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Unidade II
5 O BIÓLOGO E O EMPREENDEDORISMO
O termo “empreendedorismo” possui um amplo significado, podendo ser entendido como disposição
ou capacidade de idealizar, coordenar e implementar projetos ou, ainda, como uma atividade que reúne
características essenciais para o sucesso a partir da oferta de produtos e serviços.
A realidade atual propõe uma série de novas possibilidades que visam oferecer, dentro da área
de atuação do biólogo, oportunidades de empreender para atender a um mercado cada vez mais
competitivo e especializado. Entretanto, para obter sucesso como empreendedor, faz-se necessário um
estudo aprofundado sobre oferta e demanda, a elaboração de um plano de negócios que inclua a
pesquisa de mercado, entre outros fatores.
Não se trata apenas de oferecer um produto ou serviço inédito, trata-se de observar, na área
pretendida, de que forma os serviços são ofertados e como eles podem ser melhorados. É importante
também identificar quais problemas preexistentes necessitam de soluções, para atrair o interesse do
consumidor, uma vez que, em qualquer área pretendida, a concorrência existirá. Os fatores relacionados
aqui, entre outros, garantirão o sucesso do empreendedor. Teremos um tópico no qual será abordado o
passo a passo para orientá-lo sobre a realização do sonho de se tornar um empreendedor de sucesso.
As possibilidades de empreender na área da biologia estão distribuídas nas três grandes áreas de
atuação do biólogo, que são: saúde; biotecnologia e produção, e ainda meio ambiente e biodiversidade.
É possível, nas áreas de atuação mencionadas, oferecer uma infinidade de produtos e serviços
necessários à sobrevivência e ao bem-estar humano, e à preservação do meio ambiente e das formas
de vida presentes no planeta. Através da atuação na área de biotecnologia, soluções para problemas
emergentes, que comprometam a viabilidade da vida no planeta, são passíveis de serem encontradas.
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
Nas áreas de meio ambiente e biodiversidade, a preocupação cada vez maior com a perda da
biodiversidade do planeta e com a necessidade de implementação de projetos de conscientização
que visem diminuir a ação antrópica, reduzir a pegada ecológica atrelada ao consumo humano, bem
como a utilização da biotecnologia para recuperar as áreas degradadas, são de vital importância para
o desenvolvimento de áreas para os biólogos empreenderem com segurança. Muitas oportunidades
podem ser exploradas nessas áreas e subáreas afins.
Nos próximos tópicos, trataremos das oportunidades para biólogos nas áreas mencionadas e
apresentaremos orientações importantes, formuladas por empreendedores de sucesso, para que o êxito
seja garantido.
A evolução no comportamento de consumo das diferentes gerações tem sido marcada por
disrupturas históricas importantes, a ponto de provocar mudanças no perfil de toda população.
A mudança de paradigma no consumo tem chamado a atenção dos estudiosos desses comportamentos,
no intuito de traçar o perfil das próximas gerações envolvidas, minimizando os danos ambientais.
O contexto atual envolve comportamentos diferentes, que têm sido descritos desde a década de 1940.
Para entendermos um pouco melhor a situação atual, vamos voltar um pouco nos anos, hábitos,
costumes e acontecimentos, através das respectivas gerações.
A geração baby boomers surgiu entre os anos de 1940 e 1960, no pós-guerra imediato. Recebeu
essa designação pela quantidade de nascimento de bebês após o retorno dos soldados dos campos de
batalha. É uma geração representada por pessoas educadas na disciplina e rigidez, cuja educação teve
como base a rotina e a obediência às regras, o que influenciou fortemente na postura profissional desses
indivíduos. Caracterizam-se por pertencerem a uma geração que vive para trabalhar, atuam conforme as
regras, demonstrando compromisso e lealdade, procurando estabilidade e segurança. Evitam conflitos,
são habilidosos ao lidar com autoridades e cautelosos frente a novas situações. Possuem dificuldade em
lidar com tecnologias em geral e o trabalho é visto como prioridade.
Na geração X, encontram-se os indivíduos nascidos entre 1960 e 1980. Evidenciaram fatos históricos
importantes, passando por momentos de economia turbulenta, o que os tornou mais práticos e focados
em resultados individuais para uma vida equilibrada. Trata-se de uma geração cujos indivíduos com
maior poder aquisitivo conseguiram cursar faculdade, são competitivos e possuem apego a títulos e
cargos. Para alguns autores, essa postura de afirmação é característica da geração X, uma vez que a
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Unidade II
posição que ocupam dentro das empresas é símbolo de suas conquistas, mérito de muita dedicação,
esforço e trabalho. Destacam-se no trabalho pela dedicação e experiência, buscando equilíbrio entre a
vida profissional e pessoal.
A geração Y é representada por indivíduos que nasceram entre 1980 e 2000, época de economia
próspera, revolução tecnológica, globalização e diversidade. Uma vez que nasceram na era digital,
as barreiras geográficas praticamente inexistem. Por serem considerados o centro das atenções, são
autoconfiantes, inquietos, independentes e ousados. Chegam ao mercado de trabalho com formação
mais atualizada do que os indivíduos das demais gerações, entretanto eles precisam de razões e estímulos
para se manterem em seus cargos. Para essa geração, o trabalho não é visto como prioridade, devendo
significar prazer e liberdade. Desta forma, não se prendem muito a situações de trabalho que não lhes
tragam satisfação pessoal. Buscam desafios e desejam fazer as coisas à sua maneira. Por possuírem um
perfil multitarefas, não são adeptos de rotinas e controle.
Para finalizar, temos a geração Z, com nascidos em meados dos anos 90, da qual pouco ou quase
nada se sabe sobre como vão lidar com os empregos, uma vez que ainda encontram-se em sala de
aula. Entretanto, seu perfil comportamental já foi traçado como pertencendo ao mundo virtual,
usuários de fones de ouvidos quase todo o tempo. A denominada geração silenciosa, rápida e ágil com
computadores, entretanto, possui dificuldade com as estruturas escolares tradicionais e, por vezes,
com os relacionamentos interpessoais, já que a comunicação verbal é dificultada pelas tecnologias
disponíveis a todo momento. São indivíduos que vivem conectados, durante todo o tempo, em
diferentes tipos de tecnologias ao mesmo tempo.
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
A próxima geração já está tendo seu perfil traçado, é a geração Alpha. Sobre essa, quase nada se sabe
até o momento, a não ser que se trata da geração nascida a partir de 2010, cujas características precisas
ainda não estão claramente definidas. Essa geração poderá ser concebida por filhos tanto da geração Y
quanto da geração Z e, certamente, viverão em um mundo conectado em rede.
Conhecer o perfil do comportamento de consumo das gerações existentes nos permite entender toda
a dinâmica de consumo anterior e atual e nos ajuda a compreender tendências contemporâneas, como a
necessidade de empreender em diferentes áreas, a demanda por serviços e produtos diferenciados para
atender ao mercado cada vez mais exigente, a preocupação latente com as questões de sustentabilidade
nos negócios, os comportamentos disruptivos que movimentam milhões em estratégias de economia
colaborativa, a conscientização da necessidade de desacelerar em relação à exploração dos recursos
ambientais, entre outros comportamentos.
Com base nessa característica peculiar e inerente à profissão, a atuação dos biólogos na área da
pesquisa científica permitiu a descoberta de formas de transmissão, cura e tratamentos para doenças;
impactos ambientais estão sendo minimizados a partir de estudos realizados na área da biologia;
estratégias para recuperação do planeta estão sendo desenvolvidas; tecnologias de aumento da
produtividade de alimentos estão sendo aplicadas, enfim, a pesquisa científica faz parte da rotina
de estudo e trabalho dos biólogos. Uma prova de que os biólogos têm revolucionado a ciência reside
no fato de que aproximadamente um terço dos prêmios Nobel da área de fisiologia ou medicina foi
atribuído a pesquisadores da área de ciências biológicas.
É importante destacar que consultoria e assessoria são processos diferenciados, que podem,
entretanto, ser ofertados conjuntamente. Ambas devem ser realizadas por profissionais com amplo
conhecimento na área específica, para que os problemas possam realmente ser solucionados. Enquanto
a consultoria faz um diagnóstico dos problemas e aponta os passos a serem seguidos, a assessoria
acompanha, participando ativamente das soluções.
diretamente nas atividades. A proposta é possuir vínculo rápido com o cliente, realizando palestras,
cursos e treinamentos de maneira eventual. Por outro lado, a função da assessoria é auxiliar, através
de um acompanhamento contínuo, nas soluções de problemas amplos, a partir da detecção de
falhas e promoção de melhorias. O assessoramento permite atuar diretamente nos processos e
interferir nas atividades, gerando um vínculo longo com o cliente e promovendo treinamentos,
palestras e cursos frequentemente.
6.2 Palestras
6.3 Cursos
Além de prover conhecimento, são elaborados com o intuito de promover capacitação de pessoal.
Os conteúdos devem ser abordados de forma minuciosa e completa, contemplando os temas básicos
e complexos das relações tratadas. Cursos são ferramentas importantes, amplamente utilizados por
empresas públicas e privadas para capacitar os funcionários, uma vez que os treinamentos trazem
benefícios para as equipes envolvidas, melhorando o clima organizacional, promovendo o aumento da
produtividade e da credibilidade da empresa, entre outros fatores.
6.4 Treinamentos
Os treinamentos visam capacitar pessoas e qualificá-las para desenvolverem algum tipo de habilidade
específica. Apresentam maior complexidade quando comparados a palestras e cursos e também
possuem maior duração. A estrutura necessária depende do tipo de treinamento e, geralmente, são
realizados nos mais diversos tipos de laboratórios (biologia, química, física, informática), dependendo
da área de aplicação, podendo, ainda, ser desenvolvidos parte em laboratórios e outra parte no campo
(técnicas de coletas e identificação de animais).
