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AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO DE REGENERAÇÃO DE Swartzia madagascariensis Desv.

(PAU FERRO) NO POVOADO DE CHINGOMA-MUNHIBA

JOSÉ JOÃO
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO DE REGENERAÇÃO DE Swartzia madagascariensis Desv.


(PAU FERRO) NO POVOADO DE CHINGOMA-MUNHIBA

JOSÉ JOÃO

MOCUBA
2017
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO DE REGENERAÇÃO DE Swartzia madagascariensis Desv.


(PAU FERRO) NO POVOADO DE CHINGOMA-MUNHIBA

Autor: José João


Supervisor:Eng.° Fernando Macia (-MSc)

Monografia submetida à Faculdade de Engenharia


Agronómica e Florestal, Departamento de Engenharia
Florestal, Universidade Zambeze, Mocuba, em parcial
cumprimento dos requisitos para a obtenção do nível de
Licenciatura em Engenharia Florestal.

MOCUBA
2017
DECLARAÇÃO

Eu, José João, declaro por minha honra, que esta monografia é o resultado do meu empenho e
sacrifício, e está a ser submetida para a obtenção do nível de Licenciatura na Universidade
Zambeze, Mocuba. Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum nível ou para avaliação
em nenhuma outra Universidade.

______________________________________________
/ José João /

Mocuba, ao __ de __________ de 2017


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais João Mulhelhiua e RagiaNiquelaina, que lutaram e que tanto
ainda têm lutado bastante para o meu sucesso nos meus objectivos.

Aos meus filhos Pabulo, Eduardo, Francisca, Josefina, Helton e Cleiton José João
pelo amor, amor este que guiou meus passos de forma segura até chegar onde
estou agora.

A minha esposa Ancha Carlos Alberto Muaparato, o meu


melhor presente que Deus me deu, pelo companheirismo,
paciência e compreensão, dispensada ao longo deste
trabalho.
AGRADECIMENTO

Em primeiro lugar agradeço a Deus pela vida, bênção e protecção que sempre me dá.

Um agradecimento especial aos meus pais por terem me trazido neste mundo, pelo amor,
ensinamento e pela contribuição de ideias valiosas, críticas e apoio moral e material na minha
formação.

À minha esposa Ancha Carlos Alberto Muaparatho pela compreensão, apoio moral, contribuição,
força e incentivo durante a formação.

Aos meus filhos: Pábulo José João; Eduardo José João; Francisco José João; Josefina José João;
Helton José João e Cleiton José João pelo enorme sacrifício de não poderem abraçar, sentir o
carinho e calor do pai com muita satisfação durante o período de estudo.

Aos docentes do departamento de Engenharia Florestal pelos ensinamentos e conhecimentos


repassados durante os 4.5 anos.

Um especial agradecimento ao meu supervisor o Eng°. Fernando Paulo Macia (MSc) pela
contribuição de ideias valiosas, críticas, apoio e auxílio, em que sem os quais, este trabalho não
chegaria ao seu término.

Aos meus colegas (Clinton Madeira, Costumo J. Titos, Samuel A. Alberto, Jorge N. António,
Santa H. Suagiba e os de mais aqui não citados) da Faculdade de Engenharia Agronómica e
Florestal (FEAF) da Universidade Zambeze, pela amizade e apoio prestado durante o curso.

Aos meus colegas da Polícia da República de Moçambique (PRM) em especial do Comando


distrital da PRM em Mocuba pela compreensão, confiança e o apoio prestado no decurso de
todas actividades estudantil.

À toda a minha família que sempre me deu coragem moral e apoio nos momentos mais difíceis
durante a minha formação, sempre desejando sorte e forças para que esta Licenciatura fosse
concluída com êxito.

Aqueles que eventualmente tenham omitido, mas que de maneira directa ou indirectamente
contribuíram para a materialização deste trabalho, o meu muito obrigado.
EPÍGRAFE

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo (...) mas, se você não sabe
para onde está indo, qualquer caminho serve. Aprende que ou você controla seus actos ou eles
o controlarão.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as consequências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você
espera que o chute quando você cai é uma das
poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que
maturidade tem mais a ver com os tipos de
experiência que se teve e o que você aprendeu com
elas do que com quantos aniversários você
celebrou.

William Shakespeare
Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

Índice

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................... iii

LISTA DE FÓRMULAS ............................................................................................................... iii

LISTA DE APÊNDICES ............................................................................................................... iv

LISTA DE TABELAS .................................................................................................................... v

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS.................................................................................... vi

RESUMO ...................................................................................................................................... vii

ABSTRACT ................................................................................................................................. viii

I. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1

1.1. Problema e justificativa do estudo ........................................................................................... 2

1.3. Objectivos ................................................................................................................................ 3

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................... 4

2.1. Breve descrição de Swartzia madagascariensis ....................................................................... 4

2.2. Sucessão ecológica................................................................................................................... 4

2.2.1. Estágios da sucessão ecológica ............................................................................................. 5

2.2.1. Regeneração natural .............................................................................................................. 7

2.2.1.1. Estrutura da regeneração natural ........................................................................................ 8

III. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................ 10

3.1. Descrição da área de estudo ................................................................................................... 10

3.1.1. Condições climáticas .......................................................................................................... 11

3.1.2. Condições socioeconómicas ............................................................................................... 11

3.1.3. Solo ..................................................................................................................................... 11

3.2. Métodos.................................................................................................................................. 12

3.2.1. Parâmetros avaliados .......................................................................................................... 14

3.2.1.1. Composição e diversidade florística ................................................................................ 14

O autor: José João i


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis
3.2.1.2. Fitossociologia ................................................................................................................. 15

3.2.2. Análise estatística dos dados ............................................................................................... 17

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 18

4.1. Composição florística ............................................................................................................ 18

4.3. Análise fitossociológica ......................................................................................................... 22

V. CONCLUSÕES ...................................................................................................................... 29

VI. RECOMENDAÇÕES........................................................................................................... 30

VII. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFIA ..................................................................................... 31

VIII. APÊNDICES ...................................................................................................................... 35

O autor: José João ii


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Descrição geográfica da área de estudo ........................................................................ 10


Figura 2: Mapa da área de estudo ................................................................................................. 13
Figura 3: Distribuição das famílias em relação ao número de indivíduos .................................... 19
Figura 4: distribuição diamétrica de espécies colectadas na área de amostragem ........................ 26
Figura 5 ......................................................................................................................................... 38

LISTA DE FÓRMULAS

Formula 1: Formula 1:índice de diversidade de Shannon-Weaver ............................................... 14


Formula 2: proporção de cada espécie em relação ao total de indivíduos .................................... 15
Formula 3: indice de Simpson ...................................................................................................... 15
Formula 4: Equitabilidade de Pielou............................................................................................. 15
Formula 5: Densidade absoluta por espécie.................................................................................. 16
Formula 6: Densidade relativa ...................................................................................................... 16
Formula 7: Frequência Absoluta da espécie ................................................................................. 16
Formula 8: Frequência Relativa da espécie em percentagem em relação a comunidade amostrada
....................................................................................................................................................... 16
Formula 9: dominância absoluta (m²/ha) ...................................................................................... 16
Formula 10: índice de valor de importância ................................................................................. 17

O autor: José João iii


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis
LISTA DE APÊNDICES

Apêndices I: levantamento dos parâmetros fitossociológicos de espécies colectadas no campo


experimental da floresta de Chingoma-Munhiba. ......................................................................... 35
Apêndices II: Índices de diversidade florística e equabilidade para todas as espécies amostradas
....................................................................................................................................................... 36
Apêndices III: Ficha de inventário florestal.................................................................................. 37
Apêndices IV: Ficha de inventário florestal ................................................................................. 38
Apêndices V: estrutura amostral cluster ou conglomerado de regeneração 330 m ² com 0,033 ha
....................................................................................................................................................... 39

O autor: José João iv


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classes de tamanho dos indivíduos............................................................................... 13


Tabela 2: Família, número das espécies e de indivíduos amostrados ........................................... 18
Tabela 3: Valores de riqueza e diversidade florística ................................................................... 20
Tabela 4: Parâmetros fitossociológicos (frequência, densidade e dominância) das espécies
compreendidas entre os diâmetros de 10 a 20 cm......................................................................... 22
Tabela 5: Parâmetros fitossociológicos (frequência, densidade e dominância) das espécies
compreendidas entre os diâmetros > 20 cm ................................................................................. 23
Tabela 6: índice de valor de importância das espécies nas classes de 10 a 20 e > 20 de diâmetro
....................................................................................................................................................... 24
Tabela 7: Parâmetros fitossociológicos de Swartzia madagascariensis (pau ferro)..................... 25
Tabela 8: Intervalo de classe, centro classe e número de indivíduos colectados na área de
amostragem ................................................................................................................................... 26
Tabela 9: parâmetros de classes de qualidade fuste de espécies colectadas na área de amostragem
....................................................................................................................................................... 27

O autor: José João v


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

% Percentagem
Metro cúbico
°C Graus celsos

CC Centro de Classe
cm Centímetro

DAP Diâmetro Altura do Peito

FEAF Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal


GPS Sistema de Posicionamento Global
ha Hectare

HC Altura Comercial
HT Altura Total
IVC Índice de Valor de Cobertura
IVI Índice de Valor de Importância
Km2 Quilômetro quadrado
m Metros

m² Metro ao quadrado
m²/ha Metro ao quadrado por hectare
MAE Ministério de Administração Estatal
PEDDM Plano Estratégico de Desenvolvimento do Distrito de Mocuba
SPFFBZ Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia da Zambézia
UIF Unidade de Inventários Florestais

O autor: José João vi


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis
RESUMO

O estudo foi desenvolvido no campo experimental da floresta de Chingoma, Localidade de


Munhiba, Posto Administrativo de Mocuba Sede, Distrito de Mocuba província da Zambézia em
Moçambique, tendo como objectivo avaliar o estágio, a composição e a estrutura do estrato
regenerativo da floresta de forma a revelar informações importantes sobre o funcionamento do
ambiente e a dinâmica dessa formação vegetal. Foram alocadas 32 parcelas todas com tamanho
de 20x10mcom uma distância de 300m entre elas (330m²) e subparcelas de 5×5m para
indivíduos de Swartzia madagascariensis 5cm, numa área de 2640 m (0,264 ha).Composição e
diversidade florística e a fitossociologia foram os parâmetros usados para avaliar o estágio de
regeneração, e os dados foram processados através do Microsoft excel 2010. Os resultados
obtidos revelaram que a família Fabaceae e Combretaceae foram as que apresentaram maior
número de espécie num universo de 238 indivíduos com 22 espécies distribuídas em 9 famílias
botânicas. Das espécies que apresentaram maior número de indivíduos destacam-se Swartzia
madagascariensis (81), Pseudolachnostylis maprouneifolia (21) e Pericopsis angolensis com
(17) indivíduos respectivamente. Quanto a análise da diversidade florística foi encontrado o
índice de Shannon-Wiener (H’) com 2,400, Índice de Simpson (C) 0,161 e Equitabilidade de
Pielou (J) com 0,772.Todavia, Swartzia madagascariensis é a espécie que mais representa a
família Fabaceae, tendo ocorrido em todas as unidades o que confere lhe melhor desempenho na
floresta de Chingoma.

