69

• M 5.7 - Rigid bar and two axial members - example – try one;
• M 5.8 - Rigid bar with two opposing members - example – try one;
• M 5.13 - Rod and post with temperature change - example – try one;
• M 5.14 - Coaxial bars with temperature - example – try one.

Resumo
Neste capítulo, foram apresentados os conceitos fundamentais referentes
à análise de deformações (cargas axiais de tração e compressão e
variação de temperatura). Esses conceitos serão fundamentais para os
estudos posteriores que se seguirão, pois ao se projetar e calcular uma
estrutura, um engenheiro tem que estar atento às deformações sofridas
por um elemento.

Referências
BEER, F. P. e JOHNSTON, E. R. Resistência dos materiais. 3. ed. São Paulo:
Makron Books Ltda, 1996.

______. Mecânica vetorial para engenheiros: estática. 5. ed. São Paulo:


McGraw-Hill Ltda, 1994, 793p.

CRAIG JR., R. R. Mecânica dos materiais. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC SA, 2003.

HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 5. ed. São Paulo: Pearson-Prentice


Hall, 2004.

______. Estática: mecânica para engenharia. 10. ed. São Paulo: Pearson-Prentice
Hall, 2005.

INSTRON. Disponível em: <http://www.instron.com.br>. Acesso em: 08 ago. 2011.

MDSolids. Educational software for mechanics of materials. Disponível em:


<http://www.mdsolids.com>. Acesso em: 08 ago. 2011.
70 UNIUBE

PHILPOT, A. T. MecMovies for Mechanics of Materials. Missouri University of


Science & Tecnology. Disponível em: <http://web.mst.edu/~mecmovie/>. Acesso
em: 12 ago. 2011.
Capítulo
Análise de tensões e
deformações: estados
3
múltiplos de carregamento

Humberto Ritt
Larissa Soriani Zanini Ribeiro Soares

Introdução
Nos capítulos anteriores, estudamos os conceitos de tensão e
deformação, utilizados para representar a distribuição da força
no interior de um corpo e analisar a modificação na geometria do
corpo.

Neste capítulo, iremos relacionar tensão e deformação através


do princípio de Saint-Venant, a fim de analisar diferentes formas
de carregamento (aplicação de cargas). Esse princípio é muito
utilizado no campo da Engenharia Civil, pois a partir dele pode-se
classificar um elemento como sendo rígido ou flexível, a fim de
calcular da maneira mais adequada o elemento em questão.

Além disso, estudaremos as propriedades dos materiais a fim


de caracterizar e escolher os mais adequados que podem
ser utilizados em uma determinada situação. Sempre com o
objetivo de evidenciar a importância do correto levantamento das
propriedades elástico-inelásticas dos materiais.

Para estudarmos o comportamento dos materiais diante de


determinadas solicitações, iniciaremos com o estudo das
deformações por meio do Coeficiente de Poisson.
72 UNIUBE

Objetivos
Ao completar os estudos propostos neste capítulo, esperamos que
você seja capaz de:
• determinar a deformação em elementos axialmente
carregados;
• obter as deformações em peças com carregamentos
combinados;
• conhecer o conceito de deformação plástica e diferenciá-la
de deformação elástica;
• aplicar o princípio de Saint-Venant.
• dimensionar elementos estruturais, vasos de pressão, tubos
e tanques de armazenamento.

Esquema
3.1 Coeficiente de Poisson
3.2 Deformação de cisalhamento
3.3 Relação entre E, ν e g
3.4 Lei de Hooke generalizada
3.5 Tensões devidas a carregamento combinado – aplicação da
Lei de Hooke generalizada a vasos de pressão
3.6 Princípio de Saint-Venant
3.7 Deformação plástica
3.8 Concentração de tensão

3.1 Coeficiente de Poisson

Considerando uma barra deformável, de comprimento L, submetida a


uma força axial P de tração (Figura 1(a)) e de compressão (Figura 1(b)),
aplicada na direção longitudinal x, sendo que as tensões e deformações
desenvolvidas atendem à Lei de Hooke.
UNIUBE 73

Figura 1: Deformação de uma barra: (a) barra tracionada; (b) barra comprimida.
Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

Considerando a Lei de Hooke:


σ x = E.ε x

em que E é o módulo de elasticidade do material.

Tem-se:
σx δx
εx = εx =
E ou Lx

Sendo:

• δx: a deformação (alongamento ou encurtamento);


• x: o comprimento.
74 UNIUBE

O alongamento δ produzido na direção longitudinal x, pela força de


tração, na Figura 1 (a), é acompanhado por uma contração δ’ nas
direções transversais y e z. Já na Figura 1 (b), o encurtamento δ’ na
direção longitudinal é acompanhado por uma expansão nas direções
transversais.

Assumindo que o material é homogêneo e isotrópico, isto é, que suas


propriedades mecânicas são independentes do ponto e da direção
considerada, respectivamente, tem-se que a deformação específica é a
mesma para qualquer direção transversal:
εx = εz

A relação entre a deformação específica transversal e longitudinal é


chamada de Coeficiente de Poisson, expresso pela letra grega ν (nü):
ε transversal
ν= ou
ε longitudinal
εy ε
ν=
− = − z
εx εx

ν .σ x
εy =
εz =
−ν .ε x =

E

Observa-se que o Coeficiente de Poisson não pode ser maior que 0,5
porque, se fosse, um elemento tensionado poderia atingir volume nulo
ou negativo. Valores típicos para aços estão na faixa de 0,20 a 0,40. A
borracha apresenta valor perto de 0,5 e a cortiça, perto de 0 (essa é uma
das razões para o uso da cortiça em rolhas de garrafas – praticamente
não há variação de comprimento ao ser pressionada pelos lados).

Portanto, o Coeficiente de Poisson é adimensional e com valores no


intervalo 0 ≤ ν ≤ 0,5.
UNIUBE 75

SAIBA MAIS

Valores característicos do Coeficiente de Poisson para alguns materiais:

• νaço = 0,33;
• νconcreto = 0,15;
• νalumínio = 0,35.

O sinal negativo é utilizado porque o alongamento longitudinal


(deformação positiva) é acompanhado por uma contração transversal
(deformação negativa) e vice-versa.

Exemplo 1

A barra cilíndrica representada na Figura 2, feita de aço, com E = 200


GPa e ν = 0,3 e tensão de escoamento de 350 MPa. Se o comprimento
inicial da barra for de 1,2 m e diâmetro D = 25 mm, determine a variação
no comprimento e no diâmetro, quando a carga axial P = 45 kN for
aplicada.

Figura 2: Barra cilíndrica de aço.


76 UNIUBE

Resolução

Cálculo da tensão normal atuante:


Px 45000
σ= = = 91, 7 MPa
Ax  p .25² 
x

 
 4 

Assim sendo, a barra está na região de comportamento linear elástico


e a Lei de Hooke poderá ser usada, pois a tensão atuante (91,7 MPa) é
menor que a tensão e escoamento (350 MPa).

Alongamento (variação no comprimento):


P.L 45000.1200
=δ = = 0,55mm
E. A  p .25² 
200000.  
 4 

Deformação específica longitudinal:


δx 0,55
σ=
x = −4
= 4,58.10= −6
458.10= 458µ
Lx 1200

Ou através da Lei de Hooke:

σx 91, 7
σ=
x = −4
= 4,58.10= −6
458.10= 458µ
E 200000

Variação no diâmetro (contração):


εy =
εz =
−ν .ε x =
−0,3.458µ = −137, 4 µ
−1,374.10−4 =

δy =
ε y .Ly =
−137, 4 µ .25 =
−3, 44.10−3 mm =
−0, 0034mm
UNIUBE 77

Exemplo 2

Um cilindro de latão, representado na Figura 3, de comprimento


Lo = 25 mm e diâmetro do = 15 mm, é comprimido entre duas placas
rígidas, com uma força P = 23 kN. Se a redução medida no comprimen-
to for de 0,0267 mm, qual é o módulo de elasticidade do material? Se o
aumento no diâmetro for de 0,0053 mm, qual o valor do Coeficiente de
Poisson?

Figura 3: Barra sujeita à compressão.

Resolução

Cálculo da área da seção transversal:


p .15²
= A = 176, 7 mm²
4

Cálculo do módulo de elasticidade:


P.L P.L
A partir da equação δ = , tem-se E = . Assim:
E. A δ .A

23000.25
E=
0, 0267.176, 7

=E 121877
= MPa 121,9GPa

Cálculo do coeficiente de Poisson:

A deformação específica transversal é:


78 UNIUBE

δy 0, 0053
ε=
y = −4
= 3,53.10= 353µ
Ly 15

A deformação específica longitudinal é:


δ x −0, 0267
εx = == −1068µ
−1, 068.10−3 =
Lx 25

ε 353µ
− y =
ν= − 0,33
=
εx −1068µ

Exemplo 3

Determine o módulo de elasticidade e o Coeficiente de Poisson do


material de uma barra, que tem 1000 mm de comprimento e seção
transversal retangular 90 x 30 mm, sabendo-se que, quando uma carga
axial de tração de 270 kN for aplicada, o seu comprimento aumenta 0,5
mm e sua largura diminui em 0,015 mm, como representado na Figura 4.

Figura 4: Barra sujeita à carga de tração axial.

Resolução

Deformação específica longitudinal:


δx 0,5
ε=
x = −4
= 5, 0.10= −6
500.10= 500 µ
Lx 1000

Deformação específica transversal:


δ y −0, 015
εy = == −1, 67.10−4 = −167 µ
−167.10−6 =
Ly 90
UNIUBE 79

Coeficiente de Poisson:
εy −167 µ
ν=
− = − 0,33
=
εx 500 µ

Módulo de elasticidade:
Px 270000
σ=
x = = 100 MPa
Ax 90.30
100
σ x= E.ε x → E= = 200000 MPa= 200GPa
500

Atividade 1

Uma barra cilíndrica é feita em cobre com módulo de elasticidade


E = 117 GPa e Coeficiente de Poisson ν = 0,33. A barra tem um
diâmetro inicial do = 50,795 mm. Um anel com diâmetro interno
d = 50,8 mm está livre para deslizar ao longo da barra cilíndrica, veja
a Figura 5. Qual o valor da carga de compressão axial P que pode ser
aplicada de maneira que o anel ainda possa deslizar?

Figura 5: Barra cilíndrica sujeita à carga axial de compressão com anel externo.

3.2 Deformação de cisalhamento

Tomando-se um cubo elementar de lado unitário, conforme mostrado na


Figura 6, sujeito às tensões de cisalhamento τxy e τyx, em que τxy é a
componente da tensão de cisalhamento na direção do eixo y, que atua
na face perpendicular ao eixo x.
80 UNIUBE

Figura 6: Deformação por cisalhamento.


Fonte: Adaptado de Beer (1995).

Este cubo pode se deformar, como mostrado na Figura 7, em que os


ângulos entre as arestas sofrem um aumento ou redução do ângulo de
um valor γxy, expressos em radianos, que define a distorção do cubo e
é chamado de deformação de cisalhamento.

Figura 7: Deformação por cisalhamento.


Fonte: Adaptado de Beer (1995).

Tomando-se a face situada no plano xy, como na Figura 8, tem-se:


UNIUBE 81

Figura 8: Deformação de cisalhamento no plano xy.


Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

Suposições:

• as dimensões do elemento retangular são muito pequenas e seu


formato deformado será um paralelepípedo;
• os segmentos de reta são muito pequenos e permanecem retos
após a deformação do corpo.

Observações:
• deformações normais provocam mudança de volume do elemento
retangular;
• deformações por cisalhamento provocam mudança no seu formato.

O comportamento de um material homogêneo e isotrópico, submetido


ao cisalhamento pode ser analisado em laboratório por meio de corpos
de prova, com seção circular, submetido à torção. Medindo-se o torque
aplicado e o ângulo de torção respectivo, podem estes dados serem
usados para construir um diagrama tensão x deformação (Figura 9),
semelhante àqueles das tensões normais para um teste de tração.
82 UNIUBE

Figura 9: Diagrama tensão x deformação de cisalhamento.


Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

Para a maioria dos materiais, a parte inicial deste diagrama é uma linha
reta, sendo a Lei de Hooke para cisalhamento expressa por:

τ = γ .G

Em que G é uma propriedade mecânica do material, chamada de módulo


de elasticidade transversal, expresso em MPa ou GPa.

Exemplo 4

Submetendo-se um corpo de prova de um metal a um teste de torção,


obteve-se o diagrama tensão x deformação de cisalhamento mostrado.
Determine, a partir da análise do gráfico, o módulo de elasticidade
transversal G.

Considerando um bloco desse material, mostrado na Figura 10, determine


a distância horizontal máxima d que o topo do bloco pode ser deslocado,
quando submetido a uma força de cisalhamento V. Qual é o valor de V
necessário para este deslocamento?
UNIUBE 83

Figura 10: Diagrama tensão x deformação de cisalhamento (a) e bloco (b).


Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

Resolução

O módulo de elasticidade transversal ou módulo de cisalhamento pode


ser determinado a partir das coordenadas do ponto A do gráfico.

O limite de proporcionalidade, isto é, até onde a Lei de Hooke é válida,


é de 358 MPa e a deformação de cisalhamento γ correspondente é de
0,008 rad. Substituindo estes valores na Lei de Hooke, tem-se:
τ 358
τ = γ .G G= G= G = 44750 MPa
γ 0, 008

Como as deformações de cisalhamento γ são muito pequenas, pode-se


assumir que:

tg (γ ) ≅ γ

Assim:

tg (0, 008) ≅ 0, 008rad


d
tg (γ ) ≅ d = 50.0, 008 d = 0, 40mm
50
84 UNIUBE

A tensão de cisalhamento no bloco é dada por:


V
τ ==V 358.75.100
= 2685000 =N 2685kN
A

Exemplo 5

Um suporte utilizado para atenuar as vibrações em um equipamento


(amortecedor) é constituído de três chapas rígidas A, B e C, acopladas
por meio de duas peças em borracha, de dimensões da seção transversal
60 x 40 mm. Considerando G = 0,3 MPa, determine o deslocamento
vertical do ponto A, causado por deformações de cisalhamento, quando
uma força vertical de 200 N é aplicada. Veja o esquema apresentado na
Figura 11.

Figura 11: Suporte amortecedor de vibrações.


Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

Resolução

Como a força cisalhante atuante em cada peça de borracha é igual à


metade da carga aplicada, tem-se V = 200 / 2 = 100N.
UNIUBE 85

A tensão de cisalhamento atuante entre as chapas e a borracha é de:


V 100
τ= = = 0, 042 MPa
A 60.40

Por meio da Lei de Hooke, obtém-se a deformação de cisalhamento:


0, 042
τ = γ .G γ= γ = 0,14rad
0,3

Como as deformações de cisalhamento γ são muito pequenas, pode-se


assumir que:

Assim:
δV
tg (γ ) =
40 δV = 40.0,14 δV = 5, 6mm
86 UNIUBE

Atividade 2

Um amortecedor de vibrações (Figura 12) é constituído por dois blocos de


borracha coladas à placa AB e dois suportes fixos, como mostra a figura.
Determine o módulo de elasticidade transversal de borracha a ser usada,
sabendo-se que, para uma força vertical P de 28 kN, o deslocamento
vertical de placa AB deve ser, no máximo, 2 mm. Considere a = 30 mm,
h = 150 mm e espessura = 100 mm.

Figura 12: Suporte amortecedor de vibrações.


Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

3.3 Relação entre E, ν e G

O módulo de elasticidade longitudinal E, o coeficiente de Poisson ν e o


módulo de elasticidade transversal G, relacionam-se pela expressão:
E
G=
2.(1 +ν )

Esta equação foi deduzida considerando-se um elemento orientado a 45°


em relação ao eixo de uma barra carregada axialmente.
UNIUBE 87

Exemplo 6

Um corpo de prova de alumínio tem diâmetro inicial d = 20 mm e


comprimento de referência inicial Lo = 260 mm (Figura 13). Quando uma
força axial de tração de 100 kN é aplicada, a barra sofre um alongamento
de 1,18 mm. Determine o módulo de elasticidade e a variação no
diâmetro. Considere G = 26 GPa.

Figura 13: Corpo de prova metálico para ensaio de tração.


Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

Resolução

A tensão normal é dada por:


100000
σ=
P  p .20² 
σ=  
A  4  σ = 318,3MPa

A deformação específica longitudinal será de:


δ 1,18
ε= ε= = ε 4,538.10
= −3
4538µ
L 260

Como a Lei de Hooke é válida, tem-se o módulo de elasticidade através de:


318,3
σ = E.ε =E = 70141MPa
4538µ
88 UNIUBE

O Coeficiente de Poisson é determinado pela expressão:


E 70141
G= 26000 = ν = 0,35
2.(1 +ν ) 2.(1 +ν )

Como a deformação específica longitudinal é igual a 4538 µ, tem- -se a


deformação específica transversal, fazendo-se:
ε transv
ν= − ε transv = −ν .ε longit
ε longit

ε transv = −0,35.4538µ ε transv = −1588µ

A variação no diâmetro é obtida por:


δ
ε= δ = −1588µ .20 δ = −0, 0318mm
L

3.4 Lei de Hooke generalizada

Consideramos, até o momento, a análise de tensões e deformações


em barras sujeitas a cargas axiais. Considerando este eixo como sendo
P
o eixo x, determinou-se a tensão normal σ x = x e a deformação
Ax
σx
específica longitudinal ε x = , bem como as deformações específicas
E
ν .σ x
transversais ε y =
εz =
−ν .ε x = − .
E

Considerando agora um elemento sujeito à ação de cargas que atuam


nas direções dos três eixos, produzindo tensões normais atuantes
nas faces perpendiculares a estes, σx, σy e σz, tem-se um estado de
carregamento triaxial, mostrado na Figura 14, a seguir.
UNIUBE 89

Figura 14: Estado triaxial de tensões.

Para escrever as expressões, considera-se um cubo elementar de lados


unitários, sujeitos a um estado triaxial de tensão. O cubo deforma-se,
sendo εx, εy e εz as deformações específicas nas direções dos três eixos
coordenados.

Baseando-se no princípio da superposição, pode-se separar o efeito


provocado por cada componente de tensão e somar os resultados.
Este princípio, usado várias vezes no estudo da resistência dos
materiais, nos diz que o efeito provocado em uma estrutura por um
determinado carregamento combinado pode ser obtido, determinando-
se separadamente os efeitos dos vários carregamentos e combinando-se
os resultados obtidos.

Para a aplicação deste princípio, é necessário que cada efeito seja


diretamente proporcional ao carregamento que o produz e que a
deformação causada seja pequena e não afete as condições de aplicação
dos outros carregamentos.

Deste modo, considerando-se inicialmente a aplicação da tensão σx,


σ
tem-se na direção do eixo x, uma deformação igual a x e nas direções
ν .σ x E
y e z, −ν .ε x =
− .
E
90 UNIUBE

Aplicando-se separadamente a tensão σy, tem-se na direção do eixo y,


σ ν .σ y
uma deformação igual a y e nas direções x e z, −ν .ε y =
− .
E E

Fazendo de maneira análoga para a direção z e combinando os


resultados, tem-se a Lei de Hooke Generalizada:
σ v.σ v.σ
εx = x − y − z
E E E

v.σ x σ y v.σ z
εy =
− + −
E E E

v.σ x v.σ y σ z
εz =
− − +
E E E

Exemplo 7

Uma placa de dimensões 800 x 1200 mm e espessura de 10 mm é


submetida a cargas axiais aplicadas, conforme a Figura 15.

Adotando-se E = 200 GPa e ν = 0,3, determine as variações que ocorrem


nas dimensões desta placa.

Figura 15: Placa sujeita a cargas aplicadas segundo os


eixos x e y.
UNIUBE 91

Resolução

Nota-se que para esta situação σz = 0 e as tensões que atuam nas faces
perpendiculares aos eixos x e y, são:
Px 960000
σ=
x = = 120 MPa
Ax 10.800

Py 840000
σ=
y = = 70 MPa
Ay 10.1200

As deformações específicas são calculadas através da Lei de Hooke


Generalizada:
σ v.σ
εx = x − y =
(120 − 0,3.70 ) =4,95.10−4 =495µ
E E 200000

v.σ x σ y ( −0,3.120 + 70 )
εy =
− + = = 170 µ
1, 7.10−4 =
E E 200000
v.σ x v.σ y ( −0,3.(120 + 70) )
εz =
− − = = 285µ
−2,85.10−4 =
E E 200000
As variações nas dimensões são dadas por:
δ
ε= δ = ε .L
L

δ x ε=
= x .Lx 495µ .1200
= 0,594mm

δ y ε=
= y .Ly 170 µ=
.800 0,136mm

δz =
ε z .Lz =
−285µ .10 =
−0, 00285mm

Exemplo 8

Uma placa de alumínio, com módulo de elasticidade de 70 GPa e


Coeficiente de Poisson de 0,35 é submetida a um estado biaxial de
tensões, como mostrado na Figura 16. Determine os valores de σx e σy,
92 UNIUBE

sabendo-se que a deformação específica medida na direção x foi de 600


µ e – 200 µ na direção y.

Figura 16: Placa sujeita a tensões aplicadas segundo os eixos x e y.

Resolução

Nota-se que, para esta situação, σz = 0 e as tensões que atuam nas faces
perpendiculares aos eixos x e y são calculadas através da Lei de Hooke
Generalizada:

σx v.σ y
ε=
x −
E E

v.σ x σ y
εy =
− +
E E

Substituindo os valores, tem-se:


= σ x − 0,35.σ y
600.10−6.70000

−0,35.σ x + σ y
−200.10−6.70000 =

= σ x − 0,35.σ y
42

−14 =−0,35.σ x + σ y

Multiplicando a primeira linha por 0,35:


14,7 0,35.σ x − 0,1225.σ y
=
UNIUBE 93

Somando à segunda linha, tem-se:


0,7= 0 + 0,8775.σ y σ y = 0,80MPa

Substituindo na primeira linha, tem-se a tensão atuante na direção x:

42
= − 0,35.(0,80) σ x = 42, 28MPa

Atividade 3

Uma barra em cobre, cujas dimensões são apresentadas na Figura


17, com módulo de elasticidade de 120 GPa e Coeficiente de Poisson
de 0,34, está submetida a um carregamento aplicado em suas faces,
conforme mostrado a seguir. Sabendo-se que o comprimento aumentou
2,4 mm e a altura diminuiu 0,32 mm, determine o valor das cargas
aplicadas e a variação na espessura.

Figura 17: Barra submetida a um carregamento.

3.5 Tensões devidas a carregamento combinado – aplicação


da Lei de Hooke generalizada a vasos de pressão

Uma situação de estado biaxial de tensão ocorre em vasos de pressão


de paredes de pequena espessura, que podem ser, por exemplo, desde
94 UNIUBE

recipientes para desodorante spray até tanques de armazenamento de


gases em instalações industriais.

Os vasos de pressão mais comuns são os esféricos e os cilíndricos,


submetidos à pressão interna. São considerados de parede fina se a
razão entre o raio e espessura da parede for maior ou igual a 10, isto é,
se r/t ≥ 10.

O vaso de pressão cilíndrico mostrado na Figura 18 apresenta espessura


de parede t e raio interno r, e está sujeito às tensões normais nas
direções circunferencial e longitudinal σ1 e σ2, respectivamente, quando
uma pressão manométrica interna p for desenvolvida por um gás ou
fluido contido no vaso.

Figura 18: Vaso de pressão cilíndrico.


Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

As tensões são dadas pelas expressões:


pr pr
σ1 = σ2 =
t 2.t

Para o caso de vasos de pressão esféricos, verifica-se que a tensão será


a mesma independentemente da orientação. Um elemento do material
estará sujeito ao estado de tensão biaxial, como mostrado na Figura 19,
em que:
UNIUBE 95

Figura 19: Vaso de pressão esférico.


Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

Veja um exemplo e, a seguir, faça a atividade subsequente.

Exemplo 9

Um círculo de diâmetro inicial 150 mm foi desenhado na superfície


do vaso, com r = 1,5 m e t = 15 mm, veja a Figura 20. Quando o
vaso foi submetido à pressão interna, observou-se que o círculo
deformou-se, sendo que o diâmetro AB apresentava 150,0498 mm e
CD 150,2444 mm de comprimento. Determine as tensões atuantes
no aço, a pressão interna aplicada e a variação na espessura,
quando a pressão interna é aplicada. Adote E = 200 GPa e ν = 0,33.

Figura 20: Vaso submetido à pressão.


96 UNIUBE

Resolução

Considerando o diâmetro AB como sendo a direção x e o diâmetro CD


como sendo o eixo y, tem-se as deformações:

δ x 150, 0498 −=
= 150 0, 0498mm

δ y 150, 2444 −=
= 150 0, 2444mm

As deformações específicas serão:


δx 0, 0498
ε=
x = = 3,32.10−4
Lx 150

δy 0, 2444
ε=
y = = 1, 63.10−3
Ly 150

Sendo σz = 0 e substituindo os valores na Lei de Hooke Generalizada,


tem-se:
σ x v.σ y
ε=
x −
E E

v.σ x σ y
εy =
− +
E E

3,32.10−4 =
(σ x − 0,33.σ y )
200000

1, 63.10−3 =
( −, 033.σ x +σ y )
200000
4 σ x − 0,33.σ y
66,=

−0,33.σ x + σ y
326 =

Multiplicando a primeira linha por 0,33:

21,9 0,33σ x − 0,109.σ y


=
UNIUBE 97

E somando à segunda linha, tem-se:

347,9= 0 + 0,891.σ y σ y = 390,5MPa

Substituindo na primeira linha, tem-se a tensão atuante na direção x:

4 σ x − 0,33.(390,5)
66,= σ x = 195,3MPa

O valor da pressão interna aplicada será de:


p.r 390,5.15
σ=
1 σ=
v p= p = 3,9 MPa
t 1500

A variação na espessura será de:


v.σ v.σ y ( −0,33.(195,3 + 390,5) )
εz =
− x− = −966, 6.10−6
=
E E 200000
δz
εz = δz =
−966, 6.10−6.15 =
−0, 014mm
Lz

Atividade 4

Um vaso de pressão cilíndrico (Figura 21) com espessura de parede t e


raio interno r, está sujeito às tensões normais nas direções circunferencial
e longitudinal σ1 e σ2, respectivamente, quando uma pressão manométrica
interna p for desenvolvida por um gás ou fluido contido no vaso.

Figura 21: Vaso submetido à pressão.

Um círculo de diâmetro inicial 120 mm foi desenhado na superfície do


vaso, que apresenta um r = 2,4 m e t = 15 mm. Quando o vaso foi
submetido à pressão interna de 1,875 MPa, observou-se que o círculo
98 UNIUBE

deformou-se. Determine a variação no diâmetro AB (longitudinal) e no


diâmetro CD (circunferencial) deste círculo. Adote E = 200 GPa e ν =
0,30.

3.6 Princípio de Saint-Venant

No estudo da resistência dos materiais, vimos tensão como grandeza que


representa a medida de distribuição de força nas seções transversais de
um elemento sujeito a um carregamento e deformação como uma medida
da modificação na geometria deste elemento. Vimos que na região linear
elástica do diagrama tensão x deformação, aplica-se a Lei de Hooke.

Considerando a barra mostrada na Figura 22, engastada na base e


submetida a uma força de tração aplicada na extremidade, observa-
se uma deformação localizada em cada extremidade, indicada pelas
distorções das linhas da malha desenhada. Esta alteração diminui em
seções situadas na parte central.

Figura 22: Deformação em barra sujeita à carga axial.


Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

Como existe uma relação entre tensão e deformação, verifica-se que


a tensão distribui-se mais uniformemente em uma seção transversal
distante das extremidades, como mostrado na Figura 23.
UNIUBE 99

Figura 23: Distribuição de tensão em seções transversais ao


longo da barra.
Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

Este comportamento da tensão e da deformação é denominado Princípio


de Saint-Venant, descrevendo que a tensão e a deformação produzidas
em pontos do corpo suficientemente distantes da região de aplicação da
carga serão uniformes.

3.7 Deformação plástica

O estudo da resistência dos materiais feito até o momento baseou-se na


existência de uma relação linear entre tensão e deformação, expressa
pela Lei de Hooke. Desta maneira, nas aplicações feitas, o limite de
proporcionalidade não foi ultrapassado. O comportamento do material
foi elástico, voltando à sua forma inicial após a retirada do carregamento.

Caso a tensão de escoamento do material for excedida, ocorrem


deformações plásticas e a análise do problema deve ser feita, baseando-
se em relações não-lineares entre tensões e deformações, como
exemplificado na Figura 24.
100 UNIUBE

Figura 24: Diagrama tensão x deformação.


Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

Quando um corpo está sujeito à deformação elástica, não há ruptura


das ligações químicas. Ocorre apenas um alongamento dessas pela
presença de uma força adicional que se soma às forças eletrostáticas
existentes que estão em equilíbrio no material.

Assim, quando se aplica um esforço externo, os átomos se deslocam


de suas posições iniciais, porém, ao cessar esse esforço, eles retornam
às suas posições de origem. Logo, a deformação elástica é retornável
e pode ser repetida indefinidas vezes sem alterar a resistência nem as
propriedades do material.

Na Figura 25, estão representados mecanismos de deformação plástica,


na qual as discordâncias que são planos incompletos de átomos
gerados no momento da cristalização do material ocorrem devido à má
formação dos planos vizinhos.
UNIUBE 101

Figura 25: Mecanismo de deformação plástica.


Fonte: Adaptado de Callister (2002).

3.8 Concentração de tensão

Vimos que nas regiões próximas dos pontos de aplicação das cargas, o
valor das tensões é muito maior que a tensão média ao longo da peça.
Além disso, se a barra apresentar descontinuidades, como variação
brusca de seção ou orifícios, ocorre valores elevados de tensões no
entorno destes locais.

Consideremos uma barra submetida à carga axial, contendo um furo,


como representado na Figura 26. A tensão normal atuante na seção
transversal a-a distribui-se conforme mostrado. Esta distribuição
verdadeira, na prática da engenharia, não precisa ser determinada.
Determina-se a tensão máxima, a partir da qual o elemento é projetado
para resistir a esta tensão.

Figura 26: Distribuição de tensão em barra sujeita à carga axial.


Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

Desta maneira, define-se a relação denominada de coeficiente de


concentração de tensões:
102 UNIUBE

σ máx P
K= , sendo σ méd =
σ méd A

Os coeficientes de concentração de tensões são expressos em função


dos parâmetros geométricos envolvidos e os resultados assim obtidos
são colocados geralmente em gráficos, como os mostrados nas Figuras
27 e 28. Estes coeficientes foram determinados baseando-se em um
carregamento estático, cuja tensão desenvolvida não ultrapassa o limite
de proporcionalidade.

Figura 27: Coeficiente de concentração de tensões para caso de barra


sujeita à carga axial, apresentando mudança brusca de seção.
Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).
UNIUBE 103

Figura 28: Coeficiente de concentração de tensões


para caso de barra sujeita à carga axial, apresentando orifício.
Fonte: Adaptado de Hibbeler (2004).

Muitas falhas em elementos estruturais ou mecânicos são devidas à


concentração de tensões. No ponto em que a tensão atingir o limite
de proporcionalidade, forma-se uma trinca e uma maior concentração
de tensão se desenvolve na extremidade desta trinca, progredindo a
sua formação. Além disso, nos elementos sujeitos a carregamentos, a
concentração de tensão causa uma fissura ou trinca no material, se a
tensão exceder o limite de resistência à fadiga do material, sendo este
dúctil ou frágil.

SAIBA MAIS

Finalizamos este texto com a indicação de algumas atividades de aplicação


dos conceitos e formulação sobre análise de tensões. Para tanto, acesse o
endereço <//web.mst.edu/~mecmovie>.
Acompanhe os exemplos resolvidos e resolva os seguintes tópicos:
• M 12.1 – The amazing stress camera;
• M 13.7 – Generalized hooke´s law: biaxial stress;
• M 14.5 – Critical strain for pressure tank.
104 UNIUBE

Resumo
Neste capítulo, estudamos os conceitos básicos de tensão e deformação,
como também vistos anteriormente no Capítulo 2, mas agora de forma
aplicada a diversas situações, como em estruturas e máquinas. Para
isso, usamos os métodos experimentais que nos levam à determinação
do diagrama tensão x deformação de um material. Esse assunto é muito
importante para termos conhecimento sobre os materiais empregados
nos projetos de engenharia.

Referências
BEER, F. P.; JOHNSTON, E. R. Resistência dos materiais. 3. ed. São Paulo:
Makron Books Ltda., 1996.

______. Mecânica vetorial para engenheiros: estática. 5. ed. São Paulo:


McGraw-Hill Ltda., 1994, 793p.

CALLISTER, W. D. Ciência e Engenharia de Materiais: uma introdução. 5. ed. Rio


de Janeiro: LTC, 2002.

CRAIG JR, R. R. Mecânica dos materiais. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC SA, 2003.

HIBBELER, R.C. Resistência dos materiais. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2004.

______. Estática: mecânica para engenharia. 10. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2005.
Capítulo
Tensão normal e de
cisalhamento em vigas,
4
carregamento combinado
(flexão oblíqua composta)
Humberto Ritt
Larissa Soriani Zanini Ribeiro Soares

Introdução
Vigas são elementos estruturais muito importantes na engenharia,
responsáveis pela sustentação, por exemplo, de lajes. Uma viga,
quando submetida a um carregamento externo poderá estar
sujeita a solicitações normais, cisalhante e de flexão, atuantes em
suas seções transversais. Por este motivo, normalmente, as vigas
são barras retas e prismáticas, ocasionando maior resistência ao
cisalhamento e flexão.

Neste capítulo, os estudos dos esforços solicitantes serão


aplicados a uma viga, uma vez que para a atuação nas
engenharias é de suma importância o conhecimento desse
elemento estrutural.

Objetivos
Ao completar o estudo deste capítulo, esperamos que você seja
capaz de:
• determinar as tensões causadas pelos carregamentos nas
vigas e o esforço cortante (cisalhamento);
• propiciar condições para verificar as condições de segurança
de um elemento estrutural;
• avaliar a resposta da estrutura frente à combinação
solicitações de esforços.
106 UNIUBE

Esquema
4.1 Deformação em elementos retilíneos
4.2 Flexão
4.3 Tensão normal
4.4 Tensão de cisalhamento em vigas
4.5 Combinação de carregamento combinado – flexão oblíqua
composta

4.1 Deformação em elementos retilíneos

Seja uma viga carregada com uma carga uniformemente distribuída,


conforme Figura 1, as cargas que atuam nessa viga a fazem fletir (ou
curvar), e assim deformar o seu eixo em uma curva. A deformação tende
a alterar a forma e a dimensão da peça.

Figura 1: Viga com carregamento uniformemente distribuído.