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
Entende-se por desenvolvimento de produtos toda e qualquer atividade tecnológica capaz de gerar
um bem de consumo que será utilizado ao final de sua produção. Em parceria com profissionais de
outras áreas, o biólogo é capaz de desenvolver produtos incríveis, como o desenvolvimento de softwares
e aplicativos, em parceria com profissionais da área de informática, para ser utilizados em laboratórios
de saúde; ideias que possam ser aproveitadas em construções sustentáveis, quando da realização de
parcerias com engenheiros e arquitetos; desenvolvimento de equipamentos de laboratório em parceria
com físicos, entre outras.
A realização de atividades práticas pode ser aplicada a quase todas as áreas de atuação da
biologia, podendo, ainda, ser combinada com outras atividades, permitindo o oferecimento de serviços
personalizados de acordo com a necessidade do cliente. As atividades práticas envolvendo vivências
tornam-se muito ricas em conhecimentos e aplicabilidade das técnicas ensinadas. Uma boa estratégia
para a oferta de produtos nessa concepção é, ao invés de ofertar apenas um tipo de atividade, oferecer
pacotes de serviços que contemplem palestras que envolvam, ao final, o treinamento prático com as
vivências. Práticas e vivências são muito exploradas em trabalhos de conscientização que envolvam
temas como educação ambiental, em trabalhos de levantamentos faunísticos de uma área de interesse,
entre outros.
Educação, pesquisa e extensão são as áreas de atuação mais procuradas pela maioria dos biólogos,
uma vez que a própria formação acadêmica direciona para tais atividades. Uma mudança de paradigma
já está acontecendo e essa realidade começa a mudar, com a demanda cada vez maior por serviços cuja
competência de oferta é da área da biologia.
O perfil investigativo inerente aos profissionais da área faz com que tenhamos cada vez mais biólogos
alocados em programas de mestrado e doutorado, tanto acadêmicos, quanto profissionalizantes.
A pesquisa divide-se em básica – responsável pela geração de conhecimento – e aplicada – responsável pela
aplicação dos conhecimentos gerados. Embora a pesquisa aplicada se sobressaia no cenário acadêmico,
sem os conhecimentos obtidos na pesquisa básica, ela torna-se praticamente inviável. Pesquisas são
necessárias para movimentar o mercado de empreendedorismo em biologia. Questionamentos e ideias
nascem de boas observações e descobertas inéditas.
Embora a maioria dos pesquisadores brasileiros estejam dentro das universidades, é possível
empreender na área da pesquisa. Em muitos países desenvolvidos, as atividades de pesquisa
são terceirizadas por empresas que recrutam os profissionais qualificados, montam as equipes
multidisciplinares e, assim, a pesquisa e oferta de serviços e produtos acontecem. No Brasil, existem
inúmeras empresas montadas por biólogos terceirizando seus serviços e produtos, e como as demandas
tendem a aumentar, essa é uma das áreas promissoras dentro da biologia.
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Unidade II
Observação
A área de atuação do biólogo em meio ambiente e diversidade é a que possui um maior número de
subáreas, o que significa, também, maiores possibilidades de empreender. Essa área reúne atividades
de gestão e produção de espécies silvestres envolvidas na alimentação humana; manejo de espécies
nativas e exóticas; recuperação de áreas degradadas; monitoramento de espécies animais e vegetais
em seus habitats; controle de vetores e pragas; gestão de uma infinidade de recursos; fiscalização
e auditorias; inventário e manejo de muitas espécies; saneamento ambiental; ecodesign; ecoturismo,
entre tantas outras subáreas, não menos importantes. Atualmente, o biólogo atua na esfera de meio
ambiente e diversidade, nas seguintes subáreas:
• arborização urbana;
• auditoria ambiental;
• bioespeleologia;
• bioética;
• bioinformática;
• biomonitoramento;
• biorremediação;
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
• ecodesign;
• ecoturismo;
• educação ambiental;
• fiscalização/vigilância ambiental;
• licenciamento ambiental;
• microbiologia ambiental;
• mudanças climáticas;
• paisagismo;
• responsabilidade socioambiental;
• saneamento ambiental;
No Brasil atual, a degradação ambiental tem sido cada vez maior em virtude do crescimento
populacional e da crescente demanda por produtos industrializados e in natura, dentre eles, os produtos
alimentícios. Quase que diariamente, a degradação de áreas naturais aumenta, com vistas à ampliação
de extração de matéria-prima para ser comercializada e implementação de áreas de pastagens e
agricultura. Alguns biomas encontram-se em estado crítico na perda de área e de biodiversidade –
considerando as espécies nativas de plantas e animais, e também a poluição ambiental.
Dentre os biomas com maiores índices de degradação ambiental temos o Cerrado e a Mata Atlântica,
considerados hotspots mundiais de biodiversidade. A retirada da vegetação nativa das regiões de
cerrado tem ocorrido visando à ampliação das áreas agricultáveis e à criação de gado, uma vez que seu
relevo favorece tais atividades; a região de mata atlântica tem sido destruída principalmente em função
da exploração da madeira e ocupação populacional. Na sequência, temos o bioma amazônico, cuja
exploração tem-se intensificado nos últimos anos, em função do desmatamento, produção de alimentos
e mineração.
Os biomas Caatinga e Pampas também têm sido explorados tanto para retirada de madeira, quanto
para pecuária ostensiva, respectivamente. Esses dois últimos já apresentam sinais de desertificação
em função da retirada excessiva da vegetação nativa, o que causa mudanças climáticas locais, com
consequentes alterações no solo. O bioma Pantanal também tem passado pelo processo de perda de
biodiversidade, entretanto, com a inundação constante de suas planícies, a ocupação humana torna-se
mais difícil, o que, de certa maneira, ainda o mantém em maior grau de preservação.
O desenvolvimento de produtos como aplicativos e kits biológicos pode significar uma boa fonte
de renda. Quando o assunto é aplicativo, juntamente com um profissional da área de informática, é
possível desenvolver programas de identificação de plantas de um determinado bioma, a partir de
imagens feitas do próprio celular. Seguindo ainda essa tecnologia de aquisição de imagens, dá para
promover a identificação de formas e estádios larvais de insetos causadores de doenças, bem como
realizar levantamentos faunísticos a partir de imagens de avistamentos de animais e possibilitar a
marcação de coordenadas geográficas. Essas são algumas ideias possíveis de serem desenvolvidas
com as tecnologias disponíveis. Na área da educação pode-se desenvolver aplicativos que
permitam o aprendizado de crianças, inclusive as que possuem necessidades especiais e apresentem
comprometimento de aprendizagem.
Sobre os kits biológicos, algumas ideias interessantes são: a produção de material didático, para serem
utilizados em atividades de educação ambiental; produção de kits de estiletes para serem utilizados na
dissecação e remoção de estruturas de animais pequenos; produção de kits de animais e suas estruturas
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
internas em impressoras 3D; kits biológicos retratando o ciclo da água, do carbono, as eras geológicas, as
estruturas reprodutivas de plantas e animais, entre outros. Dependendo da qualidade dos kits, o material
poderá ser oferecido para escolas e universidades, públicas e particulares.
O licenciamento ambiental é uma ferramenta de gestão pública que visa garantir o controle das
atividades humanas capazes de causar modificação no meio ambiente. É necessário para a realização
de atividades empreendedoras tanto na zona urbana quanto rural, sendo a presença do biólogo
relevante no processo. Possui etapas distintas, que requerem diferentes tipos de licenças – licença prévia,
licença de instalação e licença de operação. Tais etapas devem ser seguidas rigorosamente para que o
empreendedor não seja multado nem as obras embargadas.
Atividades empreendedoras podem ser entendidas como atividades capazes de alterar o meio
ambiente, seja com a retirada de vegetação nativa ou não. De acordo com o Ministério do
Meio Ambiente (MMA), as atividades podem ser definidas em categorias, a saber: mineração, indústrias,
obras civis, transportes, empreendimentos turísticos e de lazer, agricultura, florestas, caça e pesca,
entre outras. O biólogo pode atuar como prestador de serviços, de acordo com seu conhecimento,
tanto na esfera particular, atendendo empresas que irão iniciar os processos, realizando os estudos,
elaborando relatórios de impacto ambiental, dando entrada e acompanhando as licenças, quanto na
esfera governamental, atuando nos processos de fiscalização das propriedades que estão desenvolvendo
algumas das atividades aqui relatadas.
garantir que os proprietários rurais recuperem essas áreas. Neste caso, o profissional também poderá
atuar na fiscalização ou em projetos de recuperação. Os projetos de recuperação são importantes, pois
podem orientar os clientes no plantio de espécies nativas e também na exploração sustentável e rentável
de recursos naturais disponíveis, por exemplo, a produção de mel, produção de frutas nativas para
utilização na confecção e comercialização de doces e geleias, entre outras. Cartilhas informativas podem
ser obtidas em empresas como a Embrapa, que realiza pesquisas com o intuito de melhorar a tecnologia de
produção de alimentos e encontrar soluções viáveis para o agricultor, com comprometimento ambiental.
A educação ambiental é uma importante ferramenta de conscientização dos danos causados ao meio
ambiente e nas ações de mitigação e recuperação. É a subárea da biologia responsável pela conscientização
de jovens e adultos sobre a necessidade de preservação dos recursos naturais e por apresentar soluções de
uso sustentável dos mesmos. Entender a dinâmica de funcionamento e recuperação da natureza, bem
como orientar indivíduos a respeito dessa dinâmica, é o papel do educador ambiental.
