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Mocuba
2016
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL
Mocuba
2016
"Os mestres ensinam os discípulos, estes se tornam
mestres; os conhecimentos se aplicam e se perpetuam; a
ciência se consolida; a humanidade se beneficia e
agradece a DEUS por existirem os mestres."
Sylvio Pellico Netto
DECLARAÇÃO
Eu, Tomé Francisco Luís declaro que esta monografia é resultado do meu próprio trabalho e
está a ser submetida para a obtenção do grau de licenciatura na Universidade Zambeze. Ela não
foi submetida antes para a obtenção de nenhum grau ou para avaliação em nenhuma
universidade.
_________________________________________
Dedico aos meus pais Francisco Luís Machola e Ana Fernando Camanguira pelos
ensinamentos, amor, carinho e confiança que tem depositado em mim todos momentos da
minha vida.
Primeiramente a Deus pela vida e pela protecção, força e fé para superar os contratempos
encontrados durante essa caminhada.
Em seguida, aos meus pais (Francisco Luís Machola e Ana Fernando Camanguira), pelo maior
presente de todos que é a vida;
À tia Gledisse Luís Domingos que duma forma incansável sempre apoiou me durante esta
longa caminhada;
Aos meus colegas, Judite Suzana Victorino, Emília dos Anjos Aide Domingos, Marchante
Assura, Ussene Sebastião Fernando, Sérgio Correa pela amizade, conselhos e companheirismo.
Aos meus amigos Abel Manuel Luís, Victória Manuel Siguante, Telma Arnaldo Domingos,
Venâncio António Luís, Emicísson Emiliano António, Luís Ernesto Jó, que sempre
incentivaram, encorajaram e apoiaram para a realização deste trabalho, vai um especial
agradecimento pelo companheirismo e aconselhamentos durante o curso.
E por fim, os meus agradecimentos vão para todos docentes, colegas e funcionários da
Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal que directa ou indirectamente apoiaram no
processo da minha formação
Keywords: Timber Industries, sawdust, domestic fuels, wood fuel alternative sources.
Lista de Símbolos
% Percentagens
o
C Graus Celsius
Km Quilómetro
Dados do sector florestal madeireiro mostram que, infelizmente, a madeira não é devidamente
aproveitada, já que muitas vezes o rendimento máximo na serragem de madeira, encontra-se
inferior a 50%, gerando resíduos que causam sérios impactos ambientais quando descartados
de maneira inadequada (Vieira, 2006). Visando reduzir a Deposição desse material no
ambiente, sem qualquer cuidado com a possível contaminação de águas superficiais ou do
lençol freático, organizações ambientais vem executando acções junto às serrações, no sentido
de serem buscadas formas de utilizar o material com menor risco de contaminação do Ambiente
(Copel, 1996).
A identificação dos potenciais usos da serradura, pode possibilitar às serrações uma forma de
melhor aproveitar este recurso como fonte de rendimento através da promoção e venda do
mesmo. Em relação aos consumidores este estudo irá discutir a pertinência do uso de serradura
como combustível, o que poderá contribuir para a redução da pressão sobre os combustíveis
lenhosos tradicionais. A redução do uso de lenha e carvão como combustível teria um impacto
positivo na redução do número de árvores abatidas das espécies tradicionalmente usadas como
combustível lenhoso.
1.2.1. Geral
Analisar o uso da serradura como fonte alternativa de combustível lenhoso na cidade de
Mocuba.
1.2.2. Específicos
Determinar os níveis de consumo de combustíveis na cidade de Mocuba;
Identificar os factores que influenciam no uso de um determinado combustível;
Identificar as principais aplicações da serradura a nível da cidade de Mocuba.
