Você está na página 1de 44

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS E MINERALOGIA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA DE MINA

Avaliação de Critério Geométricos Para o Melhoramento da Principal Via de


Acesso com Vista a Garantir Maior Eficiência Operacional na Pedreira Sintrapel
Tete

Ildo Dinis Malface

Tete, Junho de 2022


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE GESTAO DE RECURSOS NATURAIS E MINERALOGIA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA DE MINA

Avaliação de Critério Geométricos Para o Melhoramento da Principal Via


de Acesso com Vista a Garantir Maior Eficiência Operacional na Pedreira
Sintrapel Tete

Monografia científica apresentada


a UCM – FAGRENM, curso
Engenharia de Mina como
condição parcial para obtenção do
grau académico de Licenciatura
em Engenharia de Mina.

Estudante: Ildo Dinis Malface

Número de estudante: 710170488

Supervisor: Naftal Zefanias

Tete, Junho de 2022


Índice
Declaração de honra ................................................................................................................... 1
Agradecimento............................................................................................................................. 1
Dedicatória ................................................................................................................................... 2
Lista de abreviaturas .................................................................................................................. 3
Índice de Figuras ......................................................................................................................... 4
Índice de tabelas .......................................................................................................................... 5
Resumo ......................................................................................................................................... 6
Abstract ........................................................................................................................................ 7
Capítulo I ..................................................................................................................................... 1
1. Introdução ........................................................................................................................ 1
1.1. Contextualização ............................................................................................................. 1
1.1. Problematização .............................................................................................................. 2
1.2. Objetivos .......................................................................................................................... 2
1.2.1. Objetivo geral .................................................................................................................. 2
1.2.2. Objetivos específicos ....................................................................................................... 3
1.2.3. Hipóteses .......................................................................................................................... 3
1.3. Justificativa ...................................................................................................................... 3
1.3.1. Relevância pessoal ........................................................................................................... 3
1.3.2. Relevância académica ..................................................................................................... 3
1.3.3. Relevância social/Empresa ............................................................................................. 4
1.4. Delimitação do tema ........................................................................................................ 4
1.5. Descrição do local da investigação ................................................................................. 4
Capítulo II .................................................................................................................................... 6
2. Breve introdução ............................................................................................................. 6
2.1. Revisão da Literatura ..................................................................................................... 6
2.2. Abertura de vias de acesso.............................................................................................. 6
2.2.1. Critério geométrico para abertura de vias de acesso em minas a céu aberto ............ 7
2.2.2. Largura ............................................................................................................................ 7
2.2.2.1. Raio mínimo de curvatura ...................................................................................... 8
2.2.2.2. Contexto Português ................................................................................................. 8
2.2.2.2.1. Superelevação .......................................................................................................... 9
2.2.2.3. Contexto Brasileiro ................................................................................................. 9
2.2.2.3.1. Superelevação ........................................................................................................ 10
2.3. Sistema de drenagem de águas superficiais ................................................................ 10
2.4. Taxa de produtividade .................................................................................................. 11
2.4.1. Tempo de ciclo ............................................................................................................... 12
2.5. Manutenção de estradas ............................................................................................... 12
Capítulo III .................................................................................................................................. 14
3. Metodologia de investigação ......................................................................................... 14
3.1. Finalidade............................................................................................................................ 14
3.1. Tipo de pesquisa ............................................................................................................ 14
3.2. Técnicas de pesquisa ..................................................................................................... 15
3.2.1. Técnica de Recolha de dados ........................................................................................ 15
3.2.2. Instrumento de recolha de dados ................................................................................. 15
3.3. Técnica de amostragem ................................................................................................ 16
Capítulo IV ................................................................................................................................ 17
4. Apresentação, Análise e Interpretação e Discussão dos Resultados ......................... 17
4.1. Síntese do projeto .......................................................................................................... 17
4.2. Apresentação de dados.................................................................................................. 17
4.2.1. Análise e Interpretação de dados e Discussão dos resultados ................................... 18
4.3. Vias de acesso ................................................................................................................. 18
4.3.1. Largura da via de acesso .............................................................................................. 19
4.3.1.1. Raio de curvatura do acesso ................................................................................. 20
4.3.1.2. Norma Portuguesa................................................................................................. 20
4.3.1.3. Norma Brasileira ................................................................................................... 21
4.3.1.3.1. Superelevação ........................................................................................................ 21
4.3.2. Sistema de drenagem de águas superficiais ................................................................ 21
4.3.3. Taxa de produtividade .................................................................................................. 22
4.3.3.1. Tempo de ciclo ....................................................................................................... 23
4.3.4. Manutenção da via de acesso........................................................................................ 24
Capítulo V .................................................................................................................................. 26
5. Conclusão ....................................................................................................................... 26
Recomendações .......................................................................................................................... 27
Referencias bibliográfica .......................................................................................................... 28
Anexos ........................................................................................................................................ 30
Declaração de honra
Eu, Ildo Dinis Malface, filho de Dinis Malface e de Minax Nomeado, nascido ao 28 de Março de
2000, residente em Tete no Bairro Franciso Mayanga, declaro por minha honra que esta Monografia
é da minha autoria e sob orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultados estão devidamente no texto de notas e na bibliografia final.

Autor

Ildo Dinis Malface

Tete, junho de 2022

Supervisor

Naftal Zefanias

Tete, junho de 2022


Agradecimento
Agradeço a Allah que me proporcionou atravessar este caminho com perseverança, que me deu forças
na hora do desespero e angústias, foi ele que segurou em minhas mãos nas horas difíceis e pôs a
serenidade em meu coração.

Aos meus pais que contribuíram com valores monetários para a concretização deste sonho, Dinis
Malface e Minax Nomeado, obrigada de coração, que Allah conceda bênção nas vossas vidas.

Colegas da turma: Pereira Sábado Pereira, Ernesto, Rui João Soares, Stélvio Ricardo Chichava,
Yolanda António, a troca de conhecimento e experiências foi essencial para o término desta
licenciatura.

Agradecer a todos docentes que me acompanharam ao longo desta caminhada, onde mostraram a
solidariedade, fraternidade e amor nas suas tarefas com elevada estima e com força de vontade em
lecionar as aulas, portanto vão as minhas mais sinceras e justa gratidão.

Palavras me faltam para agradecer ao meu supervisor Naftal Zefania, pela sua paciência em ser o
guião para a elaboração deste trabalho, sinceramente obrigado.