Com o avanço tecnológico atual, as pessoas estão cada vez mais conectadas com a tecnologia
e distantes da natureza. As vivências realizadas nas atividades práticas de educação ambiental são
necessárias para despertar nos indivíduos a consciência ecológica para preservar o planeta e garantir a
existência de todas as espécies. Para o biólogo que deseja empreender na área de educação ambiental,
seria interessante a oferta de palestras, realização de oficinas de produção de objetos a partir de material
reciclado, vivências ministradas em acampamentos dentro de reservas naturais, atividades de plantio
de árvores em áreas urbanas com um apelo ecológico, observação e explicação do comportamento dos
animais em seus habitats, entre outros. Os serviços podem ser oferecidos para escolas particulares, e
parcerias podem ser feitas com prefeituras de cidades do interior para a realização das atividades em
escolas públicas.
Atividades de ecoturismo também podem ser realizadas por biólogos e podem ser utilizadas,
inclusive, para conscientização sobre a importância da preservação do meio ambiente. Todas as regiões
do Brasil possuem áreas ricas em biodiversidade e podem ser exploradas para o ecoturismo. Hotéis
fazenda; parques nacionais com cursos d’água como cachoeiras, corredeiras, rios e lagos; regiões ricas
em formações rochosas e cavernas; barreiras de corais; cidades históricas; sítios arqueológicos; turismo
gastronômico, entre tantos outros tesouros naturais, são exemplos de atividades onde os biólogos podem
atuar, principalmente como guias de ecoturismo. Os turistas possuem interesse na história natural e
cultural desses locais e pagam bem para conhecê-los e praticarem esportes radicais com diferentes
graus de dificuldade.
6.8.5 Paisagismo
projetos executados em parceria com prefeituras, oferecer a possibilidade de construção de pomares nas
áreas verdes destinadas ao lazer da população. Além da oferta de frutas e sombra, essa área de atuação
permite também tornar as cidades mais verdes e bonitas, contribuindo para minimizar a poluição e os
efeitos das altas temperaturas nos centros urbanos.
A) B)
Regulamentada pelo Parecer CFBio 24/2010, essa subárea de atuação pressupõe a atuação do
biólogo na elaboração de políticas públicas capazes de minimizar os crimes ambientais, bem como
utilizar suas habilidades e conhecimento para atuar em cenas de crimes, identificando espécies de
plantas, animais, fungos e demais microrganismos, autóctones ou alóctones, presentes nestes locais.
Trata-se de uma área de atuação que depende de conhecimento científico e dedicação. A prestação de
serviços de perícia criminal poderá ser realizada em atividades como caça e pesca ilegal, comercialização
de fauna e flora silvestres, desmatamento ilegal, poluição hídrica, do solo ou atmosférica, identificação de
danos urbanos causados por insetos, treinamentos e formação de recursos humanos. Tais atividades
investigativas podem ser desenvolvidas no âmbito municipal, estadual ou federal, envolvendo coleta em
campo e análise laboratorial de dados relacionados aos crimes ambientais.
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Unidade II
Observação
O exercício da profissão do biólogo foi regulamentado pela Lei n. 6.684/79 e também pelo
Decreto n. 88.438/83. Desde então, várias normativas que tratam da atuação do profissional biólogo na
área da saúde foram implementadas. A Resolução 287/98 do Conselho Nacional de Saúde reconheceu
a atuação do biólogo, bem como sua integração aos profissionais de saúde. Atualmente o biólogo atua
na esfera da saúde, nas seguintes subáreas:
• aconselhamento genético;
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
• bioética;
• saneamento;
Nas demais subáreas da saúde, a contribuição do biólogo também é notável. Todos os tipos de análises
envolvendo material biológico; contribuições na área de reprodução humana, animal e de plantas –
manutenção de material genético preservado em bancos de células; produção e comercialização de
produtos biológicos, kits e equipamentos; realização de perícias; realização de pesquisas e aplicação
de técnicas em terapias gênicas, entre outras atividades, fazem parte do portfólio de atuação e
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Unidade II
responsabilidade do biólogo que trabalha na área da saúde. Desta forma, a cooperação entre biólogos e
demais profissionais da saúde visa garantir uma melhor qualidade de vida para a população.
Apresentaremos aqui algumas ideias de negócios para biólogos na área da saúde, para que o futuro
profissional consiga vislumbrar possibilidades e, a partir delas, seguir em busca de novas concepções.
Com um plano de negócios bem estruturado, é possível empreender na área através da abertura de
um laboratório para oferecer os serviços de realização de exames, envolvendo análises simples e análises
complexas. A parte de análises clínicas envolve a realização de inúmeros tipos de exames que podem
ser realizados a partir do sangue, da urina e das fezes dos indivíduos, desde contagem de células até as
análises bioquímicas. Neste caso, pode-se pensar em oferecer alguns exames com baixo custo, para que
a população de baixa renda possa se beneficiar.
Na área da genética é possível atuar desenvolvendo análises citogenéticas, que a partir da análise
do cariótipo, representado pelo conjunto dos cromossomos humanos, permitem detectar alterações
estruturais e numéricas, possibilitando a detecção de doenças preexistentes e podendo ser utilizadas
como ferramentas para aconselhamento genético.
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
Caso a área pretendida seja a genética, mas não envolva análises laboratoriais, outra possibilidade é
o aconselhamento genético, que envolve muito conhecimento e aprofundamento na área da genética,
podendo ser realizado pelo profissional médico ou biólogo. Trata-se de um trabalho de conscientização
ao detectar, a partir da análise do histórico familiar para uma determinada doença genética e montagem
de um heredograma, a probabilidade de um casal vir a ter filhos com doenças genéticas hereditárias.
No caso de trabalhar com aconselhamento genético, seria interessante montar uma equipe multidisciplinar
formada por biólogos, médicos e psicólogos e, assim, oferecer o serviço completo de acompanhamento
ao paciente.
6.9.3 Reprodução
Ainda são escassos os centros que trabalham gratuitamente com reprodução humana assistida no
país. Nesse contexto, o biólogo especializado em embriologia pode empreender nessa área e montar um
centro de reprodução humana. Uma equipe multidisciplinar, com a presença de médicos e biomédicos
especializados em reprodução, seria a parceria ideal para o empreendimento. Como embriologista,
o biólogo poderia se ocupar de fazer testes de viabilidade de espermatozoides e óvulos; investigar,
através de exames laboratoriais, as causas de infertilidade dos pacientes; atuar na preparação de meios
de cultura para manutenção e desenvolvimento de células reprodutivas; além de participar de outros
procedimentos realizados pela equipe multidisciplinar.
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Unidade II
Vários destes procedimentos podem ser realizados pelo biólogo, juntamente com médicos veterinários,
em reprodução animal e técnicas de melhoramento genético. Tais atividades podem envolver testes de
viabilidade de células reprodutivas; testes envolvendo a especificidade de soluções criopreservadoras
para células reprodutivas de diferentes animais; inseminação artificial; manutenção de bancos de
germoplasma animal, entre outros.
Nas subáreas em questão, é possível oferecer, para prefeituras de cidades do interior ou mesmo para
secretarias de saúde, pacotes de serviços que envolvam consultoria (cursos, palestras, treinamentos)
sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), sobre as doenças mais comuns causadas por parasitas e demais
microrganismos; doenças mais comuns da região e seus vetores, além do controle de vetores e epidemias,
com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas e minimizar os riscos de doenças.
É importante ressaltar, no momento da oferta dos serviços, que com a população bem informada é
possível reduzir o número de casos de doenças e os gastos com internações e medicamentos. Em outras
palavras, os custos com a prevenção são menores do que os custos com o tratamento. As palestras
de conscientização poderão ser realizadas para públicos-alvos diferentes, necessitando apenas de
adequação do vocabulário utilizado – para atender crianças em idade escolar, população em geral, ou,
ainda, técnicos da área da saúde.
Nesse contexto, algumas empresas desenvolvem pesquisas no sentido de controlar as pragas das
lavouras e algumas pragas sinantrópicas, como é o caso da Embrapa, universidades federais e algumas
poucas empresas privadas. No caso das universidades, muitas delas possuem incubadoras tecnológicas
para auxiliar os biólogos interessados em atuar na área, que é considerada promissora.
Caracteriza-se pela oferta de produtos. A montagem de kits biológicos pode ser pensada para várias
subáreas na saúde. São exemplos: confecção de lâminas histológicas, reprodução de peças anatômicas
de órgãos saudáveis e acometidos por determinadas patologias, para atender ao segmento de educação;
confecção de kits para coleta de material biológico, placas com meios de cultura diferenciados para serem
comercializados para laboratórios de análises; montagem de cartilhas informativas; coleções, maquetes
e réplicas de insetos e parasitas causadores de doenças para educação da população, entre outros.
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
Uma dica importante para quem deseja empreender na área da biologia, independentemente do
serviço ou produto a ser oferecido, diz respeito à utilização dos meios de comunicação. Além dos meios
tradicionais e mídias sociais, uma estratégia de marketing que faz diferença é visitar os estabelecimentos
como clínicas, complexos hospitalares, centros de saúde públicos ou privados para tentar uma parceria
no sentido de que tais estabelecimentos se interessem por terceirizar os serviços ofertados aos pacientes.
Munidos de muita gentileza e conhecimento científico e técnico, será fácil conquistar a confiança dos
empresários e garantir a clientela. Outra estratégia a se pensar seria convidar os gestores das empresas
de interesse para conhecerem o empreendimento recém-montado, com toda a documentação exigida
aprovada pelos órgãos de fiscalização.
