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MOCUBA
2019
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
MOCUBA
2019
DECLARAÇÃO DO AUTOR
Eu, Tomocene Vicente Malambe, declaro por minha honra, que esta monografia é o
resultado do meu empenho e sacrifício, e está a ser submetida para a obtenção do nível
de licenciatura na Universidade Zambeze, Mocuba. Ela não foi submetida antes para
obtenção de nenhum nível ou para avaliação em nenhuma outra Universidade.
_______________________________________________
(Tomocene Vicente Malambe)
Aos meus pais Vicente Alberto Malambe e Flora Singua, que me trouxeram ao mundo e
me cuidaram, acreditaram e me ensinaram a viver com muito amor e humildade, pelo
sacrifício, dedicação, luta, e aposta na minha academia sem se cansar para o sucesso
nos meus estudos.
Que este grau de licenciatura seja fonte de inspiração no futuro para a família. Para
todos vocês, dedico-vos a minha monografia.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Vicente Alberto Malambe e Flora Singua, que me forneceram a melhor
educação, com muito amor, carinho e sabedoria, sempre me apoiando, me incentivando,
e por muitas vezes se sacrificando para me proporcionar as melhores oportunidades.
Palavras não são suficientes para descrever tudo que fazem por mim, tê-los como meus
pais faz com que minha caminhada seja mais branda e feliz. Obrigada por nunca
desistirem de mim.
Também agradeço aos meus queridos irmãos e cunhada, Joaquim Vicente Malambe,
Jacinta Anibal, Domingas Maria Vicente Malmbe, Sita Morai, Rosa Malambe, Sofia
Vicente Malambe, Zacarias Vicente Malambe, Júlia Vicente Malambe.
Aos meus Primos, em particular dr.ª Eugénio Manuel António, Albino, Eng˚ Minória
Albino, Silva, Vicente Macanige, pela amizade sincera que nenhuma outra pessoa
poderá me oferecer na minha pessoa, por me incentivarem e acreditarem que sou capaz
de vencer as coisas mais difícis da vida.
Meus amigos e colegas do curso de engenharia florestal, João Félix, Patrício Estermo,
Marcos André, António Chapepa, Infante Geral, Gerson Buque, Delfim Davison,
Adilson Sebastião, Amélia Macaripe, Quiata Trabalho, Cristina Valentim, Laura
Mamudo, Arménio Ferreira, Bito José, Buramo Manuel, Brito Chóe, Amancio Brito,
Hilario Pepa, Parafino Quisito e Gilú Paulo.
Aos meus amigos, tec. António Gundana, dr. Ana Paula, Mário Chapinduca, France
Domingos, dr Armandinho, dr. Hélder Silveira, Osvaldo Zito e Felipe Baera.
ÍNDICE
I. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
2.5. Estudos empíricos de índice de sítio florestal pela altura dominante ..................... 16
VI. APÊNDICES........................................................................................................... 46
RESUMO
I. INTRODUÇÃO
1.1. Generalidades
Maneio Florestal Sustentável é um desenvolvimento e aplicação de técnicas de análise
quantitativa nas decisões acerca da composição, estrutura e localização de uma floresta,
de forma que sejam obtidos os benefícios directos e indirectos, na quantidade e
qualidades requeridos por uma organização florestal ou pela sociedade (Hosokawa et
al., 1998).
Scolforo (1992) ainda acresce que, a classificação das propriedades florestais quanto aos
possíveis níveis de produtividade de grande importância, pois da maior ou menor
produtividade do sítio dependem: a dimensão dos produtos advindos da floresta nas
Sendo assim, um dos problemas enfrentados pela maioria das empresas florestais é a
falta de informações fidedignas sobre o potencial do solo em produzir madeira,
acarrectando custos muito maiores, tempo perdido na rotação de espécies, causando
Com isso, de acordo com relato da empresa da IFLOMA, no ano 2002, foi feito a
plantação numa área florestal, que culminou com abandono da área, devido as
condições inadequadas da área, tornando-se insucesso no rendimento volumétrico da
madeira de espécies de pinheiros, pois verificaram-se dificuldades no bom
desenvolvimento dos individuos plantados naquela área.