E a todos os meus familiares e amigos que contribuíram direta ou indiretamente na construção desse
trabalho, vai aí o meu, mais sincero e honesto obrigado.
Dedicatória
Em memória dos meus pais Dinis Malface e Minax Nomeado, a minha avó Mariamo Mussange e
Meu irmão Nazir Dinis Malface que contribuíram quer material, assim como moralmente. A todos
amigos, em especial a Bassima Omar Assane e Amina Ussene Assane que me dera força no momento
de fraqueza.
Lista de abreviaturas
SENAI – Serviço nacional de aprendizagem industrial

DMT – Distancia media de transporte

NRM – Norma reguladora da mineração

TC – Tempo de ciclo.

SAME – Serviço de aluguer de Maquinaria e Equipamentos de Mineração

INIR – Instituto de Infraestruturas Rodoviárias

INE – Instituto Nacional de Estatística

w – Largura da pista

L – Número de faixas de rolamento

X – Largura do maior equipamento que trafega pela via

R – Raio da curvatura

V é a velocidade que circula o veículo

ft – Coeficiente de atrito transversal

eR – Superelevação

km/h – Quilômetros por hora

m – Metros

FEM – Fabrica de explosivos de Moçambique

CM – Certificado Mineiro
Índice de Figuras
Figura 1: ilustração de uma via estreita, sem bermas de proteção e sem um sistema de drenagem. ............... 30
Figura 2: Medição da largura da principal via no terreno com 8m ................................................................ 30
Figura 3: Degradação no pavimento da via devido à falta de manutenção ..................................................... 31
Figura 4: camião articulado B25D, o maior veículo que trafega pela via ....................................................... 31
Figura 5: frota dos equipamentos em frente da lavra, mostrando que em outra faixa de rodagem tornasse
bastante estreita para o trafego. ....................................................................................................................... 32
Índice de tabelas
Tabela 1: Velocidades base e correspondentes coeficientes de atrito transversal ............................................ 8
Tabela 2: Valores dos raios mínimos em função da superelevação e da velocidade diretriz .......................... 10
Tabela 3: Equipamentos que compõem as atividades de produção no terreno ............................................... 17
Tabela 4: Medições do acesso principal (em campo) ...................................................................................... 18
Tabela 5: Tempo de ciclo de camiões a partir da frente de carregamento até a planta de processamento ...... 23
Tabela 6: Demonstração do tempo de ciclo planejado e executados .............................................................. 23
Tabela 7: Problemas na via de acesso ............................................................................................................. 24
Resumo
O presente trabalho propõe a padronização de procedimentos para a obtenção e gerenciamento de
vias de acesso de mina, em lavra de agregados de construção civil, com foco em um
dimensionamento, sistema de drenagem e manutenção das vias. O trabalho foi todo desenvolvido
dentro de um contexto real da mineração, através da seleção de uma unidade representativa das
condições gerais de estradas e envolvendo o pessoal que atua no setor. A sequência metodológica
contou com uma pesquisa mista, para uma extensa revisão das práticas correntes, nivelamento teórico
dos participantes da pesquisa, formalização da experiência existente e sugestões de melhoria, através
de visitas técnicas e, finalmente, a consolidação do trabalho com a produção de vários documentos
técnicos e científicos. A unidade selecionada para a condução deste trabalho foi a Pedreira Sintrapel,
em Tete, cujo objetivo é avaliar os critérios geométricos para o melhoramento da principal via de
acesso na Pedreira Sintrapel para dar uma extensão eficiente a nível dos serviços. Além da definição
da principal via existem critérios ou requisitos para a racionalização para minimizar impactos
negativos e maior produtividade, portanto torna-se necessário se ter um conhecimento maior em
relação a projeto geométrico de vias de acesso, projeto de drenagem de águas superficiais e
mecanismos para a manutenção das vias de acesso. Acreditasse que a principal estrada de mina tem
grande potencial de utilização, espera-se que esta nova visão do tema para o melhoramento da
principal via da Pedreira Sintrapel, possa se estender também para estradas de mina de lavra de outros
minérios em diferentes cenários, tanto para a extração de agregados de construção civil de outras
Pedreiras.
Palavras Chaves: Via de acesso, drenagem e critérios geométricos.
Abstract
Present the work designed for the solution of procedures for the construction and management of civil
construction access roads, focusing on a dimension of the drainage system and maintenance of the
roads. The work was all within a real mining context, through the selection of a unit of the general
conditions of determination and determination of the personnel that works in the sector. The method
sequence outlines with a mixed research, for an extensive review of the practices, leveling of the
theoretical experience of the research, formalization of the existing experience and suggestions for
improvement, through technical visits and, finally, the execution of the work with several of several
technical documents. and scientific. The unit selected to carry out this work was Pedreira Sintrapel,
in Tete, whose objective is to evaluate the best level of the main geometric services for access in
Pedreira Sintrapel to give an efficient extension of services. In addition to the definition of the main
road, there are requirements or requirements for the minimization of impacts - and greater
productivity, therefore, it is necessary to have a greater knowledge in relation to the geometric design
of rational access, drainage project of rational access roads and the maintenance of access ways.
Believed that the main mine has great potential for use, it is expected that the theme to the best of the
main view via Pedreira Sintrapel, it can also be extended to mine roads has great potential for use for
an identifier of civil construction aggregates from other Quarries.
Keywords: Access road, drainage and geometric.
Capítulo I

1. Introdução
As estradas de mina foram, por muito tempo, pouco consideradas para o sucesso da atividade
mineradora. Todavia, hoje, tem-se cada vez mais consciência de sua importância como viabiliza
dora de uma das operações unitárias dentro da mineração: o transporte. Além disso, começa-se a
avaliar o impacto negativo que uma estrada em más condições de serventia ocasiona sobre a
mineração, diminuindo a segurança e eficiência do transporte, como sugerido por Thompson e
Visser (2008), o que afeta diretamente os lucros produzidos pela atividade. O presente projeto
tem como foco em uma avaliação de critérios geométricos para abertura de vias de acesso para o
melhoramento da principal via na pedreira sintrapel em mina a céu aberto na extração de
agregados de construção civil, as vias de acesso vêm ganhando uma grande importância nas
atividades mineiras o que proporciona com grande rigor o seu estudo, é uma etapa que deve ser
planejada em qualquer empreendimento, principalmente quando se trata da mineração, é com as
vias de acesso que alcançamos um determinado recurso. As vias de acesso viabilizam qualquer
empreendimento, porque ela incorpora toda a vida útil da atividade de extração.