A) B)
Figura 20 – Kits biológicos: A) coleção de insetos e B) coleção de fungos cultivados em diferentes meios de cultura
Lembrete
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Unidade II
Com base nessa resolução, o biólogo tem sua área de atuação ampliada, permitindo desenvolver as
seguintes atividades: coordenar, supervisionar ou compor equipes multidisciplinares de estudos, projetos
ou pesquisas; realizar inspeções, auditorias, perícias e emissão de laudos técnicos e pareceres, incluindo
aspectos de bioética, biossegurança e biosseguridade; desenvolver e registrar patentes sobre produtos e
processos biotecnológicos; auxiliar no desenvolvimento e utilização de ferramentas de bioinformática;
desenvolver e manter bancos de microrganismos e de material genético – células vegetais e animais;
utilizar nanobiologia; realizar análises hemoterápicas, físico-químicas, bromatológicas, microbiológicas ou
toxicológicas em amostras humanas ou de animais; produzir mudas e sementes mediante técnicas
tradicionais e modernas; permite, ainda, atuar como responsável técnico em projetos de biotecnologia
e produção, entre outras atividades.
As subáreas de atuação em biotecnologia e produção, que darão suporte a ideias inovadoras para
empreender, são as seguintes:
• biodegradação;
• bioética;
• bioinformática;
• biologia molecular;
• bioprospecção;
• biorremediação;
• biossegurança;
• engenharia genética/bioengenharia;
• gestão da qualidade;
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
• melhoramento genético;
• perícia/biologia forense;
A biotecnologia teve início nos processos fermentativos, provocados pela presença de microrganismos.
A produção de bebidas alcóolicas a partir de grãos de cereais já era conhecida pelos sumérios e
babilônios antes de 6000 a.C. Por volta de 2000 a.C., os egípcios já utilizavam o fermento para produzir
cerveja e pães. A biotecnologia está presente em todas as nossas atividades diárias, sendo empregada na
produção dos alimentos, na criação de produtos biodegradáveis, medicamentos biosensores, produção
de antibióticos, imunobióticos, fertilizantes, entre outros. Se a intenção for empreender no ramo da
biotecnologia, veja a seguir algumas possibilidades.
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Unidade II
O Brasil possui milhões de propriedades rurais que utilizam agrotóxicos à base de produtos
organoclorados e organofosforados, proibidos em outros países há décadas. Esses produtos são altamente
poluidores, levando à perda de muitas espécies de organismos benéficos às lavouras, e causando prejuízos
à saúde do homem e dos demais animais. Seria interessante que fossem descobertos microrganismos, ou
mesmo plantas, com potencial de neutralizar a ação desses produtos no meio ambiente.
Trata-se de uma área em expansão que permite produzir bebidas fermentadas utilizando
a biodiversidade brasileira. Com tantas frutas nativas de aroma e sabor exóticos, presentes nos diferentes
biomas, pode-se produzir bebidas que agradem a todos os paladares. Essas bebidas podem ser ofertadas
em forma de sucos naturais, representando uma opção para o público que não consome bebidas alcóolicas,
ou refrigerantes, e podem ser comercializadas em restaurantes, bares e até mesmo em academias.
A) B)
C) D)
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
6.10.3 Biossegurança
A atuação na subárea de biossegurança é definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa.
O termo biossegurança pode ser definido como “o conjunto de ações voltadas para a prevenção,
minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a
preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados”.
Nesse contexto, o biólogo está capacitado para atuar realizando serviços de assessoria e consultoria,
oferecendo palestras, cursos e oficinas para empresas e instituições de ensino, no sentido de alertar o
público-alvo sobre a importância do cumprimento das normas e os perigos que o descumprimento das
mesmas pode acarretar.
A) B)
Além das ideias de empreender na área de biotecnologia e produção apresentadas, muitas são as
oportunidades para quem busca a independência financeira trabalhando em um empreendimento
próprio. Na subárea de produção de alimentos, é possível trabalhar com criação e comercialização de
peixes e outros crustáceos, acompanhando todo o desenvolvimento dos animais em ambiente controlado
e com a máxima qualidade. Na subárea de biologia molecular, observa-se possibilidades importantes
de empreender, pesquisando por microrganismos capazes de controlar espécies de plantas invasoras.
73
Unidade II
Saiba mais
6.11 Startups
Startups, também conhecidas como upstart, significa pessoa ou atividade que obteve sucesso
recentemente, sem se importar com as formas tradicionais de realizar as coisas ou, também, subir na
vida, se destacando em uma área ou atividade. Para ser considerada uma startup, o empreendimento
deve possuir características que assegurem classificá-lo como formado por um grupo de pessoas à
procura de um modelo de negócio que permita que as atividades sejam repetidas – um mesmo serviço
seja entregue por um número ilimitado de vezes; que aconteça num cenário de incertezas onde não se
pode afirmar que a ideia de negócio ou projeto dará certo; e que seja capaz de crescer, sem que esse
crescimento influencie no modelo de negócio ofertado. Essa talvez seja a idealização mais próxima de
startup, dentre as existentes.
Dentre as startups internacionais mais conhecidas e de maior sucesso estão: Uber, Ant Financial,
Xiaomi, Airbnb, Space X, Pinterest, Dropbox, Spotify, Slack, Didi Chuxing, entre outras. As empresas
de economia compartilhada, também conhecidas pelo consumo colaborativo, surgiram da necessidade de
ampliar o acesso a bens e serviços através de um meio de consumo sustentável, racional e consciente.
Uma nova concepção de geração de renda para quem oferece, e uma economia para quem usa.
Um modelo de negócio no qual todos se beneficiam, inclusive o meio ambiente, com a redução do
impacto pelo consumo humano exagerado.
74
INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
Muitas startups não obtiveram êxito nos serviços oferecidos. Parte do insucesso, ao menos na área
de divisão de veículos autônomos, no transporte particular de passageiros, pode ser atribuído ao fato dos
aplicativos não funcionarem direito, do acesso à internet não ser tão eficiente como atualmente,
do mecanismo de localização (GPS) não ser tão fidedigno, o que acarretou insatisfação por parte dos
clientes atendidos. Esses motivos explicariam o fato das empresas de transporte que vieram antes do
Uber terem fracassado. Assim aconteceu e acontece com muitas iniciativas de empreender mundo afora.
A resistência das empresas de táxi, com a perda da fidelidade dos clientes, bem como a intolerância
dos taxistas em algumas cidades pelo mundo, fez com que a oferta do serviço de Uber se tornasse um
grande problema. Muitos carros foram danificados, motoristas foram agredidos e chegaram a sofrer
lesões corporais, entre outros problemas. Entretanto, não desistiram e acabaram se estabelecendo.
No caso do Airbnb não foi muito diferente. Serviços parecidos foram ofertados anteriormente e
também não lograram êxito. Foi então que os fundadores resolveram sair a campo divulgando o negócio
e conquistando clientes. Batiam na porta das pessoas, explicavam tudo sobre o funcionamento do serviço,
fotografavam o local e a estrutura disponível para ofertar (quartos individuais, imóveis completos), e,
desta forma, o empreendimento começou a ficar conhecido e ganhar cada vez mais adeptos.
Entretanto, problemas existiram e, com o tempo e as decisões certas, foram sanados. Dentre
eles, o fato de alguns bairros ou cidades habitadas por pessoas mais conservadoras não aderirem
de imediato ao compartilhamento de suas residências com pessoas desconhecidas; o número de
reclamações de ambos os clientes – os que ofertavam os espaços e os que desfrutavam dos mesmos –
aos poucos foi sendo contornado.
Empresa de sucesso mundialmente conhecida e que participa do nosso dia a dia, o Dropbox
é tido como o primeiro espaço de trabalho inteligente do mundo, que permite o armazenamento e
compartilhamento de arquivos, reduzindo a perda de tempo. Foi desenvolvido com base no conceito
de “armazenamento em nuvem”, onde a empresa que desenvolveu o programa disponibiliza centrais de
computadores que armazenam os arquivos dos clientes. A criação do Dropbox foi uma verdadeira
revolução no armazenamento de dados de acesso remoto, causando desconforto nas indústrias que
produzem equipamentos para armazenamento de dados. Os custos de utilização são acessíveis e a
praticidade fantástica.
O Brasil também possui suas startups, sendo que algumas já estão bem ranqueadas no mercado,
como é o caso da PagSeguros, 99, Nubank, Stone e iFood, que conseguiram o título de unicórnio,
em 2018. Em 2019, cinco startups brasileiras conquistaram o mesmo título, ou seja, atingiram o valor
de mercado de 1 bilhão de reais: Loggi, Quinto Andar, Ebanx, Gympass e WildlifeStudios. A empresa
brasileira mais bem-sucedida nesse ramo de investimento é a Nubank, que já acumula o equivalente a
dez títulos unicórnio, em valor de mercado.
Os serviços oferecidos pelas upstars brasileiras englobam as seguintes atividades: serviços de entrega
(delivery) de alimentos e demais produtos; aluguel e reforma de imóveis; transporte particular de
passageiros; plataforma de pagamentos para pessoas que não possuem cartão de crédito internacional
realizarem suas compras; desenvolvedora de jogos para smarthphones; serviços financeiros e fintech –
operadora de cartões de crédito com tecnologia disruptiva, que promete mudar a relação das pessoas
com o dinheiro; serviços ofertados de empresas para empresas (B2B – business-to-business); serviços de
pagamentos com maquininha de cartões, entre outros.
Para além do que temos observado sobre o comportamento humano disruptivo, vale ressaltar que
o que começou com o compartilhamento de serviços observados nas startups ganhou um cenário
diferenciado. Esse cenário visa suprir necessidades coletivas com qualidade máxima a baixos custos.
