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ANÁLISE DO ESTADO ACTUAL DA FLORESTA DE MIOMBO.

ESTUDO DE CASO
CONCESSÃO SOTOMANE POSTO ADMINISTRATIVO DE NAMANJAVIRA DISTRITO
DE MOCUBA

JOAQUIM JORGE RANGUISSE


UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Trabalho de Conclusão de Curso

ANÁLISE DO ESTADO ACTUAL DA FLORESTA DE MIOMBO. ESTUDO DE CASO


CONCESSÃO SOTOMANE POSTO ADMINISTRATIVO DE NAMANJAVIRA DISTRITO
DE MOCUBA

Joaquim Jorge Ranguisse

Mocuba

2018
UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Trabalho de Conclusão de Curso

ANÁLISE DO ESTADO ACTUAL DA FLORESTA DE MIOMBO. ESTUDO DE CASO


CONCESSÃO SOTOMANE POSTO ADMINISTRATIVO DE NAMANJAVIRA DISTRITO
DE MOCUBA

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse

Orientador: Engo. Agnaldo Viriato Nhumbate Ubisse (MSc.)

Monografia submetida à Faculdade de Engenharia


Agronómica e Florestal, Departamento de
Engenharia Florestal, Universidade Zambeze,
Mocuba, em parcial cumprimento dos requisitos
para a obtenção do nível de Licenciatura em
Engenharia Florestal.

Mocuba

2018
DECLARAÇÃO
Eu, Joaquim Jorge Ranguisse, declaro por minha honra, que esta monografia é o resultado do
meu empenho e sacrifício, e está a ser submetida para a obtenção do nível de Licenciatura na
Universidade Zambeze-Mocuba. Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum nível ou
para avaliação em nenhuma outra Universidade.

______________________________________________
/ Joaquim Jorge Ranguisse /

Mocuba, ______ de _________________ de 2018

i
DEDICATÓRIA
Dedico o presente trabalho;

Aos meus pais Fenga Jorge Ranguisse e Luísa Sifa Ranguisse, que trouxeram-me ao mundo e me
cuidaram, acreditaram e ensinaram-me a viver com muito amor e carinho. Pelo sacrifício,
dedicação, luta, e aposta na minha formação sem se cansar para o sucesso nos meus estudos.

Às minhas irmãs Judite, Chana, Leonora, Sara, Safira e Salomé pela força e inestimável apoio.

À Sra Jutilde da Graça Dembo juntamente com o seu esposo Sro Lourenço Nhabanga, por fazer
parte da minha vida, dando-me apoio, força como seu próprio filho.

Em especial à minha amada esposa Vinoria Martins Lemos Saide, que esteve sempre ao meu
lado, dando-me força e apoio inestimável quando precisei.

i
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar sou grato à Deus todo-poderoso e criador do universo, que se fez presente em
todos momentos do presente trabalho, por tudo e todas coisas que tem feito acontecer e polo que
ainda tem por fazer na minha vida.

Aos meus pais Fenga Jorge Ranguisse e Luisa Sifa Ranguisse, por terem disponibilizado todos
os recursos e meios que tenho necessitado na minha vida social e académica, sobretudo, para o
sucesso dos meus estudos.

Ao meu supervisor, Agnaldo Viriato Nhumbate Ubisse, por todo o apoio científico,
bibliográfico, paciência e disponibilidade que demonstrou, assim como pelas críticas, correcções
e sugestões relevantes feitas durante a elaboração deste trabalho. Não esqueço seus eternos
ensinamentos, seus preciosos conselhos e sua inestimável confiança. “O meu profundo
obrigado”.

À todos docentes e funcionários do Departamento de Engenharia Florestal da


FEAF/UNIZAMBEZE, em particular, Engo. Nelson Rafael, Engo. Hélder Manjate, Engo.
Jeremias Benjamim, Engo. Fernando Macia, Engo. Paulo Bundua, Engo. Jamal Manga, Engo.
Marchante Assura, Enga. Yolanda Ganhane, Enga. Leodina Nhalusse Benjamim, Engo. Noé dos
Santos Hofiço, dr. Avelino Miguel e Tec. Tangune, pelos ensinamentos e conhecimentos que
transmitiram durante o tempo da minha formação.

Ao meu cunhado António Mesa, sobrinhos Luísa, Celina, Victoria, Júnior e Giovani que me
fazem ser o tio mais feliz do Mundo e que eu sirva como a sua fonte de inspiração.

Ao meu grande amigo colega e irmão na fé Arlindo Jaime Matsinhe, que me deu grande apoio,
na colecta de dados no campo, para a concretização deste presente trabalho

Aos meus colegas António C. Gungunhanhe, Costumo Luís, Macamo, Mapossa,


Madjaramguanda, Adriano, Hélio, Remígio, Chassala, Alberto Manhoso e Gonha, pelo tempo de
estudo e esclarecimento de duvidas sempre quando precisei.

A todos cujos nomes não mencionei. MUITO OBRIGADO!

i
EPÍGRAFE

"Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me
esta guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim,
também a todos os que amarem a sua vida".

2 Timóteo 4:7-8

ii
Conteúdo
Índice Página

DECLARAÇÃO .............................................................................................................................. i

DEDICATÓRIA .............................................................................................................................. i

AGRADECIMENTOS .................................................................................................................... i

EPÍGRAFE ..................................................................................................................................... ii

RESUMO ......................................................................................................................................... i

ABSTRACT .................................................................................................................................... ii

LISTA DE TABELAS ................................................................................................................... iii

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................... iii

LISTA DE ANEXOS ..................................................................................................................... iv

LISTA APÊNDICES ...................................................................................................................... v

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ............................................................................. vi

I. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 2

1.1. Generalidades ........................................................................................................................... 2

1.2. Problema e Justificativa de estudo ........................................................................................... 3

1.3. Objectivos ................................................................................................................................ 4

1.3.1. Objectivo geral: ..................................................................................................................... 4

1.3.2. Objectivos específicos: ......................................................................................................... 4

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................... 5

2.1. Ecologia do Miombo................................................................................................................ 5

2.1.1 Distribuição, estrutura e composição do miombo .................................................................. 5

2.1.2. Dinâmica das formações de miombo .................................................................................... 7

2.2. Degradação ambiental .............................................................................................................. 8

2.2.1. Degradação dos ecossistemas de miombo ............................................................................ 8

i
2.2.1. Factores que contribuem para a degradação dos ecossistemas de miombo .......................... 8

2.2.2.Impacto da exploração de espécies nativas nos ecossistemas florestais ................................ 9

2.3. Parâmetros usados para caracterização de comunidades vegetais ......................................... 10

2.3.1. Composição florística ......................................................................................................... 10

2.3.1.2. Diversidade de espécies ................................................................................................... 10

2.3.1.3. Estrutura Fisionómica ...................................................................................................... 12

III. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................... 14

3.1. Localização da área de estudo................................................................................................ 14

3.1.1. Clima ................................................................................................................................... 15

3.1.2. Hidrologia ........................................................................................................................... 15

3.1.3. Vegetação ............................................................................................................................ 16

3.1.4. Fauna ................................................................................................................................... 16

3.1.5. Condições socioeconómicas ............................................................................................... 16

3.2. Desenho de amostragem ........................................................................................................ 17

3.2.1. Amostragem para a vegetação arbórea-arbustiva ............................................................... 17

3.2.2. Amostragem para regeneração ............................................................................................ 17

3.2.3. Recolha de dados ................................................................................................................ 18

3.2.4. Entrevistas ........................................................................................................................... 18

3.2.5. Parâmetros avaliados .......................................................................................................... 19

3.2.5.1. Fisionómica ...................................................................................................................... 19

3.2.5.1.1. Densidade ...................................................................................................................... 19

3.2.5.1.2. Dominância ................................................................................................................... 20

3.2.5.1.3. Frequência ..................................................................................................................... 20

3.2.5.1.4. Índice de Valor de Importância..................................................................................... 21

3.2.6. Composição e diversidade florística ................................................................................... 21

ii
3.2.6.1. Índice de Shannon-Wiener (H’) ....................................................................................... 21

3.2.6.1.1. Equitabilidade de Pielou (J’) ......................................................................................... 21

3.3. Análise de dados .................................................................................................................... 22

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................................ 23

4.1. Composição florística do estrato arbustivo e arbóreo do ecossistema de miombo nas 3


(três) áreas amostrais: Não perturbada, semi-perturbada e perturbada ......................................... 23

4.2. Análise fitossociológica ......................................................................................................... 28

4.2.1. Estrutura horizontal ............................................................................................................. 28

4.2.2. Lista de espécies por área de estudo quanto ao Índice de Valor de Importância (IVI),
(árvores com DAP ≥ 10 cm) ......................................................................................................... 28

4.2.3. Distribuição diamétrica da abundacia de cada uma das áreas de estudo ............................ 34

4.2.4. Regeneração não estabelecida............................................................................................. 35

4.3.1. Produtos extraídos da floresta de miombo há 20 anos ........................................................ 39

4.3.2. Causa de abandono nas áreas de cultivo agrícola ............................................................... 40

4.3.3. O estado actual dos rios e riachos ....................................................................................... 40

V. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 42

VI. RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................. 43

VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 44

VIII. ANEXOS ............................................................................................................................. 48

IX. APÊNDICES .......................................................................................................................... 57

iii
RESUMO

O presente estudo foi realizado na Concessão Sotomane localidade de Namanjavira Distrito de


Mocuba, Província de Zambézia com o objectivo de analisar actividade de exploração florestal
no ecossistema de miombo. Para a realização do trabalho foram instalados 6 (seis) pontos de
amostragem correspondentes a 0,02 % da área da Concessão Florestal Sotomane, dos quais 2
(dois) pontos na área não perturbada, 2 (dois) pontos na área semi-perturbada e 2 (dois) pontos
na área perturbada. Marcou-se dois transecto de 650m no sentido Norte-Este e, foram
estabelecidas 5 parcelas de (50*20) m com espaçamento de 100 m entre elas, onde todos os
indivíduos com DAP ≥ 5 cm foram medidos diâmetro e altura total, identificados e referenciados
geograficamente. Com os dados acima foi possível calcular a frequência, densidade, dominância,
e IVI. Foram também determinados os índices de diversidade pelo índice- de Shannon-Wienner e
a equitabilidade pelo índice de Pielou. Para os indicadores da degradação de floresta consistiu
em entrevista semi-estruturada. Num levantamento florístico em 3 (três) áreas de estudo, foram
registrados 2813 indivíduos e identificado um total de 93 espécies pertencentes a 16 famílias,
sendo que 37 espécies foram registadas no estrato não perturbado, 31 no estrato semi- perturbado
e 25 no estrato perturbado. A família botânica mais rica foi a Fabaceae com um total de 27
espécies. A espécie mais importante foi a Brachystegia spiciformis e a floresta mostrou-se com
alta diversidade de espécie e equitabilidade sendo que apresenta uma distribuição diametrica do
tipo J invertido, verificou-se que as florestas tem sofrido uma pressão de actividades antrópicas,
como os incêndios, agricultura itinerante e produção de carvão vegetal, essa situação
comprometera a geração vindoura de obter os mesmos recursos.

Palavras-chaves: Exploração florestal, degradação ambiental, floresta de miombo.

i
ABSTRACT

The present study was conducted at the Sotomane Concession locality of Namanjavira District of
Mocuba, Zambézia Province with the aim of analyzing forest exploitation activity in the Miombo
ecosystem. Six (6) sampling points corresponding to 0.02% of the Sotomane Forest Concession
area were installed, of which 2 (two) points in the undisturbed area, 2 (two) points in the semi-
disturbed area and 2 (two) points in the disturbed area. Two 650 m transects were set in the
north-east direction, and five (50 * 20) m plots were established with a spacing of 100 m
between them, where all individuals with DBH ≥ 5 cm were measured in diameter and total
height, identified and geographically referenced. With the above data it was possible to calculate
the frequency, density, dominance, and IVI. Diversity indices were also determined by the
Shannon-Wienner index and the Pielou index equitability. For indicators of forest degradation
consisted of a semi-structured interview. In a floristic survey in 3 (three) study areas, 2813
individuals were identified and a total of 93 species belonging to 16 families were identified, of
which 37 were recorded in the undisturbed stratum, 31 in the semi-disturbed stratum and 25 in
the disturbed stratum . The richest botanical family was the Fabaceae with a total of 27 species.
The most important species was Brachystegia spiciformis, and the forest showed high diversity
of species and equitability, with an inverted J-type diametric distribution. It was verified that the
forests have been under pressure from anthropic activities such as fires, shifting cultivation and
charcoal production, this situation would jeopardize the coming generation of the same
resources.

Keywords: Forest exploitation, environmental degradation, miombo forest.

ii
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Número de espécies e género por família da área total de estudo ................................ 23
Tabela 2. Índice de Shannon- Wiener (H’), e índice de Uniformidade de Pielou (J´) de cada área
em estudo (árvores com DAP ≥ 10 cm). ............................................................................... 25
Tabela 3. Índice de Shannon-Wiener (H’), e índice de Uniformidade de Pielou (J´) de cada área
em estudo (árvores 5 ≤ DAP <10 cm). .................................................................................. 26
Tabela 4. Lista de espécies que mais se destacaram por área de estudo quanto ao Índice de Valor
de Importância (IVI), (árvores com DAP ≥ 10 cm) .............................................................. 28
Tabela 5. Lista de espécies que mais se destacaram por área de estudo quanto ao Índice de Valor
de Importância (IVI), (árvores com 5 ≤ DAP <10 cm) ......................................................... 30
Tabela 6. Lista de espécies que mais se destacaram por área de estudo quanto a Densidade e
Frequência relativa, para regeneração não estabelecida com (DAP <5 cm e altura ≥ 10 cm)
............................................................................................................................................... 35

LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Distribuição da cobertura florestal em Moçambique ...................................................... 5
Figura 2. Localização geográfica da área do estudo na concessão florestal Sotomane Lda., no
posto administrativo de Namanjavira, distrito de Mocuba. ................................................... 14
Figura 3. Ilustração do desenho de amostragem ........................................................................... 18
Figura 8. Estado da floresta presente e à 20 anos atrás ................................................................. 38
Figura 9. Produtos obtidos à 20 anos atrás e que não estão mais disponíveis .............................. 39
Figura 10. Produtos obtidos à 20 anos atrás e que não estão mais disponíveisErro! Marcador
não definido.
Figura 11. Áreas de cultivo abandonadas e sua causa .................................................................. 40
Figura 12. Estado dos rios e riachos presente comprando com 20 anos atrás .............................. 41

iii
LISTA DE ANEXOS

Anexo 1. Estimativa dos parâmetros fitossociológicos da estrutura horizontal, observa-se a


(densidade, frequência, dominância e índice de valor de importância) árvores adultas (DAP
≥ 10 cm), para área não perturbada. ...................................................................................... 48

Anexo 2. Estimativa dos parâmetros fitossociológicos da estrutura horizontal, observa-se a


(densidade, frequência, dominância e índice de valor de importância) árvores adultas (DAP
≥ 10 cm), para área semi-perturbada. .................................................................................... 49

Anexo 3. Estimativa dos parâmetros fitossociológicos da estrutura horizontal, observa-se a


(densidade, frequência, dominância e índice de valor de importância) árvores adultas (DAP
≥ 10 cm), para área perturbada. ............................................................................................. 50

Anexo 4. Estimativa dos parâmetros fitossociológicos da estrutura horizontal, observa-se a


(densidade, frequência, dominância e índice de valor de importância) regeneração natural
estabelecida (5 ≤ DAP <10 cm), para área não perturbada. .................................................. 51

