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USO DA SERRADURA COMO FONTE ALTERNATIVA DE COMBUSTÍVEL

LENHOSO NA CIDADE DE MOCUBA

TOMÉ FRANCISCO LUÍS


UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

USO DA SERRADURA COMO FONTE ALTERNATIVA DE COMBUSTÍVEL


LENHOSO NA CIDADE DE MOCUBA

TOMÉ FRANCISCO LUÍS

Mocuba
2016
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

USO DA SERRADURA COMO FONTE ALTERNATIVA DE COMBUSTÍVEL


LENHOSO NA CIADADE DE MOCUBA

Projecto de pesquisa submetido à Faculdade de


Engenharia Agronómica e Florestal,
Universidade Zambeze, Mocuba, como requisito
parcial à obtenção do título de Licenciatura em
Engenharia Florestal.

Autor: Tomé Francisco Luís


Supervisor: dr. Avelino Miguel
Co-Superisor: Engo MSc Jeremias Benjamim

Mocuba
2016
"Os mestres ensinam os discípulos, estes se tornam
mestres; os conhecimentos se aplicam e se perpetuam; a
ciência se consolida; a humanidade se beneficia e
agradece a DEUS por existirem os mestres."
Sylvio Pellico Netto
DECLARAÇÃO

Eu, Tomé Francisco Luís declaro que esta monografia é resultado do meu próprio trabalho e
está a ser submetida para a obtenção do grau de licenciatura na Universidade Zambeze. Ela não
foi submetida antes para a obtenção de nenhum grau ou para avaliação em nenhuma
universidade.

_________________________________________

Mocuba, _____ de ___________________ de 2016


DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais Francisco Luís Machola e Ana Fernando Camanguira pelos
ensinamentos, amor, carinho e confiança que tem depositado em mim todos momentos da
minha vida.

Para todos vocês, dedico-vos a minha Monografia.


AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pela vida e pela protecção, força e fé para superar os contratempos
encontrados durante essa caminhada.
Em seguida, aos meus pais (Francisco Luís Machola e Ana Fernando Camanguira), pelo maior
presente de todos que é a vida;

À tia Gledisse Luís Domingos que duma forma incansável sempre apoiou me durante esta
longa caminhada;

A Universidade Zambeze, particularmente a Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal


(FEAF - Mocuba), pela oportunidade concedida para a minha formação. Ao meu Supervisor,
dr. Avelino Miguel, pela força e dedicação, disponibilidade do seu tempo e paciência na
orientação do trabalho. Ao meu Co-Superivisor Engo MSc Jeremias Benjamim pela força,
amizade e ensinamentos passados durante a realização do trabalho.

Aos meus colegas, Judite Suzana Victorino, Emília dos Anjos Aide Domingos, Marchante
Assura, Ussene Sebastião Fernando, Sérgio Correa pela amizade, conselhos e companheirismo.

Aos meus amigos Abel Manuel Luís, Victória Manuel Siguante, Telma Arnaldo Domingos,
Venâncio António Luís, Emicísson Emiliano António, Luís Ernesto Jó, que sempre
incentivaram, encorajaram e apoiaram para a realização deste trabalho, vai um especial
agradecimento pelo companheirismo e aconselhamentos durante o curso.

E por fim, os meus agradecimentos vão para todos docentes, colegas e funcionários da
Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal que directa ou indirectamente apoiaram no
processo da minha formação

Para todos, o meu muito obrigado!


Conteúdo Páginas
RESUMO….. ...................................................................................................................... iii
ABSTRACT ........................................................................................................................ iv
LISTA DE APÊNDICES ..................................................................................................... v
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................ vi
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................ vii
LISTA DE ABREVIATURAS ......................................................................................... viii
I. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1
1.1. Problema e Justificativa do estudo ..................................................................... 2
1.2. Objetivos: ........................................................................................................... 3
1.2.1. Geral ................................................................................................................... 3
1.2.2. Específicos ......................................................................................................... 3
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 4
2.1. Florestas e indústrias florestais em Moçambique .............................................. 4
2.2. As Indústrias madeireiras na Província da Zambézia ........................................ 4
2.3. Recursos florestais e indústria madeireira no distrito de Mocuba .................... 5
2.4. Conceito de combustível .................................................................................... 6
2.4.1. Combustível lenhoso.......................................................................................... 6
2.4.1.1. Consumo de combustíveis lenhosos em Moçambique ...................................... 7
2.5. Produção de madeira serrada ............................................................................. 8
2.5.1. Principais serras usadas nas serrações ............................................................... 8
2.5.1.1. Serra fita ............................................................................................................. 8
2.5.1.2. Serras circulares ................................................................................................. 9
2.6. Resíduos de madeira ........................................................................................ 10
2.7. Usos da serradura ............................................................................................. 11
III. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................ 12
3.1. Área de estudo.................................................................................................. 12
3.1.1. Localização ...................................................................................................... 12
4.1.1. Clima ................................................................................................................ 13
4.1.2. A Vegetação e a Fauna .................................................................................... 13
4.1.3. População ......................................................................................................... 13
4.1.4. Actividades económicas................................................................................... 13
4.1.5. Determinação de tamanho de amostra ............................................................. 14

Tomé Francisco Luís - FEAF i


4.1.6. Processo de recolha de dados ........................................................................... 15
4.1.7. Análise de níveis de consumo de combustíveis ............................................... 15
4.1.8. Análise dos factores que influenciam no consumo de combustíveis ............... 16
4.1.9. Análise de principais aplicações da serradura ................................................. 17
4.1.10. Processamento e análise de dados.................................................................... 18
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 19
4.1. Perfil dos agregados familiares da cidade de Mocuba .................................... 19
4.1.1. Sexo e idade ..................................................................................................... 19
4.1.2. Tamanho e nível de escolaridade dos agregados familiares ............................ 20
4.1.3. Renda familiar e tipos de residências............................................................... 20
4.1.4. Tipos de refeições preparadas .......................................................................... 21
4.2. Níveis de consumo de combustíveis na cidade de Mocuba ............................. 22
4.2.1. Formas de consumo de fontes de energia ........................................................ 22
4.2.1.1. Fontes puras ..................................................................................................... 22
4.2.1.2. Combinação de fontes de combustíveis ........................................................... 23
4.2.2. Identificação das causas de consumo de combustíveis domésticos ................. 25
4.3. Factores que influenciam no consumo dum determinado combustível ........... 25
4.3.1. Consumo da serradura e indicadores sócio-económicos ................................. 25
4.3.2. O consumo de outras fontes de combustíveis e indicadores Sócio-económicos
………………………………………………………………………………...26
4.3.3. Correlação entre o consumo da serradura e outros combustíveis com indicadores
sócio-económicos ............................................................................................................... 28
4.4. Principais formas de usos da serradura a nível da cidade de Mocuba ............. 31
4.4.1. Perfil das Indústrias madeireiras da cidade de Mocuba ................................... 31
4.4.2. Destino da serradura gerada pelas indústrias madeireiras ............................... 31
4.4.2.1. O uso da serradura como fonte de combustível doméstico.............................. 32
4.4.2.2. O uso da serradura nos aviários ....................................................................... 33
4.4.2.3. O uso da serradura como substrato .................................................................. 33
V. CONCLUSÃO ................................................................................................. 35
VI. RECOMENDAÇÃO ........................................................................................ 36
VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 37
VIII. APÊNDICE ............................................................................................................... 44

Tomé Francisco Luís - FEAF ii


RESUMO
O presente estudo foi realizado na cidade de Mocuba, província da Zambézia, com propósito
de avaliar o uso da serradura como fonte alternativa de combustível lenhoso. Igualmente fez se
avaliação de uso de outras fontes de combustíveis domésticos e os factores que influenciam o
seu consumo. Para se conseguir alcançar os objectivos foi feito um inquérito dirigido à sete (7)
indústrias madeireiras da cidade de Mocuba, e aos chefes dos agregados familiares, onde foram
usadas entrevistas semi-estruturadas, nesta fase foram entrevistados n=100 agregados
familiares, em cinco (5) bairros da zona urbana. Para analise dos dados usou-se o pacote
estatístico SPSS versão 22.0 e Microsoft Excel 2013. Os resultados deste estudo mostraram que
as populações da cidade de Mocuba maioritariamente continuam sendo dependentes de lenha
e carvão nas suas vidas quotidianas, por questão de hábitos e falta de conhecimento da devida
eficiência de outras fontes alternativas de combustíveis. As indústrias madeireiras não têm
nenhum programa de aproveitamento de qualquer sub-produto gerado a partir do processo de
serragem da madeira e a população que vivem próximo delas é que se beneficiam, onde 23%
consomem na forma de combustível lenhoso, 12% na forma de substrato e 7% como cama e
58% não usam e também foi possível constatar que os factores sócio-económicos não foram
provados estatisticamente no consumo dum determinado combustível na cidade de Mocuba.

Palavras-chaves: Indústrias madeireiras, serradura, combustíveis domésticos, fontes


alternativas de combustíveis lenhosos.

Tomé Francisco Luís - FEAF iii


ABSTRACT
This study was conducted in the Mocuba city, Zambézia province, with the purpose of
evaluating the use of sawdust as an alternative source of fuel wood. It also made her evaluation
of the use of other domestic fuel sources and the factors that influence it. To achieving the
objectives it was made an inquiry addressed to seven (7) Industries logging town of Mocuba,
and the heads of households, which were used semi-structured interviews at this stage were
interviewed n = 100 households in five (5) neighborhoods in the urban area. For data analysis
used the statistical package SPSS version 22.0 and Microsoft Excel 2013. The results of this
study showed that populations of Mocuba city mostly remain dependent on firewood and
charcoal in their daily lives, as a matter of habit and lack of knowledge of proper efficiency of
alternative fuel sources. The timber industries have no recovery program of any by-product
generated from the wood sawing process and people living close to them is that benefit where
23% consume as fuel wood, 12% as substrate and 7% as bed and 58% do not use and it was
also established that the socio-economic factors have not been proven statistically consumption
of a particular fuel in the Mocuba city.

Keywords: Timber Industries, sawdust, domestic fuels, wood fuel alternative sources.