Uma dessas propostas é o coworking, que surgiu nos Estados Unidos em 2005 e se refere ao
compartilhamento de espaços de trabalho com infraestrutura necessária e indispensável a cada tipo
de demanda existente (internet, sala de reuniões, escritórios montados). Esse princípio atende ao
empreendedor que deseja ter um escritório, mas não pretende ter gastos inicialmente, para o profissional
que deseja aumentar seu networking compartilhando espaço com pessoas de outras áreas, e tantas
outras vantagens como colaboração, parcerias, convívio social, amizades, entre outras.
Outra proposta, ainda seguindo essa linha, é o coliving, que surgiu na Dinamarca na década de 1960,
onde os moradores de um determinado imóvel possuem seus quartos exclusivos, mas dividem os demais
espaços de uso comum em uma moradia, como: cozinha, sala, banheiro e quintal. O manifesto coliving,
criado pela Coliving.org, resume bem as propostas e fundamentos desse movimento, onde observa-se:
o comportamento da comunidade em harmonia com a individualidade; aproximação de pessoas e troca
de experiências; consumo pensado na colaboração; projeção compartilhada de residências; economia de
recursos naturais, bem como a divisão de decisões e tarefas. Vale ressaltar que, nessa concepção, todas
as despesas comuns são divididas, gerando custos reduzidos para todos os integrantes.
76
INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
O sucesso da economia compartilhada pode ser atribuído, em muito, às mídias sociais utilizadas
em sua divulgação e propagação, uma vez que as pessoas compartilham as informações com muita
rapidez. Entretanto, esse não é tido como um fator isolado, e sim facilitador. Outros fatores também
têm sido determinantes, como o baixo custo dos serviços ofertados pelas startups, quando comparados
aos ofertados por empresas tradicionais (táxis, hospedagens, mídias ópticas, benefícios de crédito,
serviços financeiros, entre outros) e, acredita-se, o fator mais nobre de todos, o despertar da consciência
ecológica e sustentável.
Acreditar que as pessoas estão mudando seus hábitos de consumo por um apelo, uma consciência
ecológica e sustentável, muda toda a concepção de empreender. A preferência por compartilhar, ao invés
de ter a posse, demonstra um desapego não muito comum numa sociedade capitalista, acostumada a
lutar pelo poder da posse. Trata-se do início de um comportamento humano disruptivo e inovador,
que mostrará comprometimento com as questões ambientais e a qualidade das relações com os seres
vivos no planeta.
No Brasil, o mercado de negócios em biologia ainda é novo, quando comparado a outros países.
Entretanto, somos detentores de uma biodiversidade invejável, que demanda medidas mitigadoras
para sua exploração e, consequentemente, para a sua recuperação e conservação. Na referida área, os
negócios geram demanda contínua por serviços; necessidade de baixos investimentos; capacidade de
atender órgãos públicos e privados – incluindo multinacionais, dado o conhecimento técnico que tais
profissionais possuem em suas áreas específicas, entre outros.
77
Unidade II
São modelos de negócios que demandam maior conhecimento da área a ser empreendida do que
investimento financeiro. Muito se pode realizar nessa área, com pouco investimento, estando os maiores
gastos envolvidos em capacitação profissional e em viagens para visitar clientes e viabilizar negócios.
Por mais simples que seja o empreendimento almejado, por segurança e garantias, além do
vasto conhecimento do profissional na área que deseja empreender, é prudente a realização de um
planejamento de negócios. Ele pode acontecer como uma forma de consultoria ou, ainda, através de
cursos específicos que são oferecidos por empresas com vasto conhecimento na área.
O próximo assunto a ser abordado traz informações sobre a importância de construir um plano de
negócios ao decidir ser um empreendedor. Esse documento norteará todos os passos do empreendimento,
permitindo ajustes importantes ao longo do tempo, que objetivem alcançar melhores resultados.
A abertura de novas empresas possui a capacidade de impulsionar a economia, ainda que no início
elas possuam pequeno porte. Com o aumento da oferta de empregos, aumenta também o processo de
inclusão social, proporcionando melhora da qualidade de vida das pessoas, entre outros fatores.
Apesar de um número considerável de empresas serem abertas no Brasil a cada ano, metade delas
encerram suas atividades entre os dois primeiros anos de existência, e muitas outras não chegam aos
quatro anos. Vários são os motivos pelos quais isso acontece, dentre eles a falta de apoio de órgãos
estratégicos capazes de realizar um estudo de mercado antecipadamente, como forma de planejamento
de negócios e cálculo de riscos.
78
INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
Nesse contexto, o plano de negócios ou plano empresarial torna-se o instrumento ideal para avaliar
as condições de mercado de forma confiável, para oferta do produto e também para a avaliação do
comportamento do empreendedor, conferindo segurança para o futuro negócio, com menores riscos
tanto para quem inicia, quanto para quem amplia o seu negócio. O plano de negócios pode ser elaborado
antes mesmo do início das atividades da empresa, e quando realizado nessas condições, é possível fazer
um estudo de mercado para avaliar a receptividade à oferta do produto, minimizando, assim, os riscos
de insucesso no empreendimento.
A partir da realização da pesquisa de mercado, dados importantes são coletados e utilizados para a
tomada de decisão sobre a implementação da empresa. Todos os dados obtidos serão inseridos no plano
de negócios, uma vez que os resultados previstos – positivos ou negativos – poderão refletir a realidade do
negócio, em um determinado período de tempo. Essa análise não pode ser ignorada, pois, a partir de
um planejamento bem detalhado, é possível prever os resultados. De acordo com o Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), de maneira geral, as empresas não sobrevivem por
muito tempo sem um plano de negócios.
A concorrência de mercado, com várias empresas oferecendo os mesmos produtos ou serviços, pode
vir a ser letal para o empreendimento, quando não foi realizado o plano de negócios voltado para essa
realidade, onde os empreendedores buscam alternativas para o oferecimento de serviços diferenciados,
atraindo um maior número de clientes. Entre outros, esse é apenas um dos aspectos importantes a
serem avaliados e resolvidos num plano de negócios.
79
Unidade II
A seguir, veja um passo a passo simplificado dos tópicos que devem ser abordados em um plano de
negócios, com base na apostila do Sebrae.
Trata-se de um resumo dos principais pontos do plano de negócios, contendo pontos relevantes,
como: dados dos empreendedores, suas experiências profissionais e atribuições; dados referentes ao
80
INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
II – Análise de mercado
É a etapa na qual será feito um estudo que permita conhecer o público ao qual se destina o produto/
empreendimento. Quando clientes consomem os produtos, antes de tudo, eles estão consumindo
soluções para algo que precisam ou desejam. Conhecendo melhor o público-alvo, torna-se mais fácil
identificar a demanda e oferecer soluções. Dados dos consumidores relacionados à faixa etária, sexo,
poder aquisitivo, nível de escolaridade, localidade onde residem, entre outros – no caso de pessoa física;
e ramo de atuação da empresa, tempo de atuação no mercado, número de empregados, entre outros –
no caso de pessoa jurídica; são dados importantes, gerados na pesquisa de mercado, que permitem
traçar o perfil do cliente e provável sucesso da empresa.
Etapa na qual será apresentado o produto ou serviço que será prestado. Características são
detalhadas, como marca, rótulo, sabor, embalagem, tamanho, modelo, cor, princípios ativos utilizados,
benefícios, entre outras. É interessante a utilização de imagens que definam os produtos, uma vez que,
quando de boa qualidade, a imagem diz muito sobre o produto. No caso de oferta de serviços, é também
nesta etapa que serão apresentadas as características dos serviços que serão oferecidos, bem como
suas garantias. No que diz respeito ao marketing, é sempre bom ter em mente que as ações precisam
considerar a forma como o cliente visualiza, ou seja, considerar o ponto de vista do cliente. Preço
de comercialização, estratégias promocionais, meios de divulgação e localização do empreendimento
também são abordados no plano de marketing.
81
Unidade II
IV – Plano operacional
Ocupa-se do layout físico do estabelecimento, distribuição dos setores da empresa, dos produtos
(mercadorias, estantes, gôndolas, vitrines, prateleiras, equipamentos, entre outros), e disposição
e acomodação dos funcionários no espaço disponível. Um arranjo físico adequado contribui para o
aumento da produtividade, melhor estratégia de atendimento aos clientes, maior facilidade de localização
dos produtos por parte dos clientes, além de um maior conforto visual, relacionado à organização do
espaço. Ocupa-se, ainda, da contratação de pessoal capacitado para desempenhar as funções existentes.
É sempre importante consultar as normatizações específicas sobre disposição e armazenamento dos
produtos, para não incidir em gastos com multas aplicadas pelos agentes fiscalizadores.
A) B)
V – Plano financeiro
Relaciona-se aos recursos que serão utilizados na implementação do negócio, podendo ser
caracterizados em investimentos fixos, capital de giro e investimentos pré-operacionais. O investimento
fixo diz respeito a todo material que tem que ser adquirido para que o empreendimento possa funcionar
de maneira adequada. Na possibilidade de terceirizar algumas atividades, o valor do investimento fixo
tende a diminuir. O capital de giro refere-se aos recursos necessários para dar início ao empreendimento,
são os recursos necessários para custear as despesas com aquisição de materiais e pagamento das
despesas. Toda a estimativa de custos deve fazer parte do plano financeiro, seja ela com a mão de obra, a
depreciação; o custo de matérias-primas, materiais diretos e terceirizados; o custo de comercialização, os
custos fixos operacionais mensais; do faturamento mensal, entre outros. Demonstrativos de resultados,
bem como indicadores de viabilidade – ponto de equilíbrio, lucratividade, rentabilidade e prazo de
retorno do investimento –, também são pensados e planejados como componentes do plano financeiro.