Palavras-chave: Sucessão ecológica, regeneração, estrutura e composição florística.

O autor: José João vii


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis
ABSTRACT

The study was carried out in the Chingoma experimental field in Munhiba, Mocuba District with
the goal to evaluate the state, composition and the regenerative stratum structure in order to
reveal the important informations about the environment performance of the woodland. There
where stablished thirty-two plots of 20x10m separated by 300m and sub-plots of 5x5m for
Swartzia madagascariensis trees with chest diameter lesser than 5cm in a total area equivalated
to 0.264ha. The composition, floristic diversity and phytosociology were the parameters used to
evaluated the stratum of regeneration. The data was processed by Microsoft excel 2010 and the
results showed that the Fabaceae family and Combretaceae family were those that presented the
greater number of species in a total of 238 trees of 22 species distributed in 9 botany families.
Among the species that presented greater number of trees were highlighted the trees of Swartzia
madagascariensis (81), Pseudolachnostylis maprouneifolia (21) e Pericopis angolensis with (17)
trees, namely. About the floristic diversity analysis, the Shannon-Wiener index (H’) was 2,400
Simpson index (C) was 0,161 and the Pielou Equitability (J) was 0,772. However, Swartzia
madagascariensis is the specie that has much represented the Fabaceae family as it occurred in
all the units what gives it the better performance in Chingoma woodland.

Keyword: Ecological succession, regeneration, structure and floristic composition

O autor: José João viii


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

I. INTRODUÇÃO

A floresta nativa de Moçambique, considerada uma das riquezas naturais, é uma das maiores da
África Austral, cobrindo uma área que corresponde a cerca de 70% do território nacional, cuja
exploração tem sido efectivada ao longo dos anos visando o abastecimento do mercado interno e
para a exportação. As florestas naturais de Moçambique encontram-se sujeitas à exploração
florestal descontrolada no qual predomina o sistema de extracção com base em licença simples,
sendo a lenha, a produção do carvão e produção de madeira em toros os principais produtos
(UETELA, 2014).

A gestão florestal actual preocupa-se não só em manter a produção de madeira numa base
sustentada, mas também em garantir a estabilidade do ecossistema florestal e satisfazer as
exigências de uma sociedade em evolução (HOFIÇO, 2014).

A preocupação da sociedade para com os efeitos da degradação ambiental antrópica tem sido
crescente, mas isso não tem contribuído o bastante para a diminuição desses processos. Portanto
considera-se que um habitat fragmentado reduz a diversidade biológica da área na medida em
que este apresenta uma limitação no potencial de dispersão e colonização de espécies florestais
assim como de animais, e como resultado este ambiente é susceptível à entrada de espécies
exóticas (BILA, 2012).

Segundo KAGEYAMA e GANDARA (2001), são ainda muito duvidosas as possibilidades de


ocorrência de fenómenos como a polinização, dispersão, regeneração e predação natural; e estes
são considerados factores essenciais na manutenção dos processos ecológicos das florestas já
implantadas. Portanto, ainda não se pode afirmar se esses reflorestamentos conseguirão,
efectivamente, constituir um novo ecossistema capaz de se regenerar e abrigar a fauna do mesmo
modo que as florestas naturais.

De acordo com PANTALEÃO (2008) a regeneração natural das espécies florestais no


ecossistema constitui o apoio ecológico de sua sobrevivência. Fitossociologicamente entendem-
se que para uma “Associação clímax”, a grande maioria das árvores que integram a cobertura
geral da floresta, teria que estar representada na regeneração para que desta maneira pudesse
haver substituição normal dentro da mesma identidade botânica.

O autor: José João 1


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

1.1. Problema e justificativa do estudo

Segundo SPFFB (2015), durante a campanha florestal 2015, foram escoados 14.054m3 de
madeira em toros, sendo as espécies mais escoadas o Pterocarpus angolensis, Swartzia
madagascariensis, Afzelia quanzensis e Berchemia discolor. A mesma fonte avança que,
recentemente a Swartzia madagascariensis é considerada uma espécie protegida por lei desde
que tornou-se notório a intensidade da sua extracção. TEIXEIRA (2012), sustenta que cerca de
90% de madeira de Swartzia madagascariensis é exportada para 15 países nomeadamente:
China, Portugal, Itália, Bélgica, Alemanha, Dinamarca, Eslovénia, Croácia, Polónia, Espanha,
Israel, Japão, África do Sul, Maurícias e Zimbabwe.

Não obstante ao cenário, BUNSTER (2006), releva o facto afirmando que a Swartzia
madagascariensis é uma espécie de grande valor económico, sendo uma das mais usadas para
construções de vigas, barrotes, travessas de caminho-de-ferro, parques, carpintaria,
pavimentação, escultura, trabalhos de torneamento, inclusive na medicina tradicional.

Verifica-se no Distrito de Mocuba que os exploradores dos recursos florestais, na sua maioria
possuem plano de maneio, mas não tomam em consideração a capacidade de regeneração de
cada espécie no local de exploração, colocando em causa a extinção algumas espécies de alto
valor económico. Porem este contexto culmina com algumas actividades comunitárias, que para
a sua execução torna-se necessário o corte ou abate de algumas espécies antes de atingir o
diâmetro mínimo estabelecido para a extracção, lesando assim os indivíduos em estágio de
regeneração.

Para MANSO e WILLIAMS (1996), apesar da introdução de políticas agrárias, não são
acessíveis em todos os pontos do país, bem como a maioria da população. O mesmo autor
ressalta afirmando que o cultivo agrícola, a exploração de recursos florestais em Moçambique é
uma das actividades económicas mais importantes para a sobrevivência das famílias rurais e
urbanas.

Face ao exposto o presente estudo visa dar subsídio do potencial do estágio de regeneração de
Swartzia madagascariensis no povoado de Chingoma-Munhiba e perceber até que ponto a
comunidade contribui para a sua conservação. Para faculdade de informações sobre o estado de
desenvolvimento dos recursos florestais no Povoado de Chingoma, realizou-se o presente estudo

O autor: José João 2


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

com o propósito de contribuir o aumento da capacidade de diferentes métodos e técnicas aos


profissionais da área florestal que permita a protecção e propor-se alternativas para melhorar a
conservação de Swartzia madagascariensis.

1.3. Objectivos
1.3.1. Geral

 Avaliar o potencial do estágio de regeneração no povoado de Chingoma-Munhiba, no


Distrito de Mocuba

1.3.2. Específicos
 Determinar o estrato arbóreo da comunidade florestal quanto à composição florística,
fitossociológica e diversidade;
 Caracterizar os tipos de estágios de regeneração florestal; e
 Analisar o estado de regeneração da espécie de Swartzia madagascariensis (pau ferro).

O autor: José João 3


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Breve descrição de Swartzia madagascariensis


Swartzia madagascariensis (Pau-ferro) é uma espécie que pertence ao reino Plantae, divisão
Magnoliophyta, Classe Magnoliopsida, Ordem Myrtales, Família Fabaceae, Género Swartzia e
Espécie madagascariensis. Geralmente caracterizada por árvores pequenas com alturas que
variam de 3 a 4m, dependendo das condições do lugar, indivíduos desta espécie chegam a atingir
15 m de altura (PALGRAVE, 2002).

Portanto, para GOMES e SOUSA (2006), Swartzia madagascariensis é de primeira classe,


caracterizada por arbusto ou pequena árvore de 8 a 10 m; tronco direito; casca rugosa;
ramúsculos lenhosos; folhas caducas, imparipinuladas; folíolos 7 a 11, alternos ou subo postos,
oblongos, ápice arredondado, verdes e glabros na página superior, acinzentado ou castanho na
página inferior, flores brancas, solitárias em rácimos irregulares, paucifloras; vagem cilíndrica,
em geral tortuosa, indeiscente, polispérmica, espessa, levemente estriada, fortemente coreácea.

2.2. Sucessão ecológica


A dinâmica das florestas naturais depende dos factores ecológicos que contribuem para o seu
desenvolvimento, tais como a sucessão, a competição. Esses factores influenciam o crescimento
e desenvolvimento dos indivíduos que formam o povoamento (MOSCOVICH, 2006).

A sucessão ecológica é uma ferramenta que permitem o reconhecimento de diferentes


fisionomias e graus de maturidade da formação estudada e de seu entorno; E, cada uma destas
fisionomias pode estar representada por espécies particularmente adaptadas, com habilidades
diferentes de crescimento, sobrevivência e reprodução (SILVA e GALVÃO, 2012).

Segundo CINTRA (2007), a sucessão ecológica pode ser dividida em dois tipos, primária e
secundária. A sucessão primária ocorre em áreas onde não havia vegetação presente e a
secundária é derivada de um distúrbio, como por exemplo, em áreas desmatadas para cultivo.
Para SILVA (2003), a sucessão secundária e um processo ecológico caracterizado por
substituições de espécies que se sucedem em um ecossistema depois de uma perturbação natural
ou antrópica até, mais tarde, chegar ao máximo estágio de desenvolvimento de uma comunidade.