Tomé Francisco Luís - FEAF iv


LISTA DE APÊNDICES
Apêndice I: Inquérito às indústrias madeireiras da cidade de Mocuba ................................... 45
Apêndice II: Inquérito aos agregados familiares ..................................................................... 47
Apêndice III: Regressão do consumo da serradura como fonte alternativa de combustível ... 49
Apêndice IV: Regressão do consumo de outras fontes de combustível .................................. 50

Tomé Francisco Luís - FEAF v


LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Número das Serrações por distrito na província da Zambézia. ................................. 5
Tabela 2: Indústrias Madeireiras que se encontram localizados na cidade de Mocuba............. 6
Tabela 3: Serrações da cidade de Mocuba abrangidas pelo estudo ......................................... 15
Tabela 4: Sexo e idade dos chefes dos agregados familiares................................................... 19
Tabela 5: Nível de escolaridade e tamanho dos agregados familiares ..................................... 20
Tabela 6: Tipo de casa e renda familiar ................................................................................... 21
Tabela 7: O consumo da serradura e variáveis sócio-económicos .......................................... 26
Tabela 8: Consumo de outras fontes de combustíveis e indicadores sócio-económicos ......... 27
Tabela 9: Correlação entre o uso da serradura como fonte alternativa de combustível lenhoso e
as variáveis sócio-económicos ................................................................................................. 29
Tabela 10: Correlação entre consumo doméstico de combustíveis e as variáveis sócio-
económicos .............................................................................................................................. 30

Tomé Francisco Luís - FEAF vi


LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Mapa de localização da cidade de Mocuba. ............................................................. 12
Figura 2: Tipos de refeições preparadas na cidade de Mocuba ..............................................21
Figura 3: Formas de consumo de combustíveis na cidade de Mocuba .................................... 22
Figura 4: Fontes puras usadas na cidade de Mocuba. .............................................................. 23
Figura 5: Diferentes combinações entre o uso da serradura como combustível lenhoso com
outras fontes de combustíveis.. ................................................................................................ 24
Figura 6: Destino da serradura gerada pelas indústrias Madeireira ......................................... 32
Figura 7: Formas de uso da serradura na cidade de Mocuba ................................................... 33

Tomé Francisco Luís - FEAF vii


LISTA DE ABREVIATURAS
cm Centímetros
CMCM Conselho Municipal da Cidade de Mocuba
DNFFB Direcção Nacional de Florestas e Fauna Bravia
DPCMAZ Direcção Provincial para Coordenação do Meio Ambiente da Zambézia
FEAF Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal
INE Instituto Nacional de Estatística
mm milímetros
MAE Ministério de Administração Estatal
MICOA Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental
MINAG Ministério de Agricultura
PEDDM Plano Estratégico do Desenvolvimento do Distrito de Mocuba
PMA: Precipitação média anual
SDAE Serviços Distrital das Actividades Económicas
SPFFBZ Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia da Zambézia
SPSS Statistical Package for Social Sciences
TMA: Temperatura média anual
t Toneladas

Lista de Símbolos
% Percentagens
o
C Graus Celsius
Km Quilómetro

Tomé Francisco Luís - FEAF viii


I. INTRODUÇÃO
Moçambique está localizado na região Austral da África, possui uma superfície de 799.380
km2 e uma população estimada em 23,7 milhões de habitantes (INE, 2010). É um dos poucos
países na região que ainda mantém uma proporção considerável da sua cobertura com florestas
naturais, todavia, apresenta uma elevada taxa de desmatamento estimada em 219 mil hectares
por ano e em simultâneo possui um potencial para estabelecimento de plantações florestais
(Sitoe et al., 2012).

Segundo Nhantumbo (2009), o desmatamento no país está associado à forte dependência da


população em relação aos recursos naturais, visto que cerca de 80% da população total depende
dos recursos florestais para sua subsistência

Dados do sector florestal madeireiro mostram que, infelizmente, a madeira não é devidamente
aproveitada, já que muitas vezes o rendimento máximo na serragem de madeira, encontra-se
inferior a 50%, gerando resíduos que causam sérios impactos ambientais quando descartados
de maneira inadequada (Vieira, 2006). Visando reduzir a Deposição desse material no
ambiente, sem qualquer cuidado com a possível contaminação de águas superficiais ou do
lençol freático, organizações ambientais vem executando acções junto às serrações, no sentido
de serem buscadas formas de utilizar o material com menor risco de contaminação do Ambiente
(Copel, 1996).

Os aspectos normativos para a gestão ambiental numa sociedade globalizada incentivam a


minimização e a não geração de resíduos. Assim, a reutilização e a reciclagem, bem como a
recuperação de matéria e energia agregadas aos resíduos podem trazer benefícios ambientais e
económicos (Schneider, 2003).

O desenvolvimento da indústria florestal no país é de grande importância tendo em conta que


para além da produção de produtos de valor acrescentado, tem um grande impacto
socio-económico nas comunidades locais ao contribuir para a criação de postos de, emprego
informal e oferta de desperdícios de madeira sobretudo para as comunidades circunvizinhas
(Egas, 2000).

Tomé Francisco Luís - FEAF 1


Segundo Eureka (2001), a quantidade de desperdícios das empresas florestais é bastante
elevada, situando-se em cerca de 70%, o que significa um aproveitamento de não mais que
30%. No processo de serragem, parte importante dos desperdícios obtidos são em forma de
serradura, contudo, existe pouca informação sobre as quantidades de serradura produzidas nas
serrações e carpintarias do nosso país, bem como sobre o uso a que é destinada. Deste modo o
presente trabalho pretende estudar o uso da serradura produzida ao nível das serrações da
cidade de Mocuba, com vista a definir melhores estratégias para o aproveitamento deste resíduo
madeireiro.

1.1. Problema e Justificativa do estudo


O aproveitamento da madeira nas indústrias de transformação (serrações) apresenta baixo
rendimento devido principalmente ao estado obsoleto da maquinaria utilizada e inadequada
manutenção das lâminas da serra resultando numa grande quantidade de desperdícios, sendo a
serradura um deles. Justifica-se a realização do estudo na cidade de Mocuba, por esta ser uma
das que tem o maior número de serrações ao nível da Província da Zambézia.

A identificação dos potenciais usos da serradura, pode possibilitar às serrações uma forma de
melhor aproveitar este recurso como fonte de rendimento através da promoção e venda do
mesmo. Em relação aos consumidores este estudo irá discutir a pertinência do uso de serradura
como combustível, o que poderá contribuir para a redução da pressão sobre os combustíveis
lenhosos tradicionais. A redução do uso de lenha e carvão como combustível teria um impacto
positivo na redução do número de árvores abatidas das espécies tradicionalmente usadas como
combustível lenhoso.

Tomé Francisco Luís - FEAF 2


1.2. Objetivos:

1.2.1. Geral
 Analisar o uso da serradura como fonte alternativa de combustível lenhoso na cidade de
Mocuba.

1.2.2. Específicos
 Determinar os níveis de consumo de combustíveis na cidade de Mocuba;
 Identificar os factores que influenciam no uso de um determinado combustível;
 Identificar as principais aplicações da serradura a nível da cidade de Mocuba.

Tomé Francisco Luís - FEAF 3


II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Florestas e indústrias florestais em Moçambique


Segundo Marizol (2008), cerca de 70% do país (54.8 milhões de hectares) é coberta de florestas
e outras formações lenhosas. A área florestal cobre cerca de 40.1 milhões de hectares (51% do
país), enquanto outras formações lenhosas (arbustos, matagais e florestas com agricultura
itinerante) cobrem cerca de 14.7 milhões de hectares (19% do País).

O país possui florestas de grande riqueza, que fornecem directamente alimentos, material de
construção e de artesanato. Outros benefícios são dados em forma de frutos para as indústrias
agrárias, madeira para as serrações e indústrias de mobiliário, para consumo interno e
exportação (Micoa, 1998). Segundo Chitará (2003), as florestas em Moçambique são a fonte
principal da energia de biomassa para uso doméstico e constitui uma fonte de matéria-prima
para a indústria florestal. A indústria florestal, quando bem manejada, joga um papel importante
no maneio sustentável das florestas, na utilização dos resíduos para fins energéticos e no
desenvolvimento do país (Chitará e Brito, 1996).

A indústria florestal é caracterizada por fábricas (serrações e carpintarias) de pequena


capacidade e com equipamento obsoleto, cujo volume de produção diário varia de 5 a 10 m3
sendo muito baixo em relação as suas capacidades instaladas, (DNFFB, l999). O estado da
maquinaria usada no processo de transformação primária e secundária da madeira leva o nível
de desperdícios de madeira a atingir cerca de 70%, o que significa um aproveitamento de
apenas 30%. Uma parte considerável destes desperdícios é em forma de serradura, (Chitará,
2003). A utilização de mão-de-obra pouco qualificada nas serrações e carpintarias resulta em
menor eficiência e aumento de produção de desperdícios (Eureka, 2001).

2.2. As Indústrias madeireiras na Província da Zambézia


A semelhança de todo país, as indústrias florestais na província da Zambézia é dominada por
serrações. Com a implementação do Diploma Ministerial 8/2007 de 24 de Janeiro, o número
de indústrias de transformação da madeira tem vindo a crescer (tabela 1) e por conseguinte o
volume da madeira serrada também. Só para citar algum exemplo, de 2009 para 2010 houve
um crescimento na ordem de 15% de indústrias de transformação da madeira segundo
(SPFFBZ, 2011).

Tomé Francisco Luís - FEAF 4


Tabela 1: Número das Serrações por distrito na província da Zambézia.

Ordem Distrito No de Serrações


01 Gurué 1
02 Maganja da Costa 1
03 Mocuba 8
04 Mopeia 2
05 Morrumbala 1
06 Nicoadala 12
07 Pebane 1
08 Quelimane 13
Total das serrações 39

Fonte: (SPFFBZ, 2011).

2.3. Recursos florestais e indústria madeireira no distrito de Mocuba

A cobertura vegetal do distrito de Mocuba é constituída fundamentalmente por savana tropical


arbustiva com surgimento de algumas zonas com componentes arbóreas de grande valor
económicas e exóticas, sendo as mais destacadas: A Pterocarpus angolensis DC (Umbila),
Afzélia quanzensis Welw (Chanfuta), Millettia stuhlmannii Taub (Jambirre), Dalbergia
melanoxylon Guillemin & Perrottet (Pau-preto), Khaya nyasica Stapf ex Bak. f. (Umbaua),
Combretum imberbe Wawra (Mondzo), Burkea africana Hook (Mukarala), Swartizia
madagascariensis Desv (Nhaquata) e Cordyla africana Lour (Murotho). As florestas têm
maior representatividade nas terras altas e planalto do interior (PEDDM, 2014).

