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Instalações hidráulicas e

sanitárias

Natália michelan
© 2016 by Universidade de Uberaba

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Universidade de Uberaba

Reitor
Marcelo Palmério

Pró-Reitor de Educação a Distância


Fernando César Marra e Silva

Editoração
Produção de Materiais Didáticos

Capa
Toninho Cartoon

Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário

Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE


Sobre os autores
Natália michelan

Realizei meu curso de licenciatura na Universidade Estadual Pau-


lista “Júlio de Mesquita Filho”, no campus de Ilha Solteira, São Pau-
lo, e ele me abriu as portas para experiências jamais imaginadas,
por exemplo, a Engenharia Civil.

Assim, nesse mesmo campus, iniciei a jornada do Mestrado na área


de Recursos Hídricos e Tecnologias Ambientais, onde os cursos de
engenharia são muito visados e reconhecidos. Todos os amigos fo-
ram embora, e permaneci na mesma cidade onde nasci, me criei e
estudei. A busca por soluções aos problemas é uma característica
que me fez adorar essa área, pois desenvolver mecanismo para o
tratamento de efluentes não á algo simples, uma vez que os cálcu-
los e o manuseio de tubulações, bem como as especificidades dos
efluentes são temas cuja assimilação é árdua, porém gratificante,
posto que o estudo desenvolvido poderá mudar a vida de muitos.

O estudo e o entendimento do funcionamento das coisas são fasci-


nantes. Desde as séries iniciais na escola, todas as áreas eram impor-
tantes, porém, logo percebi que a Biologia é uma profissão voltada ao
estudo das diferentes formas de vida, à origem, à evolução, à estrutu-
ra e ao funcionamento das relações entre os seres vivos, os organis-
mos e o meio ambiente, abrindo um grande leque de opções de áreas.

O curso de licenciatura que realizei na Universidade Estadual Paulista


“Júlio de Mesquita Filho”, no campus de Ilha Solteira, São Paulo, abriu as
portas para experiências jamais imaginadas, como a Engenharia Civil.
Assim, a jornada começou com o Mestrado na área de Recursos Hídri-
cos e Tecnologias Ambientais, no mesmo campus, no qual os cursos
de engenharia são muito visados e reconhecidos. Todos os amigos
foram embora, e eu permaneci, na mesma cidade onde nasci, criei-
me e estudei. Investi em uma área desconhecida, mas a busca de so-
luções aos problemas é uma característica que me fez adorá-la, pois
desenvolver mecanismo para o tratamento de efluentes não á algo
simples, aprender a calcular, manusear tubulações e especificidades
dos efluentes foram tarefas árduas, porém gratificantes, por imaginar
que o estudo desenvolvido poderá mudar a vida de muitos.
Sumário
Capítulo 1 Introdução – noções de hidráulica..................................9
1.1 Noções de hidráulica........................................................................................ 10
1.1.1 Pressão................................................................................................... 10
1.1.2 Carga....................................................................................................... 15
1.1.3 Linha de Carga e Linha Piezométrica..................................................... 18
1.1.4 Perda de Carga....................................................................................... 20
1.1.5 Fórmula de Manning-Strickler................................................................. 29
1.1.6 Ligações Prediais.................................................................................... 33

Capítulo 2 Instalações de água fria – parte 1...................................39


2.1 Instalações de água fria – parte 1.................................................................... 40
2.1.1 ETAPAS DE Projeto................................................................................ 43
2.1.2 Sistema de Distribuição.......................................................................... 43
2.1.3 Sistema Direto......................................................................................... 43
2.1.4 Sistema Indireto ..................................................................................... 44
2.1.6 Hidropneumático..................................................................................... 46
2.1.7 Partes Constituintes de uma Instalação Predial de Água Fria............... 47
2.1.8 Considerações Gerais dO projeto.......................................................... 50
2.1.9 Retrossifonagem..................................................................................... 51

Capítulo 3 Instalações de água fria – parte 2...................................67


3.1 Dimensionamento das tubulações de dreno
e extravasores dos reservatórios............................................................................ 68
3.1.1 Dreno....................................................................................................... 68
3.1.2 Reservatório inferior ()................................................................68
3.1.3 Reservatório superior ( ) .............................................................69
3.1.4 Extravasor............................................................................................... 69
3.1.5 Dimensionamento da Bomba de Recalque............................................ 69
3.1.6 Canalização de Recalque....................................................................... 70
3.1.7 Canalização de Sucção.......................................................................... 71

Capítulo 4 Projeto de instalações prediais de água quente.............95


4.1 Instalações prediais de água quente................................................................ 97
4.1.1 Partes constituintes de uma instalação predial de água quente............ 101
4.1.2 Produção de água quente....................................................................... 106
4.1.3 Aquecimento solar................................................................................... 111
4.1.4 Produção de água quente nas instalações centrais............................... 113
4.1.5 Material dos encanamentos.................................................................... 119

Capítulo 5 Projeto de instalações prediais de esgoto sanitário.......123


5.1 Instalações prediais de esgotos sanitários....................................................... 124
5.1.1 Etapas de projeto.................................................................................... 125
5.1.2 Partes constituintes e terminologia
de uma instalação predial de esgotos sanitários ............................................ 129
5.1.3 Traçado das instalações de esgotos e ventilação.................................. 140
5.1.4 Dimencionamento................................................................................... 143

Capítulo 6 Projeto de instalações prediais de água pluvial..............163


6.1 Instalações prediais de águas pluviais............................................................. 164
6.1.1 Projeto..................................................................................................... 164
6.1.2 Partes constituintes e termos técnicos utilizados
em uma instalação predial de águas pluviais.................................................. 165
6.1.3 Dimensionamento................................................................................... 168
6.1.4 Calhas..................................................................................................... 171
6.1.5 Condutores Verticais............................................................................... 173
6.1.6 Condutores Horizontais........................................................................... 174

Capítulo 7 Projeto de instalações prediais de combate ao incêndio.. 179


7.1 Noções gerais de combate ao incêndio........................................................... 180
7.1.1 Classificação das edificações................................................................. 182
7.1.2 Proteção por extintores manuais e sobre rodas..................................... 186
7.1.3 Proteção por rede de hidrantes.............................................................. 190

Capítulo 8 Projeto de instalações prediais de gás...........................213


8.1 Projeto de instalações prediais de gás............................................................. 215
8.1.1 Pressões de utilização ........................................................................... 216
8.1.2 Instalação predial ................................................................................... 217
8.1.3 Exemplos de utilização do glp ............................................................... 219
8.1.4 Gás natural.............................................................................................. 219
8.1.5 Dimensionamentos ................................................................................ 220
8.1.10 Teste de estanqueidade ....................................................................... 235
Apresentação
Dois terços da população mundial vivem em condições precárias e
uma das primeiras providências para melhorar seu padrão de vida
é o aproveitamento racional dos recursos hídricos. Essas providên-
cias cabem ao engenheiro civil.

No capítulo I deste material, são abordadas as fórmulas para os


cálculos de encanamentos, bem como a forma de introduzir e rever
alguns conceitos de hidráulica.

No segundo e no terceiro capítulos são expostos os preceitos da


norma NBR-5626 que fixa as exigências e critérios para o dimen-
sionamento dessas canalizações de água fria.

O quarto capítulo é destinado a uma instalação predial de Água


Quente, que, após bem projetada, de acordo com a NBR- 7189/82,
destina-se a aparelhos de uso comum, com a finalidade de melho-
rar as condições de higiene e bem-estar de seus usuários.

No capítulo V, será abordada uma instalação predial de Esgotos


Sanitários, que visa atender às exigências mínimas de habitação,
fatores esses importantíssimos para a manutenção da qualidade
de vida, uma vez que estão diretamente relacionados à higiene,
àsegurança, à economia e ao conforto dos usuários.

No capítulo VI, é mostrado o projeto de instalação predial de


água pluvial, pois a água proveniente das chuvas é um dos prin-
cipais elementos que diminuem a durabilidade e danificam a boa
aparência das construções, portanto, daremos um destino ade-
quado a ela.

O capítulo VII aborda as instalações de proteção contra incêndios


que se fundamentam nos princípios da salvaguarda da vida e pro-
teção do patrimônio. Para finalizar, no capítulo VIII, é exposta a
instalação predial de G.L.P., o gás liquefeito de petróleo, que tem
sido empregado cada dia mais nos domicílios do Brasil.

Bons estudos!
Introdução – noções de
Capítulo
1
hidráulica

Natália michelan

Introdução
Há uma preocupação do homem, desde eras antes de Cristo,
em lidar convenientemente com a água, de modo a colocá-
la a seu serviço. Podemos imaginar o quão desconfortável
terá sido a vida de nossos antepassados, que viveram antes
que alguns dos equipamentos utilizados em Instalações
Hidráulicas fossem inventados.
Atualmente, o engenheiro tem à sua disposição tubulações
de diversos materiais, diâmetros e espessuras, além de
aparelhos e metais sanitários das mais variadas linhas e
modelos, cabendo-lhes decidir entre os mais convenientes
para cada caso específico.
Além disso, tem ao seu dispor diversas fórmulas para o cálculo
das perdas de carga nos condutos livres e forçados, além de
condutas normalizadas para a elaboração de projetos, execução
das obras e testes para recebimento das instalações.
Fica disponível, também, ao projetista as calculadoras
eletrônicas e os computadores pessoais, que lhe permitem
elaborar todos os cálculos necessários com a máxima rapidez
e precisão, dispensando a consulta a ábacos ou tábuas de
logaritmos, indispensáveis até há bem poucos anos, em
vista dos, até então terríveis, expoentes fracionários a que
se encontram elevados alguns dos fatores dessas fórmulas.
10 UNIUBE

Essas fórmulas para cálculos de encanamentos serão


apresentadas neste primeiro capítulo, como uma forma de
introduzir e rever alguns conceitos de hidráulica, pois são
base para o projeto de Instalações Hidráulicas e Sanitárias.

Objetivos
• Relembrar conceitos de Hidráulica.
• Relacionar os conceitos de hidráulica com as instalações
hidráulicas.
• Definir ligações prediais.

Esquema
• Pressão
• Carga
• Linha de Carga e Linha Piezométrica
• Perda de Carga
• Fórmulas de Manning-Strickler
• Ligações Prediais

1.1 Noções de hidráulica

1.1.1 Pressão

A pressão é definida como uma força exercida pelo fluido sobre


uma certa área. Como exemplo, consideremos um determinado
recipiente cheio d’água; nessa água, está imerso um cilindro com
uma determinada área, a qual chamamos de A, e determinada al-
tura, esta chamada de h, relacionando com a pressão que uma co-
luna de líquido exerce em uma superfície, nesta contém um líquido
com densidade determinada (d), conforme mostra a figura 1:
UNIUBE 11

Figura 1 – Recipiente cilíndrico de base A que contém um líquido a uma altura h

Fonte: adaptada de Vianna (1993).

Relacionando as unidades de medida, se 1m³ de água pesa 1000


kgf, uma vez que o peso específico da água é igual a = 1000 kgf /
m³, obtemos, então, que o peso do cilindro, denominado W, será:

Em que:

W = Peso do cilindro [kgf]

V = Volume do cilindro [m³]

= Peso específico [kgf / m³]

Como , temos:

No Sistema Internacional de Unidades (SI), utilizado para padroni-


zar as medidas, adotando-se que uma unidade do peso específico
da água é = 9800 N / m³, transformando, temos que 1 m³ de água
pesa 9800 Newtons (N). O cilindro apresenta-se em equilíbrio, en-
tão, existe uma força, denominada F, igual ao seu peso; essa força
12 UNIUBE

é exercida pela água sob base do cilindro. Podemos, assim, definir


a pressão como sendo a relação entre a força (F) e a área (A) sobre
a qual ela é aplicada, logo:

Substituindo-se:

Obtemos que:

Constata-se, portanto, que pressão não tem nada a ver com o peso
da água. A pressão, na realidade, só dependerá da altura da água
acima do ponto que está sendo considerado. Na figura a seguir,
observam-se pressões nos pontos (1), (2) e (3) que serão, respec-
tivamente, representadas pelas equações:

Figura 2 – Pressões em diferentes pontos

Fonte: adaptada de Vianna (1993).

Nos casos em que temos dois vasos comunicantes (figura 3) de


duas seções diferentes, a água que está no recipiente 1, cuja
UNIUBE 13

seção transversal é maior, acaba por manter-se em equilíbrio


com o recipiente 2, apesar da área da seção transversal desse
recipiente ser bem menor.

Figura 3 – Vasos comunicantes

Fonte: adaptada de Vianna (1993).

Podemos determinar que as pressões nos pontos (1), (2) e (3) se-
rão iguais entre si, assim, temos que:

Em algumas situações, há necessidade da instalação de uma bom-


ba, para que possa ser recalcada uma vazão, determinada de Q,
para o interior de um outro recipiente, o qual chamaremos de 1;
desse mesmo recipiente será recalcada a mesma vazão (Q) para
o interior do recipiente denominado 2, conforme mostra a figura 4.
Isso ocorre porque essa bomba trabalhará contra a mesma pres-
são, e não contra o peso da água de um ou de outro recipiente:
14 UNIUBE

Figura 4 – Pressão e peso da água

Fonte: adaptada de Vianna (1993).

Nas unidades de medidas que apresentam as normas de instala-


ções hidráulicas prediais, as pressões são sempre mencionadas
em quiloPascal ou em kPa.

Correlacionando as unidades de medidas, temos que um quilo-


Pascal corresponde a 1000 Pa, ou 10³ Pa. Por sua vez, 1 Pa é a
pressão que resulta da aplicação de uma força de 1 Newton (1 N)
sobre a área de 1 metro quadrado (1 m²). Anteriormente, vimos que
1 m³ de água pesa 9800 N ≈ 10000 N, para simplificar os cálculos.
Assim sendo, se for colocado, sobre uma superfície de 1 m², um
paralelepípedo de água, de altura de 1 m, ele terá volume de 1 m³ e
pesará, aproximadamente, 10000 N. Portanto, a pressão exercida
por esse peso sobre essa área será:

Temos que 10 kPa é o valor da pressão exercida por uma coluna


d’água de 1 m de altura, ou 1 kPa é o valor da pressão exercida por
uma coluna d’água de 0,10 m de altura.
UNIUBE 15

1.1.2 Carga

Um corpo ou um objeto possui uma quantidade de energia, a partir


dessa quantidade, podemos determinar a localização, porém de-
pende do referencial adotado.

Figura 5 – Energia potencial

Fonte: adaptada de Vianna (1993).

A energia potencial é denominada por uma energia que pode


ser armazenada em um sistema físico e tem a capacidade de
ser transformada em energia cinética, por exemplo, um corpo
de massa (m), situado a determinados metros (z) acima do refe-
rencial considerado (figura 5), possui, no mínimo, uma energia
() em relação a esse referencial, em que (g) é a aceleração da
gravidade no local. Essa energia é denominada energia poten-
cial, porque representa o potencial ou a capacidade, que esse
corpo possui de realizar um determinado trabalho.
16 UNIUBE

Figura 6 – Energias Potencial e Cinética

Fonte: adaptada de Vianna (1993).

Tomamos esse mesmo corpo como exemplo: em um dado instante,


ele encontra-se a uma altura (z), agora, em movimento, com uma
velocidade determinada de U, conforme mostra a figura 6. Nesse
caso, uma outra parcela soma-se à energia potencial do exemplo
anterior: a energia cinética, igual a .

Figura 7 – Energias Potencial, Cinética e de Pressão

Fonte: adaptada de Vianna (1993).

Ainda, podemos considerar uma partícula líquida, de massa (m),


de um fluido incompressível, figura 7, caso em que, quase sempre,
UNIUBE 17

pode ser enquadrada a água. Sobre ela existe uma coluna de água,
de altura (h), que exerce sobre a partícula uma pressão.

Sabemos que, se () for o peso específico do líquido, então, a pres-


são no ponto em que se situa a partícula será igual a:

Ou seja, há uma nova altura (h) transmitindo energia potencial à


partícula, de valor determinado por:

Temos que a energia total da partícula líquida será:

Podemos dividir todos os termos da equação anterior por (m .g) e,


assim, obteremos a expressão da energia dessa partícula, por uma
unidade de peso, conhecida por equação de Bernoulli:

Em que à energia por unidade de peso denominamos carga. Assim


sendo, a carga total da partícula será igual à somatória de três parcelas:

1 – A carga de posição = z

2 – A carga de pressão ou piezométrica =

3 – A carga de velocidade =
18 UNIUBE

1.1.3 Linha de Carga e Linha Piezométrica

Consideremos uma certa quantidade de água escoando no interior da


tubulação, conforme mostra a figura 8, e que essa massa líquida se
desloca, inicialmente, de posição 1 para a posição 2, e, posteriormen-
te, para a posição 3, executando todo esse trajeto sem perder energia,
pois desconsideraremos o fator atrito nesse deslocamento.

Nesse caso, a energia total, em relação ao plano de referência to-


mado, permanecerá inalterada em todas as três posições, ou seja:

Sendo que os termos , e têm dimensões de compri-


mento, isto é, cada um dos três é dado em metro. Pode-se, então,
ser construído o diagrama indicado na figura 8, no qual deve ser
observado que:

a. Em todas as seções (1), (2) e (3), a soma das cargas da partí-


cula é a mesma e igual a (H), ainda que variem os três termos.

Então, teremos que o é cada vez menor e que é, ini-


cialmente, pequeno, depois, cresce, porque a seção diminui
e, portanto, aumenta a velocidade. Posteriormente, decresce,
porque a seção aumenta novamente, diminuindo a velocida-
de. é, a princípio, grande, depois, diminui e, posteriormen-
te, volta a aumentar.

b. A linha traçada no gráfico (figura 8) acima de todas representa


a carga da partícula ao longo de todo o tubo e denomina-se
linha de carga.
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c. A linha traço-ponto, ainda na figura 8, que representa a soma


das parcelas e , denomina-se linha piezométrica, por-
que permite determinar o valor da pressão em cada seção.

Figura 8 – Mesma partícula nas posições 1, 2 e 3

Fonte: adaptada de Vianna (1993).

d. Se furado o tubo em qualquer seção e ali for colocada uma


mangueira transparente ascendente (figura 9), o nível d’água
em seu interior subirá até a linha piezométrica.

Figura 9 – Medida da pressão em um ponto no interior da tubulação

Fonte: adaptada de Vianna (1993).


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e. Se nesse mesmo furo for colocada uma mangueira transpa-


rente ascendente, porém com sua extremidade voltada contra
o sentido de escoamento (figura 10), então, o nível d’água
subirá até a linha de carga.

Figura 10 – Medida da pressão e carga de velocidade no interior da tubulação

Fonte: adaptada de Vianna (1993).

1.1.4 Perda de Carga

Quando a água escoa e suas partículas vão atritando entre si e,


também, com as paredes da tubulação, a água perde energia, ou
seja, há uma perda de carga.

Essa referida carga ou energia dissipada, na realidade, não se per-


de, transforma-se em calor, mesmo embora o aquecimento resul-
tante seja praticamente imperceptível. Porém, para efeitos práti-
cos, é considerado que ela, realmente, se perde.

Assim sendo, embora, a rigor, não seja correto falar em perda


de carga ou energia, essa expressão será utilizada ao longo
de todo o livro, por estar disseminada e aceita no meio técnico
(VIANNA, 1993).
UNIUBE 21

1.1.4.1 Perda de carga contínua

As perdas de carga da água escoando no interior de tubulações


funcionando sob pressão, ou escoando em canais, são denomina-
das contínuas, porque ocorrem ao longo de todo o comprimento
dessas canalizações (VIANNA, 1993).

Figura 11 – Perda de carga, linha de carga e linha piezométrica

Fonte: adaptada de Vianna (1993).

Na figura 11, estão representadas, graficamente, as linhas de car-


ga e piezométrica, que já incorporam as perdas de carga contínu-
as, ao longo da canalização. A linha de carga cai, uniformemente,
no sentido do escoamento da água, de modo que comprimentos
iguais da canalização perdem cargas iguais.

A linha piezométrica nessa figura é paralela à linha de carga, tendo em


vista que a velocidade não se altera, ou seja, a vazão é constante, a
área da seção reta da canalização é constante, logo, a velocidade é
constante e, consequentemente, o termo também é constante.

Segundo Vianna (1993), para o cálculo das perdas de carga, fo-


ram desenvolvidas muitas fórmulas empíricas das quais quatro são
22 UNIUBE

mostradas a seguir, sendo, respectivamente, três para as canalizações


destinadas à condução de água fria e uma para as de água quente:

• Fair-Whipple-Hsiao – Água Fria

Aplicável a tubos de diâmetro até 50 milímetros.

Aço carbono galvanizado

Cobre ou latão

• Hazen-Williams – Água Fria

Aplicável a tubos de diâmetro iguais ou superiores a 50 mm, cor-


respondente a (C = 100).

Aço carbono galvanizado

• Flamant – Água Fria

PVC

• Fair-Whipple-Hsiao – Água Fria


UNIUBE 23

Aplicável a tubos de diâmetro até 50 milímetros.

Cobre ou latão

A expressão final de perda de carga para as quatro fórmulas anteriores é:

Em que:

= Perda de carga

= Perda de carga que cada metro de canalização aplicará à água


em escoamento

= Comprimento da tubulação

= Vazão com que a água escoa

= Diâmetro da canalização

Embora as normas para projeto de Instalações Hidráulicas Prediais


recomendem a utilização das fórmulas empíricas, é importante que
tenhamos o conhecimento da denominada fórmula universal, ou de
Darcy-Weisbach, aplicável às canalizações funcionando à seção
plena, que tem para expressão:

Cujos termos ainda não definidos são:

= Coeficiente de perda de carga, adimensional, que pode ser ob-


tido por meio do Ábaco de Moody (figura 12).
24 UNIUBE

= Velocidade média de escoamento

= Aceleração da gravidade =

Figura 12 – Ábaco de Moody

Fonte: Vianna (1993, p. 11).


UNIUBE 25

A fórmula universal pode, também, ser expressa em função de (Q)


e (D), transformando-se em:

Em que:

= Coeficiente dado pela Tabela 1.

Todos os seus outros termos têm o mesmo significado e as mes-


mas dimensões que os das expressões empíricas.

Material
Aço Galvanizado 0,00122 a 0,0023
Cobre 0,00086 a 0,0010
Latão 0,00086 a 0,0012
Junta Roscada 0,00200 a 0,0030
PVC Junta Soldada 0,00180 a 0,0030
Junta Elástica 0,00130 a 0,0018
Revestido com Asfalto 0,00160 a 0,0023
Ferro Fundido
Revestido com Cimento 0,00130 a 0,0020
Mangueira Revestida com Borracha 0,001430

Tabela 1 – Fórmula universal - Coeficiente (para Tubos Novos)

Fonte: Vianna (1993, p. 10).

1.1.4.2 Perda de Carga Localizada

O escoamento em uma tubulação pode exigir a passagem do flui-


do por meio de vários acessórios, curvas ou mudanças súbitas
de área. Perdas de carga são encontradas, sobretudo, devido à
26 UNIUBE

separação do escoamento (LOUREIRO, 2016).

Portanto, curvas, joelhos, tês, registros, entradas e saídas das ca-


nalizações produzem perdas de carga localizadas.

Existem vários métodos para a determinação da perda de carga


localizada. Um deles é o dos comprimentos virtuais, que se baseia
na substituição da peça especial ou da conexão, apenas para efei-
to de cálculo, por um certo comprimento virtual de tubo, com o mes-
mo diâmetro do conduto em análise, capaz de provocar a mesma
perda de carga ocasionada pela peça substituída.

As tabelas 2 e 3 mostram os comprimentos virtuais para diversos


elementos em PVC e ferro maleável.

Tabela 2 – Perdas Localizadas – Comprimentos


Equivalentes de Tubulação em PVC ou Cobre

Continuação...
UNIUBE 27

Continuação...

Fonte: Manual... (2002).

OBSERVAÇÃO: Os diâmetros internos e externos indicados são


aplicáveis somente a tubulações de PVC rígido.

Dessa forma, por exemplo, a tabela 2 informa que introduzir em


uma canalização de PVC, com diâmetro de 85 mm, um registro de
globo aberto, é equivalente a acrescentar mais de 40 metros de
tubulação no sistema original.
28 UNIUBE

Tabela 3 – Perdas Localizadas - Comprimentos Equivalentes


de Conexões em Ferro e Aço Galvanizado

Fonte: Manual... (2002).


UNIUBE 29

OBSERVAÇÃO: Os valores indicados para registro de globo apli-


cam-se, também, às torneiras, válvulas para chuveiros e válvulas
de descarga.

1.1.5 Fórmula de Manning-Strickler

A fórmula universal das perdas de carga, ou fórmula de Darcy-


Weisbach, apresentada no item 4.1, para canalizações de seção
circular funcionando completamente cheia (à seção plena), é:

Essa fórmula não é aplicável nos casos de canalizações parcialmente


cheias ou de canais de seção não circular. Porém, realizando algu-
mas adaptações e transformações, é possível obter, a partir dela, uma
expressão adequada a esses casos. A primeira delas diz respeito à
conceituação do denominado raio hidráulico, ilustrado na figura 13.

(a) Seção Circular (b) Seção Retangular (c) Seção Trapezoidal

Figura 13 – Determinação do Raio Hidráulico

Fonte: adaptada de Vianna (1993).


30 UNIUBE

Assim definido:

A intenção dessa conceituação é a de se obter um parâmetro, ade-


quado a qualquer forma de seção de escoamento, que substitua o
diâmetro na fórmula universal, de modo que ela possa ser reescrita:

Considerando, então, a figura 14, que mostra um conduto de de-


clividade , escoando uma vazão de água, imaginemos que essa
vazão seja constante e que o nível d’água no interior do conduto é
o mesmo ao longo de toda sua extensão.

Figura 14 – Água Escoando em Conduto em Declividade

Fonte: adaptada de Vianna (1993).


UNIUBE 31

Se a seção for constante ao longo de toda a extensão , a velo-


cidade da água também será. Assim, a linha de carga efetiva será
paralela ao nível d’água e ao fundo do canal.

Dessa maneira, a perda de carga no trecho 1-2 será igual ao


desnível do fundo do canal nesse mesmo trecho.

Além disso, para as declividades usuais de projeto, tem-se, aproximada-


mente, . A fórmula universal pode, dessa forma, ser reescrita:

A relação é nossa conhecida e a denominamos declividade do conduto.

Quanto à relação ,, os tratados de hidráulica costumam de-


nominá-lo pela letra . Assim sendo, obtemos a expressão:

Conhecida como fórmula de Chézy e que pode, ainda, ser escrita:

Em que: S é a área molhada e, no caso da figura 14, teria para a


expressão

Diversos estudiosos procuraram determinar experimentalmente o valor


de .. São famosos os estudos de Ganguilet-Kutter, Bazin e Manning-
Strickler. Esses últimos autores, Manning-Strickler, determinaram:
32 UNIUBE

Em que: é o coeficiente de rugosidade, que depende das carac-


terísticas da superfície interna do conduto, sendo que a norma vi-
gente recomenda a adoção dos valores reproduzidos na tabela 4.

Tabela 4 – Coeficiente de Rugosidade

Material n

Plástico, fibrocimento, aço, metais não ferrosos 0,011

Ferro fundido, concreto alisado, alvenaria revestida 0,012

Cerâmica, concreto não alisado 0,013

Alvenaria de tijolos não revestida 0,015


Fonte: Vianna (1993, p. 16).

A fórmula de Chézy com o coeficiente de Manning-Strickler pode


ser escrita assim:

Em que:

Vazão de projeto

Área da seção molhada

Coeficiente de rugosidade
UNIUBE 33

Raio Hidráulico

Declividade

Se desejar obter a vazão em , então, a expressão anterior deve


ser reescrita:

Em que:

Vazão de projeto

Área da seção molhada

Coeficiente de rugosidade, ver tabela 4.

Raio Hidráulico

Perímetro molhado, em

Declividade

1.1.6 Ligações Prediais

Para fornecer uma ligação predial, a concessionária executa um


furo na rede de distribuição e introduz nesse furo a ponta da tubu-
lação que abastecerá o prédio a ser atendido. Essa tubulação pros-
segue, então, até o medidor de consumo, chamado hidrômetro.
Após passar pelo hidrômetro, a água está à disposição do usuário.

A figura 15 reproduz as instruções fornecidas pela concessionária


do serviço de água Copasa (Companhia de Saneamento do Estado
de Minas Gerais) para quem deseja uma ligação predial.
34 UNIUBE

Figura 15 – Ligação Predial – Instruções para Instalações do Padrão Cavalete

Fonte: Copasa (2016).

Em que:

A - Para a instalação predial, utilize o material adequado, de manei-


ra a evitar vazamentos. Não recomendamos o uso de mangueiras.

B - O tubo de ferro galvanizado deve ter 60 cm, sendo 40 cm acima


do piso e o restante enterrado e fixado na base de concreto.

C - O tubo (gabarito) deve ficar perfeitamente nivelado. Esse tubo


será, posteriormente, substituído pelo hidrômetro.
UNIUBE 35

D - O tubo de ferro galvanizado deve ter 75 cm, sendo 40 cm acima


do piso e o restante enterrado e fixado na base de concreto.

E - O padrão deve ter um afastamento de, no máximo, 1,50 m (um


metro e meio) em relação à testada do lote (muro de frente).

F- A tubulação que vai até o passeio deve ser de PEAD (Polietileno


de alta densidade), flexível, cor azul, DN 20.

G - Deixe a ponta do tubo PEAD no passeio (tubo de espera), com


uma distância de 25 cm para fora da testada do lote (muro de fren-
te) e a 38 cm de profundidade, para receber a ligação. Você deve
arrolhar a ponta com bucha de papel e cobrir com terra, até que
seja executada a ligação.

H - Deve ser utilizada uma das divisas laterais do lote para a insta-
lação do padrão.

Observe que, de acordo com essas instruções, as instalações pre-


diais de água fria efetivamente têm início na caixa do hidrômetro e
daí para dentro.

O sistema comercial dessa companhia fornece aos interessados as


informações reproduzidas pela tabela 5, relativas aos diâmetros a
serem utilizados no ramal predial a abastecer.
36 UNIUBE

Tabela 5 – Dimensionamento de Ligações/Hidrômetro

Diâmetro da Volume máximo Hidrômetro


Número de
ligação a ser recomendado Capacidade
economias Diâmetro Código Virada
negociado [m3/mês] [m³/hora]
01 a 04 ½” 0 a 135 ½” 1,5 A 9999
05 a 09 ½” 136 a 270 ½” 3 B 9999
10 a 15 ¾” 271 a 450 ¾” 5 C 9999
16 a 21 1” 451 a 630 1” 7 D ♯9999
22 a 30 1” 631 a 900 1” 10 E ♯9999
31 a 60 1 ½” 901 a 1800 1 ½” 20 F 9999
61 a 90 2” 1801 a 2700 2” 30 G 99999
2” 2701 a 9000 2” 300 H 999999
C o n t r a t o 3” 9001 a 33000 3” 1100 I 999999
específico 4” 33001 a 54000 4” 1800 J 999999
6” 54001 a 120000 6” 4000 K 999999
Observações:

- Acima de 60 economias, ou seja, hidrômetro ≥ 2” com capacidade 1800 m³/mês a Copasa MG en-

carregará de montar o padrão e apurar os custos operacionais, que serão ressarcidos pelos usuários.

- Conforme CM 06/91 DRFC, as ligações com diâmetro ≥ 1 ½” serão precedidas de contrato.

♯ Existem hidrômetros com virada 99999

Fonte: Vianna (1993, p. 17).

O diâmetro varia com o número de economias desse prédio. As


concessionárias denominam economia a cada apartamento, sala
ou loja do prédio, ou seja, a cada uma de suas unidades residen-
ciais ou comerciais.

1.1.7 Conclusão

No estudo das Instalações Hidráulicas, devemos conhecer as prin-


cipais atribuições da hidráulica, pois esse conhecimento faz parte
do planejamento e da execução de obras ligadas aos diversos usos
UNIUBE 37

dos recursos hídricos, atendendo às necessidades básicas da po-


pulação e possibilitando melhorias na saúde pública e, também,
nas atividades econômicas. O conhecimento a respeito desse as-
sunto faz parte da formação básica do Engenheiro Civil.