O presente trabalho está organizado em cinco capítulos, dentre eles a parte introdutória que
contem a visão geral do projeto; Segundo Capítulo é a Revisão da Literatura, o terceiro é a
Metodologia que espelha o desenho da pesquisa bibliográfica do tema em destaque, o quarto
capítulo reflete analise e interpretação de dados e o último capítulo é a conclusão do trabalho. No
primeiro Capítulo, tratar-se-á de aspetos relacionados com a fundamentação teórica do tema,
conceitos ligados ao tema e ao problema. Não se pretende aqui esgotar todo o tema, simplesmente
visa trazer à superfície os aspetos preliminares relativamente ao tema proposto, pois a autonomia
financeira é o pilar a discutir ao longo do trabalho; sem mais partimos para abordagem.

1.1.Contextualização
As vias de acesso são desenvolvimentos básicos que permitem atingir a jazida em um ou vários
horizontes, possibilitando o escoamento das substâncias desmontadas. Um projeto de estrada de
mina bem estruturado deve contemplar questões voltadas ao melhor controle de parâmetros
operacionais que busquem a redução nos custos de transporte e de manutenção dos equipamentos.

O presente estudo visa abordar em relação como um projeto de abertura de vias de acesso, deve
ser elaborado, isto é, como as vias de acesso na Pedreira Sintrapel devem ser dimensionadas,

1
implementar um sistema de drenagem e manutenção da via com a finalidade de garantir um
empreendimento que não gera riscos, e criar medidas para melhorar um empreendimento
produtivo e seguro.

1.1.Problematização
Para a construção de acesso para qualquer empreendimento, leva em conta certos parâmetros ou
critérios para a sua abertura de vias de acesso, o que certas empresas não obedecem estes parâmetros,
principalmente do dimensionamento das vias sem mencionar demais parâmetros, o que vem
ocasionado certos riscos ao empreendimento, que é um fator de extrema importância para a
viabilidade da mesma e garante boa segurança da frota dos equipamentos.

Com a visita que correu durante o estudo para a recolha de dados na Pedreira Sintrapel, verificou-se
que as vias de acesso apresentam dificuldades da circulação da frota de equipamentos, isto é as vias
de acesso não tem a largura recomendada, não se efetua o escoamento de líquidos superficiais o que
torna lamacentos a via em tempos chuvosos, manutenção das vias, isto porque o seu dimensionamento
não obedeceu aos parâmetros geométricos de abertura de vias de acesso e um projeto de drenagem
das águas o que pode ocasionar problemas iminentes:

Acessos confinados
Vias esburacadas
Acumulação de água nas estradas;
Poeira.

Dos problemas destacados visão resultar em consequências como dificuldade de circulação, acidentes
da frota dos equipamentos, taxa de produtividade lenta, tanto como a insegurança dos equipamentos
ao descrever as curvas.

De acordo com os riscos iminentes do dimensionamento das vias de acesso, origina a seguinte
pergunta: Como melhorar os aspetos geométricos no acesso na pedreira Sintrapel?

1.2.Objetivos

1.2.1. Objetivo geral


O principal objetivo é avaliar os critérios geométricos para o melhoramento da principal via de acesso
na pedreira Sintrapel.

2
1.2.2. Objetivos específicos
Como objetivos específicos citam-se:

Identificar os elementos geométricos para abertura de vias de acesso em minas a céu aberto;
Analisar os fatores que influenciam negativamente na eficiência dos equipamentos de
transporte;
Proposta de um redimensionamento da principal via de acesso.

1.2.3. Hipóteses
Com o aumento da largura da principal via de acesso, vai garantir maior eficiência dos
equipamentos de transporte da pedreira sintrapel
A implementação de um sistema de drenagem de águas superficiais e regularização de tempo
de aspersão ira contribuir de forma positiva para a vida útil da via
implementação de um plano de manutenção e aquisição de equipamentos para a manutenção
da via principal, vai garantir a segurança dos equipamentos

1.3. Justificativa
As vias de acesso representam uma área de destaque na extração de agregados de construção civil,
pois possibilita a movimentação de bens, principalmente seu produto, o minério, mas também algo
que lhe é associado, o estéril. Os custos de manutenção das mesmas, bem como custos com pneus e
combustível, são consideráveis e constituem um percentual significativo no custo total da atividade
mineradora. Logo um procedimento que promova uma diminuição destes custos é algo de interesse
no setor.

1.3.1. Relevância pessoal


De partida que as estradas e vias de acesso constam na fase de desenvolvimento de um
empreendimento mineiro, tive uma determinada estima e motivação em encarar este tema como um
desafio para a minha carreira pessoal.

1.3.2. Relevância académica


O simples facto de haver a enorme demanda de novos conhecimentos científicos, torna-se
indispensável a fundamentação de enriquecer novos conhecimentos em matérias relacionadas com
critérios geométricos para abertura de estradas de mina a céu aberto. Que ira contribuir para o
desenvolvimento de infraestruturas de minas, servir de material didático para o curso de Engenharia

3
de mina. Proporcionando segurança operacional dos equipamentos envolvidos nas diferentes frentes
de lavra.

1.3.3. Relevância social/Empresa


O presente estudo tem como propósito avaliar e melhorar as vias de acesso da pedreira sintrapel. A
escassez de parâmetros para dimensionamento, falta de um sistema de drenagem para águas
superficiais assim como condições para a manutenção das vias de acesso viabilizou a elaboração do
presente projeto de pesquisa, aliado ao facto dos autores possuírem um vínculo com o tema.

1.4. Delimitação do tema


O estudo foi realizado na Pedreira Sintrapel, localizada na província de Tete no bairro Mpadwe
especificamente no monte Mafilipa, o trabalho limita se no estudo de critério geométricos para o
dimensionamento da principal via de acesso da pedreira sintrapel dada a importância e relevância do
tema abordou-se com rigor. É imperioso pois, analisar o impacto do fraco nível de parâmetros usados
para o dimensionamento da principal via a pedreira. Nesta óptica, o tema é extremamente importante
na medida em que este permitiu identificar o porquê dos aspectos negativos do dimensionamento da
principal via na pedreira sintrapel. No período que varia entre 2021-2022.