O relatório anual dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia da Zambézia referente
ao ano de 2015, indica que o distrito de Mocuba possui 15 Indústrias madeireiras (tabela 3)
localizadas tanto na cidade de Mocuba bem como nas zonas suburbanas. As actividades de
serrações têm áreas de exploração em regime de concessão florestal ao longo do distrito de
Mocuba e alguns distritos vizinhos como Lugela, Ile, Maganja da Costa e Milange. Afzelia
quanzensis, Swartzia madagascariensis, Pterocarpus angolensis, Millettia stuhlmannii,
Combretum imberbe, Pterocarpus angolensis e Burkea africana são as espécies mais
processadas ao nível da província, destinadas na sua essência à produção de madeira serrada,

Tomé Francisco Luís - FEAF 5


destas, Swartzia madagascariensis lidera a lista seguido de Pterocarpus angolensis e Millettia
stuhlmannii (SPFFBZ, 2015).

Tabela 2: Indústrias Madeireiras que se encontram localizados na cidade de Mocuba.

Ordem Indústria madeireira Localização Fonte de matéria-prima


1 Alman Bive Compra a terceiro
2 Amos Bive Compra a terceiro
3 Crest Bive Concessão e terceiros
4 Crest Derruba Concessão e terceiros
5 Flaminga Derruba Compra a terceiro
6 Lee Madeiras Derruba Compra a terceiros
7 Madeiras de Mocuba cidade de Mocuba Concessão Florestal
8 Nelson Ltd Mocuba Concessão Florestal
9 Nelson Macua Pedreira Licença Simples
10 Rosil, Lda Bairro Central Concessão Florestal
11 Socane Pondela Mocuba Licença Simples
12 Sociedade. Moveis Licungo Marmanelo Concessão Florestal
13 Sotomane, Lda Bive Concessão Florestal
14 Timber World Mocuba Concessão e terceiros
15 Wooden World Ld. Samora Machel Concessão e terceiros
Fonte: (SPFFBZ, 2015).

2.4. Conceito de combustível


Define-se como combustível tudo o que arde ou serve para arder. Trata-se de substância
cindível que, numa pilha atómica, pode originar uma recção em cadeia, isto é, uma reacção que
se desenvolve por si mesmo, porque os agentes necessários à reacção são produzidos pela
própria reacção (Matos, 1978). O combustível, de acordo com a sua natureza e propriedades,
pode ser lenhoso ou não lenhoso.

2.4.1. Combustível lenhoso


Entende-se por combustível lenhoso a madeira e o material celulósico de troncos, ramos e
outras partes de árvores e arbustos que tenham, ou não, sofrido combustão. O combustível
lenhoso serve não só para o uso doméstico mas também para a indústria (Cruz, 1990 citado por

Tomé Francisco Luís - FEAF 6


Magane, 1998), podendo ser definido, igualmente, como aquele cujo consumo envolve a
biomassa lenhosa.

2.4.1.1. Consumo de combustíveis lenhosos em Moçambique


De acordo com Arnold (2003), a situação dos combustíveis lenhosos nunca foi bem analisada
devido à falta de dados e informações confiáveis, pois somente uma pequena fracção da
produção dos combustíveis lenhosos foi registada. A avaliação da amplitude real dos
combustíveis lenhosos e seus impactos sobre o recurso florestal e subsistência nas zonas rurais
tem sido objecto de um grande debate.

Ainda de acordo com mesmo autor, em meados da década de 70, estimou-se que um enorme e
um número crescente de pessoas nos Países em vias de desenvolvimento dependiam da lenha
como seu principal combustível doméstico levando a previsões de potencialmente devastador
esgotamento dos recursos florestais.

Existe uma diferença em relação ao consumo dos combustíveis lenhosos entre as zonas urbanas
e rurais. Embora o consumo rural da energia lenhosa represente 76% do consumo nacional (9,1
milhões de t/ano) raramente afecta a estrutura funcional e a composição das florestas nativas,
pois, as populações que vivem no meio rural limitam-se a colher os ramos ou pedaços de
árvores mortas. Mas, o mesmo já não se pode afirmar em relação ao consumo urbano que
apesar de representar 24% do consumo total, é apontado como a principal causa do
desmatamento em redor das grandes cidades e outros centros de maior concentração
populacional do País. Isto se deve ao facto da maior parte da energia lenhosa (cerca de 69%)
consumida nas zonas urbanas estar em forma de carvão vegetal (Pereira et al., 2001 e Mangue,
2000).

2.4.1.2. O impacto ecológico do consumo do combustível lenhoso


Araújo (2002) defende que apesar dos recursos florestais estarem nas zonas rurais, os maiores
beneficiários de produtos florestais são os habitantes das zonas urbanas. No entanto, deve ter-
se em atenção que a maior pressão sobre o combustível vegetal não vem das áreas rurais, mas
sim dos esforços urbanos e da exploração comercial sem controlo dos recursos vegetais. Com
os fortes ritmos de migração campo-cidade, e com o aumento considerável da pobreza Urbana,
cada vez mais residentes urbanos dependem deste recurso energético. Praticamente, a zona
rural apesar de ser dependente também de combustível lenhoso como fonte principal de

Tomé Francisco Luís - FEAF 7


energia, este local serve de exploração ou fonte de abastecimento de combustível lenhoso aos
centros urbanos.

Ainda de acordo com o mesmo autor, o desflorestamento é o resultado associado à necessidade


da sobrevivência dos homens, uma vez que ao praticarem a agricultura, abatem as árvores em
redor das concentrações populacionais vendendo lenha ou carvão como forma de ganhar a vida.
A procura dos recursos florestais pela população nas vilas, nas grandes cidades e para fins
industriais irá colocar um pesado fardo sobre esses recursos no futuro. O crescimento
progressivo das cidades associado a falta de fontes alternativas de energia e de material de
construção irá contribuir para uma contínua procura em grande escala.

Com o crescimento progressivo da população mundial, a carga sobre os recursos florestais


(quer pela exploração directa, quer pelo desbravamento das áreas florestais para fins agrícolas)
vai se agravando e como consequência surge a desflorestação (FAO, 1983). Todavia
Geldenhuys (1997), defende que nem sempre o crescimento da população é o sinónimo de
desflorestamento, existem casos em que o crescimento da população beneficia o crescimento
florestal, quando o desenho das políticas florestais antever tal acontecimento.

2.5. Produção de madeira serrada


Os principais equipamentos utilizados nas serrações são classificados em serras principais e
secundárias ou auxiliares, localizados no pátio da serração. Além dessas serras, uma serração
precisa de equipamentos para o preparo das toros, como descascadores, motosserras para
traçamento e gruas para movimentação dos toros, equipamentos localizados no pátio de toros.
Na serra principal são utilizadas as serras fita, que serram os toros longitudinalmente,
transformando-as em blocos, pranchões ou tábuas. Esses equipamentos apresentam grande
porte e geralmente consomem muita energia para seu funcionamento em comparação com
outras máquinas da serração. As serras secundárias são equipamentos menores, utilizadas para
serrar as peças obtidas no serra principal (Rocha, 2002).

2.5.1. Principais serras usadas nas serrações

2.5.1.1. Serra fita


De acordo com Rocha (2002), a serra de fita é constituída essencialmente de uma lâmina
contínua de aço tensionada por dois volantes. Os diâmetros dos volantes variam de 800 a 2000
mm, tendo o volante inferior maior massa (100 a 600 kg) para receber a força motriz e funcionar

Tomé Francisco Luís - FEAF 8


como reservatório de força cinética. A distância entre os dois volantes é regulada de acordo
com o comprimento da lâmina, e após a regulagem ocorre o tensionamento da lâmina,
fornecendo a rigidez para serrar.

Ainda de acordo com mesmo autor, a serra de fita apresenta como características grande
velocidade de corte, pouca produção de serradura devido à pequena espessura das lâminas, e
versatilidade, podendo serrar toros de grande e pequeno diâmetro e madeiras com elevada e
baixa densidade. Além dessas vantagens, apresenta a possibilidade de boa produção com pouco
consumo de energia, com potência variando de 20 a 300 W, Entre as serras de fita, podem-se
citar: serra de fita simples, serra de fita horizontal, serra de fita dupla ou geminada. As serras
de fita, quando utilizadas para a serra principal, geralmente utilizam um carro porta-tora móvel,
que leva o toro de encontro a serra a uma velocidade de até 60 m/min, com controlo automático
ou manual.

2.5.1.2. Serras circulares


Segundo Monteiro (2011), as serras circulares apresentam a desvantagem de gerar elevada
quantidade de serradura e são, frequentemente, empregadas para o corte de toros e para a
produção de pranchões e tábuas em pequenas serrações. O mesmo autor relata que a
particularidade dessa serra é a simplicidade da sua instalação, contendo basicamente um disco
de aço dentado, um eixo motor comandado e um suporte de mesa.

Ainda de acordo com o mesmo autor diz que, a serra circular secundária está presente
praticamente em todas as serrações, independentemente do seu porte. As características dessa
serra são semelhantes às da serra fita para o processo de serragem dos toros, porém com discos
menores. O avanço das peças podem ser automatizadas ou manual. Entre as serras circulares,
destacam-se: serra circular simples, serra circular dupla ou geminada, serra circular múltipla e
serra circular de dois eixos.

Segundo (Vital at al., 2008), para a avaliação do desempenho de uma serração, alguns
parâmetros são criados, com destaque para o rendimento e a eficiência. A maioria das serrações
apresenta rendimento e eficiência baixos, com equipamentos obsoletos e geração de grande
quantidade de resíduos. O rendimento na serração é a relação entre o volume de madeira serrada
num período ou turno e o volume de toros serrados. Diversos factores influenciam no
rendimento: a dimensão final das peças, o número de cortes realizado, maquinário, mão-de-

Tomé Francisco Luís - FEAF 9


obra especializada, dimensão do toro além de outros parâmetros relacionados à qualidade do
toro

2.6. Resíduos de madeira


Resíduo de madeira é qualquer material considerado inútil, supérfluo, e/ou sem valor, gerado
pelo processo de serragem dos toros e resserragem da madeira, e a qual precisa ser eliminada.
É qualquer material cujo proprietário elimina, deseja eliminar ou necessita eliminar (Oliveira
et al., 2008).