O país possui florestas de grande riqueza, que fornecem directamente alimentos, material de
construção e de artesanato. Outros benefícios são dados em forma de frutos para as indústrias
agrárias, madeira para as serrações e indústrias de mobiliário, para consumo interno e
exportação (Micoa, 1998). Segundo Chitará (2003), as florestas em Moçambique são a fonte
principal da energia de biomassa para uso doméstico e constitui uma fonte de matéria-prima
para a indústria florestal. A indústria florestal, quando bem manejada, joga um papel importante
no maneio sustentável das florestas, na utilização dos resíduos para fins energéticos e no
desenvolvimento do país (Chitará e Brito, 1996).
O relatório anual dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia da Zambézia referente
ao ano de 2015, indica que o distrito de Mocuba possui 15 Indústrias madeireiras (tabela 3)
localizadas tanto na cidade de Mocuba bem como nas zonas suburbanas. As actividades de
serrações têm áreas de exploração em regime de concessão florestal ao longo do distrito de
Mocuba e alguns distritos vizinhos como Lugela, Ile, Maganja da Costa e Milange. Afzelia
quanzensis, Swartzia madagascariensis, Pterocarpus angolensis, Millettia stuhlmannii,
Combretum imberbe, Pterocarpus angolensis e Burkea africana são as espécies mais
processadas ao nível da província, destinadas na sua essência à produção de madeira serrada,
Ainda de acordo com mesmo autor, em meados da década de 70, estimou-se que um enorme e
um número crescente de pessoas nos Países em vias de desenvolvimento dependiam da lenha
como seu principal combustível doméstico levando a previsões de potencialmente devastador
esgotamento dos recursos florestais.
Existe uma diferença em relação ao consumo dos combustíveis lenhosos entre as zonas urbanas
e rurais. Embora o consumo rural da energia lenhosa represente 76% do consumo nacional (9,1
milhões de t/ano) raramente afecta a estrutura funcional e a composição das florestas nativas,
pois, as populações que vivem no meio rural limitam-se a colher os ramos ou pedaços de
árvores mortas. Mas, o mesmo já não se pode afirmar em relação ao consumo urbano que
apesar de representar 24% do consumo total, é apontado como a principal causa do
desmatamento em redor das grandes cidades e outros centros de maior concentração
populacional do País. Isto se deve ao facto da maior parte da energia lenhosa (cerca de 69%)
consumida nas zonas urbanas estar em forma de carvão vegetal (Pereira et al., 2001 e Mangue,
2000).
Ainda de acordo com mesmo autor, a serra de fita apresenta como características grande
velocidade de corte, pouca produção de serradura devido à pequena espessura das lâminas, e
versatilidade, podendo serrar toros de grande e pequeno diâmetro e madeiras com elevada e
baixa densidade. Além dessas vantagens, apresenta a possibilidade de boa produção com pouco
consumo de energia, com potência variando de 20 a 300 W, Entre as serras de fita, podem-se
citar: serra de fita simples, serra de fita horizontal, serra de fita dupla ou geminada. As serras
de fita, quando utilizadas para a serra principal, geralmente utilizam um carro porta-tora móvel,
que leva o toro de encontro a serra a uma velocidade de até 60 m/min, com controlo automático
ou manual.
Ainda de acordo com o mesmo autor diz que, a serra circular secundária está presente
praticamente em todas as serrações, independentemente do seu porte. As características dessa
serra são semelhantes às da serra fita para o processo de serragem dos toros, porém com discos
menores. O avanço das peças podem ser automatizadas ou manual. Entre as serras circulares,
destacam-se: serra circular simples, serra circular dupla ou geminada, serra circular múltipla e
serra circular de dois eixos.