1.5. Descrição do local da investigação


Localização Geográfica da Área

Tete é uma província localizada na região central de Moçambique, a sua capital é a cidade do
mesmo nome (Tete), localizada a cerca de 1570 km2 a norte da cidade de Maputo, a capital do país.
Com uma área de 98.417 km2, esta província encontra-se dividida em 15 distritos nomeadamente:
Angónia, CahoraBassa, Changara, Chifunde, Chiuta, Dôa, Macanga, Magoé, Marara, Marávia,
Moatize, Mutarara, Tete(cidade), Tsangano e Zumbo. Segundo dados do Instituto Nacional de
Estatística (INE), a província possui 4 municípios desde 2013, a saber: Moatize, Nhamayábué,
Tete(cidade) e Ulongué.

Clima e Flora

A região de estudo é caracterizada por possuir clima tropical seco, a cidade de Tete é das mais
quentes do Pais com temperaturas máximas (dezembro e janeiro) que ultrapassam 40˚C, sendo a
média anual situada acima dos 26˚C. A área de estudo é caracterizada por possuir árvores de grande

4
porte como Embondeiros, Messanha (pau ferro) árvores de médio porte como massa niqueiras,
plantas espinhosas e pequenos arbustos cujo desenvolvimento é de carácter periódico.

População e Atividades Socioeconómicas

A área é pouco habitada sendo na sua maioria povoada pelos habitantes vindouros do Município da
cidade de Tete, e alguns deles são trabalhadores da empresa Sintrapel, e os restantes são rurais
desenvolvendo as atividades domésticas, agrícolas, criação de gado e o comércio. A região permite
a esta empresa uma extração relativamente fácil do Gnaisse para a construção civil, na sua maioria
tem tido forte influência pela presença de empresas como Vale, ICVL a antiga Rio Tinto e a Jindal
África.

5
Capítulo II

2. Breve introdução
Na revisão que se segue serão apresentados os pontos principais para a obtenção de uma estrada de
mina adequada do que é uma via de acesso os tipos de vias de acesso empregadas na lavra a céu
aberto e dos parâmetros geométricos para a elaboração ou construção de estradas de mina. E será
ainda no mesmo capítulo que ira se abordar sobre a implementação de um sistema de drenagem para
o escoamento das águas superficiais que criam aspetos negativos para as vias de acesso e por fim
retratar da taxa de produtividade que as vias de acesso desenvolvem, referente a ideologias de alguns
autores para melhor consolidação e fundamento do presente estudo.

2.1.Revisão da Literatura

2.2.Abertura de vias de acesso


As vias de acesso são desenvolvimentos básicos que permitem atingir a jazida em um ou vários
horizontes, possibilitando o escoamento das substâncias desmontadas. Quando da sua escolha e
locação devem ser levadas em conta, entre outras condições, a topografia local, a morfologia da jazida,
o tipo de lavra, os custos operacionais e a produção desejada (SENAI, 2013, p. 100).
“Em lavras a céu aberto, as vias de acesso são, comumente, simples estradas principais,
convenientemente construídas para possibilitar a lavra dos diversos bancos, que verticalmente
dividem a jazida” (SENAI, 2013, p. 100).

“O traçado destes acessos requer conhecimento bem detalhado da jazida, dependendo


fundamentalmente da topografia e dos equipamentos utilizados no transporte, que serão
condicionadores das larguras, greides, raios de curvatura e inclinação de rampa” (SENAI, 2013, p.
100).

“Em certos casos especiais, outros acessos que não são estradas, podem ser utilizados, sendo estes
representados pelos túneis, planos inclinados, poços verticais e, até mesmo, simples furos de
sondagem” (SENAI, 2013, p. 100).

Segundo o SENAI (2013), existem diferentes tipos de acesso em lavra a céu aberto que são:

Sistema de Zig-Zag ou Serpentina, Sistema de Via Helicoidal Contínua, Sistema de Planos Inclinados
a Céu Aberto, Sistema de Suspensão por Cabos, Sistema de Poço Vertical, Sistema de Poço Vertical
e Sistema de Funil.

6
2.2.1. Critério geométrico para abertura de vias de acesso em minas a céu aberto
É nesta fase que se define o melhor traçado para a via de acesso. A seguir apresentam-se algumas
recomendações e observações de boas práticas sugeridas por diversos autores, bem como requisitos
legais, quando existentes.

Kaufman e Ault (1977) consideram importantes para as estradas de mina os seguintes parâmetros
geométricos:

Largura, distância de frenagem e distância de visibilidade, rampa máxima sustentável,


configuração de curvas verticais, superelevação, inclinação para direcionamento das águas
precipitadas, traçado de curvas horizontais e superlargura, coordenação entre os alinhamentos
horizontal e vertical, e espaçamento entre leiras de segurança. Esses autores recomendaram
limites para os referidos parâmetros de acordo com categorias de acessos de mina por eles
propostas (p. 11).
A Norma Reguladora da Mineração (NRM) No. 13 (BRASIL, 2001), diz que:

Os requisitos mínimos para as vias por onde ocorra tráfego de equipamentos de transporte. Tais limites
se referem à presença de sinalização, à largura mínima das vias e à existência de leiras de segurança e
suas dimensões. Deve haver sinalização para que os limites das bancadas usadas como estradas sejam
visíveis tanto durante o dia, quanto à noite; a largura mínima da estrada deve ser duas vezes a largura
do maior veículo para estradas em pista simples (mão única) e três vezes em estradas de pista dupla
(duas mãos); e quando houver risco de queda, devem ser construídas leiras de proteção, com altura
mínima igual à metade do pneu do maior veículo que trafega pela via, sendo que as mesmas devem
ser mantidas sempre sinalizadas e em condições de uso (p. 11).

2.2.2. Largura
Com relação à largura da pista, há um critério mínimo imposto pela NRM 13 (BRASIL, 2001), “que
seria de duas vezes a largura do maior equipamento que trafega pela via para estradas de mina com
uma faixa de rolamento e de três vezes para estradas com duas faixas de rolamento” (p. 65). Pelo fato
de serem valores mínimos, optou-se por adotá-los para os casos de acessos à praça e acessos
secundários.

Para acessos principais, no entanto, julgou-se que pelo volume de tráfego esperado (muito maior que
para acessos secundários e acessos à praça), esta largura ainda é pouca, podendo ser considerada até
mesmo insegura. Desta forma, adotou-se a sugestão apresentada na Equação 1, conforme (Tannant e
Regensburg, 2001), que define a largura de pista da seguinte forma:

𝑤 = (1.5𝑙 + 0,5)𝑥 Equação 1.