VI – Construção de cenários
A construção de cenários é uma fase importante, na qual podem ser realizadas simulações sobre
a progressão dos negócios. Simulações negativas com períodos de arrecadações menores do que o
esperado (queda nas vendas e/ou aumento de custos), bem como as simulações positivas onde os lucros
extrapolem as expectativas (crescimento do faturamento e/ou queda nos custos), fazem parte desse
82
INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
tópico. A construção de cenários permite que o empreendedor esteja preparado diante das adversidades
que permeiam o cenário econômico dos negócios. É importante estar atento a alguns fatos, dentre eles:
os lucros serem menores nos primeiros meses, a estratégia de marketing não atingir o objetivo em curto
prazo, reação dos concorrentes a um novo empreendedor no mercado.
Nessa parte do planejamento, torna-se importante o conhecimento e análise da matriz Fofa, cujo
objetivo é identificar os pontos favoráveis e desfavoráveis de uma empresa, com a finalidade de torná-la
mais eficiente e competitiva. Um instrumento simples de montar e que traz informações valiosas que
podem ser utilizadas para melhorar o desempenho na oferta de produtos e serviços. Trata-se de uma
matriz montada em quadrantes, onde são registrados pontos positivos e negativos visando a garantias
de sucesso na implementação do negócio.
83
Unidade II
É importante reunir as pessoas envolvidas no negócio e montar a matriz com a participação de todos,
no sentido de alinhar as percepções sobre os itens dispostos nos quadrantes. Diferentes empreendedores
possuem percepções diferenciadas acerca de uma mesma situação, o que permite uma maior integração
na resolução dos problemas e, consequentemente, na obtenção de resultados.
O plano de negócios é um instrumento importante, por ser um objeto de pesquisa que permite o
acompanhamento de todas as ações a serem implementadas. É um instrumento que tem como objetivo
avaliar o planejamento feito inicialmente e permitir alterações e adaptações às novas realidades
que forem surgindo, em decorrência das mudanças às quais os empreendedores estão suscetíveis.
Empreender é sempre arriscado, mas empreender sem planejamento é um risco que pode ser evitado.
Não se trata de uma garantia de sucesso, entretanto o plano de negócios pode ser considerado um
manual importante na tomada de decisões, direcionando para minimizar decisões ruins e objetivando
o sucesso do empreendimento.
Observação
Saiba mais
84
INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
Muitas são as dúvidas sobre como empreender no denominado terceiro setor. Tal expressão tem
origem no termo inglês Third Sector, sendo resultado de uma divisão proposta nos Estados Unidos, em
que o primeiro setor é a administração
O segundo setor é representado pela iniciativa privada com fins lucrativos – o mercado, e o terceiro
setor é constituído pelas organizações privadas sem fins lucrativos, capazes de gerar bens e serviços
públicos e privados, popularmente conhecidas como organizações não governamentais (ONGs).
O terceiro setor caracteriza-se por oferecer, em sua essência, um conjunto de atividades voluntárias
pensadas e desenvolvidas em favor da sociedade, não objetivando a geração de lucros. Tais atividades
podem firmar parcerias e receber investimentos, tanto de origem pública quanto privada, dos
seus parceiros.
A primeira entidade sem fins lucrativos da história brasileira, que se tem notícias, foi a Santa Casa
de Misericórdia, fundada em 1943 em Santos (SP), com o apoio da Igreja Católica. Como iniciativas de
sucesso em trabalhos prestados pelo terceiro setor, podem ser citados os desenvolvidos na área de meio
ambiente e conservação, pelo grupo SOS Mata Atlântica, na implantação de programas ambientais; na área
da saúde, dentre os vários existentes, destacam-se a Organização Médicos Sem Fronteiras – responsável
por prestar cuidados de saúde em regiões de conflitos e demais problemas de ordem humanitária.
Nos dias atuais, o terceiro setor possui normas regulatórias próprias e bastante rígidas, contando com
a participação ativa da sociedade civil em parceria com a Administração Pública, melhorando
sensivelmente o atendimento às demandas sociais e dando transparência às iniciativas, uma vez que
o Estado por si só não tem se mostrado capaz de ser o provedor das necessidades coletivas, delegando
muitas delas ao trabalho complementar realizado pelo terceiro setor.
A transparência tão necessária nas parcerias foi, por muito tempo, motivo de preocupação, uma
vez que a ausência de uma norma regulamentadora comprometia todo o processo de prestação de
contas dos recursos recebidos por parte das entidades e, ainda, da falta de mecanismos de avaliação
de qualidade dos serviços prestados.
Com base nessa necessidade, foi instituído um grupo de trabalho composto por representantes
do governo e das referidas organizações, para elaboração de um documento que pudesse normatizar
as parcerias entre administração pública e organizações privadas sem fins lucrativos prestadoras de
serviços públicos. Os trabalhos realizados deram origem à Lei n. 13.019/2014, conhecida como o marco
regulatório das organizações da sociedade civil, cujo papel é estabelecer e regular, no âmbito jurídico, as
parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, com o intuito de trabalhar
em cooperação mútua na defesa do interesse público e recíproco.
85
Unidade II
O estabelecimento do regime jurídico das parcerias voluntárias se dá pela Lei n. 13.019/2014, que
se faz saber:
O teor foi alterado pela Lei n. 13.204/2015, que passou a vigorar da seguinte forma:
O terceiro setor é representado pelo conjunto de entidades privadas sem fim lucrativos, que se
ocupam de realizar atividades complementares às públicas, com o intuito de contribuir com a sociedade
no sentido de encontrar soluções para os problemas socioambientais em prol do bem comum.
De forma geral, toda e qualquer entidade privada que exerça atividades intermediárias entre o
Estado e a sociedade, sem objetivar lucro, poderá ser considerada uma ONG, qualificada ou não como
organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP). As ONGs recebem também as denominações
de entidade, instituição, instituto, dentre outras. Essas denominações apenas designam uma associação
ou fundação, que possuem naturezas jurídicas distintas entre si. Logo, sob o aspecto jurídico, o terceiro
setor pode ser uma associação ou uma fundação.
A associação caracteriza-se por ser uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins econômicos ou
lucrativos, formada pela união de pessoas em prol de um objetivo comum, sem interesse na divisão de
resultado financeiro entre elas. Todo rendimento proveniente das atividades desempenhadas deverá
ser revertido em prol dos objetivos estatutários.
A fundação caracteriza-se por ser uma pessoa jurídica de direito privado e sem fins econômicos ou
lucrativos, tendo origem a partir da existência de um patrimônio declarado pelo seu instituidor, através de
lavramento de escritura pública ou testamental, com o objetivo de servir a um bem específico,
destinado às causas de interesse público. De acordo com a Lei n. 10.406/2002, que regulamenta a
criação das fundações, no art. 62, parágrafo único, lê-se que “a fundação somente poderá constituir-se
para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência”.
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
Dada a complexidade exigida para a criação de uma fundação, no Brasil existe um número maior
de associações. A complexidade se dá também em relação à prestação de contas. Embora o Ministério
Público realize o acompanhamento das atividades desenvolvidas por ambas as entidades, associações e
fundações, existe uma severidade maior na prestação de informações por parte das fundações.
Associações Fundações
Constituídas por patrimônio previamente aprovado
Constituídas por pessoas pelo Ministério Público
Existência de patrimônio é condição obrigatória para
É facultado ter ou não patrimônio inicial sua criação
Somente poderá constituir-se para fins religiosos,
Finalidade definida pelos associados morais, culturais ou de assistência, definido pelo
instituidor
Pode-se proceder com a alteração da finalidade Finalidade permanente
Regras para deliberação definidas pelo instituidor e
A deliberação acontece entre os associados fiscalizadas pelo Ministério Público
Processo de registro e administração simples Processo de registro e administração burocráticos
São regidas pelos Arts. 44 a 61 do Código Civil São regidas pelos Arts. 62 a 69 do Código Civil
Criação através de escritura pública ou testamento.
Criação através de decisão em assembleia, com Todos os atos de criação, incluindo estatuto, ficam
transcrição em ata e elaboração de um estatuto condicionados à aprovação prévia do Ministério
Público
Uma vez estabelecido o contrato entre os indivíduos, deve-se cumprir as etapas a seguir para
oficializar a criação da associação:
• realizar uma assembleia com os associados para aprovação do estatuto, com registro em ATA;
• realizar inscrição na Receita Federal para obtenção do cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ);
87
Unidade II
• providenciar registro na Caixa Econômica Federal para fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS);
A cartilha sobre aspectos gerais do terceiro setor, elaborada pela Comissão de Direito do Terceiro Setor da
OAB, orienta que o primeiro passo é a realização de uma reunião entre os interessados para se organizarem
juridicamente e elaborar o estatuto social e a ata de constituição. Orienta ainda que o estatuto social
deverá conter as regras de funcionamento da entidade (direitos e deveres) e indicar, obrigatoriamente:
• finalidades (sem fins lucrativos), como elas serão atingidas e as fontes de recursos para
sua manutenção;
• prazo de duração;
São orientações que devem ser seguidas, uma vez que, quando elaborado de maneira incipiente,
sem prever todos os assuntos de interesse, a inserção dos mesmos, após aprovado o estatuto social, se
tornará burocrática.
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
A ata de constituição, por sua vez, é o instrumento jurídico que documenta todos os assuntos tratados
na reunião de constituição, incluindo a aprovação do estatuto e a votação de escolha dos dirigentes da
associação. Todos esses documentos padecerão de registro em cartório, após serem analisados por um
advogado, nos termos da lei.