Avarenga (2012), citado por Carneiro (2015), explica que, o conhecimento e obtenção
de informações confiáveis sobre um povoamento são os primeiros passos, para o
planeamento adequado da exploração desses recursos de uma forma sustentável. O
inventário florestal por meio da teoria de amostragem é a ferramenta utilizada para
obtenção dessas informações com tais níveis de precisão exigidos para o “bom maneio
florestal”. Para tal, estas informações são de elevada importância para a execução de um
plano de maneio, o qual é essencial ao bom desenvolvimento de qualquer
empreendimento florestal.
O autor acima referenciado diz ainda que, estudos de caracterização de sítios florestais
permitem avaliações quantitativas do potencial do solo em produzir madeira. Visto que,
a construção de curvas de índice de sítio, é uma ferramenta muito útil para a orientação
do inventário florestal, e a construção de tabelas de volume; previsões de produção,
estudos de variedades e espécies e estudos de práticas adequadas do maneio florestal.
Assim sendo a técnica de construir curvas de índices de sítios é mais usada no maneio
porque geralmente visa quantificar a qualidade de um certo povoamento, ou seja, é uma
forma de realização de inventário florestal em substituição das parcelas permanentes, a
fim de realização do estudo na produtividade de índices de sítios.
1.3. Objectivos
1.3.1. Geral
Determinar o índice de sítio florestal pela altura dominante de Pinus sp, na
localidade de Penhalonga, província de Manica.
1.3.2. Específicos
Ajustar quatro modelos para classificação de sítios florestais pelo método da curva
guia e seleccionar o mais adequado;
Construir as curvas de índice de sítio do povoamento;
Classificar a capacidade produtiva do povoamento mediante o índice de sítio.
O género Pinus tem ocorrência natural desde região polar até os trópicos, englobando os
continentes da Europa, Ásia, América do Norte e Central. As espécies mais plantadas a
nível mundial são: Pinus taeda, Pinus elliottii (espécies que toleram geadas), Pinus
caribaea var. hondurensis, Pinus oocarpa e Pinus tecunumanii, estas toleram deficit
hídricos (Lima,2015).
As condições de adaptação do género Pinus sp. Aos solos ligeiramente ácidos, também
permitem a instalação de extensas áreas florestais que, juntamente com a adopção de
práticas silviculturais adequadas, tornaram as espécies desse género importantes fontes
de matéria-prima, com manutenção dos padrões de sustentabilidade (Kronka et al.,
2005).
Segundo Finger (2006) altura dominante pode ser calculada através de vários métodos.
No entanto, Keogh (1982) sugere que a altura dominante para plantações de teca deve
ser considerada como a altura total das 100 árvores de maior diâmetro por hectare, pois
é mais simples de ser obtida, além de ser uma tendência de procedimento entre os países
com plantações da espécie. A vantagem de se utilizar a altura dominante como
indicador de índice local é devido a sua aplicabilidade e a possibilidade de comparação
de taxas de crescimento entre plantações da mesma idade, embora estas áreas estejam
sob diferentes densidades e regimes de maneio (Keogh, 1982; Prodan et al., 1997;
Campos e Leite, 2013).
Segundo Keogh (1982), para se construir uma boa base de dados para a classificação de
sítio em plantios de teca é necessário pelo menos o registo das alturas dominantes por
um período de cinco anos, o que torna possível o emprego da modelagem para o
monitoramento do crescimento e da produção florestal.
Muitos autores afirmam que a altura das árvores dominantes é a melhor variável para
caracterizar o local, sendo representado pela altura alcançada do povoamento nas
diferentes idades de seu desenvolvimento (Assmann, 1961; Burkhart e Tennent, 1977,
Burger, 1980; Selle et al., 2008).
2.3. Volume
O conhecimento do volume da árvore é de uso tradicional em dendrometria, biometria,
inventário, maneio, economia e planeamento florestal (Scolforo, 2005; van Laar e Akça,
2007). Além da importância dessa variável no maneio florestal, ela exprime de forma
mais directa sobre a capacidade produtiva do sítio (Burger, 1980).
O volume da árvore pode ser calculado indirectamente por meio de factor de forma, que
é a razão entre o volume de um cilindro de igual diâmetro de uma árvore a um
determinado ponto de referência, geralmente ao 1,3 m, equação de volume ou função de
afilamento (van Laar e Akça, 2007; Campos e Leite, 2013). Devido à dificuldade de se
definir a forma de um fuste, que pode apresentar uma variedade de formas ao longo do
mesmo, é comum utilizar o factor de forma para o cálculo do volume (Campos e Leite,
2013).