Onde:

w é a largura da pista

7
L é o número de faixas de rolamento e

x é a largura do maior equipamento que trafega pela via.

2.2.2.1.Raio mínimo de curvatura


Quanto ao raio de curvas, a premissa que se tem atualmente é de que se preze pelo máximo raio de
curva possível, o que está correto e caminha na direção de um aumento das velocidades de operação,
em seguida serão apresentadas as duas normas para o cálculo de curva a norma portuguesa e
brasileira.

2.2.2.2.Contexto Português
A visibilidade e a percepção do traçado pelos usuários da rodovia são facilitadas se o raio das curvas
circulares for grande o suficiente. Contudo, o valor dos raios também deve ter em consideração a
harmonização do traçado com a paisagem, assim como a coordenação dos alinhamentos horizontal e
vertical. Quando um veículo percorre uma curva, este é submetido a uma força centrífuga. A força de
atrito transversal que atua na superfície de contato pneu, pavimento e o peso do veículo asseguram a
força de sentido contrário ao da centrífuga, sendo causada pela superelevação. Assim, o raio de
curvatura pode ser calculado a partir da Equação 2 (INIR, 2010, p. 56).
𝑣2
𝑅 = 127∗(𝑓𝑡+𝑒𝑅 Equação 2.

Em que:

R é o raio da curvatura (m);

V é a velocidade que circula o veículo (km/h);

ft é o coeficiente de atrito transversal;

eR é a superelevação (m/m).

“Na Tabela 1 estão indicados os valores dos coeficientes de atrito transversal em função da velocidade
base” (INIR, 2010).

Tabela 1: Velocidades base e correspondentes coeficientes de atrito transversal

Velocidade Base (km/h) Coeficiente de atrito transversal – ft


40 0,16
50 0,16
60 O,15
70 0,14

8
80 0,14
90 0,13
100 0,12
110 0,10
120 0,09
130 0,08
140 0,06
Fonte:INIR, (2010)

Em condições em que há gelo na pista, o coeficiente de atrito transversal entre os pneus e o pavimento
é de 0,10. Ao somar-se a isso uma superelevação de cerca de 10%, cria-se uma tendência de deslize
para o centro da curva quando o veículo estiver parado ou com velocidade diminuta.

2.2.2.2.1. Superelevação
A superelevação é a inclinação transversal, para o interior de uma curva, dada a superfície do
pavimento de uma rodovia. Uma vez que as curvas são percorridas frequentemente a velocidades
superiores à velocidade base, logo a superelevação não deve ser dependente desta, sendo aconselhável
fixá-la em função da velocidade não impedida em curva, compatível com o raio da curva (INIR, 2010),
p. 65)

2.2.2.3.Contexto Brasileiro
O raio mínimo de uma curva se refere ao menor raio que uma curva pode ter para ser percorrida na
velocidade diretriz em condições aceitáveis de segurança e conforto. Para o cálculo do raio mínimo usa-
se a taxa máxima de superelevação. Neste cálculo, considera-se que atuam sobre o veículo três forças, a
força peso; a força do atrito entre o pneu e o pavimento e; a força centrífuga devida à mudança de direção
do veículo, e que elas estão em equilíbrio (BRASIL, 1999, p. 31).
O raio mínimo é calculado através da Equação 3:

𝑣2
𝑅 = 127∗(𝑒𝑅+𝐹𝑡 Equação 3.

Em que: R é o raio de curvatura (m);

V é a velocidade do veículo (km/h);

eR é a superelevação (m/m);

ft é o coeficiente de atrito transversal admissível (adimensional).

“A Tabela 2 apresenta os valores máximos de coeficientes de atrito transversais admissíveis em


função da velocidade diretriz” (BRASIL, 1999, p. 32).

9
Tabela 2: Valores dos raios mínimos em função da superelevação e da velocidade diretriz

Velocidade
diretriz 3o 40 50 60 70 80 90 100 110 120
(km/h)
eR (%) 4 30 60 100 150 205 280 355 465 595 755
eR (%) 6 25 55 90 135 185 250 320 415 530 665
eR (%) 8 25 50 80 125 170 230 290 375 475 595
eR (%) 10 25 45 75 115 155 210 265 345 435 540
eR (%) 12 20 45 70 105 145 195 245 315 400 490

2.2.2.3.1. Superelevação
“A superelevação e o raio da curva são dois elementos interdependentes. O raio de curvatura mínimo
é definido pela superelevação máxima da classe de projeto da rodovia, mas quando o raio utilizado
for maior que o mínimo, deve-se ajustar a superelevação” (BRASIL, 1999, p. 42).

“Os critérios para a definição da superelevação máxima são os seguintes” (BRASIL, 1999):

12% Limita-se aos casos de melhoria e correção da via onde é inviável o aumento do raio da curva;

10% – Rodovias de Classe 0 em geral e Classe I em região plana e ondulada;

8% – Para o restante das rodovias;

4% e 6% – Em trechos adjacentes a áreas urbanas.

2.3. Sistema de drenagem de águas superficiais


“Drenagem é o ato de escoar as águas de terrenos encharcados por meio de tubos, túneis, canais, valas
e fossos, sendo, possível, recorrer a motores como apoio ao escoamento (Oliveira, Fernandes,
Vamham, Rodrigues, Masetti & Costa, 2010, p. 15).

O sistema de drenagem superficial tem por objetivo a captação ou interceptação e remoção das águas
precipitadas, sobre as estradas e áreas adjacentes, que escoam superficialmente.

Oliveira, Fernandes, Vamham, Rodrigues, Masetti e Costa (2010) referem que “o projeto de
drenagem de estradas de mina é muitas vezes tratado indistintamente com o projeto de drenagem de
cavas ou de depósitos de estéreis dentro do contexto de planejamento geral de mina” (p.16). Apesar

10
da importância, poucas são as referências encontradas a respeito deste tema na literatura especializada
em estradas de mina.