Uma parte da viga que, antes da solicitação ser aplicada, apresentava


uma espessura ∆s, depois da solicitação, fica com uma espessura
variável, sendo maior na parte de baixo e menor no topo, conforme
mostrado na Figura 2. Esta variação, naturalmente, ocorre devido a
curvatura sofrida pela viga. Vejamos com detalhes, na Figura 2, a seguir.
UNIUBE 107

Na figura, a espessura da fatia a uma distância y, medida


perpendicularmente e a partir do eixo longitudinal da viga, está sendo
indicada por ∆s. Este eixo longitudinal da viga passa por um ponto da
seção transversal que seja pertencente a uma linha conhecida como
Linha Neutra (L.N.), responsável pela separação da zona comprimida da
zona tracionada da viga (Superfície Neutra).

Figura 2: Deformação de uma viga quando sujeita a carregamentos.


Fonte: Adaptado de Pacheco (2008).

Sendo:
• L.N.: a linha neutra;
• y: uma distância arbitrária acima da L.N.;
• M: momento fletor;
• ∆S: comprimento antes da deformação;
• ∆S`: comprimento após deformação;
• ∆θ: ângulo entre os lados da seção do transversal do elemento;
• Ρ: raio de curvatura.

As linhas longitudinais na parte inferior da viga são alongadas


(tracionadas), enquanto aquelas na parte superior são diminuídas
(comprimidas).
108 UNIUBE

A deflexão da viga em qualquer ponto ao longo de seu eixo é o


deslocamento desse ponto em relação à sua posição original, medida
na direção de y.

O cálculo da deformação normal longitudinal baseia-se na definição da


deformação específica normal a qual:
∆S '− ∆S
ε = lim
∆S → 0 ∆S

Sendo:
ε: deformação plástica;
∆S: comprimento antes da deformação;
∆S`: comprimento após deformação;

Os valores de ∆S e ∆S´ podem ser obtidos através do ângulo, ∆θ, e do


comprimento de curvatura, ρ, e substituídos na equação anterior assim:
( r − y ).∆θ − r .∆θ 1
ε = lim ε=
− .x . y =
− k. y
r .∆θ ou r

A deformação específica normal longitudinal varia linearmente de acordo


com a distância y relativa ao eixo neutro (Figura 3) ou seja:
• ponto acima da superfície neutra: y > 0, k > 0 → ε < 0 →
encurtamento;
• ponto abaixo da superfície neutra: y < 0, k < 0 → ε > 0 →
alongamento.
UNIUBE 109

Figura 3: Deformação em relação ao eixo neutro.

Para o valor de ε máximo, temos que determinar o ponto mais afastado


da linha neutra, o que ocasionará:

−y
ε p y
= ⇒ ε=
− ε máx
ε máx c c
p

4.2 Flexão

Flexão Simples é um esforço comum devido ao efeito do momento fletor


(M) e o esforço cortante (V) atuante na peça. Quando o esforço cortante
é igual a zero, podemos dizer que se trata de flexão pura. A flexão é
também um dos mais desfavoráveis esforços, no entanto não pode ser
evitado em muitos casos. Elementos sujeitos à flexão podem ser vistos
em edificações, estruturas, máquinas e em muitos outros lugares.

A flexão pode ser classificada como pura ou simples:


• pura: quando só há momento fletor atuando na peça, ou seja,
esforço cortante é nulo;
• simples: quando há momento fletor e esforço solicitante na peça.
110 UNIUBE

PONTO-CHAVE

O Momento Fletor na peça resulta em uma tensão normal (σ), enquanto o


esforço cortante gera uma tensão de cisalhamento ( τ ).

4.3 Tensão normal

Seja a Figura 4, a seguir, um corte transversal da viga da Figura 1:

centroide

Figura 4: Seção transversal da Figura 1.

A tensão normal (σ) e a deformação específica (ε) variam linearmente ao


longo da altura da seção, sendo nulas no centroide e máximas na face
superior e inferior, conforme ilustrado na Figura 5.
UNIUBE 111

Figura 5: Variação da tensão


normal (σ).

M
σ= .y
I

Sendo:
• M: momento fletor;
• I: momento de inércia;
• Y: coordenada do ponto de análise.

Essa equação é chamada de fórmula e flexão. Tensões calculadas a partir


da fórmula de flexão são chamadas de tensões de flexão (tensão normal).

A tensão normal é resultado da flexão pura.


M
σ máx = . y máx
I

Raio de curvatura ρ: quando cargas são aplicadas a uma viga, seu eixo
longitudinal é deformado em uma curva, conforme visto na Figura 1. As
tensões e deformações são diretamente relacionadas a esta curvatura.
A curvatura é dada por:
112 UNIUBE

1 M
=
r E.I
Sendo:
• ρ: raio de curvatura;
• M: momento fletor;
• E.I: rigidez à flexão.

Considerando momentos positivos, valores positivos de y geram tensões


de compressão, enquanto que valores negativos produzem tensões de
tração (Figura 6).

Figura 6: Convenção de sinais de momentos fletores.

RELEMBRANDO

Para o melhor entendimento do assunto estudado, aconselhamos que sejam


relembrados os seguintes itens já vistos:
• cálculo do momento de inércia;
• momento fletor e esforço cortante;
• tensão normal e tensão de cisalhamento;
• tensão normal de cisalhamento admissível.

Compreendidas as equações apresentadas anteriormente, vamos fazer


o exemplo seguinte.

Exemplo 1

Qual a máxima carga distribuída q que pode ser aplicada à viga biapoiada,
com 5 metros de comprimento (Figura 7), sabendo-se que σu = 60 MPa, com
um coeficiente de segurança, C.S, para tração = 2,5 e compressão = 4 ?
UNIUBE 113

Figura 7: Viga biapoiada com detalhes da seção transversal.

Resolução

Tensão admissível:
σu
σ adm =
CS

Tensão admissível para tração:


60 KN
σ adm
= (t ) = 24 MPa
= 2, 40 2
2,5 cm

Tensão admissível para compressão:


60 KN
σ adm
= (c) = 15MPa
= 1,50 2
4 cm

Veja as Figuras 8, 9 e 10.

Diagramas de Esforços Solicitantes

Figura 8: Diagramas de esforços solicitantes.


114 UNIUBE

O momento máximo encontra-se no meio do vão, uma vez que o esforço


solicitante é nulo no centro da viga.

q.L L q.L L q.L2


M máx = . − . =
2 2 2 4 8

Figura 9: Centroide da seção.

∑ Ai . yi
y=
∑A

(6.30.33) + (6.30.15)
=y = 24 cm
6.30.2

Cálculo do momento de inércia:

b.h3
I= I + A.d 2 e I =
12

(30.63 ) (6.303 )
I
= + 30.6.(33 − 24) 2 + 2
+ 6.30.(15 − 24)= 43200 cm 4
12 12

Tensão:
M
σ = .y
I
UNIUBE 115

Figura 10: Distribuição das tensões ao longo de y.

Compressão = 1,50 KN/cm²:


M
=1,50 = .12 5400 KN .cm
43200

Tração = 2,40 KN/cm²:


M
2, 40
= = . 24 4320 KN .cm
43200

Como Mmáx admissível = 4.320 KN.cm e L = 5 m = 500 cm:

q.L2 q.5002
M máx= = 4320
= q 0,14 KN / cm
∴= = 14 KN / m
8 8

Atividade 1

Determine a tensão normal máxima aplicada no elemento de seção


transversal, a seguir (Figura 11) sabendo que o mesmo foi projetado
para suportar um momento máximo de 50 N.m
116 UNIUBE

Figura 11: Seção transversal de uma viga


com perfil I.

Atividade 2

A Figura 12, a seguir, mostra uma viga com extremidade engastada


e outra livre AB que está sujeita a um carregamento uniformemente
distribuído (q) e um carregamento concentrado em B. Determine o maior
valor da carga (q), sabendo-se que a viga admite tensão máxima de
flexão no valor 38,00 MPa.

Figura 12: Viga engastada com detalhe da seção transversal.

4.4 Tensão de cisalhamento em vigas

Como foi visto anteriormente, as solicitações normais (de tração


e compressão) e momentos fletores geram tensões normais,
σ, já a tensão de cisalhamento, τ , ocorre quando as forças
são aplicadas transversalmente à barra, como exemplificado pela Figura 13.
UNIUBE 117

Figura 13: Esquema de carregamento em uma viga biapoiada.

Esforços solicitantes:

Momento Fletor (M) - σ - (D.M.F);


Esforços Cortantes (V) - τ - (D.E.C).

O cisalhamento é uma solicitação resultante da ação do carregamento


na direção transversal à viga, gerando tensões de corte, τ , nas seções
transversais da peça.

V .Q
τ=
I .b

Sendo:

τ : tensão de cisalhamento;
V: força de cisalhamento interno – calculada através do diagrama de
esforço cortante;
Q: momento estático de área situado acima do ponto em análise, em
relação ao eixo que passa pelo centroide, de modo que Q = ∑ A.d ;
I: momento de inércia;
b: largura da seção do ponto em análise.

A tensão de cisalhamento τ distribui-se ao longo da seção segundo uma


parábola, sendo nula nas faces e máximas no centroide (Figura 14).
118 UNIUBE

Figura 14: Distribuição das tensões de cisalhamento


ao longo da seção.

Compreendidas as equações apresentadas anteriormente, vamos fazer


os exemplos seguintes.

Exemplo 2

Para a seção transversal “T” de uma viga, Figuras 15 e 16, determine


a tensão de cisalhamento máxima de cisalhamento para um esforço
cortante de 80 KN.

Figura 15: Seção transversal de uma viga.


UNIUBE 119

Resolução

Cálculo do centroide:
∑ Ai . yi (6.40.43) + (6.40.20)
y=
= y = 31,50 cm
∑A (6.40) + (6.40)

Momento de Inércia:
b.h3
I= I + A.d 2 e I =
12
(40.63 ) 2 (6.403 )
I= + 40.6.(43 − 31,5) + + 6.40.(20 − 31,5) 2 = 96200 cm 4
12 12

Momento Estático:

Q = ∑ A.d

Figura 16: Dimensões para cálculo de Q.

Q = (6.8,50).4, 25 + (40.6).11,50 = 2976, 75 cm³


120 UNIUBE

Tensão máxima de cisalhamento:

V .Q 80 KN . 2976, 75cm3
τ=
= τ = 0,= 4126 KN / cm 2 4,13MPa
I .b 96200 cm 4 . 6cm

Exemplo 3

Seja a viga representada pela Figura 17, biapoiada e sujeita ao


carregamento conforme ilustrado. Determine a máxima tensão normal e
de cisalhamento que atuam na viga.

Figura 17: Viga biapoiada com seção transversal em “I”.

Resolução

Cálculo das reações de apoio:


(10.5) + 20
RVA
= RVB
= = 35 KN
2

Cálculo do Centroide: como o perfil I é simétrico, temos:


(6 + 50 + 6)
=y = 31 cm
UNIUBE 121

Cálculo do momento de inércia: para facilitar o cálculo do momento


de inércia, o perfil I será obtido como sendo a diferença entre os dois
retângulos a seguir (Figura 18).

Figura 18: Divisão do perfil I em dois retângulos.

Veja as Figuras 19 e 20.

b.h3 42.623 36.503


I = I= − = 459148cm 4
12 12 12

Diagramas de esforços solicitantes:

Figura 19: Diagrama de esforço cortante.

Figura 20: Diagrama de momento fletor.

O momento máximo no centro do vão será o somatório dos efeitos da


carga concentrada mais o da carga distribuída:
122 UNIUBE

P.L q.L2 (20.5) 10.52


M máx = + = + =56, 25 KN .m
4 8 4 8

IMPORTANTE!

O Momento Fletor máximo também pode ser realizado através do cálculo


da área do Diagrama de Esforços Cortantes:

MD − ME =
Área DEC

(35 + 10). 2,5 Mmáx = 56, 25 KN .m


M máx − 0
= = 56, 25 KN .m
2

Cálculo da tensão Normal:

M
σ = .y
I

56, 25.102 KN .cm . 31cm


=σ = 0,38 KN / cm 2 3,80 MPa
=
459148cm 4

A Figura 21 mostra o cálculo da tensão de cisalhamento:


V .Q
τ=
I .b
UNIUBE 123

Figura 21: Distâncias até o eixo de análise


(centroide) da seção.

Q= (6.25).12,5 + (6.42).28= 8931 cm3

35 KN .8.931 cm3
=τ = 4
0,11 KN / cm 2
459148 cm .6 cm

Atividade 3

Determine a máxima tensão normal e de cisalhamento que atuam na viga


ilustrada (Figura 22), a seguir:

Figura 22: Viga com detalhe da seção transversal.

Atividade 4

Determine a maior carga q que pode ser aplicada à viga a seguir (Figura
124 UNIUBE

23), sabendo que a mesma suporta uma tensão de cisalhamento máxima


no valor de 22,5 MPa.

Figura 23: Viga com detalhe da seção transversal.

4.5 Combinação de carregamento combinado – flexão oblíqua


composta

Até o momento, foi visto que em um sistema estrutural, sujeito a um


carregamento, atuam esforços solicitantes sobre ele (esforço normal,
esforço de cisalhamento e momento) ocasionando as tensões; no
entanto, estes foram vistos de forma isolada.

Neste item, abordaremos a combinação destas solicitações uma vez


que uma estrutura está sujeita a mais de um tipo de solicitação atuante.
A flexão composta pode ser vista em pilares, vigas protendidas e muros
de arrimos.

A flexão composta é a ação da força normal combinada com momentos


fletores. Os momentos fletores decorrem da excentricidade (e) com
relação aos eixos y e z do elemento.

O estudo da flexão oblíqua deve ser feito com todas as cargas reduzidas
ao centroide da seção.
UNIUBE 125

Para calcularmos a combinação de carregamento, como exemplificado


pela Figura 24, devemos primeiramente proceder aos seguintes itens:
• determinar as solicitações internas (força normal, força cisalhamento
e momento);
• calcular as componentes das tensões (tensão normal e de
cisalhamento);
• aplicar o princípio da superposição de efeitos.

Figura 24: Combinação dos carregamentos.

Sendo:
• e1 e e2: as excentricidades;
• Y e Z: as coordenadas do ponto em análise;
• My e Mz: momentos em torno do eixo.

Mz
σ= .x . y
Iz
σ=
± σ 0 ± σ1 ± σ 2
126 UNIUBE

Compreendidas as equações apresentadas anteriormente, vamos fazer


o exemplo seguinte?

Exemplo 4

Uma carga P = 600 KN é aplicada na face do elemento mostrado na


Figura 25, a seguir, considerando a seção com dimensões de 20 x 50
cm, determine o estado de tensão máximo e a tensão em cada ponto
das arestas (A, B, C, D), sabendo que as excentricidades valem e1 = 15
cm e e2 = 5 cm.

Figura 25: Carga aplicada a elemento estrutural.

Resolução

Cálculo da área:
= = 1000 cm 2
A 20.50

Inércia em relação ao eixo y:

50.203
=Iy = 33333,33 cm 4
12
UNIUBE 127

Inércia em relação ao eixo z:

20.503
=Iz = 208333,33 cm 4
12

Momentos: P = - 600 KN
My =
− P . e1 = − 9000 KN .cm
− 600.15 =

Mz =
− P . e2 = − 3000 KN .cm
− 600.5 =

Tensões:
P −600
σ0 = = = − 0, 60 KN / cm²
A 1000
My −9000
σ1 = xz = .10 = − 2, 70 KN / cm²
Iy 33333,33

Mz −3.000
σ2 = xz = .25 = − 0,36 KN / cm²
Iz 208333,33

Tensão Máxima = Combinação dos carregamentos:


σ=
± σ 0 ± σ1 ± σ 2
σ máx =
− 0, 60 − 2, 70 − 0,36

Tensão nos pontos da aresta: deve-se analisar sinais, conforme mostrado


na Figura 24:

σA = 1, 74 KN / cm²
− 0, 60 + 2, 70 − 0,36 =

σ B= − 3, 66 KN / cm²
− 0, 60 − 2, 70 − 0,36 =

σ C 2, 46 KN / cm²
− 0, 60 + 2, 70 + 0,36 =
=

σ D − 2,94 KN / cm²
− 0, 60 − 2, 70 + 0,36 =
=
128 UNIUBE

Atividade 5

Determine a tensão normal atuante e a tensão de cisalhamento atuante


no ponto B da elemento apresentado na Figura 26.

Figura 26: Perfil L sujeito a flexão oblíqua.

SAIBA MAIS

Finalizamos com a indicação de algumas atividades de aplicação dos


conceitos e formulação sobre análise de tensões normal, cisalhamento e
carregamento combinado. Para tanto, acesse o endereço <http://web.mst.
edu/~mecmovie>.

Acompanhe os exemplos resolvidos e resolva os seguintes tópicos:

• M.8.3 - Bending stresses in a flanged shape;


• M.8.5 - Centroide calculation: tee shape;
• M.8.6 - Centroide calculation: u – shape;
• M.8.7 - Tee shape section properties;
• M.8.8 - Moments and bending stress;
• M.8.9 - Determine maximum bending stresses.
UNIUBE 129

PESQUISANDO NA WEB

Uma importante ferramenta para o estudo da resistência dos materiais é o


programa FTOLL.

O FTOLL é usado para a resolução de problemas que envolvam


vários carregamentos, além de diferentes tipos de apoios e geometria
diversificada da estrutura. É um Programa Gráfico-Interativo para Ensino
de Comportamento de Estruturas, programa que apresenta sob a forma
de diagramas cotados com os valores extremos, a distribuição ao longo da
viga de forças normais, das forças cortantes e do momento fletor, além das
flechas da linha elástica.

Resumo
Neste capítulo, foi dado continuidade ao assunto visto no decorrer
deste livro, flexão e tensão, porém agora vistos de maneira aplicada e
combinados em um elemento muito importante para nós engenheiros,
uma viga. Esse estudo aplicado é de suma importância para os demais
conteúdos específicos que começaram a ser trabalhados a partir
de agora, portanto, o entendimento do que aqui foi abordado se faz
necessário para que não haja entraves aos estudos posteriores.

Sugerimos, ainda, que os exercícios propostos sejam feitos sempre


retornando às explicações para um maior entendimento.

Referências
BEER, F. P.; JOHNSTON, E. R. Resistência dos materiais. 3. ed.
São Paulo: Makron Books Ltda., 1996.

HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 5. ed. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2004.
130 UNIUBE

PACHECO, A. Flexão. Disponível em: <http://www.chasqueweb.ufrgs.br/~apacheco/


ENG01140/.../ENG01140_16%20Flexao.pdf data 26.ago. 2008>. Acesso em:
01 abr. 2010.
Capítulo Deformação de vigas
5

Núbia dos Santos Saad Ferreira


Larissa Soriani Z. R. Soares

Introdução
Este capítulo de estudos conduzirá você ao conhecimento e
cálculo das deformações (deslocamentos e giros) que ocorrem
em qualquer seção transversal de uma viga reta prismática e
isostática, em função das ações atuantes e das condições de
contorno (tipos de apoios da viga).

Você sabia que, normalmente, uma viga se deforma ao ser


carregada? Na maioria das situações estruturais, isso é
imperceptível, pois são pequenas as deformações. Imagine-se
sobre uma tábua que esteja apoiada nas extremidades, em dois
tijolos, por exemplo. É fácil perceber que esse elemento estrutural,
ao receber a carga de seu peso, desloca-se verticalmente para
baixo e também apresenta movimento de giro! Fazer o mesmo
com uma régua presa em uma das extremidades por seus dedos e
livre na outra, recebendo uma ação na extremidade livre, também
lhe permite visualizar tais deformações.

Objetivos
Ao final do estudo deste capítulo, espera-se que você esteja apto a:
• determinar a equação da curva de deflexão (ou linha elástica)
do eixo de uma viga, em função dos tipos de carregamento
e de apoio desse elemento estrutural;
132 UNIUBE

• calcular os deslocamentos (flechas, deflexões) e os giros


(inclinações, declividades) de seções transversais de uma
viga, através da equação da linha elástica obtida.

Esquema
5.1  Considerações iniciais
5.2 Linha elástica
5.2.1  Definições
5.2.2  Relação entre momento fletor e curvatura
5.2.3  Equação da linha elástica
5.3  Exemplos resolvidos

5.1 Considerações iniciais

É de fundamental importância, para o engenheiro calculista, o


conhecimento dos valores máximos de deslocamentos e inclinações
que ocorrem em uma viga.

No projeto estrutural, consideram­‑se os limites máximos para as


deformações prescritos nos textos normativos, em função do material
estrutural que se esteja utilizando (concreto armado, aço, madeira e
outros) e das condições de contorno de tais elementos. Ou seja, as
normas apresentam valores para as deformações que não podem ser
ultrapassados. Por isso, a importância de se quantificar flechas e giros.
Neste capítulo de estudos, a equação da linha elástica e os valores
de deformações de uma viga são obtidos através de procedimentos
analíticos que incluem métodos de integração direta.
UNIUBE 133

5.2 Linha elástica

5.2.1  Definições

Denomina­‑se linha elástica (ou curva de deflexão) o diagrama que


representa os deslocamentos do eixo longitudinal de uma viga. Esse eixo
passa pelo centroide (centro de gravidade C.G., já conhecido por você)
de cada área das infinitas seções transversais que constituem a viga.

Em outras palavras, a linha elástica também pode ser definida como a


configuração deformada do eixo de uma viga fletida, ou seja, que possui
um carregamento perpendicular a seu eixo, gerando momento fletor em
cada seção da mesma.

Para a construção da configuração deformada de uma viga, é necessário


o conhecimento de como os deslocamentos e as inclinações são restritos
em função dos vínculos de apoio da mesma. Os apoios fixos ou móveis
de uma viga impedem deslocamentos e permitem o giro, e os engastes
impedem deslocamentos e giros.

Veja, na Figura 1, as representações esquemáticas desses vínculos


para extremos de vigas ou para posições intermediárias em seus
comprimentos. Nesses desenhos, as vigas são representadas por seus
eixos.

(a) apoio móvel (b) apoio fixo (c) engaste

Figura 1: Visualização dos tipos de apoios frequentes em vigas.

A Figura 2 mostra dois exemplos típicos de linhas elásticas para vigas


solicitadas por uma força concentrada P.
134 UNIUBE

P P

(a) viga apoiada­‑engastada (b) viga biapoiada com balanço

Figura 2: Visualização da linha elástica em duas situações comuns de vigas.

Se a linha elástica de uma viga for de difícil estabelecimento, sugere­‑se


a construção prévia do diagrama de momentos fletores para se ter ideia
dos trechos onde ocorrem as concavidades para cima e para baixo.

5.2.2 Relação entre momento fletor e curvatura

Você aprendeu, quando do estudo de flexão, que uma viga prismática


submetida à flexão pura se deforma, assumindo a configuração
geométrica de um arco; e que, estando no regime elástico (segue a Lei
de Hooke, com tensões diretamente proporcionais às deformações), a
curvatura da linha neutra pode ser expressa pela equação 1, na qual:

(1)

 = raio de curvatura (lê­‑se: rô) do arco correspondente a um ponto



1
do eixo da viga, sendo seu inverso denominado curvatura;

• M = momento fletor interno atuante na viga, no ponto onde  é
determinado;
• E = módulo de elasticidade do material de que é constituída a viga;
• I = momento de inércia da área da seção transversal da viga,
calculado em relação à linha neutra.
UNIUBE 135

RELEMBRANDO

Antes de prosseguir, é necessário que você se recorde em que consiste


a linha neutra. Lembre­‑se de que ela representa o eixo da peça que une
os pontos de cada seção transversal nos quais tanto as tensões como as
deformações são nulas.

Normalmente, a linha neutra coincide com o eixo da peça.

Perceba que a curvatura será uma função do momento fletor, obtido


para cada seção transversal da viga, em função de sua posição nesse
elemento estrutural.

EXPLICANDO MELHOR

Você entende bem o significado físico da curvatura? Veja que ela é o inverso
do raio de uma curva. Para facilitar o entendimento físico de tais conceitos,
considere dois pontos no plano e imagine duas curvas passando por eles,
com raios diferentes. A curva de menor raio terá maior curvatura e vice­‑versa.

Para que você possa visualizar geometricamente a relação entre


momento fletor e curvatura, considere, por exemplo, uma viga AB
com uma extremidade livre e outra engastada, ou seja, em balanço,
de comprimento L, submetida à ação de uma força P aplicada em sua
extremidade livre A, como ilustrado na Figura 3.
136 UNIUBE

L x

A B

B
A   

*
*
Figura 3: Esquema de uma viga em balanço deformada.

Você sabe que para qualquer seção transversal dessa viga, tendo­‑se
o eixo x com origem no ponto A, o valor do momento fletor em função
da posição x de cada seção vale: M(x) = – P.x (Lembre­‑se que o sinal é
negativo, pois o momento traciona a viga em cima!). Substituindo M(x)
na equação 1, tem­‑se:

1 P x
EI

Ou seja:
• Para qualquer ponto da viga, pode­‑se calcular o valor da curvatura
1/r e, portanto, o valor do raio de curvatura r. Tudo bem até aqui?
Prossiga, então!
• Quando x = 0 (ponto A), a curvatura 1/rA é nula, implicando no valor
infinito do raio rA, que é o inverso da mesma. Isso faz sentido, pois
nessa extremidade livre não há curvatura, já que nesse ponto a
curva de deformação da viga torna­‑se retilínea.
UNIUBE 137

• Quando x = L (ponto B), a curvatura e o raio são, respectivamente,


1 PL e EI
PL . Nesse caso, tem­‑se o raio com valor em
B

B EI
módulo, pois o mesmo não possui sinal, já que é uma medida de

comprimento.
Quanto à convenção para o sinal da curvatura, tem­‑se dos estudos de
flexão que, quando a curva tem concavidade voltada para cima, sua
curvatura é positiva, e quando a concavidade é voltada para baixo, a
curvatura é negativa. Havendo transição de duas curvaturas, tal ponto
de encontro é denominado inflexão, cuja curvatura é nula. Veja desenho
ilustrativo na Figura 4.

+

(a) curvatura positiva (b) curvatura negativa

Figura 4: Convenção de sinais para a curvatura.

Veja que o sinal da curvatura obtida no exemplo é negativo, pois a


concavidade da linha elástica é para baixo. Essa convenção está
diretamente relacionada à convenção de sinal para o momento fletor,
oriunda dos estudos de flexão, pois são grandezas que se relacionam
conforme a equação 1:
• Curvatura para cima: sinal positivo. Nesse caso, a viga é tracionada
embaixo: momento fletor também positivo.
• Curvatura para baixo: sinal negativo. Nesse caso, a viga é tracionada
em cima: momento fletor também negativo.
Na sequência, você aprenderá como a curvatura oriunda da flexão será
utilizada para se obter a equação da linha elástica, ou seja, a equação
da curva na qual se transforma o eixo da viga ao ser deformado à flexão.
138 UNIUBE

5.2.3  Equação da linha elástica

Finalmente, será obtida a equação da linha elástica! Antes de se


desenvolverem as equações, faz­‑se necessária uma representação
esquemática genérica, para o entendimento dos parâmetros geométricos
intervenientes.

Na Figura 5 é ilustrada uma viga com seu eixo deformado, no qual será
adotado um ponto genérico Q, que possui os dois tipos de deformação:
deslocamento vertical y e giro q (inclinação). O eixo x, com orientação
positiva para a direita, corresponde ao eixo original da viga indeformada.
Para o cálculo diferencial, será assumida como variável a posição x do
ponto Q na viga. Serão funções da variável x, tanto o deslocamento
vertical y(x) do ponto Q como seu giro em relação à horizontal q(x). Na
verdade, o que se deforma é a seção transversal da viga situada na
posição referente ao ponto Q. Está claro?
y

O x
y(x) (x)
Q
x

Figura 5: Representação esquemática genérica de uma linha elástica.

A partir de conceitos básicos do Cálculo Diferencial e Integral, sabe­‑se


que a curvatura de um ponto qualquer Q(x, y) pertencente a uma curva
plana pode ser obtida através da equação 2.

d2y
1 dx 2
=
r 3 (2)
  dy  2  2

1 +   
  dx  
UNIUBE 139

A equação 2 permite a determinação da curvatura para qualquer ponto


localizado no eixo de uma viga deformada.

Na expressão apresentada, as razões dy/dx e d2y/dx2 são,


respectivamente, a primeira e a segunda derivadas da função y(x), que
corresponde à ordenada (coordenada vertical) de um ponto pertencente
à curva plana mencionada. No estudo em questão, a curva é a linha
elástica e a função y(x), sua deflexão em cada ponto.

Tem­‑se que o quadrado de dy/dx, que aparece no denominador da


expressão em apreço, pode ser desprezado, em face da unidade que
se soma a ele. Isso pelo fato de a razão dy/dx ser muito pequena, pois
as deflexões y também o são. Dessa forma, a expressão para a curvatura
pode ser simplificada, resultando na equação 3.

1 d2y
(3)
dx2

A partir das equações 1 e 3, obtém­‑se a equação 4, que é uma Equação


Diferencial Linear Ordinária de segunda ordem (EDO) que rege o
comportamento da linha elástica.

d2y M(x)
(4)
dx 2 EI

PARADA PARA REFLEXÃO

Recordando o que você aprendeu no estudo de Cálculo Diferencial e


Integral, uma equação é diferencial quando possui derivadas; é linear,
quando as derivadas estão elevadas à potência unitária; é ordinária quando
apresenta apenas uma variável (no caso, x); e é de segunda ordem, quando
a maior derivada da equação é a segunda derivada da função do problema
(no caso, y).
140 UNIUBE

Lembre­‑se de que resolver uma EDO significa explicitar sua função, através
de integrações. Em nosso estudo, tal função é y(x), que representa os
deslocamentos dos nós da viga (deflexões, flechas) para cada posição x.

O produto EI é denominado rigidez flexional (ou rigidez à flexão). No


caso de vigas prismáticas, que é a situação mais usual em estruturas, a
rigidez flexional é constante. Caso a inércia não seja constante ao longo
da viga, como é o caso de vigas de seção variável, deve­‑se escrever tal
parâmetro geométrico em função de x.

Procedendo­‑se à resolução da equação diferencial (equação 4), para


a obtenção da função y(x), multiplicam­‑se ambos os membros dessa
equação por EI e se integra toda a equação na variável x. Com isso,
chega­‑se à equação 5, na qual C1 é uma constante real de integração.

XX
X
dy
dy
dy
EI =∫ ∫M
EI
EI MM((x(xx))dx
dx
)dx+ C
CC111 (5)
dx
dx
dx 000

Está representado na Figura 5 o ângulo de inclinação q(x), que a reta


tangente à curva pelo ponto Q forma com a horizontal. Recordando
conceitos básicos do Cálculo Diferencial, é sabido que a tangente desse
ângulo corresponde à primeira derivada da função y(x) no ponto Q:

dy
tgθ =
dx

E em razão do ângulo ser muito pequeno, pode­‑se assumir sua tangente


como o próprio valor do ângulo q(x), medido em radianos, ou seja:
dy
θ(x) ≅
dx

Com isso, reescreve­‑se a equação 5 agora, em função de q(x):


UNIUBE 141

X
EI
= ⋅ θ (x) ∫ M( x ) dx + C
0
1 (6)

Para que se possa explicitar a função y(x), será necessário integrar­‑se


toda a equação diferencial (equação 5) novamente, na variável x. Com
isso, aparecerá outra constante real de integração denominada C2:
x
X 
EI ⋅ y
= ∫
0
 ∫ M( x ) dx + C1  dx + C2
0 

Portanto, ter­‑se­‑á:

x
X 
=EI ⋅ y ∫
0
 ∫ M( x ) dx  dx + C1 ⋅ x + C2
0 
(7)

Caro aluno, com o estudo realizado até aqui, você está apto a obter
a função das deformações que ocorrem em uma viga (inclinação q e
deslocamento y), para qualquer seção transversal de posição x, que se
esteja considerando.

Em seguida, serão discutidos e resolvidos exercícios de aplicação, para


variadas situações de cargas e, consequentemente, de momento fletor.
Serão consideradas diferentes condições de contorno (apoios) para as
vigas, responsáveis pela obtenção das incógnitas reais C1 e C2, para
cada caso.

IMPORTANTE!

Quando a viga estiver solicitada por carregamentos diferentes, é possível


utilizar a Superposição de Efeitos, tabelas anexas, ou seja, calculando
flechas e deflexões para cada tipo de carregamento e somando os
142 UNIUBE

resultados, com os respectivos sinais, no final, para se obterem os reais


valores dessas deformações. Isso será ilustrado em exercício de aplicação
constante no Exemplo 7. Confira!

5.3 Exemplos resolvidos

Exemplo 1

A viga em balanço AB (Figura 6), de comprimento L e módulo de


elasticidade E, possui seção transversal uniforme (prismática) e suporta
uma carga concentrada P em sua extremidade livre A (balanço).

Pede­‑se determinar a equação da linha elástica y(x) e da inclinação


q(x), bem como os valores de flecha (y) e declividade (q) que ocorrem
no ponto A.
y

S x
A
x B
L

Figura 6: Representação esquemática da viga em balanço AB


solicitada pela carga concentrada P.

Resolução:
• Obtenção da expressão genérica para o momento fletor:
Como visto no estudo de flexão, o valor do momento fletor para qualquer
seção S da viga, situada a uma distância x do ponto A, vale: M(x) = –
P.x, sendo negativo em toda a viga, pois traciona a mesma em sua parte
superior.
UNIUBE 143

• Obtenção da expressão genérica para a inclinação q:

Substituindo o valor de M(x) na equação 6, você encontrará a função


q(x) para qualquer posição da viga. Siga os passos apresentados, de
resolução da EDO, para que se chegue à expressão de q(x) em função
apenas da variável x.
X
Valha­‑se da equação 6: EI
= ⋅ θ(x) ∫ M( x )dx + C
0
1

Substitua a expressão de M(x): EI ⋅ θ ( x ) = ∫ −Px dx + C


0
1

Px 2
Resolva a integral em x: EI ⋅ θ ( x ) = − + C1
2

Perceba que a equação obtida possui EI constante, já que a seção


transversal da viga não varia. Portanto, resta­‑lhe apenas encontrar o valor
da constante real de integração C1. Isso será feito a partir de uma seção
transversal de inclinação conhecida, ou seja, para um par ordenado de
variável e função (x, q(x)) conhecido.

Analise a viga, e pense em qual seção da mesma você poderia obter o


valor da inclinação, sem realizar cálculos!

Verifique que a seção transversal da viga situada no ponto B, por ser


engastada, é impedida de girar! Lembre­‑se que o engaste restringe tanto
deslocamento como giro. Portanto, no ponto B, que possui x = L, tem­‑se
que q = 0.