Assim, dedicamo-nos, aqui, a estudar o comportamento dos líqui-


dos em movimento, ou seja, os conhecimentos das leis que regem
o transporte, a conversão de energia, a regulagem e o controle do
fluido agindo sobre suas variáveis.

Pesquisas têm mostrado que a hidráulica vem se destacando e ga-


nhando cada vez mais espaço. O engenheiro civil planeja o sistema
de abastecimento de água e o de esgoto dos prédios, determinando
os materiais mais adequados, como encanamentos e tubulações.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO.

PORTO, Rodrigo de Melo. Hidráulica Básica. Disponível em: <ht-


tps://www.passeidireto.com/arquivo/3539808/hidraulica-basica--
-rodrigo-porto---4-edicao>. Acesso em: 28 fev. 2016.

PARADA PARA REFLEXÃO


• Um dos principais causadores de problemas ou rom-
pimentos em instalações hidráulicas é o chamado “golpe de
aríete”, causado pelo aumento de pressão momentânea de-
vido à abertura para grande fluxo de água e fechamento brusco.

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre os assuntos abordados, confira:


38 UNIUBE

VIANNA, Marcos Rocha. Instalações Hidráulicas Prediais. Belo


Horizonte: Instituto de Engenharia Aplicada - IEA, 1993.

SINTETIZANDO

Todas as fórmulas apresentadas neste caderno são importantes


para o Engenheiro Civil no que rege ao ramo da Recursos Hídricos.

DICAS

Aula 1 – Introdução à Hidráulica Básica. Disponível em: <https://www.


youtube.com/watch?v=6GKlKqZw6lk>. Acesso em: 28 fev. 2016.
Instalações de água fria –
Capítulo
2
parte 1

Natália michelan

Introdução
Os conhecimentos em Hidráulica e Desenho Técnico são indispensáveis
no aproveitamento adequado das técnicas de projeto e dimensionamento
das instalações hidráulicas prediais. Apesar de não constar como pré-
requisito, exige-se do aluno conhecimento prévio em Resistência dos
Materiais, Teoria das Estruturas, Materiais de Construção e Hidrologia
Básica, necessário para aprimorar as técnicas de projeto.
A noção espacial é fundamental no dimensionamento das instalações,
porque as canalizações das instalações de água fria não devem ser locadas
no mesmo ponto das canalizações de esgoto, águas pluviais etc. Se a
canalização for embutida, é preciso ter noção das dimensões da parede e
das canalizações para cruzar, sobrepor ou, simplesmente, atravessar.
A noção teórica necessária está no domínio das equações fundamentais
da hidráulica, como manometria, continuidade, Bernoulli, energia,
quantidade de movimento, perda de carga. Além dessas, as equações
experimentais, como de Darcy-Weissbach, Hazen-Williams, Flammant,
Fair-Whipple-Hsiao, Manning, e outras noções, como perda localizada,
comprimento equivalente, cavitação, associação de bombas, são
requisitos indispensáveis no projeto e dimensionamento.
Para cada modalidade de instalação, são exigidos conhecimentos
específicos para projetar adequadamente. O projeto adequado deve
ser funcional e racional ao mesmo tempo, traduzindo com eficiência o
funcionamento e a economia na execução.
Objetivos
• Aprender técnica de instalações de uma rede de água fria.
• Listar as etapas para execução do projeto.
• Reconhecer a importância de cada etapa.
Esquema
• Etapas de projeto.
• Sistema de distribuição
• Partes constituintes de uma instalação predial de
água fria
• Considerações gerais de projeto
• Dimensionamento de reservatórios

2.1 Instalações de água fria – parte 1

Uma instalação predial de água fria (temperatura ambiente) cons-


titui-se no conjunto de tubulações, equipamentos, reservatórios e
dispositivos, destinados ao abastecimento dos aparelhos e pon-
tos de utilização de água da edificação, em quantidade suficiente,
mantendo a qualidade da água fornecida pelo sistema de abasteci-
mento (CARVALHO JÚNIOR, 2013).

É imprescindível a consulta e a utilização da NBR-5626/1998 e de


outras normas, pois essas regem toda a sistematização dos quesi-
tos do projeto de instalações hidráulicas de água fria.

Para uma instalação hidráulica predial de Água Fria estar bem projetada,
é necessário que o fornecimento de água aos usuários seja contínuo e
em quantidade suficiente, armazenando o máximo a um custo mais baixo
possível e minimizando ao máximo os problemas decorrentes da inter-
rupção do funcionamento do sistema público, sempre tomando o cuidado
com a preservação da qualidade da água fornecida.
UNIUBE 41

As grandezas estudadas em Hidráulica, as pressões e as velocida-


des limitam-se a valores adequados para evitar vazamentos e/ou
ruídos indesejáveis.

A instalação predial de água fria é independente dos outros sistemas,


como observamos na figura 16, que mostram os sistemas de distribui-
ção de água de abastecimento e os sistemas de esgotamento de água
servida e águas pluviais de uma malha urbana com as instalações
hidráulicas prediais confinadas em cada lote que compõe a quadra.

água de abastecimento
águas pluviais

edificação

esgoto

Figura 16 - Sistema hidráulico existente externamente ao limite do terreno

Fonte: Gebara (2016).

Dentro de uma edificação existem várias áreas de utilização de


água e geração de esgoto, também, haverá vários pontos de coleta
de águas pluviais na cobertura da edificação (figura 17).
42 UNIUBE

Figura 17 - Planta geral de uma edificação e suas di-

versas áreas de utilização de água

Fonte: Gebara (2016).

Em uma edificação, podemos ter várias áreas de utilização de


água, na figura 18 é mostrada, em detalhes, uma das áreas de
utilização de água em uma edificação.

Figura 18 - Detalhe de uma área de utilização

Fonte: Gebara (2016).


UNIUBE 43

2.1.1 ETAPAS DE Projeto

1.1 Concepção do projeto: é a etapa mais importante do


projeto, pois são definidos nessa fase o tipo do prédio, os
pontos de utilização, o sistema de abastecimento, a distri-
buição, a localização dos reservatórios etc.

1.2 Determinação das vazões.

1.3 Dimensionamento: memorial descritivo e justificativo,


cálculos, normas de execução, especificação de materiais
e equipamentos utilizados, plantas, esquemas hidráulicos,
desenhos isométricos, relação de materiais.

2.1.2 Sistema de Distribuição

Existem quatro tipos de sistema de distribuição de água fria, em que


cada um apresenta vantagens e desvantagens em sua utilização,
as quais devem ser analisadas pelo projetista, conforme a realida-
de local e as características do edifício em que está trabalhando.

2.1.3 Sistema Direto

O abastecimento das peças de utilização é feito diretamente com


água da rede de distribuição sem reservação (figura 19).

Figura 19 - Sistema de distribuição direto

Fonte: Gebara (2016).


44 UNIUBE

As vantagens são: água de melhor qualidade; maior pressão dispo-


nível; menor custo de instalação.

As desvantagens são: falta de água no caso de interrupção; grande varia-


ção de pressão ao longo do dia; limitação de vazão; maior consumo etc.

2.1.4 Sistema Indireto

O abastecimento das peças de utilização é feito por meio de re-


servatório de armazenamento da edificação (figura 20), podendo,
ainda, fazer o uso de uma bomba (figura 21).

Figura 20 - Sistema de distribuição indireto

Fonte: Gebara (2016).


UNIUBE 45

Figura 21 - Sistema de distribuição indireto com bombeamento

Fonte: Gebara (2016).

As vantagens são: fornecimento de água contínuo; pequena varia-


ção de pressão nos aparelhos; golpe de aríete desprezível; permite
a instalação de válvula de descarga; menor consumo de água.

As desvantagens são: possibilidade de contaminação da água re-


servada; menores pressões; maior custo de instalação.

2.1.5 Sistema Misto

Algumas peças de utilização são ligadas com águas provenientes da


rede e outras do reservatório ou de ambos. Normalmente, pias de co-
zinha, lavatórios e chuveiros têm duas alimentações (figura 22).
46 UNIUBE

cx.água

cavalete

rede pública

Figura 22 - Sistema de distribuição misto

Fonte: Gebara (2016).

As vantagens são: água de melhor qualidade; fornecimento contí-


nuo de água; permite a instalação de válvula de descarga.

A desvantagem: fica por conta do maior custo de instalação.

2.1.6 Hidropneumático

Os pontos de utilização são abastecidos por um conjunto pressuri-


zador, sem reservação especial (figura 23).
UNIUBE 47

Manômetro Pressostato

Chave Magnética
Chave Trifásica

Controlador de Volume de Ar
visor
de Vidro

Tanque
Rede Elétrica

Distribuição Vacuômetro
Recalque

Bomba
Sucção
Dreno

Reservatório

Figura 23 - Sistema hidropneumático

Fonte: Gebara (2016).

2.1.7 Partes Constituintes de uma


Instalação Predial de Água Fria

De acordo com a NBR-5626, são definidas as partes constituintes


de uma instalação predial de água fria (figura 24):

1. ALIMENTADOR PREDIAL: tubulação compreendida entre o ramal


predial e a primeira derivação ou válvula de flutuador de reservatório.

2. AUTOMÁTICO DE BÓIA: dispositivo instalado no interior de


um reservatório para permitir o funcionamento automático da
instalação elevatória entre seus níveis operacionais extremos.

3. BARRILETE: conjunto de tubulações que se origina no reser-


vatório e do qual se derivam as colunas de distribuição.

4. COLUNA DE DISTRIBUIÇÃO: tubulação derivada do barrilete


e destinada a alimentar ramais.
48 UNIUBE

5. EXTRAVASOR: tubulação destinada a escoar os eventuais


excessos de água dos reservatórios e das caixas de descarga.

6. INSTALAÇÃO ELEVATÓRIA: conjunto de tubulações, equi-


pamentos e dispositivos destinados a elevar a água para o
reservatório de distribuição.

7. LIGAÇÃO DE APARELHO SANITÁRIO: tubulação compreen-


dida entre o ponto de utilização e o dispositivo de entrada no
aparelho sanitário.

8. PEÇA DE UTILIZAÇÃO: dispositivo ligado a um sub-ramal


para permitir a utilização da água;

9. PONTO DE UTILIZAÇÃO: extremidade de jusante do sub-ramal.

10. RAMAL: tubulação derivada da coluna de distribuição e des-


tinada a alimentar os sub-ramais.

11. RAMAL PREDIAL: tubulação compreendida entre a rede pú-


blica de abastecimento e a instalação predial.

12. REDE PREDIAL DE DISTRIBUIÇÃO: conjunto de tubula-


ções constituído de barriletes, colunas de distribuição, ramais
e sub-ramais, ou de alguns desses elementos.

13. RESERVATÓRIO HIDROPNEUMÁTICO: reservatório para ar e


água destinado a manter sob pressão a rede de distribuição predial.

14. RESERVATÓRIO INFERIOR: reservatório intercalado


entre o alimentador predial e a instalação elevatória,
destinada a reservar água e a funcionar como sucção da
instalação elevatória.
UNIUBE 49

15. RESERVATÓRIO SUPERIOR: reservatório ligado ao ali-


mentador predial ou à tubulação de recalque, destinado a ali-
mentar a rede predial de distribuição.

16. SUB-RAMAL: tubulação que liga o ramal à peça de utiliza-


ção ou à ligação do aparelho sanitário.

17. TRECHO: comprimento de tubulação entre duas deriva-


ções ou entre uma derivação e a última conexão da coluna
de distribuição.

18. TUBULAÇÃO DE RECALQUE: tubulação compreendida en-


tre o orifício de saída da bomba e o ponto de descarga no
reservatório de distribuição.

19. TUBULAÇÃO DE SUCÇÃO: tubulação compreendida entre


o ponto de tomada no reservatório inferior e o orifício de en-
trada da bomba.

20. VÁLVULA DE DESCARGA: válvula de acionamento manual


ou automático, instalada no sub-ramal de alimentação de ba-
cias sanitárias ou de mictórios, destinada a permitir a utiliza-
ção da água para suas limpezas.
50 UNIUBE

Reservatório Superior

Extravasor
ou Ladrão
Chave
Bóia

Dreno

Barrilete

Coluna de Distribuição

Tubo de Recalque Ramais de Distribuição

Ramais de Distribuição

Ramais de Distribuição

Conjunto Moto-Bomba
Conjunto de Recalque

Tubo de Sucção
Hidrômetro

Cavalete

Alimentador
Predial
Ramal Predial Reservatório Inferior

Rede Pública

Figura 24 - Partes constituintes de uma instalação predial de água fria

Fonte: Gebara (2016).

2.1.8 Considerações Gerais dO projeto

2.1.8.1 Materiais e Pressão

De acordo coma NBR-5626, os tubos e as conexões que consti-


tuem uma instalação predial de água fria podem ser de aço gal-
vanizado, cobre, ferro fundido (fofo), PVC ou de outro material, de
tal modo que satisfaça a condição de a pressão de serviço não ser
superior à pressão estática no ponto considerado, somada à sobre-
pressão devido ao golpe de aríete.

sobrepressão : <20m.c.a (200kPa)

pressão estática mínima : <40m.c.a (400kPa)

pressão mínima de serviço : >0,5m.c.a (5kPa)


UNIUBE 51

Quem provoca valores elevados de sobrepressão em uma instala-


ção de água fria, geralmente, é a válvula de descarga, dessa ma-
neira, a NORMA recomenda a não utilização dessa. Caso neces-
sário, recomenda-se que seja dimensionada uma coluna exclusiva
para atender às válvulas de descarga.

2.1.8.2 Velocidade

Não poderá a canalização ter velocidade superior a ou 2,5 m/s, a


fim de não se produzirem ruídos excessivos. Quanto à velocidade
mínima, nada se recomenda.

2.1.9 Retrossifonagem

O refluxo de águas servidas, poluídas ou contaminadas para o sis-


tema de consumo, em decorrência de pressões negativas, denomi-
na-se retrossifonagem (figura 25).

Quase todos os aparelhos sanitários são capazes de possibilitar a


ocorrência desse refluxo. No entanto, hoje em dia, face aos avan-
ços tecnológicos, pode ocorrer com mais frequência somente em
vasos sanitários e bidês. Para que seja evitado tal problema, a
NBR-5626 apresenta as seguintes recomendações, no caso de se
ter um sistema indireto por gravidade:

1. Os aparelhos passíveis de provocar retrossifonagem podem


ser instalados em coluna, barrilete e reservatório comuns a
outros aparelhos ou peças, desde que seu sub-ramal esteja
protegido por dispositivo quebrador de vácuo, nas condições
previstas para sua instalação.

2. Os aparelhos passíveis de provocar retrossifonagem podem ser


instalados em coluna, barrilete e reservatório comuns a outros
52 UNIUBE

aparelhos ou peças, desde que a coluna seja dotada de tubula-


ção de ventilação, executada com as seguintes características:

• Ter diâmetro igual ou superior ao da coluna de onde se deriva.

• Ser ligada à coluna à jusante do registro de passagem existente.

• Haver uma tubulação de ventilação para cada coluna que ser-


ve ao aparelho passível de provocar retrossifonagem.

• Ter sua extremidade livre acima do nível máximo admissível


do reservatório superior.

Figura 25 - Retrossifonagem

Fonte: Gebara (2016).

3. A alimentação do sub-ramal, que alimenta aparelhos passí-


veis de provocarem retrossifonagens, deve ser feita de um
ponto da coluna no mínimo a 0,40 m acima da borda de trans-
bordamento do aparelho servido.
UNIUBE 53

2.1.10 Estimativa de Consumo

Nas instalações prediais de água fria, deverão ser considerados os


consumos ou as vazões relacionadas da seguinte forma:

Consumo médio diário (CD) = valor médio do volume de água a ser


utilizado na edificação em 24 horas.

Esse valor é utilizado no dimensionamento do ramal predial, hidrômetro, ra-


mal de alimentação, conjunto moto-bomba para recalque e reservatórios.

A estimativa desse volume é feita com a utilização do consumo “per


capita” para diferentes tipos de ocupações atribuídas à edificação.

Tabela 6 - Estimativa de Consumo Diário de Água

Tipo da Edificação Unidade Consumo (litro / dia)


Apartamento per capita 200
por dormitório 300 - 400
Apartamento Luxo
por qto. de empregada 200
Residência Luxo per capita 300 - 400
Residência Médio Valor per capita 150
Residência Popular per capita 120 - 150
Alojamento Provisório Obra per capita 80
Apartamento de Zelador per capita 600 - 1000
Edifício de Escritório por ocupante real 50 - 80
Escola - Internato per capita 150
Escola - Externato por aluno 50
Escola – Semi-Internato por aluno 100
Hospital e Casa de Saúde por leito 250
Hotel c/ Cozinha, Lavanderia por hóspede 250 - 350
Hotel s/ Cozinha, Lavanderia por hóspede 120
Lavanderia por kg de roupa seca 30
Quartel por soldado 150
Cavalaria por cavalo 100
Restaurante por refeição 25
54 UNIUBE

Mercado por m2 de área 5


Garagem e Posto de Serviço por automóvel 100
Rega de Jardim por m2 de área 1,5
Cinema e Teatro por lugar 2
Igreja por lugar 2
Ambulatório per capita 25
Creche per capita 50
Fábrica - Uso Pessoal por operário 70 - 80
Fábrica c/ Restaurante por operário 100
Usina de Leite por litro de leite 5
por animal de grande 300
Matadouro
por animal de pequeno 150
Fonte: adaptada de Macintyre (1982).

O consumo diário poderá ser calculado utilizando a equação dada


a seguir:

Em que:

= população ocupante da edificação.

A população ocupante poderá ser calculada utilizando os seguintes


critérios:

1o critério: 5 pessoas por unidade residencial, caso de residência


térrea.

2o critério: 2 pessoas por dormitório + 1 pessoa por dormitório de


empregada, em caso de prédios de apartamentos.

3o critério: código de obra de São Paulo, baseado em lotação máxi-


ma de ocupação das edificações, como segue:

• Escritório: 1 pessoa / 9 m2
UNIUBE 55

• Lojas: 1 pessoa / 3 m2

• Depósitos: 1 pessoa / 10 m2

• Oficinas: 1 pessoa / 9 m2

• Hotéis: 1 pessoa / 15 m2

• Hospitais e consultórios: 1 pessoa / 15 m2

• Escolas: 1 pessoa / 15 m2

Para ilustrar essa questão, será dimensionado um edifício que ser-


virá de exemplo piloto de dimensionamento de todas as etapas de
uma instalação hidráulica predial.

Dados: Um edifício residencial de apartamento:

1. N0 de pavimentos: 8

2. N0 de apartamento por andar: 2

3. N0 de dormitórios por apartamento: 2

Utilizando a equação do consumo diário e substituindo o valor encon-


trado na Tabela 6, consumo “per capita” para apartamento, tem-se:

A população é estimada por meio do 2o critério, resultando em:


56 UNIUBE

Então:

2.1.11 Ramal Predial e Cavalete

O dimensionamento do ramal predial é feito utilizando-se o consumo diá-


rio do imóvel e a pressão disponível da rede de distribuição no local.

O diâmetro mínimo da ligação é 3/4” (20 mm) para residências e


pequenos edifícios. Normalmente, os ramais prediais são dimen-
sionados pelas companhias concessionárias de água e esgoto que
operam no local. Mas a estimativa do diâmetro do ramal predial
pode ser facilmente feita a partir dos seguintes dados:

• Pressão mínima disponível na rede.

• Cota do ponto de alimentação do reservatório inferior ou su-


perior, em relação à cota da rede pública.

• Consumo diário médio estimado para o prédio, para distri-


buição indireta.

A velocidade média da água no alimentador predial deverá estar


entre 0,60 m/s e 1,0 m/s, segundo a norma NBR 5626.

Utilizando os dados do exemplo piloto, tem-se:


UNIUBE 57

Aplicando a continuidade , o diâmetro poderá ser calculado por:

Considerando a velocidade de escoamento igual a 0,6 m/s, tem-se:

O hidrômetro e o cavalete serão do mesmo diâmetro do alimenta-

dor predial.

2.1.12 Dimensionamento de Reservatórios

Normalmente, reserva-se, no mínimo, o equivalente ao consumo diá-


rio , mas é recomendado pela norma NBR - 5626 volume de reserva-
ção entre . Além disso, deve-se reservar água para combater incêndio.

2.1.13 Distribuição do Volume de Armazenamento

A distribuição normal de volume de armazenamento recomendada é:

A reserva de incêndio deverá ser armazenada, na sua totalidade,


somente em um dos reservatórios.

Outros critérios de divisão de volume de armazenamento podem


ser adotados, por exemplo:
58 UNIUBE

Ou

Se, após a divisão, a capacidade de reservação em cada reser-


vatório ultrapassar 5 m3, o reservatório deve ser compartimentado
em, pelo menos, duas câmaras.

Para cada compartimento do reservatório, devem ser previstas as


seguintes tubulações:

• Alimentação .

• Saída para barrilete de distribuição da água de consumo .

• Saída para barrilete de incêndio .

• Extravasor ou ladrão .

• Limpeza ou dreno .

• Suspiro .

• Sucção para o conjunto moto-bomba de recalque para o

• Sucção para o conjunto moto-bomba de incêndio .


UNIUBE 59

A norma recomenda que todo excesso do seja armazenado no

DIMENSIONAMENTO DOS RESERVATÓRIOS, UTILIZANDO OS


DADOS DO EXEMPLO PILOTO

Para , armazenando , tem-se,

Volume de reservação:

Com esse volume dividido nos reservatórios, obtém-se:

Os valores anteriormente calculados são os volumes úteis de ope-


ração dos reservatórios. A eles devem ser somados a reserva de
incêndio e/ou o volume de limpeza.

2.1.14 Dimensões e detalhamento do reservatório inferior

Respeitando as áreas previstas ou livres no projeto arquitetônico


da edificação, pode-se calcular:

Volume por compartimento:

Como não há restrição de dimensão na planta de subsolo, adotam-


se as seguintes dimensões:

• Largura = 2,95 m

• Comprimento = 2,50 m

Altura útil do reservatório, ,,


60 UNIUBE

Adota-se uma altura de limpeza para acúmulo de lodo de , para evitar


a entrada de impurezas do reservatório no sistema de distribuição.

A perspectiva do reservatório inferior está apresentada na figura 26


e o detalhamento nas figuras 27 e 28.

Valvula
de Retenção

Registro de Gaveta

Conjunto
de Recalque

Aberturas para
Inspeção

Alimentador Predial Boia Boia

Valvula de Pé
e Crivo

Reservatório Inferior

Figura 26 - Perspectiva do reservatório inferior

Fonte: Gebara (2016).


UNIUBE 61

Sucção Sucção
0,10 0,10 0,10
B B

0,10
Dreno Dreno
Estravasor Estravasor

Valvula de pé Valvula de pé
e crivo e crivo

0,60 0,60
Projeção da inspeção Projeção da inspeção
Boia Boia
0,60

0,10
Alimentador predial

Figura 27 - Planta do reservatório inferior

Fonte: Gebara (2016).

Inspeção

0,10
Alimentador >0,15
<0,05 Nível max. >0,05
Boia Extravasor

H Volume útil

Nível min. Sucção

Hvar Reserva de incêndio/ limpeza


0,10
R.G.
Valv.pé e crivo
Dreno
Canaleta
de limpeza

Figura 28 - Corte do reservatório inferior

Fonte: Gebara (2016).


62 UNIUBE

2.1.15 Dimensões e detalhamento do reservatório superior

No dimensionamento do reservatório superior, devem-se levar em con-


ta as restrições arquitetônica e estrutural da edificação. Normalmente,
o profissional reserva área específica para localização do reservatório.

Das plantas e dos cortes da edificação, pode-se dimensionar o , o


cálculo da altura útil de armazenamento, ,, para um volume de
3,84 m3, por câmara e dimensões de 2,50 m de comprimento, por
1,40 m de largura, tem-se, então:

Considerando todo volume de reserva de incêndio armazenado so-


mente no , estimado em torno de 15000 L (o cálculo desse volume
será feito quando tratarmos de instalações prediais de combate a
incêndio), tem-se a altura da reserva de incêndio, ,

Adotado:

O detalhamento do reservatório superior é apresentado nas fi-


guras 29 e 30.
UNIUBE 63
0,10 L 0,10

0,10

INSPEÇÃO
0,60
INCÊNDIO DRENO

R,G, DISTRIBUIÇÃO b

0,60 EXTRAVASOR
BOIA
RECALQUE
0,10

BOIA
0,60 EXTRAVASOR
R,G,
DISTRIBUIÇÃO b
INSPEÇÃO
INCÊNDIO DRENO

0,10

Figura 29 - Planta do reservatório superior

Fonte: Gebara (2016).


0,10 0,10 0,10 0,10

INSPEÇÃO 0,10
R.G. 0,10

>0,15
<0,05 Nível Máximo de Operação >0,05
RECALQUE
BOIA(Chave Automática)

EXTRAVASOR

Hutil VOLUME ÚTIL

BOIA(Chave Automática)
Nível Mínimo de Operação

Hvar LIMPEZA / INCÊNDIO

0,10
R.G. R.G. R.G.

INCÊNDIO DISTRIBUIÇÃO DRENO

Figura 30 - Corte longitudinal do reservatório superior

Fonte: Gebara (2016).


2.1.16 Conclusão

A distribuição de água para os pontos de consumo predial será feita


dos reservatórios superiores, por meio do sistema de tubulações, para
os diversos pontos de consumo da edificação, mediante a tubulação.
64 UNIUBE

Diante do exposto, neste capítulo, vimos parte inicial dos proce-


dimentos importantes para o dimensionamento de instalações hi-
dráulicas prediais de Água Fria. Devemos nos atentar para o fato
de que, no capítulo seguinte, daremos continuidade ao assunto,
retomando os exemplos expostos neste capítulo.

Os reservatórios devem ser construídos com materiais adequados,


a fim de não comprometer a potabilidades da água a ser fornecida.
Esse cuidado é extremamente importante, pois o custo adicional na
utilização de reservatórios é de cunho higiênico, devido à facilidade
de contaminação, principalmente quando a instalação se encontra
próxima a pontas da rede de distribuição, onde, em geral, não ocor-
re a concentração de cloro residual.

Sendo assim, em se tratando da manutenção dos reservatórios,


é importante que seja feita a limpeza pelo menos duas vezes ao
ano, garantindo a potabilidade da água, pois essa pode ser veículo
direto ou indireto para a transmissão de doenças.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

NBR 5626. Instalação Predial de Água Fria. Disponível em:


<http://pt.slideshare.net/sheyqueiroz/nbr-562698-instalao-predial-
de-gua-fria>. Acesso em: 28 fev. 2016.

PARADA PARA REFLEXÃO


Dependendo do tipo de construção, o consumo médio por dia
de água é diferenciado, conforme mostra a tabela a seguir:
UNIUBE 65

Tipo de construção Consumo médio (litros/


dia)
Alojamentos provisórios 80 por pessoa
Casas populares ou rurais 120 por pessoa
Residências 150 por pessoa
Apartamentos 200 por pessoa
Hotéis (s/cozinha e s/ lavanderia) 120 por hóspede
Escolas - internatos 150 por pessoa
Escolas – semi-internatos 100 por pessoa
Escolas - externatos 50 por pessoa
Quartéis 150 por pessoa
Edifícios públicos ou comerciais 50 por pessoa
Escritórios 50 por pessoa
Cinemas e teatros 2 por lugar
Templos 2 por lugar
Restaurantes e similares 25 por refeição
Garagens 50 por automóvel
Lavanderias 30 por kg de roupa seca
Mercados 5 por m² de área
Matadouros - animais de grande porte 300 por cabeça abatida
Matadouros - animais de pequeno porte 150 por cabeça abatida
Postos de serviço p/ automóveis 150 por veículo
Cavalariças 100 por cavalo
Jardins 1,5 por m²
Orfanato, asilo, berçário 150 por pessoa
Ambulatório 25 por pessoa
Creche 50 por pessoa
Oficina de costura 50 por pessoa
SAIBA MAIS

Para saber mais sobre os assuntos aqui abordados, consulte:

MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas Prediais e


Industriais. 3. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 1996.

SINTETIZANDO

Este capítulo apresenta os primeiros passos para que o Engenheiro


Civil desenvolva os cálculos de dimensionamento do sistema pre-
dial de instalação hidráulica de água fria.

DICAS

E você? Sabe como dimensionar uma caixa d’água? Disponível


em: <https://www.youtube.com/watch?v=XNvyGYffvu0>. Acesso
em: 28 fev. 2016.
Instalações de água fria –
Capítulo
3
parte 2

Natália michelan

Introdução
As canalizações das instalações prediais de água fria
funcionam como um conduto forçado, assim, a norma NBR
5626 fixa as exigências e critérios para o dimensionamento
dessas canalizações de água fria.
Quando tratamos da localização das tubulações, da total
independência das estruturas e das alvenarias, observamos
que, nesses casos devem ser previstos espaços livres,
verticais e horizontais, para sua passagem, com aberturas para
inspeções e substituições, podendo ser empregados forros ou
paredes falsas para escondê-las (REALI et al., 2002).
Tendo em vista a conveniência sob o aspecto econômico, toda a
instalação de água fria deve ser dimensionada trecho a trecho.
O dimensionamento do barrilete, assim como das colunas,
dos ramais de distribuição e dos sub-ramais que alimentam as
peças de utilização, deverá ser feito por trechos, por meio de
tabelas apropriadas (CARVALHO JÚNIOR, 2013).
Segundo Carvalho Júnior (2013), em virtude de as tubulações
serem dimensionadas como condutos forçados, é necessário
que fiquem perfeitamente definidos no projeto hidráulico, para
cada trecho da canalização, os quatro parâmetros hidráulicos
do escoamento: vazão, velocidade, perda de carga e pressão.
Portanto, para o dimensionamento das canalizações de água
fria, é primordial a elaboração de um projeto hidráulico.
Objetivos
• Aprender técnica de instalações de uma rede de água fria.
• Listar as etapas de dimensionamento de instalações.
• Reconhecer a importância de cada etapa .

Esquema
• Dimensionamento das tubulações de dreno e
extravasores dos reservatórios
• Dimensionamento da Bomba de Recalque
• Dimensionamento do Barrilete, Colunas, Ramais e
Sub-Ramais de Distribuição
• Exemplo de dimensionamento

3.1 Dimensionamento das tubulações de dreno


e extravasores dos reservatórios

3.1.1 Dreno

As tubulações de drenagem dos reservatórios devem ser calcula-


das levando em consideração o tempo máximo de esvaziamento
de 2 horas, de acordo com as equações seguintes:

3.1.2 Reservatório inferior ( )

Utilizando os dados do exemplo exposto no capítulo anterior, pode-


mos obter que, no reservatório inferior, a tubulação de drenagem será:


UNIUBE 69

Substituindo na equação, obtém-se que:


Adota-se o diâmetro comercial ou maior.

3.1.3 Reservatório superior ( )

Utilizando os dados do exemplo exposto no capítulo anterior, pode-


mos obter que, no reservatório inferior, a tubulação de drenagem será:


Substituindo na equação, obtém-se que:


Adota-se o diâmetro comercial ou maior.

3.1.4 Extravasor

Normalmente, adota-se um diâmetro comercial acima dos alimen-


tadores dos reservatórios. Então, tem-se:

para → , e,

para → (ver cálculo do recalque).


3.1.5 Dimensionamento da Bomba de Recalque

Segundo a NBR 5626, uma instalação elevatória consiste no bom-


beamento de água de um reservatório inferior para um reservatório
superior, figura 31, ou para um reservatório hidropneumático.
70 UNIUBE

0,50
R.G.
0,50
0,50
R.G.
RS

Lrec

Valv. Retenção

2,83
R.G.
2,00

R.G. Junta flexível

R.G. R.G.
Bomba
2,00 União Valv. pé e crivo
Junta flexível

R.G. R.G.
Bomba União 0,40 RI
Valv. pé e crivo

1,00 1,00

Figura 31 - Esquema Isométrico do Recalque sem escala

Fonte: Gebara (2016).