O autor: José João 4


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

Swartzia madagascariensis é uma árvore de origem africana, espécie de primeira classe de alto
valor económico. De acordo com BUNSTER (2006), esta espécie pode ser encontrada em
Moçambique, Zimbabwe, Botsuana, Namíbia, Congo, Tanganica, República do Sul e Sudoeste
Africano. Em Moçambique ocorre nos solos argilosos das florestas abertas.

2.2.1. Estágios da sucessão ecológica


Os estágios sucessionais de uma floresta podem ser definidos com base em três critérios centrais:
biomassa total à superfície, estrutura de idade ou tamanho de populações de árvores e
composição de espécies. Essas características mudam as diferentes taxas e variam
diferencialmente com a escala espacial de medida. Trajectórias sucessionais múltiplas podem ser
observadas dentro de uma determinada região tropical, muitas vezes reflectindo diferenças no
uso anterior da terra (CHAZDON, 2012).

Dividir as trajectórias sucessionais em distintos estágios ou fases segundo CHAZDON (2012), é


uma abordagem prática que permite a realização de estudos comparativos e o exame dos
processos ecológicos que afectam as transições quanto à estrutura, composição e propriedades
ecossistémicas da floresta.

MACUACUA (2015), ao determinar o estado de regeneração da floresta no distrito de


Morrumbala, obteve a presença de maiores indivíduos na classe de diâmetro entre 05-10 cm.
Segundo o mesmo autor, a regeneração natural até ao presente momento não teve merecido
qualquer tratamento silvicultural e por detrás deste cenário muitos factores (existência de um
balanço entre o recrutamento e a mortalidade de indivíduos) provavelmente poderiam ter
influenciado, garantindo assim o processo dinâmico da floresta.

a) Estágio inicial
Segundo CARVALHO (1982), o inicial é uma área com cobertura vegetal, formando um dossel
arbóreo contínuo, de pequeno porte, com baixa diversidade florística e predomínio de espécies
pioneiras, apresenta infestação de cipós, surge logo após o abandono do solo, as plantas
apresentam altura média até 3 m para a floresta estacional semidecidual; distribuição diamétrica
de baixa amplitude, DAP até 5 cm; serapilheira com uma camada fina pouco decomposta. De
acordo com ALMEIDA (2016), o estágio inicial dura entre seis e dez anos, dependendo do grau
de degradação do solo, a altura média da vegetação não ultrapassa quatro metros.

O autor: José João 5


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

No estágio de início de povoamento, árvores pioneiras colonizam e se estabelecem, a vegetação


de herbáceas declina e espécies lenhosas ombrófilas começam a se firmar como mudas. O
fechamento do dossel marca o estágio da exclusão das espécies de árvores, lianas e arbustos
intolerantes à sombra: elas são suprimidas e morrem, enquanto espécies ombrófilas recrutam no
sub-bosque e no dossel e continuam a se estabelecer como mudas (CHAZDON, 2012).

b) Estágio médio
Segundo MARTINS (2009), o estágio médio é áreas com cobertura vegetal arbórea de porte
mais desenvolvido, onde já sobressaem algumas árvores dominantes com maior diversidade de
espécies arbóreas, em relação ao estágio inicial. Segundo o autor acima o estágio médio pode
ocorrer entre seis e quinze anos depois do abandono do solo, as árvores podem atingir o
comprimento de 12 m, ainda com predominância de espécies de árvores pioneiras, com estratos
diferenciados, apresentando altura média acima de 3 m e inferior a 9 m de comprimento, com
distribuição diamétrica moderada, DAP médio até 15 cm; serapilheira presente.

c) Estágio avançado/clímax
Segundo CARVALHO (1982), o estagio avançado são as áreas com cobertura vegetal arbórea
muito desenvolvida com árvores de grande porte, diferenciação de estratos e elevada diversidade
de espécies arbóreas, inicia-se depois de quinze anos e pode levar de 60 a 200 anos para alcançar
novamente o estágio semelhante à floresta primária; a diversidade aumenta gradualmente à
medida que o tempo passa caso existam remanescentes primários para fornecer sementes; a
altura média das árvores é superior a 12 m; copas superiores, horizontalmente amplas;
distribuição diamétrica de grande amplitude, DAP médio acima de 15 cm e Serapilheira
abundante

Durante o longo estágio de reinício do sub-bosque, árvores pioneiras do dossel de idade


avançada começam a morrer, formando clareiras na cobertura que tornam mais heterogénea a
disponibilidade de luz. Este estágio está associado a uma renovação das espécies do dossel, em
contraste com o estágio anterior de exclusão das intolerantes à sombra que corresponde a uma
renovação das espécies do sub-bosque (CHAZDON, 2012).

O autor: José João 6


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

O estágio de floresta madura começa com a morte das últimas árvores pioneiras restantes,
estabelecidas durante o estágio de iniciação do povoamento. Este estágio apresenta a maior
diversidade de árvores e epífitas e é caracterizado por alta heterogeneidade espacial
e diversidade funcional (CHAZDON, 2012).

2.2.1. Regeneração natural


A regeneração natural é a forma mais antiga e natural de renovação de uma floresta. Todas as
espécies arbóreas possuem mecanismos que permitem sua perpetuação no sistema natural. A
regeneração natural é elemento importante na evolução de uma espécie arbórea, e está
intimamente correlacionada com o ambiente em que a espécie se desenvolveu, assim como com
a biocenose em que evoluiu (SEITZ e JANKOVSKI, 1998)

A regeneração natural, segundo JANKOVSKI (1996) é um processo bastante utilizado na


renovação de povoamentos florestais em várias partes do mundo, sendo o seu sucesso maior
quando utilizado em coníferas. A possibilidade de ocorrer a regeneração natural, por sementes,
onde foi intensa a acção antrópica, vai depender do banco de sementes existente ou depositado
no solo após uma exploração.

A forma como a floresta se regenera depende de mecanismos que viabilizem o ingresso e o


estabelecimento de novos indivíduos e espécies. Entre estes, a chuva de sementes, banco de
sementes do solo, o banco de plântulas e os meios de dispersão de sementes. Por meio da
regeneração natural, as florestas apresentam capacidade de se regenerarem de distúrbios naturais
ou antrópicos (HULLER et. al., 2011).

a) Banco de sementes
O banco de sementes é entendido como sendo o número de sementes viáveis, numa área, num
determinado momento. Esse banco irá ser formado e mantido de acordo com as condições locais
e das espécies existentes. Quanto mais intensa for a acção antrópica e maior o tempo ocorrido
desde a exploração, maior a possibilidade da área rumar para a classe de áreas perturbadas
(MATTEI e LONGHI, 2005).

Não obstante, o estado do banco de sementes do solo é forte indicativo da capacidade de


resiliência de um ecossistema degradado ou dos estágios sucessionais das florestas (MAGNAGO
et al., 2011).

O autor: José João 7


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

MARTINS (2009) sustenta que através do banco de sementes do solo e outros propágulos,
muitas espécies herbáceas e arbustivo arbóreas conseguem permanecer no solo com capacidade
de regeneração, ou seja, o potencial florístico inicial representado por tecidos ou sementes em
estado dormente no solo pode ser suficiente para desencadear o processo sucessional.

2.2.1.1. Estrutura da regeneração natural


A estrutura da regeneração natural (parâmetros fitossociológicos) segundo SCHORN (2002),
referem-se aos valores e índices obtidos a partir dos dados colectados em campo. Os principais
parâmetros utilizados são: estrutura horizontal e vertical, volumétrica e a diamétrica.

a) Estrutura horizontal
A simples descrição fisionómica das plantas existentes em uma determinada área, com a
composição florística e os perfis estruturais do povoamento, não descrevem completamente a
vegetação. Há, portanto, que se incluir, na descrição, medidas de estrutura do povoamento
florestal (KELLMAN, 1975).

Para LAMPRECHT (1962) citado por SCHORN (2002), a estrutura horizontal é a organização e
distribuição espacial dos indivíduos na superfície do terreno. Compreende os valores de
densidade, frequência, dominância, percentagem de importância e percentagem de cobertura.

A análise estrutural de uma floresta segundo KOSOKAWA (1982), diz respeito à quantificação
da abundância, da frequência e do valor de cobertura das espécies, às características sociológicas
e à dinâmica da população, em uma análise estrutural completa da regeneração natural deve-se
considerar: estrutura horizontal, estrutura volumétrica, estrutura diamétrica, estrutura vertical e
perfil estrutural, além da composição florística.

b) Estrutura vertical
Posição Sociológica é a distribuição das árvores nos diversos estratos da floresta. O
conhecimento desta distribuição é importante pois uma espécie é estável e tem seu lugar
assegurado na estrutura da floresta, quando encontra-se com densidade decrescente dos estratos
inferiores para os superiores (SCHORN, 2002).

O autor: José João 8


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

c) Estrutura volumétrica
A estrutura volumétrica segundo CARVALHO (1984), diz respeito ao volume de madeira
existente na área total e em cada parcela da área. A mesma fonte avança que a estrutura
volumétrica apresenta, ainda, o volume médio por espécie e a distribuição do volume de cada
espécie na área, e é possível conhecer as espécies que apresentam maior volume na área, assim
como o volume das espécies de maior valor comercial e a sua distribuição e abundância na área.

d) Estrutura diamétrica
Para CARVALHO (1984), a estrutura diamétrica descreve a distribuição das plantas de cada
espécie, nas diversas classes de diâmetro. São apresentados os números de plantas de cada
espécie, a área basal por espécie e o volume por espécie, em cada classe diamétrica. Há
possibilidade de se conhecer as classes de diâmetro que apresentam um maior número de plantas,
ou uma área basal mais alta, ou um maior volume, em cada espécie, separadamente.