Anexo 5. Estimativa dos parâmetros fitossociológicos da estrutura horizontal, observa-se a


(densidade, frequência, dominância e índice de valor de importância) regeneração natural
estabelecida (5 ≤ DAP <10 cm), para área não perturbada. .................................................. 52

Anexo 6. Estimativa dos parâmetros fitossociológicos da estrutura horizontal, observa-se a


(densidade, frequência, dominância e índice de valor de importância) regeneração natural
estabelecida (5 ≤ DAP <10 cm), para área não perturbada. .................................................. 53

Anexo 7. Densidade e frequência para regeneração não estabelecida com (DAP <5 cm e altura ≥
10 cm) na área não perturbada. .............................................................................................. 54

Anexo 8. Densidade e frequência para regeneração não estabelecida com (DAP <5 cm e altura ≥
10 cm) na área semi-perturbada............................................................................................. 54

Anexo 9. Densidade e frequência para regeneração não estabelecida com (DAP <5 cm e altura ≥
10 cm) na área perturbada. .................................................................................................... 55

iv
LISTA APÊNDICES

Apêndice 1. Ficha de levantamento de dados relacionado a árvores adultas (DAP ≥ 10 cm) ...... 57
Apêndice 2. Ficha de levantamento de dados relacionado a Regeneração natural estabelecida (5 ≤
DAP <10 cm) ......................................................................................................................... 58
Apêndice 3. Ficha de levantamento de dados relacionado a Regeneração não estabelecida (DAP
<5 cm e altura ≥ 10 cm) para quadriculas de 5m*5m ........................................................... 59
Apêndice 4. Guião para levantamento de dados com base em entrevistas semi-estruturadas ...... 60

v
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

% Percentagem;

< Menor que;

> Maior que;

°𝐶 Graus celsus;

DAP Diâmetro Altura do Peito;

FAO Organização de Fundo das Nações Unidas para a

Agricultura e Alimentação;

FEAF Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal;

GPS Sistema de Posicionamento Global;

ℎ𝑎 Hectare;

MAE Ministério de Administração Estatal;

RDC República Democrática de Congo;

𝐷𝑒𝐴𝑏 Densidade absoluta;

𝐷𝑒𝑅𝑒 Densidade relativa;

𝐷𝑜𝐴𝑏 Dominância absoluta;

𝐷𝑜𝑅𝑒 Dominância relativa.

vi
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𝐹𝑒𝐴𝑏 Frequência absoluta;

𝐹𝑒𝑅𝑒 Frequência relativa;

𝐺 Área transversal/basal/seccional;

𝐻𝑐 Altura comercial;

𝐻𝑡 Altura total;

𝐼𝑉𝐼 Índice de Valor de Importância;

𝑚 Metros;

𝑚 Metros;

𝑚² Metro ao quadrado;

𝑚²/ℎ𝑎 Metro ao quadrado por hectare;

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I. INTRODUÇÃO

1.1. Generalidades
As florestas desempenham um papel fundamental na vida do Homem, através de múltiplos
produtos que fornecem, satisfazendo um crescente conjunto de necessidades, como no
fornecimento de energia, material de construção, plantas medicinais, alimentares, fruteiras
entre outras (JUNG, 2015).

Moçambique é um país relativamente rico em florestas florísticos e faunísticos. O país possui


uma área de 799.380 km2. A cobertura florestal natural em Moçambique extima-se em 40
milhões de hectares, sendo que 56% correspondem as florestas densas, 41% as abertas, 2 % as
abertas em áreas inundadas e 1% são mangais (NUBE, 2013). Segundo, o mesmo autor, a
distribuição regional revela que Niassa, Cabo Delgado e Nampula concentram 42%,
Zambézia, Sofala, Tete e Manica concentram 40% e os restantes 18% concentra-se na região
sul do país.

O ecossistema predominante em Moçambique é a floresta de miombo e ocupa


aproximadamente 2/3 da superfície total, principalmente a norte do rio Limpopo. Conforme as
variações topográficas e fisiografias, a estrutura e composição do miombo é modificada pelo
clima, solo e altitude, distinguindo-se duma região para outra (RIBEIRO et al., 2002).

A situação actual das florestas nativas nas regiões tropicais sobretudo a floresta de miombo
particularmente em Moçambique, é muito preocupante, devido a actividades antrópicas, que
causam a degradação florestal, a exploração não planificada, incêndios florestas e a prática de
agricultura itinerante (FAO, 2007).

No entanto, a dependência das comunidades pelos recursos florestais, coloca em risco a


integridade ecológica e reduz a capacidade dos ecossistemas de serem resilientes a eventos
extremos da natureza, o que pode originar reacções em cadeia e repercutir directamente no
funcionamento do ecossistema (TILMAN, 2000).

Segundo BARROS (2006), a exploração de espécies nativas, se inicia com a abertura de via
de acesso à floresta e termina com o transporte dos toros para as unidades de processamento.
Essas operações podem afectar vários componentes do ecossistema, resultando em danos
como a compactação e erosão do solo, visto que modifica o meio físico em diferentes escalas
de intensidade.

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 2


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Segundo, LOREAU, (2002) o papel das florestas no equilíbrio da biosfera é fundamental pois
participa activamente no ciclo biogeoquímicos e da água. Absorvem gás carbónico e liberam
oxigénio na atmosfera, regulam a humidade do ar, influem no clima e na quantidade de
nuvens e chuvas; filtram o ar e a água, mantendo a sua qualidade. Sendo assim, a análise da
actividade de exploração florestal no ecossistema de miombo, tem que ser baseada
fundamentalmente em pesquisas de monitoramento das actividades de exploracao, na biota
local, como forma de garantir e preservar a biodiversidade.

1.2. Problema e Justificativa de estudo


Na província da Zambézia, nos últimos anos, verifica-se a demanda de recursos madeiráveis,
onde vêm sendo exaustivamente explorada para diversas finalidades, incluindo comerciais,
sem que haja qualquer preocupação com a sua preservação e sustentabilidade dos processos
extractivistas (PEREIRA, 2006).

Em consequência do actual modelo de exploração no distrito de Mocuba, essas florestas


encontram-se actualmente modificadas, causando alteração de funcionamento ecológico dos
ecossistemas (MACKENZIE, 2006). Enquanto não se conheçam as características estruturais
de uma floresta, não pode ser assegurado o seu aproveitamento ordenado. Ainda pode-se
agregar que o desconhecimento da dinâmica de um tipo de floresta leva ao mau uso florestal e
que não garante a sua sustentabilidade.

Por outro lado, pouco se sabe sobre a vegetação de miombo no distrito de Mocuba, e das
causas e factores associados a degradação da cobertura vegetal. No entanto a crescente
pressão sob os combustíveis lenhosos torna-se ainda preocupante, devido ao facto de não se
saber até que ponto a redução deste recurso, conduz a extinção de espécies ou reduz a
capacidade de resiliência dos ecossistemas florestais.

Este trabalho pretende apoiar na explicação dos padrões de vegetação em termos de estrutura
distribuição, composição em diferentes áreas de actividades de exploração florestal madeira
com vista a obtenção de informações confiáveis relacionadas ao estado actual da floresta de
Miombo no distrito de Mocuba, Província da Zambézia.

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 3


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1.3. Objectivos

1.3.1. Objectivo geral:

Analisar o estado actual da floresta de miombo no Posto administrativo de


Namanjavira Distrito de Mocuba

1.3.2. Objectivos específicos:

Avaliar a estrutura e composição florística do extracto arbustivo e arbóreo do


ecossistema de miombo em 3 (três) áreas amostrais: Não perturbada, semi-perturbada
e perturbada;

Descrever o estado da regeneração não estabelecida natural nas 3 (três) áreas


amostrais: Não perturbada, semi-perturbada e perturbada;

Descrever e analisar o estado actual do ecossistema de miomo na área de estudo.

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 4


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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Ecologia do Miombo

2.1.1 Distribuição, estrutura e composição do miombo


As florestas de miombo ocupam uma superfície de aproximadamente 2.7 milhões de km2
estendendo-se desde Tanzânia e República Democrática de Congo (RDC) a norte passando
por Angola e Zâmbia a este até Malawi, Zimbabwe e Moçambique no extremo sul
respectivamente (CAMPOS & LEITE, 2013).

Moçambique possui uma superfície total de 799,380 Km2 sendo 2/3 ocupada pela floresta de
Miombo que se estende desde o Rio Rovuma a Norte até ao Rio Save no Sul do País. A sua
estrutura e composição são modificadas pelo clima, solo e altitude, distinguindo-se de uma
região para outra. As florestas de miombo húmido são dominadas pela Brachystegia
spiciformis com altura de 15 a 22 m, ocorrendo em simultâneo com as florestas semi-decíduas
mesoplanálticas de Pteleopsis sp, Erythrophleum sp. e Newtonia sp (CANGELA, 2014 e
RIBEIRO et al., 2002).

Figura 1. Distribuição da cobertura florestal em Moçambique FONTE: MARZOLLI (2007).

De acordo com CANGELA (2014), o ecossistema de miombo possui uma vasta diversidade
biológica que inclui cerca de 8500 espécies de plantas, 54% das quais endémicas, com
predominância dos géneros Brachystegia, Julbernadia e Isoberlinia, e uma população
significante de fauna, como por exemplo, elefantes (Loxodonta africana) rinoceronte (Diceros

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bicornis) leões (Panthera leo) búfalos (Syncerus caffer) leopardos (Panthera pardus) impalas
(Aepyceros melampus johnstoni) zebras (Equus burchelli boehmi) e diversas espécies de aves.

As florestas de miombo ocorrem em solos pobres, em regiões com precipitação média anual
que varia de 650 a 1400 mm. A maioria das árvores e arbusto do miombo são decíduas e
deixam cair as suas folhas durante a estação seca. Em geral, as folhas caem entre Julho-
Agosto no miombo seco e entre Agosto-Setembro, no miombo húmido fazendo com que 91%
da produção da biomassa vegetal morta esteja concentrada durante a época seca, entre os
meses de Maio a Outubro (RIBEIRO et al., 2002).

Segundo mesmos autores o aparecimento das folhas regista-se 2-4 semanas após o início das
primeiras chuvas. A floração tem lugar entre Setembro a Outubro, com a excepção do género
Julbernardia que floresce entre Novembro a Abril.

O miombo húmido ocorre em áreas com precipitação superior a 1000mm por ano e possui
uma composição florística muito rica dominada pelas espécies Brachystegia floribunda, B.
graberrima, B. taxifolia, B. wangerrmeana e Marquesia macroura. O miombo seco ocorre
em regiões comprecipitação média anual inferior a 1000 mm e a sua composição florística é
pobre sendo dominadapelas espécies Brachystegia spiciformis, B. boehmii e Julbernadia
globiflora. As florestas de miombo ocorrem também em associação com algumas espécies do
género Acácia (FAO, 2007).

Segundo FROST (1996), as características dos ecossistemas de miombo: composição,


estrutura, produção, reprodução, crescimento das plantas, taxas de decomposição e ciclo de
nutrientes são directamente influenciadas pelo tipo de solos, sazonalidade, biomassa dos
grandes herbívoros, biomassa de térmites e pela frequência de fogos. O crescimento das
árvores em geral é lento tornando-se mais significativo a partir dos 8 anos de idade. O
incremento do diâmetro do tronco e da copa em povoamentos jovens é maior do que em
povoamentos adultos.

Segundo RIBEIRO et al., (2002), o Miombo húmido ocorre em regiões altas das províncias
de Manica e Zambézia com altitude superior à 1000m e precipitação média anual que varia de
1200 a 1800mm. O Miombo semi-decíduo ocorre nas regiões de baixa altitude e precipitação
entre 800-1200mm. Ambos são dominados pela Brachystegia spiciformis e Julbernadia
globiflora e várias espécies de valor económico tais como, Pterocarpus angolensis, Swartzia
madagascariensis e Millettia stuhlmannii. O miombo decíduo é típico das zonas de baixa

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altitude e precipitações médias anuais entre 600 a 800 mm, representando a vegetação mais
dominante em Moçambique.

2.1.2. Dinâmica das formações de miombo


A dinâmica dos ecossistemas de miombo está relacionada com as alterações na composição e
estrutura das comunidades de organismos vivos em resposta aos distúrbios internos e
externos, isto é, por factores naturais e antropogénicos, dentre os quais as: actividades
humanas, fogo e elefantes, pela precipitação e tipo de solos (CAMPBELL et al., 1996).

O impacto dos elefantes na composição das florestas de miombo manifesta-se através do seu
papel como espécie chave na dispersão das sementes. Os elefantes alteram a densidade e
composição das florestas através da abertura de clareiras pela remoção ou desramificação de
espécies arbóreas estimulando a regeneração de várias espécies de plantas incrementando
desta forma a heterogeneidade dos habitats. A acção dos elefantes acelera o ciclo de nutrientes
através da deposição de grandes quantidades de urina e fezes, incrementam a qualidade e
quantidade de forragem favorecendo desta forma aos outros herbívoros (CAMPOS & LEITE,
2013).

A acção dos elefantes por si só não é suficiente para a degradação das florestas de miombo,
sendo que o fogo é necessário para que florestas sejam convertidas em áreas totalmente
abertas e predominadas por gramíneas. Os danos dos elefantes e a mortalidade de árvores
adultas do que de plantas jovem não tem impacto significativo sobre a regeneração o que
garante a recuperação da vegetação é do processo de recrutamento (CANGELA, 2014).

Entretanto, as queimadas são indispensáveis para a dinâmica ecológica dos ecossistemas de


miombo, pois, favorecem a regeneração, desenvolvimento e distribuição espacial de inúmeras
espécies de fauna e flora bem como influenciam a disponibilidade de nutrientes do solo
(CAMPBELL et al., 1996).

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2.2. Degradação ambiental


2.2.1. Degradação dos ecossistemas de miombo
A degradação é a destruição e/ou remoção da vegetação, fauna e camada superficial do solo,
bem como alterações da qualidade e regime de vazão do sistema hidrológico. Portanto uma
área degradada é aquela que, após distúrbios, tem eliminado sua resiliência (capacidade de
retorno ao estado anterior) ou a mesma ser extremamente lenta, sendo a acção antrópica
necessária, o impacto na floresta pode se dar em diferentes níveis, dependendo da actividade
envolvida, o que exige maior ou menor intervenção humana para a recuperação da função e
da estrutura destas áreas (ARATO et al., 2003).

2.2.1. Factores que contribuem para a degradação dos ecossistemas de miombo


A degradação ambiental é resultado da pressão excessiva do uso da terra e envolve
componentes espaciais e temporais, resultando na redução da produtividade de biomassa e da
biodiversidade, em mudanças na qualidade e disponibilidade de água e na diminuição da
viabilidade económica local (CORRÊA, 2005).

Qualquer alteração no meio natural pode ser considerada uma forma de degradação. Assim, a
degradação de áreas naturais não é causa exclusiva das actividades antropogénicas, pois os
ecossistemas estão sujeitos a algum tipo de alteração, as actividades antropológicas possuem
grau de degradação mais crítico em relação a aquela causada por eventos naturais. Uma área
de vegetação nativa pode ser perturbada de modo a afectar a dinâmica natural e a estrutura da
vegetação ali existente (CHIDUMAYO, 2013).

Considera-se que uma área está degradada quando o grau de interferência impossibilita a
capacidade de resiliência, ou seja, a capacidade de regeneração do meio, e a consequente
recuperação sendo necessária a intervenção positiva do homem (CAMPOS & LEITE, 2013).