A elaboração e execução de um projeto de drenagem são vitais em estradas de mina, pois um dos
principais fatores que provocam a degradação de estradas não pavimentadas é a erosão provocada pelo
escoamento superficial e o acúmulo de água em seu leito e margens. A água pode ser originada de
escoamento superficial, gerada na própria estrada ou proveniente de áreas marginais. A coleta e o
direcionamento adequados da água para escoadouros naturais, artificiais, bacias de acumulação ou
outro sistema de retenção localizado no terreno marginal, são objetos do projeto de drenagem
(Oliveira, Griebeler, Correchel & Silva, 2009, p. 16).
Oliveira, Fernandes, Vamham, Rodrigues, Masetti e Costa (2010) referem que:

Apresentam como dispositivos de interesse para o projeto de drenagem de estradas de mina os seguintes: valetas
de proteção de corte e de aterro; sarjetas de corte e de aterro; descidas de água; saídas de água; caixas coletoras;
bueiros de greide; dissipadores de energia; escalonamento de taludes; e corta-rios. Este último dispositivo pode
não ser utilizado, já que para o caso de estradas de mina, pelo seu curto período de vida e pequena extensão em
geral, o encontro com cursos d’água é pouco provável e pode ser evitado.

2.4. Taxa de produtividade


A produtividade dos equipamentos depende de diversos fatores, que podem ser exógenos e endógeno. Más
condições meteorológicas são exemplos de fatores externos, que podem ter seus efeitos nocivos reduzidos com
planejamento e infraestrutura adequada. Os fatores internos são aqueles relacionados com o processo produtivo
e são os pontos onde são feitos estudos para otimizá-los, com o intuito de aumentar a produtividade (Ricardo e
Catalani, 2007).
Destacam-se abaixo os principais fatores que influenciam na produção:
chuvas superficiais
erosão nos terrenos originais
Capacidade da caçamba;
Tempo de ciclo (TC): (Qualquer redução de tempo nos movimentos básicos reduz o tempo de
ciclo total);
Tempo de manobras
Eficiência: A redução dos tempos de parada (Aumento da disponibilidade física e utilização
física).
Ricardo e Catalani (2007) diz que:
A redução do tempo de ciclo está relacionada com a habilidade do operador, que pode realizar os
movimentos mais rapidamente do que outro menos experiente e também está relacionado com o estado
de preservação do equipamento. Entretanto, a eficiência está relacionada adversos outros fatores e é o
parâmetro que apresenta as maiores condições de otimização, pois se pode buscar a cada dia reduzir os
tempos de parada dos equipamentos.
São causas de parada (Ricardo e Catalani, 2007):
Defeitos mecânicos do equipamento;
Falta de habilidade do operador;
Organização deficiente dos serviços;

11
Esperas devidas a outros equipamentos (filas).

2.4.1. Tempo de ciclo


O transporte de material realizado por caminhões representa a maior parte dos custos operacionais de
lavra, desta forma, é importante que se busque aumentar cada vez mais a eficiência operacional nesse
processo. Para tal, existem algumas condições que são essenciais para um bom desempenho na
operação dos caminhões, como a padronização da largura, inclinação e condições de acesso, alocação
acurada e controle de despacho de frota, treinamento e capacitação dos motoristas, entre outros
(COUTINHO, 2017, p. 22).
Segundo Junior (2014), “o ciclo de um caminhão pode ser dividido entre tempos de ciclos fixos
(tempo de fila de carregamento e basculamento, tempo de manobra no carregamento e basculamento
e tempo de carregamento) e tempos de ciclos variados (deslocamento vazio e deslocamento cheio)”
(p. 22).

Para Coutinho (2017), “o tempo de ciclo é um indicador essencial para se medir a produtividade no
transporte” (p. 22).

Segundo Santos (2018), “a produção e a produtividade dos equipamentos de carregamento e


transporte são dependentes de fatores como a disponibilidade mecânica, utilização e eficiência dos
equipamentos, condições de rampas e acessos, distância média de transporte (DMT) e o método de
alocação de caminhões” (p. 22).

2.5.Manutenção de estradas
A terceira e última macro atividade necessária à obtenção e bom funcionamento de estradas de
qualquer gênero é a manutenção.

A manutenção de acessos deve ser considerada uma atividade essencial para proporcionar uma maior
segurança no tráfego por caminhões e um menor custo no consumo de pneus e combustível. Essa
atividade é realizada por equipamentos auxiliares, dentre eles o trator de esteira, trator de pneus,
caminhões pipa, motoniveladoras e rolo compressor.

Em um estudo econômico realizado por Corrêa (2016), foi concluído que:

era viável economicamente fazer a aquisição de equipamento auxiliares, devido os benefícios


relacionados a redução de custo com pneus e diesel. Além disso, equipamentos auxiliares são
indispensáveis para as manutenções rotineiras nos acessos, pois durante as operações podem
ocorrer defeitos nas estradas, como buracos na pista e blocos e/ou matacos soltos, poeiras,
entre outros, defeitos que reduz a produtividade dos equipamentos, podendo também causar
danos aos mesmos.

12
De acordo com Gene Kearley e McCallister (2000), “em estradas de mina, florestais e para agricultura
não pavimentadas, a erosão da superfície da estrada e de seus dispositivos de drenagem são os fatores
que mais elevam as necessidades e custos de manutenção” (p. 25).

Kaufman e Ault (1977) “enfatizam que deveriam ser feitos esforços para a incorporação de
procedimentos preventivos de manutenção em detrimento de procedimentos corretivos” (p. 25).

Dentre os procedimentos de manutenção preventiva esses autores chamam atenção para os seguintes:

Buscar a eficiência do sistema de drenagem de modo a minimizar os efeitos da água sobre o


pavimento e subleito;
Controlar a poeira de forma a evitar que a visibilidade seja consideravelmente diminuída;
Remover materiais caídos de equipamentos bem como qualquer material solto que possa estar
presente sobre a superfície da estrada;
Manter leiras de segurança e saídas de emergência;
Periodicamente renivelar as estradas de forma a eliminar buracos, depressões e trilhas de roda
antes que problemas mais sérios sejam causados;
Treinar operadores para relatar imediatamente situações de perigo aos seus supervisores.

13
Capítulo III

3. Metodologia de investigação

3.1. Finalidade
A finalidade da presente pesquisa é de contribuir para o dimensionamento de vias de acesso com
recomendações exatas que estejam dentro dos parâmetros legais, a manutenção da via assim como
o sistema de drenagem, e voltadas exclusivamente para o meio académico. A pesquisa é
estratégica, cujo foco é produzir conhecimentos e dados útil a serem aplicados na prática.

3.1. Tipo de pesquisa


a) Quanto aos objetivos ou fins

Quanto ao objetivo da pesquisa é de determinar um melhor dimensionamento das vias de acesso,


elaboração de um sistema de drenagem para escoamento de águas no pavimento da via com a
finalidade de obter maior desempenho das atividades.