Levando esse par ordenado conhecido (x, q(x)) = (L, 0) na última


expressão de q(x) obtida, você prossegue com a resolução, conforme
descrito a seguir.
144 UNIUBE

PL2
Substitua o par (L, 0) na expressão de q(x): EI ⋅ 0 =− + C1
  2
2
Calcule o valor de C1:  0 = PL PL2
− + C1 ⇒ C1 =
2 2

Px 2 PL2
Finalmente, obtenha a função q(x): EI ⋅ θ ( x ) = − +
  2 2

P
Explicitando q(x) você obtém: θ ( x )= (−x2 + L2 )
  2EI

Sabendo que q(x) = dy/dx, também se escreve:


dy
dy PP ( 22 22)
== −−xx ++ LL
  dx
dx 22EIEI

• Cálculo da inclinação no ponto A:

Portanto, desejando­‑se calcular a inclinação da seção transversal situada


no ponto A, basta substituir o valor de xA = 0 na função q(x):

P PL2
xA = 0 ⇒ θ A= (−02 + L2 ) ⇒ θ A=
2EI 2EI

IMPORTANTE!

Atenção! Analise o sinal da flecha qA!

Sendo a flecha (dy/dx) a primeira derivada de y, ela corresponde à


inclinação da reta tangente ao gráfico da função y (ou seja, à elástica da
viga), no ponto em que se esteja considerando. Lembra­‑se do Cálculo
Diferencial e Integral?

Você verá a representação da flecha qA, no fechamento deste problema:


corresponde a uma inclinação ascendente, crescente, para cima, ou seja,
positiva!
UNIUBE 145

• Obtenção da equação da linha elástica:


Agora, continue a resolução para encontrar a equação da linha elástica y(x).

Veja que bastará integrar mais uma vez, em x, a expressão obtida para
q(x) = dy/dx, pois esta já contempla o valor de C1. Acompanhe, portanto,
os passos para a obtenção de y(x):

2 2
Valha­‑se da expressão: EI ⋅ dy =

Px
+
PL
dx 2 2

Px 3 PL2 x
Integre toda a equação anterior em x: EI ⋅ y =− + + C2
6 2

Analogamente à obtenção de C1, você calculará C2 substituindo na


expressão um par ordenado conhecido, agora em termos de x e de y(x),
pois a função aqui é y!

Qual seria um ponto dessa viga para o qual você já poderia saber o valor
da flecha y? Analise a viga!

Você constata que o ponto B tem deflexão nula, pois se trata de um


engaste! Portanto, o par ordenado conhecido a ser substituído na
expressão de y(x) será: (x, y(x)) = (L, 0). Prossiga com os passos para
a resolução!

PL3 PL2 L
Substitua o par (L, 0) na expressão de y(x):  EI ⋅ 0 =− + + C2
6 2

3 3
Calcule o valor de C2:  0 = PL PL PL3
− + + C2 ⇒ C2 = −
6 2 3

Px 3 PL2 x PL3
Obtenha a expressão final para y(x):  EI ⋅ y =− + −
6 2 3
146 UNIUBE

Explicitando y(x) você obtém a Equação da Linha Elástica:


P
y( x =
) ( − X 3 + 3L2 X − 2L3 )
6 EI

• Cálculo da flecha no ponto A:


Portanto, desejando­‑se calcular a deflexão da seção transversal situada
no ponto A, basta substituir o valor de xA = 0 na função y(x):

P PL3
xA = 0 ⇒ yA = −03 + 3L2 0 − 2L3 ⇒ yA = −
6EI 3EI

• Visualização dos resultados:


A seguir, é feita uma representação esquemática dos resultados obtidos
– vide Figura 7. Destaca­‑se que a curva esboçada corresponde a uma
parábola do terceiro grau, conforme a expressão de y(x) que foi obtida.
y

P
x
A B
yA
A

Figura 7: Esboço da linha elástica da viga em balanço AB solicitada pela


carga concentrada P.

Há como verificar a consistência dos resultados analíticos. Se você


substituir o valor L para a variável x, obterá valores nulos tanto para a
inclinação como para o deslocamento referentes ao ponto B, coerente
com a situação­‑problema estudada. Faça os cálculos!
UNIUBE 147

Exemplo 2

A viga bi­apoiada AB, de comprimento L e módulo de elasticidade E,


possui seção transversal uniforme (prismática) e suporta uma carga
uniformemente distribuída p por unidade de comprimento, ao longo de
toda sua extensão. Vide Figura 8.

Pede­‑se determinar a equação da linha elástica y(x) e o valor da flecha


máxima ymáx que ocorre no ponto médio da viga.

x
A
S B

x
L

Figura 8: Representação esquemática da viga biapoiada AB


solicitada pela carga distribuída p.

Resolução:
• Obtenção da expressão genérica para o momento fletor:

Primeiramente, você equacionará M(x) para uma seção transversal S


da viga, distante x do ponto A. Para isso, será necessário calcular a
reação de apoio referente ao nó A (RA), que corresponde à força vertical,
e para cima, que o elemento de apoio que recebe a viga no nó A aplica
na mesma.

Imagine no ponto A, por exemplo, um pilar de apoio que recebe a viga.


Pela Lei de Ação e Reação, a viga descarrega nesse apoio parte de sua
carga e esse apoio reage aplicando na viga uma força contrária reativa.
Lembra­‑se?
148 UNIUBE

No exemplo em questão, a reação de apoio valerá metade da carga total


aplicada, pois se trata de carregamento uniformemente distribuído em
viga biapoiada. Portanto:

pL
RA =
2

Destacando o trecho da viga até a seção S, você poderá equacionar


M(x). Veja esquema mostrado na Figura 9.

pL

A S
x/2

pL
RA  x
2
Figura 9: Trecho da viga = utilizado para
equacionar o momento M em função de x.

A partir desse esquema e lembrando que o momento fletor é positivo se


traciona a viga em sua região inferior, você obterá:
x pL px 2 px 2 pLx
M( x ) = R A ⋅ x − ( p ⋅ x ) ⋅ ⇒ M( x ) = ⋅x − ⇒ M( x ) = − +
2 2 2 2 2

• Obtenção da equação da linha elástica:

Prossiga, então, para a resolução da EDO que resultará na expressão


da função y(x) que corresponde à equação da linha elástica desejada.

X
dy
Valha­‑se da equação 5:  EI=
⋅ ∫ M( x )dx + C 1
dx 0
UNIUBE 149

X
 2

Substitua a expressão de M(x):  EI ⋅ dy =∫  − px + pLx  dx + C1
dx 0  2 2 

dy px 3 pLx 2
Resolva a integral em x:  EI ⋅ =
− + + C1
dx 6 4

Integre novamente em x, para explicitar y(x):

px 4 pLx 3
EI ⋅ y =− + + C1 ⋅ x + C2
24 12

Finalmente, para que seja obtida a função de deflexão y(x), é necessária


a determinação das constantes de integração reais C1 e C2.

Perceba que, nesse caso, diferente da aplicação anterior, ainda não foi
calculada a constante C1, ou seja, na mesma equação de y(x), têm­‑se
duas incógnitas e, portanto, para que estas sejam encontradas, serão
necessárias duas informações para x e y(x) para que você monte um
sistema de equação de ordem dois.

Veja que a diferença com relação ao exercício anterior é que ambas as


informações necessárias referem­‑se a flechas, pois a equação é apenas
de deflexão e não de inclinação.

Analise a situação­‑problema e verifique em quais pontos é conhecida a


flecha da viga.

Veja que tanto na seção situada no ponto A como no B, tem­‑se restrição


de deslocamento! Ou seja, nos dois casos: x = 0 e x = L, tem­‑se que y =
0. Dessa forma, escrevem­‑se os pares ordenados de variável e função
(x, y): (0, 0) e (L, 0).

Prossiga com os passos para a resolução!


150 UNIUBE

p ⋅ 04 pL ⋅ 03
Substitua o par (0, 0) na expressão de y(x):  EI ⋅ 0 =− + + C1 ⋅ 0 + C2
24 12

Calcule o valor de C2:  C2 = 0

px 4 pLx 3
Reescreva a atual expressão de y(x):  EI ⋅ y =− + + C1 ⋅ x
24 12

pL4 pL ⋅ L3
Substitua o par (L, 0) na expressão de y(x):  EI ⋅ 0 =− + + C1 ⋅ L
24 12
px pLx
4
pLy(x):
Obtenha a expressão final para 4
pLEI ⋅ ) = x− ( y+ pL3
Calcule o valor de C1:  0 =− + + C1 ⋅ L ⇒
24 C1 12
= −
24 12 24
você obtém a Equação da Linha Elástica:
4 3 3
px pLx pL x
Obtenha a expressão final para y(x): 
p EI ⋅ y( x ) = − +
) = x ( (y− x 4 + 2Lx 3 − L3 x )

24EI 24 12 24

Explicitando y(x) da
Cálculo você obtém
flecha a Equação
para o ponto médio da da Linha Elástica:
viga:

p
= parábola
y(éx )uma
Veja que a curva obtida (
− xo4 quarto 3
+ 2Lxgrau.
24EImédio (x = L/2):
que ocorre na viga, para seu ponto
3
− LAgora (
x resta calcular a flecha máxima

• Cálculo da flecha para o ponto médio da viga:

Veja que a curva obtida é uma parábola do quarto grau. Agora resta
calcular a flecha máxima que ocorre na viga, para seu ponto médio (x
= L/2):

p  L4 2L ⋅ L3 L3 ⋅ L  5pL4
y máx
= − + −  ⇒ y máx = −
24EI  16 8 2  384EI

O resultado de flecha pode ser assumido sempre em valor modular, ou


seja:
5pL4
y máx = −
384EI

Isso porque estará correspondendo a uma medida de comprimento.


Neste exemplo, a deflexão ocorreu para baixo, contrária à orientação
UNIUBE 151

positiva do eixo y e, por isso, você encontrou sinal negativo para a


mesma.

• Visualização dos resultados:

Na Figura 10 está esquematizada a linha elástica com visualização da


maior deflexão que nela ocorre.

É sempre importante o aluno verificar a consistência dos resultados,


atribuindo valores às variáveis e calculando respectivas funções. Utilize
disso em suas resoluções! Por exemplo, para os pontos A e B, verifique
se a flecha é mesmo nula!
y

x
A
B
ymáx

Figura 10: Esboço da elástica da viga biapoiada AB solicitada pela carga


distribuída p.

Exemplo 3

Para a viga referente à 2ª Aplicação, pede­‑se calcular os valores das


inclinações das seções transversais correspondentes aos apoios A e B.

Resolução:

• Obtenção da expressão genérica da inclinação:


dy
Uma das maneiras de se obter a expressão da inclinação θ ( x ) = dx  é
derivando­‑se a função y (já que a inclinação é a primeira derivada de y):
152 UNIUBE

Portanto, tendo­‑se a função de y:  y( x ) =


p
24EI
( (
− x 4 + 2Lx 3 − L3 x

Sua primeira derivada, dy/dx será:

dy p
θ (x) = = y '( x ) = (− 4x 3 + 6Lx 2 − L3(
dx 24EI

Agora, basta você substituir nessa expressão os respectivos valores da


posição x, para encontrar as inclinações que ocorrem nas seções das
vigas correspondentes aos apoios A e B, para este problema:

• Obtenção da inclinação no apoio A:


3
p
θ A ( x = 0) = (− 4 ⋅ 03 + 6L ⋅ 02 − L3 ( ⇒ θA =− pL
24EI 24EI

• Obtenção da inclinação no apoio B:


p pL3
θA ( x = L ) = (−4 ⋅ L3 + 6L ⋅ L2 − L3 ( ⇒ θB =
24EI 24EI

• Visualização dos resultados:

Na Figura 11 estão mostrados os giros obtidos na viga. Constate a


coerência do desenho com os valores obtidos para os giros! O comentário
é semelhante ao feito para a primeira aplicação.

O giro em A corresponde a uma inclinação decrescente, descendente,


para baixo, e, portanto, positiva. Já no apoio B, a reta tangente tem
inclinação ascendente, crescente, para cima, ou seja, sua inclinação é
positiva!
UNIUBE 153

x
A
B
A B

Figura 11: Esboço dos giros que ocorrem nos apoios da viga AB.

Exemplo 4

A viga em balanço AB, de comprimento L e módulo de elasticidade E,


possui seção transversal uniforme (prismática) e suporta um momento
fletor M em sua extremidade livre B (balanço). Vide Figura 12.

Pede­‑se determinar a equação da linha elástica y(x) e da inclinação


q(x), bem como os valores de flecha (y) e declividade (q) que ocorrem
no ponto B.
y

M
S
x
A x B
L

Figura 12: Representação esquemática da viga em balanço


AB solicitada pelo momento M.

Resolução:

• Obtenção da expressão genérica para o momento fletor:

Como visto no estudo de flexão, o valor do momento fletor para qualquer


seção S da viga, situada a uma distância x do ponto A, vale: M(x) = –M,
154 UNIUBE

sendo negativo, pois traciona a mesma em sua parte superior. Observe


que em toda seção transversal da viga atua o mesmo valor de momento
fletor.

• Obtenção da expressão genérica para a inclinação q:

Substituindo o valor de M(x) na equação 6, você encontrará a função


q(x) para qualquer posição da viga. Siga os passos apresentados de
resolução da EDO para que se chegue à expressão de q(x) em função
apenas da variável x.
X

Valha­‑se da equação 6:  EI


= ⋅ θ(x) ∫ M( x )dx + C
0
1

X
Substitua a expressão de M(x):  EI ⋅ θ ( x ) =
∫ −M dx + C
0
1

Resolva a integral em x:  EI ⋅ θ ( x ) = − M ⋅ x + C1

Perceba que a equação obtida possui EI constante, já que a seção


transversal da viga não varia. Portanto, resta­‑lhe apenas encontrar o valor
da constante real de integração C1. Isso será feito a partir de uma seção
transversal de inclinação conhecida, ou seja, para um par ordenado de
variável e função (x, q(x)) conhecido.

Verifique que a seção transversal da viga situada no ponto A, por ser


engastada, é impedida de girar! Lembre­‑se que o engaste restringe tanto
deslocamento como giro. Portanto, no ponto A, que possui x = 0, tem­‑se
que q = 0.

Levando esse par ordenado conhecido (x, q(x)) = (0, 0) na última


expressão de q(x) obtida, você prossegue com a resolução, conforme
descrito a seguir.

Substitua o par (0, 0) na expressão de q(x):  EI ⋅ 0 =−M ⋅ 0 + C1


UNIUBE 155

Calcule o valor de C1:  0 =0 + C1 ⇒ C1 = 0

Finalmente, obtenha a função q(x): EI ⋅ θ ( x ) = − M ⋅ x

M⋅x
Explicitando q(x) você obtém:  θ ( x ) =

EI

Sabendo que q(x) = dy/dx, também se escreve:  dy = − M ⋅ x


dx EI
• Cálculo da inclinação no ponto B:

Portanto, desejando­‑se calcular a inclinação da seção transversal situada


no ponto B, basta substituir o valor de xB = L na função q(x):

M⋅L M⋅L
x B =L ⇒ θ B =− ⇒ θ B =−
EI EI

IMPORTANTE!

Atenção! Analise o sinal da flecha qB!

Sendo a flecha (dy/dx) a primeira derivada de y, ela corresponde à


inclinação da reta tangente ao gráfico da função y (ou seja, à elástica da
viga), no ponto em que se esteja considerando!

Você verá a representação da flecha qB, no fechamento deste problema:


corresponde a uma inclinação descendente, decrescente, para baixo, ou
seja, negativa.

• Obtenção da equação da linha elástica:

Agora, continue a resolução para encontrar a equação da linha elástica y(x).


156 UNIUBE

Veja que bastará integrar mais uma vez, em x, a expressão obtida para
q(x) = dy/dx, pois esta já contempla o valor de C1. Acompanhe, portanto,
os passos para a obtenção de y(x):

dy
Valha­‑se da expressão: EI ⋅ =− M⋅x
dx
2
  M⋅x
Integre toda a equação anterior em x: EI ⋅ y =− + C2
2
Analogamente à obtenção de C1, você calculará C2 substituindo na
expressão um par ordenado conhecido, agora em termos de x e de y(x),
pois a função aqui é y!

Você constata que o ponto A tem deflexão nula, pois se


trata de um engaste! Portanto, o par ordenado conhecido
a ser substituído na expressão de y(x) será: (x, y(x)) =
(0, 0). Prossiga com os passos para a resolução!

M ⋅ 02
Substitua o par (0, 0) na expressão de y(x):  EI ⋅ 0 =− + C2
2

Calcule o valor de C2: 0 =


0 + C2 ⇒ C2 = 0

M ⋅ x2
Obtenha a expressão final para y(x):   EI ⋅ y =−
2

Explicitando y(x) você obtém a Equação da Linha Elástica:

M ⋅ x2
y ( x( = −
2EI

• Cálculo da flecha no ponto B:

Portanto, desejando­‑se calcular a deflexão da seção transversal situada


no ponto B, basta substituir o valor de xB = L na função y(x):
UNIUBE 157

2
xB L
= ⇒ yB = − M ⋅ L
2EI

• Visualização dos resultados:

Na Figura 13 é apresentada uma representação esquemática dos


resultados obtidos. Destaca­‑se que a curva esboçada corresponde a uma
parábola do segundo grau, conforme a expressão de y(x) que foi obtida.
y

A B
yB

L θB

Figura 13: Esboço da linha elástica da viga em balanço AB


solicitada pelo momento M.

Exemplo 5

A viga em balanço AB, de comprimento L e módulo de elasticidade


E, possui seção transversal uniforme (prismática) e suporta um carga
linearmente distribuída p (força por unidade de comprimento) ao longo
de toda sua extensão. Vide Figura 14.

Pede­‑se determinar a equação da linha elástica y(x) e da inclinação


q(x), bem como os valores de flecha (y) e declividade (q) que ocorrem
no ponto B.
Pede-se
Pede-se determinar
determinar a equação
a equação da da linha
linha elástica
elástica y(x)
y(x) e da
e da inclinação
inclinação θ(x),
θ(x), bembem como
como os os
158 UNIUBE
valores de flecha (y) e declividade
valores de flecha (y) e declividade (θ (θ ) que ocorrem no
θ) que ocorrem no ponto B.
θ ponto B.

y y

p p

x x

AA S S BB
x x
L L

Figura
Figura 14 14
– Representação Figura
– Representação 14: Representação
esquemática
esquemática da da esquemática
vigaviga
em em
balanço daAB
balanço viga
AB emsolicitada
balançopela
solicitada pela carga
carga linear
linear p. p.
Fonte: Acervo da AB solicitada pela carga linear p.
autora.
Fonte: Acervo da autora.

Resolução:Resolução:
Resolução:
• Obtenção da expressão genérica para o momento fletor:
Obtenção
• • Obtenção da da expressão
expressão genérica
genérica para
para o momento
o momento fletor:
fletor:
Como visto no estudo de flexão, o valor do momento fletor para qualquer
Como
Como visto no seção
visto no
estudoS de
dade
estudo viga, situada
flexão,
flexão, a uma
o valor
o valor do dodistância
momento
momento x do ponto
fletor
fletor A, qualquer
para
para pode ser
qualquer calculado
seção
seção S da
S da viga,
viga,
situada
situada a uma
a uma distância
distância x x do
do ponto
ponto A, A,
podepode
serser calculado
calculado tanto
tanto da da esquerda
esquerda para
para a a direita,
direita,
tanto da esquerda para a direita, como da direita para a esquerda.
como
como da da direita
direita para
para a esquerda.
a esquerda.

Neste
Neste problema,
problema,
Nesteé problema,
conveniente
é conveniente caminhar
caminhar pela
é convenientepela direita,
direita,
caminhar para
para a obtenção
a obtenção
pela direita, de de
para M(x)
M(x)
a pois
pois
obtenção assim,
assim,
nãonão será
será necessário
necessário calcular
calcular as as reações
reações de de apoio,
apoio, já que
já que M(x)
M(x) poderá
poderá serser calculado
calculado apenas
apenas
pelo
pelo de M(x),
carregamento
carregamento pois, assim, não será necessário calcular as reações de apoio,
triangular.
triangular.
já que M(x) poderá ser calculado apenas pelo carregamento triangular.
Para
Para isso,
isso, visualize,
visualize, na na Figura
Figura a a
15,15, carga
carga queque gerará
gerará na na
M(x)
M(x) seção
seção genérica
genérica S, S,
caminhando-seParaaté
isso,
a visualize,
mesma, pelana Figura
direita da 15, a carga que gerará M(x) na seção
viga.
caminhando-se até a mesma, pela direita da viga.
genérica S, caminhando­‑se até a mesma, pela direita da viga.

p' p'

x x
S S BB
L –Lx– x
Figura
Figura 15 15 – Trecho
– Trecho da da
vigaviga considerado
considerado para
para a obtenção
a obtenção da da carga
carga ememumauma seção
seção genérica
genérica S. S.
Fonte:
Fonte: Acervo
Acervo da da autora. Figura 15: Trecho da viga considerado para a obtenção da
autora. carga em uma seção genérica S.

É necessário
É necessário se se conhecer
conhecer o valor
o valor de de e isso
p' isso
p' e é feito
é feito através
através de de semelhança
semelhança de de triângulos
triângulos
entre
entre cargas
cargas e distâncias:
e distâncias:
UNIUBE 159

É necessário se conhecer o valor de p’ e isso é feito através de


semelhança de triângulos entre cargas e distâncias:
p L p ⋅ ( L − x(
= ⇒ p' =
p' L − x L

Para calcularmos o momento que essa carga triangular produz em S,


concentramos seu valor a um terço da base do triângulo, correspondendo
p L p ⋅ ( L − x)
ao C.G. (centro de= gravidade)dessa
p' figura
= geométrica (conforme visto
p' L − x L
em estudos anteriores).
Para calcularmos o momento que esta carga triangular produz em S, concentramos seu
valor a um terço da base
E esse valor do
de triângulo, correspondendo
carga concentrada equivaleao
aoC.G. (centro
cálculo de gravidade)
da área triangular, desta
figura geométrica (conforme visto em estudos anteriores).
ou seja:
E este valor de carga concentrada equivale ao cálculo da área triangular, ou seja:2
base x altura p '⋅ (L − x) p ⋅ (L − x) (L − x) p ⋅ (L − x)
Área = = = ⋅ =
2 2 L 2 p 2⋅ L(L − x )
2
base x altura p'⋅(L − x ) p ⋅ (L − x ) (L − x ) ⋅ −
Área = = = ⋅ =
2 2 L 2 2L
Esquematizando­‑se a resultante do carregamento triangular, localizado
Esquematizando-se a resultante do carregamento triangular, localizado no C.G. do triângulo,
no C.G.
tem-se a Figura 16. do triângulo, tem­‑se a Figura 16.
2
p ⋅ ( L − x)
2L

p'

x
S B
(L–x)/3

L–x

Figura 16: Locação do carregamento resultante para a


Figura 16 – Locação do carregamento resultante
seção genérica S. para a seção genérica S.
Fonte: Acervo da autora.

A partir desse esquema e lembrando que o momento fletor é negativo se traciona a viga em
sua região superior, você obterá:

M(x ) = −
2
p ⋅ (L − x ) (L − x )
⋅  M(x ) = −
(
p ⋅ L2 − 2Lx + x 2 (L − x )

) 
2L 3 2L 3
160 UNIUBE

A partir desse esquema e lembrando que o momento fletor é negativo se


traciona a viga em sua região superior, você obterá:

p ⋅ (L − x )
2
(L − x ) p ⋅ (L2 − 2Lx + x 2) (L − x)
M( x ) = − ⋅ ⇒ M( x ) = − ⋅ ⇒
2L 3 2L 3

M( x ) = −
p
( ) (
⋅ L2 − 2Lx + x 2 ⋅ L − x ) ⇒
6L

M( x ) = −
p
6L
( )(
⋅ L2 − 2Lx + x 2 ⋅ L − x = −
p
6L
) (
⋅ L3 − L2 x − 2L2 x + 2Lx 2 + Lx 2 − x 3 ) ⇒

p
M( x ) = − ( L3 − 3L2 x + 3Lx 2 − x 3 )
6L

Pode­‑se, também, reescrever a expressão do momento fletor da seguinte


forma:

pL2 pLx px 2 px 3
M( x ) = − + − +
6 2 2 6L

Ou, ainda:

 x 3 x 2 Lx L2 
M( x ) = p ⋅  − + − 
 6L 2 2 6

• Obtenção da expressão genérica para a inclinação q:

Substituindo o valor de M(x) na equação 6, você encontrará a função


q(x) para qualquer posição da viga. Siga os passos apresentados, de
resolução da EDO, para que se chegue à expressão de q(x) em função
apenas da variável x.
X
Valha­‑se da equação 6:   EI
= ⋅ θ(x) ∫ M( x )dx + C
0
1
UNIUBE 161

X
 x 3 x 2 Lx L2 
Substitua a expressão de M(x):  EI ⋅ θ ( x=) ∫0  6L − 2 + 2 − 6  dx + C1
p ⋅

 x4 x 3 Lx 2 L2 x 
Resolva a integral em x:  EI ⋅ θ ( x )= p ⋅  − + −  + C1
 24L 6 4 6 

Resta­‑lhe encontrar o valor da constante real de integração C1. Isso será


feito a partir de uma seção transversal de inclinação conhecida, ou seja,
para um par ordenado de variável e função (x, q(x)) conhecido.

Analise a viga e pense em qual seção da mesma você poderia obter o


valor da inclinação, sem realizar cálculos!

Verifique que a seção transversal da viga situada no ponto A, por ser


engastada, é impedida de girar! Lembre­‑se que o engaste restringe tanto
deslocamento como giro. Portanto, no ponto A, que possui x = 0, tem­‑se
que q = 0.

Levando esse par ordenado conhecido (x, q(x)) = (0, 0) na última


expressão de q(x) obtida, você prossegue com a resolução, conforme
descrito a seguir.

Substitua o par (0, 0) na expressão de q(x):


 04 03 L02 L2 0 
EI ⋅ 0 = p ⋅  − + −  + C1
 24L 6 4 6 

Calcule o valor de C1  0 =0 + C1 ⇒ C1 = 0

Finalmente, obtenha a função q(x):

 x4 x 3 Lx 2 L2 x 
EI ⋅ θ ( x )= p ⋅  − + − 
 24L 6 4 6 
162 UNIUBE

p  x4 x 3 Lx 2 L2 x 
Explicitando q(x) você obtém: θ ( x ) = ⋅ − + − 
EI  24L 6 4 6 

Sabendo que q(x) = dy/dx, também se escreve:


dy p  x 4 x 3 Lx 2 L2 x 
= ⋅ − + − 
dx EI  24L 6 4 6 

• Cálculo da inclinação no ponto B:

Portanto, desejando­‑se calcular a inclinação da seção transversal situada


no ponto B, basta substituir o valor de xA = L na função q(x):

p  L4 L3 L ⋅ L2 L2 ⋅ L  pL3
x B= L ⇒ θ B= ⋅ − + −  ⇒ θ B =−
EI  24L 6 4 6  24EI

• Obtenção da equação da linha elástica:

Agora, continue a resolução para encontrar a equação da linha elástica y(x).

Veja que bastará integrar mais uma vez, em x, a expressão obtida para
q(x) = dy/dx, pois esta já contempla o valor de C1. Acompanhe, portanto,
os passos para a obtenção de y(x):

dy  x4 x 3 Lx 2 L2 x 
Valha­‑se da expressão:  EI ⋅ =p ⋅  − + − 
dx  24L 6 4 6 

 5 4 3 2 2

Integre toda a equação anterior em x:  EI ⋅ y = p ⋅  x − x + Lx − L x 
 120L 24 12 12 

Analogamente à obtenção de C1, você calculará C2 substituindo na


expressão um par ordenado conhecido, agora em termos de x e de y(x),
pois a função aqui é y!
UNIUBE 163

Você constata que o ponto A tem deflexão nula, pois se trata de um


engaste! Portanto, o par ordenado conhecido a ser substituído na
expressão de y(x) será: (x, y(x)) = (0, 0). Prossiga com os passos para
a resolução!

Substitua o par (0, 0) na expressão de y(x):

 05 04 L ⋅ 03 L2 ⋅ 02 
EI ⋅ 0 = p ⋅  − + −  + C2
 120L 24 12 12 

Calcule o valor de C2: 0 =


0 + C2 ⇒ C2 = 0

Obtenha a expressão final para y(x):  EI ⋅ y = p ⋅  x − x + Lx − L x 


5 4 3 2 2

 120L 24 12 12 

Explicitando y(x) você obtém a Equação da Linha Elástica:

p  x5 x 4 Lx 3 L2 x 2 

y(x) = ⋅ − + − 
EI  120L 24 12 12 

• Cálculo da flecha no ponto B:

Portanto, desejando­‑se calcular a deflexão da seção transversal situada


no ponto B, basta substituir o valor de xB = L na função y(x):
p  L5 L4 L ⋅ L3 L2 ⋅ L2  pL4
xB = L ⇒ yB = ⋅ − + −  ⇒ yB = −
EI  120L 24 12 12  30EI

• Visualização dos resultados:

Na Figura 17 é apresentada uma representação esquemática dos


resultados obtidos. Destaca­‑se que a curva esboçada corresponde a uma
parábola do quinto grau, conforme a expressão de y(x) que foi obtida.
164 UNIUBE

A B
yB

L θB
COM SEU ESTUDO REALIZADO ATÉ AQUI, É ACONSELHÁVEL
QUE VOCÊ REALIZE A SEGUINTE ATIVIDADE:
Figura
Figura 17 – Esboço da linha17:elástica
Esboço da
dalinha
vigaelástica da viga em
em balanço ABbalanço
solicitada por uma carga triangular.
AB solicitada por uma carga triangular.
Fonte: Acervo da autora.
Atividades de Auto-Verificação da Aprendizagem (1ª à 5ª)

Exemplo 6

Exemplo 6 ABC suporta uma


A viga cargaéconcentrada
Agora a sua vez P na extremidade do balanço
(ponto C) – vide Figura 18. Pede­‑se obter:
A viga ABC suporta uma carga concentrada P na extremidade do balanço (ponto C) – vide
a)  Pede-se
Figura 18. a equação da linha elástica para o trecho AB;
obter:

(a) a equação da linha elástica para o trecho AB;


b)  a deflexão máxima que ocorre no trecho AB;
(b) a deflexão máxima que ocorre no trecho AB;
c) o valor, em mm, da deflexão máxima que ocorre em AB, para uma
(c) o valor,viga
em mm,
que da deflexão
possua máxima que
os seguintes ocorreelástico­‑geométricos
dados em AB, para uma vigae que possua os
de carga:
seguintes dados elástico-geométricos e de carga:
a =m1,2 m
a = 1,2 L =m4,5Pm= 220PkN
L = 4,5 = 220EkN
= 200EGPa
= 200I GPa
= 3,01 xI 10
= 3,01
8
mm4x 10
8
mm4
y
P

A x
B C

L a

Figura 18:esquemática
Figura 18 – Representação Representação esquemática
da viga ABC solicitada ABC
da vigapor umasolicitada por uma em C.
carga concentrada
carga concentrada em C.
Fonte: Acervo da autora.
Resolução:

• Obtenção da expressão genérica para o momento fletor:

Para você equacionar M(x) em função da posição de uma seção qualquer S, situada no
trecho AB, será necessário calcular a reação de apoio no ponto A, denominada RA.
UNIUBE 165

Resolução:
• Obtenção da expressão genérica para o momento fletor:
Para você equacionar M(x) em função da posição de uma seção qualquer
S, situada no trecho AB, será necessário calcular a reação de apoio no
ponto A, denominada RA (Figura 19).
y
P

A x
S B C

x
L a
RA RB
Figura 19: Esquema das forças que atuam na viga: reações de apoio e
carga P.

O valor de RA pode ser obtido fazendo­‑se somatório de momentos fletores


da viga, em relação ao ponto B, igual a zero, pois, dessa forma, não será
computado o valor de , já que este não produz momento em B.

Pa
∑ M, B= 0 ⇒ R A ⋅ L + P ⋅ a= 0 ⇒ RA = −
L

Com isso, constata­‑se que a reação em A é uma força orientada para


baixo (Figura 20) e, assim, pode­‑se equacionar M(x) em uma seção S
contida em AB:
Pa
M( x ) =
− ⋅x
L
Pa
M(x) = − ⋅x
L
166 UNIUBE

A S

x
Pa
RA =
L
Figura 20: Trecho da viga considerado
para obtenção
Figura 20 – Trecho da viga considerado de M para
para obtenção deaMseção
para a seção genérica S.
Fonte: Acervo da autora. genérica S.

• Obtenção da linha
• Obtenção daelástica em AB em
linha elástica (resolução do itemdo
AB (resolução a):item a):

Tendo-se a expressão
Tendo­‑se estudada
a expressão no tópico 4:
estudada:

2
y yM=( xM
d 2d ) (x) (Eq.4)
=2 (4)
dxdx
2
EI EI

Você deverá integrar duas vezes tal equação diferencial, para obter a expressão de y em
função Você deverá
da variável x.integrar duas vezes tal equação diferencial, para obter a
expressão de y em função da variável x.
2
d y Pa dy Pa Pa 3
EI ⋅ = 2− Pa
2 d y
⋅x  EI ⋅dy =Pa− 2 ⋅ x 2 + C1  PaEI ⋅ 3y = − ⋅ x + C1 ⋅ x + C 2
dxEI ⋅ 2 =L− ⋅ x ⇒ EI ⋅ dx
= − ⋅2
x L+ C1 ⇒ EI ⋅ y =
− ⋅ x + C1 ⋅ x6+LC2
dx L dx 2L 6L

Dessa forma escreve­‑se a equação da linha elástica: 27

Pa C C
y =− ⋅ x3 + 1 ⋅ x + 2
6LEI EI EI

Para o cálculo das constantes de integração C1 e C2, você utilizará das


restrições de deslocamentos referentes aos apoios A e B, que impedem
a viga de transladar:

Pa C C
Ponto A: (x = 0; y = 0) ⇒ 0 =− ⋅ 03 + 1 ⋅ 0 + 2 ⇒ C2 = 0
6LEI EI EI

Pa C 0 PaL
Ponto B: (x = L; y = 0) ⇒ 0 =− ⋅ L3 + 1 ⋅ L + ⇒ C1 =
6LEI EI EI 6
UNIUBE 167

Reescrevendo a equação final da linha elástica, tem­‑se:

Pa PaL Pa  x3 
y=
− ⋅ x3 + ⋅x ⇒ y
=  Lx − 
6LEI 6EI 6EI  L

• Deflexão máxima que ocorre em AB (resolução do item b):

Dada uma função, para que se obtenha seu valor máximo é necessário
derivá­‑la e igualar sua primeira derivada a zero. Lembra­‑se que
recordamos isso neste capítulo?