Na estrutura vertical considera-se a posição sociológica ou expansão vertical das espécies, que
fornece a composição florística dos diferentes estratos do povoamento, e um parâmetro definido
como regeneração natural relativa, que diz respeito somente às plantas infanto - juvenis, ou seja,
aquelas cujas dimensões estão entre 10 cm de altura e 10 cm ou 15 cm de DAP, ou até o limite
de diâmetro pré-estabelecido (CARVALHO, 1984).

Para avaliar a estrutura diamétrica da floresta de Munhiba em Mocuba, a amostragem adaptado


por HOFIÇO (2014), recobriu todos os indivíduos com Dap maior ou igual a 10 cm, e adoptou a
amplitude de classe de 5,0 cm. Tendo assim obtido finalmente a curva padrão usual de
distribuição diamétrica para o conjunto de indivíduos na área amostrada (curva do tipo
exponencial negativa denominada J-invertido).

O autor: José João 9


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

III. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Descrição da área de estudo


O Distrito de Mocuba, tem de superfície 9.062 Km2, representando cerca de 8% do território da
Província da Zambézia e fica situado na parte central da Província entre os paralelos 16º 17¹ e
17º 32’ Sul e entre os meridianos de 35º 12¹ e 37º 35¹ Este. O Distrito de Mocuba é limitado
geograficamente (Figura 1) a Norte, pelo rio Nampevo que separa-o do Distrito de Ilé e pelo rio
Licungo que separa-o do Distrito de Lugela; a Sul, pelo Distrito de Namacurra; a Este com os
Distritos de Maganja da Costa e Ilé; e a Oeste com os Distritos de Milange e Morrumbala,
através dos rios Liciro e Liaze (PEDDM, 2014). A mesma fonte avança que a população do
Distrito está estimada em 355 mil habitantes à data de 1/7/2012 com uma densidade populacional
aproximada de 40,4 hab/ Km2, prevê-se que o Distrito em 2020 venha a atingir os 430 mil
habitantes.

Figura 1: Descrição geográfica da área de estudo

Fonte: FEAF (2017).

O autor: José João 10


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

3.1.1. Condições climáticas


O clima do distrito, segundo a classificação climática de Thorntwaite, é do tipo sub-húmido
(subtropical), sendo influenciado pela Zona de convergência inter-tropical, determinando o
padrão de precipitação, com a estação chuvosa de Dezembro a Fevereiro, associado a outras
depressões que condicionam o estado do tempo nas duas estações, chuvosa e seca. Resulta de
Novembro a Fevereiro um tempo quente e húmido e de Marco a Outubro um tempo seco e
fresco, por vezes com precipitações irregulares. A precipitação média anual varia de 850 mm na
estação de Chingoma, a 1.300 mm na estação de Malei, a sul da Cidade de Mocuba, e cerca de
1.175 mm na estação climática de Mocuba. A temperatura média mensal varia entre 20 e 27ºC,
com a temperatura máxima variando de 27 a 35ºC, e a mínima de 15 a 22ºC (MAE, 2005).

3.1.2. Condições socioeconómicas


De acordo PEDDM (2014) a agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os
agregados familiares. O Distrito de Mocuba possui enormes potencialidades de recursos naturais
(agro-pecuários, florestais, pesqueiros, minerais), artístico-culturais e de turismo, cujo nível de
exploração ainda é baixo, colocando-o numa situação de menor grau de desenvolvimento
socioeconómico.

O Distrito é rico em espécies nativas produtoras de madeiras preciosas e tem grande potencial
silvícola. As principais espécies de madeira são: Mucarala, Umbila, Chanfuta, Jambire, Muroto,
Pau-ferro e Mondzo. O desflorestamento e a erosão de solos são problemas que afectam
sobremaneira o distrito de Mocuba. A lenha é a fonte de energia mais utilizada para a confecção
de alimentos (PEDDM, 2014).

3.1.3. Solo
Mocuba apresenta diversos tipos de solos com predominância para os solos vermelhos arenosos, de
textura média e argilosos e o de origem dos aluviões. Esta região é caracterizada pela ocorrência de
terreno suavemente ondulado, com alguns acidentes orográficos dispersos, ultrapassando os 400
metros de altitude, na sua maioria com os cumes rochosos. As planícies são sistematicamente
atravessadas por vales profundos em forma de V na paisagem mais acidentada, e por vales ou
depressões ovais pouco profundas, planas e alagadicas, também conhecidos por dambos
(PEDDM, 2014).

O autor: José João 11


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

3.2. Métodos

a) Amostragem
A amostragem adoptada foi a sistemática, onde segundo NETTO e BRENA (1997), este tipo de
amostragem é recomendável para populações extensas e de difícil acesso e para populações em
que não se disponha de mapas da área florestal a ser inventariada. Portanto, cenários similares
verificam-se na floresta nativa da localidade de Munhiba, devido a sua extensão torna-se difícil
ter o acesso do total de populações existentes.

b) Colecta de dados
O estudo da regeneração natural iniciou-se em Abril de 2017, e a caracterização do processo
sucessional foi realizada numa área de 2.640 m² com unidades amostrais (parcelas) de 20×10 m,
por conseguinte foram desenhadas sub-parcelas de dimensões correspondente a 5×5 m seguindo
as recomendações de BONETES (2003), em que na utilização de unidades amostrais
rectangulares deve se tomar em consideração a largura, não devendo exceder os 30 metros, pois
quanto mais largas forem mais difícil se torna o controlo das árvores de bordadura.

Neste procedimento foram alocados 8 clusters (Figura 2) correspondentes a 32 parcelas com 300
m de distância de entre elas obtidas através do GPS. Em cada unidade, as espécies foram
identificadas pelos nomes locais e ajustadas aos seus respectivos nomes científicas. As parcelas
foram estabelecidas em uma área perturbada ou onde foi observado a acção humana e verificou-
se efeito dos distúrbios devido a acção antrópica.

O autor: José João 12


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

Figura 2: Mapa da área de estudo


Fonte: FEAF (2017).

c) Levantamento do estrato arbóreo


As parcelas foram inventariadas incluindo-se na amostragem os indivíduos do estrato lenhoso a
partir de 5 cm de diâmetro na altura do peito. No levantamento arbóreo incluiu-se todos os
indivíduos arbustivos arbóreos com diâmetro do tronco (DAP) igual ou superior a 10 cm para
todas as espécies identificadas na área do estudo e com diâmetro do tronco (DAP) inferior a 10
cm apenas para a espécie Swartzia madagascariensis, como é apresentado na tabela 1.

Tabela 1: Classes de tamanho dos indivíduos

Classe (cm) Descrição Espécie


DAP 10 Regeneração natural não estabelecida Swartzia madagascariensis
DAP 10 Regeneração natural estabelecida Todas

As medidas de altura foram tomadas com o uso de uma régua e uma vara graduada com limite
máximo de 2m; essa metodologia também foi utilizada por Venturoli et al. (2011), ao avaliar
temporalmente a regeneração natural em uma floresta estacional semi-decídua secundária, em
Pirenópolis, Goiás.

O autor: José João 13


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

Para cada árvore recolheu-se as informações do DAP (diâmetro a altura do peito), HT (altura
total), HC (altura comercial do fuste), qualidade de fuste segundo as classes de qualidades usadas
pela unidade de inventários florestais (UIF) da DNFFB (2015):

 Classe I: fuste recto, bem configurado e sem defeitos aparentes;


 Classe II: fuste com leve tortuosidade e com pequenos nós;
 Classe III: fuste com deformações visíveis, grande nós e muito torto e
 Classe IV: fuste muito deformado e oco devido ataque de insectos.

Para tal, compreende a observação directa sobre as diferentes acções de conservação dos
recursos florestais, com objectivo de analisar o papel das comunidades em torno de
desenvolvimento sustentável ao nível de Chingoma-Munhiba.

3.2.1. Parâmetros avaliados

3.2.1.1. Composição e diversidade florística


a) Diversidade de Shannon-Weaver (H’)

Para medir o grau de incerteza em prever a que espécie pertencerá um indivíduo escolhido, ao
acaso, de uma amostra com S espécies e N indivíduos utilizou-se o índice de diversidade de
Shannon-Weaver (H’), que é obtido pela fórmula 1 proposta por SCHORN (2002). Quanto
menor o valor do índice de Shannon, menor o grau de incerteza e, portanto, a diversidade da
amostra é baixa. A diversidade tende a ser mais alta quanto maior o valor do índice (URAMOTO
et al. (2005).

𝐻=− 𝑝𝑖𝐿𝑛𝑝𝑖
(1)
Formula 1: For mula 1:índice de diversidade de Sha nnon-Weaver

Onde: Pi = proporção de cada espécie em relação ao total de indivíduos; ln = logaritmo natural;


ni = número de indivíduos da espécie; N = número total de indivíduos. O seu valor varia de 1,0
até 3,5 e raramente ultrapassa 4,5.

O autor: José João 14


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

b) Índice de Simpson (C)


Para obter a probabilidade de dois indivíduos escolhidos ao acaso na comunidade pertencerem à
mesma espécie usou-se as fórmulas 2 e 3 (dominância de Simpson) proposta por URAMOTO et
al. (2005).

𝑛𝑖 ni ∗ (ni − 1)
Pi= 𝐶=
𝑁 𝑁 ∗ (𝑁 − 1)
(2) (3)

Formula 2: proporção de cada espécie em relação ao total de indivíduos


Formula 3: indice de Simpson

Onde:
ni- número de indivíduos da espécie “i ”
N - número total de indivíduos

b) Equitabilidade de Pielou (J)


A Equitabilidade de Pielou (J) determinou-se através da fórmula 4 obedecendo as condições
propostas por SCHORN (2012), em que, se tivermos J = 0, pode-se dizer que todas as árvores
pertencem a uma única espécie e se tivermos J =1, pode-se dizer que todas as espécies estão
igualmente representadas.

J‟ = (4)
H´ ax.
Formula 4: Equitabilidade de Pielou

Onde: H‟ = índice de diversidade de Shannon; H‟max. = ln (S); S = número de espécies


amostradas. O valor da Equabilidade apresenta uma amplitude entre 0 (uniformidade mínima) e
1 (uniformidade máxima).