Segundo (Vital at al., 2008), para a avaliação do desempenho de uma serração, alguns
parâmetros são criados, com destaque para o rendimento e a eficiência. A maioria das serrações
apresenta rendimento e eficiência baixos, com equipamentos obsoletos e geração de grande
quantidade de resíduos. O rendimento na serração é a relação entre o volume de madeira serrada
num período ou turno e o volume de toros serrados. Diversos factores influenciam no
rendimento: a dimensão final das peças, o número de cortes realizado, maquinário, mão-de-
Lima e Silva (2007), constataram que todo e qualquer tipo de transformação da madeira geram
resíduos em menor ou maior quantidade, dependendo do tipo do beneficiamento. Somente 40
a 60% do volume total do toro são aproveitados. Vieira et al., (2006) afirmou que um volume
de 0,5629 m³ de toros gerou 0,1249 m³ de serradura, representando 22,2% do volume total do
toro.
Ainda de acordo com o mesmo autor, o uso da serradura, além de ser uma forma de reutilização
dos resíduos, ainda apresenta vantagem económica com a geração de renda para a indústria,
pela comercialização deste produto. Outras vantagens apresentadas são: a redução do volume
de resíduos estacionados no pátio da serração, poder calorífico superior à lenha e redução do
custo de transporte, pois a serradura pode ser armazenados de forma a reduzir os espaços vazios
durante seu transporte.
A serradura, assim como o material que o origina pode ser usado como combustível. É comum
transformar em serradura os ramos que são demasiado pequenos para lenha e usá-los para
aquecimento. Outra forma de aproveitar a serradura é o seu uso no fabrico de briquetes, que
são um combustível capaz de substituir a lenha e o carvão com melhores resultados em termos
de calor produzido e menor impacto ao ambiente. Antigamente, certos marceneiros utilizavam
fogões de serradura para aquecer as oficinas. Hoje em dia existem técnicas com maior
rendimento (aquecedores especializados) onde a serradura é recuperada em empresas de
madeira, fornecendo assim a energia necessária para assegurar o aquecimento ou uma parte
deste no Inverno (Bila, 2003).
4.1.3. População
Segundo as projecções do INE, Mocuba é o terceiro distrito mais populoso da Zambézia com
365.707 habitantes, sendo de 177.825 do sexo masculino e 197.882 do sexo feminino no ano
de 2013. No que diz respeito a distribuição populacional entre as zonas rural e urbana, os dados
das projecções de INE indicam que a população de Mocuba é principalmente rural, com
somente 25.5% da população total vivendo na zona urbana do distrito, (PEDDM, 2014).
Dada a localização estratégica do distrito, Mocuba regista uma entrada massiva de pessoas,
vindo de vários distritos circunvizinhos e províncias. Igualmente se regista muita
movimentação da população rural para zona urbana, que corresponde à cidade de Mocuba, sede
do distrito. Como resultado disso a população urbana cresceu nos últimos anos para cerca de
207.543 habitantes contra 158.164 da população rural e o número médio de pessoas por
agregado familiar é de 5 sendo de 4,9 para a cidade de Mocuba e de 4,5 para zonas rurais
(PEDDM, 2014; CMCM, 2015).
𝑁 ∗ 𝑃̂ ∗ 𝑞̂ ∗ 𝑍∝/2
2
𝑛= (1)
𝑃̂ ∗ 𝑞̂ ∗ 𝑍∝/2
2
+ (𝑁 − 1) ∗ 𝐸 2
Onde:
n = tamanho de amostra
N = número total da população
𝑍∝/2 = Valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado
P = Proporção populacional de indivíduos que pertence a categoria que pretende se estudar.
q = Proporção populacional de indivíduos que não pertence à categoria que pretende se estudar
(q = 1 – p).
E = Margem de erro. Identifica a diferença máxima entre a proporção amostral e a verdadeira
proporção populacional (p).
Para a determinação de tamanho de amostra foi considerado uma proporção de 0,5, um erro
igual a 10% e um nível de significância de 1,96, de acordo com Mirasse (2004). E com esta
fórmula já estabelecida, com o número total de famílias que a cidade de Mocuba possui,
calculou-se o tamanho da amostra. Assim sendo para toda a cidade de Mocuba seria necessário
entrevistar 96 famílias das 41.509, que a mesma possui, neste caso em todos os 24 bairros. Mas
para se ter a suficiência amostral o número de amostra foi arredondado para 100 tendo se
entrevistado 20 famílias por cada bairro.