A instalação de recalque deve ser dimensionada para vazão de recal-


que mínima equivalente a 15% do consumo diário , para tanto, são ne-
cessárias 6,66 horas de trabalho do conjunto moto-bomba escolhido.

3.1.6 Canalização de Recalque

Utiliza-se a fórmula de Bresse modificada, considerando


para determinar o diâmetro:
UNIUBE 71

Em que: diâmetro da tubulação, ( ), , número de horas


trabalhadas ( ), , vazão, ( ).

3.1.7 Canalização de Sucção

Para o diâmetro de sucção, adota-se 1 diâmetro comercial acima


do diâmetro de recalque. Para o exemplo dado, vamos calcular os
diâmetros das canalizações de recalque e sucção.

Admitindo a vazão mínima igual a 15% , teremos


a vazão:


A relação será:


Substituindo os valores, obtém-se:

→ adotar diâmetro comercial de 25 mm ou 1”

comercial acima → 32mm ou 1¼”

3.1.8 Cálculo da Altura Manométrica

Devemos nos lembrar que a altura manométrica é a energia por


unidade de peso que o sistema solicita para transportar a água do
reservatório de sucção para o reservatório de descarga, com uma
determinada vazão. Essa energia será fornecida por uma bomba,
que será o parâmetro fundamental para selecioná-la.
72 UNIUBE

• Cálculo da perda de carga ( )

Nesse caso, utilizando tubo de aço galvanizado:


1
∅ =1
a. Sucção - (na situação mais desfavorável) 4”

Comprimento desenvolvido = 4.00 m

Comprimentos equivalentes

1 válvula de pé com crivo = 10.00

2 registros de gaveta = 0.40

2 Tê passagem lateral = 3.42

o
1 curva 90 = 0.84

-------------

comp. total = 18.66 m

−4 3
• Usando a vazão Q = 5, 33 x10 m / s do exemplo e a fórmula
de Fair - Whipple - Hsiao, dada em livros mais recentes:

Q = 27 , 113 J 0,632 D 2,596


Ou dada pela Norma NBR – 5626:

Q = 27 , 113 J 0,532 D 2,596


Tem-se:
UNIUBE 73

J = 0, 0494 m / m

b. Recalque (caso mais desfavorável) φ = 1”

Comprimento desenvolvido: = 36,83 m.

Comprimento equivalente

2 registros de gaveta = 0,40

1 válvula de retenção = 2,10

o
2 joelhos de 90 = 1,88

o
1 joelho de 45 = 0,43

1 Tê passagem lateral = 1,37

o
1 junção 45 = 0,88

---------------

comp. Total ( = 43,89 m

Aplicando à fórmula, temos:


74 UNIUBE

• Cálculo da potência da bomba:

Temos que a potência da bomba é dada por:

γQHm 1000 x5,3 x10 −4


x 41
Pot = = = 0,29 cv
75 75
Assim, obtemos as características da bomba:

3.1.9 Dimensionamento do Barrilete, Colunas,


Ramais e Sub-Ramais de Distribuição

3.1.9.1 Barrilete

Caracterizado pela tubulação que interliga as duas seções do re-


servatório superior e da qual partem as derivações corresponden-
tes às diversas colunas de alimentação.

Pode ser classificado como:

Unificado: as ramificações para cada coluna partem diretamente


da tubulação que liga as duas seções do reservatório (figura 32).
Colocam-se registros que permitem isolar uma ou outra seção do
reservatório. Cada ramificação para uma determinada coluna cor-
respondente tem o seu registro próprio. Essa é a vantagem, pois o
controle e a manobra de abastecimento, bem como o isolamento
das diversas colunas são feitos num único local da cobertura.
UNIUBE 75

Figura 32 - Barrilete unificado

Fonte: Gebara (2016).

Ramificado: da tubulação que interliga as duas seções saem ra-


mais, que dão origem a derivações secundárias para as colunas de
alimentação (figura 33). Utiliza-se esse tipo de barrilete por razões
de economia de encanamento.

Figura 33 - Barrilete ramificado

Fonte: Gebara (2016).


76 UNIUBE

3.1.10 Roteiro de Dimensionamento

Depende exclusivamente da localização das colunas de distribuição.


Essas colunas devem ser localizadas de comum acordo com a equipe
envolvida no projeto global do edifício (arquiteto, calculista, elétrica etc.):

a. Determine para cada trecho da coluna a ∑P (tabela 7).

b. Calcule a vazão nos trechos da coluna Q = 0,3 ∑ P .

Essa é a máxima vazão provável, pois nem todos os aparelhos


estão em uso simultâneo. Nos casos em que realmente todos os
aparelhos funcionam simultaneamente, deve-se dimensionar as
canalizações por meio da soma de razões (tabela 7).

c. Localize registro no início de cada coluna.

d. Determine a ∑ P para cada trecho do barrilete e, em seguida,


as vazões nos respectivos trechos.

e. Adote um J = 0,08 m/m ⇒ Q ⇒ d ⇒ J. real

f. Após estimativa dos diâmetros e verificações de que o caso mais des-


favorável é atendido, determine a altura mínima da água no reservató-
rio (determine as pressões em todas as derivações do barrilete).

g. Determine a pressão dinâmica mínima (P / ℘+ Z = pressão


efetiva), no início de cada coluna. Deve-se levar em conta a
alimentação do aparelho que apresente a condição mais fa-
vorável (ver pressões de funcionamento das peças de utiliza-
ção na tabela 8 e vazões das peças de utilização na tabela 7).

h. Dmin barrilete: 25 mm.


UNIUBE 77

Tabela 7 - Pontos de utilização - vazões de projetos e pesos relativos

Pontos de Utilização Vazão Peso


(L/s)
Bebedouro 0,05 0,1
Bica de banheira 0,30 1,0
Bidê 0,10 0,1
Caixa de descarga para peça não aspirante 0,15 0,3
Chuveiro 0,20 0,5
Máquina de lavar prato ou roupa 0,30 1,0
Torneira ou misturador de lavatório - Água fria 0,20 0,5
Torneira ou misturador de pia de cozinha - Água fria 0,25 0,7
Torneira de pia de despejos ou de tanque 0,30 1,0
Válvula de descarga para bacia sanitária 1,90 40,0
Válvula de descarga para mictório autoaspirante 0,50 2,8
Válvula de descarga para mictório não aspirante 0,15 0,3
Fonte: Gebara (2016).

Tabela 8 - Pontos de utilização - pressões dinâmicas e estáticas

Pressão [Kpa] (A)


Pontos de Utilização Dinâmica Estática
Mín Máx Mín Máx
Aquecedor a gás 20 _ _ _
Aquecedor elétrico de alta pressão 5 400 10 400
Aquecedor elétrico de baixa pressão 5 40 10 50
Bebedouro 20 400 _ _
Chuveiro de diâmetro nominal 15 mm 20 400 _ _
Chuveiro de diâmetro nominal 20 mm 10 400 _ _
Torneira de água fria 5 400 _ _
Torneira de água quente 10 _ _
78 UNIUBE

Torneira de boia para caixa de des-


carga com diâmetro nominal 20 mm
5 400 _ _
Torneira de boia para reservatórios 5 400 _ _
Válvula e descarga de alta pressão (B) (B) (C) 400
Válvula de descarga de baixa pressão 12 _ 20 (C)
(A) kPa = 10-1m.c.a. =10-2 kgf/cm2

(B) O fabricante deve especificar a faixa de pressão dinâmica que


garanta uma vazão mínima de 1,7l/s e máxima de 2,4L/s nas vál-
vulas de descarga de sua fabricação.

(C) O fabricante deve definir esses valores para a válvula de des-


carga de sua produção, respeitando as normas específicas.
Fonte: Gebara (2016).

3.1.11 Exemplo de dimensionamento:

Estimativa de vazão
Q = 0, 3 ∑p

Estimativa de perda de carga, máxima de J = 0, 08m / m

A tabela a seguir mostra as condições do projeto que estamos uti-


lizando como exemplo, este que pode ser observado na figura 34.

Tabela 9 – Dados do projeto

Coluna Contribuições Peso


Área de
1 tanque 1,0
serviço
Af1
Cozinha 1 pia 0,7
Total 1,7
UNIUBE 79

Área de
1 tanque 1,0
serviço
Af2
Cozinha 1 pia 0,7
Total 1,7
1 lavatório 0,5
1 bidê 0,1
Banheiro 1 vaso sanitário com caixa de
0,3
Af3 = Af4 descarga
1 chuveiro 0,5

Total
1,4

R
2

!,50
R
1

1,60

AF1 1,55 AF2


A
1,75
2,40 2,40
7,00 7,00
1,45 1,45
1,30
C B D

1,30
AF3
AF4

Figura 34 - Esquema isométrico do barrilete

Fonte: Gebara (2016)

Cálculo da vazão de contribuição de cada coluna de distribuição da


edificação:

• Coluna Af1
80 UNIUBE

• Coluna Af2

• Coluna Af3 e Af4

Cálculo da vazão de contribuição por trecho:

Trecho - R1 - A = R2 - A = A -B

Trecho B - C

Trecho B - D

Trecho C - Af1

Trecho C - Af3

Trecho D - Af2
UNIUBE 81

Trecho D - Af4

3.1.12 Pré-dimensionamento das Canalizações

Adotando

Utilizando a fórmula de Fair - Whipple - Hsiao para a aço galvaniza-


do e planilha eletrônica EXCEL 5.0, pode-se estimar rapidamente
os valores dos diâmetros das tubulações a serem utilizadas no bar-
rilete. Os valores podem ser conferidos na tabela a seguir.

Tabela 10 - Pré-dimensionamento das tubulações do barrilete

Trecho Peso Peso Vazão J (adotado) Diâm. calc.Diâm. com.J (corrigido)


Unitário Acum. (l/s) (m/m) (mm) (mm) (m/m)
R1 - A 51,2 2,15 0,08 49 50 0,0715
R2 - A 51,2 2,15 0,08 49 50 0,0715
A- B 51,2 2,15 0,08 49 50 0,0715
B-C 24,8 1,49 0,08 42 50 0,0403
B-D 26,4 1,54 0,08 43 50 0,0424
C - Af1 13,6 13,6 1,11 0,08 38 38 0,0774
C - Af3 11,2 11,2 1,00 0,08 36 38 0,0664
D - Af2 15,2 15,2 1,17 0,08 39 50 0,0274
D - Af4 11,2 11,2 1,00 0,08 36 38 0,0664

Fonte: Gebara (2016).

Obs: Para os cálculos dos valores utilizou-se a fórmula adotada na


literatura.

3.1.13 Verificação quanto À pressão dinâmica


(MÍNIMA 0,5 m.c.a. ou 5 KPA)

Considerar sempre o percurso mais desfavorável para a verifica-


ção da pressão. Dessa forma, estará dimensionando a favor da
82 UNIUBE

segurança. Os valores da tabela a seguir foram obtidos por meio


da planilha eletrônica. Os valores adotados como comprimentos
desenvolvidos e equivalentes são apresentados na sequência.

Tabela 11 - Dimensionamento e verificação do funcionamento


dinâmico das canalizações do barrilete utilizando
valores encontrados no pré-dimensionamento

Perda Perda
Peso Peso Compr.Compr.Compr. Carga Carga Pressão Pressão
Trecho Unit. Acum. Vazão Diâm. Veloc.Desenv.Equiv. Total Unitário Total Desn. Disp. Jusante
(l/s) (mm) (m/s) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (m) (mca) (mca)
R2 -A 51.2 2.15 50 1.09 4.65 4.11 8.76 0.0715 0.63 3.10 0 2.47
A-B 51.2 2.15 50 1.09 1.75 3.33 5.08 0.0715 0.36 0.00 2.47 2.11
B-C 24.8 1.49 50 0.76 1.45 3.33 4.78 0.0403 0.19 0.00 2.11 1.92
B-D 26.4 1.54 50 0.79 1.45 3.33 4.78 0.0424 0.20 0.00 2.11 1.91
C -Af1 13.6 13.6 1.11 38 0.98 2.40 1.71 4.11 0.0774 0.32 0.00 1.92 1.60
C - Af3 11.2 11.2 1.00 38 0.89 8.30 3.12 11.42 0.0664 0.76 0.00 1.92 1.16
D - Af2 15.2 15.2 1.17 50 0.60 2.40 2.28 4.68 0.0274 0.13 0.00 1.91 1.78
D - Af4 11.2 11.2 1.00 38 0.89 8.3 3.12 11.42 0.0664 0.76 0 1.91 1.15

Fonte: Gebara (2016).

Trecho R2 – A

Comprimento desenvolvido 4,65

Comprimento equivalente ∅50 mm

1 Entrada de borda ----------------- 1,50

1 Registro de gaveta aberto ------ 0,40

o
1 Joelho 90 -------------------------- 1,88

1 Tê passagem direta -------------- 0,33

4,11
UNIUBE 83

Trecho A – B

Comprimento desenvolvido 1,75

Comprimento equivalente ∅50 mm

1 Tê saída bilateral ----------------------- 3,33

Trecho B – C

Comprimento desenvolvido 1,45

Comprimento equivalente ∅50 mm

1 Tê saída bilateral ------------------ 3,33

Trecho B – D

Comprimento desenvolvido 1,45

Comprimento equivalente ∅50 mm

1 Tê saída bilateral ------------------ 3,33

Trecho C - Af1

Comprimento desenvolvido 2,40

Comprimento equivalente ∅38 mm

1 Registro gaveta aberto 0,30

0
1 Joelho 90 --------------------------- 1,41

1,71
84 UNIUBE

Trecho C - Af3

Comprimento desenvolvido 8,30

Comprimento equivalente ∅38 mm

0
2 Joelhos 90 --------------------------- 2,82

1 Registro gaveta aberto ----------- 0,30

3,12

Trecho D - Af2

Comprimento desenvolvido 2,40

Comprimento equivalente ∅50 mm

1 Registro gaveta aberto ------------ 0,40

0
1 Joelho 90 --------------------------- 1,88

2,28

Trecho D - Af4

Comprimento desenvolvido 8,30

Comprimento equivalente ∅38 mm

1 Registro gaveta aberto ----------- 0,30

0
2 Joelhos 90 -------------------------- 2,82

3,12
UNIUBE 85

3.1.14 Coluna de Distribuição

Derivam do barrilete e, após um certo trecho na cobertura, descem


verticalmente para alimentar os diversos pavimentos.

O dimensionamento das colunas é realizado em função das vazões


nos trechos e dos limites de velocidade ( ou ), ver na
tabela 12. Uma mesma coluna pode ter 2 ou mais trechos com diâ-
metros diferentes, porque a vazão de distribuição diminui à medida
que atinge os pavimentos.

As colunas de distribuição podem ser dimensionadas levando-se


em consideração uma faixa de velocidade mediana entre , evitan-
do, assim, perdas de carga excessiva, ruídos e golpes na coluna.
A figura 35 mostra, esquematicamente, as colunas e as derivações
dos respectivos ramais de distribuição.

O dimensionamento das colunas é acompanhado de uma planilha


de cálculo. O dimensionamento e os cálculos dos diâmetros dos
trechos de cada coluna de distribuição são apresentados nas tabe-
las a seguir, referente à figura 35.
86 UNIUBE

Tabela 12 - Velocidades e vazões máximas

DIÂMETRO NOMINAL VELOCIDADE MÁXIMA VAZÃO MÁXIMA


DN (Ref)
mm (-) M/S L/s
15 (1/2) 1,60 0,20

20 (2/3) 1,95 0,6

25 (1) 2,25 1,2

32 (1.1/4) 2,50 2,5

40 (1.1/2) 2,50 4,0

50 (2) 2,50 5,7

60 (2.1/2) 2,50 8,9

75 (3) 2,50 12

100 (4) 2,50 18

125 (5) 2,50 31

150 (6) 2,50 40


Fonte: Gebara (2016).

Af1 Af2 Af3 Af4 BARRILETE

0.50
8
2,80

7
2,80

6
2,80

5
2,80

4
2,80

3
2,80

2
2,80

1
3,50

TÉRREO

Figura 35 - Esquema das colunas de distribuição


UNIUBE 87

Fonte: Gebara (2016).


Tabela 13 - Dimensionamento das tubulações
da coluna de distribuição Af1

Coluna Perda Perda


Af1 Peso Peso Compr.Compr.Compr. Carga Carga Pressão Pressão
Trecho Unit. Acum. Vazão Diâm. Veloc.Desenv.Equiv. Total Unitário Total Desn. Disp. Jusante
(l/s) (mm) (m/s) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (m) (mca) (mca)
Barr - 8p 1.7 13.6 1.11 38 0.98 0.50 2.50 3.00 0.0774 0.23 0.50 1.60 1.87
8p -7p 1.7 11.9 1.03 32 1.29 2.80 2.08 4.88 0.1410 0.69 2.80 1.87 3.98
7p - 6p 1.7 10.2 0.96 32 1.19 2.80 2.08 4.88 0.1248 0.61 2.80 3.98 6.17
6p - 5p 1.7 8.5 0.87 32 1.09 2.80 2.08 4.88 0.1081 0.53 2.80 6.17 8.44
5p - 4p 1.7 6.8 0.78 25 1.59 2.80 2.08 4.88 0.2497 1.22 2.80 8.44 10.02
4p - 3p 1.7 5.1 0.68 25 1.38 2.80 2.08 4.88 0.1989 0.97 2.80 10.02 11.85
3p - 2p 1.7 3.4 0.55 25 1.13 2.80 2.08 4.88 0.1443 0.70 2.80 11.85 13.95
2p - 1p 1.7 1.7 0.39 20 1.25 2.80 0.70 3.50 0.2085 0.73 2.80 13.95 16.02

Fonte: Gebara (2016).

Tabela 14 - Dimensionamento das tubulações


da coluna de distribuição Af2

Coluna Perda Perda


Af2 Peso Peso Compr.Compr.Compr. Carga Carga Pressão Pressão
Trecho Unit. Acum. Vazão Diâm. Veloc.Desenv.Equiv. Total Unitário Total Desn. Disp. Jusante
(l/s) (mm) (m/s) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (m) (mca) (mca)
Barr - 8p 1.7 15.2 1.17 38 1.03 0.50 2.50 3.00 0.0845 0.25 0.50 1.78 2.03
8p -7p 1.7 13.5 1.10 32 1.37 2.80 2.08 4.88 0.1558 0.76 2.80 2.03 4.07
7p - 6p 1.7 11.8 1.03 32 1.28 2.80 2.08 4.88 0.1401 0.68 2.80 4.07 6.18
6p - 5p 1.7 10.1 0.95 32 1.19 2.80 2.08 4.88 0.1239 0.60 2.80 6.18 8.38
5p - 4p 1.7 8.4 0.87 32 1.08 2.80 2.08 4.88 0.1071 0.52 2.80 8.38 10.66
4p - 3p 1.7 6.7 0.78 25 1.58 2.80 2.08 4.88 0.2468 1.20 2.80 10.66 12.25
3p - 2p 1.7 5.0 0.67 25 1.37 2.80 2.08 4.88 0.1958 0.96 2.80 12.25 14.10
2p - 1p 1.7 3.3 0.54 25 1.11 2.80 2.08 4.88 0.1409 0.69 2.80 14.10 16.21
1p - Terr 1.6 1.6 0.38 20 1.21 3.50 0.70 4.20 0.1987 0.83 3.50 16.21 18.87

Fonte: Gebara (2016).

Tabela 15 - Dimensionamento das tubulações


da coluna de distribuição Af3.

Coluna Perda Perda


Af3 Peso Peso Compr.Compr.Compr. Carga Carga Pressão Pressão
Trecho Unit. Acum. Vazão Diâm. Veloc.Desenv.Equiv. Total Unitário Total Desn. Disp. Jusante
(l/s) (mm) (m/s) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (m) (mca) (mca)
Barr - 8p 1.4 11.2 1.00 38 0.89 0.50 2.50 3.00 0.0664 0.20 0.50 1.16 1.46
8p -7p 1.4 9.8 0.94 32 1.17 2.80 2.08 4.88 0.1209 0.59 2.80 1.46 3.67
7p - 6p 1.4 8.4 0.87 32 1.08 2.80 2.08 4.88 0.1071 0.52 2.80 3.67 5.95
6p - 5p 1.4 7 0.79 32 0.99 2.80 2.08 4.88 0.0927 0.45 2.80 5.95 8.30
5p - 4p 1.4 5.6 0.71 25 1.45 2.80 2.08 4.88 0.2141 1.04 2.80 8.30 10.05
4p - 3p 1.4 4.2 0.61 25 1.25 2.80 2.08 4.88 0.1705 0.83 2.80 10.05 12.02
3p - 2p 1.4 2.8 0.50 25 1.02 2.80 2.08 4.88 0.1237 0.60 2.80 12.02 14.21
2p - 1p 1.4 1.4 0.35 20 1.13 2.80 0.70 3.50 0.1788 0.63 2.80 14.21 16.39
88 UNIUBE

Fonte: Gebara (2016).

Tabela 16 - Dimensionamento das tubulações


da coluna de distribuição Af4.

Coluna Perda Perda


Af4 Peso Peso Compr.Compr.Compr. Carga Carga Pressão Pressão
Trecho Unit. Acum. Vazão Diâm. Veloc.Desenv.Equiv. Total Unitário Total Desn. Disp. Jusante
(l/s) (mm) (m/s) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (m) (mca) (mca)
Barr - 8p 1.4 11.2 1.00 38 0.89 0.50 2.50 3.00 0.0664 0.20 0.50 1.15 1.45
8p -7p 1.4 9.8 0.94 32 1.17 2.80 2.08 4.88 0.1209 0.59 2.80 1.45 3.66
7p - 6p 1.4 8.4 0.87 32 1.08 2.80 2.08 4.88 0.1071 0.52 2.80 3.66 5.94
6p - 5p 1.4 7.0 0.79 32 0.99 2.80 2.08 4.88 0.0927 0.45 2.80 5.94 8.29
5p - 4p 1.4 5.6 0.71 25 1.45 2.80 2.08 4.88 0.2141 1.04 2.80 8.29 10.04
4p - 3p 1.4 4.2 0.61 25 1.25 2.80 2.08 4.88 0.1705 0.83 2.80 10.04 12.01
3p - 2p 1.4 2.8 0.50 25 1.02 2.80 2.08 4.88 0.1237 0.60 2.80 12.01 14.20
2p - 1p 1.4 1.4 0.35 20 1.13 2.80 0.70 3.50 0.1788 0.63 2.80 14.20 16.38

Fonte: Gebara (2016).

3.1.15 Ramais e Sub-ramais

De início, devemos saber as alturas dos pontos de utilização das pe-


ças. Saber essas alturas é necessário para poder verificar as pres-
sões de utilização no último pavimento e no térreo por problemas de e

Tabela 16 - Altura dos pontos de utilização


UNIUBE 89

Válvula de descarga 1,10 m


Caixa tipo Montana 2,00 m
Caixa tipo acoplada ao vaso
Banheira 0,55 m
Bidê 0,30 m
Chuveiro 2,00 a 2,20 m
Lavatório 0,60 m
Máquina de lavar 0,75 m
Tanque 0,90 m
Filtro 2,00 m
Pia de cozinha 1,00 m
Fonte: Gebara (2016).

RAMAL: são tubulações derivadas da coluna de alimentação e que


servem a conjuntos de aparelhos. O dimensionamento é feito pelo
consumo máximo possível, utilizando a tabela 17.

SUB-RAMAL: são tubulações que ligam os ramais às peças de uti-


lização ou a aparelhos sanitários. Utiliza-se a tabela 18.

Tabela 17 - Seções Equivalentes

Diâmetro dos
½ ¾ 1 1¼ 1½ 2 2½ 3 4
canos (pol.)
N° de canos
de ½ com
1 2,9 6,2 10,9 17,4 37,8 65,5 110,5 189
a mesma
capacidade
Fonte: Gebara (2016).

Tabela 18 - Diâmetros mínimos dos sub-ramais


90 UNIUBE

Ponto de Utilização Diâmetro nominal


[mm] (pol)
Aquecedor de alta pressão 15 1/2
Aquecedor de baixa pressão 20 3/4
Banheiro 15 1/2
Bebedouro 15 1/2
Bidê 15 1/2
Caixa de descarga 15 1/2
Chuveiro 15 1/2
Filtro de pressão 15 1/2
Lavatório 15 1/2
Máquina de lavar roupa ou prato 20 3/4
Mictório autoaspirante 25 1
Mictório não aspirante 15 1/2
Pia de cozinha 15 1/2
Tanque de despejo ou de lavar
20 3/4
roupa
Válvula de descarga 32(A). 11/4
(A) Quando a pressão estática de alimentação for inferior a 30
kPa (3 mH2O), recomenda-se instalar a válvula de descarga em
sub-ramal com diâmetro nominal de 40 mm (1 ½”).
Fonte: Gebara (2016).

Para dimensionar os ramais de distribuição, adota-se tubulação de


20 mm de diâmetro em todos os trechos, conforme distribuído no
esquema da figura 36.
UNIUBE 91

Af4
0,30

0,20

C
h

R.G.

1,60 1,00

R.P.

0,30 0,70 0,60 0,70


0,50
Lv B C
A
0,40
V.S. B
d

Figura 36 - Esquema isométrico do banheiro tipo

Fonte: Gebara (2016).

Utilizando a planilha eletrônica EXCEL, é possível dimensionar os


diâmetros dos ramais e sub-ramais de distribuição e, com isso, ve-
rificar as pressões de funcionamento dos demais pavimentos.

Tabela 19 - Verificação das pressões dos pontos de utilização


dos sub-ramais do pavimento mais desfavorável

Perda Perda
Peso Peso Compr.Compr.Compr. Carga Carga Pressão Pressão
Trecho Unit. Acum. Vazão Diâm. Veloc.Desenv.Equiv. Total Unitário Total Desn. Disp. Jusante
(l/s) (mm) (m/s) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (m) (mca) (mca)
8-A 1.4 0.35 20 1.13 2.40 2.88 5.28 0.1788 0.94 1.80 1.45 2.31
A- B 0.8 0.27 20 0.85 0.70 1.25 1.95 0.1149 0.22 0.00 2.31 2.08
B-C 0.6 0.23 20 0.74 0.60 1.25 1.85 0.0915 0.17 0.00 2.08 1.91
A - Lv 0.5 0.5 0.21 20 0.68 0.00 0.00 0.00 0.0792 0.00 0.00 2.31 2.31
B - Vs 0.3 0.3 0.16 20 0.52 0.40 0.70 1.10 0.0529 0.06 0.40 2.08 2.42
C - Bd 0.1 0.1 0.09 20 0.30 0.40 0.70 1.10 0.0222 0.02 0.40 1.91 2.29
C - Ch 0.5 0.5 0.21 20 0.68 2.20 8.10 10.30 0.0792 0.82 -1.50 1.91 -0.40

Fonte: Gebara (2016).


92 UNIUBE

Observe os trechos em que ocorre maior perda de carga, substitu-


a-os por diâmetros ligeiramente maiores, não esqueça de atualizar
os comprimentos equivalentes antes de refazer os cálculos. Repetir
a operação até verificar as pressões mínimas recomendadas.

Tabela 20 - Dimensionamento das canalizações do ramal


e dos sub-ramais do pavimento mais desfavorável

Perda Perda
Peso Peso Compr. Compr. Compr. Carga Carga Pressão Pressão
Trecho Unit. Acum. Vazão Diâm. Veloc. Desenv. Equiv. Total Unitário Total Desn. Disp. Jusante
(l/s) (mm) (m/s) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (m) (mca) (mca)
8-A 1.4 0.35 32 0.44 2.40 4.83 7.23 0.0259 0.19 1.80 1.45 3.06
A-B 0.8 0.27 32 0.33 0.70 2.08 2.78 0.0167 0.05 0.00 3.06 3.02
B-C 0.6 0.23 25 0.47 0.60 1.66 2.26 0.0366 0.08 0.00 3.02 2.93
A - Lv 0.5 0.5 0.21 20 0.68 0.00 0.00 0.00 0.0792 0.00 0.00 3.06 3.06
B - Vs 0.3 0.3 0.16 20 0.52 0.40 0.70 1.10 0.0529 0.06 0.40 3.02 3.36
C - Bd 0.1 0.1 0.09 20 0.30 0.40 0.70 1.10 0.0222 0.02 0.40 2.93 3.31
C - Ch 0.5 0.5 0.21 25 0.43 2.20 10.08 12.28 0.0317 0.39 -1.50 2.93 1.04

Fonte: Gebara (2016).

Obs. Somente para o último andar (8).

Para os demais andares, devido ao acréscimo de pressão resul-


tante dos desníveis, os diâmetros das canalizações serão iguais ao
apresentado na tabela anterior.

Tabela 21 - Verificação das pressões dos pontos de


utilização dos sub-ramais do 7º pavimento

Perda Perda
Peso Peso Compr.Compr.Compr. Carga Carga Pressão Pressão
Trecho Unit. Acum. Vazão Diâm. Veloc.Desenv.Equiv. Total Unitário Total Desn. Disp. Jusante

8-A 1.4 0.35 20 1.13 2.40 2.75 5.15 0.1788 0.92 1.80 3.66 4.54
A- B 0.8 0.27 20 0.85 0.70 1.25 1.95 0.1149 0.22 0.00 4.54 4.32
B-C 0.6 0.23 20 0.74 0.60 1.25 1.85 0.0915 0.17 0.00 4.32 4.15
A - Lv 0.5 0.5 0.21 20 0.68 0.00 0.00 0.00 0.0792 0.00 0.00 4.54 4.54
B - Vs 0.3 0.3 0.16 20 0.52 0.40 0.70 1.10 0.0529 0.06 0.40 4.32 4.66
C - Bd 0.1 0.1 0.09 20 0.30 0.40 0.70 1.10 0.0222 0.02 0.40 4.15 4.52
C - Ch 0.5 0.5 0.21 20 0.68 2.20 8.10 10.30 0.0792 0.82 -1.50 4.15 1.83

Fonte: Gebara (2016).


UNIUBE 93

3.1.16 Conclusão

No estudo de instalações hidráulicas, o conhecimento da distribui-


ção, da frequência de uso e do tipo de usuário é necessário à defi-
nição do sistema de limpeza a ser adotado. O sistema de limpeza
pode ser automático, operado ou misto.

Quando a inspeção apontar a possibilidade de existência de corro-


são, seja por meio da observação visual de sinais de corrosão con-
tidos na água ou por meio da constatação da diminuição gradativa
da vazão, as causas devem ser investigadas e as ações corretivas
necessárias devem ser implementadas (NBR 5626).

Esses espaços devem ser mantidos acessíveis, limpos de mate-


riais estranhos e livres de insetos, ratos e outros animais.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

NBR 5626. Instalação Predial de Água Fria. Disponível em:


<http://pt.slideshare.net/sheyqueiroz/nbr-562698-instalao-predial-
de-gua-fria>. Acesso em: 28 fev. 2016.

PARADA PARA REFLEXÃO


Quando a pressão no ponto do chuveiro for inferior a 1
m.c.a., o projetista deve adotar algumas medidas, tais
como: aumentar a altura do reservatório, diminuir as per-
das de cargas ou pressurizar a rede de distribuição.

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre o assunto, consultar:

MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas Prediais


e Industriais. 3. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos
– LTC, 1996.

SINTETIZANDO

Este capítulo apresenta parte dos procedimentos para que o


Engenheiro Civil desenvolva os cálculos de dimensionamento do
sistema predial de instalação hidráulica de água fria.

DICAS

Mãos à obra – programa 15 – Instalações Hidráulicas (Água fria).