Os factores de degradação de ecossistemas são antropogénicas (actividade Humana), que se


resume em ordem decrescente de participação relativa nas áreas degradadas no mundo, são:
pastagem da vegetação (34,5% das áreas mundiais degradadas), devastação ou remoção da
vegetação natural para fins de agricultura, florestas comerciais, construção de estradas e
urbanização (29,4%) (KAGEYAMA, 2008).

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Actividade agrícola, incluindo ampla variedade de práticas agrícolas, como uso insuficiente
ou excessivo de fertilizantes, uso de água de irrigação de baixa qualidade, uso inapropriado de
máquinas agrícolas e ausência de práticas de conservação de solo (28,1%), exploração intensa
da vegetação para fins domésticos, como combustível, cercas entre outros expondo o solo à
acção dos agentes de erosão (6,8%) (WATE, 2012).

2.2.2. Impacto da exploração de espécies nativas nos ecossistemas florestais


A exploração florestal é um termo utilizado para definir um conjunto de operações, que se
inicia com a abertura de acesso à floresta e termina com o transporte dos toros para as
unidades de processamento (FRANCEZ, 2006). Essas operações podem afectar vários
componentes do ecossistema, resultando em danos como a compactação do solo, erosão e os
prejuízos à vegetação, o que modifica o meio físico em diferentes escalas de intensidade
(CORRÊA, 2005).

A exploração realizada sem um planeamento prévio, os impactos começa com a destruição


das árvores pela preparação da infra-estrutura da exploração (vias de acesso, ramais de
arraste, pátios de estocagem), movimentação das máquinas e derruba das árvores. A
exploração florestal afecta não só a estrutura da vegetação, como também a estrutura de
outros componentes do ecossistema, como a fauna e do solo (FROST, 1996).

A exploração florestal pode também afectar outros organismos, além das próprias espécies
madeireiras. É possível que populações de animais que dependem fortemente das espécies
madeireiras experimentem reduções populacionais e erosão genética na medida em que as
espécies das quais elas dependem sejam eliminadas. Além disso, grupos animais com pouca
capacidade de regulação de temperatura, como os anfíbios, poderão começar a evitar as
florestas exploradas por causa do ambiente quente e seco dessas áreas (BILA, 2012).

A abertura de estradas feitas de forma inadequada acarretará sedimentação excessiva,


principalmente no que se refere aos cursos de água, com graves efeitos sobre o abastecimento
de água, vida aquática, acarretando problemas para a flora e a fauna silvestres, a compactação
do solo, durante a exploração florestal, nas áreas de ocorrência do tráfego, modifica as
propriedades físicas do solo, afectando a regeneração natural das espécies em virtude das
alterações provocadas no ambiente radicular, principalmente pela redução no espaço poroso
do solo e aumento na resistência à penetração de raízes (CARVALHO, 1997).

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Os impactos secundários da exploração também são drásticos. A floresta explorada


intensivamente é altamente susceptível a incêndios. A luz penetra no interior da floresta
através das clareiras e seca a matéria orgânica morta (folhas, troncos e galhos), tornando-a
combustível (KALABA, 2013).

2.3. Parâmetros usados para caracterização de comunidades vegetais


Para fazer a avaliação do estado actual da vegetação é necessário analisar os seguintes
atributos: composição, estrutura e função, através dos seguintes indicadores: riqueza e
diversidade de espécies (composição florística) abundância, densidade, dominância e
frequência os quais são definidos a seguir (MEIDINGER, 1993).

2.3.1. Composição florística


O levantamento e caracterização da composição de uma floresta permitem uma programação
de actividades silviculturais, melhor gestão técnica e económica das florestas, facilitando
assim o uso racional e sustentado da floresta. A estrutura horizontal da floresta dá a
composição de espécies da floresta e é caracterizada por abundância, dominância, frequência
(KIMMINS, 1987).

Segundo (LAMPRECHT, 1964) citado por (MUZIME, 2015) diz que a riqueza e diversidade
de espécies como indicadores para avaliar a composição florística; a densidade, abundância,
frequência e dominância que são utilizados para avaliar a estrutura fisionómica.

2.3.1.1.Riqueza de espécies
É o número total de espécies, numa dada área geográfica em determinado tempo, é uma
variável descritiva dos padrões espaciais de distribuição de espécies no terreno e importante
para a apreciação da diversidade de espécies de uma determinada área (KENT et al., 1992).

2.3.1.2. Diversidade de espécies


Segundo BILA & MABJAIA (2012), a diversidade é o número de espécies que ocorrem em
uma amostra tirada em uma unidade de área, volume de água, certo número de indivíduos em
uma determinada unidade de tempo.

A biodiversidade é o campo da biologia e meio ambiente que se refere ao estudo das relações
quantitativas entre a riqueza de diferentes categorias biológicas e abundância relativa de
espécies dentro das comunidades, incluindo variabilidade ao nível local (diversidade alfa),
complementaridade biológica entre habitats (diversidade beta) e variabilidade entre paisagens

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(diversidade gama), agregando, desta forma, a totalidade dos recursos vivos e dos genéticos,
assim como seus componentes (CARNEIRO, 2002).

A diversidade relativa é dada pela proporção da percentagem das espécies numa determinada
família pelo número total identificado numa determinada área. Para uma população com um
dado número de espécies a medida de diversidade será máxima quando todas as espécies
estiverem presentes em iguais proporções (ou com equidade máxima). Assim, dadas duas ou
mais populações em que as espécies são representadas uniformemente, uma comunidade com
maior ou alta diversidade é a que tem um maior número de espécies diferentes (CUMBANE,
2010).

Quanto maior for a diversidade ou variação de espécies maior será a interacção (predação,
competição, mutualismo) e menor será a redução da cobertura vegetal. Quando se comparam
comunidades com a mesma quantidade de espécies, a mais diversa é aquela cuja abundância
relativa é mais equilibrada, isto é, aquela na qual a percentagem de indivíduos de cada espécie
é aproximadamente a mesma (ADEAM, 1992).

2.3.1.2.1. Índice de diversidade de Shannon-Wiener


O índice de Shannon (conhecido por Shannon-Wiener ou Shannon- Weaver) é uma medida da
diversidade biológica frequentemente usada na determinação da diversidade de espécies, e
não selectivo, este não separa a diversidade de espécies nativas e das não nativas da
diversidade total das espécies presentes (KREBS, 1992). A vantagem desta medida de
heterogeneidade é que leva em consideração o número das espécies e sua equitabilidade.

É o índice mais usado para medir a diversidade de uma, pois incorpora tanto a riqueza quanto
a equitabilidade (ROSSO, 1996). Na prática, para as comunidades biológicas o índice não
excede 5.0, portanto, os seus valores encontram-se entre 1.5 e 3.5, em casos excepcionais
pode exceder 4.5, onde o seu valor máximo é InS (logaritmo natural de espécies) que indica
uma competição ou uma coexistência estável entre as espécies (KREBS, 1992).

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2.3.1.2.2. Índice de uniformidade de Pielou


De acordo com LLOYD & GHELARDI (1964), o índice de uniformidade de Pielou ou
equabilidade de Pielou corresponde à proporção entre a diversidade observada de uma
amostra e a diversidade máxima. Assim, a equabilidade significa medida de uniformidade, da
distribuição da abundância entre as espécies de uma comunidade.

Pela facilidade de cálculo o índice de equabilidade mais comummente empregado é o de


Pielou (MARTINS & SANTOS, 1999). Expressa a maneira pela qual o número de indivíduos
está distribuído entre as diferentes espécies, isto é, indica se as diferentes espécies possuem
abundâncias (número de indivíduos) semelhantes ou divergentes. A equitabilidade é mais
comummente expressada pelo Índice de Pielou (VALENTIN, 2000).

2.3.1.3. Estrutura Fisionómica

2.3.1.4. Densidade
Expressa a participação das diferentes espécies dentro da associação vegetal. É obtida pela
razão entre o número total de indivíduos da espécie e por unidade de área [hectare (ha)].
(VALENTIN, 2000).

2.3.1.5. Frequência
A frequência é um atributo da probabilidade de encontrar um ou mais indivíduos em uma
unidade amostral particular, indica como os indivíduos da espécie estão distribuídos sobre a
área amostrada e é dada em percentagem das unidades amostrais que contêm a espécie
Frequência absoluta (FeAb ou FA) é a relação entre o número de parcelas em que
determinada espécie ocorre e o número total de parcelas amostradas. Frequência relativa
(FeRe) é uma proporção expressa em percentagem, entre a frequência absoluta de cada
espécie e a frequência absoluta total (soma das frequências absolutas de todas as espécies) por
unidade de área (MUZIME,2015).

2.3.1.6. Dominância
A dominância expressa a proporção de tamanho, biomassa, volume ou de cobertura de cada
espécie, em relação ao espaço ou volume ocupado pela comunidade, a dominância é o grau de
cobertura das espécies como expressão do espaço por elas requerido. Será calculada mediante
a área transversal ou seccional do tronco das árvores, a altura de 1,30m, através da fórmula
básica da área basal (QUENHÉ, 2015).

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2.3.1.7. Índice do Valor de Importância (IVI)


A abundância, dominância e frequência são parâmetros que demonstram aspectos importantes
da população, todavia, fornecem apenas indicações parciais sobre a estrutura horizontal das
espécies de um determinado sítio. Uma visão geral da estrutura horizontal das espécies
obtém-se através do IVI que se obtém somando para cada espécie os valores de abundância,
dominância e frequência em termos relativos. Com base neste índice é possível comparar
“pesos ecológicos” das espécies de um determinado sítio (MUZIME, 2015).

Assim, valores similares de IVI das principais espécies podem indicar uma semelhança de
comunidades quanto à composição e estrutura horizontal, o valor de importância permite uma
visão mais ampla da posição da espécie, caracterizando sua importância na população em
estudo e é calculado pela soma dos valores relativos da abundância, frequência e dominância
por espécie (KAGEYAMA, 2008).

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III. MATERIAIS E MÉTODOS


3.1. Localização da área de estudo
O distrito de Mocuba situa-se entre os paralelos 16º 17’ e 17º 32’ Sul e entre os meridianos de
35º 12’ e 37º 35’ Este, na província da Zambézia, a área total é de cerca de 9.062 Km2,
representa cerca de 8% do território da Província. É limitado a Norte, pelo rio Nampevo que o
separa do distrito de Ile e pelo rio Licungo que o separa do distrito de Lugela; a Sul, pelo
distrito de Namacurra; a Este pelos distritos de Maganja da Costa e Ile; e a Oeste pelos
distritos de Milange e Morrumbala, através dos rios Liciro e Liaze (MAE, 2014).

Figura 2. Localização geográfica da área do estudo na concessão florestal Sotomane Ltda., no posto
administrativo de Namanjavira, distrito de Mocuba.

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3.1.1. Clima
O distrito de Mocuba é carecterizado por (2) dois tipos de climas: tropical húmido, na faixa da
planície e do planalto central, enquanto nas terras altas como Mugeba e Alto Benfica
prevalece o clima tropical de altitude. A humidade relativa varia na época das chuvas, de 90 -
100% no clima Tropical Húmido e 75-90% no Clima Tropical de Altitude. As temperaturas
médias anuais variam conforme as regiões topográficas, entre 26ºc na planície e planalto e
cerca de 20ºc nas terras altas das montanhas. De igual modo as amplitudes térmicas são
elevadas (MAE, 2005).

A estação quente e de chuvas vai de Outubro a Abril, período em que os ventos sopram do
Índico para a faixa do litoral com ventos alísios, carregados de humidade. A estação seca e
fresca vai de Maio a Setembro. A pluviosidade varia entre 1000 e 1300 milímetros, e as
chuvas ocorrem de Novembro a Março e o período seco nos restantes meses do ano. Na
estação seca, depois do mês de Junho, uma grande parte da vegetação lenhosa e herbácea
despe-se da folhagem (MAE, 2000).

3.1.2. Hidrologia
A rede hidrográfica do Distrito é caracterizado por dez rios com os seus afluentes e
subafluentes a destacar (MAE, 2015):
Licungo, Raraga, e Namacurra- de regime permanente e que desaguam no Oceano
Índico;
Mudhi, Lugela, Maratha, Mutuludhi, Laze, Munhiba, Makuwani e Dagaragane, seus
afluentes de regime periódico;
Licuari é afluente do rio Cuácua. Estes rios desaguam no oceano Índico, com
excepção do rio Licuari que é afluente do rio dos bons Sinais.
As bacias hidrográficas apresentam potencialidades enormes para a prática da piscicultura,
agricultura e pecuária, por possuir terras férteis para além da exportação faunística e florestal,
bem como oferecem condições naturais para as construções de represas de água para a
irrigação e de barragens hidroeléctricas (MAE, 2000).

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3.1.3. Vegetação
Os tipos de formação vegetal que ocorre no Distrito de Mocuba são caracterizados por savana
tropical arbustiva com surgimento de algumas zonas com componentes arbóreas de grande
valor económico e exótico, sendo as mais destacadas: Afzelia quanzensis, Pterocarpus
angolensis, Combretum imberbe, Burkea africana, Dalbergia melanoxylon, Ficus lutea ,
Millettia stuhlmannii, e Artabotrys brachypetalus. As florestas têm maior representatividade
nas terras altas e planalto do interior (MAE, 2000).

A savana circunda a floresta, terminada savana herbáceas, condições propícias para a


existência de duas áreas florestais: Uma das faixas sul oriental do Distrito, no limite com
Morrumbala e Namacurra, outra localizada ao nordeste, encontrando-se neste momento a ser
explorada por vários operadores económicos (MAE, 2014).

3.1.4. Fauna
Mocuba possui um potencial faunístico, composto por muitas espécies de animais tais como:
(Chango) Redunca fulvorufula, (javalis) Sus scrofa, (hipopótamos) Hippopotamus amphibius,
(crocodilos) Crocodylus niloticus, (leões) Panthera leo, (gazelas) Gazella bennettii , (coelhos)
Oryctolagus cuniculus, (macacos) Pan troglodytes e uma gama de diferentes pássaros.
Devido aos efeitos nefastos da guerra, a maioria dos animais de grande porte foi dizimada,
razão pela qual já não se encontra: (elefante) Loxodonta africana, (rinoceronte) Diceros
bicornis, e (búfalo) Syncerus caffer caffer (MAE, 2015).

3.1.5. Condições socioeconómicas


De acordo PEDDM (2014)a agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os
agregados familiares. O Distrito de Mocuba possui enormes potencialidades de recursos
naturais (agro-pecuários, florestais, pesqueiros, minerais), artístico-culturais e de turismo,
cujo nível de exploração ainda é baixo, colocando-o numa situação de menor grau de
desenvolvimento socioeconómico.

O Distrito é rico em espécies nativa produtoras de madeiras preciosas e tem grande potencial
silvícola. As principais espécies de madeira são: Mucarala, Umbila, Chanfuta, Jambire,
Muroto, Pau-ferro e Mondzo. O desflorestamento e a erosão de solos são problemas que
afectam sobremaneira o distrito de Mocuba. A lenha é a fonte de energia mais utilizada para a
confecção de alimentos (PEDDM, 2014).

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3.2. Desenho de amostragem


Com base na amostragem aleatória estratificada seleccionou-se 3 áreas de estudo em função
do estado da vegetação nomeadamente, área não perturbada, semi-perturbada e perturbada. A
alocação das unidades amostrais foi proporcional á extensão de cada área de estudo, de modo
a garantir uma maior distribuição e representatividade das amostras. Assim, foram lançados
300 (trezentos) pontos, sendo 100 (cem) para área não perturbada, 100 (cem) para semi-
perturbada e 100 (cem) para perturbada.