Lima e Silva (2007), constataram que todo e qualquer tipo de transformação da madeira geram
resíduos em menor ou maior quantidade, dependendo do tipo do beneficiamento. Somente 40
a 60% do volume total do toro são aproveitados. Vieira et al., (2006) afirmou que um volume
de 0,5629 m³ de toros gerou 0,1249 m³ de serradura, representando 22,2% do volume total do
toro.

Assim como em outras actividades económicas, o conceito de resíduo do processamento da


madeira é relativo, uma vez que partes de toro não aproveitadas podem ser descartadas por uma
serração e aproveitada por outra (Oliveira et al., 2008). A produção de madeira serrada
consome em torno de 33,5 milhões de metros cúbicos em toros, gerando aproximadamente
metade desse volume em resíduos que são descartados ou reciclados apenas parcialmente
(Wander, 2001).

Quirino (2002), citou algumas formas de transformar os resíduos madeireiros em combustível


como a queima directa que gera calor necessário para produzir vapor, briquetagem, a
gaseificação, que pode gerar um gás combustível ou um gás de síntese e a carbonização, que
produz carvão vegetal ou de termo-redução na indústria siderúrgica.

O aproveitamento dos resíduos madeireiros é importante para reduzir os impactos ambientais


e aumentar a lucratividade da indústria madeireira. Trabalhos realizados sobre o
aproveitamento dos resíduos do processo de serragem têm sido desenvolvidos por vários
autores: (Vieira et al., 2010), utilizou as costaneiras para produção de pequenos objetos;
(Rocha, 2002), relata a organização da serração integrada à indústria de painéis ou de celulose
para o melhor aproveitamento dos resíduos madeireiros; outra possibilidade de aproveitamento

Tomé Francisco Luís - FEAF 10


é a queima dos resíduos para geração de energia, muitas vezes substituindo combustíveis
fosseis (Gustavsson et al., 2007).

A produção de serradura nas serrações é de grande importância tendo em vista o custo de


estocagem. Embora possa ser utilizada para fins como, queima para produção de energia,
produção de briquetes e para compostagem, o volume residual ofertado é consideravelmente
superior ao volume demandado (Oliveira et al., 2008).

2.7. Usos da serradura


Segundo Bila (2003), no processo de transformação da madeira, vários resíduos são
produzidos, sendo a serradura um deles. A serradura é o resíduo mais universal da madeira uma
vez que se produz ao longo dos diferentes processos de exploração e de transformação desta
matéria-prima. No desbaste, abate, desrame e traçagem usando motosserra, na serragem
longitudinal e transversal forma-se serradura. Os dois últimos processos são responsáveis por
grande parte da formação deste desperdício, que quando aplicado convenientemente torna-se
numa matéria-prima barata para diferentes fins, destacando-se o seu uso como combustível,
substrato, entre outros.

Ainda de acordo com o mesmo autor, o uso da serradura, além de ser uma forma de reutilização
dos resíduos, ainda apresenta vantagem económica com a geração de renda para a indústria,
pela comercialização deste produto. Outras vantagens apresentadas são: a redução do volume
de resíduos estacionados no pátio da serração, poder calorífico superior à lenha e redução do
custo de transporte, pois a serradura pode ser armazenados de forma a reduzir os espaços vazios
durante seu transporte.

A serradura, assim como o material que o origina pode ser usado como combustível. É comum
transformar em serradura os ramos que são demasiado pequenos para lenha e usá-los para
aquecimento. Outra forma de aproveitar a serradura é o seu uso no fabrico de briquetes, que
são um combustível capaz de substituir a lenha e o carvão com melhores resultados em termos
de calor produzido e menor impacto ao ambiente. Antigamente, certos marceneiros utilizavam
fogões de serradura para aquecer as oficinas. Hoje em dia existem técnicas com maior
rendimento (aquecedores especializados) onde a serradura é recuperada em empresas de
madeira, fornecendo assim a energia necessária para assegurar o aquecimento ou uma parte
deste no Inverno (Bila, 2003).

Tomé Francisco Luís - FEAF 11


III. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Área de estudo
3.1.1. Localização
O estudo foi realizado em sete indústrias merdeiras e cinco bairros todos localizados na cidade
de Mocuba, região central da província da Zambézia. Geograficamente, a cidade de Mocuba
localiza-se nos extremos centro e norte do distrito, entre os paralelos 16º 17´ Sul e 17º 32’ Sul
e entre os meridianos de 35º 12´ e 37º 35´ na confluência dos rios Licungo e Lugela como
ilustra a figura-1, a cerca de 150 Km a noroeste da cidade de Quelimane. A cidade de Mocuba é
considerada como a segunda maior da província da Zambézia. (MAE, 2005).

Figura 1: Mapa de localização da cidade de Mocuba.

Fonte: FEAF (2016).

Tomé Francisco Luís - FEAF 12


4.1.1. Clima
O clima do distrito é sub-tropical com uma preciptação média anual (PMA) de1300 mm e uma
temperatura média anual (TMA) variando entre os 20 e 27oC com temperaturas máximas no
intervalo entre 27 e 35oC e mínimas de 15 a 22oC, (PEDDM, 2014).

4.1.2. A Vegetação e a Fauna


O distrito de Mocuba é dominado por floresta de Miombo com ocorrência de espécies
maioritariamente da família fabaceae tais como: Pericopsis angolensis, Pterocarpus
angolensis, Millettia stuhlmannii, Burkea africana, Khaya nyasica, Swartzia
madagascariensis, Cordyla africana, Afzelia quanzensis, Combretum imberbe e animais como
Phantera pardus (Leopardo), Hippotragus niger (Pala-pala), Cabritos, Jibóia, Macacos,
Potamochoerus porcus (Porco bravo), Coelho, Phantera leo (Leão), Phacochoerus aethiopicus
(Javali), Hippopotamus amphibius (Hipopótamo) (PEDDM, 2012).

4.1.3. População
Segundo as projecções do INE, Mocuba é o terceiro distrito mais populoso da Zambézia com
365.707 habitantes, sendo de 177.825 do sexo masculino e 197.882 do sexo feminino no ano
de 2013. No que diz respeito a distribuição populacional entre as zonas rural e urbana, os dados
das projecções de INE indicam que a população de Mocuba é principalmente rural, com
somente 25.5% da população total vivendo na zona urbana do distrito, (PEDDM, 2014).

Dada a localização estratégica do distrito, Mocuba regista uma entrada massiva de pessoas,
vindo de vários distritos circunvizinhos e províncias. Igualmente se regista muita
movimentação da população rural para zona urbana, que corresponde à cidade de Mocuba, sede
do distrito. Como resultado disso a população urbana cresceu nos últimos anos para cerca de
207.543 habitantes contra 158.164 da população rural e o número médio de pessoas por
agregado familiar é de 5 sendo de 4,9 para a cidade de Mocuba e de 4,5 para zonas rurais
(PEDDM, 2014; CMCM, 2015).

4.1.4. Actividades económicas


De acordo com PEDDM (2014), a actividade principal das comunidades no distrito de Mocuba
é a agricultura, seguida de criação de animais de pequeno porte (Galinhas, patos, porcos e
cabritos), produção de carvão, venda de material de construção precário (estacas, cordas e

Tomé Francisco Luís - FEAF 13


capim), caça, pesca, recolha de produtos florestais não madeireiros e o comércio informal
através de bancas fixas distribuídas um pouco pelas povoações.

4.1.5. Determinação de tamanho de amostra


O número total da população do município da cidade de Mocuba é de 207.543 habitantes,
PEDDM (2015). Considerando 5 indivíduos por cada família obteve se um total de 41.509
famílias. Para o cálculo do tamanho da amostra usou-se a fórmula (1) da população finita
proposta por Capitão (2009). De acordo com este autor, considera-se que uma população é
finita quando o total da população que se pretende estudar e conhecida ou tem um valor fixo,
exemplo: população de uma cidade.

𝑁 ∗ 𝑃̂ ∗ 𝑞̂ ∗ 𝑍∝/2
2
𝑛= (1)
𝑃̂ ∗ 𝑞̂ ∗ 𝑍∝/2
2
+ (𝑁 − 1) ∗ 𝐸 2

Onde:
n = tamanho de amostra
N = número total da população
𝑍∝/2 = Valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado
P = Proporção populacional de indivíduos que pertence a categoria que pretende se estudar.
q = Proporção populacional de indivíduos que não pertence à categoria que pretende se estudar
(q = 1 – p).
E = Margem de erro. Identifica a diferença máxima entre a proporção amostral e a verdadeira
proporção populacional (p).

Para a determinação de tamanho de amostra foi considerado uma proporção de 0,5, um erro
igual a 10% e um nível de significância de 1,96, de acordo com Mirasse (2004). E com esta
fórmula já estabelecida, com o número total de famílias que a cidade de Mocuba possui,
calculou-se o tamanho da amostra. Assim sendo para toda a cidade de Mocuba seria necessário
entrevistar 96 famílias das 41.509, que a mesma possui, neste caso em todos os 24 bairros. Mas
para se ter a suficiência amostral o número de amostra foi arredondado para 100 tendo se
entrevistado 20 famílias por cada bairro.

Tomé Francisco Luís - FEAF 14


4.1.6. Processo de recolha de dados
Este processo decorreu de 20 de Abril – 14 de Maio do ano 2016. Primeiro foram identificadas
as empresas florestais com ajuda dos fiscais do Serviço Distrital das Actividades Económicas
(SDAE) local e os respectivos informantes chaves, procedendo-se de seguida a realização dos
questionários das entrevistas semi-estruturadas aos mesmos. Escolheu-se a entrevista semi-
estruturada, por esta permitir obter uma diversidade de dados, e não exigir muitas habilidades
tanto da parte do respondente como do entrevistador (Pijnenburg e Cavane 2000).

O informante chave poderia ser o gerente da empresa, encarregado ou outra pessoa capaz de
responder às questões colocadas no questionário. Tendo se entrevistados 46.7% indústrias
Madeireiras (tabela 3) do total de 15 que a cidade possui.