No caso de uma pessoa física ou jurídica – denominado doravante instituidor, que decida por
constituir uma fundação, ele a fará mediante a destinação de um patrimônio próprio para a execução
de determinados fins. Para ser atribuída personalidade jurídica à fundação, é necessária a declaração de
seu modo de funcionamento e aprovação do estatuto pelo Ministério Público. As fundações devem
obrigatoriamente possuir finalidade de natureza altruística, estimulando tanto a cultura, a investigação
científica, artística e literária, quanto a realização de atividades filantrópicas.
Sobre a criação de uma fundação, deve-se proceder com uma consulta prévia ao Ministério Público,
para obter o direcionamento das ações a serem adotadas, dentre elas:
• efetuar escritura pública, em cartório, do bem, para constituição (bem doado em vida ou através
de testamento);
• elaborar estatuto pelos instituidores/por pessoa indicada pelos instituidores ou pelo Ministério
Público, quando o instituidor ou pessoa por ele denominada não o fizer;
• após ser lavrada a escritura, deve-se providenciar a abertura do livro ata, nele fazendo constar,
inicialmente, a posse dos membros do conselho curador e da diretoria executiva da fundação.
Quando se tratar de uma fundação, todos os trâmites deverão ser acompanhados e fiscalizados pelo
promotor de justiça – o curador de fundações.
• registrar no INSS;
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Unidade II
Além de registros obrigatórios, as entidades podem pleitear registros facultativos perante o poder
público – títulos certificados ou qualificações, que possuem várias aplicabilidades, dentre elas: aumentar a
credibilidade, facilitar captação de investimentos privados e financiamentos, permitir acesso a benefícios
fiscais; além de possibilitar acesso a recursos diferenciados, celebração de convênios e parcerias com o
poder público, entre outros.
À pessoa jurídica qualificada como OSCIP, é permitido firmar parcerias com a administração pública,
que através de convênios pode celebrar termos de parceria. É possível remunerar os dirigentes da entidade
sem a perda de benefício fiscal, embora não constitua uma obrigação. Além dos benefícios já elencados,
a entidade pode ainda oferecer dedutibilidade do Imposto de Renda das pessoas jurídicas doadoras.
Não obstante, para possuir a qualificação outorgada pelo Ministério da Justiça enquanto OSCIP, a
entidade deve apresentar como finalidade o desenvolvimento de uma das atividades relacionadas
a seguir:
• promoção do voluntariado;
90
INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
Saiba mais
Em 2020 foram eleitas as cem melhores ONGs do ano, com base em: transparência, eficiência,
qualidade de gestão e boa governança, em suas áreas específicas de atuação; ou seja, alguns modelos de
gestão eficiente. O prêmio, que vem sendo realizado desde 2017, trata-se de uma parceria do Instituto
Doar, da agência de projetos socioambientais “O Mundo Que Queremos” e da Companhia de Bebidas das
Américas (Ambev), contando com respaldo técnico de pesquisadores da Fundação Getulio Vargas (FGV)
e apoio da Fundação Toyota do Brasil.
A inovação que marcou a premiação em 2020 foi o lançamento de uma plataforma para auxiliar
as ONGs vencedoras a captar doações. A equipe do Melhores ONGs desenvolveu uma plataforma em
que qualquer cidadão pode acessar e doar fundos diretamente para qualquer uma das cem ONGs
vencedoras. A ação foi um presente do Melhores ONGs para o Dia de Doar – campanha mundial no
dia 1º de dezembro para estimular as contribuições financeiras para as organizações. Vamos listar aqui
algumas das ONGs vencedoras e suas áreas de atuação:
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Unidade II
• APAE Belo Horizonte: organização da sociedade civil com atendimento nas áreas de saúde,
educação e assistência social, para pessoas com deficiência intelectual, múltipla e/ou autismo em
todo o seu ciclo de vida.
• Engenheiros sem Fronteiras Brasil (ESF – Brasil): faz parte da rede Engineers Without Borders
– International (EWB – I), presente em 65 países ao redor do mundo. Presente no Brasil desde
2010, transformando vidas.
• Conectas Direitos Humanos: organização não governamental atuante na luta pela igualdade
de direitos. Está conectada a uma extensa rede de parceiros espalhados pelo Brasil e pelo mundo,
trabalhando para proteger e ampliar os direitos, especialmente dos mais vulneráveis.
• Instituto Reciclar: trabalho dedicado a transformar a vida de jovens, com o intuito de combater
a baixa educação, a empregabilidade precária e o risco social, contribuindo com a construção de
um país justo e com oportunidade para os cidadãos.
• Mercy For Animals: possui o intuito de conscientizar para colocar fim à maior causa de
sofrimento do planeta: a exploração de animais com fins alimentícios. Dedica-se a transformar o
atual sistema alimentar e substituí-lo por práticas que sejam gentis com os animais e garantam
um futuro digno para o planeta e para todos que o compartilham.
• ChildFund Brasil – Fundo para Crianças: empresa instalada no Brasil desde 1966, o ChildFund
Brasil, agência de desenvolvimento infantil, beneficia milhares de pessoas, entre crianças,
adolescentes, jovens e suas famílias.
• WWF – Brasil: organização da sociedade civil brasileira, desenvolve ações voltadas para a defesa
do meio ambiente, preconizando a convivência harmônica entre este e os humanos. Incentiva
a adoção de medidas de sustentabilidade para minimizar o impacto das atividades humanas,
atuando na área de educação ambiental, entre outras.
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
Saiba mais
Fundar uma ONG é mais do que simplesmente estar à frente de um negócio. É estar engajado em
projetos que visam ao benefício de uma coletividade, sem pensar em retorno financeiro. É sonhar,
acreditar que é possível e transformar aos poucos toda uma sociedade, através de ações de amor ao
próximo, amor ao meio ambiente, amor a todas as criaturas.
A condição de reflexão e aprendizado contínuo na qual a sociedade está imersa demonstra que a
produção do conhecimento não está restrita às instituições de ensino, sendo o mesmo difundido a todo
tempo, em todos os ambientes de convívio humano. Muitas dessas relações de reflexão e aprendizagem
acontecem em situações cotidianas, ligadas ao meio ambiente. Nesse contexto, a educação ambiental
surge como uma ciência e, ao mesmo tempo, como uma ferramenta cujo principal papel é transmitir
conhecimento para promover a proteção e a preservação ambiental. Nas figuras a seguir, observa-se
atividades relacionadas à educação ambiental, como crianças aprendendo o plantio de sementes e a
construção de um hotel para insetos, com vistas à preservação das espécies.
93
Unidade II
Art. 1º. Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais
o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida
e sua sustentabilidade (BRASIL, 1999).
Essa definição promove a integração das práticas sociais com as questões ambientais.
No capítulo II da mesma lei, é instituída a Política Nacional de Educação Ambiental, onde sua esfera
de ação é determinada, como se lê a seguir:
O Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) é constituído pelos órgãos e entidades da União,
dos estados, do Distrito Federal, dos municípios e pelas fundações instituídas pelo poder público, e ao
referido órgão cabe a proteção, melhoria e recuperação da qualidade ambiental no Brasil. Nesse contexto,
é responsável ainda pela definição das ações de educação ambiental que irão integrar programas de
conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente.
94
INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
Uma vez que já foram discutidos alguns pontos importantes da legislação, sobre a obrigatoriedade
do ensino e desenvolvimento de ações em educação ambiental, bem como as atribuições de alguns
órgãos da administração pública com relação à conservação do meio ambiente, já é possível entender de
que forma a educação ambiental pode ser utilizada como ferramenta de sustentabilidade nos negócios,
e de que forma essa realidade mudou nos últimos anos.
A responsabilidade social ambiental é, nos dias atuais, condição fundamental para que uma empresa
possa se manter competitiva no mercado. Existirá cada vez mais, em face de toda informação veiculada
nas mídias sociais, o acompanhamento, por parte da população, das atividades desenvolvidas pelas
empresas. A exploração dos recursos naturais de forma indiscriminada e não sustentável jamais será
bem vista pelo consumidor contemporâneo, uma vez que se trata de um consumidor bem informado e
acostumado a ler rótulos.
A demanda por novos valores associados aos processos produtivos tem feito com que o advento da
educação ambiental se torne uma prática de inovação, que traz consigo um diferencial competitivo, onde
os setores de produção almejam alcançar melhorias permanentes em sustentabilidade. Os consumidores
estão monitorando as atividades das empresas e divulgando suas particularidades todo o tempo nas
redes sociais, independentemente de serem positivas ou negativas, em relação às questões ambientais.
A mudança nos padrões de consumo, bem como nos padrões tecnológicos e de oferta de produtos,
foi evidente nos últimos anos. Tais mudanças podem ser observadas nos perfis das empresas e nos
novos modelos de produção. A incorporação da sustentabilidade aos negócios tem acontecido tanto
pela pressão da sociedade quanto pela necessidade, o que se reflete quase que em exigência de atender
à legislação específica, quer seja local, regional, nacional ou, ainda, internacional. Não se pode negar
que os incentivos para que essas mudanças aconteçam também existem, muitas vezes em forma de
certificações ou de incentivos fiscais, como trata a Lei PE – Sustentável (Lei Estadual n. 14.666/12).
O conhecimento necessário para tornar possível a geração de programas e sua operacionalização por
parte das empresas, contribuindo para um patamar de sustentabilidade, será produzido pela educação
ambiental. Esse mesmo conhecimento viabilizará, de maneira cada vez mais frequente, a adoção de
posturas sustentáveis, motivadas pela pressão e mobilização social.
Como exemplos de negócios com viés de sustentabilidade sem esquecer a necessidade de gerar
lucro, onde a preocupação dos empreendedores relaciona-se a garantir o equilíbrio ambiental, ser
positivo para as pessoas e utilizar procedimentos éticos, pode-se pensar em áreas como alimentação,
paisagismo, geração de energia, transporte, vestuário, limpeza, reuso, construção, tecnologia, comércio
de produtos regionais, empresas de eventos, lavanderias, pousadas, fábrica de cerâmicas, fábricas de
embalagens ecológicas, fábricas de cosméticos ecológicos, indústrias de reaproveitamento de resíduos,
entre tantas outras.