3.2.1. Amostragem para a vegetação arbórea-arbustiva


Em cada unidade amostral estabelecido fez-se o levantamento de indivíduos com DAP ≥ 10
cm, onde foram medidas diâmetro, altura (total e comercial) e identificadas todas as espécies,
com vista a produzir informação fitossosiológica na parcela de 20 x 50m e dentro dela
estabeleceu-se uma sub-parcela de 10 x 25m para regeneração estabelecida, onde fez-se o
mesmo levantamento (Figura 4.) (BARBOUR et al., 1987).

3.2.2. Amostragem para regeneração


Para a amostragem da regeneração natural foi considerado uma classe de tamanho,
designadamente (HOSOKAWA, 1986): (i) (plântulas/ regeneração natural não estabelecida).
A regeneração não estabelecida foi amostrada em quadrículas de 5x5 m dentro da sub-parcela
de 10 x 25m (Figura 4), onde foram contados todos os indivíduos com DAP inferior a 5 cm de
modo a produzir a informação relativa à composição florística e identificados pelo nome local
e/ou científico, de modo a determinar a estrutura fisionómica (Figura- 4).

Figura 3. Ilustração da parcela da vegetação arbórea-arbustiva

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3.2.3. Recolha de dados


A recolha de dados foi na base de levantamento, entrevista semiestruturada e observação
directa. Para cada área de estudo, foram localizados os pontos, a partir dos quais estabeleceu-
se 3 (três) transectos de 650 m cada separados por uma distância de 1 Km, com orientação
Norte. Em cada transecto, foram estabelecidas 5 parcelas de 20 x 50 m, com uma separação
de 100 m (Fig.3), cujas coordenadas geográficas foram registadas usando GPS.
650m

50m 100m 20m

Figura 4.Ilustração do desenho de amostragem

3.2.4. Entrevistas
Foram feitas entrevistas semi-estruturadas à comunidade local em relação a causas da
degradação do ecossistema de miombo na área de estudo. Para a entrevista foi abordado o
método de amostragem probabilístico (Amostragem Aleatória Simples), cada individuo tem a
mesma probabilidade de ser incluído na amostra, a partir da fórmula 2 proposta por
BARBETTA (2002), foram entrevistados um total de 46 agregados baseada na entrevista
semi-estruturada. Para a determinação do tamanho de amostra dos inqueridos, baseou-se na
população total (600) para o povoado de Mkamura e foi usado o erro amostral de 5%, com o
grau de certeza ou confiança de 90%.
𝑛
𝑃 = (1)
𝑁
Onde: 𝑃 = probabilidade de uma unidade amostral da população de ser seleccionada; 𝑛 =
Tamanho da amostra e 𝑁 = Tamanho da população.

Para a determinação do tamanho de amostra foi usada a fórmula proposta por LEVINE
(2000), quando p-Proporção populacional de indivíduos que pertence a categoria que estamos
interessados em estudar e q -Proporção populacional de indivíduos que não pertence à
categoria que estamos interessados em estudar (q = 1 – p), forem desconhecidos, substituímos
pˆ e qˆ por 0,5, obtendo a seguinte estimativa:
2
𝑍∝/2 × 0,25
𝑛 = (2)
𝐸2
Onde: 𝑛 = Tamanho da amostra; 𝑍𝑎/2 = Valor crítico que corresponde ao grau de confiança
desejado; 𝐸 =Margem de erro ou erro máximo de estimativa. Identifica a diferença máxima
entre a proporção amostral e a verdadeira proporção populacional (p).
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Observação directa
As observações do estado da conservação do ecossistema de miombo, feitas na área de estudo
tiveram um carácter quantitativo em alguns casos qualitativo. As observações incluíram
principalmente actividades desenvolvidas nas áreas de estudo, sinais de ocorrência de
incêndios florestais. Segundo BONI et al., (2005), a técnica de observação directa o
pesquisador procura recolher e verificar os factos reais do estudo, sem a utilização de meios
técnicos especiais, ou seja, sem planeamento ou controlo.

3.2.5. Parâmetros avaliados

3.2.5.1.Fisionómica
Para o cálculo das estimativas dos parâmetros fisionómicas, segundo LAMPRECHT (1990),
ZILLER (1992) e WATZLAWICK et al., (2005), utiliza-se as seguintes variáveis: Densidade
absoluta (DeAb ou DA); Dominância absoluta (DoAb ou DOA); Frequência absoluta (FrAb
ou FA); Densidade relativa (DeRe ou DR); Dominância relativa (DoRe ou DOR); Frequência
relativa (FrRe ou FR); Índice de valor de cobertura (IVC) e Índice de valor de importância
(IVI).

3.2.5.1.1. Densidade
A densidade é o número de indivíduos em uma área determinada e se estima a partir da
contagem do número de indivíduos desta área.

(á𝑟𝑣/ℎ𝑎) (3)
𝐷𝑒𝐴𝑏 =
(ℎ𝑎)
Onde:
𝐷𝑒𝐴𝑏 = densidade absoluta; 𝑛 = número de indivíduos de determinada área; á𝑟𝑒𝑎 = Unidade
de área em que se esta trabalhando.

𝐷𝑒𝐴𝑏 (4)
𝐷𝑒𝑅𝑒 = ∗ 100
∑ 𝐷𝑒𝐴𝑏
Onde:
𝐷𝑒𝑅𝑒 = densidade relativa
𝐷𝑒𝐴𝑏 = densidade absoluta;
∑ 𝐷𝑒𝐴𝑏 = somatório de densidade absoluta.

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3.2.5.1.2. Dominância
De acordo com LAMPRECHT (1990), a dominância é o grau de cobertura das espécies como
expressão do espaço por elas requerido. Expressa a área basal de uma espécie na área.

2
𝑔𝑖 (𝑚2 ) (5)
𝐷𝑜𝐴𝑏 (𝑚 /ℎ𝑎) =
𝐴(ℎ𝑎)
Onde:

𝐷𝑜𝐴𝑏 = dominância absoluta (𝑚2 /ℎ𝑎);


𝜋 ∗ 𝑑²
𝑔𝑖 = área basal total da espécie i;
4

𝑑 = DAP de cada individuo em centímetro;


ℎ𝑎 = unidade de área em que se esta trabalhando (ℎ𝑎).

𝑔𝑖 (6)
𝐷𝑜𝑅𝑒 (%) = ∗ 100
𝐺
Onde:
𝐷𝑜𝑅𝑒 = dominância relativa (%);
𝜋 ∗ 𝑑²
𝑔𝑖 = área basal total da espécie i;
4

𝑑 = DAP de cada individuo em centímetro;


𝐺 = área basal total (𝑔𝑖).

3.2.5.1.3. Frequência
É a relação entre o número de parcelas em que determinada espécie ocorre e o número total de
parcelas amostradas.
𝑝𝑖
𝐹𝑒𝐴𝑏 = (7)
𝑝
Onde:
𝐹𝑒𝐴𝑏 = frequência absoluta;
𝑃𝑖 = número de parcelas com ocorrência da espécie i;
𝑃 = número total de parcelas.

𝐹𝑎𝑖 (8)
𝐹𝑒𝑅𝑒 = ∗ 100
𝐹𝐴
Onde:
𝐹𝑒𝑅𝑒 = frequência relativa; 𝐹𝐴𝑖 = frequências absolutas da espécie i; 𝐹𝐴 = soma das
frequências absolutas de todas as espécies consideradas no levantamento.

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3.2.5.1.4. Índice de Valor de Importância


É dado pelo somatório da densidade relativa (DeRe); frequência relativa (FeRe) e dominância
relativa (DoRe) de uma determinada espécie.

𝐼𝑉𝐼 = 𝐷𝑒𝑅𝑒 + 𝐹𝑒𝑅𝑒 + 𝐷𝑜𝑅𝑒 (9)

Onde:
𝐼𝑉𝐼 = índice Valor de Importância;
𝐷𝑒𝑅𝑒 = densidade relativa;
𝐹𝑒𝑅𝑒 = frequência relativa;
𝐷𝑜𝑅𝑒 = dominância relativa.

3.2.6. Composição e diversidade florística

3.2.6.1. Índice de Shannon-Wiener (H’)


Para a estimativa da diversidade específica, empregou-se o índice de Shannon - Weaner
(MAGURRAN, 1989), que é expresso pela fórmula:

H’=− ∑ 𝑝𝑖 ∗ ln(𝑝𝑖) (10)

Onde:
𝑝𝑖 = proporção de indivíduos da i-ésima espécie;
𝑛𝑖 = número de indivíduos amostrados para a espécie i;
𝑁 = número total de indivíduos amostrados.

3.2.6.1.1. Equitabilidade de Pielou (J’)


Equitabilidade comummente interpreta o índice de shannon é dado pela seguinte expressão
(VALENTIN, 2000):

𝐻 ′ (𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑜) (11)
J’ =
𝐻 ′ 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜
Onde:
H’máximo = é a diversidade máxima possível que pode ser observada se todas as espécies
apresentarem igual abundância.

H’ máximo = log S
Onde: S = número total de espécies.

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3.3. Análise de dados


Para o processamento dos dados obtidos no campo da contagem e identificação das espécies
foi usado o pacote estatístico microsoft Excel 2010, onde foram obtidas as estimativas dos
parâmetros florísticos e fitossociológicos. Com o objectivo de caracterizar o grupo alvo usou-
se estatísticas descritivas onde foram feitas tabelas de frequência relativa e absoluta para
determinar o índice de biodiversidade e Equitabilidade de Pielou. Os dados da entrevista
foram processados no pacote estatístico PASWStatistics 18.

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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Composição florística do estrato arbustivo e arbóreo do ecossistema de


miombo nas 3 (três) áreas amostrais: Não perturbada, semi-perturbada e
perturbada
No presente estudo foram registadas no total 66 espécies distribuídas em 16 famílias e 38
géneros dentre as quais 27 na área não perturbada, 22 na semi-perturbada e 17 na perturbada
(Tabela 1).

A família Fabacea apresentou maior riqueza de espécies, com um total de 27 espécies, sendo
que (42%) na área não perturbada, (32,2%) na semi-perturbada e (25%) na perturbada.

Tabela 1. Número de espécies e género por família da área total de estudo


Área não Área semi- Área
perturbada perturbada perturbada Total de
Família Espécies Espécies Espécies Espécies
Anacardiaceae 0 0 0 0
Annonaceae 2 1 1 4
Araliaceae 1 1 0 2
Boraginaceae 2 2 3 7
Combretaceae 1 2 1 4
Ebenaceae 1 0 1 2
Euphorbiaceae 1 1 1 3
Fabaceae 12 9 7 28
Loganiaceae 1 1 1 3
Meliaceae 1 1 1 3
Moraceae 2 1 0 3
Olacaceae 0 0 0 0
Rhamnaceae 1 1 0 2
Rubiaceae 0 1 1 2
Sapotaceae 0 1 0 1
Sterculiaceae 2 0 0 2
TOTAL 27 22 17 66

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MUHALE (2004), no seu estudo sobre a composição e estrutura arbórea ao longo de um


gradiente altitudinal na Reserva Florestal de Moribane Província de Manica, obteve resultados
contraditórios onde a família Fabaceae como sendo a mais representativa com 45 espécies.

Também resultados contraditórios foram aos obtidos por HOFIÇO (2014), no seu estudo
sobre suficiência amostral para floresta de miombo no distrito de Mocuba Província da
Zambézia, em que a família Fabaceae foi a mais representativa com maior riqueza com 48 de
espécies.

De acordo com JOÃO (2017), a floresta de Miombo é dominada pela família Fabaceae. A
razão desta diferença deve-se a área da realização dos estudos, da intensidade amostral e
período da realização dos estudos. Visto que quando maior for a intensidade de amostra maior
será diversidade de amostra e no período chuvoso a vegetação encontra-se muito expressa em
relação a período seco. Neste sentido o presente estudo teve menor intensidade amostral em
relação a estudos acima e foi realizado na época seca possivelmente seja por esta razão de se
obter a família Fabacea com menor riqueza de espécies, com um total de 27, em relação aos
estudos acima.

No entanto, no presente estudo a área não perturbada apresentou maior riqueza de espécies
coincidentemente na sua maioria pertencentes a família Fabaceae, em relação a área semi-
perturbada e perturbada- isso é devido a pressão que essas áreas tem sofrido vindo das
actividades antrópicas como a agricultura itinerante produção de carvão vegetal e os
incêndios. As diferenças encontradas na composição florística nas áreas amostrais estão
associadas à exploração de madeira bem como ao desmatamento e aos incêndios florestais
para abertura de machambas e a caça que causam a degradação contínuo do ecossistema de
miombo.

Para além destes factores, a construção de infra-estruturas em lugar sensíveis e de forma


desordenada pelas comunidades reduz a capacidade de resiliência destes ecossistemas, isto,
verificou-se com maior incidência na área perturbada. Adicionalmente, nestas áreas foram
visíveis vestígios de acções antrópicas, como corte selectivo de árvores, sinais de queimadas,
resto de madeira parcial ou totalmente carbonizado, cicatrizes nos troncos das árvores,
regeneração de cepos pela acção do fogo.

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Número de individuos por falimía Número de espécies por família da área total de estudo
18
16
14
12
10
8 Não perturbada
6
4 Semi-perturbada
2
0 Perturbada

Euphorbiaceae
Annonaceae

Fabaceae
Loganiaceae

Moraceae
Boraginaceae

Sterculiaceae
Ebenaceae

Rubiaceae
Araliaceae
Anacardiaceae

Olacaceae
Meliaceae

Rhamnaceae

Sapotaceae
Combretaceae

Família

Figura 5. Representação das famílias de espécies registradas nas três áreas de estudo

Nota-se que a família Fabaceae com maior número de espécies em seguida a família
Boraginaceae, mas é importante salientar que o número de espécies tende a diminuir para
cada família na medida em que o nível de perturbação aumenta, isso quer dizer que área não
perturbada apresenta maior número de espécies em relação a área semi-perturbada e
perturbada.

4.1.1. Índices de diversidade de espécies


A riqueza é de 31 espécies arbóreas e 35 arbustivas numa área de 3,75ha. O índice de
diversidade de Shannon é maior em área não perturbada seguido da área semi-perturbada,
enquanto o Pielou é maior seguido da área perturbada e semi-perturbada (Tabela 2).

Tabela 2. Indice de Shannon- Wiener (H’), e índice de Uniformidade de Pielou (J´) de cada área em
estudo com DAP ≥ 10 cm
Floresta de Miombo: Concessão Sotomane
Parâmetros Área Amostral
Não perturbada Semi-perturbada Perturbada
Shannon-Wiener (H’) 2,92 2,54 1,92
Pielou (J´) 0,58 0,71 0,65

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Os resultados indicam que o índice de diversidade de Shannon-Wiener para as áreas, não


perturbada, semi-perturbada e perturbada foram de 2.92; 2.54 e 1.92, respectivamente. E para
o Índice de Uniformidade de Pielou (J´) foi diferente, visto que, o índice varia de 0 a 1,0,
sendo que o valor 1,0 representa a situação em que todas as espécies possuem a mesma
quantidade de indivíduos. No entanto pode-se afirmar, que o total de indivíduos por espécie e
a equitabilidade na área em estudo é muito semelhante. É importante realçar, que, o índice de
equitabilidade de Pielou (J´) da maior importância às espécies dominantes.

A área não perturbada, semi-perturbada e a perturbada têm maior diversidade média de índice
Shannon- Wiener (H’) e de equitabilidade de Pielou (J´).