3.2.1.2. Fitossociologia
Fitossociologia é um processo relacionado a métodos de reconhecimento e definição de
comunidades de plantas (VENTUROLI, 2011). Os parâmetros fitossociológicos utilizados na
caracterização da regeneração (vegetação subarbustiva - arbórea) foram os seguintes: a
densidade absoluta e relativa, a frequência, dominância absoluta e relativa e o valor de
importância.

O autor: José João 15


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

a) Densidade
A Densidade Absoluta (DA) foi obtida através do número de indivíduos da espécie por unidade
de área considerada (fórmula 5), enquanto a Densidade Relativa (DR) obteve-se por meio da
proporção entre o número de indivíduos de uma determinada espécie, em relação ao número total
de indivíduos amostrados, utilizando a fórmula 6.

𝑛 𝑛
𝐷𝐴 = 𝐷𝑅 = ∗ 100
𝑢𝑎 (5) 𝑁 (6)
Formula 5: Densidade absoluta por espécie
Formula 6: Densidade relativa

Onde: DA - Densidade absoluta por espécie; DR - Densidade relativa; n - Número de indivíduos


por espécie; ua - Unidade amostral (ha); N - Número total de indivíduos amostrados

c) Frequência
A frequência foi obtida através da percentagem de ocorrência de uma espécie em um número de
áreas de igual tamanho. Determinou-se a Frequência Absoluta (formula 7) pela proporção entre o
número de unidades amostrais, na qual a espécie ocorre e o número total de unidade amostrais, e
a Frequência Relativa (formula 8) pela proporção, entre a frequência de cada espécie e a
frequência total por hectare.

UAI FA
FA = 𝐹R = ∗ 100
UAT (7) FA (8)

Formula 7: Frequência Absoluta da espécie


Formula 8: Frequência Relativa da espécie em percentagem em relação a comunidade amostrada

Onde: FA (%) = Frequência Absoluta da espécie; FR (%) = Frequência Relativa da espécie em


percentagem em relação a comunidade amostrada; UAi = Número de unidades amostrais em que
a espécie ocorre; UAt = Número total de unidades amostra

d) Dominância
A dominância obteve-se por meio da proporção de tamanho, volume ou cobertura de cada
espécie, em relação ao espaço (volume), representando a soma de todas as projecções horizontais
dos indivíduos pertencentes à espécie, usando a fórmula 9 e 10.
Formula 9: dominância absoluta (m²/ha)

𝑔 𝐷𝑜𝐴
𝐷𝑜𝐴 = 𝐷𝑜𝐴 = ∗ 100
𝑢𝑎 (9) 𝐺 (10)

O autor: José João 16


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

Onde: DoA = dominância absoluta (m²/ha); g = Área basal por espécie (m²/ha); e G = Área basal
total (m²/ha).

d) Valor de importância
O índice de valor de importância obteve-se através da soma dos dados estruturais de Densidade,
Dominância e Frequência, através da fórmula 11.

(11)
IVI = DR (%) + DoR (%) + FR (%) (11)

Formula 10: índice de valor de importância


Onde: DR (%) = Densidade Relativa; DoR (%) = Dominância Relativa; e FR (%) = Frequência
Relativa.

3.2.2. Análise estatística dos dados


Com os dados básicos das amostragens efectuadas nas ocasiões sucessivas, foram obtidas as
estimativas dos parâmetros florísticos e fitossociológicos da estrutura diamétrica, através do
Microsoft excel 2010.

O autor: José João 17


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Composição florística


Foram levantadas 32 parcelas, totalizando uma área de 2.640 m², onde foram amostrados 238
indivíduos, totalizando 22 espécies em 9 famílias botânicas, onde se destacaram em relação ao
número de indivíduos por famílias como é apresentado na tabela 2.

Tabela 2: Família, número das espécies e de indivíduos amostrados


Família Número de Número de indivíduos
espécies
Anacardiaceae 2 11
Annonaceae 1 10
Chrysobalanitaceae 1 3
Combretaceae 4 16
Oleaceae 2 12
Euphorbiaceae 1 21
Fabaceae 9 142
Loganiaceae 1 8
Rhamnaceae 1 15
Total 22 238

A família Fabaceae apresentou uma riqueza de espécies já esperada, uma vez que tal família é
característica de Miombo. As famílias mais ricas em número de espécies foram: Fabaceae
(59.66%), Euphorbiaceae (8,82%), Combretaceae (6,72%), Rhamnaceae (6,30%), Anacardiaceae
(4,62%), Annonaceae (4,20%), Loganiaceae (3,36%), Chrysobalanaceae (1,26%), e
Desconhecidas (5,04%) figura 3. Resultados contraditórios foram encontrados por HOFIÇO
(2014), quando pesquisava sobre suficiência amostral para floresta de miombo no Distrito de
Mocuba Província da Zambézia, tendo encontrado 124 espécies distribuídos em 83 géneros em
31 famílias botânicas em que a família Fabaceae foi a mais representativa.

MACUÁCUA (2015), no seu estudo sobre avaliação do estado de conservação de Combertum


imberbe na Localidade de Quembo no Distrito de Morrumbala-Zambézia encontrou 14 famílias
botânicas onde a maior parte pertence a família Fabaceae com 32 espécies com uma densidade
de 313 mᵌ.há.ano. KALABA et al. (2013), consideram que a diferenciação da riqueza e da
composição florística nessas florestas está relacionado ao estágio sucessional, ao histórico de
perturbação por actividade humana e às condições climáticas.

O autor: José João 18


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

A coincidência dos resultados de elevado número de espécies na família Fabaceae se deve ao


facto de as florestas da Zambézia pertencerem a uma formação de Miombo. De acordo com
FALCÃO (2007), a floresta de Miombo é dominada pela família Fabaceae. O número de
espécies da família Fabaceae obtido neste estudo foi baixo comparado com os úmeros obtidos
com os autores HOFIÇO (2014), MACUÁCUA (2015) devido aumento demográfico naquela
comunidade, factor este que contribui para a degradação florestal através de abertura de campos
agrícolas, queimadas frequentes, extracção de carvão vegetal e exploração massiva da madeira
para diversos fins.

Número de indivÍduos
160
140
120
Ni/FamÍlia

100
80
60
40
20
0

Família

Figura 3: Distribuição das famílias em relação ao número de indivíduos

De acordo com KLEIN (1980), a presença de espécies das famílias Asteraceae, Solanaceae e
Myrtaceae na regeneração é um indicador de que as formações vegetais de áreas das margens de
rios, lagos, nascentes e represas estão recuperando a sua riqueza arbustivo-arbórea, após o prévio
estabelecimento de um estrato herbáceo sub-arbustivo; pois estas são as primeiras famílias a
colonizarem áreas que sofreram perturbações na fitofisionomia de floresta. Para VIEIRA (1996),
o reduzido número de espécies representa os ambientes nos estágios iniciais de sucessão.

Segundo TOREZAN (1995) na fase inicial da regeneração florestal, verifica-se maior domínio
na riqueza de espécies das famílias Asteraceae e Poaceae, isto é atribuído ao facto destas
espécies serem comuns na vegetação. Aspectos contraditórios verificam-se no presente trabalho

O autor: José João 19


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

onde a família Fabaceae destacou-se como sendo a mais predominante na floresta em estudo. O
destaque a esta família deve-se ao fato de que suas espécies apresentam síndrome de dispersão
zoocórica, o que serve como atractivo de dispersores aos fragmentos, aumentando a
possibilidade de regeneração natural desses ecossistemas. Das 22 espécies amostradas a família
Fabaceae foi a mais dominante figura 3.

4.2. Diversidade florística


Na tabela 3 é apresentado os valores da riqueza e a diversidade florística (índice de Shannon-
Wiener, índice de Simpson e o valor de Equitabilidade de Pielou).

Tabela 3: Valores de riqueza e diversidade florística


Diversidade florística
Riqueza de espécies 22
Índice de Shannon-Wiener (H’) 2.400
Índice de Simpson (C) 0.161
Equitabilidade de Pielou (J) 0.772

A riqueza encontrada no estudo pode ser atribuída à proximidade de fontes de propágulos. O


índice de Shannon-Wiener (H’) obtido na área foi de 2.400. Resultados similares foram
encontrados por BILA (2012), ao fazer estudos sobre a avaliação da recuperação de área
degradada na represa do iraí, paraná, por meio de aspectos florísticos e fitossociológicos obteve o
índice de Shannon-Wiener (H’) de 3,639.

CAETANO (2015), ao fazer o estudo da avaliação da composição floristica da regeneração


natural da estação florestal de Mandonge no Distrito Sussundenga na Província de Manica
encontrou o índice de Shanon igual a 3.09 e na área mais perturbada e na área menos perturbada
foi encontrado o valor de 2.76. FELFILI e REZENDE (2003) consideram como altos os valores
de índice de diversidade de Shannon (H´) acima de 3 em ecossistemas florestais.

Segundo MARGALEF (1972), os índices altos de florestas temperadas variam de 2.0 a 3.0, e em
florestas tropicais estes variam de 3.83 até 5.85. HOFIÇO (2014), obteve resultados variando
entre 3,03 a 3,64 para o índice de diversidade Shannon-Wienner (H´) e entre 0,81 a 0,88 para a
Equabilidade de Pielou (J´), respectivamente, o que revela que a área de estudo exibe alta

O autor: José João 20


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

diversidade de espécies e distribuição uniforme de número de indivíduos em relação ao número


de espécies.

Neste contexto o índice de Shannon-Wienner encontrado no presente estudo é baixo, isto é, a


diversidade da amostra e o grau de incerteza é baixa devido acção antrópica com maior destaque
incêndios e extracção de madeira para diversos fins.