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kFtc-1S-
DHng>. Acesso em: 28 fev. 2016.
Projeto de instalações
Capítulo
4
prediais de água quente

Natália michelan

Introdução
As instalações de água quente destinam-se a aparelhos de
uso comum, com a finalidade de melhorar as condições de
higiene e bem estar de seus usuários (VIANNA, 1993).
A instalação de Água Quente em uma residência destina-se
a banhos, cozinhas (lavagem de utensílios e confecção de
alimentos), lavagem de roupas etc. Tem finalidades também
em hospitais e indústrias. Para uma instalação predial de
Água Quente estar bem projetada, de acordo com a NBR-
7189/82, é necessário que seja contínuo o fornecimento de
água aos usuários, em quantidade suficiente, armazenando
ao máximo a um custo mais baixo possível. Mesmo que
apresente uma limitação das pressões e as velocidades a
valores adequados ao perfeito funcionamento das peças
de utilização, deve-se conservar a temperatura adequada e
preservar a qualidade da água (CREDER, 2006).
Para tanto, as temperaturas utilizadas são:
• Uso pessoal em banhos e higiene 35 a 50 °C
• Em cozinhas 60 a 70 °C
• Em lavanderias 75 a 85 °C
• Em finalidades médicas 100 °C ou mais
Objetivos
• Aprender técnica de instalações de uma rede de água quente.
• Listar as etapas de dimensionamento de instalações.
• Reconhecer a importância de cada etapa.

Esquema
• Instalações prediais de água quente
• Partes constituintes de uma instalação predial de
água quente
• Produção de água quente
• Aquecimento solar
• Produção de água quente nas instalações centrais
• Material dos encanamentos

4.1 Instalações prediais de água quente

O abastecimento de água quente, desde os aquecedores até os


pontos de utilização, é feito através de tubulações completamente
independentes do sistema de distribuição de água fria. Pode ser
realizado de três maneiras distintas:

Aquecimento Individual (local): quando o sistema aquecedor aten-


de a um único aparelho ou a apenas um compartimento sanitário.
Como exemplo, podemos citar o chuveiro e a torneira elétrica, ou
um aquecedor que atenda a um banheiro unicamente.

Aquecimento Central Privado: quando o sistema aquecedor atende


a uma unidade residencial, ou seja, alimenta os mais diversos pon-
tos de utilização localizados em banheiros, lavanderias, cozinhas
etc. Existem no comércio vários tipos e marcas de aquecedores,
que podem ser empregados cabendo ao projetista a escolha do
UNIUBE 97

mais adequado, considerando fatores como segurança, capacida-


de, custo de instalação e operação, custo e facilidade de manuten-
ção, durabilidade, espaço e local necessários a sua instalação etc.
A figura 37 mostra uma unidade residencial dotada de aquecimento
central privado. De acordo com a norma, alguns detalhes para a
instalação do aquecedor devem ser observados, como a canaliza-
ção de alimentação de água fria, que deve ser derivada da coluna
de distribuição em cota superior ao aquecedor, devendo entrar nele
pela parte inferior; na canalização de alimentação de água fria, de-
ve-se colocar um registro de gaveta e válvula de segurança, sendo
proibida a instalação de válvula de retenção; a canalização de água
quente deverá sair pela parte superior oposta, desaconselhando a
sua ligação a um respiro conjugado para todos os pavimentos.

Figura 37 – Exemplo de Sistema de aquecimento central privado

Fonte: Gebara (2001).

Aquecimento Central Coletivo: quando um único sistema aquecedor ali-


menta conjuntos de aparelhos de várias unidades de um edifício (quar-
téis, hospitais, hotéis, prédios residenciais etc.). Nesse caso, a vazão
de utilização de água quente varia continuamente e de uma maneira
98 UNIUBE

imprevisível, dessa maneira, utilizam-se aquecedores de acumulação,


que permitem o armazenamento da água aquecida durante as horas de
consumo mínimo, atendendo, assim, ao abastecimento de água quente,
durante as horas de consumo máximo (“vazão de pico”). Pode-se distri-
buir nos edifícios a água aquecida de duas maneiras:

Distribuição simples (sem retorno): pode ser ascendente ou descen-


dente. Apresenta como inconveniente ter de esperar um momento até
ter água quente no registro da unidade que se quer abastecer, o que
resulta em desperdício de água, no entanto economiza-se em canali-
zação. As figuras 38 e 39 apresentam um esquema dessa distribuição.

Distribuição com retorno: nesse caso, a água quente circula cons-


tantemente pela tubulação podendo ser de duas formas:

• Termossifão: utiliza o princípio de que a água quente é menos


densa, o que faz com que tenha a tendência de se elevar.
Nesse caso, consome-se mais energia, pois a temperatura
tem que ser mais elevada para provocar tal efeito e a distribui-
ção é ascendente (figura 40).

• Por bombeamento: utiliza um sistema de recalque, fazendo que a


água quente que sai do reservatório de aquecimento (storage) suba
por uma coluna até o barrilete na cobertura, onde desce em pru-
madas que alimentarão os diversos aparelhos de cada andar. As
prumadas se reúnem no pavimento onde se encontra o storage,
alimentando-o novamente com a água não consumida (figura 41).

• Distribuição Mista: a distribuição de água quente é feita nos


ramos ascendentes e descendentes em andares alternados.
Requer cuidados especiais e, por isso, só recomendada em
grandes edifícios (figura 42).
UNIUBE 99

Figura 38 – Sistema ascendente Figura 39 – Sistema descen-


sem retorno dente sem retorno

Figura 40 - Sistema ascendente Figura 41 - Sistema descenden-


com circulação por termo sifão te com bombeamento
100 UNIUBE

Figura 42 – Sistema misto


Fonte: Gebara (2001).

4.1.1 Partes constituintes de uma instalação


predial de água quente

De acordo com a NBR-7198, definem-se as mesmas partes cons-


tituintes de uma instalação predial de água fria, ou seja, barrilete,
coluna, ramal e sub-ramal.

4.1.1.1 Material e Pressão

De acordo com a NBR-7198, os tubos e conexões que constituem


uma instalação predial de água quente podem ser de cobre, aço
carbono galvanizado, aquaterm etc. e respeitados os valores míni-
mos de pressão de serviço – tal como uma instalação de água fria
(sobrepressão: < 20 m.c.a (200kPa) –, pressão estática mínima: <
40 m.c.a (400kPa) e pressão mínima de serviço: > 0,5m.c.a (5kPa).
UNIUBE 101

4.1.1.2 Velocidade

Não poderá a canalização ter velocidade superior a 14 D ou 4


m/s, a fim de não se produzirem ruídos excessivos. Quanto à velo-
cidade mínima, nada se recomenda. Os valores calculados para os
diâmetros comerciais apresentam-se na tabela a seguir.

Tabela 22 - Velocidades e vazões máximas para água quente

Diâmetro Ve l o c i d a d e s V a z õ e s
(mm) (pol) máx. máx.

m/s l/s
15 ½ 1,60 0,20
20 ¾ 1,95 0,55
25 1 2,25 1,15
32 1¼ 2,50 2,00
40 1½ 2,75 3,10
50 2 3,15 6,40
65 2½ 3,55 11,20
80 3 3,85 17,60
100 4 4,00 32,50
Fonte: Gebara (2001).

4.1.1.3 Estimativa de Consumo

A estimativa de consumo de água quente depende de alguns fato-


res, são eles: o hábito da população, o clima local, a destinação da
edificação (residencial, hotel, escritórios).

Nas condições brasileiras, seguem-se as prescrições contidas na


Norma Brasileira NBR – 7198/82, de “Instalações Prediais de Água
Quente”. Os valores sugeridos apresentam-se na tabela a seguir.
102 UNIUBE

Tabela 23 - Estimativa de consumo de água quente

Prédio Consumo litros/dia


Alojamento provisório de obra 24 /pessoa
Casa popular ou rural 36 /pessoa
Residência 45 /pessoa
Apartamento 60 /pessoa
Quartel 45 /pessoa
Escola (internato) 45 /pessoa
Hotel (sem incluir cozinha e lavanderia) 36 /hóspede
Hospital 125 /leito
Restaurantes e similares 12 /refeição
Lavanderia 15 /Kgf de roupa seca
Fonte: NBR – 7192 (1982).

Pode-se, também, estimar o consumo de água quente em função do


número de pessoas e do número de aparelhos. As tabelas a seguir
apresentam os valores de consumo baseadas no Creder (2006) (os
valores foram reduzidos para 1/3 do original americano, justificado
pelo menor padrão de nossas instalações e clima menos rigoroso).

Tabela 24 - Consumo de água quente nos edifícios,


em função do número de pessoas

Consumo Duração Capacidade horá-


Água quente Capacidade do
Tipo de nas ocasi- do pico – ria de aquecimen-
necessária, a reservatório em
edifício ões de pico Horas de to, em função do
60°C função do CD
(l/s) Carga uso diário
Residência

Apartamentos 50 l / pess.dia 1/7 4 1/5 1/7

Hotéis
Edifícios de 2,5 l / pess.
1/5 2 1/5 1/6
escritórios dia
UNIUBE 103

Fábricas 6,31 / pess.


1/3 1 2/5 1/8
dia
Restaurante 1,9 l / refeic.

3ª classe
3,2 l / refeic. 1/10 1/10
2ª classe

1ª classe 5,6 l / refeic.


Restaurante - 3

refeições por 1/10 8 1/5 1/10

dia
Restaurante - 1
1/5 2 2/5 1/6
refeição por dia

Fonte: Creder (2006).

Tabela 25 - Consumo de água quente nos edifícios, em


função do número de aparelhos, em l / h a 60°C

Residências
Escritórios
Hospitais
Ginásios

Fábricas

Escolas
Apt.os

Hotéis
Clube

Aparelho

Lavatório privado 2,6 2,6 2,6 2,6 2,6 2,6 2,6 2,6 2,6
Lavatório público 5,2 7,8 10,4 7,8 10,4 15,6 7,8 19,5
Banheiras 26 26 39 26 26 39 26
Lavador de pratos 19,5 65 65 65 26 19,5 26
Lava – pés 3,9 3,9 15,6 3,9 3,9 15,6 3,9 3,9
Pia de cozinha 13 26 26 26 26 13 13
Tanque de lavagem 26 36,4 36,4 36,4 36,4 26
Pia de copa 6,5 13 13 13 6,5 13
Chuveiros 97,5 195 292 97,5 97,5 292 97,5 292
Consumo máximo provável % 30 30 10 25 25 40 30 30 40
Capacidade do reservatório 125 90 100 60 80 100 200 70 100

Fonte: Creder (2006).

EXEMPLOS

a. Aquecimento para uma residência de 8 pessoas:


104 UNIUBE

• Consumo diário

• Consumo de Peak =

• Capacidade do reservatório =

• Capacidade de aquecimento =

b. Edifício de apartamentos, com 10 unidades residências, com


os seguintes aparelhos, por unidade: bidê, lavatório, chuveiro
e pia de cozinha

• Consumo máximo provável =

• Capacidade do reservatório =

4.1.1.4 Vazão das Peças de Utilização

Para dimensionar as tubulações, é necessário o conhecimento da


vazão das peças de utilização, tal como realizado nas instalações
de água fria. A tabela a seguir fornece a descarga e o peso corres-
pondente para cada peça.

Tabela 26 - Vazão das peças de utilização

Peças de utilização Vazão l/s Peso


Banheira 0,30 1,0
Bidê 0,10 0,1
UNIUBE 105

Chuveiro 0,20 0,5


Lavatório 0,20 0,5
Pia de cozinha 0,25 0,7
Pia de despejo 0,30 1,0
Lavadora de roupa 0,30 1,0
Fonte: Gebara (2001).

4.1.1.5 Funcionamento das Peças de Utilização

Deve-se considerar o funcionamento máximo provável das peças


sanitárias. Dessa forma, para a estimativa da vazão de dimensio-
namento das tubulações, utiliza-se esta equação:

Q=C× ∑P
Sendo: = vazão em ; = coeficiente de descarga (neste caso );
= soma das peças suscetíveis de utilização.

Q=C× ∑P
Diâmetro Mínimo dos Sub-Ramais

Os valores mínimos a serem empregados estão descritos na tabela


a seguir.

Tabela 27 - Diâmetro mínimo dos sub-ramais

Peças de utilização Diâmetro (mm)


Banheira 15
Bidê 15
Chuveiro 15
Lavatório 15
Pia de cozinha 15
Pia de despejo 20
106 UNIUBE

Lavadora de roupa 20
Fonte: Gebara (2001).

4.1.1.6 Perdas de Carga

Para estimativa das perdas de carga, adota-se o mesmo procedi-


mento descrito para instalação de água fria. Recomenda-se, para
os tubos de aço galvanizado, cobre e latão, o emprego das fórmu-
las de Fair-Whipple-Hsiao.

4.1.2 Produção de água quente

Produzir água quente significa transferir de uma fonte as calorias


necessárias para que a água atinja uma temperatura desejada. A
transferência de calor pode ser: direta, ou seja, pelo contato do
agente aquecedor com a água; por vapor saturado, que consiste
nos sistemas de mistura vapor – água; pelo sistema indiretamente,
por efeito de condução térmica mediante o aquecimento de ele-
mentos que ficarão em contato com a água (vapor no interior de
serpentinas imersas em água).

4.1.2.1 Aquecimento Elétrico

Normalmente, é feito por meio de resistências metálicas de


imersão, que dão bom rendimento na transferência de calor. Os
aquecedores elétricos podem ser de aquecimento instantâneo
da água em sua passagem pelo aparelho (chuveiros elétricos)
ou de acumulação, os chamados boilers; devem ser alimentados
por colunas independentes das que servem aos aparelhos sani-
tários. O ramal de alimentação que liga a coluna ao boiler deve
derivar da coluna em cota superior ao aquecedor, entrando no
ramal de alimentação pela parte inferior
UNIUBE 107

A figura 43 demonstra o esquema de instalação do aquecedor elé-


trico em uma residência.

Figura 43 – Esquema de instalação de aquecedores elétricos

Fonte: Gebara (2001).

4.1.2.2 Escolha do Aquecedor Elétrico de Acumulação

A determinação da capacidade do aquecedor e da potência pode


ser feita com o auxílio das tabelas a seguir, devendo-se, primeira-
mente, determinar o consumo diário. Como na maioria dos casos
a temperatura da água a ser utilizada está a uma inferior a 70°C,
deve-se também considerar a mistura com a água fria.

Tabela 28 - Dimensionamento indicado para


aquecedores elétricos de acumulação
108 UNIUBE

Consumo diário a Capacidade do aquece- P o t ê n c i a


70°C (litros) dor (litros) (kW)
60 50 0,75
95 75 0,75
130 100 1,0
200 150 1,25
260 200 1,5
330 250 2,0
430 300 2,5
570 400 3,0
700 500 4,0
850 600 4,5
1150 750 5,5
1500 1000 7,0
1900 1250 8,5
2300 1500 10,0
2900 1750 12,0
3300 2000 14,0
4200 2500 17,0
5000 3000 20,0
Fonte: Gebara (2001).

Tabela 29 - Quantidades de água quente para realizar a mistura

Quantidade
aproximada para
Consumo diário
Temperatura mistura (litros)
Item Usos aproximado de
da mistura 0C Quente Fria
água quente (litros)

70°C 17°C
1 Chuveiro 30 38 12,0 18,0
UNIUBE 109

2 B a r b a , 10 38 4 6
lavagem
de mão e
rosto
3 Lavagem 20 52 13 7
Totais 60 42,6 29 31
Fonte: Gebara (2001).

Para uma temperatura de água gelada qualquer, pode-se também uti-


lizar as equações clássicas para mistura, dada pela seguinte equação:

t1 × V1 + t2 × V2 = t3 × V3

Em que: t1 = temperatura da água no aquecedor: 70°C; t2 = tempe-


ratura da água fria; t3 = temperatura média da mistura (considere em
torno de 40°C); V1 = volume de água quente no aquecedor (capaci-
dade do aquecedor); V2 = volume de água fria misturada no aparelho
(sendo V2 = V3 – V1); V3 = volume de água morna final no aparelho.

Determinação da Potência e Consumo de Energia

Nos aquecedores elétricos, a energia dissipada expressa em watts


× horas pode ser determinada pela equação a seguir:

E = P×t
Sendo: t = tempo em horas; P = potência do aquecedor em watts;
E = energia dissipada.

A equivalência entre a quantidade de calor e energia permite a se-


guinte igualdade:

E =Q
Sendo Q expressa em quilocalorias (kcal).
110 UNIUBE

A quantidade de calor para que uma massa de calor específico c e


de temperatura t1 eleve-se a uma temperatura t2 é representada
pela seguinte equação:

Q = m × c × (t2 − t1 )
Sendo: m = massa do líquido (em litros); c = calor específico
(em kcal/°C; igual a 1); t2 = temperatura final (em °C); t1 = tempe-
ratura inicial (em °C); lembrando que 1kwh = 860 kcal.

EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO

a) Dimensionar um aquecedor elétrico que irá atender a um aparta-


mento com 2 quartos, supondo 2 pessoas por dormitório.

Capacidade do Aquecedor

Entretanto devemos considerar que a água a ser utilizada terá uma


temperatura inferior a 70°C, devendo observar, então, o valor esti-
mado de consumo na tabela 29, portanto:

Capacidade do aquecedor =

Pela tabela 28, temos que utilizar de capacidade de 150 litros e


potência de 1,25 kwh.

Observação: Pode-se determinar a capacidade do aquecedor utili-


zando a equação da mistura, vista nos itens anteriores.

4.1.3 Aquecimento solar

Utiliza-se o coletor solar para aquecimento d’água para uso domés-


tico, piscinas e em processos industriais. Apresenta a vantagem de
ser uma fonte de energia inesgotável, aliada a outras razões pelas
UNIUBE 111

quais o seu emprego vai se difundindo, como exemplo, não ser


poluidora do ar, ser autossuficiente, ser completamente silenciosa,
ser fonte de energia alternativa.

Para se obter melhor rendimento, precisa-se orientar o coletor de


modo a receber a maior incidência dos raios solares, já que a radia-
ção solar não é constante ao longo do dia e variando também em
relação às estações do ano.

Coletores fixos devem apresentar, em relação a horizontal, um ângulo


resultante da soma da latitude do local mais 5 ou 100, objetivando,
assim, uma melhor incidência dos raios solares durante o ano todo.
Deve, também, estar voltado para o norte (hemisfério sul).

Circulação natural (termossifão) Circulação natural (termossifão)


em circuito aberto em circuito fechado

Circulação forçada em circuito Circulação forçada em circuito


aberto fechado
112 UNIUBE

Instalação de um coletor solar em uma residência

Figura 44 - Tipos de Instalações


Fonte: Creder (2006).

4.1.3.1 Dimensionamento da Superfície Coletora

Um modo prático de dimensionamento da superfície coletora é con-


siderar de coletor para 50 - 65 litros de água quente necessários
ou utilizar a equação a seguir.
UNIUBE 113

Q
S=
I ×η
Sendo: S = área em m²; Q = Quantidade de calor necessária em kcal/
dia; I = intensidade de radiação solar em kwh/m² ou kcal.h/m²; η = ren-
dimento do aproveitamento da energia por painel (na prática η = 50%).

EXEMPLO

Considere uma residência com 5 pessoas. Calcule qual a área ne-


cessária de coletor solar.

Consumo diário

Quantidade de calor
(supondo que a
água entre na temperatura de 20°C e saia do coletor a 60°C).

Supondo (Rio de Janeiro), temos:

9000
S= = 4,3m 2
4200 × 0,5

4.1.4 Produção de água quente nas instalações centrais

Existem diferentes sistemas empregados na distribuição de água


quente em instalações centrais coletivas. Consideraremos, agora,
as formas mais comuns de produção de água quente em sistemas
centrais coletivos.

Aquecimento direto de água com gás de rua ou engarrafado: há


aquecedores para instalação privada e centrais coletivas.
114 UNIUBE

Aquecimento direto de água com óleo: possuem uma câmara de aqueci-


mento na qual a chama de um queimador de óleo pulverizado aquece o
ar insuflado por um soprador. Aquecido o ar, este passa por uma serpen-
tina imersa na água do storage, a qual se pretende aquecer.

Aquecimento da água com vapor: a produção de água quente pode


ser realizada utilizando-se o vapor gerado na caldeira. Do barrilete de
vapor deriva-se um ramal a um reservatório, onde o vapor é misturado
à água nele contida ou se conduz o vapor a uma serpentina colocada
no aquecedor de água. Nesse segundo caso, cedendo calor à água, o
vapor se condensa na serpentina e o condensado, recolhido, pode ser
devolvido à caldeira por uma bomba de condensado.

4.1.4.1 Capacidade do Storage e da Potência da Caldeira

O storage deve acumular uma quantidade de água quente tal que,


durante o período de consumo máximo, não venha a faltar água
quente. Vale ressaltar aqui que, enquanto se está consumindo
água, a caldeira continua fornecendo calorias que vão sendo trans-
feridas à água do storage. Considera-se que a água quente a ser
utilizada esteja em torno dos 40°C (como visto nos itens anteriores)
e que no storage ela seja aquecida em torno dos 70°C ou mais,
dependendo, é claro, das condições climáticas locais. A graduação
da temperatura é feita nos aparelhos, pela mistura com a água fria.

Antes de começar a utilização de água quente, pela manhã, dispõe-


se de um período de 2 horas para efetuar o primeiro aquecimento
da água do storage. Quanto maior for o tempo que se admitir para
esse primeiro aquecimento, tanto menor deverá ser a potência ca-
lorífica da caldeira. A determinação do consumo de sua duração
não é fácil de se fazer com exatidão em certos casos, como apar-
tamentos, hotéis e hospitais. No caso de colégios, pela maneira
como funcionam esses estabelecimentos, pode-se calcular, com
UNIUBE 115

certa exatidão, o consumo médio e o tempo de duração da deman-


da máxima.

4.1.4.2 Capacidade do Storage e Potência da


Caldeira (prédios de apartamentos e hóteis)

Para o cálculo da capacidade do storage, pode-se utilizar os mé-


todos descritos anteriormente, ou seja, considerando a equação
da mistura e utilizando os valores descritos na tabela 29. Pode-se
utilizar o método simplificado aplicável a prédios residenciais, con-
siderando a relação entre o volume teórico do reservatório de água
quente e o consumo total diário. Pela equação a seguir, temos:

Vteórico
=A
C
D
Sendo A = 1/3 (residências grandes); 1/5 (apartamentos para 5
pessoas); 1/7 (apartamentos muito grandes).

Para se obter o volume real do storage, basta multiplicar Vteórico


pelo fator 1,33. A potência da caldeira pode ser determinada me-
diante a utilização da equação a seguir:

P = Vstorage ×
(t2 − t1 )
∆T
Sendo: t1 = temperatura da água fria; t2 = temperatura que se pre-
tende elevar a água (em torno de 70°C); ∆T = tempo para efetuar o
primeiro aquecimento da água no storage (considera-se 2h).

EXEMPLO 1

Considere um prédio de 30 apartamentos, com 4 pessoas por apar-


tamento e temperatura da água igual a 200ºC. Calcular a capacida-
de do storage e potência da caldeira.
116 UNIUBE

4.1.4.3 Capacidade do Storage e Potência da Caldeira


(colégios internos e estabelecimentos análogos)

Nesse caso, tem-se o conhecimento do tempo de duração de de-


manda máxima e a quantidade de água que será consumida. O
consumo diário em colégios deve ser estimado em função do nú-
mero de aparelhos que esse estabelecimento possui, cujo horá-
rio de funcionamento costuma estar perfeitamente regulamentado
nesse gênero de estabelecimento. As equações necessárias para
o dimensionamento estão descritas a seguir:

P(m + n ) = k + (t3 − t1 ) × Vstorage e (t − t ) × V


2 1 storage = m × P

Sendo: V = capacidade do storage em litros; P = potência calorífica da


caldeira em kcal/hora; m = tempo disponível para o aquecimento até
o início do funcionamento dos aparelhos; n = tempo de duração do
funcionamento dos aparelhos; k = quilocalorias recebidas pela quan-
tidade total de água gasta nos aparelhos durante o tempo n para pas-
sar de t1 t2; t1 = temperatura da água que alimenta a instalação (15 a
20°C); t2 = temperatura máxima atingida no storage (65 a 70°C); t3 =
temperatura que a água deverá ter no fim do tempo n.

EXEMPLO 2

Considere um colégio com 150 alunos, em que há 15 chuveiros


e 30 lavatórios. Admita que apenas 2/3 dos alunos tomem banho
UNIUBE 117

quente, que esse banho se realize em dois turnos (metade toma


banho de manhã e a outra metade a tarde) e que m = 2 h e n = 0,50
h. Calcule o volume do storage e a potência calorífica da caldeira.

Vamos supor que o tempo do banho para cada grupo de


seja de 30 minutos. Adotando para con-
sumo em cada banho de chuveiro 30 litros de água a 40°C e para
o lavatório 10 litros, teremos:

As calorias k para aquecer de 15°C a 40°C serão:

Admitimos, então:

Assim, substituindo todos os valores das equações anteriormente


descritas, teremos:

(65 − 15 ) × V = 2 × P
Pode-se acrescentar no valor da potência um montante de 15%
referente a perdas.
118 UNIUBE

4.1.5 Material dos encanamentos

Os encanamentos devem ser, de preferência, de cobre recozido


com conexões de bronze ou latão. Os tubos em PVC devem ser
evitados, pois possuem um coeficiente linear elevado e, ainda,
amolecem facilmente a uma temperatura de 100°C. Sob uma tem-
peratura de 60°C, sua pressão de serviço fica reduzida a valores
de apenas 2kgf/cm². Tubos em ferro galvanizado apresentam baixa
resistência à corrosão.

4.1.5.1 Dilatação dos Encanamentos

Deve-se levar em consideração a dilatação dos encanamentos de


uma instalação de água quente, permitindo que a dilatação se dê
livremente, evitando, assim, o surgimento de tensões internas nos
tubos e empuxos consideráveis. Como solução aos efeitos da dila-
tação nas tubulações, pode-se usar os seguintes recursos:

• Usar um traçado não retilíneo para a tubulação, isto é, realizar des-


vios angulares no plano ou no espaço, dando, assim, condições
para o tubo absorver as dilatações. Podemos observar essas solu-
ções na figura 45. Usando tubo de cobre e conexão de latão, pela
tabela 30, pode-se obter as dimensões a serem dadas ao loop,
quando se conhece a dilatação e o diâmetro do tubo.

• Em trechos retilíneos longos, fazer um loop ou colocar uma


peça conhecida como lira.

• Havendo pouco espaço para realizar o loop, usar as juntas de


dilatação especiais.

• As tubulações de água quente podem dilatar-se sem rom-


per o isolamento térmico. Deve-se evitar embutir as linhas
UNIUBE 119

alimentadoras na alvenaria. Sempre que possível, instalá-las


em um nicho ou em um shaft.

Tabela 30 – Dimensões do loop para absorver


diversos valores do deslocamento

Diâmetro externo do tubo em polegadas Comprimento L (polegadas) para deslocamento

½” 1” 1 ½” 2” 2 ½” 3” 4” 5” 6”
7/8 10 15 19 22 25 27 30 34 38
1 1/8 11 16 20 24 27 29 33 38 42
1 3/8 11 17 21 26 29 32 36 42 47
1 5/8 12 18 23 28 31 35 39 46 51
2 1/8 14 20 25 31 34 38 44 51 57
2 5/8 16 22 27 32 37 42 47 56 62
3 1/8 18 24 30 34 39 45 53 60 67
4 1/8 20 28 34 39 44 48 58 66 75
5 1/8 22 31 39 44 49 54 62 70 78
6 1/8 24 34 42 48 54 59 68 76 83

Fonte: Gebara (2001).

Figura 45 - Loops

Fonte: Gebara (2001).


120 UNIUBE

4.1.5.2 Isolamento dos Encanamentos

As tubulações deverão ser de cobre ou de ferro puro especial. O


isolamento deve ser com material de baixa condutibilidade térmica,
a fim de não dissipar o calor antes da água atingir os sub-ramais.

Os materiais a seguir são empregados no isolamento, quando tiverem


mais de 5 metros de comprimento, são eles: produtos à base de ver-
miculite (mica expandida sob ação do calor); lã de rocha ou lã mine-
ral, sílica, em fios, são bons materiais, mas de manuseio perigoso. O
silicato de cálcio hidratado com fibras de amianto é excelente e muito
empregado, sendo especificado na norma P.N.B.-141. O silicato de
magnésio hidratado, ótimo isolante, tem cedido espaço ao silicato de
cálcio hidratado, pois, possui fraca resistência à umidade.

Os isolantes são fornecidos sob a forma de calhas que se adaptam


aos tubos. Nas conexões e válvulas, emprega-se argamassa sobre
tela recobrindo as peças, ou aplicam-se mantas do mesmo mate-
rial. A camada de isolamento térmico pode ser protegida com pano
de algodãozinho, o qual deve ser pintado depois.

Quando a tubulação for instalada em locais úmidos, pode-se prote-


gê-la com película de alumínio adesiva. Pode-se, também, recobrir
as calhas isolantes com papelão betuminoso colado a folhas ou
lâminas finas de alumínio. O material de revestimento é preso às
calhas com braçadeiras ou cintas com presilhas.

4.1.6 Conclusão

O projeto de instalações prediais de água quente deverá ser com-


posto de plantas baixas de todos os pavimentos (de um pavimento
UNIUBE 121

tipo no caso de sua existência), planta de cobertura, locação, de-


talhes isométricos, barrilete, memorial descritivo e de cálculo e dos
detalhes construtivos que se fizerem necessários. Todas as pran-
chas deverão possuir legenda e selo. Geralmente, o projeto de ins-
talações de água quente é apresentado juntamente com o projeto
de instalações de água fria (INSTALAÇÔES..., 2016).

Sendo assim, ao projetar cada subsistema, é indispensável con-


siderar as diversas interações com os demais subsistemas, de tal
forma que o produto final apresente a harmonia funcional solicitada
pelo usuário (ILHA; GONÇALVES; KAVASSAKI, 1994).

AMPLIANDO O CONHECIMENTO.

NBR 5626. Instalação Predial de Água Fria. Disponível em:


<http://pt.slideshare.net/sheyqueiroz/nbr-562698-instalao-predial-
de-gua-fria>. Acesso em: 28 fev. 2016.

PARADA PARA REFLEXÃO


As canalizações de água quente não podem ser super-
dimensionadas, pois poderão funcionar como “reservató-
rios”, ocasionando uma demora excessiva na chegada da
água até os pontos de consumo e o seu resfriamento.

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre o assunto, consultar:

CREDER, Hélio. Instalações Hidráulicas e Sanitárias. 6. ed. Rio


de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos – LTC, 2006.

SINTETIZANDO

Este capítulo apresenta procedimentos para que o Engenheiro Civil


122 UNIUBE

desenvolva os cálculos de dimensionamento do sistema predial de


instalação hidráulica de água quente.

DICAS

QiSat – Curso Instalações de Água Quente: Dimensionamento de


Aquecedores Instantâneos (Parte 1). Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=HTKsTQHjmx8>. Acesso em: 28 fev. 2016.
Projeto de instalações
Capítulo
5
prediais de esgoto
sanitário

Natália michelan

Introdução
Uma instalação predial de Esgotos Sanitários visa atender
às exigências mínimas de habitação, fatores esses
importantíssimos para a manutenção da qualidade de vida,
pois estão diretamente relacionadas à higiene, à segurança,
à economia e ao conforto dos usuários.
As prescrições relativas às instalações prediais de esgotos
sanitários variam em nosso país conforme as municipalidades.
Todas, porém, seguem fundamentalmente a NBR – 8160 de
1983, que fixa as condições técnicas exigíveis para o projeto
e a execução das referidas instalações (MACINTYRE, 1996).
Conforme a NBR – 8160, as instalações prediais de esgotos
sanitários devem ser projetadas de modo que permitam
um rápido escoamento dos esgotos e, também, sua fácil
desobstrução, visam, também, vedar as passagens de gases
e animais das tubulações para o interior das edificações, bem
como impedir o vazamento, o escapamento desses gases e
a formação de depósitos no interior das tubulações; ainda, é
de primordial importância impedir a poluição da água potável.
Objetivos
• Aprender técnica de instalações de uma rede de esgoto
sanitário.
• Relacionar as etapas do projeto de instalações prediais
de esgoto sanitário.
• Definir os conceitos para o dimensionamento do projeto.