Portanto, fazendo a primeira derivada de y (dy/dx) igual a zero, chega­‑se a:

 Pa  x3 
d  Lx − 
dy 6EI  L  Pa  3x 2 
= =0 ⇒  L − =0 ⇒
dx dx 6EI  L 

=x 0,577 ⋅ L

Com isso, a deflexão máxima em AB é:

Pa  
3
0,577L PaL2
 
 

⇒ y máx = 0,0641
 
y máx =  L 0,577L − 
 
 

EI
 
6EI  L 

Finalmente, calcula­‑se o valor da deflexão máxima solicitada no item (c),


substituindo os dados na expressão encontrada anteriormente:

2
220 × 103 N ⋅ 1,2 × 103 mm ⋅ 4,5 × 103 mm

y máx = 0,0641 ⇒ y máx = 5,7 mm


 200 × 109 N  8 4
 6 2  ⋅ 3,01× 10 mm
 10 mm 
APLICAÇÃO, É ACONSELHÁVEL QUE VOCÊ DESENVOLVA
A SEGUINTE ATIVIDADE:

Atividades de Auto-Verificação da Aprendizagem (6ª)


168 UNIUBE

Exemplo 7
Exemplo 7
Para uma viga em balanço carregada conforme esquematizado a seguir,
Para umapede­‑se
viga obter o valor carregada
em balanço da flecha que ocorre esquematizado
conforme na extremidadeabaixo,
do balanço
pede-se obter o
valor da(ponto
flechaC),
que
por ocasião da atuação conjunta das cargas P1 e P2. Vide da atuação
ocorre na extremidade do balanço (ponto C), por ocasião
conjunta das cargas P1 e P2. Vide Figura 21.
Figura 21.
Sugestão: faça os cálculos utilizando a Superposição de Efeitos, ou seja, dividindo a viga
em duas (pois têm-se dois carregamentos distintos), calculando cada uma e somando seus
Sugestão:
resultados faça os cálculos
de deformações. utilizando
Para isso Superposição
pode-seautilizar as tabelasde Efeitos, ou
constantes no anexo deste
capítulo.seja, dividindo a viga em duas (pois têm­‑se dois carregamentos distintos),
calculando cada uma e somando seus resultados de deformações. Para
y
isso, pode­‑se utilizar as tabelas constantes nos anexos deste capítulo.
y
P1 P2
P1 P2
x
A B C x
a b
A B C
a L b

Figura 21 – Esquema da viga em balançoL ABC com duas cargas concentradas.


Fonte: Acervo da autora.
Figura 21: Esquema da viga em balanço ABC com duas cargas concentradas.

Resolução:
Resolução:
Neste caso, é conveniente você dividir a viga em duas situações de carregamentos (ficando
Neste caso, é conveniente você dividir a viga em duas situações de
cada uma solicitada por uma carga concentrada) e somar seus deslocamentos ocorridos em
C. carregamentos (ficando cada uma solicitada por uma carga concentrada)
e somar seus deslocamentos ocorridos em C (Figura 22).

P1 P2

A B C
a b

L
29
(=)
UNIUBE 169

Situação I
(=)
P2

Situação I:
A ( =( )= ) B C
(+) P2P2

Situação
Situação I: I:
(+)
P1
AA BB CC
Situação II:Situação II ( +( )+ )
A B C
P P1
1
Figura 22 – Divisão da viga inicial em duas vigas com apenas uma carga concentrada cada.
SituaçãoII: II: da autora.
Fonte: Acervo
Situação
AA BB CC
Primeiramente, analise a flecha
Figura que ocorre
22: Divisão em C
da viga inicial emna Situação
duas (vide Figura
vigas comI apenas uma 23).
– Divisão carga concentrada cada.vigas com apenas uma carga concentrada cada.
Figura
Figura 2222
– Divisão dada viga
viga inicial
inicial emem duas
duas vigas com apenas uma carga concentrada cada.
Fonte:
Fonte: Acervo
Acervo dada autora.
autora. P2
Primeiro, analise a flecha que ocorre em C na Situação I (vide Figura 23).
L
Situação I: analise
Primeiramente,
Primeiramente, analise a flecha
a flecha que
que ocorre
ocorre emem
CCnana Situação
Situação I (vide
I (vide Figura
Figura 23).
23).
Situação I A
C
yC
P2P2
L L
Situação
Situação I: –I:Flecha em C devida à carga concentrada P .
Figura 23 2
Fonte: Acervo da autora.A A CC
yCyC

Neste caso, como visto no 1º exercício de aplicação, o valor da flecha na extremidade do


Figura 23: Flecha em C devida à carga concentrada P2.
balanço
Figura
Figura –vale:
2323 – Flecha
Flecha emem
CC devida
devida à carga
à carga concentrada
concentrada PP. 2.
2
Fonte:
Fonte: Acervo
Acervo dada autora.
autora.
Neste caso, como visto no 1º exercício
P2de
L3 aplicação, o valor da flecha na
y
extremidade do balanço vale: C = −
Nestecaso,
caso,como
comovisto
vistonono1º1ºexercício 3EI
exercíciodedeaplicação,
aplicação,o ovalor
valordadaflecha
flechananaextremidade
extremidadedodo
Neste
balanço vale:
balanço vale: 3
P2 L
Em seguida,y Canalise
= − a flecha que ocorre em C na Situação
3 II (vide Figura 24).
3EI 3
P PL2L
y Cy C= =− −2 3EI
3EI

1 P
Em
Em seguida,
seguida, analise
analise a flecha
a flecha que
que ocorre
ocorre emem
CCnana Situação
Situação II (vide
II (vide Figura
Figura 24).
24).
a b
balanço vale:

P2L3
yC = −
170 UNIUBE
3EI

Em seguida, analise a flecha que ocorre em C na Situação II (vide Figura 24).


Em seguida, analise a flecha que ocorre em C na Situação II (vide Figura 24).

Situação II

P1
a b
Situação II:
A B C yB
30
θB
θB . b

Figura 24: Flecha em C devida à carga concentrada P1.

Sob o efeito da carga P1, o deslocamento do nó C ocorrerá devido ao


deslocamento do nó B somado ao deslocamento do nó C, produzido pelo
giro do nó B. Perceba que no trecho BC, a elástica é uma linha reta, cuja
inclinação é o valor da rotação que ocorre no nó B.

Ou seja, o deslocamento total do nó C é a soma das parcelas devidas


ao deslocamento real do nó B:
P1 ⋅ a 3
yB = −
3EI

E o deslocamento ocorrido em C decorrente do giro qB:


y y C =θB ⋅ b
θB ≈ tgθB = ⇒ y =θB ⋅ x ⇒
x

P ⋅ a2
Conforme visto na 1a aplicação:  θ B = 1
2EI

Ou seja:

P1 ⋅ a 2
yC
= ⋅b
2EI
UNIUBE 171

Portanto, a deflexão total ocorrida em C, em módulo, pois se trata de


medida de comprimento, é:

P2 ⋅ L3 P1 ⋅ a 3 P1 ⋅ a 2
y C= + + ⋅b ⇒
3EI EI
3Agora 2éEIa sua vez

1  3 3
+ 3P1a 2 b

yC = 2P2 L + 2P1a
APÓS 6EI
TER ESTUDADO E APRENDIDO ESSA 7ª
APLICAÇÃO, É ACONSELHÁVEL QUE VOCÊ DESENVOLVA
A SEGUINTE ATIVIDADE:
Exemplo 8
Atividades de Auto-Verificação da Aprendizagem (7ª)
Considere uma viga biapoiada carregada em determinada posição de
seu comprimento, por uma carga concentrada P (Figura 25).
Exemplo 8

ConsiderePede­‑se
uma vigaobter a equação
biapoiada da linha
carregada elástica (y(x))
em determinada e a de
posição função da inclinaçãopor
seu comprimento,
uma carga concentrada P (Figura 25).
(q(x)), para cada trecho da viga, em função de uma posição qualquer x
a partir
Pede-se obter da origem
a equação A. elástica ( y(x) ) e a função da inclinação ( θ(x) ) , para
da linha
cada trecho da viga, em função de uma posição qualquer x a partir da origem A.

y
P

x
A
S B

a b

L
Figura 25 – Representação esquemática da viga biapoiada AB com uma carga P qualquer.
Fonte: Acervo da autora. Figura 25: Representação esquemática da viga biapoiada AB
com uma carga P qualquer.

Resolução:
Resolução:
Neste caso, haverá uma equação de momento no trecho de comprimento a, ou seja, do
apoio A até o ponto de aplicação da carga P e outra, para o trecho b, pois quando se passa
pela cargaNeste caso, haverá
P, o momento fletoruma equação
muda de momento
e, por isso, no trecho
haverá duas de para
equações comprimento
M(x) o que
implicará em duas equações para a linha elástica (flecha y) e duas para as inclinações.
a, ou seja, do apoio A até o ponto de aplicação da carga P e outra, para

• Obtenção das expressões genéricas para o momento fletor:

Será necessário conhecer as reações de apoio (RA e RB), pois além da carga P que atua na
APÓS TER ESTUDADO E APRENDIDO ESSA 7ª
APÓS TER É ESTUDADO
APLICAÇÃO, E APRENDIDO
ACONSELHÁVEL ESSA 7ª
QUE VOCÊ DESENVOLVA
APLICAÇÃO, É ACONSELHÁVEL QUE VOCÊ DESENVOLVA
AUNIUBE
172 A SEGUINTE ATIVIDADE:
SEGUINTE ATIVIDADE:
Atividades
o trecho de Auto-Verificação
b, pois quando da Aprendizagem
se passa pela carga P, o momento(7ª) (7ª) muda
fletor
Atividades de Auto-Verificação da Aprendizagem
e, por isso, haverá duas equações para M(x) o que implicará em duas
equações para a linha elástica (flecha y) e duas para as inclinações.
Exemplo
Exemplo 88
• Obtenção das expressões genéricas para o momento fletor:
Considere uma viga
Considere uma viga biapoiada
biapoiada carregada
carregadaem
emdeterminada
determinadaposição
posiçãodedeseu
seucomprimento,
comprimento, por
por
uma carga concentrada P (Figura 25).
Será necessário conhecer as reações de apoio (RA e RB), pois além da
uma carga concentrada P (Figura 25).

Pede-se
Pede-secarga P aaque
obter
obter atua nada
equação
equação daviga, também
linha
linha elásticaatuam
elástica y(x)nela
( (y(x) ) )eeaas forçasdareativas
afunção
função que(os
dainclinação
inclinação θ( (x)
θ(x)) ,) para
, para
cada trecho da
apoios
cada trecho viga,
daimprimem em função
na mesma.
viga, em função de uma
de umaVideposição
Figura
posição qualquer
26.
qualquer x a partir da origem
x a partir da origem A. A.

yy
PPP

xx
A
A
A
SSS B
BB

aa
a bb
RA b
RB
LLL
Figura 25 – Representação
Representação esquemática da viga biapoiada AB comcomuma umacarga PPqualquer.
Figura Figuraesquemática dadas
26: Visualização viga biapoiada
forças atuantesAB
na viga: carga
reações qualquer.
Fonte: Acervo da autora.
Fonte: autora.
de apoio e carga P.

Resolução:
Conforme já estudado em outras disciplinas, ao se fazer somatório de
Resolução:
momentos
Neste caso,
caso, haverá
fletoresequação
da viga em relação ao ponto A igual a zero (porque
Neste haverá umauma equação de de momento
momentono notrecho
trechodedecomprimento
comprimentoa,a,ououseja,
seja,dodo
apoio a
A viga
até o está
pontoem deequilíbrio
aplicação e,
danesse
carga caso,
P e a soma
outra, de
para o todos
trecho os
b, momentos
pois quando
apoio A até o ponto de aplicação da carga P e outra, para o trecho b, pois quando se se passa
passa
pela carga
carga P,P, ooem
momento fletor muda e,e, por
porisso,
pela fletores qualquer
momento seção
fletor transversal
muda delahaverá
isso, duas
é nula),
haverá equações
pode­‑se
duas para
encontrar
equações M(x)o o
paraM(x) que
que
implicará em duas equações para a linha elástica (flecha y) e duas para as inclinações.
implicará em duas equações para a linha elástica (flecha y) e duas para as inclinações.
o valor da reação RB.
Pa
∑ M, A = 0 ⇒ RB ⋅ L = P ⋅ a ⇒ RB =
L
• Obtenção das expressões genéricas para o momento fletor:
• Obtenção das expressões genéricas para o momento fletor:
Após se obter
Será necessário RB, calcula­‑se
conhecer as reaçõesR de subtraindo­‑se Rpois
A apoio (RA e RB), B
da além carga P Pque atua na
cargadaaplicada
Será necessário conhecer as reações de apoio (RA e RB), pois além da carga P que atua na
viga, também atuam
(porque atuam nela,
a viga nela, as
está em forças reativas que os apoios imprimem na mesma. Vide
viga,
Figuratambém
26. as equilíbrio e, porque
forças reativas isso,ostodas as forças
apoios verticais
imprimem na mesma. Vide
Figuraorientadas
26. para baixo se equilibram com as orientadas para cima).
P
P

32
A 32
A S B
S B
UNIUBE 173

Nesse caso, a soma das reações será igual ao valor da carga aplicada P.

Pa PL − Pa P L − a Pb
 

∑ Fv = 0 ⇒ RA + RB = P ⇒ RA = P −
L
=
L
=
L
=
L

Pb
RA =
L

Tendo­‑se calculado as reações de apoio, os momentos M(x) serão


equacionados para os dois trechos da viga AS e SB, considerando­‑se o
sistema cartesiano xOy representado no enunciado.

Trecho AS (x = x1)

Caminhando­‑se da esquerda para a direita (Figura 27), pode­‑se escrever


o momento fletor para qualquer posição x1 pertencente o trecho AS.
Pb
M x1 =



 ⋅ x1
L
 

y
P
x1
x
A
S B

Pb a b Pa
L L L
Figura 27 – Esquema para Figura
análise27:
doEsquema
momentoparagenérico
análise dono trecho genérico
momento AS. no trecho AS.
Fonte: Acervo da autora.

Trecho SB (x = x2)

Caminhando­‑se da esquerda para a direita (Figura 28), pode­‑se escrever
o momento
Caminhando-se fletor
da esquerda para
para qualquer
a direita (Figura 28),x2pode-se
posição pertencente o trecho
escrever SB.
o momento fletor
para qualquer posição x2 pertencente o trecho SB.

Pb Pb
M(x 2 ) = ⋅ x 2 − P(x 2 − a )  M(x 2 ) = ⋅ x 2 − Px 2 + Pa
L L
Caminhando-se da esquerda para a direita (Figura 28), pode-se escrever o momento fletor
para qualquer posição x2 pertencente o trecho SB.
174 UNIUBE
Pb Pb
M(x 2 ) = ⋅x
Pb2 − P(x 2 − a )  M(x 2 ) = Pb ⋅ x 2 − Px 2 + Pa
M x 2L =



 ⋅ x2 − P x2 − a ⇒ M x 2 = L ⋅ x 2 − Px 2 + Pa







L L
     

y
P

x2
x
A
S B

Pb a b Pa
L L L

Figura 28 – EsquemaFigura 28: Esquema


para análise para análise
do momento do momento
genérico no trecho SB.
genéricoSB.
no trecho
Fonte: Acervo da autora.

• Obtenção das expressões genéricas para as inclinações e deflexões:

A inclinação q(x) é obtida, conforme estudo realizado neste capítulo,


por integração de M(x), e a deflexão y(x) é obtida por integração da
• inclinação
Obtenção q(x).
das expressões genéricas para as inclinações e deflexões:

A inclinação Lembre­‑se
θ(x) é obtida, q(x) = dy/dx.
queconforme Portanto,
estudo seguem­‑se
realizado as resoluções.
neste capítulo, por integração de M(x)
e a deflexão y(x) é obtida por integração da inclinação θ(x).
Trecho
Lembre-se que θ(x) =AS
dy/dx. Portanto, seguem-se as resoluções.

X X1
 Pb  Pb 2 34
EI ⋅ θ ( x1 ) = ∫ M( x )dx + C1 = ∫0  L ⋅ x1  dx1 + C1 = 2L ⋅ ( x1) + C1
0

dy1 Pb 2 C
θ ( x1 ) = θ1 = = ⋅ ( x 1) + 1
dx1 2LEI EI
X1
 Pb 2  Pb 3
EI ⋅ y( x1 ) = ∫  2L ⋅
0
x1 + C1  + C2 =
 6L
⋅ (x1 ) + C1 ⋅ ( x1) + C2

Pb 3 C1 C
y( x1 ) = y1 = ⋅ x1 + ⋅ ( x1) + 2
6LEI EI EI
UNIUBE 175

Trecho SB
X X2
 Pb 
EI ⋅ θ ( x 2=
) ∫ M( x )dx + C= ∫  L
0
3
0
⋅ x 2 − Px 2 + Pa  dx 2 + C=

3

Pb 2 P 2
= ⋅ ( x 2) − (x 2 ) + Pa ( x 2 ) + C3 ⇒
2L 2
dy 2 Pb 2 P 2 Pa C3
θ ( x 2 ) = θ2 = = ⋅ (x 2 ) − (x 2 ) + ( x 2) +
dx 2 2LEI 2EI EI EI
X
2
 Pb ⋅ P 
EI ⋅y( x 2 ) = ∫  (x 2 ) − (x 2 ) + Pa (x 2 ) + C3  + C 4 =
2 2

0 
2L 2 
Pb 3 P 3 Pa 2
EI ⋅ y( x 2 ) = ⋅ (x 2 ) − (x 2 ) + (x 2 ) + C3 (x 2 ) + C 4 =
6L 6 2

Pb 3 P 3 Pa 2 C C
y( x 2 ) = y 2 = ⋅ (x 2 ) − (x 2 ) + (x 2 ) + 3 (x 2 ) + 4
6LEI 6EI 2EI EI EI

Encontradas as expressões genéricas para as deflexões e inclinações


nos dois trechos da viga, há de se encontrar o valor de cada uma das
constantes de integração reais que surgiram dos cálculos realizados: C1,
C2, C3 e C4.

Para a obtenção das constantes de integração, será necessário o


conhecimento de quatro informações com relação à viga e são elas:

(I) O ponto A possui deflexão nula, ou seja:  x1 =0 ⇒ y1 =0

(II) O ponto B possui deflexão nula, ou seja:  x 2 =L ⇒ y 2 =0

(III) No ponto S, as deflexões são iguais, tanto pela esquerda como pela
direita, ou seja: x1 =x 2 =a ⇒ y1 =y 2
176 UNIUBE

(IV) No ponto S, as inclinações são iguais, tanto pela esquerda como pela
direita, ou seja:  x1 =x 2 =a ⇒ θ1 =θ2

Substituindo cada uma das informações nas expressões anteriores,


serão obtidos os seguintes resultados:

(I)  x1 =0 ⇒ y1 =0

Pb 3 C C
0= ⋅ 0 + 1⋅ 0 + 2 ⇒ C2 = 0
    6LEI EI EI

(II)  x 2 =L ⇒ y 2 =0

Pb 3 P 3 Pa 2 C C
0= ⋅ (L ) − (L ) + (L ) + 3 ( L ) + 4 ⇒
6LEI 6EI 2EI EI EI
Pb 2 P 3 Pa 2
0= ⋅ (L ) − ( L) + ( L ) + C3 ( L ) + C 4 ⇒
6 6 2

Pb 2 PL 2 Pa 2
0= ⋅ (L ) − (L ) + ( L ) + C3 ( L ) + C 4 ⇒
6 6 2
Pb 2 PL 2 Pa 2
C3 ( L ) + C 4 = − ⋅ (L) + (L) − ( L) ⇒
6 6 2
Pa 2 Pa 2 Pa 2 Pa 2
C3 ( L ) + C 4 = ⋅ (L ) − ( L ) = − ( L) ⇒ C3 ( L ) + C 4 = − ( L)
6 2 3 3

(III) x1 =x 2 =a ⇒ y1 =y 2

Pb 3 C Pb 3 P 3 Pa 2
⋅ + ⋅ + 2 = ⋅ − ( x 2) + + + ⇒
6L ( x1 ) C1 ( x1) EI 6L ( x 2) 6 2 ( x 2) C3 ( x 2) C4

Pb ⋅ 3 C C Pb ⋅ 3 P 3 Pa 2 C C
( x1) + 1 ⋅ ( x1) + 2 = ( x 2) − ( x 2) + ( x 2) + 3 ( x 2 ) + 4 ⇒
6LEI EI EI 6LEI 6EI 2EI EI EI
UNIUBE 177

Pb 3 C Pb a 3 P (a )3 Pa ( a ) 2 C ( a ) C
⋅ ( a ) + C1 ⋅ ( a ) + 2 = ⋅( ) − + + 3 + 4 ⇒
6L EI 6L 6 2

P 3 Pa 3 P 3
C1 ⋅ ( a ) = − (a ) + + C3 ( a ) + C 4 ⇒ C1 ( a )− C3 ( a ) − C 4 = ( a)
6 2 3

(IV) x1 =x 2 =a ⇒ θ1 =θ2

Pb 2 Pb 2 P 2 Pa C3
⋅ ( x1) + C1 = ⋅ (x 2) − (x 2) + ( x 2) + ⇒
2LEI 2LEI 2EI EI EI

Pb 2 Pb 2 P 2
⋅ ( a ) + C1 = ⋅ ( a ) − ( a ) + Pa ( a ) + C3 ⇒
2L 2L 2
P 2 2 P 2
C1 = − ( a ) + P ( a ) + C3 ⇒ C1 − C3 = ( a )
2 2

Tem­‑se, portanto, um sistema constituído por três equações e três


incógnitas, tendo em vista que o valor de C2 = 0 já foi obtido.

Utilizando­‑se de algum método, conforme aprendido na disciplina Álgebra


Linear, determinam­‑se aos valores dessas incógnitas ao resolver tal
sistema:

Pa 3 PaL2 Pa 3 Pa 2 PaL2 Pa 3
C4 = C3 =
− − C1 = − −
6   3 6   2 3 6

Portanto, escrevem­‑se as equações genéricas finais das inclinações e


das deflexões, para cada um dos trechos:
178 UNIUBE

Trecho AS

dy1 Pb 2 C Pb 2 Pa 2 PaL2 Pa 3
θ (x1 ) = θ1 = = ⋅ ( x1 ) + 1 = ⋅ ( x1 ) + − −
dx1 2LEI EI 2LEI 2EI 3EI 6EI

P  b ( x1 ) a 2 aL2 a 3 
2

θ (x1 ) = θ1 =  + − − 
EI  2L 2 3 6

Pb 3 Pa 2 PaL2 Pa 3
y(x1 ) = y1 = x
( 1) + x
( 1) − x
( 1) − ( x1 )
6LEI 2EI 3EI 6EI

P  b 3 a2 aL2 a3 
y(x1 ) = y1 =  ( x 1 ) + ( x 1 ) − ( x 1 ) − ( x1 ) 
EI  6L 2 3 6 

Trecho SB

dy 2 Pb 2 P 2 Pa PaL2 Pa 3
θ (x 2 ) = θ2 = = ⋅ (x2 ) − (x 2 ) + ( x 2) − −
dx 2 2LEI 2EI EI 3EI 6EI

P  b aL2 a 3 
2
2 (x2 )
θ (x 2 ) = θ2 =  ⋅ ( x 2 ) − + a ( x 2) − − 
EI  2L 2 3 6 

Pb 3 P 3 Pa 2 PaL2 Pa 3 Pa 3
y(x 2 ) = y 2 = ⋅ (x 2 ) − ( x 2) + (x 2 ) − (x 2 ) − (x 2 ) +
6LEI 6EI 2EI 3EI 6EI 6EI

P  b a3 
3
3 (x 2 ) a 2 aL2 a3
y(x 2 ) = y 2 =  (x 2 ) − + (x2 ) − (x 2 ) − ( x 2 ) + 
EI  6L 6 2 3 6 6 

5.4 Conclusão

Espera­‑se que você, ao chegar até aqui, tenha se usufruído da melhor


maneira, dos meios e processos apresentados neste capítulo, para seu
aprendizado do conteúdo em questão, adquirindo as competências
pertinentes, na medida do cumprimento de cada etapa.
UNIUBE 179

Esteja consciente de que, vencida essa etapa, você agrega


conhecimentos de importante valia para sua formação acadêmico­
‑profissional. Parabéns por mais esse degrau que você acaba de subir!

Resumo
Prezado aluno, após o estudo realizado, você pode constatar que uma
viga submetida a determinado carregamento perpendicular a seu eixo, é
solicitada por momento fletor e se deforma.

Ao se deformar, aparecem simultaneamente, em cada seção transversal


desse elemento estrutural, duas naturezas de movimento, sendo uma
relativa a deslocamento (flecha, deflexão) e outra, a giro (inclinação, rotação).

Você verificou que, em determinadas posições, a viga possui apenas uma


(ou nenhuma) dessas deformações em sua seção transversal, ficando
a outra (ou as duas) impedida, por restrição de movimento gerado pelos
vínculos de apoio e engaste.

Este estudo servirá de base para o entendimento e a aplicação de


conceitos e formulações relacionadas a dimensionamentos de peças
estruturais.

A partir dos valores das deformações que ocorrem em um elemento


estrutural, sobretudo as maiores, você verificará se estão de acordo com
os valores prescritos pelos textos normatizados, em função do material
estrutural que se esteja utilizando (concreto armado, aço, madeira etc.).
Há sempre que se ficar aquém dos valores máximos exigidos, para que
se concebam as dimensões estruturais (altura necessária para a seção
transversal de uma viga em concreto armado, por exemplo).
180 UNIUBE

Anexo(s)
Anexo 1

Tabela 1 – Deflexões e inclinações de vigas engastadas em balanço


Anexos
Anexos
A B
Tabela
Tabela11- -Deflexões
DeflexõeseeInclinações
Inclinaçõesde
deVigas X em
VigasEngastadas
Engastadas embalanço
balanço
d B

L qB

EI = cte

y(x) – Equação da linha elástica;

dB – Flecha máxima na extremidade direita da viga;


yy(x)(x)––Equação
Equaçãodadalinha
linhaelástica;
elástica;
δqδBBB–- -Inclinação
Flecha na extremidade
Flechamáxima
máximana naextremidade
direita
extremidadedireita
dadaviga.
direitada viga
viga
θθBB - -Inclinação
Inclinaçãona
naextremidade
extremidadedireita
direitada
daviga
viga
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
1.
q x²
1.1. y ( x) = ( 6 L ²q− qxx²4² L( 6x L+² x−²)4 L x + x ²)
24 EIyy( (xx) )== ( 6 L ² − 4 L x + x ²)
24
24EE.I.I

q L4 qqLL4q4 L ³ q L³
δB = δδBBθ==B = θθBB== q L ³
  8 EI 6
88EE.I.IE I 66EE.I.I
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
2.
2.2. qqxx² ²
••00≤≤xx≤≤aa→
→ yy( (xx) )== ( (66aa² ²−−44ax
ax++xx²)²)
24 24EI
EI
qqaa4 4
••xx==aa → y ( x )
→ y ( x) ==
88EI
EI
qqaa³ ³
••aa≤≤xx≤≤LL → →yy( (xx) )== ( (44xx−−aa) )
  24
24EE.I.I
q a33 q a³
δδBB== q a (4(4LL−−aa) ) θθBB== q a ³
24
24EE.I.I 66EE.I.I
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

3.3.
y ( x) = ( 6 L ² − 4 L x + x ²)
24 E.I

q L³ q L4
δB = θB =
8 E.I UNIUBE 6181
E .I
__________________________________________________________________

2. qx
• 0≤ x ≤ a y ( x) = (6a −4ax + x
• 0≤ x ≤ a → y ( x) =
q x²
( 6a ² − 4ax + x ²)
24 EI 24 EI
qa 4 q a4
• x =a y ( x) = • x = a → y ( x) =
8EI 8 EI
qa q a³
• a≤x≤L y ( x) = (4 x − a ) • a ≤ x ≤ L → y ( x) = ( 4 x − a)
24 EI 24 E.I
q a3 q a3 qa q a³
δB = (4 L − a ) θB =
24 E.I
(4 L − a) θB =
6 E .I
δB =
24EI 6 EI
__________________________________________________________________

3.
3.

qx
• 0≤ x ≤ a • 0 ≤y (xx≤) a= → (3 bL q+x3²ab − 2bx)
12 EIy ( x) = 12 EI ( 3bL + 3ab − 2bx)
q a 2b q a 2b
• x =a y•(xx=) =a → y ((3x)L=+ a ) (3L + a )
12EI 12 EI
q q
( x+46−L4 Lx 4 42
• a ≤ x ≤ L • a ≤y (xx≤) L= → y ( x() x=4 24
− 4ELx
. I
L ² x ²+−a44ax
x ³−+ 46ax ) ³+a )
24 EI
q q
q δ B =4 (3L4 4− 4a ³ L + a 4 ) qθB = ( L ³ − a ³)
δB = (3L −244E a .IL + a ) θB = (L6 −Ea.I
24EI 6 EI
__________________________________________________________________

4.
4. P x²
( 3 L − x) y ( x) =
6 E.I
Px
y ( x) = (3 L − x)
6 EI
P L3 P L²
δB = θB =
3 E .I 2 E .I
  P L3 PL
δB = θB =
3 EI 2 EI
___________________________________________________________________

5.

P x²
•0≤ x≤ a → y ( x) = ( 3a − x )
6 EI
P a3
• x = a → y ( x) =
3 EI
P a²
• a ≤ x ≤ L → y ( x) = ( 3x − a)
6 E .I
P a2 P a²
δB = (3L − a ) θB =
6 E .I 2 E .I
PL P L²
θB = δB =
3 E .I 2 E .I
P L3 P L²
δB = θB =
___________________________________________________________________
3 E .I 2 E .I

182
5. UNIUBE
___________________________________________________________________

5.
5. • 0 ≤ x ≤ a → y ( x) =
P x²
( 3a − x )
Px 6 EI
• 0≤x≤ a y ( x) = (3a − x )
3P x ²
• 0 ≤ x ≤ a → y (6xPEI ) =a ( 3a − x )
• x = a → y ( x) 3=
Pa 3 EI6 EI
• x =a y ( x) =
P a3 P a²
•• ax ≤
= ax ≤ L→ y→ (3xEI
)y= =
( x3) EI ( 3x − a)
Pa 6 E.I
• a≤x≤L y ( x) = (3x − a )
P a²
xP≤aL → y ( x6)E=I
2
   δ• Ba ≤=2 (3L − a ) 6 E.θI B =
P aa)²
( 3x −
Pa 6 E.I P a 2 E .I
δB = (3L − a ) θB =
P a2 P a²
δ6BE=I (3L − a ) θ2BE=I
___________________________________________________________________
6 E .I 2 E .I

6.
___________________________________________________________________
6.
6. M x²
y ( xM) x=
y ( x) = 2 E .I
2 EI M x ²
y ( x) =
M2 LE2.I M L
δMB L =2 θM =
B L
δ = 2 E.Iθ = E .I
   B 2 EI M L2 B EI M L
7. δB = θB =
2 E .I E .I
7. q x²
y ( x) = (10 L ³ − 10 L ² x + 5 Lx ² − x ³)
120 L.E.I
7. q L4 q L³
δB = q.Ix ² θ B = 2443
30
y ( x) = E (10 L ³ − 10EL.I² x + 5 Lx ² − x ³)
120 L.E.I
q L4   q43

θB = δB =
30 E.I 24 E.I
___________________________________________________________________
qx
y ( x) = (10 L −10 L x + 5Lx − x
120 L EI
qL4 qL
δ8.
B = θB =
___________________________________________________________________
30 EI 24 EI q x²
y ( x) = ( 20 L ³ − 10 L ² x + x ³)
120 L.E.I
8. 11 q L4 q L³
8. δB = θB =
q x ²
y ( x) 120
= E .I ( 20 L ³ −810
E.IL ² x + x ³)
120 L.E.I
11 q L4 q L³
δB = θB =
120 E.I 8 E .I
  

qx
y ( x) = (20L −10 L x +x
120 LE I
11 qL4 qL
δB = θB =
120EI 8 EI
UNIUBE 183

Anexo 2

Tabela 2 – Deflexões e inclinações de vigas simplesmente apoiadas

q A e Inclinações de Vigas
Tabela 2A- Deflexões q B Simplesmente Apoiadas
B
X

L
Tabelay2 - Deflexões
EIe=Inclinações
cte de Vigas Simplesmente Apoiadas

y(x) – Equação da linha elástica;

dC – Deflexão no meio da viga;


y (x) – Equação da linha elástica;
dmáx – Deflexão
δ c - Deflexão máxima;
no meio da viga
δ max - Deflexão máxima
qθAA –- Ângulo
Ângulonanaextremidade
extremidade esquerda
esquerda da viga;
da viga
θ B - Ângulo na extremidade direita da viga
y (x) – Equação daAlinha elástica;
x11 -–Distância
X Distânciade de
A ao ao ponto
ponto de reflexão
de deflexão
δ c - Deflexão no meio da viga
máxima.
máxima
δ max - Deflexão máxima
___________________________________________________________________
θ A - Ângulo na extremidade esquerda da viga
1. θ B - Ângulo na extremidade direita da viga
1.
x1 - Distância de A ao ponto de deflexão máxima
qx
y ( x) = ( L ³ − 2 Lx ² + x ³)
___________________________________________________________________
24 E.I
5qL4 qL ³
1. δ c = δ max = θ A =θ B =
384 E .I 24 E.I

qx
y ( x) =
( L ³ − 2 Lx ² + x ³)
24 E.I
qx
___________________________________________________________________
y ( x) = (L − 2 Lx + x δ c = δ max =
5qL4
θ A =θ B =
qL ³
24EI 384 E .I 24 E.I
2.
5qL4 qL
δ c = δ máx = θ A=θ B = L qx
384EI 24E
• I0 ≤ x ≤ → y ( x ) = ( 9 L ³ − 24 Lx ² + 16 x ³)
___________________________________________________________________
2 384 E .I
2. L qL
2. • ≤ x ≤ L → y ( x) =
2 384 E.I
(8 x 3 − 24 Lx ² + 17 L ² x − L ³)
L qx
• 0 ≤ x5qL
≤ 4 → y ( x ) = 3q L ³ ( 9 L ³ − 24 Lx7 q²L+³16 x ³)
δC = 2 θ A = 384 E.I θ B =
768 E.I 128 E .I 384 E .I
L qL
• ≤ x ≤ L → y ( x) = (8 x 3 − 24 Lx ² + 17 L ² x − L ³)
2 384 E.I
5qL4 3q L ³ 7q L³
δC = θA = θB =
768 E.I 128 E .I 384 E .I

45
184 UNIUBE

L qx
• 0≤x≤ y ( x) = (9 L − 24 Lx + 16 x
2 384 EI
L qL
• ≤x≤L y( x) = (8 x 3− 24 Lx +17 L x − L
2 384 EI
  5qL4 3q L 7q L
δC = θA = θB =
768EI 128 EI 384 EI

3.
3.3.