O índice de Simpson (C) obtido foi de 0.161 e a razão (1/C) foi de 6.21. Segundo BROWER e
ZAR (1984), o índice encontrado no presente trabalho indicam um baixo valor de diversidade.
Portanto, a maioria dos indivíduos amostrados no presente trabalho não são igualmente
abundantes. CAETANO (2015), ao fazer o estudo da avaliação da composição floristica da
regeneração natural da estação florestal de Mandonge no Distrito Sussundenga na Província de
Manica encontrou o o índice de Simpson (D) na área mais perturbada igual a 0.080 e na menos
perturbada foi de 0.06.

O índice de Simpson (C) obtido neste estudo foi ligeiramente alto comparado com os índices
encontrados com CAETANO (2015), devido aos resultados em maior abundância maior riqueza
e maior diversidade das espécies até certo ponto aos factores edáficos (solos, nutrientes e água) e
climáticos da área estudada em relação da área estudada pelo CAETANO (2015).

Os valores da diversidade florística encontrados nesse estudo são ligeiramente baixos devido aos
efeitos das acções antropogénicas verificadas na área em estudo, até certo ponto estes efeitos
podem resultar em menor abundância menor riqueza e menor diversidade das espécies.

O valor de Equitabilidade de Pielou (J) foi de 0.772 o que corresponde a 77.02% de


uniformidade, ou seja, existem espécies com mais árvores que outras. Segundo MCCOOK
(1994), estes valores são considerados altos, pois são próximos de 1, ou seja, típicos de uma
distribuição uniforme, tornando altas as chances de dois indivíduos quaisquer, extraídos ao acaso
de uma comunidade de tamanho infinito pertencer à mesma espécie na próxima parcela. SILVA,
CARIM et al. (2016), ao fazerem estudo da composição e diversidade florística em um trecho de
floresta de terra firme no sudoeste do Estado do Amapá, Amazónia Oriental, Brasil, encontram o
valor de Equabilidade de Pielou (J) de 0,8.

O autor: José João 21


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

Resultados similares foram encontrados pelo MACHADO (2010), no seu estudo da estrutura e
composição florística de uma floresta de terra firme na reserva de desenvolvimento sustentável
amanã, amazônia Central onde encontrou o valor de Equabilidade de Pielou (J) de 0,8. Os
resultados apresentados neste trabalho indicam uma comunidade florestal diversificada, onde a
relação espécie/indivíduos assume proporcionalidade satisfatória mostrando não haver
dominância de uma ou poucas espécies devido às condições edafoclimática que a área possui.

4.3. Análise fitossociológica


4.3.1. Estrutura horizontal
Na Tabela 4 e 5 observa-se a fitossociologia (frequência, densidade e a dominância) das 22
espécies encontradas no intervalo de 10 a 20 e de maior que 20cm de diâmetro.

Tabela 4: Parâmetros fitossociológicos (frequência, densidade e dominância) das espécies compreendidas entre os
diâmetros de 10 a 20 cm
Frabs Frel Dabs Dbrel DO DO
Nome científico (%) (%) (m.ha) (%) abs rel(%)
(m2/)
Swartzia madagascariensis 0.281 20.930 34.091 21.154 1.378 26.482
Pericopsis angolensis 0.125 9.302 15.152 17.308 0.563 10.824
Pteleopsis myritifolia 0.094 6.977 11.364 5.769 0.213 4.093
Berchemia zeyheri 0.094 6.977 11.364 5.769 0.328 6.306
Faurea speciosa 0.031 2.326 3.788 1.923 0.061 1.165
Pseudolachnostylis maprouneifolia 0.031 2.326 3.788 1.923 0.433 8.322
Brachystegia spiciformis 0.031 2.326 3.788 1.923 0.134 2.566
Sclerocarya birrea 0.125 9.302 15.152 7.692 0.287 5.509
Pterocapus angolensis 0.125 9.302 15.152 9.615 0.427 8.205
Millettia stuhlmannii 0.031 2.326 3.788 1.923 0.131 2.518
Cussonia sp 0.000 0.000 0.000 0.000 0.023 0.436
Strychnos spinosa 0.063 4.651 7.576 3.846 0.148 2.836
Anona senegalensis 0.031 2.326 3.788 1.923 0.154 2.960
Burkea africana 0.031 2.326 3.788 1.923 0.187 3.587
Pteleopsis myrtifolia 0.000 0.000 0.000 0.000 0.009 0.183
Terminalia sericea 0.063 4.651 7.576 3.846 0.227 4.363
Dalbergia melanoxilon 0.031 2.326 3.788 1.923 0.050 0.961
Acacia polycantha 0.000 0.000 0.000 0.000 0.038 0.732
Parinari curatellifolia 0.063 4.651 7.576 3.846 0.123 2.373
Afzelia quanzensis 0.031 2.326 3.788 3.846 0.102 1.961
Julbernardia globiflora 0.031 2.326 3.788 1.923 0.110 2.109
Ricinodendron rautanenii 0.031 2.326 3.788 1.923 0.079 1.509
Total 1.344 100 162.879 100 5.203 100

O autor: José João 22


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

Dabs = densidade absoluta (ind.ha-1); Drel = densidade relativa, em %; DOabs = dominância absoluta, em m2.ha-1;
DOrel = dominância relativa, em %; Fabs = frequência absoluta, em %; Frel = frequência relativa, em %.

Tabela 5: Parâmetros fitossociológicos (frequência, densidade e dominância) das espécies compreendidas


entre os diâmetros > 20 cm

Nome científico Fabs Frel Dabs Dbrel DO abs DO


(%) (%) (m.ha) (%) (m2/a) rel(%)
Swartzia madagascariensis 0.5 19.5 0.3 31.3 0.3 27.0
Pericopsis angolensis 0.2 9.1 3.9 4.8 0.1 11.0
Pteleopsis myritifolia 0.0 1.3 0.2 0.7 0.0 4.2
Berchemia zeyheri 0.1 5.2 2.3 4.8 0.1 6.4
Faurea speciosa 0.1 2.6 0.1 0.7 0.0 1.2
Pseudolachnostylis maprouneifolia 0.3 10.4 8.7 13.6 0.1 8.5
Brachystegia spiciformis 0.2 9.1 1.2 6.1 0.0 2.6
Sclerocarya birrea 0.2 7.8 2.0 4.8 0.1 5.6
Pterocapus angolensis 0.1 5.2 2.1 3.4 0.1 8.4
Millettia stuhlmannii 0.0 1.3 0.3 1.4 0.0 2.6
Cussonia sp 0.0 1.3 0.0 0.7 0.0 0.4
Strychnos spinosa 0.1 3.9 0.7 3.4 0.0 2.9
Anona senegalensis 0.1 5.2 1.2 5.4 0.0 3.0
Burkea africana 0.1 3.9 1.7 6.1 0.0 3.7
Pteleopsis myrtifolia 0.0 1.3 0.0 0.7 0.0 0.2
Terminalia sericea 0.1 5.2 2.0 6.1 0.0 4.5
Dalbergia melanoxilon 0.0 1.3 0.1 0.7 0.0 1.0
Acacia polycantha 0.1 3.9 0.2 3.4 0.0 0.7
Parinari curatellifolia 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 2.4
Afzelia quanzensis 0.0 1.3 0.2 1.4 0.0 2.2
Julbernardia globiflora 0.0 1.3 0.1 0.7 0.0 1.5
Ricinodendron rautanenii 0.0 1.3 0.2 0.7 0.0 1.2
Total 2.4 100 749.9 100 1.0 100

Dabs = densidade absoluta (ind.ha-1); Drel = densidade relativa, em %; DOabs = dominância absoluta, em m2.ha-1;
DOrel = dominância relativa, em %; Fabs = frequência absoluta, em %; Frel = frequência relativa, em %.

Portanto, verifica-se que a menor frequência e densidade de Cussonia sp, Pteleopsis myrtifolia,
Parinari curatellifolia, culminou com a menor dominância. E,as espécies que melhor se
destacaram foram a Swartzia madagascariensis, Pericopsis angolensis, Sclerocarya birrea,e
Pterocapus angolensis.

Facto que pode explicar este resultado, seja provavelmente agricultura, seguida de pastagem e
posterior remoção da vegetação que contribuíram para a degradação das condições edáficas e da

O autor: José João 23


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

vegetação local e de áreas adjacentes, que actuam como fonte de propágulos de espécies arbóreas
nativas. Para as espécies amostradas com DAP compreendido entre 5 a 10 cm, observa-se que
Swartzia madagascariensis foi a única que ocorreu neste intervalo de diâmetro, tendo-se
mostrado em 32 parcelas com o total de 9 indivíduos Figura 4. Portanto, com a espécie em
referência obteve-se a completa percentagem fitossociológica (frequência, densidade,
dominância, índice de valor de importância e índice de valor de cobertura).

Observa-se que a densidade relativa foi um parâmetro decisivo das espécies quanto ao seu IVI%
(tabela 6). As mais abundantes em ambas as classes de tamanho são também as de maior
importância relativa na comunidade. Verifica-se que, S. madagascariensis foi a que apresentou
maior valor percentual de IVI (25.928) e IVC (29.152) para a classe compreendida entre 10 a 20
cm, e a de maior que 20 cm de diâmetro sendo: IVI (22.855), IVC (23.818).