Tabela 3: Serrações da cidade de Mocuba abrangidas pelo estudo

Ordem Nome da indústria madeireira Localização Fonte de matéria-prima


01 Alman Bive Compra a terceiros
02 Flaminga Derruba Compra a terceiros
03 Nelson Macua Pedreira Licença Simples
04 Rosil Ltd Central Concessão florestal
05 Sociedades m. do Licungo Marmanelo Concessão florestal
06 Sotomane Ltd Bive Concessão florestal
07 Wooden World Ltd Samora Machel Concessão florestal

Em seguida foram feitas entrevistas semi-estruturadas às comunidades circunvizinhas das


serrações ou carpintarias sobre: a fonte de energia que usa; se conhece a utilidade da serradura.
Para o efeito usou se uma amostragem não probabilística do tipo não intencional que se baseia
em critérios de conveniência e ou na disponibilidade de inquiridos Bila (2004). As entrevistas
foram feitas nos bairros Marmanelo, CFM, Central, Tomba de água e Samora Machel, tendo
sido entrevistados vinte (20) famílias por cada bairro.

4.1.7. Análise de níveis de consumo de combustíveis


A análise dos níveis de consumo de combustíveis na cidade de Mocuba foi com base na
recomendação proposta por (Tuzine, 2004). Segundo este autor são consideradas duas formas

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de consumo de combustíveis: Na forma de fontes puras e combinadas, com o propósito de
identificar fontes de combustíveis mais consumidas na cidade de Mocuba.

4.1.8. Análise dos factores que influenciam no consumo de combustíveis


No âmbito da análise dos factores que influenciam no consumo das diferentes fontes de
combustíveis, seguiu se as recomendações propostas por Tuzine, (2004) e Mirrasse (2004). De
acordo com estes autores foram aferidos os indicadores Sócio-económicos, dentre eles
destacam-se:

 Sexo do chefe da família


O sexo do chefe do agregado familiar é um factor determinante na maneira como o agregado
usa uma dada fonte de energia.

 Idade do chefe da família


A idade do chefe do agregado familiar também é um factor determinante na maneira como o
agregado usa uma dada fonte de energia; Neste estudo as idades foram divididas em três faixas
etárias nomeadamente: 18-35, 36-45 e 46 ou mais anos de idade.

 Tamanho do Agregado familiar


O tamanho do agregado familiar é um dos factores que também pode influenciar na quantidade
de uso de uma dada fonte de energia, pressupondo-se que uma família alargada (grande) faça
maior consumo do que uma família nuclear (pequena), mas não se sabe, exactamente, o grau
da interferência deste parâmetro no consumo. Para este caso, utilizou-se a seguinte codificação:
 (1-3) Indivíduos por família = Pequena;
 (4-7) Indivíduos por família = Média;
 (8-11) Indivíduos por família = Grande;
 (>12) Indivíduos por família = Muito grande.

 Renda do agregado familiar


A renda do agregado familiar é um outro factor determinante na maneira como o agregado
familiar usa uma dada fonte de energia; e neste estudo as rendas foram classificadas em três
(3) categorias nomeadamente: baixa, média e alta de acordo com as actividades exercidas. A
classificação das rendas familiares teve como base o salário mínimo em vigor no país.

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 Tipo de refeição preparadas
Tipos de refeições, até certo ponto, são indicadores do bem-estar de quem confecciona,
podendo influenciar na escolha do tipo de combustível a usar. Neste estudo, foram
estabelecidas três categorias: 1- (Arroz, Xima, Peixe, Verdura); 2- (Arroz, Xima, Feijão) e 3-
(Arroz, Xima, Feijão, Carne) de acordo com a frequência das respostas dos inqueridos.

 Tipo de casa
Os tipos de casas até certo ponto, são indicadores do bem-estar de quem neles vivem, pelo facto
de este poder reflectir, até certo ponto, o rendimento familiar. No presente estudo, foram
distinguidos 3 tipos de casas nomeadamente: casas de capim, de Pau-a-pique e melhoradas.
Nas casas melhoradas, agrupam-se apartamentos; construções de blocos com cobertura de
chapas de zinco, lusalite ou telhas. As casas pau-a-pique, construídas a partir de bambú e
cobertas de chapas de zinco, lonas entre outros materiais. E casa de capim, construídas de
material local e coberto de capim.

 Nível de escolaridade
O nível de escolaridade é um dos factores que contribui no consumo dum determinado
combustível, considerando que, para os agregados que sabem ler e escrever tem maior
possibilidade de adquirir informações da actualidade, sobretudo as fontes de energias novas e
renováveis que são consumidas quando comparado com os chefes dos agregados familiares
que não sabem ler e nem escrever. Para o presente estudo, os níveis de escolaridade foram
agrupados em cinco categorias de acordo com Sistema Nacional de Ensino em vigor no país.
 Analfabeto = Agregado familiar que não sabe ler e nem escrever;
 Primário = Agregado familiar que frequentou 1a a 7a classe;
 Basico = Agregado familiar que frequentou 7a a 10a classe;
 Médio = Agregado familiar que frequentou 11a a 12a classe;
 Superior = Agregado familiar que esta frequentar ou já concluiu o grau de licenciatura
ou mais.

4.1.9. Análise de principais aplicações da serradura


A análise das principais aplicações da serradura na cidade de Mocuba seguiu se recomendações
propostas por (Bila, 2004). De acordo com este autor, primeiramente identificou-se formas de
aproveitamento da serradura pelas indústrias madeireiras e em seguida pelas comunidades.

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4.1.10. Processamento e análise de dados
Os dados dos questionários foram codificados e processados usando o pacote estatístico SPSS
versão 22.0 e com auxílio do Microsoft Excel 2013. A partir dos questionários às Indústrias
madeireiras e Comunidades, elaborou se tabelas e gráficos referentes a níveis de consumo de
combustíveis, factores que influenciam e principais formas de uso da serradura.
.

Tomé Francisco Luís - FEAF 18


IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Perfil dos agregados familiares da cidade de Mocuba

Os aspectos apresentados neste capítulo reflectem sobretudo os objectivos específicos do


estudo e as questões expostas no guião de entrevistas, conforme o Apêndice II. O ponto de
partida que se assume é que o sexo, idade, nível de escolaridade, tipo de casa, tamanho do
agregado familiar, renda familiar e tipo de refeição são indicadores sócio-económicos do bem-
estar, podendo influenciar no consumo de uma dada fonte de energia.

4.1.1. Sexo e idade


Do total dos agregados familiares inquiridos, (n=100) 74% são chefiados por homens, contra
apenas 26% chefiados por mulheres. Os dados obtidos durante as entrevistas estão de acordo
com os obtidos no censo populacional levado a cabo pelo INE (2008) onde faz menção que a
maioria dos agregados familiares na cidade de Mocuba é chefiada por indivíduos do sexo
masculino com um percentual de 69 %, e indivíduos do sexo feminino com um percentual de
31%.

A idade mínima das famílias chefiadas por indivíduos do sexo masculino é de 22 anos e a
máxima de 65 anos e chefiadas por indivíduos do sexo femininos a mínima é de 18 anos e
máxima de 52 anos.

Resultados similares foram observados por De Deus (2014) na cidade de Chimoio, onde
observou que a idade mínima das famílias chefiadas por indivíduos do sexo masculino, de 22
anos e a máxima de 61 anos e chefiadas por indivíduos do sexo femininos a mínima é de 21
anos e máxima de 52. A tabela 4 sumariza as percentagens dos agregados familiares em função
da idade e género.

Tabela 4: Sexo e idade dos chefes dos agregados familiares

Idade
(18-35 anos) (36-45 anos) (46-65 anos) Total (%)
Sexo Masculino 10 5 11 26
Femenino 37 25 12 74
Total (%) 47 30 23 100

Tomé Francisco Luís - FEAF 19


4.1.2. Tamanho e nível de escolaridade dos agregados familiares
De acordo com os dados fornecidos pelos inqueridos (n=100), na área de abrangência dos cinco
bairros selecionados, pode se considerar que a cidade de Mocuba é constituída por um tamanho
de agregado familiar considerado médio de acordo com a classificação atribuída, o que
corresponde a um total de 66%. Em termos médios a cidade apresenta um tamanho de agregado
familiar de constituído por 6 pessoas. Resultados semelhantes foram observados por Tuzine
(2004) no segundo maior centro urbano (cidade da Beira) ao afirmar que a média do tamanho
do agregado familiar obtida é de 5.92 indivíduos. De acordo com o INE (2007) resultados do
último censo populacional a cidade de Mocuba apresenta em média 5 pessoas por família. Este
valor não foge muito do encontrado no terreno, visto que o mesmo se encontra no intervalo de
classificação deste trabalho efectuado para designar o tamanho do agregado familiar nesta
cidade.

No tocante ao nível de escolaridade na área de abrangência constatou-se que, 25% são


analfabetos, 18% são do nível primário, 28% são do nível básico 26% é do nível medio e 3%
são do nível superior. A informação sobre nível de escolaridade em função do tamanho dos
agregados familiares encontram se representado na tabela cinco (5).

Tabela 5: Nível de escolaridade e tamanho dos agregados familiares

Tamanho do agregado familiar


1-3 Pequeno 4-7 Médio 8-11 Grande Total (%)
Analfabeto 7 16 2 25
Primário 4 11 3 18
Básico 5 19 4 28
Nível de escolaridade
Médio 6 18 2 26
Superior 1 2 0 3
Total (%) 23 66 11 100

4.1.3. Renda familiar e tipos de residências


Dos 100 chefes de família, 44% possuem renda baixa 41% renda média e 15% renda alta.
Resultados contraditórios foram observados por De Deus (2014) ao afirmar que (n=50) 22%
das famílias da cidade de Chimoio apresentaram renda baixa, 65% renda média e 13% apre-
sentaram renda alta.

