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MOCUBA
2017
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL
Autor:
Supervisor:
Eng° Jeremias Gabriel Benjamim (MSc)
MOCUBA
2017
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DECLARAÇÃO DO AUTOR
Eu, Gold Bento Chinder, declaro por minha honra, que esta monografia é o resultado do meu
empenho e sacrifício, e está a ser submetida para a obtenção do nível de Licenciatura na
Universidade Zambeze, Mocuba. Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum nível ou
para avaliação em nenhuma outra Universidade.
________________________________
(Gold Bento Chinder)
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Influência da combinação espessura x largura da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC. na qualidade da
secagem natural
ÍNDICE
Conteúdos Pág.
DEDICATÓRIA ........................................................................................................................... III
AGRADECIMENTOS .................................................................................................................IV
EPÍGRAFE .................................................................................................................................... V
RESUMO ......................................................................................................................................VI
LISTA DE FIGURAS...................................................................................................................IX
I. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1
Generalidades ...................................................................................................................1
Problema e Justificativa ...................................................................................................2
Hipótese............................................................................................................................3
Objectivos.........................................................................................................................3
1.4.1. Geral ..........................................................................................................................3
1.4.2. Específicos ................................................................................................................3
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 4
I
Gold Bento Chinder
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secagem natural
VI. RECOMENDAÇÕES............................................................................................................. 41
II
Gold Bento Chinder
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secagem natural
DEDICATÓRIA
A minha mãe
Rosa André Cuetule
Dedico este trabalho.
Aos meus irmãos
Irondina, Keny, Santos e Mary
Ofereço.
III
Gold Bento Chinder
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AGRADECIMENTOS
Os meus profundos agradecimentos a DEUS todo-poderoso pelo dom da vida e protecção que tem
me proporcionado todos os dias.
Gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos a minha mãe Rosa André Cuetule por ter
me colocado na terra, pela educação sábia que sempre me transmitiu, por estar sempre ao meu
lado e por tudo quanto tem feito por mim agradeço.
Ao meu supervisor Eng° Jeremias Gabriel Benjamim (MSc) pelo apoio, dedicação, prontidão,
disponibilidade, experiência e conselhos transmitidos.
A empresa Indústrias e Construções Sotomane Lda, por ter disponibilizado o material, espaço e
transporte para a realização deste trabalho.
Aos trabalhadores da empresa Indústrias e Construções Sotomane Lda, pela ajuda na preparação
do material para a realização deste trabalho.
Aos meus irmãos: Irondina Bento Chinder e Santos Baltazar pelo companheirismo.
Aos meus primos: Benedito Chinder, Joel Malope, Isolino Chinder, Rodrigues Chinder, Vânia
Malope, Lucílio Chinder, Dolência Chinder, Alfredo Chinder e André Abineiro por acreditar
sempre em mim.
Aos meus amigos: Doldêncio Macute, Sebastião Serrote, Elídio Sefane, Armindo Mavehe, Lurdes
Mugare, Clinton Madeira, Nursan Ange, Maria Sotomane, Marchante Ambrósio, Almeida
Escrivão, Sérgio Nhampossa, Estevão Jossefa, Custódio Jossefa e Jackson Jossefa pela amizade,
apoio, conselhos e por sempre contar convosco.
Aos docentes do curso de Engenharia Florestal da Universidade Zambeze - FEAF, pelo apoio
diversificado durante a formação.
IV
Gold Bento Chinder
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secagem natural
EPÍGRAFE
V
Gold Bento Chinder
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secagem natural
RESUMO
O estudo tem como objectivo avaliar a influência da combinação espessura x largura na qualidade
da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC após a secagem natural nas condições
climáticas do distrito de Mocuba. O ensaio foi montado no pátio da serração da empresa ICS
usando o DCC com 2 tratamentos e 15 réplicas para cada, sendo que foi considerado como T1 a
combinação de 4 cm x 25 cm e T2 a combinação de 3 cm x 15cm. Por conseguinte, os parâmetros
avaliados foram a taxa de secagem, a perda de humidade, o grau de incidência de defeitos e sua
relação com a taxa de secagem. A taxa de secagem foi determinada através de pesagens periódicas
das tábuas durante o processo de secagem e a perda de humidade foi determinada pela diferença
de pesos em diferentes dias de medição, enquanto que os defeitos foram analisados em função do
grau de incidência após a secagem. O ensaio levou 82 dias e os resultados mostraram que as
humidades finais não diferiram estatisticamente entre si, mas as taxas de secagem finais sim e o
T1 teve uma perda de humidade mais regular. Não se verificou diferença estatística significativa
entre o grau de incidência dos arqueamentos e índice de rachaduras nos dois tratamentos e também
não se verificou uma relação positiva significativa entre a taxa de secagem e o grau de incidência
de defeitos. Para a secagem natural de madeira serrada de Pterocarpus angolensis nas condições
climáticas de Mocuba, peças de menores dimensões revelam melhor desempenho, proporcionando
maior velocidade de secagem com baixos índices de defeitos.
VI
Gold Bento Chinder
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secagem natural
ABSTRACT
This study aims to evaluate the influence of thickness x width combination on the quality of
Pterocarpus angolensis lumber after air drying in the climatic conditions of Mocuba. The
experiment was performed at the yard of ICS company sawmill using a CRD with 2 treatments
and 15 repetitions for each, and it was considered as T1 the combination of 4 cm x 25 cm and as
T2 the combination of 3 cm x 15cm. Therefore, the parameters evaluated were the drying rate, the
loss of moisture content, incidence level of the defects after the drying process and the correlation
that exist between the drying rate and the incidence level of the defects. The drying rate was
evaluated by periodic weighing of the boards and the loss of moisture content was determined
through the difference between the previous and the next weight during the mensuration days,
whereas the defects were analyzed according its incidence level after the drying process. The
survey was conducted during 82 days and the results showed that between the finals moisture
content of T1 and T2 there wasn’t a significative statistic difference, but between the drying rates
of the two treatments there was a significative statistic difference and the T2 had a regular loss of
moisture content. There wasn’t a significative statistic difference between the incidence level of
crooks and top cracks index between T1 and T2 and there wasn’t a significative correlation
between the drying rate and the incidence level of the defects. For the air drying lumber of
Pterocarpus angolensis in the climatic conditions of Mocuba, the boards of less dimensions
showed better performance, providing higher drying rate and low index of defects.