O informante chave poderia ser o gerente da empresa, encarregado ou outra pessoa capaz de
responder às questões colocadas no questionário. Tendo se entrevistados 46.7% indústrias
Madeireiras (tabela 3) do total de 15 que a cidade possui.
Tipo de casa
Os tipos de casas até certo ponto, são indicadores do bem-estar de quem neles vivem, pelo facto
de este poder reflectir, até certo ponto, o rendimento familiar. No presente estudo, foram
distinguidos 3 tipos de casas nomeadamente: casas de capim, de Pau-a-pique e melhoradas.
Nas casas melhoradas, agrupam-se apartamentos; construções de blocos com cobertura de
chapas de zinco, lusalite ou telhas. As casas pau-a-pique, construídas a partir de bambú e
cobertas de chapas de zinco, lonas entre outros materiais. E casa de capim, construídas de
material local e coberto de capim.
Nível de escolaridade
O nível de escolaridade é um dos factores que contribui no consumo dum determinado
combustível, considerando que, para os agregados que sabem ler e escrever tem maior
possibilidade de adquirir informações da actualidade, sobretudo as fontes de energias novas e
renováveis que são consumidas quando comparado com os chefes dos agregados familiares
que não sabem ler e nem escrever. Para o presente estudo, os níveis de escolaridade foram
agrupados em cinco categorias de acordo com Sistema Nacional de Ensino em vigor no país.
Analfabeto = Agregado familiar que não sabe ler e nem escrever;
Primário = Agregado familiar que frequentou 1a a 7a classe;
Basico = Agregado familiar que frequentou 7a a 10a classe;
Médio = Agregado familiar que frequentou 11a a 12a classe;
Superior = Agregado familiar que esta frequentar ou já concluiu o grau de licenciatura
ou mais.
A idade mínima das famílias chefiadas por indivíduos do sexo masculino é de 22 anos e a
máxima de 65 anos e chefiadas por indivíduos do sexo femininos a mínima é de 18 anos e
máxima de 52 anos.
Resultados similares foram observados por De Deus (2014) na cidade de Chimoio, onde
observou que a idade mínima das famílias chefiadas por indivíduos do sexo masculino, de 22
anos e a máxima de 61 anos e chefiadas por indivíduos do sexo femininos a mínima é de 21
anos e máxima de 52. A tabela 4 sumariza as percentagens dos agregados familiares em função
da idade e género.
Idade
(18-35 anos) (36-45 anos) (46-65 anos) Total (%)
Sexo Masculino 10 5 11 26
Femenino 37 25 12 74
Total (%) 47 30 23 100
Renda familiar
Baixa Média Alta Total (%)
Tipo de casa Casa de capim 10 3 0 13
Casa de Pau-a-pique 9 10 1 20
Casa Melhorada 24 29 14 67
Total (%) 43 42 15 100
Arroz/Xima/Verdu
ra/Peixe
Arroz/Xima/Carne 58%
9%
Arroz/Xima/Verdura/Peixe Arroz/Xima/Carne Arroz/Xima/Feijao/
A figura 2 ilustra as formas de consumo das fontes de energia, onde se verifica que 72% dos
inquiridos consomem-na para cozinha na forma de fonte combinada e (28%) na forma de fonte
pura.
Fontes
combinadas
72%
Fontes puras Fontes combinadas
Resultados contraditórios foram observados por Tuzine (2004), no segundo maior centro
urbano (cidade da Beira) onde constatou-se que 78% dos inquiridos consomem-na para
cozinha na forma de fonte pura e uma menor percentagem (22%) na forma de fonte combinada.