No entanto, apesar do factor de forma ser de uso tradicional, e ter como vantagem maior
rapidez no inventário, sua utilização deve ser restrita às condições locais de sítio. Outras
extrapolações além desses limites podem ser tendenciosas partindo do ponto de vista de
previsão dos resultados finais (Couto e Bastos, 1987; Figueiredo et al., 2009). Assim,
para proporcionar maior exactidão nas estimativas volumétricas, o mais indicado é a
utilização de modelos de regressão, cuja maioria inclui como variável independente, a
altura e o diâmetro da árvore, para estimar o volume (Couto e Bastos, 1987; Scolforo,
2005; Van Laar e Akça, 2007 & Campos e Leite, 2013).
Não obstante à definição anterior, Coile (1952), Castanõs (1962) e Spurr (1964), citados
por Sgarbi (2002), definem “sítio florestal” como sendo uma unidade de área que
apresenta características combinadas de solo, topografia e clima, as quais são
responsáveis pela determinação da capacidade produtiva do local. Baseado na mesma
fonte, as práticas silviculturais como preparo de solo, adubação, controle das plantas
daninhas e controle de pragas e doenças também determinam a capacidade produtiva do
local e por esta razão devem ser consideradas na definição de “sítio”.
Ribeiro et al. (2002) citados por Miranda (2012), afirmam que sítio florestal é um
conceito abstracto, e denota uma combinação de vários factores ambientais (factores do
solo, topográficos, climáticos e competitivos), que afectam o crescimento das árvores.
Os factores ambientais e das próprias plantas interagem entre si, tornando difícil
separar, as causas e os efeitos do crescimento e da produtividade do sítio.
importante ter conhecimentos sobre a qualidade do sítio florestal, pois dele depende a
quantidade e qualidade da produção, juntamente com a adaptabilidade da espécie ou
espécies aos determinados locais (Miguel, 2009).
De acordo com o autor acima citado, pode-se dizer que a qualidade do sítio é a soma
total dos factores edáficos, biológicos e climáticos que afectam a planta ou as plantas. A
qualidade do sítio é dinâmica e, frequentemente, ao longo do tempo alguns dos seus
factores podem ser influenciados pelo silvicultor. É sabido que o crescimento das
árvores não é indiferente a qualquer tipo de solo. As plantas em qualquer local devem
encontrar condições óptimas para o seu desenvolvimento, principalmente nos primeiros
anos que são os mais críticos e decisivos para o seu bom crescimento.
Neste sentido, em concordância com Leite (2016), sítios considerados bons para o
desenvolvimento de uma determinada espécie florestal podem não apresentar essa
mesma qualidade para outra espécie qualquer, o que aumenta a sua importância para os
maneadores florestais.
Schneider e Schneider (2008), destacaram que a maioria das decisões dentro do maneio
florestal ocorre através da avaliação da capacidade produtiva de áreas florestais, que são
ordenadas de acordo com a produtividade apresentada pelos chamados sítios florestais.
Miguel (2009), sustenta que a tipificação da classificação de sítio se constitui numa
forma de estratificação do povoamento em entidades ecológicas com base nas
características da vegetação, ou em factores do meio, ou numa combinação desses.
Segundo Scolforo (1993) citado por Miranda (2012), a qualidade de um sítio florestal
pode ser avaliada por métodos directos e indirectos. A classificação indirecta é feita por
Tomocene Vicente Malambe Página 8
Determinação de índice de sítio florestal pela altura dominante de Pinheiro
atributos que caracterizam o local, como: uso de plantas indicadoras, factores edáficos,
topográficos e climáticos e relações interespecíficas. Factores relacionados aos métodos
directos podem envolver o registo histórico do uso da terra, do volume e área basal do
povoamento e o crescimento periódico em altura.
O mesmo autor ainda afirma que o modelo de sítio é tido como a chave para todo
sistema de prognose, tendo em vista que é por meio deste modelo que se poderão
separar as áreas em diferentes classes de produtividade e, consequentemente, diferentes
comportamentos e tendências de crescimento.