VII
Gold Bento Chinder
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Classificações atribuídas a madeira seca e os teores de humidades finais recomendados
para certos produtos de madeira ...................................................................................................11
Tabela 2: Número e dimensões das bases e dos separadores nas pilhas 1 e 2 ..............................19
Tabela 3: Pontos de levantamento dos pesos durante o ensaio .....................................................20
Tabela 4: Critérios de classificação da intensidade dos defeitos de madeira serrada das folhosas
.......................................................................................................................................................25
Tabela 5: Teores de humidades finais observados ao fim de 82 dias nos dois tratamentos .........26
Tabela 6: Valores médios de teor de humidade final ....................................................................26
Tabela 7: Taxa de secagem para os três períodos considerados ...................................................31
Tabela 8: Valores médios da taxa de secagem final .....................................................................32
Tabela 9: Valores médios dos arqueamentos ................................................................................34
Tabela 10: Valores médios para os encurveamentos ....................................................................35
Tabela 11: Valores médios observados para T1 e T2 ...................................................................36
Tabela 12: Coeficientes de correlação de Pearson para taxa de secagem, rachaduras e
empenamentos nos dois tratamentos .............................................................................................37
VIII
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Principais defeitos de secagem da madeira .....................................................................9
Figura 2: Formas de empilhamento da madeira serrada para secagem natural: a, b e c – formas de
empilhamento horizontal usando formatos de quadrado, triângulo e o padrão; d - empilhamento
vertical...........................................................................................................................................13
Figura 3: Mapa do Distrito de Mocuba .........................................................................................16
Figura 4: Serra fita utilizada no processamento da madeira .........................................................18
Figura 5: Vista geral do local do experimento-localização das pilhas..........................................19
Figura 6: Pesagens de tábuas na balança electrónica ....................................................................21
Figura 7: Procedimento adoptado para medição das rachaduras de topo nas tábuas....................23
Figura 8: Procedimento adoptado para medição dos arqueamentos nas tábuas ...........................24
Figura 9: Procedimento adoptado para medição dos encurveamentos nas tábuas........................24
Figura 10: Variação dos teores de humidades finais nas tábuas para o tratamento 2 ...................28
Figura 11: Curvas de secagem das tábuas.....................................................................................29
Figura 12: Curvas do comportamento da taxa de secagem nos dois tratamentos .........................30
Figura 13: Percentagens dos defeitos avaliados em função da sua magnitude .............................33
Figura 14: Correlação entre a taxa de secagem com os arqueamentos e encurveamentos para T1
.......................................................................................................................................................38
Figura 15: Correlação entre a taxa de secagem com o IRT para o T1 ..........................................38
Figura 16: Correlação o entre a taxa de secagem com os arqueamentos e encurveamentos para T2
.......................................................................................................................................................39
Figura 17: Correlação entre a taxa de secagem com o IRT para o T2 ..........................................39
IX
Gold Bento Chinder
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LISTA DE FÓRMULAS
Fórmula 1: Determinação do peso seco a zero % .........................................................................21
Fórmula 2: Determinação do peso seco a cinco% ........................................................................22
Fórmula 3: Determinação do teor de humidade inicial .................................................................22
Fórmula 4: Determinação do teor de humidade actual .................................................................22
Fórmula 5: Determinação da taxa de secagem .............................................................................22
Fórmula 6: Determinação do índice de rachaduras do topo .........................................................23
Fórmula 7: Determinação dos arqueamentos ................................................................................24
Fórmula 8: Determinação dos encurveamentos ............................................................................24
X
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LISTA DE SÍMBOLOS
% Por cento
°C Graus Celcius
ha Hectares
km Quilómetros
m Metros
mm Milímetros
t Tempo
XI
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XII
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LISTA DE APÊNDICES
Apêndice 1: Obtenção dos comprimentos de rachaduras do topo e das flechas ...........................47
Apêndice 2: Ficha de registo das medições referentes aos pesos durante a secagem ...................47
Apêndice 3: Ficha de levantamento dos dados referentes aos defeitos pós-secagem...................48
Apêndice 4:Teste de homogeneidade das variâncias ....................................................................48
Apêndice 5: Teste de normalidade dos resíduos ...........................................................................48
Apêndice 6: ANOVA para o teor de humidade final ....................................................................49
Apêndice 7: Humidade relactiva do ar e temperaturas máxima e mínimas registadas no período
durante o ensaio ............................................................................................................................49
Apêndice 8: ANOVA para a taxa de secagem final .....................................................................49
Apêndice 9: ANOVA para os arqueamentos ................................................................................49
Apêndice 10: ANOVA para os encurveamentos ..........................................................................50
Apêndice 11: ANOVA para índice de rachaduras do topo ...........................................................50
XIII
Gold Bento Chinder
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I. INTRODUÇÃO
Generalidades
A madeira continua sendo um produto nobre e vem merecendo destaque dentre os diversos
materiais utilizados pelo Homem, este que a cada dia busca novas formas de exploração,
processamento e secagem para maior aproveitamento deste recurso. Contudo, a madeira é um
material biológico bastante heterogéneo (diversidade de componentes que formam seus tecidos);
higroscópico (capacidade de trocar humidade com o meio) e também anisotrópico, propriedade
relacionada com as formas diferentes que a madeira reage às cargas aplicadas e a secagem nos
planos tangencial, radial e longitudinal podendo assim gerar defeitos nas peças (Pertuzzatti et al.,
2013).
De acordo com Martins (1988) a secagem da madeira é o processo da redução do seu teor de
humidade a fim de levá-la a um teor de humidade definido, com o mínimo de defeitos, no menor
tempo possível e de uma forma economicamente viável, para o uso a que se destina. A mudança
nas dimensões das peças de madeira devido á variação do teor de humidade é de grande
importância na secagem, pois tem efeito directo no seu uso final, logo estas características
auxiliam o entendimento do processo da secagem e a ocorrência de defeitos (Braz et al., 2015).
Braz et al. (2015) afirmam que durante a secagem, primeiro a água livre é libertada para a
atmosfera dando na perda de massa da madeira e quando toda a água livre é retirada da madeira
esta atinge o Ponto de Saturação das Fibras (PSF) que varia entre 25 a 30% de humidade. Abaixo
deste ponto, a madeira sofre variações dimensionais de forma diferente em cada plano tendo como
consequência os defeitos nas peças de madeira, portanto, a secagem constitui uma das formas de
reduzir tais defeitos.
1
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Problema e Justificativa
Segundo Uetimane Junior (2010), em Moçambique a secagem ao ar livre é o método de secagem
da madeira serrada mais usado, contudo tem sido de forma não sistemática. As indústrias
madeireiras no distrito de Mocuba não são excepção deste cenário, onde observa-se que a secagem
deste produto após a serragem nas serrações é quase inexistente e nos poucos casos em que este
processo é levado a cabo nota-se uma fraca atenção aos aspectos inerentes a madeira,
especificamente as dimensões de espessura e largura, sua eficiência na secagem com vista a
melhorar a qualidade deste processo e por conseguinte agregar valor.
2
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Hipótese
Existe pelo menos uma combinação de espessura e largura de madeira serrada de Pterocarpus
angolensis que melhor responde as condições climáticas do distrito de Mocuba quando submetida
à secagem natural.
Objectivos
1.4.1. Geral
Avaliar a influência da combinação espessura x largura na qualidade da madeira serrada de
Pterocarpus angolensis após a secagem natural nas condições climáticas do distrito de
Mocuba.
1.4.2. Específicos
Caracterizar o comportamento de perda de humidade da madeira;
Determinar a velocidade de secagem da madeira;
Analisar o grau de incidência de defeitos nas tábuas após a secagem;
Analisar a correlação entre a velocidade de secagem e o grau de incidência dos defeitos
analisados.
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Esta espécie é uma leguminosa da subfamília Faboideae, família Fabaceae uma das maiores do
mundo e encontra-se distribuída em quase todas as formações vegetais do planeta. A família
Fabaceae engloba aproximadamente 19.325 espécies de 727 géneros subdividindo-se em três
subfamílias a Faboideae, a Caesalpinioideae e a Mimosoideae. Reúne plantas diversas, desde
árvores de grande porte até pequenas ervas anuais ou perenes, ou ainda, trepadeiras e lianas
(Fernandes e Gracia, 2008). Em geral, suas plantas apresentam folhas pinadas, alternas ou opostas;
inflorescência racemosa, flores hermafroditas com o gineceu unicarpelar que resulta no fruto
típico da família, o legume (Amorim, 2014).