Esquema
• Instalações prediais de esgotos sanitários
• Etapas de projeto
• Partes constituintes e terminologia de uma instalação
predial de esgotos sanitários
• Traçado das instalações de esgotos e ventilação
• Dimensionamento
• Caixa de gordura
• Fossa séptica

5.1 Instalações prediais de esgotos sanitários

Segundo Gebara (2001), para se projetar um sistema predial de


esgoto sanitário, é necessário que tais instalações:

• Promovam o rápido escoamento dos esgotos; isso é conse-


guido por meio de traçados convenientes, evitando-se curvas
verticais e horizontais. No caso de necessidade, as curvas
devem ser preferencialmente de 45º. Quando inevitável, as
curvas de 90º deverão ser de raios longos, utilizando-se pe-
ças de inspeção antes e depois delas. As ligações entre cana-
lização deverão ser feitas, sempre que possível, por meio do
traçado mais curto, com prioridade para a de maior diâmetro.
UNIUBE 125

• Vedem a passagem de gases e animais das tubulações para


o interior dos edifícios: provendo-se todas as peças ou cana-
lizações ligadas a elas, de fecho hídrico (coluna líquida de 50
mm de altura no mínimo), que deve ser mantido sob quais-
quer condições de funcionamento da rede.

• Impeçam a poluição da água de consumo e de gêneros alimen-


tícios: evitando as interconexões, bem como a passagem de ca-
nalizações de água em rebaixos de pisos ou canaletas de águas
servidas. De qualquer maneira, a existência de vazamentos na
canalização de esgotos pode causar problemas de contamina-
ção da água de abastecimento e de gêneros alimentícios.

• Impeçam vazamentos, escapamentos de gases e formação de


depósitos no interior das tubulações: para se evitar vazamen-
tos, é aconselhável que a instalação, antes de ser posta em
funcionamento, seja submetida ao teste de fumaça, ou outro
qualquer, a fim de se detectar possíveis falhas na execução
dela. Devem ser evitados colos que permitam a deposição de
material particulado presente nos esgotos. Devem-se prover
as tubulações de inspeções (peças especiais ou causas de
inspeção) que permitam a manutenção da rede, por meio da
introdução de equipamentos utilizados na limpeza delas. Por
fim, a durabilidade das instalações está diretamente ligada à
qualidade do material empregado, que deve ser resistente à
corrosão, e da execução dos serviços, por isso, a instalação
não deve nunca estar solidária à estrutura do prédio.

• Permita a ventilação contínua da rede pública coletora de esgotos:


essa é conseguida mediante a manutenção de canalização aber-
ta à atmosfera e ligada diretamente à rede pública sem nenhuma
obstrução. Tal condição é satisfeita pelas instalações de ventilação
que apresentam como único objetivo a veiculação de gases e de ar.
126 UNIUBE

5.1.1 Etapas de projeto

As etapas do projeto de instalação predial de esgoto sanitário são


as mesmas que para uma instalação predial de Água Fria, porém
as plantas e seções deverão ter escala 1:50 e os detalhes 1:20.
Além disso, devem atender aos objetivos propostos anteriormente
e utilizar uma convenção para os desenhos de projeto. A figura 46
mostra uma convenção bastante utilizada nessas instalações.

Figura 46 - Convenções para projeto mais comumente utilizadas

Fonte: NB – 19 (1983).

Todo projeto predial de esgoto sanitário deve apresentar um esquema


vertical, em que são indicados para cada pavimento os diâmetros dos
tubos de queda, tubos de gordura, tubos ventiladores, dentre outros. A
figura 47 apresenta esse esquema baseado na norma NB-19.
UNIUBE 127

Figura 47 - Esquema vertical

Fonte: NB - 19 (1983).

A figura 48 apresenta os tipos de arranjos usualmente executados


para as ligações de esgoto de um banheiro residencial.
128 UNIUBE

Figura 48 - Arranjos de ligações de esgotos e ventilação mais comumente utilizados

Fonte: Gebara (2001).

A tabela 31 indica as declividades mínimas, preconizadas pela norma,


para as denominadas tubulações horizontais de esgotos sanitários.
UNIUBE 129

Tabela 31 - Declividades Mínimas, de acordo com a norma

Tubulações Horizontais (1)


Diâmetro Nominal da Tubulação (DN) (mm) Declividade (%)
≤ 75 2
100 1
(1) Tubulação instalada em posição horizontal ou que faça ângulo
menor que 45 graus com a horizontal.
Fonte: adaptada de Gebara (2001).

5.1.2 Partes constituintes e terminologia de uma


instalação predial de esgotos sanitários

A seguir, serão apresentadas as terminologias adotadas pela NBR-


8160; as figuras 49 e 50 nos auxiliam para uma melhor visualização
dessas partes constituintes da instalação predial de esgoto sanitário.

Figura 49 – Terminologias - Edifício de até 3 pavimentos


130 UNIUBE

Fonte: Creder (2006).

Figura 50 – Terminologias – Edifício com mais de 3 pavimentos

Fonte: Creder (2006).

APARELHO SANITÁRIO: aparelho ligado à instalação predial e


destinado ao uso da água para fins higiênicos ou a receber dejetos
e águas servidas.

CAIXA COLETORA (CC): caixa onde se reúnem os refugos líqui-


dos que exigem elevação mecânica.

CAIXA DE INSPEÇÃO (CI): caixa destinada a permitir a inspeção,


limpeza e desobstrução das tubulações.
UNIUBE 131

CAIXA DE PASSAGEM (CP): caixa dotada de grelha ou tampa


cega destinada a receber água de lavagem de pisos e afluentes de
tubulação secundária de uma mesma unidade autônoma.

COLETOR PREDIAL: trecho de tubulação compreendido entre a


última inserção de subcoletor, ramal de esgoto ou de descarga e o
coletor público ou sistema particular.

COLETOR PÚBLICO: tubulação pertencente ao sistema público de


esgotos sanitários e destinada a receber e conduzir os efluentes
dos coletores prediais.

DESCONECTOR: dispositivo provido de fecho hídrico destinado a


vedar a passagem dos gases.

ESGOTO: refugo líquido que deve ser conduzido a um destino final.

ESGOTOS SANITÁRIOS: são os despejos provenientes do uso da


água para fins higiênicos.

FECHO HÍDRICO: camada líquida que, em um desconector, veda


a passagem de gases.

INSTALAÇÃO PRIMÁRIA DE ESGOTOS: conjunto de tubulações


e dispositivos por onde têm acesso gases provenientes do coletor
público ou dispositivos de tratamento.

INSTALAÇÃO SECUNDÁRIA DE ESGOTOS: conjunto de tubula-


ções e dispositivos por onde não têm acesso gases provenientes
do coletor público ou dos dispositivos de tratamento.

RAMAL DE DESCARGA (RD): tubulação que recebe diretamente


efluentes de aparelhos sanitários.
132 UNIUBE

RAMAL DE ESGOTO (RE): tubulação que recebe efluentes de ra-


mais de descarga.

RAMAL DE VENTILAÇÃO (RV): tubo ventilador interligado ao des-


conector ou ramal de descarga, um ou mais aparelhos sanitários
ligado a uma coluna de ventilação ou a um tubo ventilador primário.

SUBCOLETOR (SC): tubulação que recebe efluentes de um ou


mais tubos de queda ou ramais de esgoto.

TUBO DE QUEDA (TQ): tubulação vertical que recebe efluentes de


subcoletores, ramais de esgoto e ramais de descarga.

TUBO OPERCULADO (TO): peça de inspeção em forma de tubo


provida de abertura com tampa removível.

TUBO VENTILADOR (TV): tubo destinado a possibilitar o escoamento de


ar da atmosfera para a instalação de esgoto e vice-versa ou a circulação
de ar no interior da instalação com a finalidade de proteger o fecho hídrico
dos desconectores de ruptura por aspiração ou compressão e encami-
nhar os gases emanados do coletor público para a atmosfera.

TUBO VENTILADOR DE ALÍVIO: tubo ventilador secundário ligando o


tubo de queda ou ramal de esgoto ou de descarga à coluna de ventilação.

TUBO VENTILADOR DE CIRCUITO (VC): tubo ventilador secun-


dário ligado a um ramal de esgoto e servindo a um grupo de apa-
relhos sem ventilação individual, ver Tubo Ventilador Secundário.

TUBO VENTILADOR INVERTIDO (VIn): tubo ventilador individual


em forma de cajado, que liga o orifício existente no colo alto do
desconector do vaso sanitário ao respectivo ramal de descarga, ver
Tubo Ventilador Individual.
UNIUBE 133

TUBO VENTILADOR PRIMÁRIO (VP): prolongamento do tubo de


queda acima do ramal mais alto a ele ligado e com extremidade
superior aberta à atmosfera situada acima da cobertura do prédio.

TUBO VENTILADOR SECUNDÁRIO (VSe): prolongamento do


tubo de queda nas mesmas condições descritas para o do ventila-
dor primário, porém sem nenhum aparelho sanitário ligado a ele.

TUBO VENTILADOR SUPLEMENTAR (VSu): tubulação ligando


um ramal de esgoto ao tubo ventilador de circuito correspondente.

TUBULAÇÃO PRIMÁRIA: tubulação a qual têm acesso gases pro-


venientes do coletor público ou dos dispositivos de tratamento.

TUBULAÇÃO SECUNDÁRIA: tubulação protegida por desconector


contra o acesso de gases das tubulações primárias.

UNIDADE AUTÔNOMA: parte da edificação vinculada a uma fra-


ção ideal de terreno, sujeita às limitações da lei, constituída de de-
pendências e instalações de uso privativo, destinada a fins resi-
denciais ou não, assinalada por designação especial numérica ou
alfabética de identificação e discriminação.

UNIDADE HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO (UHC): fator probabilís-


tico numérico que representa a frequência habitual de utilização
associada à vazão típica de cada uma das diferentes peças de um
conjunto de aparelhos

Sendo assim, podemos dividir uma instalação predial de esgotos


sanitários nos seguintes elementos principais:
134 UNIUBE

5.1.2.1 Canalizações para coleta e afastamento das águas servidas

Essas canalizações podem ser classificadas como primárias ou


secundárias. No caso das canalizações primárias, tem acesso os
gases provenientes do coletor público, e as secundárias estão pro-
tegidas por desconector contra esses gases. Essas canalizações
são constituídas por ramal de descarga, ramal de esgoto, tubo de
queda, subcoletões, coletor predial, caixa de inspeção ou passa-
gem e as peças de inspeção, mostrados na figura 49.

5.1.2.2 Desconector

O desconector é definido como todo sifão sanitário ligado a uma


canalização primária, ou seja, é um dispositivo hidráulico destinado
a vedar a passagem de gases do interior das canalizações de es-
goto para o interior dos edifícios.

Figura 51 - Desconector

Fonte: adaptada de Gebara (2001).

Pela figura 51, verifica-se que todo desconector deve ser ventilado,
a fim de se evitar que o acúmulo de gases à jusante, no interior da
canalização de esgoto primário, seja capaz de produzir uma pres-
são superior à do fecho hídrico.
UNIUBE 135

A ventilação dos desconectores evita também o rompimento do fecho


hídrico por sucção, que poderá ocorrer, caso a canalização de esgoto
primário funcione como conduto forçado, mesmo que por um breve
momento. A figura 52 mostra ilustrativamente como isso pode ocorrer:

PISTÃO HIDRÁULICO: durante a queda da água descarregada


pela bacia sanitária, o pistão hidráulico comprime o ar situado abai-
xo, este exerce pressão sobre as colunas de água que estão nos
sifões abaixo. Caso não houvesse a possibilidade de saída, o ar
comprimido tenderia a romper o fecho hídrico por meio do fenôme-
no denominado sifonamento por compressão, o que possibilitaria
a entrada dos gases das canalizações para o interior dos compar-
timentos sanitários. A presença de ramais de ventilação, ligadas à
coluna de ventilação, evita tal fato.

VÁCUO PARCIAL OU SIFONAMENTO POR ASPIRAÇÃO: é o fe-


nômeno oposto ao do pistão hidráulico, já que, ao descer, a coluna
líquida tende a provocar o vácuo parcial, na parte superior da ca-
nalização, acima do pistão hidráulico. O prolongamento do tubo de
queda até a cobertura diminui a possibilidade de ocorrência desse
fenômeno, porém não a elimina totalmente.

AUTOSSIFONAMENTO: sifonamento que ocorre devido à própria


descarga do aparelho sanitário. Ocorre quando o ramal de des-
carga é muito comprido e de seção muito pequena, chegando a
encher completamente a canalização horizontal, antes de atingir
o tubo de queda, e a canalização passa, então, a trabalhar sobre
pressão, produzindo a montante do volume de água deslocado,
condições para que haja aspiração da última quantidade de água
descarregada, que deveria formar o fecho hídrico no sifão.
136 UNIUBE

coluna de ventilação
tubo
ramal de ventilação
ventilador
primário

pistão sifão
hidráulico
ramal de descarga

tubo de
queda

Figura 52 - Esquema ilustrativo de um pistão hidráulico

Fonte: Creder (2006).

A norma brasileira faz, ainda, várias recomendações, algumas me-


recendo destaque e, por isso, listadas a seguir, as pias de copa
e de cozinha devem ser dotadas de sifões mesmo quando forem
ligadas às caixas retentoras de gordura. Não devem ser usados si-
fões, ralos sifonados ou caixa sifonada cujo fecho hídrico dependa
da ação de partes móveis ou de divisões internas removíveis que,
em caso de defeito, possam deixar passar gases. E, por fim, todo
desconector deve satisfazer às seguintes condições:
UNIUBE 137

• Apresentar fecho hídrico com altura mínima de 50 mm.

• Apresentar orifício de saída com diâmetro igual ou maior ao


do ramal de descarga a ele ligado.

Os sifões devem ter fecho hídrico com altura mínima de 50 mm e


devem ser munidos de bujões com rosca na parte inferior ou de
qualquer outro meio para fácil limpeza e inspeção.

Figura 53 - Sifão, segundo a NBR-8160.

Fonte: Creder (2006)

De maneira geral, utiliza-se sifão sanitário individual apenas em


mictórios, bacias sanitárias, pias de cozinha, pias de despejo e
tanques de lavar.

O tipo de instalação mais comumente utilizado consiste na liga-


ção dos ramais de descarga de lavatórios, banheiras, bidês e
ralos (de boxes de chuveiros, ou de coleta de água de pisos) às
caixas sifonadas.
138 UNIUBE

Figura 54 - Caixa Sifonada

Fonte: Creder (2006).

Dessa maneira, o ramal de esgoto do efluente da caixa sifonada


(figura 55) seria uma canalização primária, enquanto que os ramais
de descarga seriam canalizações secundárias.

Figura 55 - Exemplo de utilização de caixa sifonada em ins-

talações prediais de esgotos sanitários

Fonte: Creder (2006).


UNIUBE 139

5.1.2.3 Canalizações Para Ventilação

A rede de ventilação é constituída por canalizações que se iniciam


próximas aos sifões e que terminam abertas ao exterior, possi-
bilitando, assim, a veiculação de ar e gases por elas (figura 56).
Constituem essas canalizações tubo de ventilação primário e se-
cundário, ramal de ventilação, colunas de ventilação etc.

Figura 56 - Ventilação em circuito

Fonte: Creder (2006).

5.1.2.4 Órgãos Especiais

São elementos que, eventualmente, podem ser necessários, em-


bora não sejam comuns à maioria das instalações. Temos como
exemplo o caso de existirem aparelhos instalados em cota inferior
ao da via pública, não sendo possível que os dejetos sejam lança-
dos por gravidade no coletor público, é necessário, então, a reunião
de todos esses despejos em uma caixa coletora, para posterior
140 UNIUBE

recalque deles até a cota favorável ao lançamento por gravidade


na rede pública de esgotos.

5.1.3 Traçado das instalações de esgotos e ventilação

O traçado adequado das instalações prediais de esgotos e de venti-


lação é conseguido pela obediência dos princípios básicos, são eles:

• Utilização adequada das conexões e demais elementos que


devem compor a instalação. Dessa maneira, toda mudança
de direção deve ser executada de maneira correta, utilizando
conexões ou caixas de passagem.

• Depois do estudo em escala reduzida, o projetista deve apre-


sentar a instalação definitiva em escala maior (1:20), pois,
ao não se levar em conta o tamanho das conexões, pode-se
inviabilizar a execução da instalação projetada por falta de
espaço para a colocação de todas as conexões necessárias.

• Canalizações embutidas, que não devem estar solidárias às pe-


ças estruturais do edifício. Isso condiciona a escolha de pontas
de descida dos tubos de queda para o mais próximo possível
dos pilares ou da projeção dos pilares e paredes do térreo.

Com esses princípios, os traçados das instalações transformam-se


em estudos geométricos, estabelecendo-se, dessa maneira, algu-
mas regras, conforme listadas a seguir:

• Localização do tubo de queda: o tubo de queda deverá ser embutido


em parede e situado próximo à projeção de pilar ou parede do térreo.

• Ligação de saída da bacia sanitária com o tubo de queda:


essa ligação deve ser a mais direta possível, provendo-se a
UNIUBE 141

necessidade eventual da colocação de junções para permitir


a ligação da caixa sifonada no ramal de esgotos.

• Localizações da caixa sifonada e ligação ao ramal de esgoto:


caixa sifonada com grelha - deve-se levar em conta aspectos
estéticos, já que o piso deverá apresentar declividade favo-
rável ao escoamento das águas para a caixa; caixa sifonada
com tampa cega - admite-se sua localização em qualquer lo-
cal do compartimento sanitário.

• Ligação dos ramais de descarga à caixa sifonada: a caixa sifo-


nada normal admite a ligação de até sete ramais da descarga.

• Ligação do tubo ventilador ao ramal e à coluna de ventilação:


todo sifão deve ser ventilado, então, a distância entre o tubo
ventilador e o sifão não deve ultrapassar certas distâncias,
dependendo do diâmetro do ramal de descarga.

projeção
do pilar

a - Identificação dos elementos estruturais

b - Escolha do ponto de descida do tubo de queda


142 UNIUBE

c - Ligação do TQ à bacia sanitária

d - Localização da caixa sifonada e sua ligação ao ramal de esgo-


tos: Ligação dos ramais de descarga à caixa sifonada

e - Ligação do tubo ventilador ao ramal de esgotos e à coluna de


ventilação

Figuras 57 - Esquema do traçado de uma instalação predial de esgoto sanitário

Fonte: Creder (2006).


UNIUBE 143

5.1.4 Dimencionamento

A estimativa das descargas está associada ao número de apa-


relhos sanitários ligados às canalizações. A norma NBR-
8160 fixa os valores dessas unidades para os aparelhos mais co-
mumente utilizados. Essa unidade é denominada Unidade Hunter
de Contribuição (UHC), corresponde à unidade de descarga de um
lavatório de residência e é igual a 28 l/min.

5.1.4.1 Ramais de Descarga

Utilizam-se as tabelas 32 e 33 para obter o diâmetro nominal mí-


nimo do ramal de descarga e o UHC dos aparelhos utilizado na
instalação predial de esgoto sanitário.

Tabela 32 - Ramais de descarga para peças existentes

Ramais de Descarga

Diâmetro Nominal (DN) Mínimo


Aparelho UHC DN (mm)
Banheira de residência 3 40
Banheira de uso geral 4 40
Banheira Hidroterápica, fluxo contínuo 6 75
Banheira de emergência, hospital 4 40
Banheira infantil, hospital 2 40
Bacia de assento, hidroterápica 2 40
Bebedouro 0,5 30
Bidê 2 30
Chuveiro de residência 2 40
Chuveiro coletivo 4 40
Chuveiro hidroterápico 4 75
Chuveiro hidroterápico, tipo tubular 4 75
144 UNIUBE

Ducha escocesa 6 75
Ducha perineal 2 30
Lavador de comadre 6 100
Lavatório de residência 1 30
Lavatório geral 2 40
Lavatório quarto de enfermeira 1 30
Lavabo cirúrgico 3 40
Lava pernas, hidroterápico 3 50
Lava braço, hidroterápico 3 50
Lava pés, hidroterápico 2 50
Mictório, válvula de descarga 6 75
Mictório, caixa de descarga 5 50
Mictório, descarga automática 2 40
Mictório, de calha por metro 2 50
Mesa de autópsia 2 40
Pia de residência 3 40
Pia de serviço, despejo 5 75
Pia de laboratório 2 40
Pia de lavagem de instrumentos, hospital 2 40
Pia de cozinha industrial, preparação 3 40
Pia de cozinha industrial, lavagem de panelas 4 50
Tanque de lavar roupa 3 40
Máquina de lavar pratos 4 75
Máquinas de lavar roupa até 30 Kg 10 75
Máquinas de lavar roupa de 30Kg até 60 Kg 12 100
Máquinas de lavar roupa acima de 60Kg 14 150
Vaso sanitário 6 100
Fonte: Vianna (1993).
UNIUBE 145

Tabela 33 - Ramais de Descarga para aparelhos


não relacionados na Tabela 32.

Ramais de Descarga(1)

Diâmetro Nominal (DN) Mínimo


DN
UHC
(mm)
1 ≤ 30
2 40
3 50
5 75
6 100
Fonte: Creder (2006).

5.1.4.2 Ramais de Esgoto

Utiliza-se a tabela 35 para obter os diâmetros nominais mínimos


dos ramais de descarga. Devem-se somar as unidades de descar-
ga de todos os aparelhos servidos pelo ramal e, após esse cálculo,
formular a tabela a seguir.

Tabela 35 - Ramais de Esgoto

Ramais de Descarga (1)

Diâmetro Nominal (DN) Mínimo


UHC DN (mm)
1 30
3 40
6 50
146 UNIUBE

20 75
160 100
620 150
(1) O ramal de esgoto de caixa
sifonada deve ser dimensionado
levando-se em conta a soma das
UHC dos aparelhos que contri-
buem para ela.
Fonte: adaptada de Vianna (1996) e Creder (2006).

Deve-se lembrar que as declividades mínimas tanto para ramais


de descarga como de esgoto devem obedecer à tabela 31. Para
os ramais de esgoto como para os ramais de descarga, deve ser
observado, ainda, que lavatórios, banheiros, bidês, ralos, chuveiros
e tanques lançam-se em desconectores (sifões) e, depois, nas ca-
nalizações secundárias ou primárias. Vasos e mictórios lançam-se
nas canalizações primárias ou em suas caixas de inspeção. Os
mictórios só poderão ligar-se a caixas sifonadas dotadas de tampas
cegas. Pias de despejo lançam-se nas caixas de gordura, depois,
nas tubulações primárias. Máquinas de lavar roupa e/ou tanques,
situados em pavimentos superpostos, podem descarregar em tu-
bos de queda individuais, que se ligam à caixa sifonada colocada
no pavimento térreo. Pias de cozinha ligam-se a tubos de queda,
que se lançam em caixas de gordura e, em seguida, às canaliza-
ções primárias ou caixas de inspeção. As suas caixas de gordura,
conforme seja o número de unidades coletadas, devem cumprir:

→ Para 1 pia, poderá ser utilizada, conforme NBR 8160, a denomi-


nada caixa de gordura pequena com as seguintes dimensões:

Diâmetro interno..................................................30 cm
UNIUBE 147

Parte submersa do septo..................................... 20 cm

Capacidade de retenção..................................... 18 litro

Tubulação de saída (DN).....................................75mm

→ Até 2 cozinhas, a caixa de gordura será simples com volume de


mais de 30 litros ou:

Diâmetro ...........................................................60 cm

Altura.................................................................60 cm

→ De 2 até 12 cozinhas, deverá ser usada caixa de gordura dupla


com volume de, no mínimo, 120 litros ou:

Diâmetro ...........................................................60 cm

Altura.................................................................80 cm

→ Para mais de 12 cozinhas, o volume, em litro, da caixa de gor-


dura deverá ser:

V = 120 +-2 x (nº de pessoas servidas)

A norma traz outras recomendações:

• Quando for adotada caixa sifonada ou sifão para receber


despejos de lavatórios, banheiras, bidês, ralos e tanques,
os respectivos ramais de descarga devem ser ligados in-
dividualmente ou por meio de caixa de passagem à caixa
sifonada ou ao sifão.
148 UNIUBE

• Excetuam-se do disposto anterior.

• Os conjuntos de lavatórios ou mictórios instalados em bateria


nos sanitários coletivos, desde que o ramal de esgoto que re-
úne os ramais de descarga de cada aparelho seja facilmente
inspecionável.

• Os lavatórios e pias de cozinha com duas cubas.

• Em instalações que venham a utilizar caixas retentoras de


gordura, os ramais de descarga de pias de cozinha devem ser
ligados diretamente às mesmas caixas ou a tubos de queda
que nelas descarreguem.

Os ramais de descarga de vasos sanitários, caixas ou ralos sifo-


nados, caixas retentoras e sifões, devem ser ligados, sempre que
possível, diretamente a uma caixa de inspeção ou então a outra
tubulação primária perfeitamente inspecionável.

Os ramais de descarga ou de esgoto e aparelhos sanitários, caixas


ou ralos sifonados, caixas retentoras e sifões não podem ser liga-
dos a desvios de tubos de queda com declividade menor que 1% ou
que recebam efluentes de mais de quatro pavimentos superpostos.

Nos casos em que forem ultrapassados os limites previstos no item


anterior, as ligações dos aparelhos situados no pavimento de des-
vio devem ser feitas abaixo desse desvio.

Os ramais de esgoto que recebem efluentes de lavadores de co-


madre e de pias de despejos de hospitais, consultórios médicos e
outros devem ser tubulações primárias.

A inserção de um ramal de descarga ou de esgoto no coletor


UNIUBE 149

predial, sub-coletor ou em outro ramal de esgoto deve ser feita,


de preferência, mediante caixa de inspeção ou, então, com junção
simples de ângulo não superior a 45°, devendo, nesse último caso,
ser o mesmo ramal provido de peça de inspeção.

É vedada a ligação de ramal de descarga ou ramal de esgoto ao


ramal de descarga de vaso sanitário por meio da inspeção existen-
te em joelho ou curva.

5.1.4.3 Tubos de Queda

Para o cálculo de tubos de queda, temos a tabela 36 para consultar:

Tabela 36 - Tubos de Queda

Tubos de Queda(1)

Diâmetro Nominal (DN) Mínimo


Número de Pavimentos da Edificação
≤3 >3
Em 1 pavimento Em todo o tubo DN
Número Máximo de UHC (mm)
2 1 2 30
4 2 8 40
10 9 24 50
30 16 70 75
240 90 500 100
960 350 1900 150
2200 600 3600 200
3800 1000 5600 250
600 1500 8400 300
(1)Deve ser usado o diâmetro nominal mínimo DN 100 para as
tubulações que recebam despejos de vasos sanitários.
Fonte: Adaptada de Vianna (1996) e Creder (2006)
150 UNIUBE

Para um adequado dimensionamento, além da utilização da tabela


anterior, devem ser seguidas as seguintes recomendações:

• Tubo de queda de gordura de pias deverá ser ventilado.

• Diâmetro mínimo para tubos que recebem despejos de vasos


sanitários é DN 100mm.

• Nas interligações de tubulações horizontais com verticais de-


vem ser empregadas junções a 45° simples ou duplas ou três
sanitários. A NBR-8160 não permite que sejam utilizadas cru-
zetas sanitárias.

• Nenhum tubo de queda terá diâmetro inferior ao da maior tu-


bulação a ele ligada.

• Nenhum tubo de queda que recebe descargas de pias de cozi-


nha ou de despejo deve ter diâmetro inferior a DN 75 mm, exceto
em prédios de até 2 pavimentos com o tubo de queda recebendo
até 6 UHC, quando, então, o diâmetro poderá ser DN 50 mm.

• Os tubos de queda devem ser prolongados com o mesmo


diâmetro até acima da cobertura do prédio, dispensando-se
esse prolongamento quando já existe um tubo de ventilação
com DN 100 mm, tal que o comprimento desse tubo de queda
não exceda 1/4 da altura total do prédio, na vertical; esse tubo
de queda só receba até 36 UHC, quando já tenha a coluna de
ventilação prolongada até acima da cobertura ou em conexão
com outra existente, respeitados os limites da tabela 36.

• Quando existirem, em um mesmo edifício, banheiros contí-


guos, situados um ao lado do outro, os ramais de esgoto de
cada banheiro poderão ligar-se ao mesmo tubo de queda, o
mesmo acontecendo com os tubos de ventilação individual,
que se ligam a uma mesma coluna de ventilação.
UNIUBE 151

• Não deve ser usado um mesmo tubo de queda para prédios


distintos.

• Tubo de queda deve ter diâmetro uniforme e, sempre que possí-


vel, ser instalado em um único alinhamento reto. Quando houver
desvios da vertical nos tubos de queda, proceder da seguinte
forma: quando o desvio formar ângulo menor ou igual a 45° com
a vertical, dimensionar o tubo pela tabela 36. Quando o desvio
for superior a 45° com a vertical, prever ventilação, de acordo
com a figura 58, além de dimensionar as partes superior e in-
ferior do tubo pela tabela 35, considerando todos os aparelhos
que nela descarregam; dimensionar parte horizontal pela tabela
36, não podendo a parte de baixo do tubo desviado ter diâmetro
inferior ao da parte horizontal, ver figura 58.

(a) Coluna de ventilação acom- (b) Tubo de ventilação ligado


panhando o desvio aos ramais de esgoto.
Para diâmetro nominal dos ramais
de esgoto, abaixo e acima do des-
vio, maiores ou iguais a 75 mm.

Figura 58: Ventilação de Tubos de Queda com desvio na vertical

Fonte: Gebara (2001).


152 UNIUBE

5.1.4.4 Subcoletor e Coletor Predial

Para estimarmos os diâmetros nominais mínimos dos coletores e


subcoletores prediais, utiliza-se a tabela 37 e deve-se ter os diâme-
tros e declividades mínimas constantes nessa tabela.

Tabela 37 - Subcoletores e Coletores Prediais

Coletores Prediais(1) e Subcoletores

Diâmetro Nominal (DN) Mínimo


Declividades Mínimas (%)
0,5 1 2 4 DN
Número Máximo de UHC (mm)
- 180 216 250 100
- 700 840 1000 150
1400 1600 1920 2300 200
2500 2900 3500 4200 250
3900 4600 5600 6700 300
7000 8300 1000 12000 400
(1)O coletor predial deve ter diâmetro nominal mínimo
DN 100.
Fonte: adaptada de Vianna (1996) e Creder (2006).

Observa-se que o diâmetro mínimo deverá ser de 100 mm, devem


ser de preferência retilíneos e, nos trechos em deflexão, imposta
pela configuração de prédio ou de terreno, colocadas caixas de
inspeção ou peças de inspeção que permitam a limpeza e desobs-
trução dos trechos adjacentes.

O coletor predial e os subcoletores devem ser construídos, sempre


que possível, na parte não edificada do terreno. Quando inevitável
sua construção em área edificada, devem ser tomados cuidados
especiais para proteção deles e fácil inspeção.
UNIUBE 153

Nas mudanças de direção dos coletores em que não for possível


intercalar caixas de inspeção, devem ser usadas curvas de ângulo
central máximo igual a 90° de raio longo, preferencialmente de 45°,
desde que se usem peças de inspeção para limpeza e desobstru-
ção dos trechos adjacentes.

A norma NBR-8160 recomenda ainda que, no dimensionamento dos


coletores e subcoletores, deve ser considerado apenas o aparelho de
maior descarga de cada banheiro de prédio residencial, para cômpu-
to do número de UHC. Nos demais casos, devem ser considerados
todos os aparelhos contribuintes para o cálculo do número de UHC.

No coleto predial ou subcoletor não deve haver a inserção de quais-


quer dispositivos ou embaraços ao natural escoamento de despe-
jos, tais como sifões, fundo de caixas de inspeção de cota inferior
à do perfil do coletor predial ou subcoletor, bolsas de tubulações
dentro de caixas de inspeção etc.