Tomé Francisco Luís - FEAF 20


Quanto ao tipo de casas, constatou-se que 67% sãos casas melhoradas, 20% casas de Pau-a-
pique e 13% são casas de capim. Resultados similares foram observados por Tuzine (2004) ao
afirmar que, 38.4% das famílias inqueridas na cidade da Beira, vivem em casas de construção
precária; e 61.6% residem em casas de alvenaria. Resultados contraditórios foram observados
por Mirasse (2004) ao afirmar que as residências da cidade de Maputo na sua maioria são
construídas de bloco e cobertas de zinco, com cerca de 78 e um número menor de 7
dependências num universo de 115 casas visitadas. A informação sobre tipo de residência em
função da renda familiar encontra se na tabela 6.

Tabela 6: Tipo de casa e renda familiar

Renda familiar
Baixa Média Alta Total (%)
Tipo de casa Casa de capim 10 3 0 13
Casa de Pau-a-pique 9 10 1 20
Casa Melhorada 24 29 14 67
Total (%) 43 42 15 100

4.1.4. Tipos de refeições preparadas


A figura 2 mostra que dos (n=100) agregados familiares entrevistados na área de abrangência,
58% confecionam com maior frequência arroz/xima/peixe/verdura, 33% arroz/xima/feijãoe
9% arroz/xima/feijão/carne. Resultados diferentes foram observados por Tuzine (2004) ao
afirmar que os pratos mais comuns na cidade da Beira são arroz, xima, came, caril com
amendoim, verdura, feijão, frango, sopa, esparguete, onde, pelo menos, 71% das famílias
usam carvão ou lenha em todos os pratos.

Refeições preparadas com maior frequência


Arroz/Xima/Feijao
/
33%

Arroz/Xima/Verdu
ra/Peixe
Arroz/Xima/Carne 58%
9%
Arroz/Xima/Verdura/Peixe Arroz/Xima/Carne Arroz/Xima/Feijao/

Figura 2: Tipos de refeições preparadas na cidade de Mocuba

Tomé Francisco Luís - FEAF 21


4.2. Níveis de consumo de combustíveis na cidade de Mocuba

4.2.1. Formas de consumo de fontes de energia


As fontes de energia usadas na cidade de Mocuba podem ser agrupadas em duas categorias:
fontes puras e fontes combinadas. Para o propósito do presente estudo, fontes puras são aquelas
que são usadas exclusivamente sem combiná-las com outras, ou que, para além da fonte
principal, usam, excepcionalmente, uma segunda ou terceira fonte. Diz-se que uma família usa
fontes combinadas ou combinação de fontes, quando utiliza, nas actividades de cozinha, mais
de uma fonte, durante o mês, podendo ou não distinguir a fonte principal das restantes.

A figura 2 ilustra as formas de consumo das fontes de energia, onde se verifica que 72% dos
inquiridos consomem-na para cozinha na forma de fonte combinada e (28%) na forma de fonte
pura.

Forma de consumo de combustíveis domésticos na


cidade de Mocuba
Fontes puras
28%

Fontes
combinadas
72%
Fontes puras Fontes combinadas

Figura 3: Formas de consumo de combustíveis na cidade de Mocuba

Resultados contraditórios foram observados por Tuzine (2004), no segundo maior centro
urbano (cidade da Beira) onde constatou-se que 78% dos inquiridos consomem-na para
cozinha na forma de fonte pura e uma menor percentagem (22%) na forma de fonte combinada.

4.2.1.1. Fontes puras

A figura 4 mostra claramente que, dentro das fontes puras, o carvão é a fonte mais utilizada,
onde 89% das famílias usam o carvão; enquanto 11% usam lenha. Resultados similares foram
observados por Tuzine (2004), ao afirmar que, a lenha é a menos relevante dentro das fontes
lenhosas, com apenas 6.28% dos agregados familiares a admitirem que a usam. As fontes não

Tomé Francisco Luís - FEAF 22


lenhosas, como são os casos de electricidade e gás, são usadas em proporções distintas:
enquanto a primeira é usada apenas em 2.62%; a segunda atinge os 10.47%.

Fontes puras de combustíveis lenhosos


Lenha
11%

carvão Lenha carvão


89%

Figura 4: Fontes puras usadas na cidade de Mocuba.

4.2.1.2. Combinação de fontes de combustíveis

A título de exemplo, da cidade de Mocuba, a combinação mais frequente envolve o carvão e a


lenha, pois das 100 famílias entrevistadas, afirmaram positivamente usar esta combinação as
correspondentes a cerca de 73%. Da amostra, apenas 23% dos agregados familiares usam
serradura, lenha e carvão, 4% usam apenas lenha.

A figura 5 mostra que o carvão vegetal é o combustível a base de madeira mais consumido
pelas famílias na cidade de Mocuba. Quando consumido de forma isolada ocupa uma
percentagem de 25%. As principais combinações encontradas são: 1% serradura-lenha, 7%
carvão-serradura, 12% lenha-carvão-serradura, 3% carvão-serradura-electricidade, 43%
carvão-lenha, 3% carvão-electricidade, 3% carvão-gás, sendo a combinação carvão lenha são
mais frequentes uma vez que as outras fontes são usadas apenas como fontes alternativas de
combustíveis.

Tomé Francisco Luís - FEAF 23


50
45 43%
40
35
30 25%
25
20
15 12%
10 7%
5 3% 3% 3% 3%
1% 0%
0
Lenha Carvão Carvão e lenha Carvão e Carvão e gás
electricidade

Usa serradura Nao usa serradura

Figura 5: Diferentes combinações entre o uso da serradura como combustível lenhoso com outras
fontes de combustíveis..

Resultados contraditórios foram observados por Mirasse (2004), num estudo feito em
Marracuene onde faz menção que, os entrevistados afirmaram que fazem diferentes
combinações duma forma irregular, dependendo das circunstâncias em que se podem deparar,
como é o caso de festas/cerimónias, crise financeira, visitas e entre outros, onde 92,2% carvão-
lenha, 4,3% carvão-lenha-petróleo, 1.7% carvão-lenha-petróleo-gás, 0,9% carvão-lenha-
electricidade e 0,9 carvão-petróleo-electricidade.

Também por Tuzine (2004), ao afirmar que o total de 59 agregados inquiridos na cidade da
Beira, 34, correspondentes a 57.63%, usa basicamente combinações de fontes lenhosas,
destacando-se as combinações em que entra o carvão, com maiores índices de uso. A
combinação electricidade-carvão apresenta maiores valores que a combinação carvão-gás, uma
vez que a electricidade constitui, por excelência, uma fonte de iluminação, sendo, por isso, de
uma maior disseminação.

E de igual modo por Egas (2006), num estudo realizado na cidade da Beira onde observou-se
que as combinações de carvão-lenha e carvão-electricidade eram as mais frequentes. Neste
caso, com relação a combinação de carvão-lenha, tanto na cidade de Beira como na cidade de
Mocuba apresentaram frequências elevadas de consumo pela população, facto que revela mais
uma vez que a lenha e carvão vegetal são as fontes mais apostadas para o uso doméstico.

Tomé Francisco Luís - FEAF 24


4.2.2. Identificação das causas de consumo de combustíveis domésticos
Dos 100 agregados familiares visitados nos cinco bairros da cidade de Mocuba, 12%
consideram lenha como a melhor fonte de combustível lenhoso. Ainda de acordo com os
entrevistados disseram que, a cozinha com este combustível lenhosa é mais rápido e a refeição
cose bem. E 88% dos agregados familiares consideram carvão vegetal como a melhor fonte de
combustível lenhoso, alegando que este combustível lenhoso é mais fácil manejar e por questão
de higiene, não suja panelas.

Assim sendo as principais causas da preferência consumo do carvão vegetal em relação a outras
fontes nas famílias entrevistadas foram falta de dinheiro para obter outras fontes de
combustível, o carvão vegetal é mais barato na área de estudo, falta de conhecimento da devida
eficiência de outras fontes alternativas os combustíveis provenientes da madeira como a
serradura, e hábitos por nunca terem usado essas fontes.

Em relação a acessibilidade, os inquiridos responderam que o carvão vegetal encontra-se


disponível em qualquer parte da cidade, quer em forma de sacos e plastiquinhos, mas algumas
vezes tem escasseado nos meses de Janeiro e Fevereiro devido a chuvas e neste período o preço
sobe, isto porque os produtores têm dificuldades de escoar o carvão devido algumas vias de
acesso.

4.3. Factores que influenciam no consumo dum determinado combustível

4.3.1. Consumo da serradura e indicadores sócio-económicos


A tabela 7 mostra que, os indicadores sócio-económicos não tiveram nenhuma influência
estatisticamente significativa no consumo da serradura como fonte de combustível pois os
valores de Significância F são maiores que 0.05. Assim sendo, as principais causas do fraco
consumo da serradura possivelmente seja por questão de hábitos e costumes da região, falta de
sensibilização e conhecimento da devida eficiência deste combustível. Os resultados são
suportados por Brouwer e Falcão (2001), ao afirmarem, com base nas análises estatísticas, que
não havia relação significativa entre indicadores sócio-económicos e o tipo do combustível
usado.

Tomé Francisco Luís - FEAF 25


Tabela 7: O consumo da serradura e variáveis sócio-económicos

Coeficiêntes a

Coeficiêntes
Coeficiêntes não Padronizados Padronizados

Modelo B Erro Padrão Beta t Sig. F

1 (Constantes) 2,099 0.321 6,543 0,000

Género -0,024 0,102 -0,025 -0.230 0,819


Idade -0,070 0,059 -0,133 -1,178 0,242
Tipo de casa -0,053 0,064 -0,090 -0,827 0,410
Nível de escolaridade -0,003 0,040 -0,010 -0,084 0,933
Tamanho do agregado -0,037 0,078 -0,051 -0,479 0,633
Renda familiar 0,040 0,068 0,067 0,585 0,560
Refeição mais frequente -0,011 0,048 -0,024 -0,228 0,820

a. Variável dependente: Uso serradura como fonte alternativa de combustível lenhoso

Para mais detalhes ver o Apêndice III

4.3.2. O consumo de outras fontes de combustíveis e indicadores Sócio-económicos


Com base nos dados da tabela 8, pode-se afirmar que estatisticamente nem todas variáveis
concorrem para o consumo dos diferentes combustíveis na cidade de Mocuba. Foi provada a
renda familiar para o consumo de doméstico de carvão, lenha, electricidade e gás. O resto das
variáveis não foi provado estatisticamente.