Segundo Gomes e Sousa (1967) apud Afonso (2012), em Moçambique ocorre em florestas abertas
do litoral, planaltos, desde o rio Limpopo para o norte, principalmente em solos argiloarenosos e
avermelhados. É considerada um indicador de solos bem drenados. É sensível à geada e tem fama
de ser tolerante ao fogo, tornando-se importante para o plantio de enriquecimento onde o fogo não
pode ser completamente excluído (Joker et al., 2000).
Bunster (2006) refere que, em função da sua procedência, a madeira pode apresentar cerne
castanho variando de castanho-claro levemente rosado a castanho-escuro. Tem grã ondulado ou
reversa e textura pouco uniforme grosseira. A madeira é muito durável, resistente ao ataque de
insectos, fungos e xilófagos marinhos. É fácil de secar, serrar e aplainar, aceita bem pregos e
parafusos, apresenta bom acabamento e recebe bem o polimento de cera e verniz sendo excelente
para marcenaria e carpintaria. Também é própria para o fabrico de folheados decorativos,
construção civil e naval.
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2.1.1. Importância
O cerne faz móveis de alta qualidade, como é facilmente trabalhado e devido sua alta durabilidade,
o torna particularmente adequado para a construção de barcos, canoas e pisos de banheiro. Usado
para fabrico de móveis e prateleiras, pisos, painéis, portas e caixilhos de janelas. A casca aquecida
em água e misturado com figos é passageado no peito para estimular a lactação. A casca ou raízes,
cozida com carne fresca, é usada como um acelerador preliminar no tratamento da gonorreia. A
casca é fervida e o líquido vermelho resultante é utilizado no tratamento de lesões cutâneas e
micose. Também é usada para a conservação do solo e fixação de dunas e é capaz de fixar o
nitrogénio atmosférico (Graz, 2004).
Braz et al. (2015), afirmam que após o abate e especialmente após a conversão, a madeira começa
a perder humidade a partir de qualquer superfície exposta e à medida que a mesma seca, primeiro
sai a água livre e quando as cavidades celulares estiverem vazias, as paredes celulares começam
a secar. O termo PSF é definido como o conteúdo de humidade no qual as cavidades celulares
estão vazias e as paredes celulares ainda não começaram a secar e varia de 25 a 30 %.
Muitas propriedades físicas não variam tanto acima do PSF, mas começam a mudar assim que a
água higroscópica começa a sair. As contracções começam a partir do PSF, e constituem o cerne
de muitos problemas que ocorrem durante a secagem. Mesmo depois da secagem a madeira irá
contrair e inchar assim que a humidade relativa variar. A madeira retrai mais no sentido tangencial
aos anéis de crescimento concêntricos (Simpson, 1984)
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Reeb (1997), acrescenta que quando a madeira está seca existe uma menor probabilidade de
aparecimento de defeitos e degradação seja durante o transporte, armazenamento assim como
durante o uso, também uma madeira seca cola bem, aceita bem pregos e parafusos e as pinturas e
acabamentos aderem bem e sobre tudo a secagem agrega valor a madeira.
Existem vários métodos de secagem da madeira serrada, podendo ser: secagem convencional,
secagem a baixa temperatura, secagem a altas temperaturas, secagem solar e ao ar livre ou natural
(Martins e Araújo 2005), mas não existe um método de secagem que possa ser recomendado para
todas as condições, pois isto varia em função das alternativas disponíveis para cada tipo ou
tamanho de indústria, tipo de madeira e localização da operação (Jankowsky, 1990).
A razão cerne e alburno do material lenhoso influencia a velocidade de secagem de madeira, pois,
o cerne apresenta alto teor de extractivos e tiloses o que o torna menos permeável tornando deste
modo mais lenta a secagem de madeiras com alta proporção de cerne (Zafuncio, 2013)
De uma maneira geral, quanto maior a diferença entre teor de humidade inicial e teor de humidade
final, maior é o tempo necessário para secagem da madeira e em madeiras de baixa massa
específica a secagem ocorre rápido que em as de alta massa específica pois diminuir massa
específica reduz o volume de paredes celulares por onde a água passa (Severo, 1989).
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Estes podem ser: temperatura, humidade relativa do ar e a circulação do ar. Em temperaturas altas,
a secagem ocorre de forma mais rápida devido ao aumento do calor fornecido a madeira,
aumentando a agitação das moléculas de água e a velocidade de movimentação das mesmas, além
de diminuir a humidade relativa do ar (Melo, 2005).
A humidade relactiva do ar é a razão entre a quantidade de vapor de água contida num determinado
volume de ar e a quantidade máxima de vapor de água que este mesmo volume poderá conter, na
mesma temperatura. Portanto quanto maior a temperatura maior a quantidade de água que o ar
poderá conter, acelerando assim a evaporação na superfície da madeira e estimulando a retirada
da humidade (Zafuncio, 2013)
Conforme o ar em volta da madeira vai absorvendo humidade, este irá perdendo o seu poder de
absorção e, se não for substituído, tenderá a um equilíbrio que fará desaparecer o fluxo de
transferência da humidade da madeira para o ar. A circulação do ar é importante na remoção desse
ar, substituindo o ar com alta humidade por ar seco dando sequência a secagem e na distribuição
homogénea do calor por toda a pilha, transferindo energia para a superfície da madeira (Martins,
1988).
Com as informações fornecidas pela taxa de secagem pode-se estimar o tempo de secagem de uma
determinada espécie, da condição de madeira verde até um teor de umidade considerado a uma
dada temperatura e humidade de equilíbrio. Quanto menor a humidade relactiva do ar circundante,
maior é o fluxo de água capilar e o movimento de difusão também é estimulado, pois a humidade
da superfície das tábuas diminui, aumentando assim a taxa de difusão (Klitzke e Batista, 2010).
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Quanto maior a temperatura da madeira, mais rapidamente a humidade se moverá do interior para
a superfície das tábuas. A velocidade de circulação do ar é outro factor que exerce influência de
forma significativa na taxa de secagem quando a madeira possui altos teores de humidade (Zen,
2016).
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2.3.4.1. Empenamentos
São quaisquer distorções da peça de madeira em relação aos planos originais de suas superfícies.
Levando-se em conta os planos em relação aos quais houve alteração os empenamentos são
classificados em: encurvamento, encanoamento, arqueamento, torcimento (Müller, 2013)
2.3.4.2. Rachaduras
2.3.4.3. Colapso
O colapso caracteriza-se por ondulações nas superfícies da peça de madeira. O colapso aparece
quando a tensão desenvolvida durante a saída da água capilar supera a resistência da madeira à
compressão. De forma geral, os factores que influem no colapso da madeira são: pequeno diâmetro
dos capilares; altas temperaturas no início da secagem; baixa densidade da madeira; e alta tensão
superficial do líquido que é removido da madeira (Jankowsky, 1990).
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O conceito de madeira seca é relactivo, mas na maioria das vezes considera-se como seca a
madeira cujo teor de humidade for igual ou inferior a humidade de equilíbrio correspondente a
sua condição de uso e também ao tipo de produto feito com a madeira (Jankowsky, 1990). A tabela
1 mostra as classificações atribuídas a madeira seca em função do conteúdo de humidade e os
teores de umidades finais recomendados para certos produtos.