De acordo com Carrijo (2016), a classificação das unidades produtivas por meio do
índice de sítio consiste na avaliação da qualidade da área, engloba e reflecte todos os
factores ambientais no crescimento em altura, além de correlacionar tal qualidade com o
volume. Sendo a medida de produtividade local utilizada com mais frequência em todo
o mundo, o índice de sítio é útil como uma base importante para tomada de decisões,
planeamento e estratégias no meio florestal.
e idade provenientes das curvas de sítio podem ser utilizadas para melhor entendimento
da mesma (Carrijo, 2016).
Prodan et al. (1997) afirmaram que a produtividade biológica não pode ser
expressa matematicamente, por isso representa-se a qualidade do sítio por meio de um
valor numérico denominado índice de sítio, ou índice de produtividade, ambos muito
conhecidos porque são uma expressão quantitativa da qualidade do sítio.
As curvas de índice de sítio são geradas com equações matemáticas que relacionam a
idade índice e o crescimento em altura das árvores dominantes e co-dominantes para a
determinação do índice sítio. Sendo a idade índice ou idade de referência geralmente
seleccionada próxima da idade de colheita (Clutter et al., 1983).
Goelz e Burk (1992), verificaram que muitas vezes a altura dominante é subestimada na
idade índice para sítios bons e superestimada para os sítios mais pobres. Este erro da
predição pode ser devido às propriedades matemáticas da forma funcional da equação
de índice de sítio e da definição da altura dominante utilizada (SHARMA et al., 2002).
Anamórficas: quando a altura de uma das curvas é sempre proporcional à altura das
demais, numa mesma idade.
Figura 2. Curvas polimórficas que não se cruzam (A) e que se cruzam (B) dentro da faixa de
idade de interesse (Miguel 2009).
De acordo com Scolforo (2006), citado por Silva (2017), no processo de geração de
curvas anamórficas, o parâmetro β1 do modelo escolhido para descrever a relação altura
dominante-idade é considerado constante para todos os sítios, mas variando o ponto de
intersecção (β0). Assim, β0 é o parâmetro específico do local. No caso das curvas
polimórficas o parâmetro específico do sítio é a inclinação da curva (β1), que representa
uma taxa de crescimento variável para cada sítio, enquanto o intercepto (β0) é constante
para todos os sítios.
Entretanto, segundo o autor acima citado, autores como Scolforo (1997) e Prodan
(1997), acautelam a construção de índice de sítio a partir de parcelas temporárias, pois,
do ponto de vista destes, o uso dessas parcelas implica em uma grande intensidade
amostral, já que apenas um par de altura-idade é obtido por parcela e que quando se
utiliza as parcelas temporárias, só pode utilizar o princípio da curva anamórfica,
valendo-se do princípio que a tendência do crescimento em altura é igual para todos
locais, tendo uma distância entre curvas idênticas.
Segundo Scolforo (1997), citado por Miguel (2009), anamorfismo das curvas de sítio
pode ser identificado a partir de:
Verificação do coeficiente de variação (CV) das alturas médias das árvores
dominantes por classe de sítio e idade, já que uma das suposições básicas do
anamorfismo é que este valor seja semelhante em todas as idades nas classes de
sítio;
Verificação da existência de relação linear entre índice de sítio e as alturas
dominantes médias nas várias idades consideradas, expressando que o índice de sítio
não depende da idade, mais sim da capacidade produtiva do local.
Apesar da existência de todos estes métodos, há uma certa predominância por parte dos
maneadores florestais na utilização do método da Curva Guia (curvas anamórficas) e do
método da Equação das Diferenças (curvas anamórficas ou polimórficas) (Campos e
Leite, 2013). Este facto se deve à fácil aplicabilidade do método e os bons resultados
que tem apresentado.
O método da Equação das Diferenças foi proposto inicialmente por Bailey e Clutter
(1974), para o desenvolvimento de curvas de índice de locais anamórficas ou
polimórficas, utilizando dados provenientes somente de parcelas permanentes ou de
análise do tronco.
De acordo com Prodan et al. (1997) o pressuposto básico deste método é que todo par
de observações se aplica à mesma relação altura-idade. Dessa forma, empregando pares
consecutivos de idade e altura dominante, os modelos são ajustados.