Tabela 6: índice de valor de importância das espécies nas classes de 10 a 20 e > 20 de diâmetro
DAP (10 – 20 cm) DAP (> 20cm)
Nome local/vernacular IVI (%) IVC (%) IVI (%) IVC (%)
Swartzia madagascariensis 25.928 29.152 22.855 23.818
Pericopsis angolensis 8.298 7.901 12.478 14.066
Pteleopsis myritifolia 2.051 2.428 5.613 4.931
Berchemia zeyheri 5.463 5.597 6.351 6.038
Faurea speciosa 1.489 0.934 1.804 1.544
Pseudolachnostylis maprouneifolia 10.828 11.047 4.190 5.122
Brachystegia spiciformis 5.944 4.370 2.272 2.245
Sclerocarya birrea 6.058 5.191 7.501 6.601
Pterocarpus angolensis 5.655 5.885 9.041 8.910
Millettia stuhlmannii 1.743 1.964 2.256 2.220
Cussoniasp 0.808 0.562 0.145 0.218
Strychnos spinosa 3.397 3.147 3.778 3.341
Anona senegalensis 4.552 4.231 2.403 2.441
Burkea africana 4.559 4.891 2.612 2.755
Pteleopsis myrtifolia 0.722 0.433 0.061 0.091
Terminalia sericea 5.256 5.286 4.287 4.105
Dalbergia melanoxilon 0.986 0.830 1.737 1.442
Acacia polycantha 2.681 2.074 0.244 0.366
Parinari curatellifolia 0.807 1.210 3.623 3.110
Afzelia quanzensis 1.603 1.756 2.711 2.904
Julbernardia globiflora 1.173 1.110 2.119 2.016
Ricinodendron rautanenii 2.852 1.234 1.919 1.716
Total (%) 100 100 100 100

O autor: José João 24


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

DAP – diâmetro altura do peito, em cm; IVI (%) – percentagem do índice de valor de importância, IVC (%) – índice
de valor de cobertura.

O comportamento das espécies verificadas na acima (tabela 6), pode ser justificado por vários
factores. COSTA (2002), sustenta que um possível efeito supressor de florestas sob a
regeneração da vegetação de sub-bosque, seja pela formação de uma densa camada de material
orgânica com decomposição lenta, que inibe a germinação de sementes. Ou ainda, pela
competição por água, nutrientes e baixa atractividade de dispersores (EVARISTO, 2006).

CARNEIRO (2002), aponta os factores como densidade das copas, abertura do dossel e
condições edáficas favoráveis como as mais importantes na promoção da regeneração natural do
sub-bosque, além da proximidade a fontes de propágulos.

Verificou-se na tabela 7 que a composição florística do povoado de Chingoma-Munhiba


apresentou 3 estágios de regeneração natural sendo o estágio médio mais representado com a
cobertura vegetal arbórea de porte mais desenvolvida em relação com estágio inicial com
indivíduos com altura compreendida entre 5 a 8 m e diâmetro entre 5,1 a 14,9 cm.

Tabela 7: Parâmetros fitossociológicos de Swartzia madagascariensis (pau ferro)


Nome Estágio DAP (cm) Ni Drel Frel DOrel IVI IVC
(%) (%) (%) (%) (%)
Inicial ≤5 7 0.29 16.22 1.42 5.98 0.86
Swartzia Médio 5.1-14.9 57 56.78 66.02 34.30 52.37 45.54
madagascariensis
Avançado ≥ 15 23 42.93 17.76 64.27 41.65 53.60
Total 87 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00

Ni = número de indivíduos; DAP – diâmetro altura do peito, em cm; IVI (%) – percentagem do índice de valor de
importância, IVC (%) – índice de valor de cobertura; Drel = densidade relativa, em%;DOrel = dominância relativa,
em; Frel = frequência relativa, em %.

Da avaliação, observou-se que a floresta do povoado de Chingoma-Munhiba apresenta estágio de


regeneração natural de Swartzia madagascariensis estabelecida, visto que maior número de
indivíduos identificados na área de estudo apresentou DAP superior a 10 cm, de acordo com
FOSBERG (1967), a regeneração natural estabelecida é representada com as plantas com DAP
superior a 10 cm, mas inferior a 20 cm, pertence ao estrato intermédio (7,1-12) m e são árvores
com a maior probabilidade de crescer e atingir a idade adulta.

O autor: José João 25


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

Segundo PECHISSO (2012), as florestas de miombo são dominadas por três espécies de género
Brachystegia, Julbernardia e Isoberlina, compartivamente, com a floresta de Chingoma não tem
maior representatividade de Brachystegia, Julbernardia e Isoberlina devido maior procura da
comunidade local para a produção de carvão (segunda actividade económica no povoado) e
extracção de estacas para a confecção das refeições. Comparativamente com a floresta em estudo
é produtiva e de categoria secundária por ser verificar efeitos de acções antrópicas.

4.3.2. Estrutura diametrica


Observa-se na figura 4 que as espécies de diâmetro compreendido entre 11 a 15 foram as que
apresentaram maior número de espécie (riqueza), isto é, maior abundância de espécies verifica-se
no estágio médio de regeneração em relação ao estágio inicial e final.

Tabela 8: Intervalo de classe, centro classe e número de indivíduos colectados na área de amostragem
IC CC Ni/IC
[3-7[ 5 11
[7-11[ 9 34
[11-15[ 13 84
[15-19[ 17 48
[19-23[ 21 32
[23-27[ 25 14
[27-31[ 29 8
[31-35[ 33 4
[˃35[ 40 3

IC- intervalo de classe, CC- centro de classe, Ni/IC- número de indivíduos por intervalo de classe.

100
Ni/Intervalo de classe

80
60
40
Indivíduos
20
0

Intervalo de classe

Figura 4: distribuição diamétrica de espécies colectadas na área de amostragem

O autor: José João 26


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

A figura 4 mostra que a frequência de indivíduos com diâmetro 11cm em diante, diminui com o
aumento do diâmetro obedecendo ao modelo exponencial negativo ´´J invertido´´, característica de
uma floresta nativa, apesar da sua estrutura ter sido modificado por acções antrópicas. Esse
comportamento sugere a existência de um balanço entre o recrutamento e a mortalidade de
indivíduos, garantindo o processo dinâmico da floresta (WESTPHAL et al., 2006). APPIAH et
al. (2013), referem que a elevada riqueza e diversidade de espécies numa floresta em estágio
sucessional ocasionado por distúrbios sugere incerteza na permanência das mesmas espécies no
futuro, se considerar que a maioria delas está presente somente nas classes de diâmetro
inferiores, incluindo a regeneração.

Esse comportamento é decorrente da existência de diferenças marcantes do meio abiótico, como


afloramento rochoso, declividade do terreno, características físicas e químicas do solo que
condicionam a ocorrência de espécies em partes distintas dentro de uma mesma comunidade
(CHIDUMAYO, 2013). Este facto comprova que a distribuição das espécies na floresta de
Miombo não segue um padrão homogéneo, por conseguinte, não pode ser explicada pela
variável, tamanho de unidade amostral.

4.3.3. Qualidade de fuste


Os valores de qualidade de fuste absoluta e relativa para as classes de qualidade 1,2, 3 e 4 da
floresta estão apresentados na tabela 10, que representa os valores de frequencias por espécie.

Tabela 9: parâmetros de classes de qualidade fuste de espécies colectadas na área de amostragem

Classe Classe Classe Classe


I II III IV
Nome científico
Fab Fre l Fab Frel Fab Frel Fab Frel
(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)
Swartzia madagascariensis 16,00 56,64 1,75 25,93 0,50 13,33 4,25 20,48
Pericopsis angolensis 2,00 7,08 1,00 14,81 - - 1,25 6,02
Pteleopsis myritifolia 0,50 1,77 0,50 7,41 - - 0,25 1,20
Berchemia zeyheri 0,75 2,65 - - 0,50 13,33 1,50 7,23
Faurea speciosa - - - - - - 0,50 2,41
Pseudolachnostylis
maprouneifolia 0,25 0,88 0,25 3,70 0,25 6,67 4,50 21,69
Brachystegia spiciformis 1,00 3,54 0,75 11,11 0,25 6,67 0,25 1,20
Sclerocarya birrea 1,25 4,42 0,75 11,11 - - 0,75 3,61
Pterocapus angolensis 2,00 7,08 0,50 7,41 - - - -
Millettia stuhlmannii 0,25 0,88 0,75 11,11 - - - -
Cussonia sp 0,25 0,88 - - - - 0,50 2,41
Strychnos spinosa 0,50 1,77 - - - - 1,50 7,23

O autor: José João 27


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

Anona senegalensis 0,25 0,88 - - 0,50 13,33 1,75 8,43


Burkea africana 1,00 3,54 - - 0,25 6,67 1,25 6,02
Pteleopsis myrtifolia 0,25 0,88 - - 0,25 6,67 - -
Terminalia sericea 0,25 0,88 0,25 3,70 1,25 33,33 0,75 3,61
Dalbergia melanoxilon 0,25 0,88 0,25 3,70 - - - -
Acacia polycantha 0,50 1,77 - - - - 0,75 3,61
Parinari curatellifolia 0,50 1,77 - - - - - -
Afzelia quanzensis - - - - - - 0,25 1,20
Julbernardia globiflora 0,50 1,77 - - - - 0,25 1,20
Ricinodendron rautanenii - - - - - - 0,50 2,41
Total 28,25 100,00 6,75 100,00 3,75 100,00 20,75 100,00

A tabela 10 mostra, o predomínio de frequencias nas classes de qualidade de fuste 1 (47,47%)


com fuste recto, bem configurado e 4 (34,87%) com fuste muito deformado e oco, em relação às
classes 2 (11,34% ) fuste com leve tortuosidade, pequenos nós e 3 com (6,3%) fuste com
deformações visíveis e grande nós. Este fato pode ser facilmente explicado pela irregularidade
dos fustes das espécies mais abundantes, visto que os maiores valores de qualidade de fuste
correspondem também às espécies mais abundantes do povoamento (CORAIOLA, 1997).

Resultados contraditórias foram obtidos pelo EDSON (2007), ao fazer estudos da análise da
estrutura dimensional de uma floresta estacional semidecidual localizada no município de cássia-
MG onde foi observado o predomínio das classes de qualidade de fuste 3 e 4 em relação às
classes 1 e 2, representando cerca de 78% do total da população.

As espécies que se destacaram com maior qualidade de fuste neste estudo foram: Swartzia
madagascariensis Pterocapus angolensis e Pericopsis angolensis em relação das outras, este
resultado pode ser explicado pelo facto de serem espécies com maior abundância e resistentes ao
ataque de insectos e queimadas.