Tabela 1: Classificações atribuídas a madeira seca e os teores de humidades finais recomendados para certos produtos
de madeira
A principal vantagem da secagem ao ar livre comparada com outros métodos de secagem é o baixo
custo. No entanto, a medida em que o valor da madeira conta mais, a secagem artificial torna-se
mais viável (USDA, 1999). As limitações da secagem ao ar livre estão associadas a
incontrolabilidade das condições naturais o que faz com que madeiras secas através deste método
sejam mais susceptíveis a ocorrência de defeitos por falta de controlo das condições da secagem
tornando elevado tempo de secagem quando comparado com artificias. Em muitos casos o teor de
humidade final é alto, mas este processo permite a redução da humidade inicial da madeira,
diminui os custos de transporte e minimiza o ataque de fungos manchadores (Martins, 1988).
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secagem natural
O principal propósito para a secagem ao ar livre de madeira serrada é para evaporar a maior
quantidade de água possível enquanto minimiza-se dispêndios de capital relacionadas a secagem
em estufas e sem incorrer a custos de energia necessária. Na secagem ao ar livre, a madeira
geralmente é empilhada no pátio até atingir um teor de humidade entre 20% e 25%. A madeira
serrada pode então estar pronta para processamento posterior, dependendo da sua utilização final.
Se for para ser secada até conteúdos de humidade mais baixos, como para uso em fábricas de
móveis recomenda-se o uso de estufas (USDA, 1999).
Segundo Brand et al. (2014), as formas de empilhamento de madeira para secagem ao ar mais
utilizadas são duas, o empilhamento horizontal, utilizando-se separadores, e empilhamento
vertical, sem o uso de tabiques. O empilhamento horizontal pode seguir vários formatos, inclusive
de quadrado e triângulo (figura 2a eb), mas o mais utilizado é aquele no qual se colocam as tábuas
sobre uma base afastada do solo, em camadas sucessivas, afastadas por separadores, formando
fardos ou pacotes (figura 2c). Geralmente a pilha recebe uma cobertura para que não fique
diretamente exposta a chuvas.
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secagem natural
a b
c d
Figura 2: Formas de empilhamento da madeira serrada para secagem natural: a, b e c – formas de empilhamento
horizontal usando formatos de quadrado, triângulo e o padrão; d - empilhamento vertical
Fonte: Brand et al. (2014) e Goulart et al. (2003)
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secagem natural
Um programa de secagem não é capaz de considerar todos esses aspectos, mas busca levar em
conta os mais significativos na formação de defeitos e na taxa de secagem. Entre métodos de
elaboração de programas de secagem, destaca-se o método baseado em equações empíricas cuja
variável independente é a massa específica, isto é, a temperatura de bulbo seco e a depressão
psicrométrica inicial são estimadas a partir da massa específica básica. As temperaturas de bulbo
seco são mantidas constantes até que a madeira alcance 30% de humidade e em seguida são
elevadas a uma taxa de 5,6 °C para cada 5% de redução no teor de humidade (Eleotério e Da Silva,
2013).
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Estes factores conferem ao Distrito de Mocuba dois tipos de climas: o tropical húmido, na faixa
da planície e do planalto central, enquanto nas terras altas como Mugeba e Alto Benfica prevalece
o clima tropical de altitude (MAE, 2005). Segundo o INE (2008) a humidade relactiva é de 73,4
(%) e a temperatura média é de 24,8°C sendo que a máxima absoluta é de 41,7°C e a temperatura
mínima absoluta é de 12°C com uma precipitação média mensal de 65,3 mm.
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3.2. Métodos
3.2.1. Colecta do material e descrição do local de montagem do ensaio
A madeira utilizada neste estudo é proveniente da Concessão Florestal da Empresa Indústria e
Construções Sotomane, Lda localizada no Posto Administrativo de Namanjavira a Oeste da cidade
de Mocuba, distrito de Mocuba, província da Zambézia entre as coordenadas 16°33'58'' e
16°49'22'' de latitude Sul e 36°32'57'' e 36°47'39'' de longitude Oeste. As árvores foram abatidas
com uma motosserra de marca STILL, e posteriormente transformadas em toros e desdobradas
em tábuas. A nomenclatura das peças obedeceu os padrões recomendados pelo MINAG (2007),
que consideram tábua a toda peça de madeira serrada com espessuras que variam de 1,5 cm a 7,5
cm e larguras superiores a 7,5 cm.
O ensaio foi montado no pátio da Serração da empresa Indústria e Construções Sotomane Lda que
dista a 10 km a norte da cidade de Mocuba, ao longo da estrada nacional número um e apresenta
um relevo regular por quase toda a área do pátio. Esta serração processa principalmente madeiras
das seguintes espécies: Pterocarpus angolensis DC, Millettia stuhlmannii Taub., Swartzia
madagascariensis Desv., Afzelia quanzensis Welw., Cordyla africana Lour., khaya anthoteca
Welw.
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Influência da combinação espessura x largura da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC. na qualidade da
secagem natural
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Influência da combinação espessura x largura da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC. na qualidade da
secagem natural
Pilhas em estudo
Segundo ABIMCI (2004) a grande desvantagem da secagem ao ar livre é por não serem
controláveis os factores do meio, mas factores como dimensão e disposição das pilhas, dimensões
dos separadores e arranjo físico do pátio, podem ser controlados favorecendo a velocidade de
secagem. A tabela 2 mostra o número, distâncias e as dimensões das bases e dos separadores nas
pilhas segundo recomendações de Martins (1988).
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Influência da combinação espessura x largura da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC. na qualidade da
secagem natural
O ensaio começou no dia 29/07/2016 e foi finalizado no dia 22/10/2016 totalizando 82 dias. Este
período é considerado bom para a secagem natural pois não coincide com a época chuvosa no
Distrito de Mocuba. E conforme a metodologia utilizada por Rezende et al. (2010) o período (dias)
de levantamentos foi aumentando enquanto decorria o processo de secagem (tabela 3), isto é, a
periodicidade adoptada foi: nos primeiros dois dias a pesagem foi diária; nas duas semanas
seguintes foi de dois em dois dias; a partir da terceira semana o intervalo de medições foi de sete
em sete dias durante um mês; e depois deste período a pesagem foi de duas em duas semanas.
Este parâmetro foi avaliado mediante a monitoria da perda da humidade das pilhas através das
pesagens periódicas e pela diferença de pesos em diferentes dias de medição das tábuas dos dois
tratamentos, donde obteve-se os dados necessários para a elaboração das curvas de secagem.
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Influência da combinação espessura x largura da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC. na qualidade da
secagem natural
As pesagens periódicas das tábuas foram feitas usando uma balança electrónica com capacidade
máxima de 300 kg e uma precisão de 1 kg, tal como mostra a figura 6 e baseando-se na
metodologia proposta por Rezende et al. (2010) já descrita acima.
O teor de humidade inicial foi determinado pelo método indirecto através da diferença de pesos
húmido e seco, sendo que para o efeito aplicou-se as fórmulas 1, 2 e 3 a seguir apresentadas já
usadas por Klitzke e Batista (2010) e Pertuzzatti et al. (2013). As fórmulas 1 e 2 foram utilizadas
para a estimação do peso seco a zero (0) e cinco (5) por cento de humidade, respectivamente e a
fórmula 3 foi para a determinação da humidade inicial.