Segundo Campos e Leite (2013), o método Hammer constitui uma variação do método
da Curva Guia. Nesse método o parâmetro β0 do modelo escolhido para estimar a altura
dominante é substituído por uma equação, de forma que as curvas de índice de local
passem por alturas prefixadas coincidentes com índices de local predefinido. Os passos
principais do método são: a) ajustar a função, obtendo as estimativas β0 eβ1; b) fixar
índices de local, compatíveis com a variação de altura dominante na idade índice
escolhida; c) substituir esses índices na equação inicial no lugar da variável Hd e a idade
índice no lugar da variável I e obter β0 para cada índice de local; d) com os pares de
dados obtidos no passo anterior (S, β0), ajusta-se a regressão linear simples 𝛽0=𝛼0+
𝛼1𝑆 +𝜀 e substitui-se a equação resultante na equação inicial. Esta equação final será
utilizada para construir curvas de índice de local.
árvores cubadas rigorosamente pelo método de Smalian, para o ajuste dos modelos
volumétricos do, modelo hipsométricos. As equações seleccionadas foram avaliadas
com base nos seguintes critérios para sua selecção: Gráfico de resíduos, Erro Padrão da
Estimativa (Syx) e Coeficiente de Determinação Ajustado (R²). Os resultados
apontaram que os modelos de Brenac, para a categoria de simples entrada e o modelo de
Meyer, para a categoria de dupla entrada porém foram os modelos seleccionados para a
estimativa do volume total e comercial com e sem casca, os modelos de Brenac e
Takata.
resíduos com comportamento semelhante entre si. Foram construídas seis (6) curvas de
sítio pelo método da curva-guia. Os resultados demonstraram que o modelo de
Chapman-Richards foi o melhor por apresentar melhores resultados estatísticos e por ser
um modelo biológico.
O trabalho realizado por Da Silva et al. (2015) teve como objectivo realizar a
classificação da qualidade do local para a espécie Tectona grandis L. f. pelo método da
curva-guia e da diferença algébrica. O estudo foi realizado em povoamentos jovens de
Tectona grandis localizado no município de Cáceres no estado de Mato Grosso, para as
árvores dominantes na idade de referência de setenta e sete meses. Os dados provieram
de 33 parcelas permanentes remedidas na idade de 43, 57, 69 e 77 meses. A equação de
Schumacher foi ajustada com um coeficiente de determinação ajustado de 0,7627 um
erro padrão da estimativa de 12,01%. Foram necessárias 4 curvas de índice de sítio de
8,52 a 12,21, na idade-índice de 77 meses. As curvas de sítio geradas foram
anamórficas e a capacidade produtiva local pode ser explicada pelo modelo de
Schumacher e não há diferença entre o método da curva guia e o da diferença algébrica
para índice de produtividade.
O estudo realizado por Da Silva et al. (2013) teve como objectivo testar modelos para
construção de curvas de sítio para Pinus caribaea var. hondurensis, seleccionando o
melhor segundo critérios estatísticos. Foram usados 4.998 pares de altura dominante
média (Hd/Idade) provenientes de parcelas temporárias medidas ao longo de quatro
inventários florestais realizados nos anos de 2005, 2006, 2007 e 2008. A idade variou
de 6 a 17 anos e a altura das árvores dominantes variou de 7,0 a 22,5 metros. Os dados
foram divididos em quatro classes de produtividade com base na idade de referência de
15 anos. Nessa idade, a altura média das árvores dominantes variou de 13,5 a 19,6 m. O
modelo de Schumacher foi o que apresentou melhor desempenho. O modelo ajustou de
maneira satisfatória o padrão de crescimento dos povoamentos dando segurança para a
classificação de sítio para essa espécie na região do estudo.
regiões. O modelo de Prodan foi escolhido para a construção das curvas de índice de
sítio pelo método da curva guia.
Em cada medição foram registados a altura total e o diâmetro a altura do peito (DAP)
de todas as plantas presentes na área útil de cada parcela. Contudo neste trabalho não
foram utilizadas as quatro primeiras medidas, pois as plantas ainda estavam jovens e,
consequentemente, ainda não havia competição e também ainda estavam sofrendo
influência dos tratamentos silviculturais. Foram seleccionados três modelos e o que
obteve os melhores resultados foram escolhidos para se realizar a análise de co-
variância. Foram ajustados 5 modelos lineares e 5 modelos não lineares para os pares
de dados de idade e altura colectados, os quais foram avaliados por meio das estatísticas
de ajuste e precisão: coeficiente de determinação ajustado (R2ajustado), coeficiente de
variação em percentagem (CV%) e análise gráfica de resíduos em percentagem.
bem as alturas das árvores com apenas dois parâmetros apresentando as melhores
distribuições gráficas dos resíduos.