3.

qqqxxx
••0•0≤ xx≤x≤≤aaa→ → yy(y(x(x)x)=)== ((a(a4a−4−4−4a4aa³LL+++ ² L²+²++22a2aa²x²xx²−²−4−4aLx
aLx²+²++
4
0≤≤ ³L 44a4aa²LL 4aLx LxLx³)³)
Lx
24
24LLEL.E
24 I.E.I.I
qx 4
• 0 ≤ x ≤ a → y ( x) = qqaqaa² ² ( a − 4a ³ L + 4a ² L ² + 2a ² x ² − 4aLx ² + Lx ³)
• a• ≤
• aa≤≤x ≤x ≤
x ≤L L →y (yx()x=) 24
L → y ( x ) == L.E.I ((−− (a−aa²LL+++
²L 44L4LL²x²x+
x++aaa²x²x−x−6−6Lx6LxLx²+²++ 22x2xx³)³)
24
24
24LLEL.E I.E.I.I
qa²
• a ≤ x ≤ Lqqaqa→ a² ² y ( x ) = (− a ² L + 4 L ² xq+qaqaa² x² − 6 Lx ² + 2 x ³)
θθAθAA=== ((a(aa²−²−4−4aL
4aL
24 + 4E4L4.LIL²)²) θθBθB B===
L+.+
aL ((2(2L2LL²−²−a−aa²)²)
24
2424LLEL.EI.E.I.I 2424LLEL.E
24 I.E.I.I
q a² q a²
θA = ( a ² − 4aL + 4 L ²) θB = ( 2 L ² − a ²)
24 L . E . I
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 24 L.E.I

4.4.
___________________________________________________________________
4.
4.
LL PPxx
••00≤≤xx≤≤ yy( x( x) )== (3(3LL² ²−−44xx²)²)
L 22 P x 48 48EE.I.I
• 0≤ x ≤ L y ( x) = P(3xL − 4 x
• 0≤2x≤ PL ³)³ =EI
( x48
yPL (3L ² − PL 4PL ²²
x ²)
δδCC==δδ2max
max
== 48 Eθθ.AIA==θθB B==
PL 48 48EE.I.I PL 16 16EE.I.I
δC =δ máx = PL ³ θ A =θ B = PL ²
δ C = δ max =
48E I θ =
A 16 θ =
B EI
48E.I 16 E.I
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

5.5.
___________________________________________________________________
5.
5.

PPbbxx
••00≤≤xx≤≤aa yy( (xx) )== ( (LL² ²−−bb² ²−−xx²)²)
66LL.E.E.I.I
Pb x
aaabb(y(L(L+x+)b=b) )
• 0 ≤ x ≤PP ( LP²Pa−abbb(²(L−L+x+²)
aa) )
θθA A== 6 L.Eθ.θIB B==
66LL.E.E.I.I 66LL.E.E.I.I
UNIUBE 185

Pbx
• 0≤ x ≤a y ( x) = (L − b − x
6 LE I
P ab (L + b) P ab (L + a )
θA = θB =
6 LE I 6 LE I
3
P b (3 L − 4 b L −b P b (L −b
Se a ≥ b δC = x1 = e δ máx =
48 E I 3 9 3 LEI

6.

Px
• 0≤ x ≤a y ( x) = (3aL − 3a − x
6 EI
L Pa
• a≤x≤ y ( x) = (3Lx − 3 x − a 2 )
2 6 EI
Pa (L −a ) Pa
θA = δC =δ máx = (3L − 4a
2 EI 24 EI

7.
Mx
y ( x)= (2 L −3Lx + x
6 LE I
ML ML ML
δC = θA = θB =
16 E I 3E I 6 EI

( (
x1 =L 1−
3
3
δ máx =
ML
9 3 EI

8.

L Mx
• 0 ≤ x≤ y ( x)= (L − 4x
2 24 LE I
ML ML
δC =0 θ A = θB =−
24 EI 24 E I

9.

Mx
• 0 ≤x ≤ a y ( x) = (6aL − 3a − 2 L − x
6 LE I
Ma
• x =a y ( x) = (3 aL − 2a − L
3 LE I
M M
A=
(6aL − 3a − 2 L θB = (3a − L
6 LE I 6 LE I
186 UNIUBE

10.
10. q.x
y ( x)= ( 7 L4 −10 L ² x ² + 3 x 4 )
360 Lq.Ex.I
y ( x)= 4 (7 L4 −10 L x + 3 x 4 )
5 q360
L LE I 7 q L³ q.L ³
δC = θA= θB =
7685qEL.I4 3607qEL.I 45 E .I
qL
δC = θA = θ B =4
768 ELI δ máx360
x1 = 0,5193 = 0,E00652
I q L45EI
E.qI L4
x1 = 0,5193L δ máx = 0,00652
  EI

48
Capítulo Torção
6

Larissa Soriani Zanini Ribeiro Soares

Introdução
O problema relacionado à torção remonta a 1784, quando o
cientista Coulomb criou um dispositivo para medir a relação entre
cargas elétricas e forças magnéticas. O experimento consistia em
um fio suspenso com uma agulha metálica. Coulomb verificou que
na extremidade do fio havia uma torção e, por consequência, um
ângulo de rotação.

Na engenharia, a torção pode ser vista em vigas de seções


circulares, prismáticas, e vigas com seções vazadas de paredes
finas, conforme visto a seguir.

Objetivos
Ao final do estudo deste capítulo, espera-se que você esteja apto a:
• utilizar os conceitos da Resistência dos materiais para a
solução de problemas;
• determinar as tensões e deformações produzidas em
peças de seção transversal circular e em barras de seção
transversal prismática;
• analisar os eixo de rotação e calcular a potência transmitida
pelos eixos (projeto de eixos de transmissão ou eixos
motrizes).
188 UNIUBE

Esquema
6.1  Definição de torção
6.2  Eixos de seção circular e fórmula de torção
6.3  Ângulo de torção
6.4  Convenção de sinais
6.5  Torção em barra de seção transversal prismática
6.6  Torção em eixos vazados de paredes finas
6.7  Transmissão de potência

6.1 Definição de torção

Torção se define como o giro de uma barra


Torque
retilínea, conforme Figura 1, de seção transversal
Esforço de rotação, circular ou não circular (Figura 2), quando
em uma máquina
ou motor. carregada por momentos (ou torques) que
tendem a rotacionar o eixo longitudinal dessa
barra.

A torção ocorre principalmente em eixos de transmissão, máquinas,


estruturas etc.

Figura 1: Torção em uma barra retilínea.


UNIUBE 189

CARGAS

Figura 2: Torção em seção não circular.

6.2 Eixos de seção circular e fórmula de torção

Quando um eixo é submetido a um esforço de rotação externo, por


consequência, condição de equilíbrio, haverá um torque interno no interior
do eixo. Esse torque interno pode ser relacionado com a distribuição dos
esforços cisalhantes, ou seja, a tensão de cisalhamento.

Considerando esse material elástico linear, pode­‑se aplicar a lei de


Hooke, já vista anteriormente, na qual:

Onde:

– Tensão de cisalhamento;
G – Módulo de elasticidade transversal;
– Deformação de cisalhamento.

Como consequência da aplicação da lei de Hooke, a tensão de


cisalhamento varia linearmente ao longo do raio , sendo nula no
centroide e máxima na superfície, conforme mostrado na Figura 3:
190 UNIUBE

Y t máx

t=0 X

Figura 3: Distribuição da tensão de


cisalhamento.

A tensão é dada como sendo:

Seja a Figura 4 um eixo circular de comprimento L e raio c, sujeito a um


momento torçor (torque) T. Sabe­‑se que para manter o eixo em equilíbrio
o torque interno, aquele produzido pela ação da distribuição das tensões,
Figura 3, sobre a seção transversal, é equivalente ao torque interno T.
Portanto:

Deformação de cisalhamento
g
Ângulo de torção

f
Torque

T
L Raio
comprimento

Figura 4: Barra sujeita a torção.


UNIUBE 191

Onde:

T .c T .c
–τtensão
τ máx
= máxima de cisalhamentoτ no T .c
= máxeixo;
máx
J J =
J
T – Torque interno na seção transversal;
Onde:
ão máxima
ensão de cisalhamento
máxima de cisalhamentono eixo;
no eixo;
τ máx = tensão máxima de cisalhamento no eixo;
eerno na seção
interno transversal; polar de inércia;
J – Momento
transversal;
na seção
T – Torque interno na seção transversal;
polar
nto de Inércia;
polar de Inércia;
J – Momento polar de Inércia;
o ao eixo
terno ao eixo c = cρ= máx . .
ρ máx
cc––raio
raioexterno
externoao
aoeixo
eixo c = ρ máx .

4,éγa édeformação doNa


a deformação doFigura
eixo 4, à aplicação
devido
eixo devidoé àa aplicação
deformação do eixo
do torque. Adevido
A deformação
do torque. à aplicação
pode
deformação do torque. A
ser ser
pode
Na figura 4, γ é a deformação do eixo devido à aplicação do torque. A deformação pode
oomo
sendo:
sendo: deformação pode ser expressa como sendo:
expressa como sendo:
ρ .φ ρ .φ c.φ c.φ
ρ .φ c.φ
γ =γ = ee e γ máx
γ máx
= =
L L       γ=
L L e γ máx =
L L

O momento polar de inércia (J) de um elemento de área em relação a


olar de Inércia
o Polar (J) de
de Inércia (J)
um um elemento
deponto
um de área
elemento
éPolar emárea
de área
o produto da relação
em a um
relação
desse ponto
a um épelo
ponto
elemento o éproduto
oquadrado
produto de sua
O Momento de Inércia (J) de um elemento de área em relação a um ponto é o prod
eeste
elemento pelopelo
elemento quadrado
quadradode sua distância
de sua ao ponto
distância considerado,
ao ponto conforme
considerado, conforme
da área deste elemento pelo quadrado de sua distância
distância ao ponto considerado, conforme mostrado na Figura ao ponto
5. considerado, confor
gura
na 5. 5.
figura
mostrado na figura 5.

olar de Inércia
o polar de Inércia
O momento polar de inércia (J) será dado definido através dos seguintes
(J) será dado
(J) será definido
dado através
definido dosdos
através seguintes cálculos
seguintes integrais
cálculos a a
integrais
O momento polar de Inércia (J) será dado definido através dos seguintes cálculos integra
cálculos integrais a seguir:
seguir:

Figura 5: Cálculo
Figura do Momento
5: Cálculo Polar
do Momento de Inércia
Polar de Inércia
Figura 5: Cálculo do Momento Polar de Inércia
Fonte: Autora
Fonte: Autora
Fonte: Autora
192 UNIUBE

Figura 5: Cálculo do momento polar de


inércia.

   

     

Onde:

J = Momento polar de inércia;


D = Diâmetro externo do eixo.
UNIUBE 193

IMPORTANTE!

No caso de eixo circular de seção vazada, com diâmetro interno d1 e


diâmetro externo d2, o momento polar de inércia (J) será dado por:

Obs.: O momento polar de inércia (J) é uma propriedade geométrica da área


da seção circular, portanto, seu valor sempre será positivo. A unidade para
J é dada em

6.3 Ângulo de torção

O cálculo do ângulo de torção é de suma importância para o projeto de


um eixo, uma vez que há limitações quanto à quantidade de rotação ou
torção ocorrida quando o eixo é submetido a um torque.
Figura 6: Ângulo de torção em uma barra
Fonte: Autora
O ângulo de torção ocorre quando o eixo de está submetido a um
momento torçor, ou seja, um torque (Figura 6). Esse ângulo de torção é
T .L
representado pela simbologia φ =A taxa de variação do ângulo de torção
J .G
é constante ao longo do comprimento L da barra.
Onde:
Para
φ - ângulo deatorção
definição
de umado ângulo dedotorção,
extremidade eixo emadotaremos o material como
relação à outra;
homogêneo,
T – Momento portanto, com módulo de elasticidade (G) constante.
torçor – torque;
J – Momento polar de Inércia;
G – Módulo de elasticidade transversal do material.

f T
Caso o eixo esteja sujeito a vários torques diferentes, ou se a área da seção transversal ou
o módulo de elasticidade transversal mudar repentinamente, o ângulo de torção será dado
por:

T .L
φL = 
J .G
Figura 6: Ângulo de torção em uma barra.

A unidade do ângulo de torção é dada em radianos (rad).


Figura 6: Ângulo de torção em uma barra
Fonte: Autora
194 UNIUBE

T .L
φ=
J .G
Figura 6: Ângulo de torção em uma barra
Fonte: Autora
Onde: Figura 6: Ângulo de torção em uma barra
e uma extremidade do eixo em relação à outra; Fonte: Autora
orque; T .L
nércia; φ =– Ângulo de torção de uma extremidade do eixo em relação à outra;
J .G
dade transversal do material. T .L
φ=
T – Momento torçor, torque; J .G

eito
uma Onde:
extremidade
a vários torques do eixo em ou
diferentes, relação à outra;
se a área da seção transversal ou
de transversal mudar repentinamente, o de
orque; J – Momento polar inércia;
ângulo de torção será dado
nércia; φ - ângulo de torção de uma extremidade do eixo em relação à outra;
T – Momento
ade transversal do material. torçor – torque;
J – Momento Tpolar
G – Módulo.L de deInércia;
elasticidade transversal do material.
G – Módulo J .G
φ = de elasticidade transversal do material.

ito a vários torquesCaso o eixo


diferentes, ouesteja sujeito
se a área a vários
da seção torques
transversal ou diferentes, ou se a área
de transversal mudar darepentinamente,
seção transversal o ângulo
ou odemódulo
torção será
de dado
elasticidade transversal mudar
Caso o eixo esteja sujeito a vários torques diferentes, ou se a área da seção transversal ou
e torção é dada emrepentinamente,
o módulo (rad). otransversal
de elasticidade
radianos ângulo demudar
torção será dado por:
repentinamente, o ângulo de torção será dado
por: T .L
φ=
J .G T .L
ticidade transversal (G), não seja dado, aplicar: φ=
J .G
E
G=
e torção é dada em radianos
2 (1 + U )(rad).
A unidade do ângulo de torção é dada em radianos (rad).
A unidade do ângulo de torção é dada em radianos (rad).

Caso
ticidade transversal o módulo
(G), não de elasticidade
seja dado, aplicar: transversal (G) não seja dado, aplicar:
ade
sson Caso o módulo de elasticidade transversal (G), não seja dado, aplicar:
E
G=
2 (1 + U ) E
G= 6
2 (1 + U )

ade Onde:Onde:
son
E – Módulo
E – módulo de elasticidade;
de elasticidade
U – Coeficiente de Poisson
U – Coeficiente de Poisson. 6
6
UNIUBE 195

6.4 Convenção de sinais

A direção e sentido do torque aplicado em um eixo podem ser definidos


pela regra da mão direita. O momento torçor (torque) e o ângulo de
rotação serão positivos quando a direção do dedo polegar for ao sentido
de se afastar do eixo considerado, conforme Figura 7. Os demais dedos
que se encontram fechados indicam a rotação do elemento.

φ
x

x
+ φ(x)

+ T(x)
+ φ( x )

+ T(x)

Convenção de sinal positivo


para T e φ
Figura 7: Convenção de sinais.
Fonte: Adaptada de Hibbeler (2004, p. 156).

Exemplo 1

Determine a tensão de cisalhamento máxima e o ângulo de torção da


Figura 8. Sabe­‑se que E = 200 GPa e U = 0,3.

Figura 8: Barra sujeita à torção.


196 UNIUBE

Resolução:


Figura 6: Ângulo de torção em uma
Figura 6:barra
Ângulo de torção em uma barra
Fonte: Autora Fonte: Autora


Figura 6: Ângulo de torção em uma barra
T .L T .L Fonte: Autora
φ= φ=
J .G J .G
Onde: T .L
Respostas:  eφ=
e uma extremidade
φ - ângulo do eixo
de torção em extremidade
de uma relação à outra;
J .G
do eixo em relação à outra;
orque;
T – MomentoOnde:torçor – torque;
nércia;
J – Momento polar Exemplo 2
de Inércia;
adeG –transversal
Módulo de do material. transversal do material.
φ elasticidade
- ângulo de torção de uma extremidade do eixo em relação à outra;
Determine o torque interno no eixo 3 (Figura 9).
T – Momento torçor – torque;
J – Momento polar de Inércia;
G – Módulo de elasticidade transversal do material.
itoCaso
a vários torques
o eixo estejadiferentes, ou setorques
sujeito a vários a área da seção transversal
diferentes, ou da seção transversal ou
ou se a área
deotransversal
módulo de mudar repentinamente,
elasticidade transversalomudar
ângulorepentinamente,
de torção será dado
o ângulo de torção será dado
por:
Caso o eixo
T .esteja
L sujeito a vários torques
T .L diferentes, ou se a área da seção transversal ou
oφ 
= de elasticidade transversal
módulo
por: J .G
φ= mudar repentinamente, o ângulo de torção será dado
J .G
Figura 9: Motor em rotação.
T .L
Fonte: Adaptada de Philpot (2011). φ=
J .G
e torção é dada
A unidade em radianos
do ângulo (rad).
de torção é dada em radianos (rad).
Resolução:

Primeiro, vamos aplicar a regra da mão direita: o momento torçor (torque)


ticidade A unidade
Caso otransversal
módulo de (G), do ângulo
não de torção
sejatransversal
elasticidade dado, é dada
aplicar:
(G), em radianos
não seja (rad).
dado, aplicar:
e o ângulo de rotação serão positivos quando a direção do dedo polegar
for aoEsentido de se afastarEdo eixo considerado. Todos os torques que
G= G=
tiverem
Caso (1 + Ua)mesma
o2 módulo direção2transversal
de elasticidade (do
1 + de
U ) 11 N.m serão
(G), não sejapositivos.
dado, aplicar:

Onde: E
O exercício solicita o torque no eixo
G = 3 (Figura 10), portanto:
2 (1 + U )
ade
E – módulo de elasticidade
son
U – Coeficiente de Poisson
Onde:

E – módulo de elasticidade 6 6
U – Coeficiente de Poisson

6
UNIUBE 197

Figura 10: Esquema do torque no eixo.


Fonte: Adaptada de Philpot (2011).

Resposta:

Exemplo 3

Determine a tensão de cisalhamento e o ângulo de torção no eixo 4 entre


as engrenagens D e E (Figura 11), sabendo que o mesmo possui um
diâmetro de 20 mm e G = 28 GPa.

Figura 11: Rotação de um motor.


Fonte: Adaptada de Philpot (2011).

Resolução:

Pela regra da mão direita, os torques que tiverem a mesma direção do


de 14 N.m serão negativos.
198 UNIUBE

φ φ

Respostas:  eφ

Exemplo 4

Um torque T = 50 N.m é aplicado a um membro de torção composta


(Figura 12). O eixo 1 tem um diâmetro de 32 mm e módulo de elasticidade
transversal G = 37 GPa. O segmento 2 é feito de um material cujo módulo
de elasticidade transversal é G = 26 GPa. Determine o diâmetro mínimo
do eixo 2 sabendo que o ângulo de rotação em C em relação ao apoio
A não deve exceder 3º.

Figura 12: Torção composta.


Fonte: Adaptada de Philpot (2011).
6: Ângulo
Figura Figura 6: Ângulo
de torção
Figura 6: Ângulo
de em
torção
de
umatorção
em
barra
umaembarra
uma barra199
UNIUBE
AutoraFonte:
Fonte: Fonte: AutoraAutora
Resolução:
T .L T .L T .L
φ φ c= = φ =+ φ =
   J .G1 J .G2  J .G
Onde: Onde:Onde:
Figura 6: Ângulo de torção em uma barra
Figura 6: Ângulo de torção em uma barra
φ - ângulo
φ - ângulo
de
φ torção
- ângulo
de torção
deFonte:
de
uma
torção
deextremidade
umadeextremidade
Autora uma extremidade
do eixodoem
eixo
relação
doem
eixo
relação
àem
outra;
relação
à outra;
à outra;
Fonte: Autora
T – Momento
T – Momento
T torçor
– Momento
torçor
– torque;
torçor
– torque;
– torque;
J – Momento
J – Momento
J polar
– Momento
de
polar
Inércia;
de
polar
Inércia;
de Inércia;
G – Módulo
G – Módulo
de
G –elasticidade
Módulo
de elasticidade
de elasticidade
transversal
T .Ltransversal
do
transversal
material.
do material.
do material.
T .L φ=
φ=
J .G 1 J .G

Onde: Caso oCaso


eixo o
Caso
esteja
eixooesteja
sujeito
eixo esteja
sujeito
a vários
sujeito
a vários
torques
a vários
torques
diferentes,
torques
diferentes,
ou
diferentes,
se aouárea
se ou
ada
área
se
seção
ada
área
seção
transversal
da seção
transversal
ou
transversa
ou
oTransformar
módulo
o módulo 3odeem radianos.
deoelasticidade
móduloelasticidade
de elasticidade
transversal
transversal
mudar
transversal
mudar
repentinamente,
mudar
repentinamente,
repentinamente,
o ângulo
o ângulo
de o
torção
ângulo
de torção
será
de dado
torção
será dado
será d
φ - ângulo de torção
o de uma extremidade por: de umapor:
por:
do eixo
extremidade do eixo em relação à outra;
em relação à outra;
T – Momento torçor – torque;
– torque;
J – Momento polar180 = rad
deo Inércia; T .L T .L T .L
de Inércia;
G – Módulo de elasticidade transversal do material.
icidade transversal do material.
φ = φ= φ=   
J .G J .G J .G
3o = x
6: Ângulo
FiguraFigura 6: Ângulo
Figurade6:torção
Ângulo
de torção
emdeuma
torção
embarra
uma
embarra
uma barra Ângulo6:de
Figura 6:Figura Ângulo
torçãode
emtorção
uma em
barra
uma barra
Autora
Fonte:Fonte: AutoraAutora
Fonte: Fonte: Autora
Fonte: Autora
Caso o eixo esteja sujeito a vários torques diferentes, ou se a área da seção transversal ou
ujeito a vários torques
Ax diferentes,
= 0,0524
unidade ou
doArad
A unidade se
doaângulo
ângulo
unidadeárea
dedo da
torçãoseção
ângulo
de detransversal
torção
é dada
torção
éem
dada ou
radianos
éoem
dada
radianos
em
(rad).
radianos
(rad). será
(rad).dado
o módulo de elasticidade transversal mudar repentinamente, ângulo de torção
dade transversal mudar repentinamente, o ângulo de torção será dado
por:
T .L T .L T .L T .L T .L
φ c== φ =+ φ = T . L φ =  φ =
φ=
1 .LJ .2G J .G
.Tmódulo
Caso JoCaso
G o
Casomódulo φ
de = 
deoelasticidade
móduloelasticidade
de elasticidade
transversal
J .G
2
transversal
(G), Jseja
transversal
não
(G), 2
.Gnão
(G), .Gaplicar:
Jnão
dado,
seja dado,
seja dado,
aplicar:
aplicar:
J .G
Onde: Onde: E E E
G= G= G=
2 (1 + U2)(1 + U2 )(1 + U )
olo
torção
dedeuma
torção
deextremidade
uma
de extremidade
uma extremidade
do φeixo
- do
ângulo
emeixo
φdo
relação
- em
de
eixo
ângulo
torção
relação
em
à outra;
de
relação
detorção
à uma
outra;
àde
extremidade
outra;
uma extremidade
do eixo em
do eixo
relação
em relação
à outra; à outra;
φ
torçor
ento
– torque;
opolar
de
Atorçor
–unidade
torção
torque;
– torque;
do ânguloTde
é dada emOnde:
radianos (rad).
– torção
Momento
T –éMomento
torçor
dada em– torçor
torque;– torque;
radianos (rad).
de
entoInércia;
polar
de Inércia;
de Inércia; J –Onde: JOnde:
Momento – Momento
polar depolar
Inércia;
de Inércia;
eulo
icidade
elasticidade
de elasticidade
transversal
transversal
transversal
do material.
Gdo–material.
Módulo
doGmaterial.
– Módulo
de elasticidade
de elasticidade
transversal
transversal
do material.
do material.
E – módulo
E – módulo
de
E –elasticidade
módulo
de elasticidade
de elasticidade
U – Coeficiente
U – Coeficiente
U – deCoeficiente
Poisson
de Poisson
de Poisson
Caso o módulo de elasticidade transversal (G), não seja dado, aplicar:
lasticidade transversal (G), não seja dado, aplicar:

steja
ixo
ujeito
esteja
sujeito
a vários
sujeito
a vários
torquesResposta: 
a vários
torques
diferentes,
Caso
torques
Ediferentes,
o eixo
Caso
ou
diferentes,
se
esteja
oou
aeixo
área
se
sujeito
Gou
esteja
a=da
área
seseção
aE
sujeito
da
área
vários
seção
transversal
da
atorques
vários
seção
transversal
torques
diferentes,
transversal
ou oudiferentes,
ou
ouse a ou
área
seda
a área
seçãodatransversal
seção transversa
6 ou 6
odade
lasticidade
de elasticidade
transversal G =mudar
transversal
transversal
mudar repentinamente,
o módulo
mudar
repentinamente,
o módulo
de
repentinamente,
elasticidade
o de
ângulo
elasticidade
o 2ângulo
de
transversal
o torção
ângulo
de
(1 + U ) transversal
torção
será
de
mudar
torção
dado
serárepentinamente,
mudar
dado
será dado
repentinamente,
o ânguloo de
ângulo
torçãodeserá
torção
dado
será d
(1 + U ) por:
2por:

Onde: Exemplo 5
T .L T .L T .L T .L T .L
φ=
φ=
φ= φ = φ = 
Ao apertar
J .G um
E – módulo de elasticidade
icidade J .Gparafuso
J .G de roda para trocar umJpneu
.G um
J .Gmotorista aplica
U – Coeficiente de Poisson
Poisson forças de 80 N nas extremidades dos braços de uma chave de roda

6em radianos 6
oângulo
ede
dotorção
ângulo
de torção
éde
dada
torção
é em
dada
é
radianos
dada
em
A unidade
radianos
em
(rad).
Aradianos
unidade
do(rad).
ângulo
(rad).
do de
ângulo
torção
deétorção
dada em
é dada
radianos (rad). (rad).
200 UNIUBE

(Figura 13). A chave é feita de aço com G = 78 GPa. Cada braço da


chave tem 200 mm de comprimento e uma seção transversal sólida de
diâmetro d = 10 mm. Calcule a máxima tensão de cisalhamento no braço
que está girando o parafuso (braço A).

Figura 13: Chave de roda sujeita a


torque.

Resolução:

Resposta: 

AGORA É A SUA VEZ

1 
Determine a tensão de cisalhamento e o ângulo de torção no eixo 3,
entre as engrenagens C e D (Figura 14), sabendo que o mesmo possui
um diâmetro de 14 mm e G = 28 GPa.
UNIUBE 201

Figura 14: Esquema de um motor rotacionado.


Fonte: Adaptada de Philpot (2011).

2 
O tubo mostrado a seguir tem um diâmetro interno de 75 mm e um
diâmetro externo de 90 mm (Figura 15). Determine a tensão cisalhante
nas paredes internas e externas quando uma chave B é torcida contra
um suporte A.

Figura 15: Tubo rotacionado.

6.5 Torção em barra de seção transversal prismática

Em barras de seção transversal prismática (Figura 16), a tensão ocorre


ao longo da linha média da face mais larga, dada por:

  e  
202 UNIUBE

Essas equações são válidas somente para regime elástico.

Onde:

a – lado maior;
b – lado menor.

Os valores de c1 e c2 são tabelados com relação à razão de , conforme


Tabela 1.

Figura 16: Barra de seção prismática.

Tabela 1: Coeficientes para torção de barras retangulares


a/b c1 c2
1,0 0,208 0,1406
1,2 0,219 0,1661
1,5 0,231 0,1958
2,0 0,246 0,229
2,5 0,258 0,249
3,0 0,267 0,263
4,0 0,282 0,281
5,0 0,291 0,291
10,0 0,312 0,312
 0,333 0,333

Fonte: Beer e Johnston (1996, p. 167).


UNIUBE 203

Exemplo 6

Determine o ângulo de torção e o valor do maior momento torçor que


pode ser aplicado a um tubo de alumínio de seção retangular (25 mm x
70 mm) e comprimento igual a 1 metro (Figura 17). Sabe­‑se que G = 28
GPa e adm = 120 MPa.

Figura 17: Tubo de alumínio de seção retangular.

Resolução:

a = 70 mm b = 25 mm a/b = 2,80

Como o valor da razão a/b não se encontra na tabela, devemos interpolar:

a/b c1 c2
2,5 0,258 0,249

2,8 c1 C2

3,0 0,267 0,263


204 UNIUBE

= 
0,263 = 0,257

  

Respostas: eφ

AGORA É A SUA VEZ

3 Determine o torque que pode ser aplicado sobre as barras, sabendo que
a máx = 150 MPA (Figura 18). Para esse torque determine o ângulo de
torção, sabendo que G = 80 GPa.

Figura 18: Barras com seções transversais.

6.6 Torção em eixos vazados de paredes finas

A torção em eixos de paredes finas (Figura 19), pode ser calculada como
veremos agora.

Para o cálculo, admite que o material tenha um comportamento elástico


e linear.
UNIUBE 205

Espessura
Linha média

ÁREA

Figura 19: Eixo de paredes finas.

A tensão de cisalhamento em qualquer ponto da parede é dada como


sendo:

Onde:

t – Espessura da parede;
A – Área delimitada pela linha média.

O ângulo de torção é dado por:

Onde:

s – Comprimento da linha média.


206 UNIUBE

Exemplo 7

Determine a tensão de cisalhamento e o ângulo de torção do eixo a


seguir. Sabe­‑se que G = 80 GPa, L = 3 m e T = 7 KN.m (Figura 20).

10 mm

50 mm
150 mm

Figura 20: Eixo de parede fina retangular.

Resolução:

Respostas:  eφ
UNIUBE 207

AGORA É A SUA VEZ

4 Determine a tensão de cisalhamento e o ângulo de torção do eixo da


Figura 21, sabe­‑se que G = 80 GPa, T = 10 KN.m e L = 5 m.

Figura 21: Eixo de parede fina circular.

6.7 Transmissão de potência

A potência desenvolvida por uma máquina é transmitida pelos eixos de seção


transversal e circular. O torque que atua em um eixo depende da potência
gerada pela máquina e da velocidade angular do eixo.

RELEMBRANDO

Em dinâmica, a potência de uma máquina é a relação entre o trabalho


realizado por esse corpo e o tempo gasto para realizá­‑lo.

A velocidade angular num movimento circular consiste na quantidade igual


à variação do ângulo θ descrito na unidade de tempo t.

O trabalho pode ser definido como o produto do torque pelo ângulo de


rotação, portanto:
208 UNIUBE

Onde:

P – Potência transmitida – [Watts];

T – Torque – [N.m];

w – Velocidade angular – [rad/s].

Sabe­‑se que:   →    → 

Onde:

f – Frequência da rotação do eixo, ela representa o número de voltas


completadas pelo eixo durante um segundo; sua unidade é expressa em
hertz [Hz] = 1 ciclo/s.

Em projetos de eixos, conhecendo o torque (T) e a tensão cisalhante


admissível ( ) e sabendo que o material possui um comportamento
elástico linear, podemos concluir que:

Onde:

J = Momento polar de inércia;

c = Raio externo do eixo;

Para eixos maciços, sabe-se que:

Portanto:


   
É comum encontrarmos a medida de frequência dada rotações por
minuto (rpm) e a potência em Horsepower (hp), ou em português cavalos-
UNIUBE 209

vapor (CV). Para que não haja nenhuma divergência de unidades na


hora da aplicação das equações, faz-se necessário a conversão destas
unidades:

   

Exemplo 8

Um eixo maciço AB de aço deve ser utilizado para transmitir 8 hp de um


motor M ao qual é fixado. Se o eixo gira com uma frequência de 240 rpm
e o aço possui tensão cisalhante admissível igual 100 MPa, determine o
diâmetro necessário ao eixo para tal situação.

Resolução:
• Potência:

• Frequência:

• Cálculo do torque:

   

• Cálculo do diâmetro:

Resposta: 
210 UNIUBE

AGORA É A SUA VEZ

5D
 etermine o valor do maior diâmetro a ser usado para o eixo do rotor de
uma máquina de 10 hp, operando a 4.000 rpm, sabendo que a tensão de
cisalhamento admissível é 60 MPa.

PESQUISANDO NA WEB

Finalizamos este capítulo com a indicação de algumas atividades de


aplicação dos conceitos e formulação torção. Para tanto, acesse o endereço
<http://web.mst.edu/~mecmovie>. Acompanhe os exemplos resolvidos e
resolva os seguintes tópicos:

M 6.1 Torsion concepts

M 6.9 Gear basics

M 6.10 Gear trains: torque and shear stress

M 6.11 Gear trains: torque and shear stress

M 6.12 Gear trains: angles of twist

M 6.14 Gear trains: power transmission

Resumo
Neste capítulo abordamos os conceitos básicos relacionados à torção,
sendo abordados separadamente e de maneira clara e objetiva, visando
sempre o aprendizado do aluno. Os conceitos apresentados neste
capítulo são de grande importância no estudo da resistência dos materiais
devido aos efeitos da aplicação dos esforços torcionais em um elemento
linear longo.
UNIUBE 211

Referências
BEER, F. P.; JOHNSTON JR., E. R. Resistência dos materiais. 3. ed. São Paulo:
Makron Books, 1996.

HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice


Hall, 2004.

PHILPOT, T. A. Mecmovies to accompany mechanics of materials. Disponível em:


<http://web.mst.edu/~mecmovie/?downloadURL=true&loId=31F827B3-9B2C-4938-
B5C7-A0D4F423E14C>. Acesso em: 3 maio 2011.
Capítulo Flambagem de
7 colunas

Larissa Soriani Zanini Ribeiro Soares

Introdução
Caro(a) aluno(a).

Como visto nos capítulos anteriores, caso uma estrutura não


seja bem projetada e calculada, estará sujeita a falhas como,
por exemplo: tensões baixas, deformações, deflexões e fadigas.
Essas falhas podem ser provenientes de vários fatores, como o
tipo de material usado, tipo de apoios, tipo de estrutura, dentre
outros. Neste capítulo iremos discutir outro tipo de falha a que as
estruturas estão sujeitas, a flambagem de colunas.

Para isso vamos supor que a força aplicada é perfeitamente


centrada e a coluna esteja completamente alinhada, ou seja,
circunstâncias ideais, para as quais possa ser aplicada a fórmula
de Euler, flambagem elástica. No entanto, vale lembrar que, na
prática, as condições ideais geralmente não existem, ocasionando
a flambagem inelástica, assunto esse que foge do escopo deste
capítulo, e que será tratado mais à frente, em outros conteúdos,
como estruturas metálicas, de madeiras e de concreto.

Quando se projetam colunas para sustentar os carregamentos


axiais é necessário que sejam determinadas as condições para
que as colunas não entrem em colapso, como características
214 UNIUBE

geométricas (área da seção transversal, comprimento) e


propriedades do material. Portanto, é de suma importância que as
colunas sejam projetadas para resistir à ruptura por instabilidade
geométrica, ou seja, a flambagem. Esse estudo será objeto de
discussão neste capítulo.