Pe0%
100 * Mi (1)
100 Ui
Fórmula 1: Determinação do peso seco a zero %
Onde: Pe 0% – Peso seco estimado a 0%; Mi - Peso húmido obtido no dia de montagem das pilhas
(dia zero); Ui – conteúdo de água das peças um dia depois de montagem das pilhas (dia um).
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Influência da combinação espessura x largura da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC. na qualidade da
secagem natural
5
Pe5% Pe0% * 1 (2)
100
Fórmula 2: Determinação do peso seco a cinco%
Onde: Pe 5% – Peso seco estimado a 5%; Pe 0% – Peso seco estimado a 0%.
Ph Ps
Tui * 100 (3)
Ps
Fórmula 3: Determinação do teor de humidade inicial
Onde: Tui – teor de humidade inicial (%); Ph - Peso húmido obtido no dia de montagem das pilhas
(dia zero) (%); Ps – Peso seco estimado a 5% (%).
Após a determinação do teor de humidade inicial e posterior montagem das pilhas, pesagens
periódicas foram feitas com auxílio da mesma balança electrónica usada na determinação do teor
de humidade inicial com vista a determinar o teor de humidade corrente das pilhas. A fórmula 4
proposta por Stangerlin (2009) foi usada para o efeito.
Pa * Tui 100
Tuc 100 (4)
Mi
Fórmula 4: Determinação do teor de humidade actual
Onde: Tuc -Teor de humidade corrente da pilha (%); Pa - Peso actual da pilha (kg); Tui - Teor de
humidade inicial (%); Mi – Peso húmido inicial da pilha (kg).
A taxa de secagem foi avaliada mediante pesagens periódicas de cada tábua e para tal aplicou-se
fórmula 5 usada por Stangerlin (2009), mesma metodologia proposta por Susin et al. (2014). Em
cada tratamento determinou-se a taxa de secagem por réplica, a taxa de secagem para os primeiros
30 dias, para os 30 dias a seguir e para os últimos 22 dias conforme os procedimentos adoptados
por Zafuncio (2013) que consistem na divisão do total dos dias de secagem em 3 períodos. A partir
dos dados gerados da fórmula 5 foram elaboradas as curvas da taxa de secagem ao ar livre para
cada tratamento no período considerado, mesma metodologia usada por De Jesus et al. (2016).
Tui Tuf
Ts (5)
t
Fórmula 5: Determinação da taxa de secagem
Onde: Ts - taxa de secagem (%/dia); Tui - teor de humidade inicial (%); Tuf - teor de humidade
final (%); t - tempo de secagem decorrido (dias).
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secagem natural
a) Rachaduras do topo
Este defeito foi determinado por meio da medição do comprimento de rachaduras de topo em cada
peça que as apresentava. O comprimento das rachaduras das tábuas foi obtido com auxílio de
régua de 30 cm. O comprimento da tábua foi utilizado para a determinação do índice de rachaduras
usando a fórmula e 6 conforme a metodologia proposta por Santos (2008). O apêndice 1 (a) mostra
com foi feita a obtenção do comprimento das rachaduras do topo.
IRT
l1 l 2 *100
(6)
L
Fórmula 6: Determinação do índice de rachaduras do topo
Onde: IRT - índice da rachadura de topo (%); l1 e l2 - comprimento individual da maior rachadura
nas extremidades das tábuas (m); L - comprimento total da peça (m). Na figura 7 pode-se verificar
o procedimento adoptado para quantificação do índice de rachaduras do topo.
LR2
LR1
Figura 7: Procedimento adoptado para medição das rachaduras de topo nas tábuas
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b) Arqueamentos
Este defeito foi medido e quantificado utilizando a metodologia de Da Silva et al. (2016) que
consiste em esticar uma linha ao longo da lateral da tábua e medir o local de maior afastamento,
logo o arqueamento foi mensurado pelo comprimento da flecha em relação ao da peça, conforme
fórmula 7 usada por Santos (2008). Pode-se ver no apêndice 1 (b) e (c) a medição das flechas.
F
Ar (7)
L
Fórmula 7: Determinação dos arqueamentos
Onde: Ar - arqueamento da tábua (mm/m); F - flecha (mm); L - comprimento da peça (m). A
figura 8 mostra o procedimento adoptado para quantificação dos arqueamentos.
Flecha
L
Figura 8: Procedimento adoptado para medição dos arqueamentos nas tábuas
c) Encurveamentos
O encurvamento foi medido e quantificado pelo comprimento da flecha em relação ao
comprimento da peça, conforme a metodologia proposta por Da Silva et al. (2016), sendo que
para o efeito aplicou-se a fórmula 8 já usada por Santos (2008).
F
Ev (8)
L
Fórmula 8: Determinação dos encurveamentos
Ev - encurvamento da tábua (mm/m); F - flecha (mm); L - comprimento da peça (m). Na figura 9
pode-se verificar o procedimento adoptado para quantificação dos encurveamentos nas tábuas.
Flecha
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Influência da combinação espessura x largura da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC. na qualidade da
secagem natural
Todas as medidas usadas para a determinação dos empenamentos foram obtidas usando uma régua
de 30 cm. Após a medição e quantificação dos defeitos, estes por sua vez foram classificados, para
ver o seu nível de influência na qualidade da madeira seca usando os critérios para classificação
de defeitos de madeira serrada de folhosas patentes na tabela 4.
Tabela 4: Critérios de classificação da intensidade dos defeitos de madeira serrada das folhosas
Intensidade
Defeitos Ausente Leve Forte
Arqueamento (mm/m) Ar = 0 Ar ≤ 5 Ar ≥ 5
Encanoamento (mm/m) Ec = 0 Ec ≤ 4 Ec ≥ 4
Encurveamento (mm/m) Ev = 0 Ev ≤ 5 Ev ≥ 5
Rachaduras (%) Ra = 0 Ra ≤ 10 Ra ≥ 10
Fonte: Santos (2008)
Foi realizado o teste de “Bartllet” para verificar a homogeneidade das variâncias (apêndice 4) e o
teste de “Shapiro-Wilk” para a verificação da normalidade (apêndice 5) dos resíduos. Para as
variáveis cujos resíduos não seguiram a distribuição normal, seus dados foram transformados
usando a equação Y lnx para a variável índice de rachaduras do topo e YSqr x para a taxa
de secagem e os pacotes estatísticos usados foram: Assistat 7.7 e Statistix versão 10.
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secagem natural
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1. Comportamento do teor de humidade das peças estudadas
Os resultados do processo de secagem mostraram que o mesmo ocorreu de maneira não
homogénea, resultando em grandes diferenças entre os valores máximos e mínimos. Na tabela 5
abaixo encontram-se os valores do teor de humidade final nas duas pilhas. O tratamento 1 (4 x 25
cm) obteve uma humidade média final de 33,812 % e apresentou um comportamento homogéneo
com relação a humidade final justificado pelo seu coeficiente de variação classificado como médio
relevando que os dados estão próximos da média.
O Tratamento 2 (3 x 15cm) foi o que apresentou comportamento mais heterogéneo com relação a
humidade final (tabela 5) comprovado pelo maior coeficiente de variação classificado como alto
o que mostra a média não representa o grupo de dados, isto é, os dados estão muito dispersos em
relação a sua média, e este tratamento obteve uma média final de 28,795%.
Tabela 5: Teores de humidades finais observados ao fim de 82 dias nos dois tratamentos
Na tabela 6 abaixo encontram-se os valores médios do teor de humidade final das tábuas para os
dois tratamentos.