Os dados foram disponibilizados pela empresa Industrias Florestal de Manica S.A com
povoamentos florestais comerciais de Pinus sp., com idades de 12 anos. As plantações
Industrias Florestais de Manica (IFLOMA, SA), estão localizadas em três localidades
designadamente: Bandula, Penhalonga e Rontanda – Sede (MAE, 2005).
O clima é tropical húmido de altitude dividida em duas estações sendo quente e chuvoso
que vai de Março à Outubro e outra fria e seca que dura entre Abril a Setembro,
segundo a classificação de Koppen (Euroconsult, 1989).
De acordo com o tipo de amostragem usado, a colecta de dados foi realizada segundo o
método de área fixa que segundo Bonetes (2003), é o mais recomendado em áreas
planas ou suavemente onduladas devido à Praticidade e simplicidade no
estabelecimento e na medição das variáveis dentro das unidades amostrais, sendo que a
distância dos extremos (raio) é a mesma em todas as direcções e o número de árvores de
bordadura é mínimo. Foram sistematicamente demarcadas 28 parcelas de formato
circular com raio de 12,62m (500m2), correspondendo 9,57% de intensidade de
amostragem visto que, a área de estudo é de 14,65 ha, onde em cada unidade amostral
foram mensurados os DAP’s e as alturas totais de todos indivíduos com o auxílio de
uma suta e hipsómetro.
3.3. Volumetria
Para a estimativa do volume por hectare do povoamento estudado foi empregue o
procedimento de regressão de modelos volumétricos patentes na tabela 1, com base nos
dados das variáveis dendrométricas (DAP e Ht). A escolha da melhor equação ajustada
seguiu os parâmetros descritos por Draper e Smith (1981): i) análise gráfica dos
resíduos; ii) erro padrão residual absoluto (Syx) e percentual (Syx%), com preferência
pelo modelo apresentando menor erro e; iii) maior coeficiente de determinação ajustado
(R2ajust).
Modelo Equação
Schumacher & Hall V = β0DAPβ₁Htβ₂+ε
Spurr V = β0+β1(DAP2Ht)+ε
Husch V = β0DAPβ₁+ε
Meyer V = β0+ β1DAP+β2DAP2+ β3DAPHt+ β4DAP2Ht+ β1Ht
V = volume a ser estimado; DAP = diâmetro a 1,30m; Ht = altura total; β0, β1, β2 = parâmetros a estimar
(Miguel 2009) e Cariijo (2016).
Modelo Equação
Curtis 1
Hdom = 0 + 1
Id
Schumacher 1
Ln (Hdom) = 0 + 1
Id
Ln = logaritmo natural; Hdom = altura das árvores dominantes (m); Id = Idade da medição. β0 β1 β2 =
Coeficientes a serem estimados. Fonte: Miguel (2009) e Miranda (2012).
Coeficiente de variação das alturas das árvores dominantes por classe de índice de
local e idade;
Existência de relação linear entre os índices de local e as alturas dominantes médias.
Figura 4: Distribuição dos valores de altura total (Ht) e diâmetro à altura do peito (DAP).
Tabela 4. Teste de correlação entre as variáveis altura total, diâmetro à altura do peito e o
volume.
Variáveis dendrométricas
DAP Ht
Ht 0,7827
4.1.2. Volumetria
Os resultados dos testes para a validação dos modelos volumétricos estão apresentados
na tabela 5, os seus respectivos coeficientes e suas estatísticas de ajuste e precisão
obtidos encontram-se apresentados na tabela 6.
Fazendo uma comparação directa entre os dois modelos que apresentaram melhores
estatísticas de precisão, o modelo de Meyer mostrou ser o melhor dos dois pois além de
ter apresentado o Syx% mais baixo, no seu gráfico de dispersão de resíduos (Apêndice
5) apresentou melhor distribuição dos resíduos em relação ao DAP e deste modo,
mostrou-se melhor dos quatro modelos ajustados para a estimativa de volume.