Bons estudos!

Objetivos
Ao final do estudo deste capítulo, espera-se que você esteja apto a:
• dimensionar colunas;
• determinar as cargas críticas de uma coluna;
• determinar o índice de esbeltez de uma estrutura;
• calcular as tensões críticas que atuam em uma coluna.

Esquema
7.1  Conceito de carga crítica
7.2 Fórmula de Euler para colunas com extremidades articuladas
– barras biarticuladas ou biapoiadas
7.3  Fórmula de Euler para colunas com outras condições de
extremidades
7.4  Tensão crítica flambagem
7.5  Índice de esbeltez

7.1 Conceito de carga crítica

Iniciaremos nosso estudo conceituando carga crítica. Quando um


elemento é projetado deve atender às condições de segurança:
resistência, deslocamentos, limites e estabilidades. Nos capítulos
UNIUBE 215

anteriores vimos alguns procedimentos que estavam relacionados com


a resistência e deslocamentos, sempre adotando a premissa de que o
sistema estivesse em equilíbrio estável.

No entanto, quando há influência de um carregamento axial (carga


compressivas) o sistema pode ser deslocado de sua posição de
equilíbrio, ocasionando a instabilidade lateral. Exemplos de estruturas
nas quais pode ocorrer essa instabilidade são as colunas, elementos
longos e esbeltos.

Essa instabilidade lateral, ou deflexão, é chamada de flambagem


(Figura 1), que, em geral, ocasiona uma falha repentina e catastrófica
da estrutura.
P
P

A A

B
B

Figura 1: Flambagem de uma coluna devido


ao carregamento axial P.

Um exemplo de flambagem pode ser visto quando se aplica uma força


axial a uma régua, fazendo com que a mesma sofra um deslocamento
lateral.
216 UNIUBE

EXPERIMENTANDO

Vamos simular a compressão em uma estrutura. Para isso, pegue uma régua
de plástico de 30 cm e a coloque na posição horizontal. Agora, segure-a
em dois pontos bem próximos, cerca de 4 centímetros e aplique uma força
pressionando-a. Algo aconteceu? Vamos agora aumentar a distância entre
os dois pontos, cerca de 20 cm. Pronto, agora está fácil de notar que o
formato da régua sofreu uma deformação, ela começa a se encurvar, ou
seja, sofrer flambagem. Segure agora nos extremos da régua e pressione.
Pode-se notar que a régua vai perdendo sua estabilidade até o momento
que ela se rompe. Caso essa a experiência seja feita com réguas do mesmo
material, mas com espessuras diferentes, as réguas mais espessas irão
exigir maiores esforços para flambar que as mais finas.

Carga crítica de flambagem ( ):

Para a determinação da carga crítica, suponham-se duas barras rígidas


unidas por um pino C (Figura 2), uma mola de constante elástica K, e
um peso P aplicado na extremidade B da barra. Na posição (I) a mola se
encontra indeformada antes da aplicação de P.

Quando a carga axial P é colocada sobre as barras o equilíbrio se desfaz,


ocasionando um deslocamento no pino C, situação (II).

Na situação (III), temos o diagrama de corpo livre, sendo que a carga P


gera dois componentes horizontais opondo-se à força elástica da mola.
Pode-se verificar que os componentes horizontais de P são responsáveis
por empurrar o pino em C e em oposição a esse movimento a força
elástica da mola tenta restaurar a situação de equilíbrio.
UNIUBE 217

Figura 2: Barras sofrendo flambagem (I e II) e diagrama de corpo livre (III).

Portanto:

• A força elástica da mola é dada como sendo o produto da constante


elástica (K) pelo deslocamento (x):
L
F el = K .x = F el = K .θ
2 (1)

• Condição de equilíbrio:

¦ Fx = 0 → 2 P tg θ − F el = 0 → F el = 2 P tgθ (2)

Como o valor
tgθ de
= θ é muito pequeno, podemos afirmar que tgθ = θ.

F el = 2 P θ (3)

• Substituindo a força elástica na equação anterior, teremos:


KL (4)
P=
4
218 UNIUBE

Note que a carga P encontrada é o que chamamos de carga crítica.

Carga crítica ( Pcr ) é o valor da carga de axial de compressão máxima


que uma coluna pode suportar quando atinge a iminência da flambagem.
Qualquer carga que for adicionada à carga crítica ocasionará a
flambagem da coluna (Figura 1), ou seja, o equilíbrio deixa de ser estável.

KL
P cr = (5)
4

Com base na carga crítica que uma coluna suporta, pode-se classificar o
equilíbrio da estrutura em estável, instável ou neutro. Observe:

• Estável: após a aplicação da carga o sistema estrutural retorna a sua


posição inicial por si mesmo.
KL (6)
P<
4

• Instável: após a aplicação da carga o sistema estrutural não retorna


a sua posição inicial, caracterizando uma instabilidade naquela
posição.
KL
P> (7)
4

• Neutro: após a aplicação da carga o sistema estrutural assume uma


nova posição de equilíbrio, ficando perfeitamente equilibrado para
qualquer movimento.
KL
P cr = (8)
4
UNIUBE 219

7.2 Fórmula de Euler para colunas com extremidades


articuladas – barras biarticuladas ou biapoiadas

Neste item iremos determinar a carga crítica de flambagem para uma


coluna biapoiada. Para tanto, iremos considerá-la como ideal (feita de
um material homogêneo e sem imperfeições geométricas).

Uma coluna pode ser considerada como uma viga que está na posição
vertical e é submetida a um carregamento axial P. A determinação para a
flambagem da coluna ilustrada (Figura 3) envolverá um equacionamento
do seu estado deformado, conforme visto no capítulo referente à
deformação de vigas.
P
P

A A x=L y=0

E.I L

B x=0 y=0
B

y máx
Figura 3: Barra flambando e condições de apoio.

A carga P, ao flambar a coluna,


, irá gerar momentos fletores ao longo do
comprimento da coluna: M = − P . y

d 2 y M ( x)
= (9)
dx 2 EI

d2y d2y
. EI = M ( x ) → .EI = − P. y
dx 2 dx 2
d 2 y M ( x)
=
220 UNIUBE dx 2 EI

d2y d2y
. EI = M ( x ) → .EI = − P. y (10)
dx 2 dx 2

Do cálculo Integral e diferencial temos a seguinte solução:

§ P · § P ·
y = C1 sen ¨¨ x ¸¸ + C2 cos ¨¨ x¸ (11)
© EI ¹ © E.I ¸¹

Os valores das constantes C1 e C2 são obtidos do capítulo sobre


deformação de vigas.

Condições de contorno:
(12)
• x=0 y=0 0 = C1 .0 + C 2 .1 → C 2 = 0
• x=0 y=0 0 = C1 .0 + C 2 .1 → C2 = 0
§ P · § P ·
• x=L y=0 0 = C1 sen ¨¨ x ¸¸ + 0 → sen ¨¨ x ¸¸ = 0
§© EIP ·¹ §© EI
P ·¹
• x=L y=0 0 = C1 sen ¨¨ x ¸¸ + 0 → sen ¨¨ x ¸¸ = 0 (13)
© EI ¹ © EI ¹

Para que o seno de um ângulo seja nulo ele deve ser múltiplo de p
radianos.
§ P ·
sen ¨¨§ P x ¸¸· = nπ
sen ©¨¨ EI x¹¸¸ = nπ (14)
© EI ¹

n ² . π ² . E .I
P = n ² .π ² . E.I , sendo n = 1, 2, 3 ... (15)
P= L² , sendo n = 1, 2, 3 ...

O menor valor de P, ou seja, a carga crítica Pcr será obtida quando n = 1

π ² . E .I
Pcr = (16)

UNIUBE 221

Onde:

Pcr – Carga crítica;

E – Módulo de elasticidade do material;

I – Menor momento de inércia da seção;

L – Comprimento da coluna.

CURIOSIDADE

A equação encontrada é conhecida como fórmula de Euler em homenagem


ao matemático suíço Leonhard Euler.
Ao nos referirmos a Leonhard Euler estamos falando
do escritor de matemática mais produtivo de todos
os tempos. Para se ter uma ideia, a Academia de
Ciências de São Petersburgo continuou a publicar
trabalhos novos de Euler até 50 anos depois da sua
morte. Entre suas contribuições mais conhecidas
na matemática moderna estão a introdução da
função gama, a relação entre o cálculo diferencial
de Leibniz e o método das fluxões de Newton e a
resolução de equações diferenciais com a utilização
do fator integrante.
Fonte: Texto sobre o matemático Leonhard Euler escrito por Carlos Eduardo Tibúrcio, do
Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Universidade Estadual de
Campinas. Disponível em: <http://www.ime.unicamp.br/~calculo/modulos/history/euler/euler.
html>. Acesso em: 8 maio 2010.

RELEMBRANDO

Para um melhor entendimento acerca do assunto é fundamental que o aluno


tenha total conhecimento do momento de inércia. A seguir são mostradas as
principais seções utilizadas e o formulário para cálculo.
222 UNIUBE

Seção transversal
retangular Seção transversal
y b. h3 circular
h I x
=
12
x– h –x p. D4
b 3. h D I=
b I y
= 64
12
y

Compreendida a equação anterior, vamos aplicá-la em um exemplo.


Exemplo 1

Um tubo de aço com 2 metros de comprimento tem a seção transversal


mostrada na Figura 4. O tubo será utilizado como uma coluna apoiada
em suas extremidades. Determinar o valor da carga axial máxima que a
coluna pode suportar. Sabe-se que E = 12 GPa.

Pcr

50

10
2,00 m

Pcr
Figura 4: Barra de seção circular.
UNIUBE 223

Resolução:

A fórmula que nos fornece a carga crítica é dada pela equação 16.

1o passo: cálculo do momento de inércia “I”


1 1
Ix = Iy = π . R 4 → I= π ( 25 4 − 15 4 ) = 267.035,38 mm 4
4 4

2o passo: aplicação da equação 16:

π ² . E .I π ² x 12.10³ x 267 .035,58


Pcr = = .906,61 NN
= 77.906,63
L² 2000 ²

Resposta:  Pcr = 7,906,63 N

7.3 Fórmula de Euler para colunas com outras condições de


extremidades

A fórmula de Euler deduzida anteriormente (equação 16) é válida para


as colunas que sejam biapoiadas. Para as colunas que sejam fixadas de
outra forma, por exemplo, colunas biengastadas ou engastadas-livre, é
preciso estabelecer comprimento equivalente, LFL , para que a equação
seja válida também para os demais casos.

A partir de agora, para se considerar qualquer caso possível de


vinculação, adota-se, na fórmula, a variável LFL , que dependerá dos
tipos de apoio da coluna: π ² . E .I
Pcr =
π L² .FLE².I (17)
Pcr =
LFL ²

LFL = K .L (18)

LFL = K .L
224 UNIUBE

Onde:
K – Valores teóricos que dependem do tipo de apoio da coluna;
L – Comprimento real da coluna.

A Figura 5 apresenta os valores de K. Os valores de K podem variar de


0,50 a 2,00 dependendo do tipo de apoio da coluna.
Biapoiada Biengastada Apoiada-Engastada Engastada e Livre

K= 1,00 K= 0,50 K= 0,70 K= 2,00

Figura 5: Valores teóricos de K para demais tipos de apoio de colunas.

Acompanhe os seguintes exemplos:

Exemplo 2

A barra AB (Figura 6) é livre em sua extremidade A e engastada em sua base


B. Determinar a carga centrada admissível P, sabendo que E = 15 GPa.
UNIUBE 225

Figura 6: Barra submetida a um


carregamento.

Resolução:
1o passo: Cálculo do momento de inércia “I”

45.45 3
I x = Iy = = 341.718,75 mm 4
12

2o passo: Cálculo do comprimento de flambagem – equação 18

L FL = K .L → L FL = 2 x 150 = 300 mm

3o passo: Cálculo da carga crítica, aplicação da equação 17


π ² . E .I π ² x 15 x 10³ x 341 .718,50
Pcr = = = 562,10 KN
L FL ² 300 ²

Resposta: Pcr = 562,10 KN

Exemplo 3

Determinar o valor da maior carga a ser aplicada em uma coluna de 2,5


metros de comprimento e E = 100 GPa e seção transversal ilustrada
226 UNIUBE

na Figura 7. Considere que a coluna seja engastada-apoiada para a


flambagem em torno do eixo y e apoiada-apoiada para o eixo x.

Figura 7: Seção retangular de uma


coluna.

Resolução:
• Eixo x:

1o passo: Cálculo do momento de inércia “I”:


30.50 3
Ix = = 312.500 mm 4
12

2o passo: Cálculo do comprimento de flambagem – equação 18:

L FL = K .L → LFL = 1 x 2.500 = 2.500 mm

3o passo: Cálculo da carga crítica, aplicação da equação 17:


π ² . E .I π ² x 100 x 10 ³ x 312 .500
Pcr = = 49.348,
= 49 25NN
.348,02
L FL ² 2.500 ²

• Eixo y:

1o passo: Cálculo do momento de inércia “I”


UNIUBE 227

30³.50
Iy = = 112.500 mm 4
12

2o passo: Cálculo do comprimento de flambagem – equação 18


L FL = K .L → LFL = 0,7 x 2.500 = 1.750 mm

3o passo: Cálculo da carga crítica, aplicação da equação 17


π ² . E .I π ² x 100 x 10 ³ x 112 .500
Pcr = = = 36 .255,69 N
36.255,86 N
L FL ² 1.750 ²

π ² . E .I π ² x 1
Resposta: O maior valor da carga a ser aplicada à coluna é Pcr == =
L FL ²
36.255,86 N, um valor superior a esse ocasionaria a flambagem no eixo y.

7.4 Tensão crítica de flambagem

Como visto no Capítulo 1, pode-se dizer que tensão atuante é a força


por unidade de área, ou a intensidade das forças distribuídas em uma
seção transversal.

Considerando uma barra sujeita a uma força axial P, a tensão é obtida


dividindo-se P pela área da seção transversal A.

P
σ= (19)
A

Com base nisso pode-se escrever a expressão da carga de Euler em


termos da tensão crítica de flambagem.

π ² . E.I
σ CR =
PCR
→ σ CR =
LFL ²
→ σ CR =
π ².E .I (20)
A A LFL ² . A

228 UNIUBE

EXPLICANDO MELHOR

Observação: A tensão de flambagem é um valor de tensão que, se atingido,


muda o estado de equilíbrio da barra, ou seja, a barra flamba.

Raio de giração: O raio de giração pode ser definido como sendo raiz
quadrada do momento de inércia, I, de uma seção transversal dividida
pela área, A, desta seção.
I
r = I
r = A (21)
A

I (22)
r² = I
r² = A
A

Com base na equação 22, podemos reescrever a equação 20 da tensão


crítica da seguinte forma:
π ². E .r²
σ CR = (23)
LFL ²

Veja, agora, mais um exemplo:

Exemplo 4

Com relação ao Exemplo 1, fornecido anteriormente, determinar a tensão


crítica de flambagem que ocorre na coluna feita do tubo de aço de seção
circular.

Resolução:

LFL ==2.000
2.000mm
mm
EE == 12
12 xx10³
10³MPa
MPa
I = 267.035,58 mm4
A = ( p x 252) – ( p x 152) = 1256,64 mm2
UNIUBE 229

• Cálculo da tensão crítica através da equação 20:

π ².E .I π ² x 12 x10³ x 267.035,58


σ CR = = = 6,29 MPa
LFL ² . A 2000² x1256,64

Ou ainda, aplicando somente a equação 19, uma vez que já possuímos


a carga crítica que atua na coluna:
PCR 7.906,61
σ= = = 6,29 MPa
A 1256,64

Resposta: = 6,29 MPa

7.5 Índice de esbeltez

O índice de esbeltez de uma coluna, λ, é a razão entre a medida de


seu comprimento pelo raio de giração. Uma barra é esbelta quando seu
comprimento é grande perante sua seção transversal. Importante frisar
que o índice de esbeltez é uma adimensional.

LFL (24)
λ=
r

Relacionando-se as equações 23 e 24:

π ². E .r² π ². E π ².E π ². E
σ CR = → σ CR = → σ CR = 2
→ σ CR =
(25)
LFL ² LFL ² § LFL · λ2
¨ ¸
r² © r ¹

Onde:

– Tensão crítica;
E – Módulo de elasticidade do material;
– Índice de esbeltez da coluna.
230 UNIUBE

A equação 25 mostra que a tensão de flambagem depende apenas do


módulo de elasticidade E (característica do material) e do coeficiente
de esbeltez λ (característica geométrica da coluna), sendo proporcional
ao módulo de elasticidade e inversamente proporcional ao quadrado do
índice de esbeltez, conforme ilustrado na Figura 8.

σ y de escoamento

Curva de Euler

Região
Inelástica Região
Elástica
 limite 

Figura 8: Gráfico da tensão em função do índice de


esbeltez.

Com base no gráfico anterior podemos concluir que:


• Para coeficientes de esbeltez menores que o limite, a fórmula
de Euler não é válida, pois o material deixa de der elástico
antes de iniciar o processo de flambagem, ou seja, não há mais
proporcionalidade entre tensão e deformação e/ou há deformações
residuais decorrentes da plasticidade.
• Quando o valor da tensão crítica obtido for maior que a tensão de
escoamento σ y, esse valor não nos interessará, uma vez que o
material deixa de pertencer ao regime elástico, passando para a
situação de flambagem inelástica ou plástica.

IMPORTANTE!

• Para colunas com seção circular ou quadrada, o momento de inércia


da seção transversal em relação a qualquer eixo é o mesmo, portanto,
a coluna pode flambar em qualquer plano, dependendo apenas das
restrições dos apoios.
UNIUBE 231

• Para colunas com seção transversais de outra forma, a carga crítica


deve ser calculada para I = I mín.
• A flambagem ocorre primeiro em torno do eixo com maior índice de
esbeltez.
• A PCR pode ser aumentada alterando-se o material ou a seção, ou
diminuindo o comprimento de flambagem.

A seguir, teremos quatro exemplos para clarificar melhor o que foi


estudado até agora:

Exemplo 5

Uma barra de 2 metros de comprimento tem sua uma de suas


extremidades livre e outra engastada. Determinar o índice de esbeltez
com base na seção transversal ilustrada da Figura 9.

10 mm

10 mm
150 mm

10 mm
200 mm

Figura 9: Seção transversal de uma viga


com perfil I.

• Cálculo da área da seção:


A = 2 x ( 200 x 10 ) + ( 10 x 150) = 5.500 mm²

• Cálculo dos momentos de inércia:


• Inércia em x:
232 UNIUBE

y = 85,00

ª (200 x10 3 ) º (10 x150 3 )


Ix =2x « + 200 x10 x(85 − 5) 2 » + + 10 x150 x(85 − 85) 2
¬ 12 ¼ 12
4
I x = 28.445.833,33 mm

• Inércia em y:
x = 100

ª (200³ x10) º (10³ x150)


Iy =2x « + 200 x10 x(100 − 100) 2 » + + 10 x150 x(100 − 100) 2
¬ 12 ¼ 12
I y = 13.345.833,33 mm 4

Usar o valor encontrado para o menor momento de inércia.


• Cálculo do comprimento de flambagem – equação 18:
LFL = K .L → LFL = 2 x 2.000 = 4.000 mm

• Cálculo do raio de giração, equação 21:

I 13.345.833,33
r = = = 49,26 mm
A 5.500

• Cálculo do índice de esbeltez, equação 24:


• L 4000 mm
λ= FL
= = 81,20
r 49,26 mm

Resposta:  = 81,20

Exemplo 6

Qual o valor da carga axial máxima que pode ser aplicada a uma coluna
de liga de alumínio forjado submetido à compressão, de comprimento L =
UNIUBE 233

5 m? Sabe-se que as extremidades da coluna são engastadas e que ela


possui uma seção vazada e de espessura 12,5 mm, conforme ilustrado
na Figura 10. Adotar um valor para o coeficiente de segurança igual a 2
e módulo de elasticidade transversal E = 70 GPa. Verificar se a equação
de Euler é válida para tal situação.
12,5 mm

σ MPa

L = 50 mm σ y = 25C MPa

 limite 

50 mm

50 mm

Figura 10: Seção transversal de uma coluna e gráfico da tensão x índice esbeltez.

Resolução:
• Cálculo da área da seção:
A = 50² − 25² = 1.875 mm ²

• Cálculo do momento de inércia:

Como a seção da coluna é quadrada podemos afirmar que Ix = Iy.

50 x 50 3 25 x 25³
I= − = 488.281,25 mm 4
12 12

• Cálculo do comprimento de flambagem – equação 18:

Como as extremidades são engastadas, podemos dizer que trata-se de


uma coluna biengastada com K = 0,5.
234 UNIUBE

L FL = K .L → LFL = 0,5 x 5.000 = 2.500 mm

• Passo do cálculo da carga crítica, aplicação da equação 17:

π ² . E .I π ² x 70 x 10 ³ x 488 .281,25
Pcr = = = 53,97 KN
L FL ² 2.500 ²

• Cálculo da tensão crítica, aplicação da equação 19:


PCR 53,97 x 10³
σ= = = 28,78 MPa
A 1.875

Como o valor encontrado para a tensão crítica é menor que a tensão de


escoamento, pode-se aplicar a equação de Euler.

28,78 MPa < 250 MPa

Cálculo da carga admissível:

PCR 53,97
Padm = = = 26,99 KN
C.S 2

Resposta:  P adm = 26,99 KN

Exemplo 7

Com relação ao gráfico do Exemplo 6, determine o maior valor do raio


de giração que a coluna pode possuir admitindo a Equação de Euler e
adotando o comprimento de flambagem igual a 2,5 m.

Resolução:

Observando o gráfico podemos verificar que o índice de esbeltez máximo


para a equação de Euler possui uma tensão crítica de 250 MPa.
UNIUBE 235

• Aplicando a equação 25, temos:


• π ².E π ² . 70 . 10³
σ CR = → 250 = → λ = 52,57 a dim ensional
λ2 λ² adimensional

• Cálculo do raio de giração, equação 24:


• L LFL 2.500 mm
FL
λ= → r= = = 47,56 mm
r λ 52,57

Resposta:  r = 47,56 mm

Exemplo 8

A barra AB da estrutura, mostrada na Figura 11, tem uma seção circular


vazada. Considerando que ela seja rotulada em suas extremidades,
determinar a carga máxima P que pode ser aplicada à estrutura. Utilize
E = 200 GPa e um fator de segurança contra a flambagem de 2,0.
Determine também a tensão máxima atuante.

Figura 11: Esquema de carregamento e seção transversal da barra AB.


Fonte: Hibbeler (2004, p. 524).
236 UNIUBE

Resolução:

E = 200 GPa

• Cálculo da inércia e da área da seção:


• 1 1
Ix = Iy = π . R 4 → I = π ( 22 4 − 18 4 ) = 101.536 mm 4

4 4

A = (π x 22²) − (π x 18²) = 502,65 mm²

• Cálculo da carga crítica, equação 17:


• π ² . E .I π ² x 200 x 10³ x 101 .536
PCR = = = 3.131,63 N
LFL ² 8.000 ²

• Cálculo da carga admissível:


• P 3.131,63
PCR = Pad x 2 → Pad = CR = = 1.565,81 N
2 2

• Cálculo da tensão, equação 19:


• P 1.565,81
σ= ad
= = 3,12 MPa
A 502,65

• Decomposição das forças no nó B, através do diagrama de corpo


livre (Figura 12):

Figura 12: Diagrama de corpo livre.


UNIUBE 237

1
¦y=0→ P − FBC . sen 30º → P =
2
FBC

O valor determinado da carga admissível na barra AB é igual ao valor da


decomposição da força BC no eixo horizontal, ou seja, a força AB.

FAB = FBC . cos 30º → FAB = Pad → FAB = 1.565,81 N

FAB 1.565,81
FBC = = = 1.808,04 N
cos 30º cos 30º

• Cálculo da carga P:
• 1 1.808,04
P = FBC → P= = 904,02 N
2 2

Resposta:  e P = 904,02 KN

Exemplo 9

Uma coluna de 1,5 metro possui uma de suas extremidades engastada e


outra livre. Ela é constituída de uma liga de ferro fundido cujo módulo de
elasticidade transversal E = 67 GPa e σ adm = 20 MPa para compressão.
Usando um coeficiente de segurança de 2,00 no cálculo da carga crítica
através da equação de Euler para a flambagem, determinar a dimensão
da seção transversal mostrada na Figura 13, de modo que possa resistir
com segurança a uma força aplicada de 150 KN.

Figura 13: Seção transversal


de uma coluna.
238 UNIUBE

Resolução:
• Cálculo da carga crítica:

P cr = C.S x P → P cr = 2 x 150 = 300 KN

• Cálculo do comprimento de flambagem – equação 18:


LFL = K .L → LFL = 2 x 1.500 = 3.000 mm

• Cálculo do momento de inércia através da equação 17:

p 2 .E.I Pcr x LFL 2 300 x 103 x 30002


Pcr
= →
= I →
= I →
= I 4.083.073,38mm 4
LFL 2
p xE
2
p x 67 x 10
2 3

• Cálculo das dimensões da seção:


d x d3 4 4
I
= → d= I x 12 → d= 4.083.073,38 x 12 → d ≅ 84mm
12

• Verificação da tensão normal através da equação 19:


P 150 x 10³
σ= = = 21,26 MPa → 21,26 > 20 MPa → Não aceitável
A 84²

SAIBA MAIS

Observação: Como a tensão determinada é maior que a tensão


admissível, é preciso redimensionar a seção transversal baseando-
se na resistência dada para compressão.

• Redimensionamento:

P 150 x 10³
A= =A = = 7.500 mm²
σ adm 20

d ² = 7.500 mm² → d ≅ 87 mm
UNIUBE 239

Resposta:  d= 87 mm

Exemplo 10

Um bloco rígido de massa “m” é suportado por duas colunas de 4 metros


em alumínio com módulo de elasticidade E = 68 GPa e seção transversal
mostrada na Figura 14. Usando coeficiente de segurança C.S = 2,8,
determine o maior valor de massa do bloco rígido para essa situação.
Adote g = 10 m/s².

Figura 14: Bloco apoiado pelas colunas e seção transversal.

Resolução:
• Cálculo do comprimento de flambagem – equação 18:

A figura mostra que a coluna está engastada no solo e no bloco rígido,


uma vez que há um apoio fixo no bloco que impede o deslocamento,
portanto, K = 0,5

L FL = K .L → L FL = 0,5 x 4.000 = 2.000 mm

• Cálculo do momento de inércia:


50 x 50 3 40 x 40³
I= − = 307.500 mm 4
12 12
240 UNIUBE

• Cálculo da carga crítica, equação 17:

p 2 .E.I p 2 x 68 x 103 x 307.500


PCR
= = = 51.592 N
LFL 2 2.0002

• Cálculo da carga P admissível:


PCR 51.592
PCR = C.S x Padm → Padm = = = 18.426 N
C.S 2,8

O valor encontrado para P admissível é para apenas uma coluna; como


são duas colunas, temos:

P = 36.852 N

P 36.852
Mas: P = m x g → m = = = 3.685 Kg
g 10
Resposta:  m = 3.685 Kg

Resumo
Neste capítulo abordamos os conceitos básicos relacionados à
flambagem. Vimos que, ao projetar uma coluna, temos que ficar atentos
quanto à escolha do material e as características geométricas a serem
utilizadas para que a coluna não sofra o processo de flambagem.

Verificamos, também, que o tipo de apoio a ser utilizado influi de maneira


significativa na hora do cálculo da carga a ser trabalhada a fim de que a
estrutura estabeleça um equilíbrio estável.

Agora é com você. Reveja os exemplos e realize as leituras para sanar


suas dúvidas e aprofundar seus conhecimentos. Até a próxima!
UNIUBE 241

Referências
BEER, F. P.; JOHNSTON, E. R. Resistência dos materiais. 3. ed. São Paulo:
Makron Books, 1996.

HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 5. ed. São Paulo: Pearson


Prentice Hall, 2004.

TIBURCIO, C. E. Leonhard Euler. Instituto de Matemática, Estatística e Computação


Científica da Universidade Estadual de Campinas. Disponível em: <http://www.ime.
unicamp.br/~calculo/modulos/history/euler/euler.html>. Acesso em: 8 maio 2010.
Capítulo Círculo de Mohr
8

William Bossas Paulino

Introdução
Neste capítulo, veremos como transformar componentes de
tensão associados a um sistema de coordenadas com orientações
diferentes. Uma vez estabelecidas as equações de transformação
necessárias, fica fácil determinar a tensão normal máxima e de
cisalhamento máxima em um ponto qualquer e determinar a
orientação dos elementos sobre os quais atuam essas tensões.

Para caracterizar completamente o estado de tensão causado


por um único tipo de carga ou por uma combinação de cargas,
devemos desenvolver as equações de transformação de tensões.
Para isso, partiremos de um estado de tensões bidimensional
chamado de tensão plana e, na sequência, localizaremos os
máximos e os mínimos das tensões cisalhantes e finalizaremos
com a representação gráfica dessa transformação de tensões, que
é o círculo de Mohr.

Objetivos
Ao final do estudo deste capítulo, espera-se que você esteja apto a:
• identificar o estado de tensão plana;
• construir o círculo de Mohr para tensão plana;
244 UNIUBE

• calcular as tensões principais e máxima cisalhante no círculo


de Mohr;
• transformar componentes de tensão associados a um sistema
de coordenadas particulares em sistemas com orientações
diferentes.

Esquema
8.1  Tensão plana
8.2  Transformação de tensão para tensão plana
8.3  Tensões principais e máxima tensão cisalhante
8.4  Círculo de Mohr para tensão plana

8.1 Tensão plana

Para entendermos o conceito de tensão plana, podemos tomar como


exemplo a situação seguinte: ao passarmos três planos mutuamente
ortogonais através de um ponto qualquer de um corpo sob carga,
podemos encontrar tensões normais ou cisalhantes nesses três planos
(x, y e z), de acordo com a Figura 1a, a seguir.

Figura 1a: T
 rês planos mutuamente. Figura 1b: Estado de tensão tridimensional.
ortogonais.
UNIUBE 245

As Figuras 1a e 1b mostram o chamado estado triaxial de tensões,


estado esse que pode ser substituído em algumas situações por um
estado bidimensional, pois nesses casos nem todas as tensões relativas
aos planos existem, o que é mostrado na Figura 2.

Figura 2: Estado bidimensional de tensões.

Nesse elemento não existem tensões aplicadas diretamente na


superfície do plano. Desse modo as tensões associadas ao eixo
‫ݖ‬൫ߪ௭ ǡ ߬௭௫ ൌ ߬௬௭ ݁߬௭௬ ൌ ߬௬௭ ൯ são todas nulas, e as tensões associadas
ao plano xy permanecem no corpo e diferentes de 0. Assim, podemos
dizer que o estado de tensão em um corpo pode ser chamado de tensão
plana desde que:

ߪ
ߪ௭௭ ൌ
ൌ ߬߬௫௭ ൌ ߬௬௭ ൌ Ͳ
௫௭ ൌ ߬௬௭ ൌ Ͳ (1)

߬߬௫௬ ൌ ߬௬௫
௫௬ ൌ ߬௬௫ (2)

O estado de tensões bidimensionais pode ser exemplificado de acordo


com a Figura 3, a seguir.
246 UNIUBE

σy
τyx
τxy

σx

FiguraFigura
3: Vista 3:
bidimensional.
Vista bidimensional.
Fonte: Acervo do autor.
Normalmente, corpos deformáveis que se encontram em um estado
Normalmente, corpos deformáveis que se encontram em um estado de tensão plana são
de tensão plana são finos e parecidos com placas, como foi mostrado
finos e parecidos com placas, como foi mostrado anteriormente na figura 2.
anteriormente na Figura 2.

8.2 Transformação
2 Transformação de tensão
de tensão para tensãopara tensão plana
plana

As equações
As que desenvolveremos
equações a seguir são aplicáveis
que desenvolveremos a seguir aos
sãoproblemas
aplicáveisdeaos tensão plana
e a uma classe bem mais ampla de situações, onde as tensões bidimensionais vistas
problemas
anteriormente de tensão
pelas Eq. plana
1 e 2 não sãoe válidas
a uma classe bemos
em todos mais ampla
pontos dode situações,
corpo. Se o estado de
onde
tensão plana emasumtensões
ponto ébidimensionais vistas anteriormente
conhecido em relação a um sistema pelas equações particular
de coordenadas
podemos definir os novos valores de tensão, no caso do sistema ser rotacionado. Assim, se
1 e 2 não são válidas em todos os pontos do corpo. Se o estado de
antes tínhamos as tensões     , agora teremos        , que são os novos
tensão
valores das plana
tensões doem um ponto
sistema é conhecido
rotacionado. Issoem relação
pode a umna
ser visto sistema
figura de
4a com as
tensões originais
coordenadas particular podemos definir os novos valores de tensão, no a x e y.
e pela figura 4b que mostra os eixos b e c rotacionados em relação
caso do σy sistema ser rotacionado. Assim, se antes tínhamos as tensões
ߪ௫ ǡ ߪ௬ ݁߬௫௬ , agora teremos ߪ௫ ᇲ ǡ ߪ௬ᇲ ݁߬௫ ᇲ ௬ᇲ , que são os novos valores
das tensões do sistema rotacionado. Isso pode ser visto na Figura 4a,
comfaceas
y tensões
τyx originais, e pela Figura 4b, que mostra os eixos b e c
rotacionados em τ relação a x e y.
xy

σx
face x

Figura 4a: Estada de tensão no sistema sem rotação. Figura 4b: Tensão no corpo rotacionado.
Fonte: Acervo do autor.

Assim, podemos afirmar com base na figura 4, que existe apenas um único estado de
anteriormente pelas Eq. 1 e 2 não são válidas em todos os pontos do corpo. Se o estado de
tensão plana em um ponto é conhecido em relação a um sistema de coordenadas particular
podemos definir os novos valores de tensão, no caso do sistema ser rotacionado. Assim, se
antes tínhamos as tensões     , agora teremos        , que são os novos
valores das tensões do sistema rotacionado. Isso pode ser visto UNIUBE na 247figura 4a com as
tensões originais e pela figura 4b que mostra os eixos b e c rotacionados em relação a x e y.

σy

face y τyx

τxy
σx
face x

Figura 4b: Tensão no corpo rotacionado.


Figura 4a:
Figura 4a: Estada
Estadadede
tensão no no
tensão sistema.
sistema sem rotação. Figura 4b: Tensão no corpo rotacionado.
sem rotação.
Fonte: Acervo do autor.

Assim,podemos
Assim, podemosafirmar
afirmarcom
combase
basenanafigura
Figura
4, 4que
queexiste
existeapenas
apenasumumúnico estado de
tensão
único estado de tensão em um ponto qualquer do plano, mas que podediferentes ao se
em um ponto qualquer do plano, mas que pode ter representações
variar a orientação dos eixos.
ter representações diferentes ao se variar a orientação dos eixos.