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Influência da combinação espessura x largura da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC. na qualidade da
secagem natural
Os teores de humidade finais variaram entre as tábuas e entres os tratamentos, porém suas médias
não mostraram diferença estatística significativa ao nível de significância de 5% (apêndice 6). O
CV encontrado para o T1 é considerado médio, indicando que os teores de humidade final estão
em torno da sua média, porém estas humidades são muito elevadas.
Mesmos resultados foram encontrados por Mendes et al. (2016) quando secaram madeiras de três
espessuras diferentes (10; 25 e 40 mm) no seu estudo sobre determinação da humidade de
equilíbrio higroscópico da madeira para a cidade de Salinas onde encontraram que os valores
médios das diferentes espessuras não diferiram estatisticamente entre, porém as médias
encontradas por estes autores foram relactivamente menores aos encontrados neste estudo
nomeadamente: 12,3; 11,4 e 11,2 % para as espessuras de 10; 25 e 40 mm, respectivamente.
Resultados diferentes dos encontrados neste estudo foram reportados por Zen (2016) no seu estudo
sobre métodos combinados para secagem da madeira de Eucalyptus (pré secagem ao ar livre com
secagem em estufa convencional) onde encontrou o teor de humidade final médio para a secagem
ao ar livre de 23% com uma amplitude de variação entre 19,1 e 25,19% de humidade. Análises
estatísticas mostram que a combinação de largura e espessura não influenciou bastante na perda
de humidade dos dois tratamentos pois apesar do T2 ter apresentados humidades mais inferiores
aos do T1, até ao fim de 82 dias as suas humidades destes finais tratamentos não mostraram
diferenças estatísticas significativas a nível de significância de 5%.
Abaixo da figura 10 discutiu-se os possíveis factores que podem ter contribuído para esta
discrepância dos dados do T2, pois não era de se esperar este comportamento em peças de mesmas
combinações de largura e espessura, submetida a secagem sob as mesmas condições, processadas
ao mesmo tempo e num mesmo tipo de empilhamento.
27
Gold Bento Chinder
Influência da combinação espessura x largura da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC. na qualidade da
secagem natural
30.00
21.77 22.19
20.00 12.9414.68
11.77 12.44
9.15
10.00
0.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Número de peças
Figura 10: Variação dos teores de humidades finais nas tábuas para o tratamento 2
Estes resultados podem estar relacionados também é ao método de empilhamento usado, pois
deixa as peças de cima com mais possibilidades de serem influenciadas pelas condições do meio,
isto é, é possível que as peças de cima durante o período de secagem tenham recebido alguma
quantidade de radiação solar quando a posição do sol mudasse durante o dia.
Estes resultados são diferentes dos que foram encontrados por Goulart et al. (2003) quando
estudavam a influência de dois métodos de empilhamento na secagem ao ar de Pinus taeda onde
observaram que madeiras secas pelo método de empilhamento padrão (horizontal) comportaram-
se de maneira similar. Ou pode ter acontecido que durante o empilhamento para a secagem, as
madeiras colocadas em baixo tenham alta massa específica e as de cima de baixa massa específica
pois Stangerlin (2009) afirma que madeiras de com maior quantidade de espaços nas cavidades
celulares, secam mais rápido em comparação com madeira que apresentam menor quantidade de
espaços. Ainda há possibilidade de que a secagem não tenha respondido bem a altura das bases
usadas.
28
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secagem natural
Na figura 11 abaixo encontra-se apresentada as curvas de secagem que mostram aquele que foi o
comportamento de perda de humidade para as duas combinações de espessura e largura em estudo
durante o experimento.
100.00
80.00
60.00
T1 (4*25 cm)
40.00
T2 (3*15 cm)
20.00
0.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Número de levantamentos
Ao analisar a figura 11 é possível notar uma a perda rápida da água livre nos primeiros dias, ou
seja, para os dois tratamentos houve uma perda de humidade mais acelerada nos cinco primeiros
dias, de cerca de 23,26% para o T1 e 26,33% para o T2, resultados semelhantes aos encontrados
por Braz et al. (2015) quando estudavam a curva característica de secagem da madeira de Tectona
grandis e Acacia mangium ao ar livre onde constataram uma perda acelerada do teor de humidade
nos primeiro cinco dias num intervalo de 18 % a 25,5 %.
Ainda analisando a figura 11 observa-se que os dois tratamentos tiveram quase o mesmo teor de
humidade inicial em torno de 87% um percentual de humidade que se encontra dentro do intervalo
de humidade inicial encontrado por De Jesus et al. (2016) que foi de 63,66% a 108,69% em
secagem ao ar livre de madeiras com espessura próxima de 3 cm e largura de 15 cm. Apesar do
T1 ter apresentado um teor de humidade final acima do PSF, este por sua vez teve um
comportamento de perda de humidade mais regular em relação ao T2.
O comportamento da perda de humidade dos dois tratamentos pode ser explicado pelos factores
do meio, isto é, pode ser que o T1 tenha respondido bem á influencia ás variações da temperatura
e da e humidade relactiva do ar e estes não influenciaram de forma proporcional a perda de
humidade, enquanto para o T2 estes podem ter influenciado de uma forma directa na perda de
humidade o que vê se pelo crescimento e decréscimo da curva ao longo dos dias de ocorrência de
altas temperaturas que segundo Melo (2005) aumentam a velocidade de movimentação das
moléculas de água e diminui a humidade relactiva do ar (apêndice 7).
29
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secagem natural
Estes resultados estão de acordo com o que Brand et al. (2014) encontraram estudando a influência
das condições meteorológicas e do método de empilhamento na qualidade da madeira serrada de
Cupressus lusitanica Mill., submetida a secagem ao ar, em Lages no brasil secando madeira de
serrada de espessura de aproximadamente 3 cm e largura variando de 8 a 15 cm, onde constataram
que para a madeira empilhada usando o método de empilhamento padrão houve uma correlação
significativa entre a perda da humidade com as variáveis meteorológicas, principalmente com a
temperatura.
Quanto ao factor precipitação, ao longo do período de secagem não houve registo de muitas
chuvas, tendo chovido dois dias segundo o INAM (2016), ou seja, choveu no dia 24 de Agosto
0.9 mm e no dia 04 de Outubro 5 mm, não tendo influenciado significativamente na ocorrência de
fenómenos de adsorção e dessorção da água na madeira.
10.00
8.00
6.00 T1 (4*25
cm)
4.00
T2 (3*15
2.00 cm)
0.00
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Número de levantamentos
As maiores taxas médias de secagem observadas foram: para o T2 (12,11 %/dia) e 9,84 %/dia
para o T1, taxas de secagem registadas logo no início de secagem o que vem subsidiar o que a
literatura diz sobre a taxa de secagem muito elevada no início da remoção da água livre. Estes
resultados estão próximos do entrados por De Jesus et al. (2016) estudando o comportamento das
madeiras de três espécies amazônicas submetidas à secagem ao ar livre onde eles observaram
taxas de secagem iniciais a variarem de 6,05%/dia a 10,89%/dia.
30
Gold Bento Chinder
Influência da combinação espessura x largura da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC. na qualidade da
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Ao analisar a figura 12 nota-se que a velocidade com a qual a madeira perdeu humidade não foi
regular durante o período de secagem tendo se registado períodos de alta velocidade e períodos
de baixa velocidade. Isto está relacionado a facilidade e dificuldade de remoção da água capilar e
higroscópica na madeira e as variações de temperaturas e humidade relactiva do ar registadas
durante o período de secagem.