O autor: José João 28


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

V. CONCLUSÕES

Segundo os objectivos traçados e nas condições em que foi conduzido o trabalho, permite
concluir que:

 A família Fabaceae foi a que apresentou a maior riqueza de espécies, sendo característica
da formação florestal estudada, seguindo as famílias Anacardiaceae, Rhamnaceae,
Combretaceae e Chrysobalanaceae respectivamente.
 A composição florística do povoado apresentou 3 estágios de regeneração natural sendo o
estágio médio mais representado com a cobertura vegetal arbórea de Swartzia
madagascariensis mais desenvolvida e maior número de espécies em relação as do
estágio inicial e o avançado.
 A espécie Swartzia madagascariensis esteve presente em quase todas as parcelas
levantadas estabelecidas.

O autor: José João 29


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

VI. RECOMENDAÇÕES

Para comunidades

De modo a reduzir impactos negativos da agricultura itinerante principalmente nas área mais
perturbadas, sendo necessário seguir as recomendações de introdução de espécies capazes de
fixarem nitrogénio e o solo de modo a garantir uma rápida recuperação do solo.

Ao governo

Por ser uma área florestal perturbada é urgente a regulamentação das actividades humanas dentro
dos limites da estação florestal através da campanha de sensibilização ambiental e de
constituição do comitê de gestão a nível local de forma a garantir a fiscalização da exploração
dos recursos naturais, controle e prevenção de queimadas descontroladas e por consequente
conservação a flora e a fauna bravia.

Certas espécies não registaram indivíduos em regeneração, para estes recomenda-se que se faça a
colheita das suas sementes e um estudo seja feito para a determinação do poder germinativo.

Aos pesquisadores

Recomenda-se estudos de avaliação da composição florística da regeneração natural e estudo de


factores que influenciam directa ou indirectamente a regeneração florestal em áreas abandonadas
pela agricultura itinerante em várias partes do Mundo, do país, da província e em particular no
Distrito de Mocuba Povoado de Chingoma-Munhiba.

O autor: José João 30


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

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VIEIRA, I. C. (1996). Forest succession after shifting cultivation in eastern amazonia. 250p.

O autor: José João 34


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

VIII. APÊNDICES

Apêndices I: levantamento dos parâmetros fitossociológicos de espécies colectadas no campo experimental da


floresta de Chingoma-Munhiba.

Nome
local/verna Frel Dabs Dbrel DOabs DOrel IVI IVC
cular Nome cientifico/Familia Fabs (%) (m.ha) (%) (m2/ha) (%) IVI (%) IVC (%)

Nacuada Swartzia madagascariensis/Fabaceae 0,53 17,53 119,88 73,63 0,23 23,13 114,28 38 97 48,38

Muaga Pericopsis angolensis/Leguminosae 0,28 9,28 9,58 5,88 0,09 9,45 24,61 8 15 7,67

Muleva Pteleopsis myritifolia/Combretaceae 0,16 5,15 1,06 0,65 0,04 3,57 9,38 3 4 2,11

Pau rosa Berchemia zeyheri/Rhamnaceae 0,19 6,19 4,59 2,82 0,06 5,51 14,51 5 8 4,16

Sossola Faurea speciosa/Oleaceae 0,06 2,06 0,12 0,07 0,01 1,02 3,15 1 1 0,55
Pseudolachnostylis
Mussonjoa maprouneifolia/Euphorbiaceae 0,25 8,25 9,09 5,58 0,07 7,27 21,10 7 13 6,43

Murroto Brachystegia spiciformis/Leguminosae 0,22 7,22 1,20 0,74 0,02 2,24 10,20 3 3 1,49

Muthula Sclerocarya birrea/Anacardiaceae 0,22 7,22 3,15 1,94 0,05 4,81 13,96 5 7 3,37

Umbila Pterocapus angolensis/Leguminosae 0,22 7,22 4,27 2,62 0,07 7,17 17,00 6 10 4,89

Jambiri Millettia stuhlmannii/Leguminosae 0,09 3,09 0,52 0,32 0,02 2,20 5,61 2 3 1,26

Nampuapua Cussonia sp/Oleaceae 0,03 1,03 0,02 0,01 0,00 0,38 1,43 0 0 0,20

Massala Strychnos spinosa/Loganiaceae 0,13 4,12 1,03 0,63 0,02 2,48 7,23 2 3 1,56

Muyebe Anona senegalensis/Anonaceae 0,09 3,09 1,39 0,85 0,03 2,58 6,53 2 3 1,72

Mucarara Burkea africana/Leguminosae 0,13 4,12 1,87 1,15 0,03 3,13 8,40 3 4 2,14

Mduro Pteleopsis myrtifolia/Combretaceae 0,03 1,03 0,19 0,11 0,03 3,13 4,28 1 3 1,62

Mussassai Terminalia sericea/Combretaceae 0,13 4,12 1,87 1,15 0,03 3,13 8,40 3 4 2,14

Mpive Dalbergia melanoxilon/Leguminosae 0,03 1,03 0,37 0,85 0,03 3,13 5,02 2 4 1,99

Nroga Acacia polycantha/Leguminosae 0,09 3,09 0,93 0,57 0,03 3,13 6,80 2 4 1,85
Parinari
Muthubi curatellifolia/Chrysobalanaceae 0,06 2,06 0,37 0,23 0,03 3,13 5,42 2 3 1,68

Mussosso Afzelia quanzensis/Leguminosae 0,03 1,03 0,37 0,23 0,03 3,13 4,39 1 3 1,68

Mpakala Julbernardia globiflora/Leguminosae 0,03 1,03 0,56 0,34 0,03 3,13 4,51 2 3 1,74
Ricinodendron
Iphaka rautanenii/Combretaceae 0,03 1,03 0,37 0,23 0,03 3,13 4,39 1 3 1,68

Total 3,03 100,00 162,83 100,63 1,00 100,00 300,63 100 201 100,31

O autor: José João 35


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

Apêndices II: Índices de diversidade florística e equabilidade para todas as espécies amostradas

Shanon SIMPSON
Nome cientifico/Familia Total PI lnpi (pi x ln pi) ni (ni*(ni - 1) N(N-1) C
Swartzia madagascariensis/Fabaceae 87 0,366 -1,006 -0,368 87 7482 56406 0,133
Pericopsis angolensis/Leguminosae 17 0,071 -2,639 -0,189 17 272 56406 0,005
Pteleopsis myritifolia/Combretaceae 5 0,021 -3,863 -0,081 5 20 56406 0,000
Berchemia zeyheri/Rhamnaceae 15 0,063 -2,764 -0,174 15 210 56406 0,004
Faurea speciosa/Oleaceae 2 0,008 -4,779 -0,040 2 2 56406 0,000
Pseudolachnostylis 21 0,088 -2,428 -0,214 21 420 56406 0,007
maprouneifolia/Euphorbiaceae
Brachystegia spiciformis/Leguminosae 9 0,038 -3,275 -0,124 9 72 56406 0,001
Sclerocarya birrea/Anacardiaceae 11 0,046 -3,074 -0,142 11 110 56406 0,002
Pterocapus angolensis/Leguminosae 10 0,042 -3,170 -0,133 10 90 56406 0,002
Millittia stuhlmannii/Leguminosae 4 0,017 -4,086 -0,069 4 12 56406 0,000
Cussonia SP/Oleaceae 1 0,004 -5,472 -0,023 1 0 56406 0,000
Strychnos spinosa/Loganiaceae 10 0,042 -3,170 -0,133 10 90 56406 0,002
Anona senegalensis/Anonaceae 9 0,038 -3,275 -0,124 9 72 56406 0,001
Burkea africana/Leguminosae 10 0,042 -3,170 -0,133 10 90 56406 0,002
Pteleopsis myrtifolia/Combretaceae 1 0,004 -5,472 -0,023 1 0 56406 0,000
Terminalia sericea/Combretaceae 10 0,042 -3,170 -0,133 10 90 56406 0,002
Dalbergia malanoxilon/Leguminosae 2 0,008 -4,779 -0,040 2 2 56406 0,000
Acacia polycantha/Leguminosae 5 0,021 -3,863 -0,081 5 20 56406 0,000
Parinari curatellifolia/Chrysobalanaceae 2 0,008 -4,779 -0,040 2 2 56406 0,000
Afzelia quanzensis/Leguminosae 2 0,008 -4,779 -0,040 2 2 56406 0,000
Julbernardia globiflora/Leguminosae 3 0,013 -4,374 -0,055 3 6 56406 0,000
Ricinodendron rautanenii/Combretaceae 2 0,008 -4,779 -0,040 2 2 56406 0,000
Total 238 -2,400 238 0,161

O autor: José João 36


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

Apêndices III: Ficha de inventário florestal

DISTRITO____________________POSTO
ADMINISTRATIVO_____________________________LOCALIDADE_______________________________
POVOADO ________________________________________ DATA: _____/12 /2017 FICHA: MAIOR QUE 10cm
CLUSTER Nº____ PARCELA Nº______ TIPO DE FORMAÇÃO VEGETAL___________________
GPS: LATITUDE______________________ LONGITUDE_______________________ CHEFE DA EQUIPE
__________________________________

ID Nome local Nome científico DAP Ht. Hc Qualidade


1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
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12
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17
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19
20
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28
29
30

OBSERVAÇÕES:

_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________

O autor: José João 37


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

Apêndices IV: Ficha de inventário florestal

DISTRITO____________________POSTO
ADMINISTRATIVO_____________________________LOCALIDADE_______________________________

POVOADO ________________________________________ DATA: _____/____/2017 FICHA: MENOR QUE 10cm


CLUSTER Nº____ PARCELA Nº______ TIPO DE FORMAÇÃO VEGETAL___________________
GPS: LATITUDE___________________ LONGITUDE___________________ CHEFE DA EQUIPE _________________

ID Nome local Figura 5


Nome científico DAP Ht. Hc Qualidade
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
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28
29
30

O autor: José João 38


Estágio de regeneração de Swartzia madagascariensis

Apêndices V: estrutura amostral cluster ou conglomerado de regeneração 330 m ² com 0,033 ha

10m 300m 20m

10m

20m 10 m

300 m 300m

300m

20m

10m 5m

5m 300 m 10 m

20m

O autor: José João 39

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