Tabela 3.Índice de Shannon-Wiener (H’), e índice de Uniformidade de Pielou (J´) de cada área em
estudo (árvores 5 ≤ DAP <10 cm).
Floresta de Miombo: Concessao Sotemane
Área Amostral
Parâmetros Não perturbada Semi-perturbada Perturbada
Shannon-Wiener (H’) 2,76 2,52 1,98
Pielou (J´) 0,81 0,74 0,62

Os resultados obtidos a partir do estudo encontram-se dentro dos parâmetros aceites uma vez
que o índice de Shannon-Weiner (H'), os seus valores encontram-se entre 1,5 e 3,5 e nunca
excede 4,5 (KENT e COKER, 1994) enquanto que os valores obtidos de Índice de
Uniformidade de Pielou (J´) são: 0,81; 0,74; 0,62, também se encontram dentro do intervalo
estabelecido que varia de 0 a 1,0, sendo que o valor 1,0 representa a situação em que todas as
espécies possuem a mesma quantidade de indivíduos.

Quanto menor o valor do índice de Shannon, menor o grau de incerteza e, portanto, a


diversidade da amostra é baixa. A diversidade tende a ser mais alta quanto maior o valor do
índice e em relação a Índice de Pielou (J´) quando se aproxima a 1,0 ou igual a 1,0 representa
a situação em que todas as espécies possuem a mesma quantidade de indivíduos.

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 26


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O comportamento observado para o índice de diversidade de Shannon-Wienner (H´) e Pielou


revela que a área de estudo exibe alta diversidade de espécies e distribuição uniforme de
número de indivíduos em relação ao número de espécies.

Índice de Shannon-Weiner (H') e Índice de Uniformidade de Pielou


(J´) na área de estudo
Não perturbada Semi-perturbada Perturbada

2.92 2.76
Valor de Índice

2.54 2.52
1.92 1.98

0.85 0.71 0.65 0.81 0.74 0.62

Árvores Adultas R. Estabelecida Árvores Adultas R. Estabelecida


Índice de Shannon-Weiner (H') Índice de Uniformidade de Pielou (J´)

Figura 6. Índice de Shannon-Wiener (H’), e índice de Uniformidade de Pielou (J´) de cada área em estudo
(árvores com DAP ≥ 10 cm) e (árvores 5 ≤ DAP <10 cm)

O índice de diversidade de Shannon-Wiener e de Uniformidade de Pielou (J´), para árvores


adultas com DAP ≥ 10 cm, mostra valores muito próximo a de (regeneração estabelecida)
árvores com 5 ≤ DAP <10 cm, na área não perturbada e semi-perturbada. Isto indica que as
florestas de miombo possuem alta capacidade de resiliência após certa perturbação (figura 6)
(SAMUEL, 2006).

Este facto foi observado por DOMINGOS (2012), em seu estudo sobre Caracterização da
estrutura e composição florística das áreas sob plantação florestal na Serra da Gorongosa,
onde obteve o valor do índice Shannon-Weiner (H') igual a (1,78) no estrato inferior, (2,08)
no estrado médio e (2,65) no estrato alto e para o Índice de Uniformidade de Pielou (J´)
obteve os seguintes valores: (0,87), (0,79) e (0,83) respectivamente. Esses resultados são
interessantes tratando-se de mesma formação florestal, pois evidencia que o estágio
sucessional influenciou fortemente neste índice. Facto que mostra que existe maior
diversidade e distribuição uniforme de número de indivíduos por espécies na área de estudo.

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4.2. Análise fitossociológica


4.2.1. Estrutura horizontal
4.2.2. Lista de espécies por área de estudo quanto ao Índice de Valor de Importância
(IVI), (árvores com DAP ≥ 10 cm)
Foram registadas 1392 indivíduos distribuídos em 31 espécies e analisadas em função do
índice de valor de importância. Nas áreas amostrais destacaram-se dez (10) espécies com
maior índice de valore de importância (IVI %) nomeadamente: a Brachystegia spiciformis,
Pterocarpus angolensis, Julbernardia paniculata, Breonadia microcephala, Afzelia
quanzensis, Inhambanella henriquesii, Annona senegalensis, Artabotrys brachypetalus,
Berchemia discolor, Dalbergia melanoxylon (Tabela 4). Com um peso de 667,41% do total
do valor de IVI.

Tabela 4.Lista de espécies que mais se destacaram por área de estudo quanto ao Índice de Valor de Importância
(IVI), (árvores com DAP ≥ 10 cm)

IVI por área de estudo %


Nome científico Não perturbada Semi - perturbada Perturbada
Afzelia quanzensis Welw.t 40,11 34,72 0,00
Annona senegalensis Pers. 40,06 9,04 1,97
Artabotrys brachypetalus Benth. 38,89 2,06 0,00
Berchemia discolor Hemsl 36,80 0,00 0,00
Brachystegia boehmii Taub. 11,85 2,27 1,57
Brachystegia longifolia Benth. 11,00 4,36 0,00
Brachystegia spiciformis Benth. 11,36 37,97 59,67
Breonadia microcephala (Delile) 9,60 13,90 52,72
Burkea africana Hook 9,00 7,34 12,98
Combretum imberbe Wawra 8,92 5,94 6,10
Cussonia spicata Thunb. 8,31 8,57 0,00
Dalbergia melanoxylon 8,23 9,78 18,66
Ehretia amoena Klotzsch. 7,84 0,53 0,00
Ficus ingens Miq. 0,84 1,40 0,00
Inhambanella henriquesii 6,17 49,55 0,00
Julbernardia globiflora (Benth.) 6,02 2,00 0,00
Julbernardia paniculata (Benth.) 4,80 4,13 70,74

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 28


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Khaya anthotheca C.DC. 4,85 10,59 18,18


Lannea discolor Engl. 5,00 12,83 0,00
Millettia stuhlmannii Taub 2,80 9,36 0,00
Milne-Redh. 2,77 6,58 0,00
Olax dissitiflora Oliv. 1,68 6,42 0,00
Pericopsis angolensis DC. (Baker) 0,72 6,89 0,00
Pseudolachnostylis maprouneifolia 0,83 1,03 0,00
Pteleopsis myrtifolia Engl. & Diels 0,75 0,00 0,00
Pterocarpus angolensis DC. 6,74 42,33 57,40
Pterocarpus rotundifolius Druce 0,72 0,00 0,00
Sterculia appendiculata K.Schum. 0,00 0,73 0,00
Sterculia quinqueloba K.Schum. 0,00 0,62 0,00
Strychnos madagascariensis Poir. 0,00 0,67 0,00
Swartzia madagascariensis Desv. 13,31 8,59 0,00
TOTAL 300 300 300
IVI = Índice de Valor de Importância em %.

A tabela acima mostra as espécies de acordo o valor de índice de valor de importância, que
mas se destacaram por área amostral. Com base neste índice foi possível comparar pesos
ecológicos das espécies na área de estudo. Observa-se na tabela que existe uma diferença em
termo do peso ecológico das espécies, isto é, quanto a estrutura e composição. A espécie
Brachystegia spiciformis apresenta o maior IVI o que mostra maior densidade, dominância e
frequência desta espécie na área não perturbada. A espécie Pterocarpus angolensis destacou-
se em segundo lugar depois da espécie Julbernardia paniculata em termo do peso ecológico.

Esses resultados mostram que a espécie Dalbergia melanoxylon é menos explorada na


Concessão Sotomane. A exploração sustentável dos recursos da floresta é a melhor opção
para garantir a conservação das espécies e rentabilidade financeira (PETERS et al., 1989).

No entanto, estes resultados revelam que a actividade de exploração florestal (ou não afecta) o
ecossistema de miombo visto que, as espécies ou indivíduos são abatidos em função dos
objectivos previstos no plano de maneio dos recursos naturais que visa garantir a exploração e
a utilização dos recursos naturais de forma sustentável, o maior problema esta relacionada
com a exploração ilegal, das actividades antrópicas realizadas por comunidades que si
encontram no limite desta concessão.
Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 29
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Para a regeneração natural estabelecida, foram registadas 874 indivíduos distribuídos em 35


espécies pertencentes a 16 famílias, das quais dez (10) espécies apresentaram maior índice de
valores de importância (IVI %), nomeadamente: Pericopsis angolensis, Julbernardia
globiflora, Brachystegia spiciformis, Brachystegia boehmii, Cussonia spicata, Ehretia
amoena, Diospyros mespiliformis, Breonadia microcephala, Entandrophragma caudatum e
Berchemia discolor (Tabela. 5), com peso ecológico de 701,07% do total do IVI.

Verificou-se ainda que, para as espécies de densidade e dominância maior, o IVI variou de
acordo com os três (3) índices fitossociológicos conjuntamente (Anexo 4, 5 e 6). No caso de,
Pericopsis angolensis, destacou-se das demais pela alta densidade e dominância
consequentemente representa a espécies sociologicamente mais importante com 125,50 % de
IVI.

As espécies Entandrophragma caudatum e Berchemia discolor também se mostram bem


distribuídas e dispersas ao longo da área amostrada. Constata-se que a área não perturbada
representa espécies socialmente mais importantes em relação a área semi-perturbada e
perturbada.

Tabela 5. Lista de espécies que mais se destacaram por área de estudo quanto ao Índice de Valor de Importância
(IVI), 5 ≤ DAP <10 cm

IVI por área de estudo %


Nome científico Não perturbada Semi -perturbada Perturbada
Afzelia quanzensis Welw.t 3.89 4.38 3.14
Annona senegalensis Pers. 5.68 7.79 0.00
Artabotrys brachypetalus Benth. 1.76 3.20 0.00
Berchemia discolor Hemsl 9.74 10.12 16.05
Brachystegia boehmii Taub. 33.66 27.37 16.23
Brachystegia longifolia Benth. 1.97 1.99 0.00
Brachystegia spiciformis Benth. 34.70 25.43 31.56
Brachystegia utilis 7.85 9.57 15.08
Breonadia microcephala 12.70 15.28 18.38
Burkea africana Hook 5.47 7.50 0.00
Combretum imberbe Wawra 0.00 2.97 0.00
Cordyla africana Lour. 0.59 0.85 0.00

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Cussonia spicata Thunb. 20.72 21.94 32.81


Dalbergia melanoxylon 6.99 5.85 0.00
Ehretia amoena Klotzsch. 14.38 12.75 20.55
Entandrophragma caudatum 16.77 22.85 24.58
Ficus ingens Miq. 14.67 22.14 0.00
Cussonia spicata Thunb. 3.57 0.91 0.00
Inhambanella henriquesii 1.49 0.00 0.00
Julbernardia globiflora (Benth.) 31.38 28.64 40.19
Julbernardia paniculata (Benth.) 0.73 2.44 0.00
Khaya anthotheca C.DC. 0.62 0.95 0.00
Lannea discolor Engl. 0.00 0.00 0.00
Millettia stuhlmannii Taub 0.00 0.00 0.00
Milne-Redh. 13.36 9.97 0.00
Olax dissitiflora Oliv. 0.00 0.00 0.00
Pericopsis angolensis 0.00 2.09 0.00
Pseudolachnostylis maprouneifolia 0.00 0.00 0.00
Pteleopsis myrtifolia Engl. & Diels 0.00 0.00 0.00
Pterocarpus angolensis DC. 42.33 37.59 45.58
Pterocarpus rotundifolius Druce 0.00 0.85 0.00
Sterculia appendiculata K.Schum 0.00 0.00 15.05
Sterculia quinqueloba K.Schum. 0.67 0.00 5.09
Strychnos madagascariensis Poir. 0.00 0.00 1.91
Swartzia madagascariensis Desv. 14.32 14.58 13.80
TOTAL 300 300 300
IVI = Índice de Valor de Importância em %.

Resultados semelhantes foram obtidos por HOFIÇO (2014), no seu estudo sobre suficiência
amostral para floresta de miombo no distrito de Mocuba, Província da Zambézia, onde teve
dez (10) espécies de maiores valores de importância (VI) por ordem decrescente foram a
Brachystegia spiciformis, Pterocarpus angolensis, Pseudolachnostylis maprouneifolia,
Swartzia madagascariensis, Julbernardia globiflora, Burkea africana, Pteleopsis myrtifolia,
Brachystegia boehmii, Ficus ingens e Pericopsis angolensis com um pouco de 33,76 %.

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 31


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A Brachystegia spiciformis destacou-se das demais pela alta dominância e densidade, e


destaca-se como a espécie sociologicamente mais importante com 8,0% de IVI. As espécies
Pterocarpus angolensis e a Pericopsis angolensis também se mostraram bem distribuídas e
dispersas ao longo da área amostrada com menor número do IVI igual a 4,9 e 1,9% e
respectivamente.

Esses resultados são interessantes, visto que apresenta uma similaridade com a do presente
estudo essa situação é devido ao se tratar de mesma formação florestal, mesma área de estudo,
pois evidencia que o estágio sucessional influenciou nos diferentes resultados obtidos em cada
área de estudo em que área não perturbada apresenta maior densidade, dominância e IVI.

Resultados contraditórios foram obtidos por GUEDES (2004), em seu estudo sobre
Caracterização silvicultural e comparação das reservas florestais de Maronga, Moribane e
Zomba, província de Manica, onde foram identificados 609 indivíduos, 15 espécies e 5
famílias, 720 indivíduos, 22 espécies e 10 famílias e 512 indivíduos, 17 espécies e 7 família
nas reservas florestais de Maronga, Moribane e Zomba respectivamente. E as espécies que
apresentaram densidade e dominância maior, e consequentemente maior IVI em ordem
crescente são: Swartzia madagascariensis, Annona senegalensis, Burkea africana, Pteleopsis
myrtifolia, Pterocarpus angolensis, Afzelia quanzensis e Julbernardia globiflora.

Facto que pode explicar a diferença dos resultados acima e a do presente estudo, seja
provavelmente, o período de estudo, área de estudo e a intensidade da amostra. Pois no
período chuvoso muitas espécies são regeneradas e quanto maior é a intercidade de amostra
maior será a densidade de espécies.

A tabela 5, mostram a regeneração natural das espécies na área não perturbada, semi-
perturbada e perturbada. Onde verifica-se que em termo de IVI que muitas famílias estão
representadas diferentemente da área não perturbada o que se observa também em termo de
frequência. Na mesma área verificou-se uma regeneração de algumas espécies novas que não
se verificaram nas áreas semi-perturbada e perturbada como é o caso de espécies
Inhambanella henriquesii e Sterculia quinqueloba. Também verificou-se que as espécies
apresentam um nível de crescimento menor o que pode-se concluir que os factores como
queimadas, condições do solo, a presença de espécies invasoras contribuem para fraca
regeneração das espécies na área perturbada.

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 32


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Olhando para grau de perturbação da área verificou-se que a área foi muito perturbada o que
contribuiu para perda dos atributos vitais do ecossistema. A exploração de lenha e fabrico de
carvão, agricultura comercial e subsistência, exploração comercial de madeira, incêndios
florestais constituem as principais causas da degradação dos ecossistemas (SITOE et al,
2012).

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 33


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4.2.3. Distribuição diamétrica da abundacia de cada uma das áreas de estudo


A curva de distribuição diamétrica mostra um número decrescente de árvores em relação ao
aumento do diâmetro, curva do tipo exponencial negativa (“J” - invertido) Figura 7.