Resultado similar foi verificado por Miguel (2009) e Machado et al. (2002),
constatando que, o modelo de Meyer apresentou melhores estatísticas de precisão com
R2= 0,99, Syx (m3) = 0,00369 e Syx% = 7,38 e que todos os ajustes apresentaram
coeficiente de determinação ajustado (R² aj.) entre 0,8496 e 0,9964 e erro padrão da
estimativa em percentagem (Syx%) entre 5,70% e 13,61%, respectivamente.
Todavia os resultados não corroboram aos encontrados por Carrijo (2016) e Carlos
(2018), os quais verificaram que o modelo de Husch foi o que apresentou estatísticas de
precisão mais baixas, tendo Carrijo (2016) encontrado valores de R2ajustado = 0,9809,
Syx = 0,0177 e Syx% = 9,27% e Carlos (2018) com valores de R2ajustado = 0,97, Syx =
0,023 e Syx% = 15,931%. Entretanto, é de salientar que estes autores nos seus estudos
não trabalharam com o modelo de Meyer.
Facto a destacar é que os modelos que responderam melhor ao ajuste, modelo de Spurr e
Meyer, são modelos que têm o DAP multiplicando pela altura além de serem modelos
de dupla entrada como o modelo de Schumacher e Hall e estes modelos, de acordo com
Miguel (2009), geralmente resultam em melhores resultados estatísticos que os modelos
de simples entrada, em decorrência de melhor representar as características da
Tabela 8. Coeficiente dos modelos ajustados com suas estatísticas de precisão para estimativa de altura
dominante
Modelos Coeficientes da regressão Estatísticas
β₀ β₁ β₂ Syx (m3) Syx % R2 ajust.
Curtis 38,814 -230,568 1,87 8,92 0,025
Spillman 1,864 1,478 1,87 8,92 0,025
Schumacher 3,872180226 -10,76205541 0,081 0,46 0,83
Prodan 2,577974075 0,00 0,002759501 0,086 4,1 -0,01
A distribuição gráfica dos resíduos (Apêndices 6) não apresenta evidências claras que
possibilitem a escolha de um ou outro modelo pela ínfima diferença que os pontos
plotados no gráfico apresentam, daí que somente será utilizada as estatísticas de
precisão obtidas para tal efeito.
relação aos outros modelos e o pior modelos foi o modelo de Prodan, pois mesmo tendo
apresentado valores de erros menores (Syx = 0,086 e Syx% = 4,1) em relação aos outros
dois modelos restantes, este modelo apresentou um R2ajustado negativo (-0,01),
significando que as estimativas feitas pelo modelo têm um comportamento contrário ao
da Hdom. Da silva et al. (2015), também constatou que o modelo de Schumacher
apresentou um R2ajustado de 0,7627 e um Syx% de 12,01%, esse resultado permitiu
concluir que o modelo foi adequado para prognose do plantio em questão.
Resultados contraditórios foram verificados por Santos (2012) ao concluir que o modelo
de Prodan foi o melhor dentre os 10 modelos testados, com base nos valores de
R2ajustado e CV%, que variaram de 0,902 a 0,971 e de 7,5 a 15,0, tendo o modelo de
Schumacher ficado entre os piores modelos, assim como Martins et al. (2007) que
observaram que a equação de Clutter-Jones obteve os melhores resultados de índice de
ajuste, sendo seguida pelos modelos de Schumacher e Weibull. Dos santos (2017)
observou-se que o modelo de Prodan apresentou leve superioridade em relação aos
demais, com R2ajustado de 0,86 e Syx% de 9,64%, por outro lado, o modelo de
Schumacher (linearizado) apresentou as menores estatísticas, com R2ajustado de 0,85 e
Syx% de 10,15%.
Esta diversidade de resultados deixa claro que as estatísticas de precisão dos modelos no
ajuste dependem de vários factores como a espécie em causa, os dados a serem
analisados e o ambiente de inserção das árvores, que influenciam meramente no
desenvolvimento dos indivíduos e consequentemente no padrão de variação dos dados
colectados.