As variações de diâmetros dos coletores devem ser feitas mediante


o emprego de caixas de inspeção ou de peças especiais de amplia-
ção ou redução. Quando as tubulações forem enterradas, as inter-
ligações de ramais de descarga, ramais de esgoto e subcoletores
devem ser feitas por meio de caixa de inspeção ou poços de visita.
Quando as tubulações não forem enterradas, devem ser usadas
junções a 45°, com peças de inspeção nos trechos adjacentes, não
sendo permitidas peças em (T) ou duplo (T).

5.1.4.5 Canalizações de ventilação

As canalizações de ventilação têm como objetivo possibilitar o


escoamento do ar atmosférico para a instalação de esgoto, a fim
de proteger o fecho hídrico dos desconectores contra rupturas.
Existem vários tipos de canalização para tal finalidade, tais como:
154 UNIUBE

• Tubo ventilador primário: deverá ter o mesmo diâmetro do


tubo de queda a que estiver prolongado. Sendo que o ∅ min
é de 75 mm.

• Ramal de ventilação: utilizar tabelas 38 e 39.

• Coluna e/ou barrilete de ventilação: utilizar tabela 40.

• Tubo ventilador de circuito: o diâmetro não deverá ser inferior


ao utilizado na tabela 40.

• Tubo ventilador suplementar ou individual: diâmetro não inferior


à metade do diâmetro do ramal de esgoto ao qual estiver ligado.

• Tubo ventilador de alívio: igual ao diâmetro da coluna de ven-


tilação ao qual estiver ligado.

Tabela 38 - Ramais de Ventilação

Ramais de Ventilação

Dimensionamento
Grupo de Aparelhos Sanitários
Sem vasos Com vasos
UHC DN (mm) UHC DN (mm)
Até 2 30 Até 17 50
3 a 12 40 18 a 60 75
13 a 18 50 - -
19 a 36 75 - -
Fonte: adaptada de Vianna (1996) e Creder (2006).

Tabela 39 - Distância máxima de um desconector ao tubo de ventilação


UNIUBE 155

Distância de um Desconector ao Tubo de


Ventilação que o Serve
Ramal de Descarga DN Distância Máxima
(mm) (m)
30 0,70
40 1,00
50 1,20
75 1,80
100 2,40
Fonte: adaptada de Vianna (1996) e Creder (2006).

Além das recomendações anteriores, quanto ao diâmetro e distân-


cia máxima, a norma indica que, em prédios de um só pavimento,
deve existir pelo menos um tubo ventilador de DN 100, ligado dire-
tamente à caixa de inspeção ou em junção ao coletor predial, sub-
coletor ou ramal de descarga de um vaso sanitário e prolongado
até acima da cobertura desse prédio. Se o prédio for residencial
e tiver no máximo três vasos sanitários, o tubo ventilador pode ter
diâmetro nominal DN 75 (GEBARA, 2001).

Em prédios de dois ou mais pavimentos, os tubos de queda devem


ser prolongados até acima da cobertura, sendo todos os desco-
nectores (vasos sanitários, sifões e caixas sifonadas) providos de
ventiladores individuais ligados à coluna de ventilação, de acordo
com as prescrições apresentadas em seus itens específicos.

Tabela 40 - Colunas e Barriletes de Ventilação

Colunas e Barriletes de Ventilação - Dimensionamento


DN Mínimo do Tubo de Ventilação
30 40 50 60 75 100 150 200 250 300
DN UHC Comprimento Máximo Permitido (m)
30 2 9 - - - - - - - - -
40 8 15 46 - - - - - - - -
156 UNIUBE

10 9 30 - - - - - - - -
50 12 9 23 61 - - - - - - -
20 8 15 46 - - - - - - -
10 - 13 46 110 317 - - - - -
75 21 - 10 33 82 247 - - - - -
53 - 8 29 70 207 - - - - -
102 - 8 26 64 189 - - - - -
43 - - 11 26 76 299 - - - -
100 140 - - 8 20 61 229 - - - -
320 - - 7 17 52 195 - - - -
530 - - 6 15 46 177 - - - -
500 - - - - 10 40 305 - - -
150 1100 - - - - 8 31 238 - - -
2000 - - - - 7 26 201 - - -
2900 - - - - 6 23 183 - - -
1800 - - - - - 10 73 286 - -
200 3400 - - - - - 7 57 219 - -
5600 - - - - - 6 49 186 - -
7600 - - - - - 5 43 171 - -
4000 - - - - - - 24 94 293 -
250 7200 - - - - - - 18 73 225 -
11000 - - - - - - 16 60 192 -
15000 - - - - - - 14 55 174 -
7300 - - - - - - 9 37 116 287
300 13000 - - - - - - 7 29 90 219
20000 - - - - - - 6 24 76 186
26000 - - - - - - 5 22 70 152
Fonte: adaptada de Vianna (1996) e Creder (2006).

Toda tubulação de ventilação deve ser instalada de modo que qual-


quer líquido que porventura nela venha a ter ingresso possa escoar-se
completamente por gravidade, para dentro do tubo de queda, ramal
de descarga ou desconector em que o ventilador tenha origem.

Toda coluna de ventilação deve ter um diâmetro uniforme, extremida-


de inferior ligada a um subcoletor ou a um tubo de queda, em ponto
UNIUBE 157

situado abaixo da ligação do primeiro ramal de esgoto ou de descar-


ga, ou nesse ramal de esgoto ou de descarga, e extremidade superior
situada acima da cobertura do edifício, ou ligada a um tubo ventilador
primário a 150 mm, ou mais, acima do nível de transbordamento da
água do mais elevado aparelho sanitário por ele servido.

As figuras 59 e 60 reproduzem a recomendação da norma, para a


correta ventilação das canalizações de esgoto de uma instalação
sanitária típica.

Observe que a ventilação do ramal de esgoto de caixa sifonada é


suficiente para ventilar também o desconector do vaso sanitário
autossifonado. Essa situação é admitida pela norma sempre que
a caixa sifonada estiver a uma distância não superior a 2,40 m do
vaso sanitário e que a ventilação de seu ramal de descarga seja
ventilada por ramal de ventilação de, no mínimo, 50 mm de diâme-
tro nominal (GEBARA, 2001).

A norma NBR-8160 apresenta, ainda, algumas observações: são


considerados devidamente ventilados os desconectores instalados
no último pavimento de um prédio, quando se verificarem UHC ≤
15; a distância entre o desconector e a ligação do respectivo ramal
de descarga a uma tubulação ventilada não excede os limites fixa-
dos na tabela 13.

Consideram-se ventilados os desconectores das caixas retentoras


e das caixas sifonadas quando instaladas em pavimento térreo e
ligadas diretamente a um subcoletor devidamente ventilado.

A extremidade superior dos ramais de ventilação deve ser ligada a


um tubo ventilador primário, a uma coluna de ventilação ou a outro
ramal de ventilação, sempre a 15 cm, ou mais, acima do nível de
transbordamento da água do mais alto dos aparelhos servidos. A
158 UNIUBE

extremidade inferior pode ser ligada ao orifício de ventilação do


desconector, a uma distância da soleira do vertedor de descarga
dele, não inferior ao dobro do seu diâmetro, figura 59.

Figura 59 - Ligação do Ramal de Ventilação

Fonte: Gebara (2001)

É dispensada a ventilação do ramal de descarga do vaso sanitário


autossifonado quando houver qualquer desconector ligado a esse
ramal a 2,40 m, no máximo, do vaso sanitário e ventilado por ramal
de ventilação de, no mínimo, DN 50, figura 60.

Dispensa-se a ventilação do ramal de descarga de um vaso sa-


nitário autossifonado ligado por meio de ramal exclusivo a um
tubo de queda a uma distância máxima de 2,40 m, desde que
esse tubo de queda receba, no mesmo pavimento, imediatamen-
te abaixo, outros ramais de esgoto ou de descarga devidamente
ventilados (GEBARA, 2001).
UNIUBE 159

Figura 60 - Dispensa de Ventilação do Ramal de Descarga do Vaso

Fonte: Gebara (2001).

Quando não for possível ventilar o ramal de descarga do vaso sanitá-


rio autossifonado ligado diretamente ao tubo de queda e não existindo
as condições previstas no parágrafo acima, o tubo de queda deve ser
ventilado imediatamente abaixo da ligação do ramal do vaso sanitário
e executado de acordo com a figura 61 (GEBARA, 2001).

Figura 61 - Impossibilidade de Ventilação do Ramal do Vaso Sanitário

Fonte: Gebara (2001).


160 UNIUBE

Relembrando que todo desconector deve ser ventilado, sendo que


a distância de um desconector à ligação do tubo ventilador que o
serve não deve exceder os limites indicados na tabela 39.

A extremidade de tubo ventilador primário ou coluna de ventilação


deve estar situada acima da cobertura do edifício a uma distância
de, no mínimo, 30cm no caso de telhado ou de simples laje de co-
bertura e 2,00m no caso de laje utilizada para outros fins além de
cobertura, devendo ser, nesse último caso, devidamente protegida
contra choques ou acidentes que possam danificá-la.

A extremidade aberta de um tubo ventilador primário ou coluna de ven-


tilação não deve estar situada a menos de 4m de distância de qualquer
janela, porta ou outro vão de ventilação, salvo se elevada pelo menos 1m
acima das vergas dos respectivos vãos (GEBARA, 2001).

5.1.5 Caixa de gordura

Em todos os prédios em que houver despejos gordurosos (pias de


cozinha, de copa, laboratório etc.), é obrigatória a instalação de
caixas de gordura das quais saem os efluentes para as caixas de
inspeção ou tubo de queda de gordura (TG).

5.1.6 Fossas sépticas

As fossas sépticas destinam-se a separar e transformar a maté-


ria sólida contida nas águas de esgoto e descarregar no terreno,
onde se completa o tratamento. Ou seja, permitem o tratamento
biológico dos esgotos sanitários domiciliares. O efluente de uma
fossa séptica pode ser lançado: no solo, por meio de sumidouro
ou vala de infiltração, ou em águas de superfície, com tratamen-
to complementar.
UNIUBE 161

5.1.7 Conclusão

O projeto de instalação predial de esgoto sanitário mal elabora-


do resulta em diversos problemas, tais como: refluxo dos esgotos,
aparecimento de espumas em ralos, mau cheiro nas instalações
sanitárias (VIANNA, 1993).

A necessidade de viabilizar o rápido e seguro escoamento do es-


goto sanitário, assim como garantir o funcionamento adequado dos
fechos hídricos, deve ser considerada desde a concepção do siste-
ma predial de esgoto sanitário.

A velocidade do escoamento nos trechos horizontais está associa-


da à eficiência no transporte dos materiais sólidos, evitando que
eles venham a se depositar no fundo das tubulações. Nos trechos
verticais, a velocidade do escoamento influencia significativamente
nas pressões pneumáticas desenvolvidas no interior das tubula-
ções. Já os fechos hídricos funcionarão adequadamente se não
se romperem, uma vez que eles impedem que os gases no interior
das tubulações penetrem no ambiente, conforme já comentado.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO.

NBR-8160. Sistema Predial de Esgoto Sanitário: projeto e exe-


cução. Disponível em: <http://www.masterhousesolucoes.com.br/
download/NBR_8160.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2016.
162 UNIUBE

PARADA PARA REFLEXÃO


Em locais que não disponham de rede coletora de esgoto
sanitário, os esgotos somente podem atingir o corpo recep-
tor, sejam superficiais ou subterrâneos, depois de terem
reduzido seus parâmetros indicados de poluição, a um nível com-
patível com o desses corpos receptores. Para tanto, os esgotos
devem ser tratados (VIANNA, 1993).

SAIBA MAIS!

Para saber mais sobre os assuntos discutidos, consulte:

CREDER, Hélio. Instalações Hidráulicas e Sanitárias. 6. ed. Rio


de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 2006.

SINTETIZANDO

Este capítulo apresenta procedimentos para que o Engenheiro


Civil desenvolva os cálculos de dimensionamento do sistema pre-
dial de instalação hidráulica de esgoto sanitário.

DICAS

Vídeo 4 – Detalhamento de rede predial de Esgoto Sanitário.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=4Z3uXgJHg-
vc>. Acesso em: 28 fev. 2016.
Projeto de instalações
Capítulo
6
prediais de água pluvial

Natália michelan

Introdução
A água proveniente das chuvas é um dos principais elementos que
diminuem a durabilidade e danificam a boa aparência das construções.
As coberturas dessas construções possuem a função de
impedir a entrada das águas das chuvas nas áreas das
edificações que devem ser protegidas e geram um volume
de água que deve ser devidamente coletado e transportado
para um sistema de drenagem e, posteriormente, à rede de
drenagem pública, de modo que o trajeto dessas águas seja
o menor e o mais rápido possível.
Em nosso país, existe um sistema separador absoluto, em que
a rede de esgoto e de águas pluviais possui redes projetadas
separadamente para o transporte de cada líquido, em separado.
Caso as redes não sejam independentes, geralmente ocorre
o refluxo em poços de visitas, que são locados nas ruas, em
redes públicas de esgotos sanitários. Esse refluxo ocasionará
uma deteorização na qualidade da higiene local.
Dessa forma, as instalações prediais de águas pluviais
devem coletar todo o volume precipitado sobre telhado,
quintais, pátios e estacionamentos, apresentando as
seguintes características: não devem possuir vazamentos;
proporcionar condições para desobstruções e limpeza; ser
resistente às ações do meio ao qual estão inseridas; possuir
resistência mecânica aos esforços derivados de oscilações
de temperatura, choques mecânicos, cargas, pressões etc.;
evitar a penetração de gases, quando necessário.
Objetivos
• Aprender técnica de instalações de uma rede de água pluvial.
• Relacionar todas as etapas de instalação predial da
rede de água pluvial.
• Definir as etapas do dimensionamento do projeto.

Esquema
• Instalações prediais de águas pluviais
• Projeto
• Partes constituintes e termos técnicos utilizados em
uma instalação predial de águas pluviais
• Dimensionamento

6.1 Instalações prediais de águas pluviais

A norma brasileira que trata das instalações prediais é a NBR


10844, essa norma estipula os requisitos e fundamentos necessá-
rios para o desenvolvimento de projetos de instalações hidráulicas
de águas pluviais, garantindo níveis admissíveis de serventia, se-
gurança, higiene, conforto, durabilidade e economia. A drenagem
de águas pluvias é utilizada em coberturas e áreas associadas aos
edifícios, como os estacionamentos, por exemplo. Essa norma não
pode ser utilizada em casos em que a vazão de projeto e área de-
mandem a utilização de bocas de lobo e galerias.

6.1.1 Projeto

O projeto para a drenagem de águas pluviais em edifícios deve


prever a drenagem das águas por meio de ralos na cobertura ou
nas áreas a serem esgotadas a passagem de tubulações ao longo
dos pavimentos, a ligação dos condutores verticais de água pluvial
até as caixas de área ou pátio e a ligação do ramal predial à rede
pública de drenagem urbana.
UNIUBE 165

No projeto de esgotos sanitários, é feito um esquema vertical para


mostrar as canalizações, o mesmo deve ser feito para o projeto de
águas pluviais, não se esquecendo de fazer a diferenciação entre
uma instalação e outra.

Além desses cuidados, devem ser observadas todas as considera-


ções utilizadas na instalação predial de água fria.

6.1.2 Partes constituintes e termos técnicos utilizados


em uma instalação predial de águas pluviais

Na figura 62, podemos observar os elementos constituintes de uma


instalação de águas pluviais e, a seguir, estão relacionados os ter-
mos mais citados pela NBR 10844.

Figura 62: Partes de uma instalação de águas pluviais

Fonte: Macintyre (1996, p. 282).

ALTURA PLUVIOMÉTRICA - relação entre o volume de água pre-


cipitada e a unidade de área horizontal.

ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO - somatório das áreas das superfícies


que interceptam a chuva e conduzem as águas para um determi-
nado ponto da instalação.
166 UNIUBE

BORDO LIVRE – alongamento vertical da calha que possui como


objetivo evitar o transbordamento.

CAIXA DE AREIA – dispositivo em forma de caixa que é utilizado


em condutores horizontais para recolher detritos por deposição.

CALHA - duto que capta a água de coberturas, terraços e similares


e a conduz a um destino final.

CALHA DE ÁGUA FURTADA - calha instalada na linha de água-


furtada da cobertura.

CALHA DE BEIRAL - calha instalada no beiral da cobertura.

CALHA DE PLATIBANDA - calha instalada no encontro da cobertu-


ra com a platibanda.

CONDUTOR HORIZONTAL - canal ou tubulação horizontal desti-


nado a captar e transportar águas pluviais até os locais permitidos
pelos dispositivos legais.

CONDUTOR VERTICAL - tubulação vertical destinada a captar


águas de calhas, coberturas, terraços e similares e transportar até
a parte inferior do edifício.

DIÂMETRO NOMINAL – Numeração que classifica em dimensões os


elementos de tubulações e corresponde, aproximadamente, ao diâ-
metro interno da tubulação em (mm). O diâmetro nominal (DN n°) não
deve ser objeto de medição nem utilizado para fins de cálculos.

DURAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO – tempo de duração da chuva


que será utilizado como referência para o cálculo de intensidades
pluviométricas.
UNIUBE 167

FUNIL DE SAÍDA - saída em forma de funil.

INTENSIDADE PLUVIOMÉTRICA – relação entre a altura pluvio-


métrica precipitada pelo intervalo de tempo de precipitação dessa
altura.

PERÍMETRO MOLHADO - linha que limita a seção molhada junto


às paredes e fundo do condutor ou calha.

PERÍODO DE RETORNO – tempo médio em que determinada inten-


sidade pluviométrica é igualada ou ultrapassada apenas uma vez.

RALO - caixa dotada de grelha na parte superior, destinada a rece-


ber águas pluviais.

RALO HEMISFÉRICO - ralo cuja grelha tem forma hemisférica.

RALO PLANO - ralo cuja grelha tem forma plana.

SAÍDA - orifício na calha, cobertura, terraço e similares para onde


as águas pluviais convergem.

SEÇÃO MOLHADA - área útil de escoamento em uma seção trans-


versal de um condutor ou calha.

TEMPO DE CONCENTRAÇÃO - intervalo de tempo entre o início da


chuva e o momento em que toda área de contribuição passa a contribuir
para uma determinada seção transversal de um condutor ou calha.

VAZÃO DE PROJETO - vazão de referência para o dimensiona-


mento de condutores e calhas.
168 UNIUBE

6.1.3 Dimensionamento

As chuvas geralmente se precipitam sobre superfícies inclinadas,


telhados e lajes, ou superfícies horizontais, lajes e pisos. Parte das
chuvas pode chocar-se contra as superfícies verticais e escorrerá
para um dos dois tipos anteriores.

Após a precipitação, as águas podem escorrer até as calhas ou ra-


los e, por meio de condutos verticais e horizontais, irá até a sarjeta
ou a galeria de águas pluviais.

No caso de coberturas horizontais de lajes, deve-se impedir o em-


poçamento, exceto durante as tempestades, visto que a situação é
temporária. E essas superfícies devem ser impermeáveis.

Ainda existem algumas outras especificações que definem uma decli-


vidade mínima de 0,5% que garanta um bom escoamento das águas
pluviais até os pontos de drenagem previstos. A drenagem deve ser
feita por mais de uma saída, exceto seja garantida sempre a desobs-
trução da saída única. Se necessário, a cobertura dever ser subdividi-
da em áreas menores, com caimentos de orientações diferentes, para
evitar longos percursos de água. Qualquer tipo de abertura na cober-
tura, como claraboia, por exemplo, que possa receber água em virtu-
de do caimento, deve ser dotado de platibanda ou calha. Quanto aos
ralos, estes podem ser planos ou hemisféricos, sendo que os planos
são os mais utilizados. Os ralos hemisféricos devem ser utilizados
quando o uso de ralos planos puder causar obstrução.

A vazão de projeto é o elemento mais importante para o dimensio-


namento das calhas, condutores verticais e horizontais. A vazão de
projeto é dada pela fórmula a seguir:

i×A
Q=
60
UNIUBE 169

Em que: Q: vazão de projeto em l/min

i: intensidade de chuva em mm/h

A: área de contribuição em m2

A intensidade da chuva depende do período de Retorno, que, no


caso de drenagem de águas pluviais em edifícios, pode ser estipu-
lado por:

T = 1 ano: para áreas pavimentadas, onde empoçamentos possam


ser tolerados.

T = 5 anos: para coberturas e/ou terraços.

T = 25 anos: para coberturas e áreas onde empoçamento ou extra-


vazamento não possa ser tolerado.

Na norma NBR 10844, pode ser encontrada uma tabela para o


período de retorno de 1,5 e 25 anos que apresenta intensidade de
chuva com duração de 5 min de 98 cidades do Brasil.

A área de contribuição é calculada considerando-se alguns fatores,


como a direção do vento, incrementos devido à inclinação do te-
lhado e as paredes que podem vir a existir e interceptar a água de
chuva. A figura 63, retirada da NBR 10844, reproduz como devem
ser retiradas as áreas de contribuição.
170 UNIUBE

Figura 63: Indicações para cálculos da área de contribuição

Fonte: NBR 10844 (1982).

A área de contribuição das coberturas ou de áreas externas das


edificações são caracterizadas por meio de cortes no telhado e de-
clividades nas áreas externas, de modo que se obtenha vazões que
escoam nas calhas e condutores e conduza ao dimensionamento
de uma instalação mais econômica possível para a drenagem das
águas pluviais.
UNIUBE 171

6.1.4 Calhas

As calhas coletam as águas precipitadas nas coberturas dos edi-


fícios e as conduzem para pontos convenientemente locados. A
figura 64 mostra as seções usuais de calhas e suas disposições
nas coberturas.

Figura 64: Seções usuais e disposições nas coberturas das calhas

Fonte: Gebara (2001).

A inclinação para os casos de calha tipo beiral ou platibanda deve


ser uniforme, respeitando o valor mínimo 0,5%. No caso de calha tipo
água furtada, a inclinação será definida pelo projeto de cobertura.

Para o dimensionamento das calhas, emprega-se a fórmula de


Manning Strickler:

1
Q= A RH2/ 3 I1/ 2
n
Em que: Q: Vazão na seção final da calha em m²/s

A: área molhada em m²

Rh: raio hidráulico em m


172 UNIUBE

I: declividade da calha em m/m

n: coeficiente de Manning

A Tabela 41, fornecida pela norma, estabelece os valores de n de


Manning.

Tabela 41: Coeficiente de rugosidade de Manning.

Material Nº
Plástico, fibrocimento, aço, metais não ferrosos 0,011
Ferro fundido, concreto alisado, alvenaria revestida 0,012
Cerâmica, concreto não alisado 0,013
Alvenaria de tijolos não revestida 0,015
Fonte: NBR 10844 (1982).

A Tabela 42, estipulada pela norma, estabelece capacidades de ca-


lhas semicirculares para alguns valores de declividade, sendo que
a lâmina d’água é igual à metade do diâmetro interno (Y/D = 0,50).

Tabela 42: Capacidade de calhas semicirculares com n=0,011, vazão em l/min

Declividades
Diâmetro interno(mm)
0,5% 1% 2%
100 130 183 256
125 236 333 466
150 384 541 757
200 829 1167 1634
Fonte: NBR 10844 (1982).

A NBR 10844 ainda recomenda, para as calhas, que a vazão de


projeto para o dimensionamento das calhas de beiral ou platibanda
deve ser correspondente a maior das áreas de contribuição, quan-
do a saída não estiver colocada em uma das extremidades. Nos
UNIUBE 173

casos em que não se pode ocorrer transbordamento ao longo da


calha, extravasores podem ser colocados a favor da segurança. E
os extravasores devem direcionar as águas para locais propícios.
Em calhas de beiral ou platibanda, quando a saída estiver a menos
de 4m de uma mudança de direção, a vazão de projeto deve ser
multiplicada pelos coeficientes da tabela 43.

Tabela 43: Coeficientes multiplicativos da vazão de projeto

Curva a menos de 2m Curva entre 2 e 4m


Tipo de Curva
da saída da calha da saída da calha
Canto reto 1,2 1,1
Canto arredondado 1,1 1,05
Fonte: NBR 10844 (1982).

6.1.5 Condutores Verticais

Os condutores verticais recebem as águas coletadas pelas calhas


e as direcionam para parte inferior das edificações. Devem ser pro-
jetados, sempre que possível, em uma só prumada e podem ser
instalados interna ou externamente ao edifício.

Quando houver necessidade de desvio, devem ser usadas curvas de


90° de raio longo ou curvas de 45° e previstas peças de inspeção.

Quando de seção circular, devem ter diâmetro mínimo de 70 mm.

Não há como calcular o seu dimensionamento, visto que existe


uma mistura de ar e água escoando nesses condutos. Assim sen-
do, são utilizadas, como mostrado na figura 65, as seguintes ins-
truções para seu uso:

• O dimensionamento dos condutores verticais deve ser feito a partir


174 UNIUBE

dos dados de entrada (Q = Vazão de projeto (l/min); H = Altura da


lâmina de água (mm); L = Comprimento condutor vertical (m)).

• O diâmetro interno (D) do condutor vertical é obtido por meio


dos Ábacos.

• Para calhas com saída em aresta viva ou com funil de saída,


deve-se utilizar o Ábaco respectivo. Dados (Q), (H) e (L), o pro-
cedimento é o seguinte: levantar uma vertical por (Q) até inter-
ceptar as curvas de (H) e (L) correspondentes. No caso de não
haver curvas dos valores de (H) e (L), interpolar entre as curvas
existentes. Posteriormente, transportar a interseção mais alta
até o eixo (D). Por fim, adotar o diâmetro nominal cujo diâmetro
interno seja superior ou igual ao valor encontrado.

6.1.6 Condutores Horizontais

Os condutores de terraços, áreas abertas e pátios são os conduto-


res horizontais e possuem sua declividade pequena (não inferior a
0,5%) e uniforme. Além disso, o escoamento é dado com lâminas
de água máxima igual a 2/3 do diâmetro interno do tubo.

A norma nos mostra a tabela 44, que fornece a capacidade de con-


dutores horizontais de seção circular, recomendando, ainda, que:

• Nas tubulações aparentes devem ser previstas inspeções


quando houver conexões com outra tubulação, mudança de
declividade, mudança de direção e a cada trecho de 20m em
percursos retilíneos.

• Nas tubulações enterradas devem ser previstas caixas de


areia sempre que houver conexões com outra tubulação, mu-
dança de declividade, mudança de direção e a cada trecho de
20m nos percursos retilíneos.
UNIUBE 175

A ligação entre os condutos verticais e horizontais é feita por curva


de raio longo com inspeção ou caixa de areia, se o condutor hori-
zontal estiver aparente ou enterrado.

Figura 65: Ábacos para determinação de Diâmetros de Condutores Verticais

Fonte: Vianna (1993, p. 90).

Tabela 44: Capacidade de condutores horizontais de seção circular

Diâmetro
n = 0,011
interno
(D) (mm) 0,5% 1% 2% 4% 0,5%
1 2 3 4 5 6
50 32 45 64 90 29
63 59 84 118 168 55
75 95 133 188 267 87
100 204 287 405 575 187
125 370 521 735 1.040 339
150 602 847 1.190 1.690 552
200 1.300 1.820 2.570 3.650 1.190
176 UNIUBE

250 2.350 3.310. 4.660 6.620 2.150


300 3.820 5.380 7.590 10.800 3.500
Diâmetro
n = 0,012 n = 0,013
interno
(D) (mm) 1% 2% 4% 0,5% 1% 2% 4%
1 7 8 9 10 11 12 13
50 41 59 83 27 38 54 76
63 77 108 154 50 71 100 142
75 122 172 245 80 113 159 226
100 264 372 527 173 243 343 486
125 478 674 956 313 441 622 882
150 777 1.100 1.550 509 717 1.010 1.430
200 1.670 2.360 3.350 1.100 1.540 2.180 3.040
250 3.030 4.280 6.070 1.990 2.800 3.950 5.600
300 4.930 6.960 9.870 3.230 4.550 6.420 9.110
Fonte: Gebara (2001).

Nota: As vazões foram calculadas utilizando-se a fórmula de


Manning-Strickler, com a altura de lâmina de água igual a 2/3 D.

6.1.7 Conclusão

O projeto de instalações prediais de águas pluviais deve ser com-


posto de plantas baixas de todos os pavimentos (de um pavimento
tipo no caso de sua existência), planta de cobertura, locação, de-
talhes, memorial descritivo e de cálculo. Todas as pranchas devem
possuir legenda e selo.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

NBR 10844. Instalações Prediais de Águas Pluviais. Disponível


em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABpNgAE/nbr-
10844-nb-611-instalacoes-prediais-aguas-pluviais>. Acesso em:
UNIUBE 177

28 fev. 2016.

PARADA PARA REFLEXÃO


Um projeto de drenagem de águas pluviais pode abranger
áreas com grupamentos de edificações ou loteamentos,
nesses casos, é obrigatória a apresentação do projeto e
da planilha de cálculo hidráulico dos coletores ao órgão
competente de municipalidade.

SAIBA MAIS

MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas Prediais


e Industriais. 3. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos
- LTC, 1996.

SINTETIZANDO

Este capítulo apresenta procedimentos para que o Engenheiro Civil


desenvolva os cálculos de dimensionamento do sistema predial de
instalação hidráulica de água pluvial.

DICAS

Águas Pluviais Dimensionamento – Planilha Atualizada. Disponível


em: <https://www.youtube.com/watch?v=_IiBQchOKBw>. Acesso
em: 28 fev. 2016.
Projeto de instalações
Capítulo
7
prediais de combate ao
incêndio

Natália michelan

Introdução
As instalações de proteção contra incêndios fundamentam-
se nos princípios da salvaguarda da vida e proteção do
patrimônio. Quanto melhor for o planejamento do sistema,
menor será a probabilidade de se utilizar o combate ao fogo.
O combate ao fogo trata do estudo das técnicas utilizadas
pelo pessoal das Brigadas de Bombeiros (VIANNA, 1993).
Os projetos complementares deverão estar harmonizados
com o projeto de arquitetura, observando a não interferência
entre elementos dos diversos sistemas e considerando as
facilidades de acesso para inspeção e manutenção das
instalações de um modo geral. Todos os detalhes de um
projeto que possam interferir em um outro da mesma obra
deverão ser elaborados em conjunto, de forma a estarem
perfeitamente harmonizados entre si (DEINFRA, 2016).
Objetivos
• Aprender técnica de instalações de uma rede de
combate ao incêndio.
• Classificar os tipos de edificações.
• Relacionar as redes de proteção contra incêndio.

Esquema
• Noções gerais de combate ao incêndio
• Classificação das edificações
• Proteção por extintores manuais e sobre rodas
• Proteção por rede de hidrantes
• Dimensionamento do reservatório, distribuição por
gravidade, por recalque e “by-pass”
• Exemplo de Dimensionamento

7.1 Noções gerais de combate ao incêndio

O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar é o responsável pela fis-


calização das condições de segurança das edificações, cabendo a
ele vistoriar e aprovar equipamentos de proteção contra incêndios
instalados nos imóveis.

Para que ocorra a combustão de quaisquer materiais, é necessário


juntar três elementos simultaneamente em um mesmo local, caso
contrário, a combustão não ocorre. A associação de um combus-
tível com oxigênio e uma fonte de calor dentro de uma edificação
produzirá o fogo e, consequentemente, provocará o incêndio. Na
figura 66, é ilustrada a inter-relação dos três elementos que produ-
zem a chama de um incêndio.
UNIUBE 181

COMBUSTÍVEL CALOR

FOGO

OXIGÊNIO

Figura 66 - Esquema do triângulo do fogo

Fonte: Gebara (2001).

PREVENÇÃO: para prevenir contra incêndio, basta evitar que as


partes se juntem, caso contrário, o incêndio é eminente.

COMBATE: para combater ou deliberar um incêndio, basta elimi-


nar um dos elementos que compõe o triângulo. O combate pode
ser feito de três maneiras: a) retirando o elemento combustível do
contato com a chama, b) retirando o fluxo de oxigênio por meio de
abafamento e c) retirando a fonte de calor ou resfriando o elemento
que esteja provocando calor suficiente para a combustão.