Distribuição diamétrica da abundâna


Não perturbada Semi-perturbada Perturbada
Abundâna (árv/ha)

309
240
170
120 140
11086 105 10080
70 64 85 72 70 60
50 40 55 47 41 33 25
30 30 19 15

[5;10[ [10;15[ [15;20[ [20;25[ [25;30[ [30;35[ [35;40[ [40;45[ [ ≥ 45

Classe diamétrica (cm)

Figura 7. Distribuição diamétrica das espécies na área de estudo

A curva mostra que a frequência de indivíduos diminui com o aumento do diâmetro. Padrões
de distribuição com características próximas ao que foi encontrado no presente estudo,
permitem que o processo dinâmico da floresta se perpetue, pois a ausência súbita de
indivíduos dominantes dará lugar a novos indivíduos que contribuirão para o processo de
reposição natural.

Nota-se que o número de indivíduos a baixar de acordo com o nível de perturbação, oque quer
dizer que a área não perturbada apresenta maior número de indivíduos em relação a área de
semi-perturbada e perturbada, isso de acordo com o intervalo de cada classe.

Salientar que neste estudo, a presença da regeneração com diâmetro de 5 a 10 cm é muito


elevada em relação a outras classes de diâmetros o que se pode atribuir a existência de porta
sementes e clareiras resultantes da produção de carvão, que de certa forma condiciona espaço
para a penetre a incidência da luz solar no estrados dominantes favorecendo a germinação das
sementes. Pode-se observar que a quantidade de árvores de todas as espécies ou da espécie
decresce com o aumento da classe figura-7.

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 34


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SITOE (1996), sustenta que em mata nativa apresentam a distribuição diamétrica do tipo J
invertido que indica a presença de muitos indivíduos com tamanhos pequenos e poucos com
tamanho grande, como consequência de características típicas daquele tipo de formação
florestal que não atinge diâmetros muito grandes.

4.2.4. Regeneração não estabelecida


Para a regeneração não estabelecida, foram registadas 547 indivíduos, pertencentes a 27
espécies e 11 famílias. Das quais quatro (4) espécies com maior densidade e frequência
relativa em todas áreas, por ordem decrescente foram a Brachystegia spiciformis, Pterocarpus
angolenses, Ehretia amoena, e Pseudolachnostylis maprouneifolia (Tabela 6).

Tabela 6.Lista de espécies que mais se destacaram por área de estudo quanto a Densidade e Frequência
relativa, para regeneração não estabelecida com (DAP <5 cm e altura ≥ 10 cm)
Área não perturbada Área semi-perturbada Área perturbada
Espécies Número

Nome Científico DeRe FeRe DeRe FeRe DeRe FeRe


Afzelia quanzensis Welw.t 0 0 0,58 1,28 0 0
Annona senegalensis Pers. 0 0 1,74 1,28 0,91 1,59
Artabotrys brachypetalus 0 0 1,16 3,85 0 0
Brachystegia boehmii Taub. 1,51 2,41 0 0 0 0
Brachystegia bussei Harms 0,38 1,20 0,58 1,28 0 0
Brachystegia spiciformis 18,49 12,05 17,44 12,82 16,36 14,29
Breonadia microcephala 0,38 1,20 0,58 1,28 0 0
Burkea africana Hook 0 0 8,72 7,69 4,55 6,35
Dalbergia melanoxylon 0 0 1,16 1,28 0 0
Diospyros mespiliformis 0,38 1,20 0 0 0,91 1,59
Ehretia amoena Klotzsch. 17,36 12,05 15,70 11,54 13,64 11,11
Ficus ingens Miq. 5,66 7,23 8,14 8,97 0 0
Julbernardia globiflora 2,64 4,82 3,49 5,13 0,91 1,59
Julbernardia paniculata 8,3 12,05 0 0 7,27 7,94
Lannea discolor Engl. 0,75 2,41 0 0 0 0
Lonchocarpus bussei Harms 0 0 0,58 1,28 0 0
Millettia stuhlmannii Taub 3,4 3,61 0 0 0 0

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Milne-Redh. 0 0 5,81 6,41 0 0


Pericopsis angolensis 0 0 0 0 6,36 9,52
Pseudolachnostylis 15,85 10,84 9,30 8,97 13,64 12,70
maprouneifolia
Pteleopsis myrtifolia 3,02 6,02 4,65 6,41 2,73 3,17
Pterocarpus angolensis DC. 16,6 12,05 14,53 10,26 20,91 14,29
Pterocarpus rotundifolius 0 0 4,65 7,69 5,45 6,35
Sclerocarya birrea Hochst. 0,38 1,20 0 0 0 0
Sterculia quinqueloba 0,75 2,41 1,16 2,56 0 0
Strychnos madagascariensis 4,15 7,23 0 0 6,36 9,52
TOTAL 100 100 100 100 100 100
DeRe = Densidade relativa, em % e FeRe = frequência relativa, em %.

Nota-se ainda que na área não perturbada a espécie Brachystegia spiciformis obteve-se
18,49% de densidade relativa e 12,05% frequência relativa, Pterocarpus angolenses 14,53% e
10,26%, Ehretia amoena 17,36% e 12,05%, e Pseudolachnostylis maprouneifolia 15,85% e
10,84% respectivamente.

Na área semi-perturbada a espécie Brachystegia spiciformis obteve-se os seguintes valores


17,44% de densidade relativa e 12,82% frequência relativa, Pterocarpus angolenses 16,6% e
12,05%, Ehretia amoena 15,70% e 11,54% e Pseudolachnostylis maprouneifolia 9,30% e
8,97% respectivamente.

E por fim na área Perturbada a espécie Brachystegia spiciformis obteve-se 16,36% de


densidade relativa e 14,29% frequência relativa, Pterocarpus angolenses 20,91 % e 14,29%,
Ehretia amoena 13,64% e 11,11% e Pseudolachnostylis maprouneifolia 13,64% e 12,70%
respectivamente (Tabela 6).

Resultados similares foram encontrados por CHUMA (2015), no seu estudo sobre a análise da
dinâmica espacial de degradação do ecossistema de miombo entre 1990-2011 no Distrito de
Cheringoma, observou na floresta de miombo uma maior densidade relativa da espécie
Pseudolachnostylis maprouneifolia, Pterocarpus angolensis e Brachystegia spiciformis
(40%), (31%) e (23%) respectivamente. Os valores percentuais das espécies observados nesta
área são altos, e isto, deve-se à diferenças em termos de amostragem, período de recolha dos
dados visto que em tempo de chuvas a vegetação mostra-se mais expressiva.

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Importa salientar que as espécies que apresentaram maior densidade e frequência relativa são
as que tiveram maior densidade e frequência absoluta. A área perturbada apresentou maior
quantidade de espécies em regenerada em relação a área semi-perturbadada e a não
perturbada, essa situação foi devido a maior capacidade resiliência depois da perturbação
(Anexo 7, 8 e 9).

A elevada mortalidade pode ser atribuída às diversas actividades realizadas, como é o caso da
prática agrícola e pisoteio pela pastorícia, actividades que sucedem á exploração mineira e
produção de carvão (SITOE, 1996). E na área semi-perturbada também mostrou-se perturbada
com muitos indivíduos que não chegam a fase adulta, e nalguns casos, são sequestrados para a
produção de carvão antes de alcançarem os diâmetros recomendados, conforme as
observações no terreno.

As constatações referidas sugerem a necessidade de intervenção silvicultural no sentido de


controlar a produção de carvão vegetal, que pode num futuro próximo vir a alterar as
características do solo, reduzir a fauna local, objecto importante na disseminação de sementes
que pode influenciar a conservação da flora e fauna local.

4.3. Estado de conservação do ecossistema de miombo: Concessão Sotomane


Foram inqueridos 46 agregados familiares dos quais 65,2% são do sexo masculino e 34,8% do
sexo feminino e cerca de 37% possuem idade compreendida entre de 18-35 anos, (43%) de
35-60 e os restantes (9 %) com maior de 60 anos. E cerca de (89%) de agregado familiar
dedica-se a actividade agrícola (7%) são comerciantes e (4%) outras actividades.

Os valores de frequências de espécies na área de estudo. Da análise feita, constatou-se que


95% dos entrevistados, afirmam que o estado das florestas a á 20 anos atrás eram
densas/fechadas e com maior riqueza de espécies, as espécies mais frequente
comparativamente com as outras espécies era Swartzia madagascariensis (Pau-ferro)
seguindo a espécie Dalbergia melanoxylon (Pau-preto).

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A maior frequência da espécie Pteleopsis myrtifolia (Mungoroze) deve se ao fato de ser uma
espécie que não deve ser explorada, protegidas por lei de florestas e fauna bravia e por serem
espécies sagradas no povoado de Namanjavira em relação as outras, por exemplo para o
fabrico de caixões. Porem, passados 20 anos 90% afirmam que actualmente as florestas estão
a diminuir, 9 % dizem que estão a diminuir sendo que 1% dizem que o estado das florestas
mantéu (figura-8).

Estado da floresta presente e há 20 anos atrás


95%
90%
Frequência

5% 9%
1%

Densas/fechadas Maior riqueza Abertas Diminuir Mantém


das espécies
Há 20 anos atrás Actualmente

Figura 8. Estado actual das floresta e há 20 anos atrás

Resultados similares foram obtidos por SITOE et al. (2016), em seu trabalho sobre
Identificação e análise dos agentes e causas directas e indirectas de desmatamento e
degradação florestal, eles apontam que dos 71 entrevistados (98%) afirmam que há anos 10
anos atrás as florestas de Muanza eram fechadas, mencionar as causas por detrais e a mesma
percentagem dos entrevistados dizem que a floresta actualmente esta degradada comparando
com a situação passada (10 anos), como causa apontaram o corte excessivo (para a produção
do carvão e lenha), desmatamento para a actividade agrícola e pastagem, incêndios florestais.

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4.3.1. Produtos extraídos da floresta de miombo há 20 anos


No concernente a produtos obtidos há 20 anos atrás e que não estão mais disponíveis, dos 46
entrevistados (50%), (15%), (8%), (17%) e (10%) dizem que há 20 anos atrás eram obtidos
madeira, animais, plantas medicinais, mel, e material de construção festivamente e (40%),
(30%), (20%) e (10%) afirmam que a madeira, animais, plantas medicinais e mel
respectivamente não estão mais disponíveis actualmente e nenhum dos entrevistados aponta
que material de construção não esta mais disponível isso indica que a comunidade ainda
consegue obter material de construção (figura-9).

Produtos
Obtidos há 20 anos atrás Não disponíveis actualmente
50%
Frequência

40%
30%
20% 17%
15%
8% 10% 10%

Madeira Animais Plantas Mel Material de


medicinais construção

Figura 9. Produtos obtidos há 20 anos atrás e que não estão mais disponíveis

CUMBANE (2010), em seu estudo sobre a análise das mudanças de uso e cobertura da terra,
obteve resultados diferentes em que dos 44 entrevistados (70%) afirmam que há 5 anos atrás
havia madeira, animais assim como materiais de construção disponíveis e (90%) dizem que é
difícil obter amadeira, animais assim como matérias de construção na comunidade. Essa
diferença citada pode estar associada a uso intensivo dos recursos florestais e não
implementação do plano de maneio das florestas que faz com que não haja a sustentabilidade
das florestas.

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 39


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4.3.2. Causa de abandono nas áreas de cultivo agrícola

E como o povoado de Mkamura para a sua subsistência depende a quase (100%) da actividade
agrícola implementando diferentes culturas, sendo assim uma das marcas da fertilidade da
terra é o abandono das áreas cultivadas e todos os entrevistados afirmam quem existem áreas
abandonadas e (90%) dos entrevistados dizem que a causa do abandono é a baixa produção,
(7%) pragas e doenças e (3%) dizem que é por causa da erosão do solo (figura-11).

Existência de áreas de cultivo abandonadas e sua causa

Existência de áreas de cultivo abandonadas Causas do abandono

100%
90%
Frequência

7% 3%

Sim Baixa produção Pragas e doenças Erosão do solo


Figura 11. Áreas de cultivo abandonadas e sua causa

Resultados similares foram obtidos SITOE et al., (2012), no contexto de REDD+ em


Moçambique, em que verificaram áreas agrícolas abandonadas sendo que este é o resultado da
prática de agricultura itinerante em que a comunidade depois de constatar a baixa produção 2
(dois) a 3 (três) anos abandonam a área e vão abrir uma nova área sucessivamente, esses
resultados acontece devido a não prática de pousio melhorado pela comunidade.

4.3.3. O estado actual dos rios e riachos


Dos 46 entrevistados (40%) afirmam que o estado dos rios e riachos há 20 anos atrás havia
maiores quantidades e qualidade de águas, (40%) maior disponibilidade dos recursos
marinhos e (20%). Sendo que (35%) dizem que actualmente os rios e riachos menor
quantidade e qualidade de águas igual numero de percentagem também afirmam que há
menor disponibilidade dos recursos marinhos e (30%) afirmam que há ausência de algumas
espécies da vegetação nativa ao longo dos rios e riachos (figura-12).

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 40


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Estado dos rios e riachos


Estado dos rios e riachos há 20 anos atrás Estado dos rios e riachos actualmente

40% 40%
35% 35%
Frequência

30%
20%

Maior Maior Presença de Menor Menor Ausência de


quantidades disponibilidade espécies quantidades disponibilidade espécies
qualidade de dos recursos nativas qualidade de dos recursos nativas
águas marinhos águas marinhos

Figura 12. Estado dos rios e riachos presente comprando com 20 anos atrás

LUÍS (2017), em seu estudo sobre a dinâmica de uso do solo e o estado de degradação das
florestas ribeirinhas do rio Licungo, na cidade de Mocuba, Província da Zambézia, entre
2006-2016, obteve resultados semelhantes em que dos 50 dos entrevistados 50% afirmam que
há 10 anos atrás havia maior quantidade e qualidade de águas e outros 50% dizem ter maior
disponibilidade dos recursos naturais em que caso inverso constata-se actualmente até
algumas espécies já não existem.

Neste exercício chegou-se juntamente com a comunidade identificar 5 (cinco) indicadores de


degradação que são: diminuição das florestas, indisponibilidade de alguns produtos antes
obtidos na floresta, baixa fertilidade da terra, abandono das áreas agrícolas, e menor
quantidade e qualidade de águas nos rios e riachos e que consequentemente a ausência de
espécies nativas em relação a há 20 anos atrás. Esses resultados espelham que da que há 20
anos podemos não ter a floresta de hoje, situação essa que vai comprometer a geração
vindoura de obter os mesmos recursos que temos actualmente.

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 41


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V. CONCLUSÕES
De acordo com os resultados apresentados e discutidos, em concordância com os objectivos deste
trabalho conclui-se que:
A área de estudo exibe alta diversidade de espécies e existe uma distribuição uniforme de
espécies, sendo que a família Fabaceae é a mais rica, e as espécies Brachystegia
spciformis, Pterocarpus angolensis e Pseudolachnostylis maprouneifolia são as mais
importantes fitossociologicamente;
A área não perturbada foi onde se obteve-se maiores espécies regeneradas, em seguida a
área semi-perturbada e por fim a área perturbada, isso porque a área perturbada sofreu
muita perturbação em relação a área semi-perturbada e não perturbada;
O estado actual das florestas encontra-se com algumas espécies em via de esticão, de
acordo com os entrevistados, apontaram que a causa da degradação de floresta de miombo
na área de estudo é: o corte excessivo (para a produção do carvão e lenha), desmatamento
para a actividade agrícola, pastagem e incêndios florestais.