A figura 4 mostra claramente que, dentro das fontes puras, o carvão é a fonte mais utilizada,
onde 89% das famílias usam o carvão; enquanto 11% usam lenha. Resultados similares foram
observados por Tuzine (2004), ao afirmar que, a lenha é a menos relevante dentro das fontes
lenhosas, com apenas 6.28% dos agregados familiares a admitirem que a usam. As fontes não
A figura 5 mostra que o carvão vegetal é o combustível a base de madeira mais consumido
pelas famílias na cidade de Mocuba. Quando consumido de forma isolada ocupa uma
percentagem de 25%. As principais combinações encontradas são: 1% serradura-lenha, 7%
carvão-serradura, 12% lenha-carvão-serradura, 3% carvão-serradura-electricidade, 43%
carvão-lenha, 3% carvão-electricidade, 3% carvão-gás, sendo a combinação carvão lenha são
mais frequentes uma vez que as outras fontes são usadas apenas como fontes alternativas de
combustíveis.
Figura 5: Diferentes combinações entre o uso da serradura como combustível lenhoso com outras
fontes de combustíveis..
Resultados contraditórios foram observados por Mirasse (2004), num estudo feito em
Marracuene onde faz menção que, os entrevistados afirmaram que fazem diferentes
combinações duma forma irregular, dependendo das circunstâncias em que se podem deparar,
como é o caso de festas/cerimónias, crise financeira, visitas e entre outros, onde 92,2% carvão-
lenha, 4,3% carvão-lenha-petróleo, 1.7% carvão-lenha-petróleo-gás, 0,9% carvão-lenha-
electricidade e 0,9 carvão-petróleo-electricidade.
Também por Tuzine (2004), ao afirmar que o total de 59 agregados inquiridos na cidade da
Beira, 34, correspondentes a 57.63%, usa basicamente combinações de fontes lenhosas,
destacando-se as combinações em que entra o carvão, com maiores índices de uso. A
combinação electricidade-carvão apresenta maiores valores que a combinação carvão-gás, uma
vez que a electricidade constitui, por excelência, uma fonte de iluminação, sendo, por isso, de
uma maior disseminação.
E de igual modo por Egas (2006), num estudo realizado na cidade da Beira onde observou-se
que as combinações de carvão-lenha e carvão-electricidade eram as mais frequentes. Neste
caso, com relação a combinação de carvão-lenha, tanto na cidade de Beira como na cidade de
Mocuba apresentaram frequências elevadas de consumo pela população, facto que revela mais
uma vez que a lenha e carvão vegetal são as fontes mais apostadas para o uso doméstico.
Assim sendo as principais causas da preferência consumo do carvão vegetal em relação a outras
fontes nas famílias entrevistadas foram falta de dinheiro para obter outras fontes de
combustível, o carvão vegetal é mais barato na área de estudo, falta de conhecimento da devida
eficiência de outras fontes alternativas os combustíveis provenientes da madeira como a
serradura, e hábitos por nunca terem usado essas fontes.
Coeficiêntes a
Coeficiêntes
Coeficiêntes não Padronizados Padronizados
E também por Leach e Gowan (2012) num estudo feito em Washington, ao afirmarem que a
renda familiar, tamanho do agregado familiar, clima, cultura tipos de refeição, custo e
eficiência de fogão foram comprovados estatisticamente no consumo das fontes de energia para
Coeficiêntes a
Coeficiêntes não Coeficiêntes
Padronizados Padronizado
Modelo B Erro Padrão Beta t Sig.
1 (Constante) 3,882 0,785 4,947 0,000
Género -0,070 0,250 -0,026 -0,282 0,779
Idade -0,178 0,145 -0,120 -1,228 0,223
Tipo de casa 0,297 0,158 0,178 1,884 0,063
Nível de escolaridade 0,121 0,099 0,122 1,225 0,224
Tamanho do agregado -0.026 0,191 -0,012 -0,136 0,892
Renda familiar -0,877 0,166 -0,523 -5,273 0,000
Refeição mais frequente 0,226 0,119 0,175 1,905 0,060
a. Variável dependente: Outros combustíveis lenhosos que usam
Renda familiar: O valor de Significância 0,000 < 0,05; Logo, há evidências suficientes que mostra que
existe relação inversa entre a renda familiar e o consumo de outros combustíveis.