Algumas definições importantes:

• Abrigo - é o compartimento destinado ao acondicionamento


de mangueiras e acessórios.

• Agente extintor - produto químico utilizado para extinção do fogo.

• Aspersor - dispositivo utilizado nos chuveiros automáticos ou


sob comando, na produção de neblina.

• Bomba de incêndio - aparelho hidráulico especial destinado a


recalcar água no sistema de hidrantes.

• Canalização - rede de tubos que levam água aos hidrantes.


182 UNIUBE

• Carreta - é o extintor sobre rodas, tem capacidade mínima de


20 kg de agente extintor.

• Demanda - é a solicitação da instalação de hidrantes à fonte


de alimentação.

• Extintor portátil - aparelho carregado com agente extintor, com


capacidade de até 25 kg, destinado ao combate de princípio
de incêndio.

• Esguicho - peça metálica destinada a dar forma ao jato d’água.

• Hidrante - é o ponto de tomada de água, provido de dispositi-


vo de manobra (registro) e união de engate rápido.

• Mangueira - é o condutor flexível destinado a transportar água


do hidrante ao esguicho.

• Registro de manobra - registro destinado à manobra de aber-


tura e fechamento do hidrante.

• Registro de recalque - dispositivo hidráulico que permite a in-


trodução externa de água na instalação, deve ser colocado em
posição que assegure a rápida identificação e de fácil acesso.

• Reserva de incêndio - é a quantidade de água reservada es-


pecialmente para o combate a incêndio.

• Reservatório - local onde se armazena a água da rede de


hidrantes.

• Unidade extintora - capacidade mínima convencionada de


agente extintor.
UNIUBE 183

7.1.1 Classificação das edificações

Classificação Quanto ao Risco de Incêndio

Os riscos de incêndio são classificados pela ocupação a que se


destina cada edificação segundo a Tarifa de Resseguro do Brasil.

As edificações são classificadas de acordo com sua ocupação em


uma escala de 1 a 13, e os riscos são determinados como segue:

• Risco Classe A - risco isolado, cuja classe de ocupação seja


de 01 e 02, excluindo os depósitos.

• Risco Classe B - risco isolado, da classe de ocupação 03 a


06, incluindo os depósitos das ocupações 01 e 02.

• Risco Classe C - risco isolado, classe de ocupação de 07 a 13.

• Risco Isolado - um imóvel é considerado de risco isolado


quando obedecer às seguintes distâncias em relação às edi-
ficações vizinhas:

4 metros - distância mínima entre paredes sem abertura e de ma-


terial incombustível.

6 metros - distância mínima entre paredes com abertura em uma


delas e devem ser de materiais incombustíveis.

8 metros - distância mínima entre paredes com abertura em am-


bas e devem ser de materiais incombustíveis.

Nota: A via pública entre edificações pode ser considerada sufi-


ciente para efeito de isolamento de riscos.
184 UNIUBE

Outras Noções de Isolamento

Além do conceito de risco isolado em uma edificação, o Corpo de


Bombeiros faz outras exigências quanto à parede corta-fogo, ao
isolamento entre pavimentos e à compartimentalização de áreas
muito extensas de uma mesma edificação.

• Parede corta-fogo - a parede é considerada resistente ou cor-


ta fogo quando resistir à ação do fogo por:

• Risco A - 2 horas

• Risco B - 4 horas

• Risco C - 6 horas

• Isolamento entre pavimentos - é considerado isolamento entre


pavimentos quando esses apresentarem os seguintes itens:

• Piso de concreto armado de acordo com as normas da ABNT.

• Paredes externas resistentes ao fogo por, no mínimo, 2 horas.

• Afastamento mínimo de 1,20 m entre vergas e peitoris


das aberturas em pavimentos consecutivos.

• As distâncias entre aberturas substituídas por abas ho-


rizontais que avancem, pelo menos, 1,0 m da face ex-
terna da edificação, solidária com o entrepiso e ser de
material resistente ao fogo de, no mínimo, 2 horas.
UNIUBE 185

• Compartimentalização de áreas - as áreas de um mesmo pa-


vimento, para serem consideradas isoladas entre si, deverão
obedecer a requisitos mínimos, como:

• Separação entre si por paredes resistentes ao fogo por


2 horas.

• Terem paredes resistentes ao fogo por 2 horas, isolando


-as das áreas de uso comum.

• Terem portas corta-fogo que resistam, pelo menos, uma


hora e meia.

• Terem aberturas situadas em lados opostos das paredes


divisórias entre unidades e afastadas no mínimo de 5,0 m.

• A distância do item anterior poderá ser substituída por


uma aba vertical, perpendicular ao plano das aberturas,
com 1,0 m de saliência sobre ele e ultrapassando 0,60
m a verga das aberturas.

• Terem aberturas situadas em paredes paralelas, perpen-


diculares ou oblíquas entre si, que pertençam a unidades
autônomas distintas com afastamento mínimo de 5,0 m.

Classificação Quanto à Área Construída e Altura

As edificações são classificadas em quatro:

• Área construída inferior a 750 m² e altura inferior a 12 m.

• Área construída inferior a 750 m² e altura superior a 12 m.


186 UNIUBE

• Área construída superior a 750 m² e altura inferior a 12 m.

• Área construída superior a 750 m² e altura superior a 12 m.

Classificação Quanto à Ocupação

As edificações são classificadas de acordo com sua ocupação e


destinação, como segue:

• Uso residencial incluindo apartamentos, conventos e similares.

• Uso institucional incluindo escolas, hospitais, clínicas, labora-


tórios, creches, sanatórios, asilos e similares.

• Uso de escritórios, incluindo agências bancárias, repartições


públicas, serviços de assessoria, de consultoria e similares.

• Locais de reunião de públicos, incluindo locais de exposições,


teatros, cinemas, auditórios, salas de reunião, salões de fes-
tas, bailes, casas noturnas, ginásios poliesportivos, templos
religiosos (igrejas) e similares.

• Uso de hotel, motel, flat residencial, apart-hotel, pensão e similares.

• Uso industrial incluindo todas as atividades com processo in-


dustrial e similares.

• Uso comercial incluindo lojas, magazines, centros de com-


pras (shoppings centers), supermercados, restaurantes, ba-
res, lanchonetes, serviços diversos, oficinas, garagens coleti-
vas (automáticas ou não) e similares.

• Depósitos em geral, incluindo centros atacadistas, transporta-


doras e similares.
UNIUBE 187

• Instalações de produção, manipulação, armazenamento ou


distribuição de gases e líquidos combustíveis ou inflamáveis,
como: a) destilaria, refinaria ou plataforma de carregamento; b)
parques de tanques ou tanques isolados; c) posto de serviços
de abastecimento; d) armazém de produtos acondicionados.

Nota: as ocupações não relacionadas serão classificadas por


similaridade

7.1.2 Proteção por extintores manuais e sobre rodas

Toda edificação deve ser protegida por extintores, exceto as resi-


dências unifamiliares.

7.1.2.1 Extintores Manuais

Uma unidade extintora (UE) tem a capacidade mínima conforme


indicado na tabela 44.

Tabela 44 - Capacidade mínima de unidade extintora (UE)

Tipo Capacidade
Espuma 10 l
Água sob pressão 10 l
Gás carbônico 6 kg ou 2 x 4 kg
Pó químico seco 4 kg
Fonte: Gebara (2001).
188 UNIUBE

Cada UE pode proteger uma determinada área conforme o risco,


como indicado na tabela 45.

Tabela 45 - Área protegida por 1 EU

Risco Área (m2)


A 500
B 300
C 200
Fonte: Gebara (2001).

A distribuição dos extintores deverá ser equidistante, de forma que


o usuário não necessite percorrer mais que as distâncias indicadas
na tabela 46, conforme o risco.

Tabela 46 - Distância máxima percorrida pelo usuário

Risco Distância (m)


A 25
B 20
C 15
Fonte: Gebara (2001).

Cuidados: a altura da parte superior do extintor não deve ultrapas-


sar 1,80 m.

• deve estar sempre desobstruído.

• não deve ser colocado na escadaria.

• deve ficar em locais visíveis e sinalizados.

• não deve ficar no piso.


UNIUBE 189

Recomendação: para dimensionamento e distribuição de extinto-


res, além da área máxima de cobertura por 1 UE e o percurso do
operador, cada pavimento deverá ter, no mínimo, 2 UE, exceto para
edificações de risco A que não sejam escolas, hospitais ou simila-
res, conforme categoria de incêndio mostrada na tabela 47.

Tabela 47 - Características dos extintores

Extintor

Categoria de Pó quími- Gás Água sob


Espuma
Incêndio co seco carbônico pressão
Método de Resfriamento
Abafamento Abafamento Resfriamento
Extinção / Abafamento
Madeira
NÃO, mas
Papéis controla fogos NÃO, mas
superficiais SIM controla pe- SIM
Tecidos em fibras quenos focos
têxteis
Etc.
Óleos

Gasolina
SIM SIM SIM NÃO
Tintas

Etc.
Equipamentos
SIM NÃO SIM NÃO
Elétricos
Fonte: Gebara (2001).

Extintores Sobre Rodas (Carretas)


190 UNIUBE

Em edificações classificadas com risco C, é obrigatório o uso con-


jugado de extintores manuais e sobre rodas. Não podendo prote-
ger a área somente com extintores sobre rodas, ficando limitado,
no máximo 50% da proteção requerida pelo risco. Assim como os
extintores manuais, esses devem ficar desobstruídos, sinalizados e
posicionados em locais visíveis, preferencialmente em locais cen-
trais da edificação. O seu uso fica restrito ao pavimento onde se
encontra instalado. Em outros riscos, somente será aceito o uso de
extintores sobre rodas se a edificação permitir facilidade de acesso
a todos os pontos. Nas tabelas 48 e 49, encontram-se as capacida-
des dos extintores e as distâncias máximas de percurso.

Tabela 48 - Capacidade mínima dos extintores sobre rodas

Tipo Capacidade
Espuma 75 l
Água sob pressão 75 l
Gás carbônico 25 kg
Pó químico seco 20 kg

Tabela 49 - Distância máxima percorrida pelo usuário

Risco Distância (m)


A 32,5
B 30
C 22,5
Fonte: Gebara (2001).

7.1.3 Proteção por rede de hidrantes

O sistema de proteção por rede de hidrantes destina-se a dar com-


bate ao princípio de incêndio e auxiliar na ação dos bombeiros para
debelar o incêndio.
UNIUBE 191

7.1.3.1 Hidrante

Os hidrantes podem ser internos ou externos e distribuídos de tal


forma que qualquer ponto da edificação possa ser coberto por jato
d’água, considerando-se, no máximo, 30 m de mangueira. Devem
possuir dispositivos de manobra, registro e engate rápido de 63
mm, ter altura entre 1 e 1,5 m, estar desobstruídos e sinalizados.

Recomenda-se que um hidrante deve ficar próximo da porta de aces-


so, a uma distância máxima de 5,0 m. Em edificação multiandares,
os hidrantes devem ficar próximos da escadaria. Se a edificação pos-
suir escada enclausurada, devem ser instalados em áreas adjacentes,
como hall, antecâmaras etc. O hidrante externo deve ser instalado, no
mínimo, a 15 m de distância da edificação, para garantir alcance do
jato d’água de 60 m, caso contrário, o alcance do jato considerado fica
limitado ao mesmo do hidrante interno, de 30 m.

Nota: Não será exigida a colocação de hidrante em edículas, me-


zaninos, escritórios de fábricas em andar superior e zeladorias com
áreas inferiores a 200 m2, desde que o hidrante instalado no pavi-
mento assegure a proteção.

7.1.3.2 Canalização

As canalizações deverão ter diâmetro mínimo de 63 mm, de ma-


terial resistente ao calor, como aço galvanizado, ferro fundido ou
cobre. Nas redes externas enterradas, podem ser utilizadas cana-
lizações de cimento amianto e PVC. Devem resistir a uma pressão
em torno de 100 m.c.a, valor igual à pressão máxima de recalque
de uma bomba de incêndio.

As canalizações deverão ter terminais padronizados pelo Corpo de


Bombeiros, com registro, mangueiras e esguichos com conexões
192 UNIUBE

de engate padrão.

Deverá ser previsto um prolongamento da canalização até a entra-


da principal para instalação do dispositivo de recalque de 63 mm de
diâmetro e vazão de 1000 l/min, no máximo dois bocais em cada
dispositivo e os dispositivos espaçados de 20 m entre si, quando
instalado mais de um dispositivo de recalque.

Os dispositivos de recalque podem ser de passeio ou de parede.


No passeio, o registro de recalque deverá ficar em caixa de alvena-
ria de 0,40 x 0,60 m, com a expedição voltada para cima, com pro-
fundidade máxima de 0,15 m em relação ao piso, e ter uma tampa
metálica com a inscrição INCÊNDIO. Quando instalada na parede,
as dimensões da caixa serão as mesmas da utilizada no passeio,
com a expedição voltada para a rua, altura entre 0,6 e 1,0 m e ter
uma tampa com inscrição INCÊNDIO.

Em rede de hidrantes alimentada por gravidade, recomenda-se


não colocar válvula de retenção no dispositivo de recalque.

7.1.3.3 Mangueira

As mangueiras devem ser revestidas internamente com forro de


borracha ou outro material de acordo com as especificações das
normas técnicas. O comprimento máximo das mangueiras, o di-
âmetro e respectivo esguicho serão escolhidos de acordo com a
classe de risco atribuída à edificação. Os valores podem ser obser-
vados na tabela 50.

Tabela 50 - Comprimento e diâmetro da mangueira


e respectivo bocal de esguicho

Mangueira Esguicho
Comprimento
Risco Diâmetro (mm) Diâmetro (mm)
(m)
UNIUBE 193

A 30 38 13
B 30 38 16
C 30 38 16
Fonte: Gebara (2001).

7.1.3.4 Reservatório

O volume mínimo de reservação deverá ser de 5,0 m3. Se a ali-


mentação for por gravidade ou por “by-pass”, o volume de arma-
zenamento deverá ser feito junto com o reservatório superior da
edificação. Se for por bombeamento ou sob comando, deverá ser
armazenado no reservatório inferior da edificação. O volume ar-
mazenado deverá alimentar continuamente os hidrantes em uso
simultâneo em, pelo menos, 30 minutos.

Para dimensionar o reservatório ou determinar o volume de re-


servação necessária para combate a incêndio, deve-se estimar a
pressão e vazão em cada hidrante em funcionamento simultâneo.
Essa estimativa também depende do sistema de alimentação ado-
tado para a rede de hidrantes instalada na edificação.

7.1.3.5 Estimativa de Pressão e Vazão

A pressão mínima no ponto mais desfavorável deverá ser de 15


m.c.a. para os riscos classe A e B e de 20 m.c.a. para o risco clas-
se C, exceto em edificação predominantemente residencial, sujeita
à proteção por hidrantes, alimentada pelo reservatório elevado, e
será permitida pressão dinâmica mínima de 6 m.c.a., mesmo com
sistema “by-pass”; também, em edificações destinadas à manipu-
lação de combustíveis de todos os tipos e em edificação que subs-
tituir os hidrantes por outro tipo de proteção que produza jato sólido
ou neblina, a pressão mínima será de 30 m.c.a. para área coberta
e 40 m.c.a. para área descoberta.
194 UNIUBE

A pressão mínima residual no hidrante mais desfavorável deverá


ser alcançada considerando o uso simultâneo de hidrantes, confor-
me mostrado na tabela 51.

Tabela 51 - Número de hidrantes em teste de uso simultâneo

Hidrantes em teste de uso


Hidrantes instalados
simultâneo
1 1
2a4 2
5a6 3
mais de 6 4
Fonte: Gebara (2001).

Para efeito de equilíbrio de pressão no ponto de cálculo, será admi-


tida a variação máxima de, para mais ou menos, 0,5 m.c.a.

Em edificação com mais de 12 andares e/ou 36 m de altura, não são


recomendadas pressões acima de 100 m.c.a. em nenhum dos hidrantes.

A vazão da rede de hidrantes será estimada como sendo a soma


das vazões que saem dos hidrantes em testes de uso simultâneo.

O volume necessário de armazenamento será estimado de acordo


com o tamanho da edificação e do seu tempo de funcionamento,
dado pela formula:

V = Q.∆t
Em que: V - volume de reserva, em litros.

Q - Vazão correspondente ao número de hidrante em funcionamen-


to simultâneo, em litros/minutos.
UNIUBE 195

∆t - tempo de funcionamento, em minutos.

O tempo de funcionamento depende da área construída da edifica-


ção, como pode ser conferido pela tabela 52.

Tabela 52 - Tempo mínimo de funcionamento dos hidrantes em uso simultâneo

Área construída (m²) Tempo de funcionamento (minutos)


até 20.000 30
20.001 a 30.000 45
30.001 a 50.000 60
50.001 a 100.000 90
acima de 100.000 120
Fonte: Gebara (2001).

7.1.4 Dimensionamento do reservatório, distribuição


por gravidade, por recalque e “by-pass”

As redes de hidrantes podem ser alimentadas pelo reservatório ele-


vado por gravidade, por “by-pass” ou, ainda, ser totalmente por re-
calque, isto é, utilização do sistema de alimentação sob comando.

A rotina de cálculo, para os três casos, são similares, mas exige


adaptações pertinentes para cada caso.

A vazão no bocal do esguicho será determinada utilizando a se-


guinte equação:

Q=C
d . A. 2.g .H
Em que: Q - vazão, m3/s.

A - área do bocal, m2.


196 UNIUBE

g - aceleração da gravidade, m/s2.

Cd = coeficiente de descarga, 0,95 ~ 0,98.

H = pressão dinâmica mínima no bocal, m.c.a.

As perdas de carga nas canalizações e nas mangueiras serão es-


timadas pela fórmula de Hazen-Williams, dada por:

10 ,641 Q 1,85
J= .
C 1.85 D 4,87
Em que: C = coeficiente do material.

D = diâmetro da canalização ou mangueira, m.

Os valores de C para canalização de aço galvanizado e mangueira


revestida de borracha são 100 e 140, respectivamente.

Exemplo de dimensionamento

Utilizando o edifício do exemplo dos outros dos outros capítulos,


considere um prédio de 8 andares, mais térreo e um subsolo.

DETERMINAÇÃO DA ALTURA DO RESERVATÓRIO ELEVADO,


PRESSÃO E VAZÃO NOS HIDRANTES MAIS DESFAVORÁVEIS
(DISTRIBUIÇÃO POR GRAVIDADE)
UNIUBE 197

R
2
Reservatório Elevado

R
1 X
R.G.
R.G.

1,55

1,45

Valvula de Retenção
1,90 2,00

A
H
1
2,80
B
H
2
2,80
C
H
3
2,80
D
H
4
2,80
E
H
5
2,80
F
H
6
2,80
G
H
7
2,80
H
H
8
3,50

I
1,60
H
9
1,20
J
K H10

Dispositivo de Recalque
ou Registro de Calçada

Figura 67 - Esquema isométrico da rede de hidrantes

Fonte: Gebara (2001, p. 109).

• Equação e dados para dimensionamento.

• Prédio residencial

• Risco classe A.

• Pressão dinâmica mínima = 6 m.c.a.


198 UNIUBE

• Tubo de aço galvanizado de 63 mm de diâmetro, C = 100.

• Mangueira revestida de borracha de 30 m, C = 140.

• Diâmetro do bocal do esguicho = 13 mm.

• Aceleração da gravidade = 9,81 m / s2.

• Equação para calculo da vazão no bocal:

Q=C
d . A. 2.g .H
(I)
• Equação para cálculo da pressão, H, no bocal:

2
 Q 
 
 C
d .A 
H =
2. g (II)
• Equação para o cálculo da perda de carga no tubo e na
mangueira:

10 ,641 Q 1,85
J= .
C 1.85 D 4,87 (III)
• Para o tubo de aço galvanizado de 63 mm:

J = 1493,46 . Q1,85 (IV)

∆htubo = J . L (V)

• Para mangueira de 30 m, a perda de carga total é dada por:

∆hmang = 2,82x105 . Q1,85 (VI)


UNIUBE 199

• Estimativa do comprimento total da canalização de 63 mm,


da coluna de distribuição até o engate da mangueira para os
hidrantes H1, H2 e H3:

Comprimento desenvolvido : 2,00 m

Comprimentos equivalentes

• registro de ângulo : 10,00 m

• redução 63 x 38 mm : 0,40 m

• Tê saída bilateral : 4,16 m

TOTAL (L) :16,56 m

• Para o hidrante H4:

Comprimento desenvolvido : 2,00 m

Comprimentos equivalentes

• registro de ângulo :10,00 m

• redução 63 x 38 mm : 0,40 m

• Tê saída lateral :3,43 m

TOTAL (L) :15,83 m

• Estimativa das pressões e vazões

• Cálculo da pressão no ponto A:

PA = PH1 + ∆hmang + ∆htubo


200 UNIUBE

A vazão no hidrante H1, pela Equação I, será:

−4
Q = 0,98 .1,327 x10 2.9,81 .6

Q1 = 1,41x10-3 m3/s ou 1,41 l/s

Substituindo o valor nas Equações IV, V e VI, obtêm-se os valores:

∆hmang = 2,82x105 .(1,41x10-3)1,85

∆hmang = 1,50 m

J = 1493,46 . (1,41x10-3)1,85

J = 0,0080

∆htubo = 0,0080 . (16,56)

∆htubo = 0,13 m

PA = 6,00 + 1,50 + 0,13

PA = 7,63 m.c.a.

• Cálculo da pressão em B:

PB = PH2 + ∆hmang + ∆htubo

Adotando Q2 = 1,60x10-3 m3/s e substituindo nas Equações II, IV,


V e VI, tem-se:

PH2 = 7,71 mca

∆hmang = 1,90 mca

∆htubo = 0,17 mca

PB = 9,78 mca
UNIUBE 201

• Cálculo da pressão em C:

PC = PH3 + ∆hmang + ∆htubo

Adotando Q3 = 1,79x10-3 m3/s:

PH3 = 9,55 m.c.a.

∆hmang = 2,33 m.c.a.

∆htubo = 0,17 m.c.a.

PC = 12,19 mca

• Cálculo da pressão em D:

PD = PH4 + ∆hmang + ∆htubo

Adotando Q4 = 1,98x10-3 m3/s:

PH4 = 11,82 mca

∆hmang = 2,81 mca

∆htubo = 0,25 mca

PD = 14,88 mca

• Verificação das pressões por meio da coluna de distribuição


de 63 mm de diâmetro.
202 UNIUBE

A diferença entre os valores da pressão nos pontos de cálculos


deve ser menor que 0,50 m.c.a.

• Comprimento da tubulação

Comprimento desenvolvido : 2,80 m

Comprimentos equivalentes

- Tê saída bilateral : 4,16 m

TOTAL (L) : 6,96 m

• Pressão em C:

PC = PD - ∆H + ∆htubo

Q = 1,98x10-3 m3/s

PC = 14,88 - 2,80 + 0,10

PC = 12,18 m.c.a ~ 12,19 m.c.a → OK!

• Pressão em B:

PB = PC - ∆H + ∆htubo

Q = 3,77x10-3 m3/s

PB = 12,18 - 2,80 + 0,34

PB = 9,72 m.c.a ~ 9,78 m.c.a → OK!


UNIUBE 203

• Pressão em A:

PA = PB - ∆H + ∆htubo

Q = 5,37x10-3 m3/s

PA = 9,72 - 2,80 + 0,65

PA = 7,57 m.c.a ~ 7,63 m.c.a → OK!

• Determinação da altura do reservatório

A vazão total que sai do reservatório, no teste simultâneo, é de


Q = 6,78x10-3 m3/s, utilizando a Equação IV, acha-se a perda de
carga unitária de J = 0,1448 m/m.

O comprimento total pelo esquema apresentado na figura 67 será:

Comprimento desenvolvido : (4,90 + X) m

Comprimentos equivalentes

• 2 joelhos 90o :4,70 m

• 1 Tê de passagem direta :0,41 m

• 1 registro de gaveta :0,40 m

• 1 entrada normal :0,90 m

• 1 válvula de retenção leve :5,20 m

TOTAL (L) : (16,51 + X) m


204 UNIUBE

• Pela manometria, tem-se:

PA = PR2 + ∆H - ∆htubo

7,63 = 0 + (X + 1,90) -(0,1448X + 2,39)

X = 8,12 / 0,8552

X = 9,50 m

Portanto, o fundo do reservatório deverá ficar a 9,50 m acima do


barrilete.

• Cálculo do volume da reserva de incêndio

A estimativa da vazão para efeito de armazenamento deve ser feita


quando 04 hidrantes mais favoráveis estiverem em uso ou teste.
Portanto, deve-se estimar a vazão dos hidrantes H7, H8, H9 e H10,
pela mesma metodologia de cálculo adotada para os hidrantes
mais desfavoráveis.

O comprimento total da tubulação do trecho K - H10 difere do ado-


tado aos outros trechos pelo uso de um joelho de 90o no lugar de
um Tê de saída bilateral, assim, o comprimento total considerado,
L = 16,56 m nos demais, passa para L = 14,75 m.

• Cálculo da pressão no ponto G:

Adotando Q7 = 2,10x10-3 m3/s:

PH7 = 13,29 m.c.a

∆hmang = 3,14 m.c.a

∆htubo = 0,28 m.c.a

PG = 16,71 m.c.a
UNIUBE 205

• Cálculo da pressão no ponto H:

Adotando Q8 = 2,21x10-3 m3/s:

PH8 = 14,72 m.c.a

∆hmang = 3,45 m.c.a

∆htubo = 0,30 m.c.a

PH = 18,47 mca

• Cálculo da pressão no ponto I:

Adotando Q9 = 2,34x10-3 m3/s:

PH9 = 16,50 m.c.a

∆hmang = 3,83 m.c.a

∆htubo = 0,34 m.c.a

PI = 20,67 m.c.a

• Cálculo da pressão no ponto K:

Adotando Q10 = 2,49x10-3 m3/s:

PH10 = 18,69 m.c.a

∆hmang = 4,30 m.c.a

∆htubo = 0,36 m.c.a

PK = 23,35 m.c.a
206 UNIUBE

• Verificação das pressões por meio da coluna de distribuição


de 63 mm de diâmetro

A diferença entre os valores da pressão nos pontos de cálculos


deve ser menor que 0,50 m.c.a.

• O comprimento total da tubulação nos trechos considerados


é igual a L = 6,96 m, exceto no trecho K - I, em que se tem o
acréscimo de um Tê de passagem direta nesse trecho, fican-
do o comprimento L = 7,37 m.

• Pressão em I:

PI = PK - ∆H + ∆htubo

Q = 2,49x10-3 m3/s

PI = 23,35 - 2,80 + 0,17

PI = 20,72 m.c.a ~ 20,67 m.c.a → OK!

• Pressão em H:

PH = PI - ∆H + ∆htubo

Q = 4,83x10-3 m3/s

PH = 20,72 - 2,80 + 0,54

PH = 18,46 m.c.a ~ 18,47 m.c.a → OK!


UNIUBE 207

• Pressão em G:

PG = PH - ∆H + ∆htubo

Q = 7,04x10-3 m3/s

PG = 18,46 - 2,80 + 1,08

PG = 16,74 m.c.a ~ 16,71 m.c.a → OK!

• Verificação da pressão no ponto G a partir do reservatório,


considerando a vazão total Q = 9,14x10-3 m3/s

Comprimento desenvolvido :31,20 m

Comprimentos equivalentes

- 2 joelhos 90o :4,70 m

- 7 Tê de passagem direta :2,87 m

- 1 registro de gaveta :0,40 m

- 1 entrada normal : 0,90 m

- 1 válvula de retenção leve : 5,20 m

TOTAL (L) :45,27 m


208 UNIUBE

• Pela Equação IV, determina-se J = 0,2523 m/m

PG = ∆H - ∆htubo

PG = 28,20 - (0,2523 . 45,27)

PG = 16,78 ~ 16,74 m.c.a → OK!

Os resultados mostram que o sistema está equilibrado dentro das


especificações do Corpo de Bombeiros e, finalmente, pode-se cal-
cular o volume de armazenamento.

Vol = Q . ∆t = (9,14 . 60) . 30

Vol = 16.452 l

Esse volume ocupará uma altura de 2,35 m no reservatório supe-


rior, nas dimensões dadas pelo projeto.

Determinação da altura manométrica do pressurizador do sistema


“by-pass”

No cálculo anterior, o dimensionamento foi realizado para um sis-


tema de abastecimento da rede por gravidade, sem a preocupação
quanto à estética da construção. Como toda edificação tem limita-
ção quanto à estética do projeto arquitetônico, a rede de hidrantes
calculada deverá ser redimensionada para receber uma bomba de
pressurização do sistema tipo “by-pass”.
UNIUBE 209

R
2
Reservatório Elevado

R
1 2,00
R.G.
R.G.
1,41

1,00 1,00 1,55


0,45

BOMBA 1,00
Valvulas de Retenção
SISTEMA "BY-PASS"

1,90 2,00

A H
1
2,80
B H
2
2,80
C H
3
2,80
D H
4
2,80
E H
5
2,80
F H
6
2,80
G H
7
2,80
H H
8
3,50

I H
9
1,60

1,20
J
H10
K
Valvula de Retenção

Dispositivo de Recalque
ou Registro de Calçada

Figura 68 - Esquema isométrico da rede de hidrantes com sistema “by-pass”

Fonte: Gebara (2001, p. 116).

O fundo do reservatório fica 2,00 m acima do barrilete, como mostra-


do no esquema da figura 68. Para o dimensionamento do conjunto
pressurizador, é necessário conhecer o valor da carga a ser acres-
cida para adequar às recomendações do Corpo de Bombeiros.
210 UNIUBE

• Cálculo do comprimento total do sistema “by-pass” até o ponto A:

Comprimento desenvolvido 10,31 m

Comprimentos equivalentes

• 3 joelhos 90o 7,05 m

• 2 Tê de passagem direta 0,82 m

• 1 Tê de passagem lateral 3,43 m

• 3 registro de gaveta 1,20 m

• 1 entrada normal 0,90 m

• 1 válvula de retenção leve 5,20 m

TOTAL (L) 28,91 m

• Equacionando o esquema para Q  =  6,78x10-3 m3/s e


J = 1493,46 . Q1,85, tem-se:

PA = PR2 + ∆H - ∆htubo

J = 0,1448 m/m.

∆htubo = J . L

∆htubo = 0,1448 . (28,91)

7,63 = 0 + Hm + 3,90 -4,19

Hm = 7,92 m
UNIUBE 211

• Com posse do valor de Q e Hm, estima-se a potência do


pressurizador:

Pot = γ. Q . Hm

Pot = 9806 . 6,78x10-3 . 7,92

Pot = 527 W → ou 0,7 cv

• Recomenda-se o uso de um conjunto de 1 cv de potência.

Nota: Deve-se procurar em catálogos de fabricantes de bomba,


um conjunto apropriado em termos de vazão e pressão, recalculan-
do as novas vazões, pressões e volume de armazenamento par o
conjunto adotado. Deve-se indicar, também, por meio de cálculos,
em quantos pavimentos haverá necessidade de colocar botão de
comando de acionamento do pressurizador. É importante, ainda,
dimensionar a rede de hidrantes somente por recalque, quando a
reserva de incêndio é no reservatório inferior.

7.1.5 Conclusão

Concluído o projeto, ele deverá ser aprovado junto ao Corpo de


Bombeiros, posteriormente, deverá ser entregue a um órgão públi-
co competente, em que deverá ser analisado e liberado para exe-
cução. A área a ser considerada para elaboração do projeto do
sistema de proteção contra descargas atmosféricas, de iluminação
de emergência, de sinalização de abandono de local e de alarme e
detecção de incêndio deverá ser a mesma área considerada para
o projeto arquitetônico, a qual deverá ser conferida.
212 UNIUBE

AMPLIANDO O CONHECIMENTO.