Da Silva et al. (2013) escolheram o modelo de Schumacher por este modelo, apesar de
ter sido o segundo melhor modelo, por ter apresentado valores residuais elevados, este
modelo resultou em um baixo grau de dispersão para a maioria das estimativas,
comparado aos dados reais e as estimativas dos demais modelos testados, o que
significou que, dentre os modelos testados o modelo de Schumacher apresentou
menores erros nas estimativas. Os autores comentaram que este modelo ajustou de
maneira satisfatória o padrão de crescimento dos povoamentos dando segurança para a
classificação de sítio para essa espécie na região do estudo.
outro modelo mas também por outros factores ou mesmos outros parâmetros, na qual
maioritariamente decai sobre a facilidade de trabalhar com tal modelo. Contudo, para o
presente o modelo a ser escolhido para construção das curvas de índice de sítio será o
modelo que apresentou as melhores estatísticas de precisão que é o modelo de
Schumacher.
Figura 5. Teste de anamorfismo efectuado para o índice de sítio e a Hdom com base no modelo
de Schumacher.
Verifica-se que o método de curva guia adequou-se á construção das curvas com os
dados do presente estudo, pois quando ajustados os modelos por este procedimento, eles
apresentaram estatísticas convincentes, com uma distribuição de resíduos sem nenhuma
tendenciosidade no geral. O mesmo método de construção de curvas de sítio foi
adoptado por Miguel (2009), Carrijo (2016), Gouvea et al. (2016) e Carlos (2018),
tendo sido aplicado com sucesso em seus trabalhos.
Uma análise a fazer é que não há uma tendência ou indício de um cruzamento entre as
curvas num tempo futuro que como foi explicado por Carlos (2018), isto deve-se à
característica das próprias curvas anamórficas pois este tipo de curva considera um
crescimento constante para todos os sítios ao longo do tempo. Apesar de Scolforo
(1997) citado por Miguel (2009) mencionar que, o conceito de uma mesma taxa de
crescimento em altura para sítios distintos que compõem uma mesma família de curvas
já demonstrou em alguns casos não representar de forma precisa o crescimento do
povoamento florestal. Pois é de conhecimento geral que há variação no crescimento
entre espécies, indivíduos e até mesmo uma variação no crescimento individual de uma
árvore ao longo do seu ciclo de vida (Scavinsk, 2014)
No entanto, vale ressaltar que devido o número baixo de medições (uma medição), a
escolha da idade índice ter sido projectada e a complexidade que é o sítio florestal, as
curvas são consideradas provisórias. Mesma situação foi verificada por Miguel (2009) e
Carlos (2018), sendo que o primeiro trabalhou com dados de duas medições e o segundo
autor trabalhou com dados de uma medição. Entretanto este facto não invalida as curvas
de sítio aqui geradas.
Denota-se na tabela 9 que a classe II alberga maior número das parcelas amostradas
(12), seguida da classe II com 11 parcelas e por último a classe I com 5 parcelas. Um
facto que pode ser considerado satisfatório pois a maior parte das parcelas se encaixa na
classe intermediária e fazendo uma junção, as classes I e II acabam albergando maior
parte das parcelas juntas. Ainda no Apêndice 7 pode-se verificar a classificação de cada
uma das parcelas com os seus respectivos índices de sítio e a sua altura dominante
média. Comportamento similar foi verificado por Carrijo (2016), constatando que, a
maior parte das parcelas (15) estavam albergadas na classe de sítio II, seguida da classe
de sítio III com 5 parcelas e por fim a classe de sítio I com 1 parcela nos índices de sítio
derivados da Hdom.
V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1. Conclusões
Foram ajustados quatro (4) modelos de classificação de capacidade produtiva de
sítio florestal pelo método de curva, sendo que o modelo de Schumacher foi
escolhido como o melhor pelas melhores estatísticas de precisão que apresentou;
Foram construídas curvas de sítio florestal pelo método de curva guia com três (3)
classes de sítio (I, II e III);
A maior parte das parcelas encaixaram-se na classe de sítio II, seguido da classe III
e por último a classe I.
5.2. Recomendações
Aos pesquisadores:
A empresa INFLOMA:
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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8. Revista Brasileiras de energias renováveis. v.6, n.4. Brasil. 18p.
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Maputo. 60p.
SELLE, G.L. et al. 2008. Como classificar sítios florestais através da altura
dominante do povoamento. Colombo: Embrapa Florestas, 46p.
VI. APÊNDICES
a b
c b
testadas.
a b
c d