Os resultados obtidos neste estudo vão de acordo com os estudos efectuados nos principais
centros urbanos por (Atanassov et al., 2012) onde afirma que várias razões podem ser sugeridas
para que o carvão vegetal seja o combustível mais dominante em todas as áreas urbanas em
Moçambique. Os resultados do referido estudo mostraram que Maputo, Beira e Nampula o
carvão vegetal também é o combustível mais consumido com um percentual de (87%, 85% e
92%) e as principais razões para que este combustível continua a ser dominante nestas cidades
e a maioria dos centros urbanos são de factores culturais, por ser barato, disponibilidade em
comparação com outras fontes de cozinha e falta de questões de sensibilização. O factor
cultural foi o mais indicado nestas cidades porque muitos acreditam que a comida preparada
com carvão vegetal ou lenha tem um gosto ou sabor melhor do que a preparada com
combustíveis modernos.
Género Idade Tipo de Nível de Tamanho do Renda Refeição mais Uso da serradura como
casa escolaridade agregado familiar frequente combustível lenhoso
Género 1 0.001083
*O valor 0 (zero) significa que não há relação linear, o valor 1 indica uma relação linear perfeita e o valor -1 também indica uma relação linear perfeita mas inversa,
ou seja quando uma das variáveis aumenta a outra diminui. Quanto mais próximo estiver de 1 ou -1, mais forte é a associação linear entre as duas variáveis*
Género Idade Tipo de Nível de Tamanho do Renda Refeição mais Combustíveis lenhosos
casa escolaridade agregado familiar frequente que usam
Género 1 0.026107
Idade -0.20594 1 -0.15086
Tipo de casa -0.06267 0.051795 1 0.030232
Nível de escolaridade -0.08311 -0.23618 0.157604 1 -0.01436
Tamanho do agregado 0.035159 0.11195 0.183847 0.009964 1 -0.06906
Renda familiar -0.07339 0.093015 0.299413 0.31781 0.139559 1 -0.43895
Refeição mais frequente 0.061911 0.189738 -0.02285 -0.16348 -0.01904 0.015337 1 0.118906
Combustíveis que usam 0.026107 -0.15086 0.030232 -0.01436 -0.06906 -0.43895 0.118906 1
*O valor 0 (zero) significa que não há relação linear, o valor 1 indica uma relação linear perfeita e o valor 1 também indica uma relação linear perfeita mas inversa,
ou seja quando uma das variáveis aumenta a outra diminui. Quanto mais próximo estiver de 1 ou 1, mais forte é a associação linear entre as duas variáveis*
Resultados contraditórios foram encontrados por Bila (2004), ao afirmar que as serrações da
cidade de Maputo são de tamanho médio ou pequenas, característica das empresas florestais
no país, a serradura obtida nas serrações é comercializada ou oferecida. Constatou-se que, 10
Indústrias madeireiras (58.8 %) realizam transações comerciais de serradura mediante venda
ou troca, onde a maioria (90 %) das empresas adopta a primeira modalidade. A troca é feita
com as cerâmicas que fornecem blocos. As empresas que não praticam nenhuma forma de
comercialização oferecem toda a serradura produzida. A forma de aproveitamento da serradura
pelas Industrias madeireiras encontra se representado na figura (6).