Quanto a taxa de secagem referente ao período total de avaliação, a madeira que apresentou maior
valor foi a do T2 (0,1481%/dia) valor inferior ao encontrado por Susin et al. (2014) estudando a
taxa de secagem e qualidade da madeira serrada de Hovenia dulcis onde encontrou uma taxa de
secagem total de 3,68 %/dia, diferença que pode estar relacionada a permeabilidade da madeira
de Hovenia dulcis. O resultado está no mesmo intervalo de taxas totais encontradas por De Jesus
et al. (2016) em que observaram teores de humidades para três espécies folhosas com espessuras
próximas de 3 cm a variarem entre 0,125%/dia a 0,233%.
Vê-se na figura 12 que no início de secagem a taxa de secagem foi muito elevada tendo atingido
os 12%/dia mas a partir do quarto dia de medição a taxa baixou bastante para valores abaixo de
2%/dia e até ao levantamento número 12 a 14 a taxa de secagem foi quase nula indicando que a
madeira já não estava perdendo humidade o que significa que já estava seca o que vem ser
consubstanciado pelos valores das taxas de secagem para o primeiro mês, segundo mês e os
últimos 22 dias representados na tabela 7 a seguir.
Nota-se que houve uma grande discrepância dos valores das taxas de secagem no primeiro mês
para os dois tratamentos onde se observou que o T2 apresentou uma taxa de secagem quase duas
vezes maior que a do T1 o que pose ser explicado pela combinação de espessura e largura, mas
principalmente a espessura, pois a rapidez da secagem é inversamente proporcional à espessura.
O segundo mês e os últimos 22 dias não apresentaram taxas de secagem muito diferentes entre si
para o T2 o que significa que a madeira deste tratamento até ao segundo mês já não estava
perdendo muita humidade para o meio.
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Gold Bento Chinder
Influência da combinação espessura x largura da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC. na qualidade da
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No T1 as taxas de secagem do segundo mês e os últimos 22 dias foram muito diferentes entre si
onde é notável que a perda de humidade no segundo mês foi quase 4 meses maior que a dos
últimos 22 dias o que implica que a madeira ainda estava perdendo muito humidade para o meio,
significando que madeiras destas combinações de espessura e largura necessitavam de mais tempo
para ter taxas nulas.
A combinação de largura e espessura das peças foi um factor que também afectou a taxa de
secagem, pois a até o ultimo dia de secagem nenhuma peça das de maiores combinações
apresentou taxas de secagem nula o que implica que precisavam de mais tempo para tal.
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Gold Bento Chinder
Influência da combinação espessura x largura da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC. na qualidade da
secagem natural
100.0 86.7
Percentagem
Quanto aos arqueamentos, o T2 apresentou 26,7% de peças que não apresentaram este defeito
contra 6,7% do T1 e 6,7% de peças com magnitude forte contra 26,7% do T1, este defeito
expressou-se mais em tábuas do T1. A maior parte das tábuas do T1 podem pertencer a parte
central dos toros processados, pois segundo Martins (1988) madeira da parte mais central do toro
se contrai mais longitudinalmente que a da parte externa, causando esse tipo de defeitos.
Estes resultados diferem dos encontrados por Da Silva et al. (2016) no seu estudo sobre tendência
e magnitude de rachaduras e empenamentos em tábuas secas ao ar livre de duas espécies de mogno
africano onde constataram uma tendência acima de 51% das tábuas que tiveram pequena
magnitude dos arqueamentos em tábuas de Khaya senegalensis com 2,6 x 13,8 cm (espessura,
largura). O facto destes autores terem usado peças de dimensões mais inferiores das do T2 deste
estudo, pode ter contribuído para esta diferença.
Amparado (2008) afirma que o arqueamento é o defeito considerado mais problemático, pois sua
correcção irá dar em perdas na largura das peças, influenciando directamente o valor financeiro
pois prejudica por exemplo, a confecção de painéis colados lateralmente. A tabela 9 a seguir
mostra os valores médios dos arqueamentos na madeira serrada após a secagem para os dois
tratamentos.
33
Gold Bento Chinder
Influência da combinação espessura x largura da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC. na qualidade da
secagem natural
Mesmo valor médio ao encontrado para o T2 foi observado por Brand et al. (2014) secando ao ar
livre madeira Cupressus lusitanica Mill. com espessura próxima de 3 cm e largura a variar de 8 a
15 cm e Susin et al. (2014) secando ao ar livre 30 tábuas de Hovenia dulcis com dimensões de 2,5
× 15,0 (espessura e largura) observaram uma média próxima a encontrada neste estudo (3,04
mm/m). Rosso (2006), avaliando os defeitos em tábuas tangenciais de Corymbia citriodora,
Eucalyptus grandis e Eucalyptus saligna, verificou intensidades de arqueamento médio variando
de 2,9 a 4,11 mm/m.
Ou pode se dar o caso de que quanto a este defeito, o T2 não tenha respondido bem ao método de
empilhamento pois segundo Stangerlin (2009) de modo geral, o encurvamento é influenciado mais
pelo método de empilhamento do que pelas circunstâncias de secagem. O mesmo autor, no seu
estudo sobre uso de estufa solar para secagem de madeira serrada de Eucalipto encontrou
resultados diferentes onde observou que em madeiras de Eucalyptus saligna com espessura
próxima de 3cm (2,5 cm) e largura de 15 cm nenhuma peça apresentou este tipo de defeito.
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Gold Bento Chinder
Influência da combinação espessura x largura da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC. na qualidade da
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Na tabela 10 abaixo encontra-se apresentado os valores médios dos encurveamentos para os dois
tratamentos. Os valores dos encurveamentos mostraram diferença estatística significativa ao nível
se significância de 5% (apêndice 10).
O coeficiente de variação das médias é classificado como alto mostrando uma grande dispersão
dos dados em relação as suas médias. O tratamento 1 mostrou-se melhor quanto a este defeito.
Média próxima a registada neste tratamento foi encontrada por De Carvalho em 2006 no seu
estudo sobre a secagem ao ar livre e usinagem da madeira de Eucalyptus urophylla para produção
de móveis onde encontrou uma média igual a 2,17 mm/m usando tábuas de 3 cm x cm 16 cm
(espessura e largura).
Resultados diferentes foram encontrados por Da Silva et al. (2016) estudando a tendência e
magnitude de rachaduras e empenamentos em tábuas de mogno africano com dimensões médias
de 26,00 x 138,00 x 1337,00 mm (espessura, largura e comprimento) onde constatou que as tábuas
de Khaya ivorensis de maiores dimensões foram mais propensas a encurvar.
Susin et al. (2014) estudando a taxa de secagem e qualidade da madeira serrada de Hovenia dulcis
encontrou uma média igual a 1,63mm/m secando ao ar livre madeiras de 2,5 × 15,0 (espessura e
largura). O encurvamento não inviabiliza a utilização da madeira nas proporções obtidas no
trabalho, pois apesar de 55,3% das peças terem apresentado este defeito, os encurveamentos são
defeitos que facilmente corrigidos tanto pelo aplainamento das peças assim como as pregações
podem eliminar o encurvamento.