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 42


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VI. RECOMENDAÇÕES
Recomenda-se a realização de um estudo similar mais detalhado, com um maior número
de amostras e que se possa incluir a ocorrência da fauna no local factor determinante e
indispensável para a disseminação da semente;
Recomenda-se a realização de dois (2) estudo um (1), sobre factores que influenciam na
regeneração de espécies arbóreas e arbustivas na Concessão Florestal em estudo e outro,
sobre mudança composicional, espacial e temporal das mesmas, para ver se a mudança
das florestas é significativa;
Recomenda-se a promover práticas conservacionistas dos recursos naturais, identificação
das espécies sagradas e melhorar a produção e produtividade agrícolas das comunidades.

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 43


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VIII. ANEXOS
Anexo 1. Estimativa dos parâmetros fitossociológicos da estrutura horizontal, observa-se a (densidade,
frequência, dominância e índice de valor de importância) árvores adultas (DAP ≥ 10 cm), para área não
perturbada.

Nome Científico 𝑫𝒆𝑨𝒃 𝑫𝒆𝑹𝒆 𝑭𝒆𝑨𝒃 𝑭𝒆𝑹𝒆 𝑫𝒐𝑨𝒃 𝑫𝒐𝑹𝒆 𝑰𝑽𝑰


Afzelia quanzensis Welw.t 14 1,66 5 2,99 2,43 2,08 6,74
Annona senegalensis Pers. 8 0,95 5 2,99 1,00 0,85 4,80
Artabotrys brachypetalus Benth. 4 0,48 3 1,80 0,62 0,53 2,80
Berchemia discolor Hemsl 12 1,43 6 3,59 1,35 1,16 6,17
Brachystegia boehmii Taub. 20 2,38 8 4,79 2,84 2,44 9,60
Brachystegia spiciformis Benth. 6 0,71 4 2,40 0,66 0,57 3,68
Breonadia microcephala 127 15,08 9 5,39 19,05 16,33 36,80
Burkea africana Hook 9 1,07 7 4,19 0,88 0,76 6,02
Combretum imberbe Wawra 32 3,80 7 4,19 4,50 3,85 11,85
Dalbergia melanoxylon 16 1,90 9 5,39 1,99 1,71 9,00
Ehretia amoena Klotzsch. 12 1,43 9 5,39 1,65 1,42 8,23
Ficus ingens Miq. 28 3,33 9 5,39 3,09 2,65 11,36
Ficus lutea Vahl 21 2,49 6 3,59 3,30 2,83 8,92
Julbernardia globiflora (Benth.) 1 0,12 1 0,60 0,14 0,12 0,84
Julbernardia paniculata (Benth.) 141 16,75 10 5,99 20,21 17,32 40,06
Khaya anthotheca C.DC. 3 0,36 4 2,40 0,33 0,28 3,03
Lannea discolor Engl. 20 2,38 7 4,19 2,03 1,74 8,31
Millettia stuhlmannii Taub 142 16,86 10 5,99 20,12 17,25 40,11
Milne-Redh. 4 0,48 3 1,80 0,58 0,50 2,77
Olax dissitiflora Oliv. 39 4,63 9 5,39 3,84 3,29 13,31
Peltophorum africanum Sond. 26 3,09 9 5,39 2,93 2,51 10,99
Pericopsis angolensis 16 1,90 8 4,79 1,34 1,15 7,84
Pseudolachnostylis 2 0,24 2 1,20 0,29 0,25 1,68
maprouneifolia
Pteleopsis myrtifolia 8 0,95 3 1,80 0,50 0,43 3,17
Pterocarpus angolensis DC. 127 15,08 10 5,99 20,78 17,81 38,89

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 48


Análise do estado actual da floresta de miombo. Estudo de caso Concessão
Sotomane Posto administrativo de Namanjavira Distrito de Mocuba
2018

Pterocarpus rotundifolius Druce 1 0,12 1 0,60 0,01 0,00 0,72


Sterculia appendiculata 1 0,12 1 0,60 0,13 0,12 0,83
Strychnos madagascariensis Poir. 1 0,12 1 0,60 0,02 0,01 0,73
Swartzia madagascariensis Desv. 1 0,12 1 0,60 0,04 0,04 0,75
TOTAL 842 100 167 100 116,642 100 300
𝐷𝑒𝐴𝑏 = Densidade absoluta (ind.ha-1); 𝐷𝑒𝑅𝑒 = Densidade relativa, em %; 𝐹𝑒𝐴𝑏 = frequência absoluta, em(ind.ha-
1); 𝐹𝑒𝑅𝑒 = frequência relativa, em %. 𝐷𝑜𝐴𝑏 = Dominância absoluta em m2.ha-1; 𝐷𝑜𝑅𝑒 = dominância relativa, em
%; e IVI = Índice de Valor de Importância em %.

Anexo 2.Estimativa dos parâmetros fitossociológicos da estrutura horizontal, observa-se a (densidade,


frequência, dominância e índice de valor de importância) árvores adultas (DAP ≥ 10 cm), para área semi-
perturbada.
Nome Científico 𝑫𝒆𝑨𝒃 𝑫𝒆𝑹𝒆 𝑭𝒆𝑨𝒃 𝑭𝒆𝑹𝒆 𝑫𝒐𝑨𝒃 𝑫𝒐𝑹𝒆 𝑰𝑽𝑰
Afzelia quanzensis Welw.t 4 1,34 2 1,68 0,02 1,70 4,38
Artabotrys brachypetalus Benth. 8 2,68 4 3,36 0,03 2,42 7,79
Berchemia discolor Hemsl 2 0,67 2 1,68 0,01 0,74 2,09
Brachystegia boehmii Taub. 9 3,02 4 3,36 0,05 3,93 9,97
Brachystegia spiciformis Benth. 9 3,02 6 5,04 0,05 4,07 10,12
Brachystegia utilis Hutch. & Burtt 29 9,73 7 5,88 0,10 7,91 27,37
Breonadia microcephala (Delile) 2 0,67 2 1,68 0,01 0,64 1,99
Burkea africana Hook 22 7,38 9 7,56 0,09 7,18 21,94
Combretum imberbe Wawra 9 3,02 6 5,04 0,05 3,53 9,57
Cussonia spicata Thunb. 3 1,01 3 2,52 0,01 0,96 2,97
Dalbergia melanoxylon Guill. 15 5,03 6 5,04 0,07 5,21 15,28
Ehretia amoena Klotzsch. 7 2,35 2 1,68 0,04 2,80 7,50
Ficus ingens Miq. 38 12,75 10 8,40 0,16 12,09 37,59
Julbernardia globiflora (Benth.) 1 0,34 1 0,84 0,00 0,18 0,85
Julbernardia paniculata (Benth.) 15 5,03 7 5,88 0,06 4,51 14,58
Khaya anthotheca C.DC. 1 0,34 1 0,84 0,00 0,28 0,95
Lannea discolor Engl. 1 0,34 1 0,84 0,00 0,18 0,85
Millettia stuhlmannii Taub 22 7,38 7 5,88 0,11 8,09 22,85

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 49


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Sotomane Posto administrativo de Namanjavira Distrito de Mocuba
2018

Milne-Redh. 23 7,72 8 6,72 0,09 6,70 22,14


Pericopsis angolensis (Baker) 1 0,34 1 0,84 0,00 0,24 0,91
Pseudolachnostylis maprouneifolia 29 9,73 8 6,72 0,12 9,18 28,64
Pteleopsis myrtifolia Engl. & Diels 2 0,67 2 1,68 0,01 1,10 2,44
Pterocarpus angolensis DC. 5 1,68 4 3,36 0,03 2,49 5,85
Pterocarpus rotundifolius Druce 25 8,39 8 6,72 0,11 8,65 25,43
Strychnos madagascariensis Poir. 13 4,36 6 5,04 0,05 4,03 12,75
Swartzia madagascariensis Desv. 3 1,01 2 1,68 0,02 1,19 3,20
TOTAL 298 100 119 100 1,30 100 300
𝐷𝑒𝐴𝑏 = Densidade absoluta (ind.ha-1); 𝐷𝑒𝑅𝑒 = Densidade relativa, em %; 𝐹𝑒𝐴𝑏 = frequência absoluta, em(ind.ha-
1); 𝐹𝑒𝑅𝑒 = frequência relativa, em %. 𝐷𝑜𝐴𝑏 = Dominância absoluta em m2.ha-1; 𝐷𝑜𝑅𝑒 = dominância relativa, em
%; e IVI = Índice de Valor de Importância em %.

Anexo 3.Estimativa dos parâmetros fitossociológicos da estrutura horizontal, observa-se a (densidade,


frequência, dominância e índice de valor de importância) árvores adultas (DAP ≥ 10 cm), para área
perturbada.
Nome Científico 𝑫𝒆𝑨𝒃 𝑫𝒆𝑹𝒆 𝑭𝒆𝑨𝒃 𝑭𝒆𝑹𝒆 𝑫𝒐𝑨𝒃 𝑫𝒐𝑹𝒆 𝑰𝑽𝑰
Brachystegia spiciformis Benth. 1 0,68 1 1,75 0,08 0,61 1,97
Breonadia microcephala (Delile) 1 0,68 1 1,75 0,03 0,21 1,57
Burkea africana Hook 28 19,05 10 17,54 2,80 21,57 59,67
Ehretia amoena Klotzsch. 6 4,08 4 7,02 0,62 4,82 12,98
Ficus ingens Miq. 3 2,04 3 5,26 0,26 2,02 6,10
Julbernardia globiflora (Benth.) 10 6,80 5 8,77 0,66 5,06 18,66
Millettia stuhlmannii Taub 29 19,73 9 15,79 2,32 17,94 57,40
Milne-Redh. 32 21,77 9 15,79 3,52 27,20 70,74
Pseudolachnostylis maprouneifolia 10 6,80 5 8,77 0,59 4,58 18,18
Pterocarpus angolensis DC. 27 18,37 10 17,54 2,07 15,98 52,72
TOTAL 147 100 57 100 12,96 100 300
𝐷𝑒𝐴𝑏 = Densidade absoluta (ind.ha-1); 𝐷𝑒𝑅𝑒 = Densidade relativa, em %; 𝐹𝑒𝐴𝑏 = frequência absoluta, em(ind.ha-
1); 𝐹𝑒𝑅𝑒 = frequência relativa, em %. 𝐷𝑜𝐴𝑏 = Dominância absoluta em m2.ha-1; 𝐷𝑜𝑅𝑒 = dominância relativa, em
%; e IVI = Índice de Valor de Importância em %.

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 50


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Sotomane Posto administrativo de Namanjavira Distrito de Mocuba
2018

Anexo 4.Estimativa dos parâmetros fitossociológicos da estrutura horizontal, observa-se a (densidade,


frequência, dominância e índice de valor de importância) regeneração natural estabelecida (5 ≤ DAP <10
cm), para área não perturbada.
Nome Científico 𝑫𝒆𝑨𝒃 𝑫𝒆𝑹𝒆 𝑭𝒆𝑨𝒃 𝑭𝒆𝑹𝒆 𝑫𝒐𝑨𝒃 𝑫𝒐𝑹𝒆 𝑰𝑽𝑰
Afzelia quanzensis Welw.t 6 1,35 2 1,68 0,02 1,19 3,89
Artabotrys brachypetalus Benth. 9 2,02 4 3,36 0,03 1,64 5,68
Berchemia discolor Hemsl 3 0,67 1 0,84 0,01 0,41 1,76
Brachystegia longifolia Benth. 19 4,27 5 4,20 0,10 4,82 13,36
Brachystegia spiciformis Benth. 14 3,15 5 4,20 0,07 3,44 9,74
Breonadia microcephala 51 11,46 9 7,56 0,22 10,73 33,66
Burkea africana Hook 3 0,67 2 1,68 0,01 0,62 1,97
Combretum imberbe Wawra 31 6,97 9 7,56 0,14 6,78 20,72
Cussonia spicata Thunb. 12 2,70 5 4,20 0,05 2,45 7,85
Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr 19 4,27 6 5,04 0,09 4,17 12,70
Ehretia amoena Klotzsch. 8 1,80 3 2,52 0,04 1,88 5,47
Ficus ingens Miq. 63 14,16 10 8,40 0,29 14,01 42,33
Inhambanella henriquesii 1 0,22 1 0,84 0,00 0,14 0,59
Julbernardia globiflora (Benth.) 20 4,49 7 5,88 0,11 5,33 14,32
Julbernardia paniculata (Benth.) 51 11,46 9 7,56 0,24 11,78 34,70
Khaya anthotheca C.DC. 11 2,47 4 3,36 0,04 2,05 6,99
Lannea discolor Engl. 22 4,94 7 5,88 0,09 4,49 14,38
Millettia stuhlmannii Taub 25 5,62 7 5,88 0,11 5,53 16,77
Pericopsis angolensis 21 4,72 7 5,88 0,11 5,23 14,67
Pseudolachnostylis maprouneifolia 5 1,12 2 1,68 0,03 1,32 3,57
Pteleopsis myrtifolia Engl. & Diels 2 0,45 2 1,68 0,01 0,59 1,49
Pterocarpus angolensis DC. 46 10,34 9 7,56 0,22 10,71 31,38
Pterocarpus rotundifolius Druce 1 0,22 1 0,84 0,01 0,28 0,73
Strychnos madagascariensis Poir. 1 0,22 1 0,84 0,00 0,17 0,62
Swartzia madagascariensis Desv. 1 0,22 1 0,84 0,00 0,22 0,67
TOTAL 445 100 119 100 2,04 100 300

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 51


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Sotomane Posto administrativo de Namanjavira Distrito de Mocuba
2018

𝐷𝑒𝐴𝑏 = Densidade absoluta (ind.ha-1); 𝐷𝑒𝑅𝑒 = Densidade relativa, em %; 𝐹𝑒𝐴𝑏 = frequência absoluta, em(ind.ha-
1); 𝐹𝑒𝑅𝑒 = frequência relativa, em %. 𝐷𝑜𝐴𝑏 = Dominância absoluta em m2.ha-1; 𝐷𝑜𝑅𝑒 = dominância relativa, em
%; e IVI = Índice de Valor de Importância em %.