Para determinarmos a tensão normal e cisalhante em outras faces como


a e b, devemos considerar apenas uma face qualquer e relacionar as
Para determinarmos
tensões nessa a tensão normal
face com asetensões
cisalhantexyem outras5).
(Figura faces como a e b, que
Considerando devemos
considerar apenas uma face qualquerߪ eǡ ߪ relacionar as tensões nessa face com as tensões
conhecemos ௬݁߬
xy. Considerando que as tensões as௫௫tensões
conhecemos ௬ e ௫௬௫௬, como podemos determinar as
    , como podemos determinar as
tensõestensões
  ?ߪ e ௕௖
ߪ௕௕݁߬
݁߬ ௕௖?

c face b
face y
Q
τbc σb
θ
σx
τyx face x
R

τyx

σy
Figura 5:entre
Figura 5: Relação Relação entreb oe plano
o plano b e de
os eixos os eixos
referência.
de referência.
Fonte: Acervo do autor.

A figura 6, a seguir, mostra as respectivas áreas e suas relações com as faces dos planos.
Conhecendo essa relação podemos estabelecer as equações de transformação com base
no equilíbrio, o que é mostrado pela figura 7, com o diagrama de corpo livre.
c
R R

τyx τyx

248 UNIUBE
σy σy
A Figura 6, a seguir,
Relação
Figura 5:Figura
mostra
5: entre
Relação
asentre
respectivas
o plano b oe plano
os eixos
áreas
b e de
e suas relações com
os referência.
eixos de referência.
as faces dos planos. Conhecendo
Fonte: Acervo
Fonte:essa
do relação
Acervo
autor. podemos estabelecer as
do autor.

A figura A a equações
6, figura
seguir, de transformação
6, amostra
seguir, as
mostra
respectivas com base
as respectivas
áreas e suas norelações
áreas eequilíbrio,
como as
suas relações que é mostrado
faces
com as
dosfaces
planos.
dos planos.
Conhecendo pela Figura 7, com o diagrama de corpo livre.
Conhecendo
essa relação
essa podemos
relação podemos
estabelecer
estabelecer
as equações
as equações
de transformação
de transformação
com base
com base
no equilíbrio,
no equilíbrio,
o que é mostrado
o que é mostrado
pela figura
pela
7, figura
com o7,diagrama
com o diagrama
de corpode
livre.
corpo livre.
c c

b b
face x faceface
x a face a
τbcΔA τbcΔA
ΔAx= ΔAcosθ
ΔAx= ΔAcosθ ΔAb≡ΔA ΔAb≡ΔA

σbΔA σbΔA
σxΔAx σxΔAx
τxy ΔAx τxy ΔAx

face y face y
τyxΔAy τyxΔAy
ΔAy=ΔAsenθ
ΔAy=ΔAsenθ
Figura
Área
Figura 6:Figura 6: Área
das
6: Área
facesdas
das
dofaces
plano.
faces
dodo plano.
plano.
Fonte:
Fonte: Acervo
Acervo
Fonte: do autor.
doAcervo
autor. do autor. σy ΔAy σy ΔAy

Figura
Figura 7: Diagrama
Diagrama
7:Figura decorpo
corpo livre.
7: Diagrama
de livre.
de corpo livre.
Fonte: Acervo
Fonte:doAcervo
autor. do autor.

IMPORTANTE!
<ABRIR <ABRIR
BOX: IMPORTANTE!>
BOX: IMPORTANTE!>
Convenção de sinal
ConvençãoConvenção
de sinal de sinal
   ‫ݔ‬ǡ ‫ ݕ‬componente
ᇱ ᇱ
Depois deDepois Depois de estabelecidos
estabelecidos
de estabelecidos
os eixosos os
oueixos
 eixos ,ouo ou
 ‫ݔ‬ , o componente
   , ǡ o‫ ݕ‬componente
das tensões
das das tensões
tensões
normal ou
normal
de ou de
cisalhamento
cisalhamento
será positivo
normal ou de cisalhamento será positivo caso atue na direção positivada positiva do
será caso
positivo
atue
casona direção
atue na positivada
direção positivadacoordenadacoordenada
da face positiva
da face do
elemento,elemento,
ou, de modo
ou, de
semelhante,
modo semelhante,
ele será ele tambémserá também
positivo caso positivo
atue
caso
na direção
atue na negativa
direção negativa
da face negativa
da facecoordenada
negativa dodaelemento.
do elemento. face positiva
Assim, do elemento,
aAssim,
tensão anormal ou, de modo
tensão positiva
normal atua
positivasemelhante,
para
atua
forapara ele de
de todas
fora astodas as
faces e afaces
tensão
e ade
tensão
cisalhamento
de cisalhamento
positiva atua
positiva paraatuacima para na face
cima direita
na face dodireita
elemento.
do elemento.
será também positivo caso atue na direção negativa da face negativa
<FECHAR <FECHAR
BOX: IMPORTANTE!>
BOX: IMPORTANTE!>
do elemento. Assim, a tensão normal positiva atua para fora de todas as
faces e a tensão de cisalhamento positiva atua para cima na face direita do
elemento.

Escrevendo as equações no estado de equilíbrio e sabendo que ߬௬௫ ൌ ߬௫௬ ,

temos:
൅ա ෍ ‫ܨ‬௕ ൌ Ͳ

ߪ௕ ο‫ ܣ‬െ ߪ௫ ሺο‫ߠݏ݋ܿܣ‬ሻܿ‫ ߠݏ݋‬െ ߪ௬ ሺο‫ߠ݊݁ݏܣ‬ሻ‫ ߠ݊݁ݏ‬െ ߬௫௬ ሺο‫ߠݏ݋ܿܣ‬ሻ‫ ߠ݊݁ݏ‬െ ߬௫௬ ሺο‫ߠ݊݁ݏܣ‬ሻܿ‫ ߠݏ݋‬ൌ Ͳ (3)(3)

൅ՠ ෍ ‫ܨ‬௕ ൌ Ͳ

߬௕௖ ο‫ ܣ‬൅ ߪ௫ ሺο‫ߠݏ݋ܿܣ‬ሻ‫ ߠ݊݁ݏ‬െ ߪ௬ ሺο‫ߠ݊݁ݏܣ‬ሻܿ‫ ߠݏ݋‬െ ߬௫௬ ሺο‫ߠݏ݋ܿܣ‬ሻܿ‫ ߠݏ݋‬െ ߬௫௬ ሺο‫ߠ݊݁ݏܣ‬ሻ‫ ߠ݊݁ݏ‬ൌ Ͳ (4)
    
൅ա ෍ ‫ܨ‬௕ ൌ Ͳ


   ߪο‫ܣ‬  െߪ
െ ߪ ሺο‫ߠݏ݋ܿܣ‬ሻܿ‫ߠݏ݋‬  
ሺο‫ߠ݊݁ݏܣ‬ሻ‫ ߠ݊݁ݏ‬െ ߬ሺο‫ߠݏ݋ܿܣ‬ሻ‫ߠ݊݁ݏ‬ 
 UNIUBE
െ ߬ ሺο‫ߠ݊݁ݏܣ‬ሻܿ‫ߠݏ݋‬ 249
ൌ Ͳ (3)   (3)
௕ ௫ ௬ ௫௬ ௫௬

൅ՠ ෍ ‫ ܨ‬ൌ Ͳ
     ௕
(4)
߬௕௖ ο‫ ܣ‬൅ ߪ௫ ሺο‫ߠݏ݋ܿܣ‬ሻ‫ ߠ݊݁ݏ‬െ ߪ௬ ሺο‫ߠ݊݁ݏܣ‬ሻܿ‫ ߠݏ݋‬െ ߬௫௬ ሺο‫ߠݏ݋ܿܣ‬ሻܿ‫ ߠݏ݋‬െ ߬௫௬ ሺο‫ߠ݊݁ݏܣ‬ሻ‫ ߠ݊݁ݏ‬ൌ Ͳ (4)
                (4)

Dividindo-se as equações anteriores por A e agrupando os termos,


Dividindo-se as equações anteriores por  e agrupando os termos, chegamos a:
chegamos a:

ଶ      
 
ߪ௕ൌ
 
ߪ௫ 
ܿ‫ݏ݋‬ ߠ ൅ ߪ௬ ‫݊݁ݏ‬ଶ ߠ ൅  ߬௔௕ሺʹ‫ߠݏ݋ܿߠ݊݁ݏ‬ሻ

(5)
(5)

ଶ    
 

߬௕௖
ൌ 
െ൫ߪ௫െ
௬
ߪ ൅ ߬௔௕ሺܿ‫ݏ݋‬
 
൯ܿ‫ߠ݊݁ݏߠݏ݋‬ ߠ െ ‫݊݁ݏ‬ଶ ߠሻ (6) (6)

Vale lembrar que nestas


Vale lembrar queequações o ângulo oéângulo
nessas equações medidono sentido anti-horário
é medido no sentido desde a face
x até a face b. Utilizando as relações trigonométricas nas equações anteriores, podemos,
anti-horário
finalmente, obter as desde a face
equações x até a face
de transformação Utilizando
b. tensão
para plana,asque
relações
fica:
trigonométricas nas equações anteriores, podemos, finalmente, obter
as equações de transformação
  para
 
tensão plana, que fica:
   ఙೣ ାఙ    ఙ ିఙ      (7)
ߪ௕ ൌ ቀఙೣ ାఙ೤೤ ቁ ൅ ቀఙೣೣ ିఙ೤೤ ቁ ܿ‫ ߠʹݏ݋‬൅ ߬௫௬ ‫ߠʹ݊݁ݏ‬ (7)
ߪ௕ ൌ ቀ ଶ ቁ ൅ ቀ ଶ ቁ ܿ‫ ߠʹݏ݋‬൅ ߬௫௬ ‫ߠʹ݊݁ݏ‬
ଶ ଶ
   
    ఙೣ ିఙ೤    (8)
߬௕௖ ൌ െ ቀఙೣ ିఙ ቁ ‫ ߠʹ݊݁ݏ‬൅ ߬ ܿ‫ߠʹݏ݋‬ (8)
߬௕௖ ൌ െ ቀ ଶଶ ೤ቁ ‫ ߠʹ݊݁ݏ‬൅ ߬௫௬ ௫௬ ܿ‫ߠʹݏ݋‬

<ABRIR BOX: IMPORTANTE!>


IMPORTANTE!
Relações trigonométricas
Para chegarmos às equações de transformação de tensão (7) e (8), utilizamos
Relações trigonométricas
algumas transformações trigonométricas. Faça essas transformações, lembrando
que o ponto
Para de partida são
chegarmos as equações
às equações (5) e (6).
de transformação de tensão (7) e (8),
<FECHAR BOX: IMPORTANTE!>
utilizamos algumas transformações trigonométricas. Faça essas
transformações, lembrando que o ponto de partida são as equações 5 e 6.
<INSERIR MARCADOR: EXEMPLIFICANDO>
Exemplo 1
Exemplo 1
O estado de tensão em um ponto é mostrado na figura, a seguir:
O estado de tensão em um ponto é mostrado na Figura 8, a seguir:
250 UNIUBE

Figura 8: Estado plano de tensão.


Figura 8: Estado plano de tensão.
Fonte: Acervo do autor.
Determine a tensão normal e a tensão cisalhante na face x’, que está
Determinerotacionada
a tensão normal
em 30oeno
a sentido
tensão cisalhante
anti-horárionaem
face   , que
relação estáx.rotacionada em 
à face
no sentido anti-horário em relação à face x.

Resolução:
Resolução:

Primeiramente,
Primeiramente, devemosdevemos
elaborar elaborar um diagrama
um diagrama delivre
de corpo corpo livre orientando
orientando a face x’ com o
ângulo fornecido conforme a figura, a seguir.
a face x’ com o ângulo fornecido conforme a Figura 9, a seguir.

Figura 9: Diagrama de corpo livre.


Figura 9: Diagrama de corpo livre.
Fonte: Acervo do autor.

Fazendo:    

   
UNIUBE 251

Fazendo:
ο‫ܣ‬௫ ൌ ο‫ݏ݋ܿܣ‬ሺ͵Ͳ଴ ሻ

ο‫ܣ‬௬ ൌ ο‫݊݁ݏܣ‬ሺ͵Ͳ଴ ሻ

Calcularemos, agora, a tensão normal σx, com base na equação de


transformação de tensão 3, vista anteriormente:

൅ա ෍ ‫ܨ‬௫ᇱ ൌ Ͳ


ߪ௫ᇱ
ο‫ ܣ‬   ௫ ܿ‫Ͳ͵ݏ݋‬଴ ൅ ͳͷο‫ܣ‬௫ ‫Ͳ͵݊݁ݏ‬଴ ൅ ͳͷο‫ܣ‬௬ ‫Ͳ͵݊݁ݏ‬଴ ൅ ͳͷο‫ܣ‬௬ ܿ‫Ͳ͵ݏ݋‬଴ ൌ Ͳ
െʹͷο‫ܣ‬

Resolvendo
a
equação
 anterior,
 temos
como
valor
 de tensão
   normal
 σx’   
 
de 2,02 MPa.
Resolvendo a equação anterior, temos como valor de tensão normal x’ de 2,02 MPa.

Para
Para acharmos
acharmos aa tensão
tensão cisalhante substituiremos os
cisalhante  ,, substituiremos os valores
valores das
das tensões do exer
na equação
tensões de transformação
do exercício na equação4: de transformação 4:

  
   
൅ՠ ෍ ‫ܨ‬௬ᇱ ൌ Ͳ
൅ՠ ෍ ‫ܨ‬௬ᇱ ൌ Ͳ

     
 
 
 
  
    
   
  
 
଴ ଴ ଴ ଴ ଴ ଴
ɒ୶ᇱ୷ᇱ ο ൅ ɒ ୶ᇱ୷ᇱ ο
ʹͷο ൅ ʹͷο୶ •‡͵Ͳ

୶ •‡͵Ͳ െ ͳͷο
െ ͳͷο୷ …‘•͵Ͳ

୷ …‘•͵Ͳ ൅ ͳͷο
൅ ͳͷο୶ …‘•͵Ͳ
୶ …‘•͵Ͳ ൅ ͳͷο
൅ ͳͷο •‡͵Ͳ ൌ Ͳ
୷ •‡͵Ͳ ൌ Ͳ ୷
Encontrando uma tensão de cisalhamento  do corpo no valor de -24,8
Resolvendo a equação anterior, temos como valor de tensão normal x’ de 2,02
MPa.

Para uma
Encontrando acharmos
Generalizando, as tensão a tensão
equaçõesde de cisalhante de
transformação
cisalhamento , do
substituiremos
tensão
corpo para os valores
tensão
no valor dasrelaciona
de plana, tensões
tensão normal b e a de
na equação tensão  em uma face qualquer, às tensões no sistem
cisalhante 4:
transformação
-24,8
eixosMPa.
xy. Ainda em relação às faces, podemos considerar que em faces ortogonais a s
das tensões
    é constante, ou seja, elas não variam com o ângulo . Chama
normais
essa constante de invariante de tensão.
Generalizando, as equações de transformação de tensão para tensão
plana, relacionam a tensão normal b e a tensão cisalhante Tbc em uma
              

<INSERIR MARCADOR: EXEMPLIFICANDO>
face qualquer, às tensões no sistema de eixos xy. Ainda em relação
Exemplo 2
às faces,Encontrando
podemos considerar
uma tensão que
deem faces ortogonais
cisalhamento  do acorpo
soma nodas
valor de -24,8 MPa
tensões
O estadonormais é constante,
plano de tensões em ouumseja, elas não variam
determinado ponto com o ângulo . a seguir, de ac
é representado,
Generalizando, as equações de transformação de tensão para tensão plana,
com a figuraessa
Chamamos 10. constante
Represente oinvariante
estado dedetensões, neste ponto orientado a 30°, no se
tensão normal b ede
a tensão tensão.
cisalhante  em uma face qualquer, às tensões n
horário em relação à posição inicial.
eixos xy. Ainda em relação às faces, podemos considerar que em faces ortog
das tensões normais é constante, ou seja, elas não variam com o ângulo 
essa constante de invariante de tensão.

<INSERIR MARCADOR: EXEMPLIFICANDO>


252 UNIUBE

Exemplo 2

O estado plano de tensões em um determinado ponto é representado,


a seguir, de acordo com a Figura 10. Represente o estado de tensões,
neste ponto orientado a 30°, no sentido horário em relação à posição
inicial.

Figura 10: Estado de tensão.

Resolução:

Iniciaremos a resolução do exercício definindo o diagrama de corpo livre,


seccionando a região delimitada pelo segmento b-b, conforme visto na
Figura 11, a seguir:

Figura 11: Diagrama de corpo livre da Figura 10.


UNIUBE 253

Na Figura 11, consideramos que o plano seccionado tenha área igual


a ΔA, assim podemos fazer a decomposição de forças para os outros
planos. Aplicando as equações de equilíbrio temos:

൅ա ෍ ‫ܨ‬௫ᇱ ൌ Ͳ
൅ա ෍ ‫ܨ‬௫ᇱ ൌ Ͳ

ߪ ο‫ ܣ‬െ ሺʹͷο‫Ͳ͵ݏ݋ܿܣ‬଴ ሻܿ‫Ͳ͵ݏ݋‬ι ൅ ሺͳʹο‫Ͳ͵ݏ݋ܿܣ‬଴ ሻ‫Ͳ͵݊݁ݏ‬ι ൅ ሺͶͲο‫Ͳ͵݊݁ݏܣ‬଴ ሻ‫Ͳ͵݊݁ݏ‬ι


ߪ௫ᇱ௫ᇱο‫ ܣ‬െ ሺʹͷο‫Ͳ͵ݏ݋ܿܣ‬଴ ሻܿ‫Ͳ͵ݏ݋‬ι ൅ ሺͳʹο‫Ͳ͵ݏ݋ܿܣ‬

଴ ሻ‫Ͳ͵݊݁ݏ‬ι
൅ ሺͶͲο‫Ͳ͵݊݁ݏܣ‬଴ ሻ‫Ͳ͵݊݁ݏ‬ι
൅ ሺͳʹο‫Ͳ͵݊݁ݏܣ‬
൅ ሺͳʹο‫Ͳ͵݊݁ݏܣ‬ ଴ ሻܿ‫Ͳ͵ݏ݋‬ι ሻܿ‫Ͳ͵ݏ݋‬ι ൌ Ͳ
ൌͲ

Resolvendo a equação anterior, temos como valor de tensão normal x’


de -1,64 MPa.

    
൅ՠ ෍ ‫ܨ‬௬ᇱ ൌ Ͳ
൅ՠ ෍ ‫ܨ‬௬ᇱ ൌ Ͳ

   
߬߬௫ᇱ௬ᇱ
௫ᇱ௬ᇱ ο‫ܣ‬  
ሺʹͷο‫Ͳ͵ݏ݋ܿܣ‬
ο‫ܣ‬െെ ሺʹͷο‫Ͳ͵ݏ݋ܿܣ‬  
଴ ሻ‫Ͳ͵݊݁ݏ‬ι 
଴ ሻ‫Ͳ͵݊݁ݏ‬ι  
െሺͳʹο‫Ͳ͵ݏ݋ܿܣ‬  
଴ ሻܿ‫Ͳ͵ݏ݋‬ι
െ ሺͳʹο‫Ͳ͵ݏ݋ܿܣ‬  െ 
଴ ሻܿ‫Ͳ͵ݏ݋‬ι
െ ሺͶͲο‫Ͳ͵݊݁ݏܣ‬ιሻܿ‫Ͳ͵ݏ݋‬ ଴   ଴
ሺͶͲο‫Ͳ͵݊݁ݏܣ‬ιሻܿ‫Ͳ͵ݏ݋‬

൅ ሺͳʹο‫ Ͳ͵݊݁ݏܣ‬ሻ‫Ͳ͵݊݁ݏ‬ι ൌ Ͳ
൅ ሺͳʹο‫Ͳ͵݊݁ݏܣ‬଴ ሻ‫Ͳ͵݊݁ݏ‬ι ൌ Ͳ
Resolvendo a equação anterior, temos como valor de tensão normal x’ de 2,02

Para uma
Encontrando acharmos
tensãoa tensão cisalhante  , do
de cisalhamento substituiremos os valores
corpo no valor de das tensões
na equação de transformação 4:
34,15 MPa.
    
Diferentemente do exemplo anterior, fizemos a decomposição de forças
diretamente, sem utilizarmos a igualdade seguinte:
             
 

ο‫ܣ‬௫ ൌ ο‫ݏ݋ܿܣ‬ሺ͵Ͳ଴ ሻ
Encontrando uma tensão de cisalhamento  do corpo no valor de -24,8 MPa
ο‫ܣ‬௬ ൌ ο‫݊݁ݏܣ‬ሺ͵Ͳ଴ ሻ
Generalizando, as equações de transformação de tensão para tensão plana,
tensão normal b e a tensão cisalhante  em uma face qualquer, às tensões n
eixos xy. Ainda em relação às faces, podemos considerar que em faces ortog
Exemplodas
3 tensões normais é constante, ou seja, elas não variam com o ângulo 
essa constante de invariante de tensão.
O seguinte estado de tensão plana está indicado conforme a Figura 12:

<INSERIR MARCADOR: EXEMPLIFICANDO>


Exemplo 2
O estado plano de tensões em um determinado ponto é representado, a segu
com a figura 10. Represente o estado de tensões, neste ponto orientado a 30
horário em relação à posição inicial.
254 UNIUBE

Figura 12: Estado de tensão.

Usar as equações 7 e 8 de transformação plana para determinar as


tensões nas faces rotacionadas de 30º no sentido anti-horário.

Resolução:

Inicialmente, vamos determinar o sinal das tensões:

Em que temos:
Em que temos: ߪ௫ ൌ ͵Ͳ‫ܽܲܯ‬
ߪ௬ ൌ  െʹͲ‫ܽܲܯ‬
Em que߬ temos: ߪ௫ ൌ ͵Ͳ‫ܽܲܯ‬
௫௬ ൌ െͳͲ‫ܽܲܯ‬
ߪ௬ ൌ  െʹͲ‫ܽܲܯ‬
Em que temos: ߪ௫ ൌ ͵Ͳ‫ܽܲܯ‬
߬ߪ௫௬ൌൌ െʹͲ‫ܽܲܯ‬
െͳͲ‫ܽܲܯ‬

߬௫௬ ൌ െͳͲ‫ܽܲܯ‬

Ao rotacionarmos a figura de 30º, teremos uma nova face x’ e y’ com o 


= 30º, de acordo com a Figura 13:
y'
x'
face x'
face y'
xx'= 30o
x

Figura 13: Plano rotacionado.


UNIUBE 255

Usando a equação 7 e substituindo os respectivos valores:

͵Ͳ‫ ܽܲܯ‬െ ʹͲ‫ܽܲܯ‬ ͵Ͳ‫ ܽܲܯ‬൅ ʹͲ‫ܽܲܯ‬


ߪ௫ᇱ ൌ ൬ ൰൅൬ ൰ ܿ‫ʹݏ݋‬ሺ͵Ͳιሻ െ ͳͲ‫ʹ݊݁ݏܽܲܯ‬ሺ͵Ͳιሻ
ʹ ʹ

ߪ௫ᇱ ൌ ሺͷ‫ܽܲܯ‬ሻ ൅ ሺʹͷ‫ܽܲܯ‬ሻܿ‫ݏ݋‬ሺ͸Ͳιሻ െ ͳͲ‫݊݁ݏܽܲܯ‬ሺ͸Ͳιሻ

࣌࢞ᇱ ൌ ૡǡ ૡ૝ࡹࡼࢇ

Assim, temos um valor da tensão normal no plano x’ de 8,84 MPa.

Agora, vamos calcular a tensão cisalhante com base na equação 8,


substituindo os respectivos valores:

͵Ͳ‫ ܽܲܯ‬൅ ʹͲ‫ܽܲܯ‬


߬௫ᇱ௬ᇱ ൌ െ ൬ ൰ ‫ʹ݊݁ݏ‬ሺ͵Ͳιሻ െ ͳͲܿ‫ʹݏ݋‬ሺ͵Ͳιሻ
ʹ

߬௫ᇱ௬ᇱ ൌ െሺʹͷ‫ܽܲܯ‬ሻ‫݊݁ݏ‬ሺ͸Ͳιሻ െ ͳͲܿ‫ݏ݋‬ሺ͸Ͳιሻ

࣎࢞ᇱ࢟ᇱ ൌ െ૛૟ǡ ૟ࡹࡼࢇ

8.3 Tensões principais e máxima tensão cisalhante

A determinação das tensões máximas em um ponto é importante, pois


um elemento estrutural ou máquina pode vir a falhar devido a um excesso
de tensões provocadas. Para evitar que isso aconteça, é necessário
ter o conhecimento dos valores das máximas tensões a que um corpo
pode estar submetido. Essas tensões máximas e mínimas são chamadas
também de tensões principais.

No caso do plano que estamos considerando, podemos afirmar que


as tensões principais agem em planos que tornem a seguinte equação
verdadeira:
ௗఙ್
ൌͲ (9)
ௗഇ
256 UNIUBE

em que podemos definir σb() de acordo com a equação 7, ficando a nova


expressão da seguinte forma:
ௗఙ್
ൌ െ൫ߪ௫ െ ߪ௬ ൯‫ߠʹ݊݁ݏ‬௣ ൅ ʹ߬௫௬ ܿ‫ߠʹݏ݋‬௣ ൌ Ͳ (10)
ௗഇ

Os ângulos p determinam a orientação dos planos principais e são


obtidos a partir da tangente, utilizando a equação 11:
ఛೣ೤
‫ߠʹ݊ܽݐ‬௣ ൌ ഑ೣ ష഑೤ (11)
ቀ ቁ

Com o valor da tangente encontrado, podemos então achar os ângulos


p, sabendo que existem dois valores que satisfazem a equação e que
esses valores se diferem de 180º, o que é o mesmo que afirmar que
estão orientados a 90º um do outro. Assim, os ângulos achados são
chamados de p1 e p2, podendo ser substituídos na equação 7.

A partir da Figura 14, podemos ver que o valor de R é positivo, e que


temos duas direções principais dadas pelas equações 12 e 13.

Figura 14: Ângulo 2p.


Figura
Fonte: 14: Ângulo
Adaptado de Craig2p.
(2003).
Fonte: Adaptado de Craig (2003).
഑ೣ ష഑
഑೤ೣ ష഑೤
ఛೣ೤ ቀ ቀቁ  ቁ
ఛ݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬
ೣ೤
‫ߠʹ݊݁ݏ‬
‫ߠʹ݊݁ݏ‬
௣ଵൌ ൌ
 ோ ఛோೣ೤
௣ଵ ݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬
e
௣ଵ
഑ൌ
ೣ ష഑ൌ
మ ഑ ష഑మ
మ ೤ ቁோቀ ೣோమ
ቀ ௣ଵ
೤ 
ቁ (12) (12)
‫ߠʹ݊݁ݏ‬ ‫ߠʹ݊݁ݏ‬

ఛೣ೤
݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬
ൌ ݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬
ൌ ൌ 
 
௣ଵ ோ ௣ଵ ோ ௣ଵ ௣ଵோ ோ
഑ೣ ష഑
഑೤ೣ ష഑೤
ିቀ  ቁ
೤ିቀ ቁ
ିఛ ିఛೣ೤ 
ೣ೤ మ
మ ഑ ష഑
‫ߠʹ݊݁ݏ‬
‫ߠʹ݊݁ݏ‬
௣ଶൌ
ିఛ௣ଶ
ൌ ݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬
ିఛ
݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬
 ௣ଶ ൌ
ିቀ 
௣ଶ ൌ
഑ೣ ష഑
ିቀ

ೣ ೤
ቁ (13)
ೣ೤ ோ ோೣ೤  మ ோ ோమ
‫ߠʹ݊݁ݏ‬௣ଶ
‫ߠʹ݊݁ݏ‬
ൌ ோ௣ଶ ൌ ݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬
݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬
e ௣ଶ ൌ ௣ଶ ൌ (13)
ோ ோ

Utilizando as expressões 12 e 13 com a expressão 7, temos as duas tensões principais
denotadas pelas equações 14 e 15 a seguir:

         (14)


UNIUBE 257

Utilizando as expressões 12 e 13 com a equação 7, temos as duas


tensões principais denotadas pelas equações 14 e 15 a seguir:

ߪଵ ‫ߪ ؠ‬௕ ൫ߠ௣ଵ ൯ ൌ ߪ௠±ௗ ൅ ܴ (14)


ߪଵ ߪ‫ؠ‬ ߪ௕ߪ
ଵ ‫ؠ‬ ൫ߠ ൫ߠ൯௣ଵൌ൯ ൌ
௕ ௣ଵ ߪ௠±ௗ ൅ܴ
ߪ௠±ௗ ൅ ܴ
ߪଶ ‫ߪ ؠ‬௕ ൫ߠ௣ଶ ൯ ൌ ߪ௠±ௗ െ ܴ
ߪଶߪ‫ؠ‬ ߪ௕ߪ
ଶ ‫ؠ‬ ൫ߠ ௣ଶൌ
௣ଶ ൯
௕ ൫ߠ ൯ൌߪ௠±ௗ െܴ
ߪ௠±ௗ െܴ (15)

ఙೣ ାఙ೤
ߪ௠±ௗ ൌఙೣఙାఙ
ೣ ାఙ
೤ ೤
ߪ௠±ௗ
ߪ௠±ௗൌൌ ଶ ଶ
ଶ (16)

Em que 1 é definida como sendo a tensão normal máxima e 2 como


sendo a tensão normal mínima no ponto.

Determinando as tensões cisalhantes nos planos principais e aplicando


os mesmos critérios que adotamos ao definir as equações 14 e 15,
chegamos à conclusão que não existem tensões cisalhantes nos planos
principais. Assim, pode-se afirmar que ߬௕௖ ൫ߠ௣ଵ ൯= 0 e que ߬௕௖ ൫ߠ௣ଶ ൯ ൌ0.

Depois da obtenção das tensões principais, vamos obter a máxima


tensão cisalhante no plano. Começaremos diferenciando a equação 8 em
relação ao ângulo , como mostrado na equação 17, o que nos permite
chegar à equação 18, que é a equação que devemos utilizar para achar
o valor da tangente e substituir os dois ângulos 2p.

ௗఛ
ௗఛ ್೎್೎
ൌൌെ൫ߪ
െ൫ߪ
௫ ௫െെߪߪ ൯ܿ‫ߠʹݏ݋‬
൯ܿ‫ߠʹݏ݋‬
௬௬ ௦ ௦െെʹ߬
ʹ߬௫௬௫௬‫ߠʹ݊݁ݏ‬
‫ߠʹ݊݁ݏ‬
௦ ௦ൌൌͲͲ (17)
ௗఏ
ௗఏ

഑ ഑ష഑
ೣ ష഑೤
ିቀೣ ೤ ቁ ቁ
ିቀ
మమ
‫ߠʹ݊ܽݐ‬
‫ߠʹ݊ܽݐ‬௦ ௦ൌൌ (18)
ఛೣ೤
ఛೣ೤

Comparado aos planos principais, podemos dizer que os planos de


tensão máxima cisalhante se situam a ±45º dos mesmos e que estão
orientados a 90º entre si (Figura 15).
258 UNIUBE

Figura 15: Plana


Figura 15: da tensão
Plana dacisalhante máxima.
tensão cisalhante máxima.
Fonte: Adaptado de Craig (2003).
Fonte: Adaptado de Craig (2003).

Assim, temos:
Assim, temos:
഑഑ష഑
ష഑ 
഑ೣ
ିቀ ೣ഑
ೣ ష഑
೤ ೤
ೣ ೤ ೤
ష഑
ିቀିቀ
ିቀ మ మ ቁቁ ቁቁ ఛ
ఛೣ೤ ఛ
ఛೣ೤

‫ߠʹ݊݁ݏ‬
‫ߠʹ݊݁ݏ‬
‫ߠʹ݊݁ݏ‬
‫ߠʹ݊݁ݏ‬
௦ଵ ൌ
 ൌ
ൌ 
ൌ ோమ ோమ ݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬
݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬
݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬
݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬
 e  ൌ


௦ଵ ೣ೤ ೣ೤
ൌோோ ோோ
  (19) (19)
௦ଵ௦ଵ
௦ଵ ௦ଵ
௦ଵ௦ଵ
ோோ

഑഑ష഑
ష഑
ೣ ೣ ష഑ 
೤ ೤
ቀቀ഑ቀቀೣ഑ష഑
ೣ ೤ ቁ೤ ቁ ೣ೤
ିఛ
  మ మ ቁ ቁ
  ିఛିఛ
ೣ೤
ିఛ  
‫ߠʹ݊݁ݏ‬
‫ߠʹ݊݁ݏ‬
‫ߠʹ݊݁ݏ‬
‫ߠʹ݊݁ݏ‬ ൌ

௦ଶ
௦ଶ
௦ଶ௦ଶ

ൌ మ
ோோ
మ ݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬
݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬
 e 
݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬
݁ܿ‫ߠʹݏ݋‬

௦ଶ
௦ଶ


௦ଶ
௦ଶ


ೣ೤ೣ೤
 ோ 
ோ (20) (20)
ோோ ோ ோ

Da mesma forma que as tensões principais foram definidas utilizando as equações de


transformação da tensão normal, podemos aplicar as equações da transformação cisalhante
Da mesma forma que as tensões principais foram definidas utilizando
às equações 19 e 20 anteriores.
as equações de transformação da tensão normal, podemos aplicar as
 da
equações      
transformação (21)
cisalhante às equações 19 e 20 anteriores.
         (22)
߬௦ଵ ‫߬ ؠ‬௕௖ ሺߠ௦ଵ ሻ ൌ ܴ ൌ ߬௠ž௫
߬௦ଵ ‫߬ ؠ‬௕௖ ሺߠ௦ଵ ሻ ൌ ܴ ൌ ߬௠ž௫ (21)
Ainda em relação aos planos de cisalhamento máximo, podemos dizer que eles não estão
߬ ‫߬ ؠ‬௕௖ ሺߠ௦ଶ ሻ ൌ െܴ ൌ െ߬௠ž௫
livres de tensões߬௦ଶnormais a menos que    , assim pode-se afirmar que ambos os
௦ଶ ‫߬ ؠ‬௕௖ ሺߠ௦ଶ ሻ ൌ െܴ ൌ െ߬௠ž௫ (22)
planos estão submetidos à mesma tensão normal.