O presente trabalho possui uma pesquisa exploratória, como um meio que possa tornar possível
explicar e compreender o problema do presente estudo através de algumas interações com certos
responsáveis de forma a desenvolver maior familiaridade do estudo de avaliação de critérios
geométricos para o melhoramento da via de acesso.

A presente pesquisa é exploratória, segundo Gil (2008, p. 28) “este tipo de estudo tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, como forma de torná-lo mais explícito”. Na
maioria dos casos envolve entrevistas com pessoas ligadas ao problema estudado e o levantamento
bibliográfico.
Segundo Malhotra (2001), “a pesquisa exploratória é usada em casos nos quais é necessário definir o
problema com maior precisão. O seu objetivo é prover critérios e compreensão”.

Segundo Malhotra et al (2005), “a pesquisa exploratória tem como principal objetivo proporcionar
esclarecimento e compreensão para o problema enfrentado”. Seu processo de pesquisa não é
estruturado caracterizando-se como flexível. Dessa forma a informações necessárias são apenas
vagamente definidas.

Quanto à abordagem

14
Importa referir que, o estudo tem uma abordagem mista, devido as necessidades de uso por
exemplo de tabelas, observação e números no estudo durante a coleta de dados recorremos
algumas técnicas do tipo de pesquisa qualitativo e quantitativo.

A pesquisa teve uma abordagem Mista. De acordo com Marconi e Lakatos (2003) “esta é uma
abordagem de investigação que combina ou associa as formas qualitativa e quantitativa”. Uma
vez que as duas abordagens apresentam características antagónicas, elas se combinam de modo
que uma prevalecerá sobre a outra ao mesmo tempo que se complementam na apresentação dos
dados. Ao se utilizar esta abordagem no presente estudo, pretende-se tirar proveito dos pontos
fortes de ambas metodologias.

Para Gil (2008, p. 18) “a Pesquisa Qualitativa é um conjunto de diferentes técnicas interpretativas
que visam a descrever e a decodificar os componentes de um sistema complexo de significados.
Tendo por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social”.

Segundo LUDKE & ANDRÉ (1986: p.11), “a pesquisa quantitativa é apropriada para medir tantas
opiniões, atitudes e preferências como comportamentos”.

3.2.Técnicas de pesquisa

3.2.1. Técnica de Recolha de dados


A técnica de recolha de dados foi à observação natural onde o investigador pertence ao grupo que
investiga, pós importa referir que a partir da observação pode se destacar atentamente o problema de
um determinado fenómeno da presente pesquisa.

Segundo Cervo & Bervian (2002, p. 27), “observar é aplicar atentamente os sentidos físicos a um
amplo objeto, para de ele adquirir um conhecimento claro e preciso”.

Segundo Gil (2011, p. 100) “A observação apresenta como principal vantagem, em relação às outras
técnicas, a de que os fatos são percebidos diretamente, sem qualquer intermediação.” Duas formas
distintas da observação: a natural, o observador pertence ao grupo que investiga; e a artificial, o
observador se integra ao grupo com objetivo de realizar uma investigação.

3.2.2. Instrumento de recolha de dados


O presente estudo foi utilizado como instrumento de recolha de dados os seguintes itens: uma caneta
para anotações, um lápis, uma agenda de anotações, fita métrica para medir a largura da via e dos
equipamentos, um celular para fotografar e uma mota para me deslocar ate a pedreira.

15
Segundo Oliveira (2008), “todo e qualquer instrumento que seja utilizado com o intuito de colher
informação para o estudo cabe dentro da definição de instrumento para a recolha de dados”.

3.3.Técnica de amostragem

Para a extração da amostra foi utilizada uma amostragem não probabilística por conveniência, esta
técnica consiste em selecionar os elementos arbitrariamente que seja acessível.
Segundo Malhotra et al (2005), “esse tipo de amostragem não depende do acaso e sim do julgamento
do pesquisador”. Ele escolhe os elementos da amostra arbitrariamente, de acordo com a conveniência.
Pode ser por:

Conveniência – de acordo com a conveniência do pesquisador;

Julgamento – os elementos da amostra são escolhidos de acordo com o julgamento do pesquisador;

Cota – determina categorias de cotas e depois seleciona por conveniência ou julgamento;

Autogerada – seleciona um grupo de entrevistados que indicam outros pertencentes à população-


alvo
“A amostra não – Probabilística não possui fundamentos matemáticos ou estatísticos, depende
apenas de critérios do pesquisador (GIL, 2010)”.

16
Capítulo IV

4. Apresentação, Análise e Interpretação e Discussão dos Resultados

4.1.Síntese do projeto
O local da pesquisa é a Pedreira Sintrapel Nova Era, LDA localizada na província de Tete, detentora
do Certificado Mineiro 6597CM. Está localizada no norte da Província de Tete, em Moçambique e
dista quase 10 km da Cidade de Tete, a capital provincial. O projeto ocupa uma área de 266.79 ha.
Dista de um turno único com início das atividades as 7h00 até as 17h00, com um intervalo de uma
1h para descanso.
Desmonte
Quanto ao processo de extração ou desmonte, a empresa executa dois tipos de desmonte:
Desmonte primário que recorre o uso de explosivos para a fragmentação dos blocos rochosos, a partir
de uma empresa subcontratada designada FEM, (fabrica de explosivos de Moçambique);
Desmonte secundário este é feito por martelo hidráulico.
Equipamentos que compõem as atividades de produção

O processo de desmonte, carregamento e transporte são feitas a partir de unidades próprias de


transporte, em que contemplam os seguintes equipamentos apresentados na tabela3.

Tabela 3: Equipamentos que compõem as atividades de produção no terreno

Descrição Quantidade
Camião articulado volvo bell B25D 1
Camião basculante TATA 4
Escavadeira 2
Camião basculante Sinotruck 2
Perfuratriz Pneumática 2
Fonte: Sintrapel, (2021)

4.2.Apresentação de dados
Com base no principal produto da proposta desse trabalho de pesquisa trata-se de critérios
geométricos de abertura de estrada de mina acompanhado por requisitos de projeto, sistema de
drenagem, manutenção e taxa de produtividade, em função da principal via. Para atingir este objetivo,
três aspetos foram fundamentais: 1º) acesso à realidade das estradas de mina (visitas a campo); 2º

17
interação com os planejadores (o engenheiro de mina), e operadores (usuários) dessas estruturas; 3º
consolidação dos resultados. Assim são apresentados na tabela que se segue os seguintes dados:

Tabela 4: Medições do acesso principal (em campo)

Dimensões da via de acesso


Parâmetros Dimensões
Tipo de via Sem designação
Pavimento Terra batida composto de argila
Largura de acesso principal 8m
Raio de curvatura 5m
Raio do pneu do maior veículo 0,0576m
Largura do maior veículo 3.26m
Cronograma de produção Existe
Inclinação transversal para drenagem Não existe
Leiras de segurança Não existe
Manutenção da estrada Não existe
Fonte: Sintrapel, (2021)

4.2.1. Análise e Interpretação de dados e Discussão dos resultados


Para análise dos dados recorreu-se a uma análise descritiva. Os resultados das análises são
apresentados em forma de fotos referenciados como anexo mais adiante, para melhor compreender a
realidade das atividades da pedreira sintrapel.