Anexo 5.Estimativa dos parâmetros fitossociológicos da estrutura horizontal, observa-se a (densidade,


frequência, dominância e índice de valor de importância) regeneração natural estabelecida (5 ≤ DAP <10
cm), para área não perturbada.
Nome Científico 𝑫𝒆𝑨𝒃 𝑫𝒆𝑹𝒆 𝑭𝒆𝑨𝒃 𝑭𝒆𝑹𝒆 𝑫𝒐𝑨𝒃 𝑫𝒐𝑹𝒆 𝑰𝑽𝑰
Afzelia quanzensis Welw.t 4 1,34 2 1,68 0,02 1,70 4,38
Artabotrys brachypetalus Benth. 8 2,68 4 3,36 0,03 2,42 7,79
Berchemia discolor Hemsl 2 0,67 2 1,68 0,01 0,74 2,09
Brachystegia boehmii Taub. 9 3,02 4 3,36 0,05 3,93 9,97
Brachystegia spiciformis Benth. 9 3,02 6 5,04 0,05 4,07 10,12
Brachystegia utilis 29 9,73 7 5,88 0,10 7,91 27,37
Breonadia microcephala 2 0,67 2 1,68 0,01 0,64 1,99
Burkea africana Hook 22 7,38 9 7,56 0,09 7,18 21,94
Combretum imberbe Wawra 9 3,02 6 5,04 0,05 3,53 9,57
Cussonia spicata Thunb. 3 1,01 3 2,52 0,01 0,96 2,97
Dalbergia melanoxylon Guill. 15 5,03 6 5,04 0,07 5,21 15,28
Ehretia amoena Klotzsch. 7 2,35 2 1,68 0,04 2,80 7,50
Ficus ingens Miq. 38 12,75 10 8,40 0,16 12,09 37,59
Julbernardia globiflora (Benth.) 1 0,34 1 0,84 0,00 0,18 0,85
Julbernardia paniculata (Benth.) 15 5,03 7 5,88 0,06 4,51 14,58
Khaya anthotheca C.DC. 1 0,34 1 0,84 0,00 0,28 0,95
Lannea discolor Engl. 1 0,34 1 0,84 0,00 0,18 0,85
Millettia stuhlmannii Taub 22 7,38 7 5,88 0,11 8,09 22,85
Milne-Redh. 23 7,72 8 6,72 0,09 6,70 22,14
Pericopsis angolensis (Baker) 1 0,34 1 0,84 0,00 0,24 0,91
Pseudolachnostylis maprouneifolia 29 9,73 8 6,72 0,12 9,18 28,64
Pteleopsis myrtifolia Engl. & Diels 2 0,67 2 1,68 0,01 1,10 2,44
Pterocarpus angolensis DC. 5 1,68 4 3,36 0,03 2,49 5,85

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 52


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Sotomane Posto administrativo de Namanjavira Distrito de Mocuba
2018

Pterocarpus rotundifolius Druce 25 8,39 8 6,72 0,11 8,65 25,43


Strychnos madagascariensis Poir. 13 4,36 6 5,04 0,05 4,03 12,75
Swartzia madagascariensis Desv. 3 1,01 2 1,68 0,02 1,19 3,20
TOTAL 298 100 119 100 1,30 100 300
𝐷𝑒𝐴𝑏 = Densidade absoluta (ind.ha-1); 𝐷𝑒𝑅𝑒 = Densidade relativa, em %; 𝐹𝑒𝐴𝑏 = frequência absoluta, em(ind.ha-
1); 𝐹𝑒𝑅𝑒 = frequência relativa, em %. 𝐷𝑜𝐴𝑏 = Dominância absoluta em m2.ha-1; 𝐷𝑜𝑅𝑒 = dominância relativa, em
%; e IVI = Índice de Valor de Importância em %.

Anexo 6. Estimativa dos parâmetros fitossociológicos da estrutura horizontal, observa-se a (densidade,


frequência, dominância e índice de valor de importância) regeneração natural estabelecida (5 ≤ DAP <10
cm), para área não perturbada.
Nome Científico 𝑫𝒆𝑨𝒃 𝑫𝒆𝑹𝒆 𝑭𝒆𝑨𝒃 𝑭𝒆𝑹𝒆 𝑫𝒐𝑨𝒃 𝑫𝒐𝑹𝒆 𝑰𝑽𝑰
Afzelia quanzensis Welw.t 3 2,29 1 1,47 0,00 0,51 5,09
Annona senegalensis Pers. 1 0,76 1 1,47 0,00 0,38 1,91
Brachystegia spiciformis Benth. 1 0,76 1 1,47 0,01 1,62 3,14
Burkea africana Hook 7 5,34 4 5,88 0,04 5,36 16,05
Cordyla africana Lour. 3 2,29 2 2,94 0,09 11,65 16,23
Ehretia amoena Klotzsch. 16 12,21 7 10,29 0,06 8,39 32,81
Entandrophragma caudatum 8 6,11 4 5,88 0,02 2,87 15,08
Ficus ingens Miq. 9 6,87 6 8,82 0,03 4,64 18,38
Julbernardia globiflora (Benth.) 1 0,76 1 1,47 0,10 13,52 15,05
Julbernardia paniculata (Benth.) 21 16,03 9 13,24 0,10 13,52 45,58
Pericopsis angolensis 6 4,58 5 7,35 0,03 4,64 13,80
Pseudolachnostylis maprouneifolia 15 11,45 8 11,76 0,07 8,66 31,56
Pteleopsis myrtifolia 10 7,63 5 7,35 0,04 5,28 20,55
Pterocarpus angolensis DC. 11 8,40 6 8,82 0,06 7,79 24,58
Pterocarpus rotundifolius Druce 19 14,50 8 11,76 0,08 11,18 40,19
TOTAL 131 100 68 100 0,75 100 300
𝐷𝑒𝐴𝑏 = Densidade absoluta (ind.ha-1); 𝐷𝑒𝑅𝑒 = Densidade relativa, em %; 𝐹𝑒𝐴𝑏 = frequência absoluta, em(ind.ha-
1); 𝐹𝑒𝑅𝑒 = frequência relativa, em %. 𝐷𝑜𝐴𝑏 = Dominância absoluta em m2.ha-1; 𝐷𝑜𝑅𝑒 = dominância relativa, em
%; e IVI = Índice de Valor de Importância em %.

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 53


Análise do estado actual da floresta de miombo. Estudo de caso Concessão
Sotomane Posto administrativo de Namanjavira Distrito de Mocuba
2018

Anexo 7.Densidade e frequência para regeneração não estabelecida com (DAP <5 cm e altura ≥ 10 cm) na
área não perturbada.
Nome Científico 𝑫𝒆𝑨𝒃 𝑫𝒆𝑹𝒆 𝑭𝒆𝑨𝒃 𝑭𝒆𝑹𝒆
Brachystegia boehmii Taub. 4 1,51 2 2,41
Brachystegia bussei Harms 1 0,38 1 1,20
Brachystegia spiciformis Benth. 49 18,49 10 12,05
Breonadia microcephala 1 0,38 1 1,20
Diospyros mespiliformis 1 0,38 1 1,20
Ehretia amoena Klotzsch. 46 17,36 10 12,05
Ficus ingens Miq. 15 5,66 6 7,23
Julbernardia globiflora (Benth.) 7 2,64 4 4,82
Julbernardia paniculata (Benth.) 22 8,30 10 12,05
Lannea discolor Engl. 2 0,75 2 2,41
Millettia stuhlmannii 9 3,40 3 3,61
Pseudolachnostylis maprouneifolia 42 15,85 9 10,84
Pteleopsis myrtifolia 8 3,02 5 6,02
Pterocarpus angolensis DC. 44 16,60 10 12,05
Sclerocarya birrea Hochst. 1 0,38 1 1,20
Sterculia quinqueloba 2 0,75 2 2,41
Strychnos madagascariensis 11 4,15 6 7,23
TOTAL 265 100 83 100
𝐷𝑒𝐴𝑏 = Densidade absoluta (ind.ha-1); 𝐷𝑒𝑅𝑒 = Densidade relativa, em %; 𝐹𝑒𝐴𝑏 = frequência absoluta, em(ind.ha-
1); 𝐹𝑒𝑅𝑒 = frequência relativa, em %.

Anexo 8.Densidade e frequência para regeneração não estabelecida com (DAP <5 cm e altura ≥ 10 cm) na
área semi-perturbada.
Nome Científico 𝑫𝒆𝑨𝒃 𝑫𝒆𝑹𝒆 𝑭𝒆𝑨𝒃 𝑭𝒆𝑹𝒆
Afzelia quanzensis Welw.t 1 0,58 1 1,28
Annona senegalensis Pers. 3 1,74 1 1,28
Artabotrys brachypetalus Benth. 2 1,16 3 3,85
Brachystegia bussei Harms 1 0,58 1 1,28

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 54


Análise do estado actual da floresta de miombo. Estudo de caso Concessão
Sotomane Posto administrativo de Namanjavira Distrito de Mocuba
2018

Brachystegia spiciformis Benth. 30 17,44 10 12,82


Breonadia microcephala 1 0,58 1 1,28
Burkea africana Hook 15 8,72 6 7,69
Dalbergia melanoxylon 2 1,16 1 1,28
Ehretia amoena Klotzsch. 27 15,70 9 11,54
Ficus ingens Miq. 14 8,14 7 8,97
Julbernardia globiflora (Benth.) 6 3,49 4 5,13
Lonchocarpus bussei Harms 1 0,58 1 1,28
Milne-Redh. 10 5,81 5 6,41
Pseudolachnostylis maprouneifolia 16 9,30 7 8,97
Pteleopsis myrtifolia Engl. & Diels 8 4,65 5 6,41
Pterocarpus angolensis DC. 25 14,53 8 10,26
Pterocarpus rotundifolius Druce 8 4,65 6 7,69
Sterculia quinqueloba K.Schum. 2 1,16 2 2,56
TOTAL 172 100 78 100
D𝑒𝐴𝑏 = Densidade absoluta (ind.ha-1); 𝐷𝑒𝑅𝑒 = Densidade relativa, em %; 𝐹𝑒𝐴𝑏 = frequência absoluta, em(ind.ha-
1); 𝐹𝑒𝑅𝑒 = frequência relativa, em %.

Anexo 9.Densidade e frequência para regeneração não estabelecida com (DAP <5 cm e altura ≥ 10 cm) na
área perturbada.
Nome Científico 𝑫𝒆𝑨𝒃 𝑫𝒆𝑹𝒆 𝑭𝒆𝑨𝒃 𝑭𝒆𝑹𝒆
Annona senegalensis Pers. 1 0,91 1 1,59
Brachystegia spiciformis Benth. 18 16,36 9 14,29
Burkea africana Hook 5 4,55 4 6,35
Diospyros mespiliformis 1 0,91 1 1,59
Ehretia amoena Klotzsch. 15 13,64 7 11,11
Julbernardia globiflora (Benth.) 1 0,91 1 1,59
Julbernardia paniculata (Benth.) 8 7,27 5 7,94
Pericopsis angolensis (Baker) 7 6,36 6 9,52
Pseudolachnostylis maprouneifolia 15 13,64 8 12,70
Pteleopsis myrtifolia 3 2,73 2 3,17

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 55


Análise do estado actual da floresta de miombo. Estudo de caso Concessão
Sotomane Posto administrativo de Namanjavira Distrito de Mocuba
2018

Pterocarpus angolensis DC. 23 20,91 9 14,29


Pterocarpus rotundifolius Druce 6 5,45 4 6,35
Strychnos madagascariensis Poir. 7 6,36 6 9,52
TOTAL 110 100 63 100
𝐷𝑒𝐴𝑏 = Densidade absoluta (ind.ha-1); 𝐷𝑒𝑅𝑒 = Densidade relativa, em %; 𝐹𝑒𝐴𝑏 = frequência absoluta, em(ind.ha-
1); 𝐹𝑒𝑅𝑒 = frequência relativa, em %.

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 56


Análise do estado actual da floresta de miombo. Estudo de caso Concessão
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IX. APÊNDICES
Apêndice 1. Ficha de levantamento de dados relacionado a árvores adultas (DAP ≥ 10 cm)

Transecto n0____ Parcela n0____ Tipo Florestal____________ Tipo de Vegetação ___________


Latitude___________ Longitude__________Precisão de GPS________Distrito_____________
Posto Adm.__________Localidade____________ Povoado_________Data___/___/17 Colector
DAP= Diâmetro a altura do peito; HT= Altura total; árvores adultas (DAP ≥ 10 cm) Observações
Nº Nome Local Nome Científico Cod DAP Ht Hc QF ES
1
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6
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Apêndice 2. Ficha de levantamento de dados relacionado a Regeneração natural estabelecida (5 ≤ DAP


<10 cm)

Transecto n0____ Parcela n0____ Tipo Florestal____________ Tipo de Vegetação ___________


Latitude___________ Longitude__________Precisão de GPS________Distrito_____________
Posto Adm.__________Localidade____________ Povoado_________Data___/___/17 Colector
Regeneração natural estabelecida (5 ≤ DAP <10 cm) Observações
Nº Nome Local Nome Científico DAP Ht ES
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
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Apêndice 3.Ficha de levantamento de dados relacionado a Regeneração não estabelecida (DAP


<5 cm e altura ≥ 10 cm) para quadriculas de 5m*5m

Transecto n0____ Parcela n0____ Tipo Florestal____________ Tipo de Vegetação ___________


Latitude___________ Longitude__________Precisão de GPS________Distrito_____________

Posto Adm.__________Localidade____________ Povoado_________Data___/___/17 Colector


Regeneração não estabelecida (DAP < 5 cm e altura ≥ 10 cm) para quadriculas de 5m*5m
Nº Nome Local Nome Científico Cod Cobertura/Densidade
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
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Apêndice 4. Guião para levantamento de dados com base em entrevistas semi-estruturadas

SECÇÃO I: Dados socio-económicos

1.1. Identificacão do inquérito


Código do inquerito _____ Data _____ de Outubro de 2017, Local ______________________

1. Nome e Idade:
Nome_______________________________Idade: 1- 18 a 35 anos ( ); 2- 35 a 60 anos ( ); 3- >
60 anos ( )

2. Sexto e estado civil:


1- Masculino ( ); 2- Femenino ( ). Estado civil ______________________
3.Grau de escolaridade:
1-Sem Formação ( ); 2-Formação primária ( ); 3-Formação Básica ( ); 4-Formação Secundária ( );
5-Formação Média/Tecnica ( ); 6-Formação Superior ( )

2. O estado das floresta presente e há 20 anos atrás


1. Qual era estado das florestas há 20 anos atrás?
1. Densas/Fechadas ( ); 2. Abertas ( ); 3. Maior riqueza das espécies ( ); 4. Menor riqueza das
Espécies ( );
2. Actualmente qual é o estado das florestas?Estão a:
1. Aumentar ( ); 2. Diminuir ( ); 3. mantéu ( ).

3. Se estão a diminuir, quais são as espécies da Fauna ou Flora extintas ou em envia de


extinção?
1.Flora________________________________________________________________________
2.Fauna_______________________________________________________________________

3. Os produtos que eram obtidos anteriormente e que não estão mais disponíveis

1. Quais os produtos que eram obtidos anteriormente há 20 anos?

1. Madeira ( ); 2. Animais ( ); 3. Mel ( ); 4. Plantas medicinais ( ).

5. Outros_____________________________________________________________________

4. Quais os produtos que não estão mais disponíveis actualmente?

1. Madeira ( ); 2. Animais ( ); 3. Mel ( ); 4. Plantas medicinais ( ).

Outros_____________________________________________________________________

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5. A fertilidade da terra presente comprando com 20 anos atrás (quais os vestígios?)


1. Como é que era a fertilidade da terra há 20 anos atrás?

1. Maior ( ); 2.Menor ( ); 3. Produzia-se muito ( ); 4 Produzia-se pouco ( ).

6. Actualmente Como é que é a fertilidade comparando com os 20 anos atrás?

1. Aumentou ( ); 2. Diminuiu ( ); 3. mantéu ( ); 4. produz-se muito ( ); 5. produz-se pouco ( ).

7. O estado dos rios e riachos no mesmo período de tempo.

1. Em relação aos rios e riachos qual era o seu estado há 20 anos atrás?
1.Maior disponibilidade dos recursos ( ); 2.Menor disponibilidade dos recursos ( ); 3. Existência
de espécies nativas ( ); 4. Ausência de espécies nativas; Maior quantidades de águas ( ); Menor
quantidade de água ( ); 5. Erosão ( ); 6.Assoreamento dos rios ().
Outros______________________________________________________________________

2. Qual é o seu estado actual, comparado a 20 anos atrás?

1. Maior disponibilidade dos recursos marinhos ( ); 2. Menor disponibilidade dos recursos


marinhos ( ); 3. Existência de espécies nativas ( ); 4. Ausência de espécies nativas; Maior
quantidades de águas ( ); Menor quantidade de água ( ); 5. Erosão ( ); 6. Assoreamento dos rios
(). Outros____________________________________________________________________

Obrigado pela atenção dispensada!

Autor: Joaquim Jorge Ranguisse Página 61

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