<INSERIRAinda em relação
MARCADOR: aos planos de cisalhamento máximo, podemos dizer
EXEMPLIFICANDO>
Exemplo que4eles não estão livres de tensões normais a menos que ߪ௫ ൌ െߪ௬ .
Assim pode-se afirmar que ambos os planos estão submetidos à mesma
Em certo ponto de uma peça sujeita a tensão plana, as tensões  ,  e  são dadas de
tensão normal.
acordo com os valores seguintes:

  

   
UNIUBE 259

Exemplo 4

Em certo ponto de uma peça sujeita a tensão plana, as tensões x, y e


txy são dadas de acordo com os valores seguintes:

ߪ௫ ൌ ͸‫ܽܲܯ‬

ߪ௬ ൌ  െͶ‫ܽܲܯ‬

߬௫௬ ൌ  െʹ‫ܽܲܯ‬

Determine as tensões principais e a tensão cisalhante máxima. Em todos


os casos, faça um esboço dos elementos de tensão.

Resolução:

Primeiramente, vamos determinar a orientação dos planos principais de


acordo com a equação 11, mostrada anteriormente:
߬௫௬
‫ߠʹ݊ܽݐ‬௣ ൌ ߪ െ ߪ
௫ ௬
ቀ ʹ ቁ

Substituindo os valores das tensões, temos:

െʹ‫ܽܲܯ‬
‫ߠʹ݊ܽݐ‬௣ ൌ
͸‫ ܽܲܯ‬െ ሺെͶ‫ܽܲܯ‬ሻ
൬ ൰
ʹ

‫ߠʹ݊ܽݐ‬௣ ൌ  െͲǡͶ

O que nos fornece como resultado um valor de θ p de -10,90°. Assim,


temos a orientação dos planos principais, de acordo com a Figura 16.
   

O que nos fornece como resultado um valor de  de -10,90°. Assim, temos a orientação
260 UNIUBE
dos planos principais, de acordo com a figura 16.

Figura 16: Plano principal.


Figura
Fonte: 16: Plano
Elaborado principal.
no software MDSolids (2010).
Fonte: Adaptado do software MDSolids (2010).

Podemosque
Podemos observar observar quenegativo
o valor o valor negativo
do ângulodoencontrado
ângulo encontrado
fornece fornece
uma rotação no
uma rotação no sentido horário, como foi convencionado anteriormente.
sentido horário, como foi convencionado anteriormente. Os números 1 e 2 na figura indicam
a direção das tensões principais.
Os números 1 e 2 na figura indicam a direção das tensões principais.
Depois de definida a orientação do plano das tensões principais, vamos determinar o valor
de R, de acordo com a figura 14, vista anteriormente:
Depois de definida a orientação do plano das tensões principais, vamos
determinar o valor de R, de acordo com a Figura 14, vista anteriormente:
    
      
 ߪ‫ ݔ‬െ ߪ‫ ݕ‬ଶ ଶ
ܴ ൌ ඨ൬ ൰ ൅ ൫߬௫௬ ൯
ʹ
Substituindo os valores:


  
Substituindo os valores:
     


͸‫ ܽܲܯ‬െ ሺെͶ‫ܽܲܯ‬ሻ
ܴ ൌ ඨቆ ቇ ൅ ሺെʹሻଶ
ʹ

R = 5, 385 MPa

Como sabemos o valor de R, podemos, então, calcular o valor das


tensões principais usando as equações 14 a 16:
UNIUBE 261

ߪ௫ ൅ ߪ௬
ߪ௠±ௗ ൌ
ʹ

͸‫ ܽܲܯ‬൅ ሺെͶ‫ܽܲܯ‬ሻ


ߪ௠±ௗ ൌ
ʹ

࣌࢓±ࢊ ൌ ૚ࡹࡼࢇ

ߪଵ ‫ߪ ؠ‬௕ ൫ߠ௣ଵ ൯ ൌ ߪ௠±ௗ ൅ ܴ

ߪଵ ൌ ߪ௠±ௗ ൅ ܴ

ߪଵ ൌ ͳ‫ ܽܲܯ‬൅ ͷǡ͵ͺͷ‫ܽܲܯ‬

࣌૚ ൌ ૟ǡ ૜ૡ૞ࡹࡼࢇ

ߪଶ ‫ߪ ؠ‬௕ ൫ߠ௣ଶ ൯ ൌ ߪ௠±ௗ െ ܴ

ߪଶ ൌ ߪ௠±ௗ െ ܴ

ߪଶ ൌ ͳ‫ ܽܲܯ‬െ ͷǡ͵ͺͷ‫ܽܲܯ‬

࣌૛ ൌ െ૝ǡ ૜ૡ૞ࡹࡼࢇ

Figura 17: Plano principal.


Fonte: Elaborado no software MDSolids (2010).
262 UNIUBE

Vamos, agora, determinar o plano da tensão máxima cisalhante (Figura


17), de acordo com a equação 18 apresentada anteriormente:
ߪ௫ െ ߪ௬
െቀ ʹ ቁ
‫ߠʹ݊ܽݐ‬௦ ൌ
߬௫௬

͸‫ ܽܲܯ‬െ ሺെͶ‫ܽܲܯ‬ሻ


െ൬ ʹ

‫ߠʹ݊ܽݐ‬௦ ൌ
ሺെʹ‫ܽܲܯ‬ሻ

‫ߠʹ݊ܽݐ‬௦ ൌ ʹǡͷ‫ܽܲܯ‬

O que nos fornece um s de 34, 099 MPa.

Como já definimos a orientação do plano, basta usar a equação 21 ou a


22 para determinarmos o valor de ߬௦ଵ :‫߬ ؠ‬௕௖ ሺߠ௦ଵ ሻ ൌ ܴ ൌ ߬௠ž௫

߬௦ଵ ‫߬ ؠ‬௕௖ ሺߠ௦ଵ ሻ ൌ ܴ ൌ ߬௠ž௫

߬௦ଵ ൌ ܴ ൌ ߬௠ž௫

߬௠ž௫ ൌ ܴ

࣎࢓ž࢞ ൌ ૞ǡ ૜ૡ૞ࡹࡼࢇ

Exemplo 5

Determinaremos agora o valor das tensões nas faces rotacionadas,


tensões principais e máximas cisalhantes, utilizando a figura do Exemplo
2 como referência, só que agora iremos girá-la de apenas 15°anti-horário
(Figura 18).
UNIUBE 263

Figura 18: Estado plano de tensões.

Resolução:

Como vimos anteriormente, vamos calcular, primeiramente, as tensões


nas faces rotacionadas (Figura 19):

Figura 19: Plano rotacionado.


Fonte: Elaborado no software MDSolids (2010).

͵Ͳ‫ ܽܲܯ‬െ ʹͲ‫ܽܲܯ‬ ͵Ͳ‫ ܽܲܯ‬൅ ʹͲ‫ܽܲܯ‬


ߪ௫ᇱ ൌ ൬ ൰൅൬ ൰ ܿ‫ʹݏ݋‬ሺͳͷιሻ െ ͳͲ‫ʹ݊݁ݏܽܲܯ‬ሺͳͷιሻ
ʹ ʹ

ߪ௫ᇱ ൌ ሺͷ‫ܽܲܯ‬ሻ ൅ ሺʹͷ‫ܽܲܯ‬ሻܿ‫ݏ݋‬ሺ͵Ͳιሻ െ ͳͲ‫݊݁ݏܽܲܯ‬ሺ͵Ͳιሻ

࣌࢞ᇱ ൌ ૛૚ǡ ૟૞ࡹࡼࢇ

͵Ͳ‫ ܽܲܯ‬൅ ʹͲ‫ܽܲܯ‬


߬௫ᇱ௬ᇱ ൌ െ ൬ ൰ ‫ʹ݊݁ݏ‬ሺͳͷιሻ െ ͳͲܿ‫ʹݏ݋‬ሺͳͷιሻ
ʹ

߬௫ᇱ௬ᇱ ൌ െሺʹͷ‫ܽܲܯ‬ሻ‫݊݁ݏ‬ሺ͵Ͳιሻ െ ͳͲܿ‫ݏ݋‬ሺ͵Ͳιሻ



 



  
  
   
 

      




  
  
 

  
264 UNIUBE
 
  
 
   
 
 
 

    
  
 
 


    
  
   
 


   


  
   


Calcularemos agora as tensões principais.


Calcularemos agora
agora as
as tensões
tensões principais.
principais.
Calcularemos
Calcularemos agora as tensões principais.
Começaremos achando o valor de R, basta utilizar o teorema de Pitágoras, como na figu
Começaremos achando
achando
Começaremos
Começaremos achandooo ovalor
14, vista anteriormente:
valor dede
valor
de R, basta
R, basta
R, utilizar
basta o teorema
teorema
utilizar
utilizar o de Pitágoras,
o teorema
de Pitágoras,
de como na
como na figur
figu
14, vista
14, vista anteriormente:
anteriormente:
Pitágoras, como na Figura 14, vista anteriormente:
   
      

 




   
  

 
 



 
  
 

  
 
 
   
      


 
  
 


Agora,
Agora, que
que sabemos
sabemos o
o valor
valor de
de R,
R, podemos
podemos utilizar
utilizar as
as equações
equações 14
14 e
e 15,
15, para
para acharmos
acharmos a
a
Agora, que sabemos o valor de R, podemos utilizar as equações 14 e 15, para acharmos a
Agora,
tensões
tensõesque sabemos o valor de R, podemos utilizar as equações 14 e 15,
principais:
principais:
tensões principais:
para acharmos
   as tensões principais (Figura 20):
   
  

  
   
ߪ൅
ߪ௫ ௫൅ ߪ௬ߪ௬
ߪ௠±ௗ
ߪ௠±ௗൌ ൌ

ʹʹ 
 
  
      


   
͵Ͳ‫ܽܲܯ‬
͵Ͳ‫ܽܲܯ‬െ െ
 ʹͲ‫ܽܲܯ‬
ʹͲ‫ܽܲܯ‬
ߪ௠±ௗ
ߪ௠±ௗൌ ൌ ൌൌͷ‫ܽܲܯ‬
ͷ‫ܽܲܯ‬
ʹʹ

 


 


  

 ߪ ߪൌ
ൌߪ௠±ௗ
ߪ௠±ௗ ൅
 ൅ܴ
ܴ
 ଵ
 ଵ
  
 
 ߪ ߪൌ

ͷ‫ܽܲܯ‬
ͷ‫ܽܲܯ‬ ൅൅
 ʹ͸ǡͻʹ‫ܽܲܯ‬
ʹ͸ǡͻʹ‫ܽܲܯ‬
 ଵ
 ଵ 
 

࣌૚࣌ൌ ૚ ൌ૜૚ǡ
૜૚ǡ
ૢ૛ࡹࡼࢇ
ૢ૛ࡹࡼࢇ

 
 

 


  

 ߪ ߪൌ
ൌߪ௠±ௗ
ߪ௠±ௗെെܴ
ܴ
 ଶ
 ଶ
  
 
ߪ ߪൌ

ͷ‫ܽܲܯ‬
ͷ‫ܽܲܯ‬ െെ
 ʹ͸ǡͻʹ‫ܽܲܯ‬
ʹ͸ǡͻʹ‫ܽܲܯ‬
 ଶ
 ଶ
 

࣌૛࣌ൌ ૛ ൌ
૛૚ǡ૛૚ǡ
ૢ૛ࡹࡼࢇ
ૢ૛ࡹࡼࢇ
UNIUBE 265

Figura 20: Orientação das tensões principais.


Fonte: Elaborado no software MDSolids (2010).

Finalmente, acharemos a tensão máxima cisalhante que atua no plano.

Das equações 21 e 22, temos:


ܴ ൌ ߬௠ž௫

߬௠ž௫ ൌ ʹ͸ǡͻʹ‫ܽܲܯ‬

െܴ ൌ െ߬௠ž௫

െ߬௠ž௫ ൌ െʹ͸ǡͻʹ‫ܽܲܯ‬

Figura 21: Orientação da tensão máxima cisalhante.


Fonte: Elaborado no software MDSolids (2010).

Podemos perceber que o valor da tensão máxima cisalhante é o mesmo


nos novos planos rotacionados.
Figura 21: Orientação da tensão máxima cisalhante.
Figura 21: Orientação da tensão máxima cisalhante.
Fonte: Adaptado do software MDSolids (2010).
Fonte: Adaptado do software MDSolids (2010).
Podemos 266 UNIUBE
perceber que o valor da tensão máxima cisalhante é o mesmo nos novos planos
Podemos perceber que o valor da tensão máxima cisalhante é o mesmo nos novos planos
rotacionados.
rotacionados.
8.4 Círculo de Mohr para tensão plana

O círculo de Mohr é uma representação gráfica das equações de


4 Círculo
4 Círculo de
de Mohr
Mohr para
transformação para tensão
tensãoÉ plana
de tensão. utilizado por se tratar de um modo simples
plana
O círculodedevisualização
Mohr é umadarepresentação
variação de tensões de acordo
gráfica das comde
equações a orientação do de tensão.
transformação
O círculo de Mohr é uma representação gráfica das equações de transformação de tensão.
É utilizado por Usaremos
plano. se tratar de um modo simples de para
visualização
iniciar ada variação do
de tensões de
É utilizado por se tratar deasum
equações 7, 8 e 16
modo simples de visualização construção
da variação de tensões de
acordo com a orientação do plano. Usaremos as equações 7, 8 e 16 para iniciar a
acordo círculo,
com a conforme
orientaçãomostrado
do plano. Usaremos as equações 7, 8 e 16 para iniciar a
a seguir:
construção do círculo, conforme mostrado a seguir:
construção do círculo, conforme mostrado a seguir:
   
           
           
 (7) (7)
 
(7)
 
          (8)
           (8) (8)

 
       (16) (16)


     
 (16)
(16)
 
 
Primeiramente,vamos rearranjar
   
a equação 7, conforme mostrado, a seguir:
(16)
Primeiramente, vamos
Primeiramente,
Primeiramente,vamos     rearranjar
rearranjar
vamos a equaçãoa equação 7, conforme
7, mostrado,
conforme mostrado,a (16)
seguir:
a seguir:
 rearranjar
  a equação 7, conforme mostrado, a seguir:
 (16)


Primeiramente, vamos    
rearranjar     
aequação 7, conforme    mostrado, a seguir: (23)
 
Primeiramente,vamos  
    
rearranjar a 
equação
   7, conforme
 mostrado,(23) a seguir:
(23)
Primeiramente,
   rearranjar
vamos  
   a equação
 
  7,  conforme
 mostrado,
 a seguir:(23)
    
   
      
   
  (23)
(24)
 
  

  
 

   
  
  
       

     

 (23)
(24)
  
   

  
    
  (24) (23)
(24)

Elevando ao quadrado
   osdois  
  lados

 das equações
   24 e 8: (24)
 
Elevando ao 
quadrado
Elevando ao quadrado   os 
osdois 
dois lados  
das  
equações  24 e 8: (24)
 lados das equações 24 e 8:
 
     
 
   (24)
Elevando ao quadrado
ao os dois  lados  
das equações 24 e 8: 24 e 8:
Elevando  quadrado
   os dois  lados
  
das 
equações (25)
Elevando ao quadrado os dois
 lados



 das equações 24 e 
8:
Elevando ao quadrado 
   os dois
  
  lados 
 
     
das equações
    
24 e 8:
 (25)
(25)
    
  
        
     

(25) (25) (26)
        
 
 

        
 (25)

 
      
 
 (25)
(26)
          (26)
 
Somando-se asduas  equações
      eeliminando   o :  (26) (26)

Somando-se as duas 
 
equações 

 e

 
eliminando   o 
:  (26)
Somando-se asduas  equações

      eeliminando
 
   :
o
 (26)
     
Somando-se as      
  equações
duas e   
eliminando o:  (27)
 
Somando-se as
Somando-se duas as equações
duas  e
equações eliminando
  o
 e eliminando : 
 o :
Somando-se asduas
  

equações
   

e   
eliminando


o: 
 (27)
(27)
   
 

Sabendo que:            
   
(27)
    
Sabendo
Sabendo que:           
     (27) (27) (27)
que:   
 
          
    
 
   
Sabendo que:        (28)
Sabendo que:     


       (28)

SabendoSabendo
que:  que:   (28)
  
Substituindo 28 em 
 27, temos, finalmente, a equação da circunferência que nos permite
    
 de Mohr:
(28)
construir o
Substituindocírculo
28
Substituindo 28 em em  
27,
   
temos,
   
finalmente,
 a equação da circunferência (28)
que nos
nos permite
permite
 27, temos,   finalmente,

 
a equação da circunferência (28) (28)que
o círculo
construir o
Substituindo
construir círculo
28 em de Mohr:
de 27,
Mohr: temos, finalmente, a equação da circunferência que nos permite
Substituindo
construir o 28em
círculo de 27,     finalmente,
temos,
Mohr:

   

a equação da circunferência (29)
que nos permite
Substituindo 28 em27,  temos,

   finalmente,

  
 a equação da circunferência que nos permite
(29)
construir o círculo
 de Mohr:
        
 Mohr:
  (29)
construir
Agora, que o círculo
temosde a equação da circunferência, podemos iniciar a construção do círculo de
            (29)
Mohr
Agora,definindo
Agora, que temos
que temosos aeixos
 a
 equação

equação e  .da
da
 Como
   já sabemos,
circunferência,
 
circunferência,  as tensões
podemos
podemos aaconstrução
iniciar
iniciar (29)
, podemos,
construção
 então,
do círculo de

          
  
 
(29) do círculo de

s 
equações e eliminando   o :
(26)            (27)
Somando-se as duas equações e eliminando o : 
Somando-se as duas equações e eliminando o :
  
o: Sabendo
 que:

             

   (27)
                 (27)   

                    
(28)UNIUBE 267
  

   que:     (27)   
Sabendo 
Sabendo que:
    Substituindo 28 em 27, temos, finalmente, a equação da circunferência
 Substituindo
    28 em  27,  temos, finalmente, a equação (28) da circunferência que nos permite
que nos permite construir o círculo de Mohr:

construir o círculo  de 

Mohr:      (28)

 
      

27, temos, finalmente, a equação (28) da circunferência que nos permite
28 em  temos,
  finalmente,
      a equação da circunferência que (29)
(29)
eSubstituindo
Mohr: 27,

nos permite
construir o círculo de Mohr: Substituindo 28 em 27, temos, finalmente, a equação da
a equaçãoAgora, da quecircunferência
temos a equação que da permite construir
noscircunferência, podemoso círculo de Mohr:
iniciar a construção do círculo de
        Agora  que temos a equação (29)
da circunferência,
Mohr definindo  os eixos  .    podemos
 , podemos,iniciar aentão,
  e
 Como  já sabemos, as tensões
       (29)
  baixo.
marcar  ), adotanto 
 os         já Se
equação da ocircunferência,
centro do círculo
construção podemosdo Ccírculo
em (de
iniciar a Mohr
 construção definindo do círculo como
 eixos

de positivo
 e .para Como
Agora, que temos já apeloequação (29)
daas circunferência, podemos iniciar aentão, construção do círculo
Assim, de
ixos conhecermos
e . Como menos
sabemos,
sabemos, as
um ponto do círculo,
tensões
tensões  
podemos
 , ,podemos,
podemos,
marcar
então,
o raio.
marcar o=centro
vamos
Mohrconsiderar
definindo os eixos
o ponto 
eme . que Comoo novo já sabemos,
eixo x’ Agora, que
as tensões
coincide temos
com o aeixo

equação
 x, , da
podemos,
assim circunferência,
 então,
0º e  podemos in
oia,círculo
podemos C em iniciar(
a  ), adotanto
construção do  como
círculo de positivo
Mohr para baixo.
definindo os eixos Se e . Como já sabemos, as tensõ
marcar 
menosasum
  
ocentro
ponto
.
 do do
do
círculo
Marcando
círculo
círculo,
C
esse em
Cpodemos
em ((
ponto como ), adotanto
X
 ), adotanto
marcar
(
o raio.

   ), como
Assim,
aplicando
 comovamos positivo o para
teorema
positivo para baixo. Se baixo.
de Se
Pitágoras,
emos,
conhecermos tensões pelo   
menos  ,
oum podemos,
raio,ponto do então,
círculo,marcar podemos o centromarcar do círculo
oC raio. C em
Assim, (  ), adotanto 
em podemos
que o novo determinar
eixo

conhecermos
x’ coincide ecom
pelosabendo
menos
o eixo aum localização
x, ponto
assim do =dos0º pontos
 círculo, e  podemos

e X, marcar ovamos
podemos, então,
raio.
), adotanto
considerar ponto
comoem positivo para baixo. Se conhecermos pelo x, menosassimum  =ponto
0º e do  círculo, podemos
andotraçaresseoopontocírculo, comoconforme
Assim,
que (o a
X vamos  novo
figura

eixo
considerar
coincide
10, ax’seguir:
), aplicando o o teorema
ponto em
comde
que
o eixo
o Pitágoras,
novo eixo x’ coincide com o
culo,
 
  podemos
   . marcar
Marcando o raio.
esse Assim,
ponto vamos
como X considerar
( 
  ), o
aplicandoponto o em que
teorema o denovo eixo
Pitágoras, x’ coincide com
rcoincide
o raio, ecom sabendo
o eixo ax,localização
assim  = dos
0º pontos
e   C
 e X, podemos,
   . então, esse ponto como X (   ), apl
Marcando
podemos 10, a eixo
determinar x, assim
o raio,  = 0º ea localização
e sabendo dos pontos . MarcandoC e X,esse podemos,ponto comoentão,
     
X orme(  a figura
), aplicando seguir:
o teorema de Pitágoras,
raçar  o círculo, conforme a figura 10, a seguir: podemos determinar o raio, e sabendo a localização dos
X ( ,  ), aplicando o teorema de
calização dos pontos C e X, podemos, então, traçar o círculo, conforme a figura 10, a seguir:
x xy
Pitágoras, podemos determinar o raio,
r: e sabendo a localização dos pontos C e X, podemos, então, traçar o
círculo, conforme a Figura 22, a seguir:

 
Figura 22: Círculo de Mohr para estado plano de tensões.
Fonte: Elaborado no software MDSolids (2010).
268 UNIUBE

Depois de definido o círculo de Mohr, podemos utilizá-lo para


determinarmos as tensões principais, a tensão de cisalhamento máxima,
a tensão normal média e as tensões associadas em qualquer plano.

Se as tensões em uma face qualquer for pedida, localiza-se o ponto


N no círculo girando no sentido anti-horário de um ângulo 2, o que
corresponde a uma rotação horária de  a partir de algum plano de
referência de tensão, e a partir das relações trigonométricas, pode-se
encontrar  e .

As tensões principais podem ser calculadas usando as equações 14 e 15,


e, novamente, podemos usar trigonometria para determinar algum ângulo
usado para determinar um plano principal qualquer em relação ao plano
x. A tensão máxima cisalhante pode ser encontrada da mesma maneira.

Exemplo 6

Um estado plano de tensões é mostrado na Figura 23:

Figura 23: Estado plano de tensões.

Construir o círculo de Mohr e determinar as tensões principais do


elemento rotacionado de 30º.
Figura 23: Estado plano Figura
de tensões.
23: Estado plano de tensões.
Fonte: Acervo do autor. Figura
Fonte: 23: Estado
Acervo plano de tensões.
do autor.
Fonte: Acervo do autor.
Figura 23: Estado plano de tensões.
Construir o círculo de Construir
Mohr e determinar
Fonte: as Mohr
Acervo
o círculo de tensões
do autor.principais do
e determinar as elemento rotacionado
tensões principais de
do elem
30º. Construir o círculo de Mohr e determinar as tensões principais do
30º. UNIUBE 269
30º.
Construir o círculo de Mohr e determinar as tensões principais do elemento rotacionado de
Resolução: Resolução:
30º.Resolução:
Resolução:
Resolução:Primeiro, marcaremos
Primeiramente, marcaremos oo ponto
ponto X
Primeiramente, Xmarcaremos
em (( , o),
em assim
assimXtemos
),ponto em (X
temos X (30MPa,
 ), assim
,(30MPa, -10MPa)
temose Xo (3
Primeiramente, marcaremos o ponto X em (
 ,  ), assim temos
-10MPa)  
 e o  ponto
pontoYY em em (( ,-  ),), obtendo
((,-, obtendo
ponto Y em ( ,- ), obtendo Y (-20MPa, 10MPa). YY(-20MPa,
Obtemos(-20MPa,
o centro10MPa).
10MPa). do círculo traçando
Obtemos o centro
Primeiramente, marcaremos ponto
o reta
ponto YX em
em  ), obtendo
), assim Y (-20MPa,
temos X (30MPa, 10MPa). Obtemos
-10MPa) o Co(c
uma reta entre os doisuma pontos Xentre
e Y. O
osdiâmetro
dois pontos cruza Xe o Y. O diâmetro
eixo em C (cruza
 0),
,  eem
desse
o eixo modo
Obtemos o centro doumacírculo
reta traçando os uma reta entre
X eos Y.dois pontos X traçando
o eixo  em
ponto Y em
podemos  ,- 
(calcular ),
obtendo
de acordo
podemos comentre
Y (-20MPa,
calcular a 10MPa).
equação dois16:
 de acordo
pontos
Obtemos O diâmetro
com oa centro
equação do16: cruza
círculo
e Y. Oosdiâmetro
uma reta entre dois pontos cruzapodemos
X o Y.
e eixoOσ em C ( cruza
calcular
diâmetro  ,de0), acordo
desse
o eixo  emcom
modoC a(equação
podemos 16:
 , 0), desse modo
   de acordo com
podemos calcular
calcular   aequação 16:
    deacordo   com aequação
  16:
   
   ߪ௫ ൅ ߪ௬ 
   ߪ௠±ௗ ൌ 
     
   ʹ  
      
       
 ͵Ͳ‫ܽܲܯ‬
 െ ʹͲ‫ܽܲܯ‬ 
   ߪtemos
Assim, passando
௠±ௗ ൌo centro Assim,
 ൌ ͷ‫ܽܲܯ‬
por5oMPa
Xcentro
e Y, epassando
podemos por calcular o raio usando calcular
o teorema de u
ʹ temos X e Y, e podemos o raio
Pitágoras e o segmento XC Assim,
como temos o centro passando por X e Y, e podemos calcular o r
hipotenusa.
Pitágoras e o segmento XC como hipotenusa.
Assim, temos o centro passando Pitágoras
por X e eY,o esegmento
podemosXC como ohipotenusa.
calcular raio usando o teorema de
Pitágoras Assim,
eଵoൌsegmento
ߪ ߪ௠±ௗ ൅ ܴ XC
temos comopassando
o centro hipotenusa.
por X e Y, e podemos calcular o raio
usando o teorema de Pitágoras e o segmento XC como hipotenusa
ߪଵ ൌ ͷ‫ ܽܲܯ‬൅ ʹ͸ǡͻʹ‫ܽܲܯ‬
(Figura 24).
࣌૚ ൌ ૜૚ǡ ૢ૛ࡹࡼࢇ

ߪଶ ൌ ߪ௠±ௗ െ ܴ

ߪଶ ൌ ͷ‫ ܽܲܯ‬െ ʹ͸ǡͻʹ‫ܽܲܯ‬

࣌૛ ൌ ૛૚ǡ ૢ૛ࡹࡼࢇ

 
Figura 24: Círculo de Mohr.
Fonte: Elaborado no software MDSolids (2010).
270 UNIUBE

Deste modo, temos um raio de 26,93 MPa.

Para calcularmos as tensões principais, basta usar as equações 14 e 15:


ߪଵߪൌ
ଵ ൌ ߪ௠±ௗ
ߪ௠±ௗ ൅൅ܴܴ

ߪଵߪൌ
ଵ ൌ ͷ‫ܽܲܯ‬
ͷ‫ܽܲܯ‬ ൅൅ ʹ͸ǡͻ͵
ʹ͸ǡͻ͵ ൌൌ ͵ͳǡͻ͵‫ܽܲܯ‬
͵ͳǡͻ͵‫ܽܲܯ‬

ߪଶߪൌ
ଶ ൌ ߪ௠±ௗ
ߪ௠±ௗ െെܴܴ

ߪଶߪൌ
ଶ ൌ ͷ‫ܽܲܯ‬
ͷ‫ܽܲܯ‬ െെ ʹ͸ǡͻ͵
ʹ͸ǡͻ͵ ൌൌ ૛૚ǡ
૛૚ǡ ૢ૜ࡹࡼࢇ
ૢ૜ࡹࡼࢇ

Como o raio tem o mesmo valor da tensão cisalhante máxima, podemos


afirmar de acordo com a equação 21 que:
߬௠ž௫ ൌ ܴ

߬௠ž௫ ൌ ૛૟ǡ ૢ૜ࡹࡼࢇ

Exemplo 8

Dado o seguinte estado plano de tensões, construa o círculo de Mohr,


sabendo que a inclinação do segmento AB é de 30° no sentido horário
(Figura 25).

Figura 25: Estado plano de tensões.


UNIUBE 271

Resolução:
ߪ௫ ൌ Ͷͷ‫ܽܲܯ‬

ߪ௬ ൌ ͳͲ‫ܽܲܯ‬

߬௫௬ ൌ Ͳ‫ܽܲܯ‬

Começaremos usando as equações de transformação de tensão


(equações 7 e 8) definidas anteriormente:
ߪ௫ ൅ ߪ௬ ߪ௫ െ ߪ௬
ߪ௕ ൌ ൬ ൰൅ቀ ቁ ܿ‫ ߠʹݏ݋‬൅ ߬௫௬ ‫ߠʹ݊݁ݏ‬
ʹ ʹ

Substituindo os valores das tensões, temos:

Ͷͷ‫ ܽܲܯ‬൅ ͳͲ‫ܽܲܯ‬ Ͷͷ‫ ܽܲܯ‬െ ͳͲ‫ܽܲܯ‬


ߪ௕ ൌ ൬ ൰൅൬ ൰ ܿ‫ݏ݋‬͸Ͳ ൅ Ͳ‫݊݁ݏܽܲܯ‬͸Ͳ
ʹ ʹ

࣌࢈ ൌ ૜૟ǡ ૛૞ࡹࡼࢇ
Figura 23: Estado plano de tensões.
ߪ௫ െ ߪ௬ Fonte: Acervo do autor.
߬௕௖ ൌ െ ቀ ቁ ‫ ߠʹ݊݁ݏ‬൅ ߬௫௬ ܿ‫ߠʹݏ݋‬
ʹ
Construir o círculo de Mohr e determinar as tensões principais do elem
30º.
Ͷͷ‫ ܽܲܯ‬െ ͳͲ‫ܽܲܯ‬
߬௕௖ ൌ െ൬ Resolução:൰ ‫݊݁ݏ‬͸Ͳ ൅ Ͳ‫ݏ݋ܿܽܲܯ‬͸Ͳ
ʹ
Primeiramente, marcaremos o ponto X em ( ,  ), assim temos X (3
࣎࢈ࢉ ൌ െ૚૞ǡ ૚૞ࡹࡼࢇ
ponto Y em ( ,-  ), obtendo Y (-20MPa, 10MPa). Obtemos o centro
uma reta entre os dois pontos X e Y. O diâmetro cruza o eixo  em C (
média : de acordo com a equação 16:
Achando o valor da tensãocalcular
podemos

  
Ͷͷ‫ܽܲܯ‬൅
ͳͲ‫ܽܲܯ‬
 
ߪ௠±ௗ ൌ ൬ ൰
ʹ
  
  
࣌࢓±ࢊ ൌ ૛ૠǡ ૞ࡹࡼࢇ   

Assim, temos o centro passando por X e Y, e podemos calcular o raio u


De posse desses resultados,
Pitágoras podemosXC
e o segmento então
como usar a equação 29 da
hipotenusa.
circunferência para então obtermos o raio do círculo:
Figura 23: Estad
272 UNIUBE Fonte: Ace

ሺߪ௕ െ ߪ௠±ௗ ሻଶ  ൅  ሺ߬௕௖ ሻଶ ൌ ܴ ଶ Construir o círculo de Mohr e determinar as


30º.
ܴ ଶ ൌ ሺߪ௕ െ ߪ௠±ௗ ሻଶ  ൅  ሺ߬௕௖ ሻଶ
Resolução:
ܴ ൌ ሺ͵͸ǡʹͷ‫ ܽܲܯ‬െ ʹ͹ǡͷ‫ܽܲܯ‬ሻ  ൅  ሺെͳͷǡͳͷ‫ܽܲܯ‬ሻଶ
ଶ ଶ
Primeiramente, marcaremos o ponto X em (
ࡾ ൌ ૚ૠǡ ૝ૢࡹࡼࢇ ponto Y em ( ,-  ), obtendo Y (-20MPa,
uma reta entre os dois pontos X e Y. O diâm
Sabe-se que no plano a distância da origem dos eixos σcalcular
podemos e  é a  node acordo com a equa
ponto ((ߪ௠±ௗ ǡ Ͳ),
0), podemos então marcar o centro do círculo
 neste
 ponto.
 
   

Depois de marcado o centro, deve-se então desenhar o círculo utilizando
  
o valor encontrado para o raio R = 17,49 MPa.   
  

Assim, temos o centro passando por X e Y, e


Por fim, marcaremos o segmento ab, usando os valores de
Pitágoras e bc como
e osegmento
b XC como hipotenusa
pontos pertencentes à circunferência (Figura 26).

Figura 26: Círculo de Mohr para o estado plano de tensões.


UNIUBE 273

Pelo círculo de Mohr, podemos também determinar as tensões principais:

1 = 10,01 MPa

2 = 44,99 MPa

máx = 17,49 MPa

Resumo
Neste capítulo, vimos como modificar as tensões presentes em um corpo
para um estado plano de tensões. Essa representação é necessária, pois
um mesmo corpo pode ser analisado em posições diferentes. A análise
das tensões consiste em determinar as componentes dessas tensões
em um plano qualquer a partir do conhecimento das componentes de
tensão inicial do corpo.

Para se determinar os componentes x’, x’ y’, seguimos alguns passos:


primeiramente, seccionamos um elemento do corpo, para, na sequência,
esboçar o diagrama de corpo livre, mostrando todas as forças que
atuam sobre o elemento e considerar o corpo em equilíbrio para fazer o
somatório das forças.

Vimos, também, a importância de se representar as tensões principais e


tensão máxima cisalhante, pois elas determinam o máximo e mínino de
tensão que pode ser aplicada no corpo e em quais planos essas tensões
são aplicadas.

E, finalizando, aprendemos como construir o círculo de Mohr para nos


ajudar a calcular as tensões normais, principais e cisalhantes.
274 UNIUBE

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

MD Solids

Algumas figuras deste capítulo foram feitas com base no software


acadêmico MD Solids 3.4, elaborado por Timothy A. Philpot. Além de facilitar
o cálculo de tensões e traçar o círculo de Mohr sem a necessidade de
cálculos trabalhosos, o software ainda permite uma melhor visualização da
transformação de tensões. Pesquise na Internet onde encontrar o software e
utilize-o nos seus trabalhos para aprofundar os conhecimentos e obter uma
melhor visualização das transformações de tensão.

Referências
CRAIG, R. R. Mecânica dos materiais. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003.

HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice


Hall, 2004.

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