Resultados contraditórios foram observados por Brouwer e Falcão (2001), ao investigarem


sobre a influência de alguns destes factores no consumo de combustíveis na cidade de Maputo:
a influência do sexo do chefe do agregado familiar, o tamanho do agregado familiar, a sua área
de residência, o tipo de residência, e o seu rendimento. A influência do sexo do chefe do
agregado familiar não foi comprovada, enquanto a área e o tipo de residência, o rendimento e
o tamanho do agregado familiar tiveram um efeito estatisticamente significativo.

E também por Leach e Gowan (2012) num estudo feito em Washington, ao afirmarem que a
renda familiar, tamanho do agregado familiar, clima, cultura tipos de refeição, custo e
eficiência de fogão foram comprovados estatisticamente no consumo das fontes de energia para

Tomé Francisco Luís - FEAF 26


confecção de alimentos. Como observado por Mata e Souza (2000), o uso de lenha tende a
diminuir à medida que as pessoas têm a possibilidade de adquirir tipos alternativos de fogão.

Tabela 8: Consumo de outras fontes de combustíveis e indicadores sócio-económicos

Coeficiêntes a
Coeficiêntes não Coeficiêntes
Padronizados Padronizado
Modelo B Erro Padrão Beta t Sig.
1 (Constante) 3,882 0,785 4,947 0,000
Género -0,070 0,250 -0,026 -0,282 0,779
Idade -0,178 0,145 -0,120 -1,228 0,223
Tipo de casa 0,297 0,158 0,178 1,884 0,063
Nível de escolaridade 0,121 0,099 0,122 1,225 0,224
Tamanho do agregado -0.026 0,191 -0,012 -0,136 0,892
Renda familiar -0,877 0,166 -0,523 -5,273 0,000
Refeição mais frequente 0,226 0,119 0,175 1,905 0,060
a. Variável dependente: Outros combustíveis lenhosos que usam

Renda familiar: O valor de Significância 0,000 < 0,05; Logo, há evidências suficientes que mostra que
existe relação inversa entre a renda familiar e o consumo de outros combustíveis.

Para mais detalhes ver o Apêndice IV

Tomé Francisco Luís - FEAF 27


4.3.3. Correlação entre o consumo da serradura e outros combustíveis com indicadores
sócio-económicos

Os resultados de correlação entre o uso da serradura como fonte alternativa de combustível


lenhoso e o consumo de outras fontes de combustíveis, com as variáveis sócio-económico
encontram se nas tabelas 9 e 10. Não houve relação forte entre o consumo da serradura como
fonte alternativa de combustível lenhoso e as variáveis sócio-económicos e nem o consumo
doméstico de outras fontes de combustíveis com as mesmas variáveis, ou seja a correlação foi
fraca.

Os resultados obtidos neste estudo vão de acordo com os estudos efectuados nos principais
centros urbanos por (Atanassov et al., 2012) onde afirma que várias razões podem ser sugeridas
para que o carvão vegetal seja o combustível mais dominante em todas as áreas urbanas em
Moçambique. Os resultados do referido estudo mostraram que Maputo, Beira e Nampula o
carvão vegetal também é o combustível mais consumido com um percentual de (87%, 85% e
92%) e as principais razões para que este combustível continua a ser dominante nestas cidades
e a maioria dos centros urbanos são de factores culturais, por ser barato, disponibilidade em
comparação com outras fontes de cozinha e falta de questões de sensibilização. O factor
cultural foi o mais indicado nestas cidades porque muitos acreditam que a comida preparada
com carvão vegetal ou lenha tem um gosto ou sabor melhor do que a preparada com
combustíveis modernos.

Tomé Francisco Luís - FEAF 28


Tabela 9: Correlação entre o uso da serradura como fonte alternativa de combustível lenhoso e as variáveis sócio-económicos

Género Idade Tipo de Nível de Tamanho do Renda Refeição mais Uso da serradura como
casa escolaridade agregado familiar frequente combustível lenhoso

Género 1 0.001083

Idade -0.20594 1 -0.13401

Tipo de casa -0.06267 0.051795 1 -0.08598

Nível de escolaridade -0.08311 -0.23618 0.157604 1 0.034174

Tamanho do agregado 0.035159 0.11195 0.183847 0.009964 1 -0.07329


Renda familiar -0.07339 0.093015 0.299413 0.31781 0.139559 1 0.018789
Refeição mais frequente 0.061911 0.189738 -0.02285 -0.16348 -0.01904 0.015337 1 -0.04517
Uso da serradura como
combustível lenhoso 0.001083 0.13401 0.08598 0.034174 0.07329 0.018789 -0.04517 1

*O valor 0 (zero) significa que não há relação linear, o valor 1 indica uma relação linear perfeita e o valor -1 também indica uma relação linear perfeita mas inversa,
ou seja quando uma das variáveis aumenta a outra diminui. Quanto mais próximo estiver de 1 ou -1, mais forte é a associação linear entre as duas variáveis*

Tomé Francisco Luís - FEAF 29


Tabela 10: Correlação entre consumo doméstico de combustíveis e as variáveis sócio-económicos

Género Idade Tipo de Nível de Tamanho do Renda Refeição mais Combustíveis lenhosos
casa escolaridade agregado familiar frequente que usam

Género 1 0.026107
Idade -0.20594 1 -0.15086
Tipo de casa -0.06267 0.051795 1 0.030232
Nível de escolaridade -0.08311 -0.23618 0.157604 1 -0.01436
Tamanho do agregado 0.035159 0.11195 0.183847 0.009964 1 -0.06906
Renda familiar -0.07339 0.093015 0.299413 0.31781 0.139559 1 -0.43895
Refeição mais frequente 0.061911 0.189738 -0.02285 -0.16348 -0.01904 0.015337 1 0.118906
Combustíveis que usam 0.026107 -0.15086 0.030232 -0.01436 -0.06906 -0.43895 0.118906 1

*O valor 0 (zero) significa que não há relação linear, o valor 1 indica uma relação linear perfeita e o valor 1 também indica uma relação linear perfeita mas inversa,
ou seja quando uma das variáveis aumenta a outra diminui. Quanto mais próximo estiver de 1 ou 1, mais forte é a associação linear entre as duas variáveis*

Tomé Francisco Luís - FEAF 30


4.4. Principais formas de usos da serradura a nível da cidade de Mocuba

4.4.1. Perfil das Indústrias madeireiras da cidade de Mocuba


Das indústrias madeireiras inqueridas na área de abrangência da pesquisa são consideradas
pequenas por estarem a serrar menos do que 50 m3 de toros por dia, de acordo com a
classificação proposta por (Egas, 2000). O equipamento comummente utilizado no corte
principal é constituído por uma serra fita simples acoplada ao carro porta-toro e apresentam no
seu Layout a máquina principal para o corte primário da madeira, resserradoras secundárias e
plainas. As espécies mais processadas são Pterocarpus angolensis e Afzelia quanzensis. No
processo produtivo das serrações, os toros ao serem submetidos ao corte inevitavelmente geram
resíduos, principalmente a serradura, costaneiras e uma pequena percentagem de cascas uma
vez que os toros são serrados com casca.

4.4.2. Destino da serradura gerada pelas indústrias madeireiras


As indústrias madeireiras abrangidas no estudo não têm nenhum programa de aproveitamento
de resíduos gerados no processo de produção, o que faz com que os mesmos sejam amontoado
no pátio de toros e depois transportados para locais distantes para queimar e outras queimam
no mesmo local com objectivo de reduzir o volume do resíduo. Para as serrações, a serradura
é vista como um subproduto a ser descartado e as comunidades locais, é que se beneficiam para
o consumo. Resultados similares foram encontrados por Raposo et al., (2015), ao afirmar que
as serrações do município de Chimoio, província de Manica (n= 10) não dispõem de nenhum
aproveitamento da serradura.

Resultados contraditórios foram encontrados por Bila (2004), ao afirmar que as serrações da
cidade de Maputo são de tamanho médio ou pequenas, característica das empresas florestais
no país, a serradura obtida nas serrações é comercializada ou oferecida. Constatou-se que, 10
Indústrias madeireiras (58.8 %) realizam transações comerciais de serradura mediante venda
ou troca, onde a maioria (90 %) das empresas adopta a primeira modalidade. A troca é feita
com as cerâmicas que fornecem blocos. As empresas que não praticam nenhuma forma de
comercialização oferecem toda a serradura produzida. A forma de aproveitamento da serradura
pelas Industrias madeireiras encontra se representado na figura (6).

Tomé Francisco Luís - FEAF 31


Destino da serradura gerada pelas indústrias madeireiras

Oferecem
43%

Desperdício
57%

Oferecem Desperdício

Figura 6: Destino da serradura gerada pelas indústrias Madeireira

A figura (6) mostra que, 57% das Indústrias madeireiras da área de abrangência consideram a
serradura como desperdício, pelo facto da maioria delas se encontrarem fora da cidade onde
há fraca concentração populacional, razão pela qual que faz com que haja menor procura e 43%
oferecem as comunidades interessadas. Formas de aproveitamento da serradura pelas
Comunidades

4.4.2.1. O uso da serradura como fonte de combustível doméstico


Dos 100 agregados familiares entrevistados apenas 23% usam serradura como fonte alternativa
de combustível lenhoso com base nos fogões tradicionais. De acordo com os entrevistados, o
fogão pode ser feito por uma lata qualquer sem outra utilidade e não exige nenhuma técnica.
Ainda de acordo com os entrevistados, a serradura usada não se compra, geralmente são as
mulheres e ou crianças que procedem a recolha junto as lixeiras das serrações ou carpintarias.
Não foi medido a quantidade de serradura que os usuários têm colectados e nem o consumo
per capta da serradura por família, porque segundo eles não tem nenhuma regra nem escala de
utilização uma vez que os mesmos fazem o uso directo, ou seja, colhem uma pequena
quantidade só para abastecer o fogão na devida altura.

Os entrevistados indicaram como desvantagem do uso da serradura como combustível o facto


de o seu uso danificar rapidamente os utensílios usados. Sendo a serradura um combustível
barato e com alto poder calorífico, a avaliação de melhores formas de usá-la para este fim
beneficiaria as populações que a usam e incentivaria as que não a usam.