Oferecem
43%
Desperdício
57%
Oferecem Desperdício
A figura (6) mostra que, 57% das Indústrias madeireiras da área de abrangência consideram a
serradura como desperdício, pelo facto da maioria delas se encontrarem fora da cidade onde
há fraca concentração populacional, razão pela qual que faz com que haja menor procura e 43%
oferecem as comunidades interessadas. Formas de aproveitamento da serradura pelas
Comunidades
No aviário
7%
Como substrato
12%
Não usam
Como 58%
combustível
23%
Resultados similares foram encontrados por Raposo et al. (2015) na cidade de Chimoio onde
afirma que, a comunidade usa a serradura para fins energéticos, estrumar as machambas para
o cultivo de hortaliças e alguns empreendedores usam para cama de animais na criação de aves
Resultados contraditórios foram observados por, Bila (2004), na cidade de Maputo ao afirmar
que, 82% dos consumidores usam a serradura principalmente para combustível, sendo para este
fim é usada a serradura fina, 15% no aviário e 3% como substrato.
FAO (1983). Simple Technologies for Charcoal Making. Forestry Paper 41, FAO,
Rome.
GIL, A. (1996). Como elaborar projectos de pesquisa. 3a edição. Atlas Editora. São
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GUSTAVSSON, L. (2007). Using biomass for climate change mitigation and oil use
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INE (2004). Inquérito aos agregados familiares sobre o orçamento familiar. Relatório
final. 80Pp.
INE (2007). Inquérito aos agregados familiares sobre o orçamento familiar. Relatório
final. 850Pp.
INE (2008). Inquérito aos agregados familiares sobre o orçamento familiar. Relatório
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DE DEUS, Sérgio A. João, (2014). Análise de consumo da madeira para fins de energia
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licenciatura. Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal. DAEF. UEM. 57 Pp.
MANGUE, P. (2000) Review of the existing studies related to fuel wood and/or
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PEREIRA, C., Brouwer, R., Monjane, M., Falcão, M. (2001). Charcoal potential in
southern Africa research project: final report. Mozambique. 54Pp.
A. Identificação do entrevistado
a) Nome _________________________________________________________
b) Actividade que desempenha no local________________________________
B. Dados gerais sobre a empresa
1 ) Tipo de empresa
a) Serração ( )
b) Serração com carpintaria ( )
c) Carpintaria ( )
d) Serração com parque de toros ( )
2) Nome e localização______________________________________________________
3) Classificação
a) Pequena ( )
b) Média ( )
c) Grande ( )
4) Principais tipos de Sub-produtos _____________________________________________
6) Qual é a fonte de matéria-prima e as espécies mais processadas? _____________
C. Sobre a produção e uso de serradura
1) Que tipo de serradura existe?
a) Fina ( )
b) Grossa ( )
c) Outro tipo___________________________
A. Dados gerais:
l. Número da entrevista__________
2.Data da entrevista___/___/___
3. Bairro__________________________________________________________________
B. Dados sobre o inquirido
4. Nome do chefe do agregado familiar_______________________________________ E os
dois chefes agregados estão presentes? Sim ( ) Não ( )
5.Sexo____________________ Idade _____ anos
6. Qual é o nível de escolaridade?_____________________
7. Qual é o tamanho do agregado familiar?________________
8. Qual é a renda familiar? Baixa ( ); Media ( ); Alta ( )
9. Qual é a refeição que confecciona com maior frequência?_________________________
C. Dados sobre o uso de combustível.
14. Qual foi a quantidade? (estimar os sacos, pesar ou medir)._______ Estimar sacos/ kg
17. Que quantidade precisa para preparar uma refeição? ____________ ( Pesar ou Medir)
a) Porquê? _______________________________
23. Observações do inquirido acerca dos combustíveis que estão disponíveis na cidade e
aqueles que utiliza. ____________________________________________________
Model Summary
ANOVAb
Total 17.710 99
a. Predictors: (Constant), Género, Idade, Tamanho do agregado familiar, Renda familiar, Tipo de casa, Ní-
vel de escolaridade, Refeicao mais frequente.
Coeficiêntesa
Model Summary
ANOVAb
Coeficiêntesa
Coeficientes pa-
Coeficientes não padronizados dronizados