Vamos explorar a seguir a sustentabilidade existente em algumas das ideias citadas, entendendo
como é possível aproveitar possibilidades que possam parecer remotas, mas que são consideradas
tendências lucrativas:
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Unidade II
• Na área de paisagismo e negócios verdes, a sustentabilidade está presente sob vários aspectos.
Pode-se pensar na utilização de espécies vegetais nativas, que são mais adaptadas às condições
ambientais locais, demandando pouco ou quase nenhum investimento tecnológico para viabilizar
sua utilização - gasto hídrico, insumos, entre outros; utilização de telhados e paredes verdes em
construções, com o intuito de diminuir a temperatura dos ambientes e dar um aspecto saudável
às construções, podendo, ainda, as áreas verdes do projeto paisagístico serem utilizadas para
o cultivo de espécies comestíveis (frutas, temperos, chás, verduras, entre outras); produção de
terrários de suculentas, cactos e outras espécies para serem comercializadas para embelezamento
de ambientes internos; elaboração de projetos de paisagismo de baixo custo, aproveitando
materiais regionais, utilização de compostagens domésticas, entre outros. A sustentabilidade nos
projetos de paisagismo faz com que eles se tornem mais baratos e viáveis.
• Empresas que optam por empreender na área de geração de energia, de maneira sustentável,
podem iniciar suas atividades oferecendo a possibilidade de geração de energia limpa - solar, eólica,
entre outras, o que reduziria a utilização de combustíveis fósseis e o consequente aquecimento
global. Existem oportunidades para empresas que considerem auxiliar residências e empresas a
utilizarem as energias alternativas, oferecendo mão de obra especializada na instalação de placas
solares e assessoria na área.
• A sustentabilidade na área de transportes pode ser conseguida com medidas que visem diminuir
a utilização de combustíveis poluentes, como, por exemplo, a oferta de transporte particular de
passageiros em veículos híbridos; oferecimento de serviços de reparo de bicicletas que possam ir
até o cliente, facilitando sua logística e estimulando o uso do bem, entre outros.
• Na área de vestuário, a sustentabilidade pode vir de roupas fabricadas com algodão orgânico
e utilização de corantes naturais, não tóxicos, tanto para crianças, quanto para adultos. Uma
startup criada para lidar com materiais que possuem essas características pode incorporar
também a fabricação de calçados ecológicos fabricados a partir de matérias-primas recicladas.
Outra possibilidade, ligada à reutilização, é a comercialização de roupas usadas em bom estado
de conservação em brechós, a preços acessíveis. São opções de negócios rentáveis e de grande
apelo ecológico.
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
• A fábrica de embalagens ecológicas surge como uma importante aliada no combate do uso
exagerado do plástico comum, de difícil degradação na natureza, contribuindo para uma
melhor qualidade de vida das pessoas e, de forma significativa, para a sustentabilidade. Trata-se
da fabricação de sacolas para transporte de produtos adquiridos em supermercados ou lojas.
As sacolas são recicláveis, retornáveis, reutilizáveis e sofrem o processo de degradação com o
decorrer do tempo, diferentemente das sacolas plásticas. A iniciativa tem despertado o interesse
para investimentos na área.
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Unidade II
planeta. Entretanto, algumas poucas áreas foram relatadas aqui, frente ao universo de possibilidades
existentes em áreas praticamente inexploradas e ideias que ainda estão por vir.
A ferramenta de trabalho do biólogo é e sempre foi a pesquisa, uma vez que ela é capaz de gerar
conhecimentos que possam ser aplicados em atividades com potencialidade para melhorar a qualidade
de vida das pessoas, das plantas e dos animais. Nesse contexto, o biólogo torna-se responsável por
atuar nas grandes áreas que envolvem a saúde, a biotecnologia e produção, e o meio ambiente e
sustentabilidade, tendo em mente que as alterações ambientais são capazes de afetar de maneira
decisiva as demais áreas.
Entretanto, com o advento do empreendedorismo, a biologia ganhou outras áreas de atuação não
menos nobres do que a pesquisa. É a possibilidade de ter o próprio negócio e, ainda assim, desenvolver
atividades de sustentabilidade, influenciando outras pessoas a terem o mesmo comportamento
comprometido com a conservação do meio ambiente.
Observação
Resumo
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
Exercícios
É cada vez mais comum ouvirmos falar sobre sustentabilidade. Isso porque a sociedade já percebeu
que nossas necessidades são infinitas e os recursos naturais são limitados. Por esse motivo, as organizações
têm investido muito em ações e programas de responsabilidade socioambiental.
Esse tipo de investimento propõe uma nova maneira de trabalho. As atividades exercidas pelas
empresas são revistas, buscando identificar os impactos que possam causar ao meio ambiente e
como podem ser reduzidos ou, até mesmo, eliminados. E não é só o meio ambiente que sai ganhado.
As organizações também se beneficiam com essa prática.
II – Cada vez mais, as empresas têm se preocupado com os impactos ambientais oriundos de suas
atividades e buscam, nos biólogos, profissionais adequados e habilitados para desenvolverem ações
mitigadoras de sustentabilidade.
III - Os profissionais das ciências biológicas não se beneficiam das noções de empreendedorismo,
pois as atividades de pesquisa, ensino e conservação que estão habilitados a desempenharem já estão
há muito tempo definidas e padronizadas e, por isso, não comportam inovações.
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Unidade II
I – Afirmativa incorreta.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: de fato, diante de um quadro crítico mundial de esgotamento dos recursos naturais e
de excessiva poluição, as empresas têm mostrado preocupação com o meio ambiente e, principalmente,
com suas imagens perante a sociedade. Tudo isso gerou uma demanda por projetos e ações de
sustentabilidade que pudessem reverter o grave quadro de impactos ambientais. Nesse contexto,
os biólogos bem formados e ligados de maneira mais direta ao empreendedorismo e às questões
socioambientais podem encontrar melhores oportunidades de atuação.
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INOVAÇÕES EM BIOLOGIA
Lixo eletrônico ganha vida nova em ONG que promove capacitação de jovens
Com 18 anos recém-completados, Iasmym de Coldes Chaves já sabe que, no futuro, quer trabalhar
com tecnologia. A certeza veio dos quatro anos em que participa da organização não governamental
Programando o Futuro, com sede em Valparaíso de Goiás, no entorno do Distrito Federal. A entidade
recebe jovens a partir dos 14 anos, em cursos gratuitos de informática, montagem e configuração de
computadores e robótica.
Parcerias sustentáveis
Os cursos e projetos promovidos pela ONG são possíveis graças aos seus parceiros e colaboradores.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já contribui com a entidade há cinco anos, seja doando equipamentos
usados do próprio tribunal, seja por meio das doações feitas pelos servidores, que fornecem eletrônicos
pessoais para descarte no posto de coleta instalado pela ONG.
Segundo o fundador da Programando o Futuro, Vilmar Simion, o STJ já doou cerca de 70 toneladas de
eletrônicos. “Nosso primeiro posto de coleta de eletrônicos foi no STJ. Ele foi colocado em outubro de 2012.
Toda semana, o posto enchia e a gente ia recolher. Foi esse pontapé que abriu as portas para todas as
outras parcerias que fizemos nos últimos cinco anos. Hoje, temos 43 postos”.
STJ. Lixo eletrônico ganha vida nova em ONG que promove capacitação de jovens. 19 jan. 2019.
Disponível em: https://bit.ly/3bAvFnr. Acesso em: 2 set. 2020 (adaptado).
ONGs, ou organizações não governamentais, como a mostrada no texto, são iniciativas importantes
que podem fazer parte do conjunto de atividades de um biólogo. Tendo formação sólida, visão de
negócios e sensibilidade para identificar as necessidades da sociedade em sua área, os biólogos são
muito bem-vindos para empreenderem nesse ramo. Nesse contexto, analise as afirmativas a seguir.
I – Toda entidade privada que exerça atividades intermediárias entre o Estado e a sociedade, sem
visar ao lucro, pode ser considerada uma ONG.
II – ONGs estão classificadas como iniciativas do terceiro setor, já que são entidades privadas sem
fins lucrativos que realizam atividades complementares às públicas. Assim, contribuem com a sociedade
na busca de soluções para os problemas socioambientais, visando ao bem comum.
III – A criação de uma ONG é mais do que comandar um negócio, uma vez que exige do corpo
administrativo dedicação a projetos para o benefício coletivo, deixando de lado o retorno financeiro.
Deve-se acreditar que é possível transformar a sociedade aos poucos com respeito e amor ao ser humano
e ao meio ambiente.
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Unidade II
I – Afirmativa correta.
Justificativa: a definição apresentada contém o perfil desse tipo de entidade ou organização, com
destaque para o fato de serem entidades privadas sem fins lucrativos, que promovem a ligação entre
governo e sociedade.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: considerando-se sua ação como prestadoras de serviços, as ONGs devem ser atribuídas
ao terceiro setor.
Justificativa: as ONGs são administradas como um negócio, embora não tenham fins lucrativos. Elas
nascem das necessidades da sociedade e do desejo de ajudar de seus criadores.
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FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
Figura 2
Figura 7
Figura 14
Figura 16
Figura 17
Figura 18
Figura 19
Figura 20
Figura 22
Figura 23
Figura 24
Figura 25
Figura 26
Figura 27
Figura 28
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Figura 29
Figura 30
REFERÊNCIAS
Textuais
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000