NBR 13714. Instalação Hidráulica de Proteção Contra


Incêndio. Disponível em: <http://www.philomenojr.com.br/down-
loads/Informacoes/Eluma%20Conexoes/NBR%2013714%20
Hidrantes%20e%20mangotinhos.pdf >. Acesso em: 28 fev. 2016.

PARADA PARA REFLEXÃO


A utilização do sistema não deve comprometer a fuga dos
ocupantes da edificação, portanto, deve ser projetado de
tal forma que dê proteção em toda a edificação, sem que
haja a necessidade de adentrar às escadas, antecâmaras
ou outros locais determinados exclusivamente para servirem de
rota de fuga dos ocupantes.

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre os assuntos aqui discutidos, consulte:

VIANNA, Marcos Rocha. Instalações Hidráulicas Prediais. Belo


Horizonte: Instituto de Engenharia Aplicada - IEA, 1993.

SINTETIZANDO

Este capítulo apresentou procedimentos para que o Engenheiro


Civil desenvolva os cálculos de dimensionamento do sistema pre-
dial de instalação hidráulica de proteção contra incêndio.

DICAS

Elaboração de projeto de proteção e Combate ao Incêndio.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KAkDk2qD-
5ME>. Acesso em: 28 fev. 2016.
Projeto de instalações
Capítulo
8
prediais de gás

Natália michelan

Introdução
O GLP (Gás Liquefeito do Petróleo) é obtido a partir da
destilação do petróleo, sendo formado basicamente pela
mistura de propano (C3H8), butano (C4H10) e hidrocarbonetos
em proporções variáveis, obtidos pela destilação do petróleo.
Apresenta as seguintes propriedades:
• Densidade: 2 em relação ao ar, na forma de gás.
• 0,55 em relação à água, na forma líquida.
• Facilidade e rapidez de operação.
• Não produz resíduos após a queima.
• Poder calorífico médio 12000 Kcal/kg.
O emprego do GLP nos domicílios é cada dia maior, visto
que poucas cidades no Brasil dispõem de gás combustível
canalizado nas ruas, sendo necessária a instalação domiciliar
com recipientes que armazenam o GLP.
Seu uso em instalações industriais no Brasil exige a
demonstração de impraticabilidade da utilização de outros
combustíveis menos nobres, salvo nas instalações das
cozinhas dessas indústrias. As recentes descobertas de
reservas imensas de gás natural no Brasil aumentam as
perspectivas não apenas de distribuição de gás canalizado,
mas também de fornecimento de GLP (MACINTYRE, 1996).
Assim como o petróleo, o gás natural é uma energia de origem
fóssil, mistura de hidrocarbonetos leves dentre os quais
se destaca o metano (CH4), que se localiza no subsolo da
terra e é procedente da decomposição da matéria orgânica
espalhada entre os extratos rochosos.
Além disso, o gás natural é uma energia carente de enxofre
e a sua combustão é completa, liberando como produtos o
dióxido de carbono (CO2) e vapor de água, sendo os dois
componentes não tóxicos, o que faz do gás natural uma
energia ecológica e não poluente.
O gás natural é uma fonte de energia totalmente natural. O
território brasileiro, especialmente a região litorânea, é rico em
gás natural, o que garante o seu abastecimento por muitos e
muitos anos. No Rio de Janeiro, é extraído dentro do próprio
estado. As mais importantes reservas estão localizadas na
Bacia de Campos (VAZQUEZ; ALVES, 2009).
Objetivos
• Aprender técnica de instalações de uma rede de gás.
• Relacionar as pressões de utilização no projeto de
instalação de gás.
• Conceitualizar os tipos de gases.
• Classificar as etapas necessárias para o
dimensionamento da rede.
Esquema
• Projeto de Instalações Prediais de Gás
• Pressões de Utilização
• Instalação Predial
• Exemplos de utilização de GLP
• Gás Natural
• Dimensionamentos
• Determinação dos diâmetros
• Exaustão e Ventilação
• Chaminé
• Tubulação aparente
• Teste de estanqueidade
UNIUBE 215

8.1 Projeto de instalações prediais de gás

As instalações prediais de gás podem ser abastecidas tanto por


canalização de rua como por uma central de gás, sendo o gás con-
duzido através de um sistema de tubulações. A Norma NBR-4570
não se aplica a instalações constituídas de um só aparelho de uti-
lização, diretamente ligado, através de tubo flexível, a um único re-
cipiente com capacidade volumétrica inferior a 32L e a instalações
quando o processo for exclusivamente industrial.

As empresas que fazem a distribuição do gás liquefeito de petróleo


utilizam recipientes de aço, que podem ser transportáveis (botijões
ou cilindros) ou fixos, dependendo de suas capacidades. Existe um
grande número de normas da ABNT que regulamentam as dimen-
sões, os testes para o controle de qualidade dos recipientes para
GLP, bem como as mangueiras flexíveis utilizadas e as válvulas
para os recipientes (figura 69).

Os recipientes transportáveis de aço para GLP têm as seguintes


capacidades, regulamentadas pelas normas:

• 2 kg - NBR 8470/84.

• 5kg - NBR 8471/84.

• 13 kg - NBR 8462/84.

• 45 kg - NBR 8463/84.

• 90 kg - NBR 8472/84 .
216 UNIUBE

Os botijões de 2 e 5 kg são utilizados em lampiões para iluminação,


laboratórios, camping etc.; os de 13 e 45 kg são utilizados em ca-
sas e prédios residenciais; os cilindros de 90 kg são empregados
nas instalações de maior consumo.

Figura 69 – Instalação típica de GLP para residências coletivas

Fonte: Vazquez; Alves (2009).

8.1.1 Pressões de utilização

O GLP é fornecido em recipientes de aço, no estado líquido, com


pressões da ordem de 50 a 150 psi (35 a 105m H2O). Na saída dos
recipientes, através do regulador de alta ou de 1º estágio, ocorre
uma redução para 15 psi (10 m H2O) e, posteriormente, pelo re-
gulador de baixa ou de 2º estágio, a pressão chega a 0,4 psi (0,28
m H20), valor indicado para o consumo nos aparelhos (SANTOS,
2015).
UNIUBE 217

8.1.2 Instalação predial

Os sistemas de gás centralizado, também conhecidos como sis-


temas de gás combustível centralizado, são constituídos, basica-
mente, das seguintes instalações (figura 70):

• Central de Gás (Central de GLP) onde ficam armazenados os


cilindros de gás.

• Rede de canalizações (tubulações) que levam o gás combus-


tível da Central até as diversas unidades da edificação (pon-
tos de consumo).

• Medidores de consumo individuais.


218 UNIUBE

Figura 70 – Instalação predial de GLP

Fonte: Vazquez; Alves (2009).

A utilização do GLP apresenta algumas vantagens, são elas:

• Devido a sua distribuição nos pontos de consumo dar-se a


pressões altas, as tubulações possuem menor diâmetro.

• O poder calorífico é superior ao do gás natural.


UNIUBE 219

• Não dá origem à fumaça e à fuligem.

• Possui limite de inflamabilidade baixo.

8.1.3 Exemplos de utilização do glp

A instalação predial do GLP pode ser individual, em que cada do-


micílio possui seus recipientes ou por distribuição central, com um
medidor de consumo para cada domicílio.

Em residências, até as mais simples, o recipiente de GLP (boti-


jão ou cilindro de gás) deve ficar localizado em áreas externas,
reservadas para esse fim, sendo o gás levado aos pontos de con-
sumo através de canalizações próprias, as quais denominamos
instalações prediais de gás (ou de GLP). Com a grande demanda
de energia elétrica, é prudente se somar as diversas alternativas
energéticas e, nesse pensamento, os projetos de instalações pre-
diais de gás devem prever pontos de alimentação do combustível
também para o aquecimento da água.

8.1.4 Gás natural

O gás natural é um combustível de origem fóssil, resultado da


mistura de hidrocarbonetos leves, destacam-se o metano (CH4),
que está localizado no subsolo da Terra, sendo o resultado da
decomposição da matéria orgânica espalhada entre os extratos
rochosos. Além disso, o gás natural apresenta pequena quanti-
dade de enxofre e sua combustão é considerada completa, pois,
ao final, libera como produtos o dióxido de carbono (CO2) e o
vapor de água (H2O), sendo esses dois componentes não tóxi-
cos, o que faz do gás natural uma energia ecológica e não po-
luente (VAZQUEZ; ALVES, 2009).
220 UNIUBE

O gás natural pode ser aplicado em residências (para o cozimento


de alimentos; aquecimento da água, inclusive a das piscinas; para
gerar eletricidade em horário de ponta; em secadoras de roupa e
lavadoras de louças; nos aparelhos de ar refrigerado). Também,
para a climatização de ambientes no comércio (restaurantes, ho-
téis, padarias, lavanderias, hospitais, clubes, escolas, shopping
centers, supermercados e academias de ginástica já consomem
o gás natural no cozimento de alimentos, aquecimento e climati-
zação de ambientes), na indústria (nesse setor, o gás natural tem
inúmeras aplicações: na geração de energia elétrica ou térmica, na
alimentação de fornos e caldeiras e na geração de vapor, secagem
e cerâmica. Além das vantagens da estabilidade de preços frente
ao óleo, da competitividade em relação às energias alternativas e
da confiabilidade de fornecimento em projetos de cogeração. Tudo
isso faz do gás natural a melhor energia para a indústria.), em veí-
culos automotivos (o GNV é usado para o abastecimento de frotas,
táxis, ônibus e veículos particulares) e na climatização de ambien-
tes (VAZQUEZ; ALVES, 2009).

8.1.5 Dimensionamentos

O dimensionamento da tubulação de gás e a especificação dos


reguladores de pressão devem manter a pressão, nos pontos de
utilização, tão próxima quanto possível da pressão nominal es-
tabelecidas pelas Normas Brasileiras para os respectivos apare-
lhos de utilização de gás, ou, na falta dessas, da pressão nomi-
nal informada pelo fabricante.

O cálculo de dimensionamento da instalação deve ser realizado


considerando-se a utilização do gás natural e a existência de
uma tubulação após o abrigo de reguladores ou, na inexistência
desse, a partir da válvula geral de bloqueio no passeio ou na
localização provável dessa
UNIUBE 221

A pressão de cálculo de entrada do GN deve ser de 1,96kPa.


Sugere-se a verificação de oscilações momentâneas de pressão
nos pontos de utilização. Essas variações estão acima de 15% e
abaixo de 25% da pressão nominal. Os aparelhos que são especi-
ficados pelos fabricantes para operar em diferentes pressões no-
minais do gás não podem ser abastecidos pelo mesmo regulador
de último estágio.

A tubulação deve ser dimensionada com o intuito de garantir a va-


zão necessária para suprir a instalação, levando-se em conta a
perda de carga máxima admitida para permitir um perfeito funcio-
namento dos aparelhos de utilização de gás.

Os diâmetros dos tubos de distribuição são calculados conforme as


seguintes etapas:

• Apuração da potência computada (C) a ser instalada no trecho


considerado, por meio da somatória das potências nominais
dos aparelhos de utilização de gás supridos pelos aparelhos,
podendo ser utilizada a informação do fabricante do aparelho
a ser instalado ou conforme a tabela a seguir:

Tabela 53 - Potência nominal dos aparelhos de utilização


(informativo)

Capacidade Nominal
Aparelhos Tipo
Kw (Kcal/H)
Fogão Com 4 Bocas Com Forno 8,1 (7000)
Fogão Com 4 Bocas Sem Forno 5,8 (5000)
Fogão Com 6 Bocas Com Forno 12,8 (11000)
Fogão Com 6 Bocas Sem Forno 9,3 (8000)
Forno De Parede - 3,5 (3000)
Aquecedor De Acumulação 50 – 75 Litros 8,7 (7500)
222 UNIUBE

Aquecedor De Acumulação 100 – 150 Litros 10,5 (9000)

Aquecedor De Acumulação 200 – 300 Litros 17,4 (15000)


Aquecedor De Passagem 6 Litros/Min 10,5 (9000)
Aquecedor De Passagem 8 Litros/Min 14,0 (12000)
Aquecedor De Passagem 10 Litros/Min 17,1 (14700)
Aquecedor De Passagem 25 Litros/Min 26,5 (22800)
Aquecedor De Passagem 30 Litros/Min 44,2 (38000)
Aquecedor De Passagem 15 Litros/Min 52,3 (45000)
Aquecedor De Passagem 25 Litros/Min 44,2 (38000)
Aquecedor De Passagem 30 Litros/Min 52,3 (45000)
Secadora De Roupa 7,0 (6000)
Fonte: Fonte: NBR-14570 (2000).

• Permite-se, para o cálculo do consumo da rede de distribuição


interna comum a várias unidades residenciais, utilizar o fator
de simultaneidade (F). É de responsabilidade do projetista ve-
rificar as condições prováveis da utilização dos equipamentos
e possíveis expansões de utilizações para decidir qual o valor
a ser utilizado no fator de simultaneidade.
UNIUBE 223

Figura 71 – Fator de simultaneidade

Fonte: NBR-14570 (2000).

• Calcular a potência adotada (A) multiplicando-se o fator de


simultaneidade (F) pela potência computada (C), conforme a
equação a seguir:

A = F.C
Em que: A = potência adotada, em quilocaloria por hora.

F = fator de simultaneidade, adimensional.

C = potência computada, em quilocalorias por hora.

• Determinar a vazão do gás (Q), dividindo-se a potência ado-


tada pelo poder calorífico inferior do gás (PCI).

Q = A / PCI
224 UNIUBE

Em que: PCI = Poder calorífico inferior (GN = 8600kcal/m3; à tem-


peratura de 20°C e pressão de 1,033kgf/cm2).

Q = Vazão de gás, em metro cúbico por hora.


• Considerar que a perda de carga máxima admitida para toda
rede é de 10% da pressão utilizada para o dimensionamento
da rede de distribuição interna.

• Considerar a condição de cada regulador de pressão inserido


na rede, o trecho da tubulação a jusante pode perder 10%
da pressão em perda de carga da saída do regulador e seu
dimensionamento deve ser feito como uma nova tubulação.

• Respeitar a faixa de funcionamento dos aparelhos previstos


nos pontos de utilização.

• Dimensionar cada trecho da tubulação computando a soma


das vazões dos aparelhos de utilização por ele servido.

• O comprimento total deve ser calculado somando-se o trecho


horizontal, vertical e as referidas perdas de carga localizadas.
Para esse cálculo, devem-se considerar perdas de cargas lo-
calizadas conforme os valores fornecidos pelos fabricantes
das conexões e registros. Quando não se dispõem desses
valores, podem-se utilizar valores consagrados internacional-
mente, desde que se garanta que a perda de carga localizada
real não ultrapasse o valor utilizado no cálculo.

• Adotar um diâmetro equivalente (D) para determinação


do comprimento equivalente (L) da tubulação, conside-
rando-se os trechos retos somados aos comprimentos
equivalentes de conexão e válvulas de acordo com infor-
mações dos fabricantes.
UNIUBE 225

• Considerar, nos trechos verticais ascendentes, um ganho de


pressão de 0,005kPa para cada 1,00n do referido trecho. Já
nos trechos verticais descendentes, deve-se considerar uma
perda de pressão de 0,005kPa para cada metro do referido
trecho (condição para uso do GN).

• Para o dimensionamento pode-se usar as seguintes equações:

Equação da vazão do gás

Equação da pressão de entrada

Em que: Q = Vazão do gás, em normal metro cúbico por hora.

D = Diâmetro interno do tubo, em milímetro.

H = Perda de carga máxima admitida, em quilopascal.

L = Comprimento do trecho da tubulação, em metro.

S = Densidade relativa do gás em relação ao ar, adimensional.

PA = Pressão de entrada de cada trecho, em quilopascal.

PB = Pressão de saída de cada trecho, em quilopascal.


226 UNIUBE

8.1.6 Determinação dos diâmetros

Após o dimensionamento das tubulações, é necessário conferir os


diâmetros seguindo os seguintes critérios:

• Adotar os maiores diâmetros encontrados para as tubulações.

• Sugere-se a verificação de oscilações momentâneas de pres-


são nos pontos de utilização. Essas variações estão acima
de 15% e abaixo de 25% da pressão nominal. Os aparelhos
que são especificados pelos fabricantes para operar em dife-
rentes pressões nominais do gás não podem ser abastecidos
pelo mesmo regulador de último estágio.

• A tubulação deve ser dimensionada com o intuito de garantir


a vazão necessária para suprir a instalação, levando-se em
conta a perda de carga máxima admitida para permitir um
perfeito funcionamento dos aparelhos de utilização de gás.

• Apuração da potência computada (C) a ser instalada no tre-


cho considerado, por meio da somatória das potências no-
minais dos aparelhos de utilização de gás por eles supridos,
podendo ser utilizada a informação do fabricante do aparelho
a ser instalado ou conforme a tabela 53.

• Encontrar o valor de simultaneidade (F) em função da potên-


cia computada (C), por meio da norma.

• Calcular a potência adotada (A) multiplicando-se o fator de


simultaneidade (F) pela potência computada (C), conforme a
equação da potência adotada.

• Determinar a vazão do gás (Q), dividindo-se a potência ado-


tada pelo poder calorífico inferior do gás (PCI), conforme a
equação da vazão do gás.
UNIUBE 227

• A pressão de cálculo de entrada do GN deve ser de 1,96kPa.

• Perda de carga máxima de 15kPa nas redes primárias.

• Pressão mínima final, no ponto de utilização de 2,6kPa.

• O diâmetro nominal mínimo admitido na rede de distribuição


interna é de 15mm (deve-se ser respeitada a faixa de pres-
são de funcionamento dos aparelhos previstos nos pontos de
utilização).

• Adotar um diâmetro equivalente (D) para determinação do


comprimento equivalente (L) da tubulação, considerando-
se os trechos retos somados aos comprimentos equivalen-
tes de conexão e válvulas de acordo com informações dos
fabricantes.

• Incluir a perda de pressão devida ao peso da coluna de GLP nos


trechos verticais, conforme a equação de perda de pressão:

Em que: ΔP = Perda de pressão, em quilopascal.

H = Altura do trecho vertical, em metros. dg = Densidade relativa


do GLP.

• Para o cálculo do dimensionamento, utiliza-se a seguinte


equação da variação de pressão absoluta:
228 UNIUBE

Em que: PAabs = Pressão absoluta inicial na saída do regulador de


1° estágio em média pressão, em quilopascal.

• PBabs = Pressão absoluta inicial na entrada do regulador de


2° estágio no ponto mais crítico do trecho, em quilopascal.

• PA = Pressão inicial na saída do regulador de 2° estágio ou


estágio único em baixa pressão, em quilopascal.

• PB = Pressão na entrada do aparelho de utilização, ponto


mais crítico do trecho, em quilopascal.

• dg = Densidade relativa do gás (fase vapor em relação ao ar)


– considerar 1,8.

• L = Comprimento total, em metro.

• Q = Vazão do gás, em metro cúbico por hora.

• D = Diâmetro interno, em milímetros.

O fator de simultaneidade relaciona-se com a potência computada


e com a potência adotada por meio da seguinte equação para de-
terminar a potência adotada:

Em que: A = Potência adotada

C = Potência Computada

F = Fator de simultaneidade
UNIUBE 229

É possível, também, obter o fator de simultaneidade em função da ca-


pacidade total de consumo, em metros cúbicos, dos aparelhos. Na con-
fecção do gráfico, foram considerados os seguintes valores para obter o
poder calorífico inferior: GN = 9230kcal/m³ e GLP = 24000kcal/m³.

No caso de um cálculo mais preciso, o fator de simultaneidade


pode ser obtido por meio das equações para o cálculo do fator de
simultaneidade (C em quilocalorias por minuto).

Ou as equações para o cálculo do fator de simultaneidade (C1


em quilowatt):

8.1.7 Exaustão e ventilação

Saída dos produtos da combustão dos aquecedores e boilers.

O gás, ao queimar, consome oxigênio, por isso, os locais onde fun-


cionam aparelhos a gás devem dispor de ventilação permanente,
ou seja, as janelas ou basculantes devem ser fixos e estar livres de
obstáculos que impeçam a renovação do ar.
230 UNIUBE

Os aquecedores e boilers, além da ventilação, necessitam de uma


chaminé para a condução de resíduos ao exterior por terminal externo
tipo “T”, para evitar o retorno do gás ao interior do ambiente. Uma de-
ficiente saída de produtos da combustão, ou mau funcionamento do
aparelho a gás, pode produzir graves riscos de intoxicação. A chaminé
(figura 72) conduzirá o gás proveniente da queima (monóxido de car-
bono) para o ar livre ou para o prisma de ventilação.

Figura 72 - Chaminés

Fonte: Vazquez; Alves (2009).

A ventilação dos ambientes onde há aparelhos a gás deve ter:

• A ventilação permanente no rebaixo de teto, por onde passar


a chaminé, deverá ser de 400 cm².
UNIUBE 231

• A chaminé não deve possuir emendas.

• Deve ser executada a ventilação permanente inferior de 200


cm² e superior de 600 cm² nos ambientes em que for projeta-
do o ponto de espera de gás.

• No caso de cozinha/área de serviço ser o mesmo ambiente, a venti-


lação permanente inferior deverá ser na porta de acesso à cozinha.

• No fechamento da área de serviço, as janelas devem ser pro-


vidas de área de ventilação superior permanente (báscula fixa
ou veneziana).

• Nos banheiros, será permitida a abertura superior em comuni-


cação indireta com o exterior, por meio de rebaixos, desde que
haja seção livre mínima de 1600 cm² até o comprimento de 4 m.

• Banheiros com ventilação mecânica deverão ter na parte in-


ferior da porta uma área de ventilação permanente igual ou
superior a 600 cm².

8.1.8 Chaminé

As chaminés deverão ser feitas de material incombustível e


acopladas à peça superior do aquecedor chamada defletor ou
bocal (figura 73).

O diâmetro da chaminé deve estar compatível com o diâmetro


de saída do aquecedor projetado/instalado (defletor) e, também,
com o diâmetro do furo na viga para passagem, sem nenhuma
redução no seu diâmetro.
232 UNIUBE

Figura 73 - Chaminé

Fonte: Vazquez; Alves (2009).

Dimensionamento da Chaminé

Chaminés Individuais

• As chaminés devem ser dimensionadas pela tabela 54 e de-


vem ter o menor percurso possível.

• A projeção horizontal do percurso da chaminé deve ser no


máximo de 2 m, sendo permissíveis 2 curvas até 90°.

• Para cada curva de 90° além das duas permitidas, o compri-


mento horizontal deve ser considerado acrescido 20 vezes o
diâmetro de saída do defletor.

• Quando a chaminé possuir comprimento real ou acrescido su-


perior a 2 m, todo o trecho horizontal deve ter aumentado o
seu diâmetro de acordo com a relação:

D/d = L/2
UNIUBE 233

Em que: D – diâmetro que deve ter a chaminé.

d – diâmetro de saída do defletor.

L – comprimento horizontal em metros.

O diâmetro máximo permitido é de 150 mm e o mínimo de 75 mm,


sendo permitidas seções retangulares equivalentes.
Tabela 54 – Seções Transversais Mínimas para Chaminés Individuais

Seção transversal mínima


85% da ca-
pacidade Circular Quadrada Retangular

nominal do
aquecedor

1 0 0 0
Kcal/min cm² d cm cm² a cm cm² b cm
Kcal/h
Até 50 Até 3 20 5 25 5 24 6
50-75 3-5 28 6 36 6 35 7
75-108 5-7 38 7 49 7 48 8
108-165 7-10 50 8 64 8 70 10
165-250 10-15 62 9 81 9 77 11
250-320 15-19 80 10 100 10 104 13
320-400 19-24 95 11 121 11 126 14
400-500 24-30 115 12 144 12 150 15
500-650 30-39 135 13 169 13 176 16
650-810 39-49 150 14 196 14 204 17
810-970 49-58 180 15 225 15 247 19
970-1200 58-72 200 16 256 16 260 20
1200-1450 72-87 225 17 289 17 294 21
1450-1750 87-105 260 18 324 18 345 23
1750-2000 105-120 285 19 361 19 384 24
2000-2350 120-141 315 20 400 20 425 25
Fonte: Vazquez; Alves (2009).
234 UNIUBE

8.1.9 Tubulação aparente

Toda tubulação aparente (garagem/piso térreo) deve ser pintada na


cor amarela, conforme padrão 5Y8/12 do Sistema Munsell e com a
inscrição de “perigo gás” a cada três metros.

As tubulações aparentes devem ser convenientemente fixadas por meio


de abraçadeiras ou suporte guia. Esses elementos de fixação podem ser
ancorados diretamente em paredes ou no teto, por chumbador ou para-
fusos com buchas de expansão. O contato direto entre a tubulação e o
suporte deve ser evitado por meio de anéis de elastômeros.

As abraçadeiras podem ser múltiplas ou simples, conforme o tipo


de instalação pretendido. Devem ser respeitados os seguintes
afastamentos (tabela 55):

Tabela 55 – Afastamento das tubulações aparentes

TIPO DE AFASTAMENTO AFASTAMENTOS


INSTALAÇÃO PARALELO PERPENDICULARES

Redes de água 3,0 cm 2,0 cm


e esgoto
Cabos elétricos 30 cm 30 cm
ou similares*
Chaminés 3,0 cm 2,0 cm

* valores para o
caso de instala-
ção em eletroduto,
em outros casos
usar 50 cm.
Fonte: Vazquez; Alves (2009).
UNIUBE 235

8.1.10 Teste de estanqueidade

Após a vistoria, não sendo constatadas irregularidades, o pedido é


encaminhado para a ligação da rua (ligação do ramal). Após a liga-
ção do ramal, deve-se solicitar a colocação do medidor e ligação
dos equipamentos.

8.1.11 Conclusão

Devemos levar em conta que, quando utilizados materiais metáli-


cos, a fim de conduzir gás combustível especificado nessa norma
NBR-14570, podem sofrer corrosão (tendência natural dos mate-
riais voltarem ao seu estado encontrado na natureza desprendendo
energia) e, por esse motivo, devem ser instalados adequadamente
para minimizar esse fenômeno.

Os dispositivos de segurança são indispensáveis para controlar a


sobre pressão acidental e rompimento do diafragma dos regulado-
res de pressão, pois esse fenômeno é o que mais pode comprome-
ter a segurança deste sistema de instalação predial de gás.

Os reguladores de pressão devem ser equipados ou complementa-


dos com um dos seguintes dispositivos de segurança:

• Dispositivo (válvula) de bloqueio automático para fechamen-


to rápido por sobre pressão, com rearme feito manualmente,
ajustado para operar com sobre pressão, na pressão de saí-
da, dentro dos limites, estabelecidos na norma.

• Dispositivo de bloqueio automático incorporado ao próprio re-


gulador de pressão com características e condições de ajuste
idênticas às mencionadas anteriormente.
236 UNIUBE

Uma válvula de alívio, opcionalmente, desde que verificadas con-


dições de instalações adequadas (identificação do ponto de saída,
cálculo de vazão etc.), ajustada para operar em condições de sobre
pressões, na pressão de saída, dentro dos limites estabelecidos na
norma (JANKAUSHIS JUNIOR, 2016).

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

NBR 14570. Instalações internas para uso alternativo dos ga-


ses GN e GLP – Projeto e execução. Disponível em: <http://www.
philomenojr.com.br/downloads/Informacoes/Eluma%20Conexoes/
NBR%2014570%20Instala%E7%F5es%20internas%20uso%20
m%FAtuo.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2016.

PARADA PARA REFLEXÃO


Em uma rede de instalação, há necessidade de acopla-
mentos entre as tubulações, independente do material a
ser utilizado, nas vedações dos acoplamentos roscados,
deve ser aplicado um vedante, como fita de pentatetrafluoretileno,
ou vedantes líquidos ou pastosos com características compatíveis
para o uso de GN e GLP.

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre os assuntos aqui discutidos, consultar:

VIANNA, Marcos Rocha. Instalações Hidráulicas Prediais. Belo


Horizonte: Instituto de Engenharia Aplicada - IEA, 1993.
UNIUBE 237

SINTETIZANDO

Este capítulo apresenta procedimentos para que o Engenheiro Civil


desenvolva os cálculos de dimensionamento do sistema predial de
instalação predial de gás.

DICAS

Curso instalações prediais de gás. Disponível em: <https://www.


youtube.com/watch?v=dVPvHm2FWrw>. Acesso em: 28 fev. 2016.
CONCLUSÃO

O material que dispomos para a elaboração de um projeto de


Instalações Hidráulicas e Sanitárias Prediais mostra que não bas-
tam apenas as peças e os aparelhos para a construção de insta-
lação, os conceitos básicos e as fórmulas utilizados na elaboração
do projeto representam, também, o resultado de uma evolução mi-
lenar das diversas áreas do conhecimento humano.

Dessa evolução, surgiram as normas específicas para a elaboração


de projetos de Instalações Hidráulicas e Sanitárias Prediais, normas
sábias, e suas recomendações devem ser sempre obedecidas, a não
ser em casos muito especiais e justificados (VIANNA, 1996).

Os projetos de Instalações Hidráulicas e Sanitárias Prediais apre-


sentados neste livro estão sistematicamente baseados com as nor-
mas brasileiras vigentes da área. A elaboração do projeto é uma
das etapas mais importantes, pois é nessa fase que devem ser
definidos o tipo do prédio e sua utilização, sua capacidade atual
e futura, o tipo de sistema de abastecimento a ser implantado, os
pontos de utilização, o sistema de distribuição, a localização dos
reservatórios, canalizações e aparelhos a serem utilizados.

A etapa seguinte consiste na determinação das vazões das cana-


lizações constituintes do sistema, que é feita por meio de dados e
tabelas das normas, assim como na determinação das necessida-
des de reservação e capacidade dos equipamentos.

O desenvolvimento do projeto de Instalações Hidráulicas e


Sanitárias Prediais deve ser conduzido concomitantemente aos
projetos de arquitetura, estruturas e de fundações da construção,
almejando a mais perfeita harmonia entre todas as exigências téc-
nico-econômicas envolvidas.
Ao final da execução dos projetos, a obra deve ser entregue so-
mente após a conclusão de testes que comprovem a qualidade e
a segurança das instalações executadas; nessa etapa, já devem
estar em plenas condições de funcionamento.

Recomenda-se que o profissional responsável pela excussão dos pro-


jetos de Instalações Hidráulicas e Sanitárias Prediais preste assessoria
técnica durante todo o processo de execução da obra, pois qualquer
mudança deve contar com sua anuência e obter, assim, o sucesso da
concepção, execução e conclusão do projeto desenvolvido.
240 UNIUBE

Referências

COPASA. Instalação do padrão de diâmetro de ½”. COPASA. Disponível em:


<http://www.copasa.com.br/wps/portal/internet/abastecimento-de-agua/ligacao-
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Técnicos e Científicos, 2013. 423 p.

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es_preventivas_contra_incendio_de_edificacao.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2016.

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www.ensinonacional.com.br/to/curso/1380891884/1990.pdf>. Acesso em: 28
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GEBARA, D. Instalação prediais de prevenção e combate a incêndio: Notas de


Aula. Ilha Solteira: FEIS, 2001.

GEBARA, D. Instalações hidráulicas de água fria: Notas de Aula. Ilha Solteira:


FEIS, 2001.

GEBARA, D. Instalações hidráulicas de água quente: Notas de Aula. Ilha Solteira:


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GEBARA, D. Instalações hidráulicas de esgoto sanitário: Notas de Aula. Ilha


Solteira: FEIS, 2001.

GEBARA, D. Instalações prediais de água pluvial: Notas de Aula. Ilha Solteira:


FEIS, 2001.

ILHA, M. S. de O.; GONÇALVES, O. M.; KAVASSAKI, Y. Sistemas prediais de


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JÚNIOR, R. de C. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura. 7ª ed. São


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MACINTYRE, A. J. Instalações hidráulicas prediais e industriais. 3ª ed. Rio de


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VIANNA, M. R. Instalações hidráulicas prediais. Belo Horizonte: Instituto de


Engenharia Aplicada, 1993. 242 p.

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