Quanto ao IRT a maior percentagem de tábuas sem este defeito foi registada no T2 (86,7%)
seguida de 46,7% do T1 e a maior percentagem de tábuas com magnitude forte foi verificada no
T1 (13,3 %) seguida de 6,7% do T2, este defeito expressou-se mais no T1 o que pode ser
justificado pelas dimensões das tábuas deste tratamento pois segundo Da Silva et al. (2016) as
rachaduras de topo tendem a tornar-se maiores em tábuas de maior espessura e largura.
35
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Influência da combinação espessura x largura da madeira serrada de Pterocarpus angolensis DC. na qualidade da
secagem natural
Estes valores mostram que de um modo geral, este defeito não se expressou bastante nos dois
tratamentos o que indica que existe grande porção da madeira com aproveitamento não
comprometido mesmo para usos onde as tábuas não serão necessariamente reduzidas.
Os IRT observados só podem estar relacionados aos efeitos da secagem acelerada dos topos, que
causam um gradiente de humidade em relação a parte interior das peças. Neste estudo, a utilização
de cobertura nas pilhas favoreceu a menor tendência das tábuas tanto do tratamento 1 assim como
do tratamento 2 a apresentar maiores índices de rachaduras do topo.
Tanto o T1 como o T2 não apresentam a percentagem de tábuas de magnitude forte não chegou
aos 14%, resultados que diferem dos encontrados por Brand et al. (2014) onde notaram essa
magnitude das rachaduras em 57,11% das tábuas de Cupressus lusitanica. Da Silva et al. em 2016
no secando ao ar livre de duas espécies de mogno africano com 2,6 x 13,8 cm (espessura, largura)
não registaram peças com esta magnitude de rachaduras. Na tabela 11 abaixo encontra-se
apresentado dos valores médios do índice de rachaduras do topo para os dois tratamentos.
Nos dois tratamentos o CV é classificado como médio e as médias não mostraram uma diferença
estatística significativa a nível de significância de 5% (apêndice 11). Stangerlin (2009) para a
secagem ao ar livre as médias do IRT, entre as espécies folhosas diferiram entre si onde
encontraram valores a variarem de 1,6% a 4,76%. Os 4,43 % foram a percentagem média
encontrada por Susin et al. em 2014 secando madeira serrada de Hovenia dulcis de 2,5 × 15,0
(espessura e largura) ao ar livre.
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Tabela 12: Coeficientes de correlação de Pearson para taxa de secagem, rachaduras e empenamentos nos dois
tratamentos
Tratamento Variáveis Taxa de secagem
Arqueamentos 0,1309 ns
T1 Encurveamentos 0,1476 ns
Índice da rachadura do topo 0,4453 ns
Arqueamentos -0,1450 ns
T2 Encurveamentos -0,2501 ns
Índice da rachadura do topo -0,4094 ns
Nota: T1= tratamento 1; T2= tratamento 2; ns= não significativo a 5% de significância.
Uma correlação ínfima, positiva e não significativa foi encontrada entre a taxa de secagem com
os arqueamentos e encurveamentos no T1, ou seja, a velocidade com a qual as madeiras de maiores
dimensões perderam o teor de humidade, contribuiu insignificativamente para tendência destas
peças a arquearem e encurvarem comprovado pela figura 14 onde vê-se que para os arqueamentos
a taxa de secagem contribuiu com uma percentagem de 1,67 % e 2,15% para os encurveamentos.
Também pode se dizer que quando a Ts aumenta o grau de incidência dos arqueamentos e
encurveamentos aumenta insignificativamente. A relação entre o grau de incidência dos
arqueamentos e a Ts indica que as duas variáveis não se correlacionaram perfeitamente e o valor
de R² obtido indicou que 1,67% do grau de incidência dos arqueamentos é explicado pela Ts.
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Encurveamentos (mm/m)
6.00 5.00
5.00 4.00
4.00
3.00
3.00
R² = 0.0167 2.00
2.00
R² = 0.0215
1.00 1.00
0.00 0.00
0.00 1.00 2.00 3.00 0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50
Taxa de secagem (%) Taxa de secagem (%)
Figura 14: Correlação entre a taxa de secagem com os arqueamentos e encurveamentos para T1
O índice de rachaduras do topo com a taxa de secagem apresentou uma correlação fraca, positiva
e não significativa para o T1 que significa que quando a taxa de secagem aumenta, de algum modo
o IRT das tábuas de maiores dimensões também aumenta, porém de uma maneira não é
significativa que foi de percentual igual a 19,39% (figura 15).
15.00
10.00 R² = 0.1939
5.00
0.00
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50
Taxa de secagem (%)
Zen (2016) afirma que as rachaduras de topo usualmente ocorrem porque o gradiente de humidade
se move mais rapidamente na direcção longitudinal do que na transversal. Portanto, os topos das
tábuas secam mais rapidamente do que o meio e tensões se desenvolvem nos topos. Para o T2 os
valores do coeficiente de correlação mostram que a velocidade com a qual as madeiras de menores
dimensões perdem humidade têm uma relação negativa com o grau de incidência dos defeitos
analisados, isto é, quando a taxa de secagem aumenta o grau de incidência de defeitos diminui de
uma maneira não significativa.
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Encurveamentos (mm/m)
Arqueamentos (mm/m)
5 8
4
6
3
4
2 R² = 0.021
R² = 0.0624
2
1
0
0
0.00 1.00 2.00 3.00
0.00 1.00 2.00 3.00
Taxa de secagem (%)
Taxa de secagem (%)
Figura 16: Correlação o entre a taxa de secagem com os arqueamentos e encurveamentos para T2
10
8
6
4
R² = 0.1676
2
0
-20.00 1.00 2.00 3.00
-4
Taxa de secagem (%)
Nas relações acima vê-se que a relação ente a taxa de secagem e o grau de incidência dos
arqueamentos e encurveamentos foi inversamente proporcional para as tábuas de menores
dimensões, porém a taxa de secagem contribuiu com algumas percentagens para o grau de
incidência destes defeitos em causa nomeadamente 2,1 % e 6,24%.
A relação entre o grau de incidência de IRT e a taxa de secagem no T2 foi caracterizada pelo
coeficiente de correlação como fraca negativa, isto é, quando a taxa de secagem das madeiras de
menores combinações de largura e espessura aumenta o grau de incidência do IRT diminui
insignificativamente.
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V. CONCLUSÕES
Os resultados no estudo permitem as seguintes conclusões:
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VI. RECOMENDAÇÕES
[Ás serrações]
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AMORIM, L. D. 2014. Fabaceae Lindl. da Floresta Nacional de Assú, semiárido do Rio Grande
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VIII. APÊNDICES
Apêndice 2: Ficha de registo das medições referentes aos pesos durante a secagem
12
13
14
15
Onde: Data – dia de medição dos pesos; Dia – vez da medição dos pesos (1 a 14).
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Tratamento…
Defeitos
Arqueamento Encurveamento Rachaduras do topo
Tábuas
Flecha (m) L (m) Flexa (cm) L (m) l1 (cm) l2 (cm) L (m)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
Onde: L – comprimento da tábua; l1 – comprimento da rachadura mais longo no topo 1;
l2 – comprimento da rachadura mais longo no topo 2.
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Humidade relactiva
40
50
Temperatura (°C)
35
30 40
25
30
20
15 20
10
10
5
0 0
Datas de levantamento
Tmax Tmin HRA
Apêndice 7: Humidade relactiva do ar e temperaturas máxima e mínimas registadas no período durante o ensaio
Fonte: INAM (2016)
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