Tomé Francisco Luís - FEAF 32


4.4.2.2. O uso da serradura nos aviários
O uso da serradura nos aviários (7 %) é justificado para isolar os pintos do chão e manter o
aquecimento, sendo a serradura grossa a apropriada para este fim. Existem poucos materiais
substitutos conhecidos, tendo sido apontado o capim seco como alternativa a falta de serradura
no caso do seu emprego em aviários.

4.4.2.3. O uso da serradura como substrato


Com base nas entrevistas, identificou-se que a serradura também é usada como substrato no
cultivo de hortas caseiras, aplicação indicada por 12% dos entrevistados. Estudos feitos para
avaliar o potencial da serradura como substrato, confirmaram a aptidão da serradura no
desenvolvimento de plantas, Albuquerque (1998). A mistura de serradura e fezes de galinha
obtida quando se limpam os aviários também é aproveitada para o mesmo fim, maximizando
assim o valor da serradura respostas fornecidas por doze (12) entrevistados. Não foram
indicados produtos substitutos como substrato.

A figura (7), mostra formas de aproveitamento da serradura pelas comunidades na área de


abrangência. Onde mostra que 58% não usam, 23% usam como combustível, 12% como
substrato e 7% como cama do aviário.

FORMAS DE APROVEITAMENTO DA SERRADURA

No aviário
7%

Como substrato
12%

Não usam
Como 58%
combustível
23%

Figura 7: Formas de uso da serradura na cidade de Mocuba

Resultados similares foram encontrados por Raposo et al. (2015) na cidade de Chimoio onde
afirma que, a comunidade usa a serradura para fins energéticos, estrumar as machambas para
o cultivo de hortaliças e alguns empreendedores usam para cama de animais na criação de aves

Tomé Francisco Luís - FEAF 33


especialmente frangos com intuito de evitar o contacto direto com chão ou soalho devido a
humidade.

Resultados contraditórios foram observados por, Bila (2004), na cidade de Maputo ao afirmar
que, 82% dos consumidores usam a serradura principalmente para combustível, sendo para este
fim é usada a serradura fina, 15% no aviário e 3% como substrato.

Tomé Francisco Luís - FEAF 34


V. CONCLUSÃO
A maioria das famílias residentes na área de abrangência continua sendo dependente de
lenha e carvão, sendo carvão usado de forma pura e combinada por 96% das (n=100)
famílias;
De acordo coeficientes de correlação de Person os factores sócio-económicos não
influenciam no consumo dum determinado combustível na cidade de Mocuba;
As principais formas de uso da serradura identificadas na cidade de Mocuba foram:
como combustível, como substrato e no aviário.

Tomé Francisco Luís - FEAF 35


VI. RECOMENDAÇÃO
Com base nos resultados obtidos recomenda-se:
 Aos pesquisadores
Desenvolver estudos similares como forma de criar melhores proveitos dos
subprodutos florestais;
 Às entidades competentes
Para se criar um programa de extensão como forma de difundir a tecnologia de uso da
serradura assim como outras biomassas no fabrico de briquetes, isto poderá minimizar
substancialmente o consumo de lenha e carvão, reduzindo deste modo a pressão das
florestas.

Tomé Francisco Luís - FEAF 36


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Florestal. Departamento de engenharia Florestal. Maputo, 66 Pp.

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VIEIRA, R. S. (2006). Pequenos objetos de madeira de eucalipto: Possibilidade de


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VITAL, B. R. (2008). Planeamento e operação de serrações. Viçosa, MG: UFV. 211


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Tese de Licenciatura, FAEF/departamento. Engenharia Florestal, UEM, Maputo,
Moçambique

Tomé Francisco Luís - FEAF 43


VIII. APÊNDICE

Tomé Francisco Luís - FEAF 44


Apêndice I: Inquérito às indústrias madeireiras da cidade de Mocuba

A. Identificação do entrevistado
a) Nome _________________________________________________________
b) Actividade que desempenha no local________________________________
B. Dados gerais sobre a empresa
1 ) Tipo de empresa
a) Serração ( )
b) Serração com carpintaria ( )
c) Carpintaria ( )
d) Serração com parque de toros ( )

2) Nome e localização______________________________________________________
3) Classificação
a) Pequena ( )
b) Média ( )
c) Grande ( )
4) Principais tipos de Sub-produtos _____________________________________________
6) Qual é a fonte de matéria-prima e as espécies mais processadas? _____________
C. Sobre a produção e uso de serradura
1) Que tipo de serradura existe?
a) Fina ( )
b) Grossa ( )
c) Outro tipo___________________________

2) Como é que a serração aproveita a serradura proveniente do processo de serragem?


Volume (m3) ou no de sacos
Aproveitamento Dia Semana Mês Ano
Vende
Oferece
Combustível
Queima
Desperdícios

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3. Como é embalada a serradura para venda? (se aplicável)
Tipo de serradura Sacos Kg Carrada
Fina
Grossa
Outro Tipo

4. Quem mais procura a serradura?


Designação Volume (m3), em Sacos ou em carradas
Dia Semana Mês Ano
Crianças
Mulheres
Homens
Empresas
Caso sejam empresas especificar

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Apêndice II: Inquérito aos agregados familiares

A. Dados gerais:
l. Número da entrevista__________
2.Data da entrevista___/___/___
3. Bairro__________________________________________________________________
B. Dados sobre o inquirido
4. Nome do chefe do agregado familiar_______________________________________ E os
dois chefes agregados estão presentes? Sim ( ) Não ( )
5.Sexo____________________ Idade _____ anos
6. Qual é o nível de escolaridade?_____________________
7. Qual é o tamanho do agregado familiar?________________
8. Qual é a renda familiar? Baixa ( ); Media ( ); Alta ( )
9. Qual é a refeição que confecciona com maior frequência?_________________________
C. Dados sobre o uso de combustível.

11.Usa Serradura como combustível lenhoso? S/N____________

12. Se sim: Compra ( ); Colhe ( ); Compra e Colhe ( ); Outro ( )

13. Quando comprou ou colheu pela última vez? _____________________

14. Qual foi a quantidade? (estimar os sacos, pesar ou medir)._______ Estimar sacos/ kg

15.Quantos dias dura essa quantidade?________________________

16. Quanto pagou pela serradura adquirida?______________________

17. Que quantidade precisa para preparar uma refeição? ____________ ( Pesar ou Medir)

18. Qual é a distância que percorre?

i). ≤ 100 metros ( ); ii). 100-200metros ( ); iii). 200-300 metros ( )

iv). ≤ 500 metros ( )

19. Qual é o transporte que usa?________________________________

Tomé Francisco Luís - FEAF 47


20. Quais são outros combustíveis que utilizam?

Combustível Finalidade Distância Transporte Quantidade

21. Faz combinação no uso dos combustíveis? S/N__________________

a) Em que ocasiões? _____________________


b) Porquê? ______________________
c) Que combustíveis recorrem quando tem festa/cerimónias? ________________________
Carvão ( ); Lenha ( ); Serradura ( )
d) Porquê? __________________________________________
e) Quantas vezes ocorrem essas situações?______________________________________

22. Qual é a melhor fonte de combustível?____________________________

a) Porquê? _______________________________
23. Observações do inquirido acerca dos combustíveis que estão disponíveis na cidade e
aqueles que utiliza. ____________________________________________________

Tomé Francisco Luís - FEAF 48


Apêndice III: Regressão do consumo da serradura como fonte alternativa de combustível

Model Summary

Std. Error of the


Model R R Square Adjusted R Square Estimate

1 0.177a 0.031 -0.042 0.432

a. Género, Idade, Tamanho do agregado familiar, Renda familiar, Tipo de


casa, Nível de escolaridade, Refeicao mais frequente.

ANOVAb

Model Sum of Squares df Mean Square F Sig.

1 Regression .553 7 .079 .424 .885a

Residual 17.157 92 .186

Total 17.710 99

a. Predictors: (Constant), Género, Idade, Tamanho do agregado familiar, Renda familiar, Tipo de casa, Ní-
vel de escolaridade, Refeicao mais frequente.

b. Dependent Variable: Uso da serradura como combustível lenhoso

Coeficiêntesa

Coeficiêntes não Coeficiêntes


Padronizados Padronizados
Model B Std. Error Beta t Sig.
1 (Constante) 2.099 0.321 6.543 0.000
Género -0.024 0.102 -0.025 -0.230 0.819
Idade -0.070 0.059 -0.133 -1.178 0.242
Tipo de casa -0.053 0.064 -0.090 -0.827 0.410
Nível de escolaridade -0.003 0.040 -0.010 -0.084 0.933
Tamanho do agregado
-0.037 0.078 -0.051 -0.479 0.633
familiar
Renda familiar 0.040 0.068 0.067 0.585 0.560
Refeicao mais frequente -0.011 0.048 -0.024 -0.228 0.820
a. Variável Dependente: Uso da serradura como combustível lenhoso

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Apêndice IV: Regressão do consumo de outras fontes de combustível

Model Summary

Adjusted R Std. Error of the


Model R R Square Square Estimate

1 0.522a 0.272 0.217 1.056

a. Predictors: (Constant), Género, Idade, Tamanho do agregado


familiar, Nível de escolaridade, Renda familiar, Refeição mais
frequente, Tipo de casa.

ANOVAb

Model Sum of Squares df Mean Square F Sig.

1 Regression 38.393 7 5.485 4.916 0.000a


Residual 102.647 92 1.116
Total 141.040 99

a. Predictors: (Constant), Género, Idade, Tamanho do agregado familiar, Nível de escolaridade,


Renda familiar, Refeição mais frequente, Tipo de casa.

b. Dependent Variable: Outros combustíveis lenhosos que usa

Coeficiêntesa

Coeficientes pa-
Coeficientes não padronizados dronizados

Modelo B Erro Padrão Beta t Sig.


1 (Constant) 3.882 0.785 4.947 0.000
Género -0.070 0.250 -0.026 -0.282 0.779
Idade -0.178 0.145 -0.120 -1.228 0.223
Tipo de casa 0.297 0.158 0.178 1.884 0.063
Nível de escolaridade 0.121 0.099 0.122 1.225 0.224
Tamanho do agregado familiar -0.026 0.191 -0.012 -0.136 0.892
Renda familiar -0.877 0.166 -0.523 -5.273 0.000
Refeicao mais frequente 0.226 0.119 0.175 1.905 0.060

a. Dependent Variable: Outros combustíveis lenhosos que usa

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