4.3. Vias de acesso


A Pedreira Sintrapel possui apenas uma via principal, cuja a mesma serve para o transporte do
material até a planta de processamento, esta também serve para a circulação dos trabalhadores. A via
principal é bastante estreita que não permite uma ótima circulação e ocasiona cruzamento de camiões,
possíveis acidentes e dificuldade de circulação, não possui um tipo de sistema de via o que
eventualmente condiciona insegurança, e a mesma não apresenta nenhuma leira de proteção e não
possui inclinação para o direcionamento de águas precipitadas criando defeitos e anomalias para a
própria via. Tem se defendido que para SENAI (2013), existem os seguintes tipo de via: Sistema de
Zig-Zag ou Serpentina, sistema de Via Helicoidal Contínua, sistema de Planos Inclinados a Céu
Aberto, sistema de Suspensão por Cabos, sistema de Poço Vertical, sistema de Poço Vertical e sistema
de Funil. Enquanto que que Kaufman e Ault (1977) considera importantes os seguintes parâmetros
geométricos: Largura, inclinação para direcionamento das águas precipitadas, e espaçamento entre
leiras de segurança. Portanto como pode se verificar, a via não representa nenhum critério propostos
por estes autores, isto é a Pedreira Sintrapel não obedeceu nenhum parâmetro legal para a abertura
de via de acesso.

18
4.3.1. Largura da via de acesso
Segundo os dados coletados em campo fica explicito que para o dimensionamento da principal via,
a Pedreira Sintrapel não obedeceu nenhum critério estabelecido para a determinação da largura dos
acessos em mina a céu aberto, a largura desta via não permite a circulação de dois camiões em
ambos sentidos. Porque de acordo com as atividades operacionais a via de acesso na pedreira
sintrapel, esta contempla de duas faixas e trafegam 6 caminhões pela via. De acordo com as
operações de carregamento e transporte, acontece que os caminhões se cruzam, e um dos caminhões
deve dar prioridade ao outro caminhão passar e com este evento que ocorre, gera uma perda de
tempo, risco de acidente, dificuldades de circulação da frota do equipamento e diminui o processo
de produção.

Para Norma Reguladora da Mineração os requisitos mínimos para as vias por onde ocorra tráfego de
equipamentos de transporte. Tais limites se referem à presença de sinalização, à largura mínima das
vias e à existência de leiras de segurança e suas dimensões. Deve haver sinalização para que os limites
das bancadas usadas como estradas sejam visíveis tanto durante o dia, quanto à noite; a largura
mínima da estrada deve ser duas vezes a largura do maior veículo para estradas em pista simples (mão
única) e três vezes em estradas de pista dupla (duas mãos); e quando houver risco de queda, devem
ser construídas leiras de proteção, com altura mínima igual à metade do pneu do maior veículo que
trafega pela via, sendo que as mesmas devem ser mantidas sempre sinalizadas e em condições de uso.

E ainda a mesma norma reguladora de mineração sustenta que, com relação à largura da pista, há um
critério mínimo imposto pela NRM 13 (BRASIL, 2001), que seria de duas vezes a largura do maior
equipamento que trafega pela via para estradas de mina com uma faixa de rolamento e de três vezes
para estradas com duas faixas de rolamento (Pelo fato de serem valores mínimos, optou-se por adotá-
los para os casos de acessos à praça e acessos secundários.

Para acessos principais, no entanto, julgou-se que pelo volume de tráfego esperado (muito maior que
para acessos secundários e acessos à praça), esta largura ainda é pouca, podendo ser considerada até
mesmo insegura.

Uma vez tratando-se de acesso principal como sugere a equação sugerida por Tannant e Regensburg
(2001), calculando iremos obter o seguinte resultado:

Dados: Resolução

X = 3,26m 𝑤 = (1.5 ∗ 𝑙 + 0,5) ∗ 𝑥

19
L=1 𝑤 = (1.5 ∗ 1 + 0,5) ∗ 3.26 (4)

𝑤 = 6,52

Calculo da largura da via de acesso para duais faixas de rodagem:

Dados: Resolução

X = 3,26m 𝑤 = (1.5 ∗ 𝑙 + 0,5) ∗ 𝑥

L=2 𝑤 = (1.5 ∗ 2 + 0,5) ∗ 3.26 (5)

𝑤 = 11.41 ≈ 12

A principal via da Pedreira Sintrapel possui 8m de largura determinado sentido único como vem na
apresentação de dados e como vem recomendada a revisão de literatura, a largura de 8m da via
principal para mão única está correta para esta situação.

Visto que a empresa possui seis (6) equipamentos para a locomoção do material, e a via é utilizada
para a circulação de outros equipamentos ligeiros e dos trabalhadores, o autor propõem que a pedreira
sintrapel utilize uma via de acesso principal em dois sentidos para melhor segurança e bom
desempenho no processo de transporte do material patente na demonstração (5) com um aumento de
4m de largura totalizando 12m de largura que a via principal deverá possuir.

4.3.1.1.Raio de curvatura do acesso


Quanto ao raio de curvas, a premissa que se tem atualmente é de que se preze pelo máximo raio de
curva possível, o que está correto e caminha na direção de um aumento das velocidades de operação.
A implantação de curvas de acesso é de extrema importância que se considere o maior raio possível
de curvatura, pois a condição proporciona melhor segurança e excelente desempenho da frota dos
equipamentos de transporte nas curvas, referenciados com a velocidade que varia entre 25 a 30km/h
em acesso de terra batida. Portanto vamos fazer o cálculo de acordo com normas acima referenciada.

4.3.1.2.Norma Portuguesa
Calculo do raio mínimo de curvatura de acordo com a norma portuguesa:

Dados: Resolução
𝑣2
V = 25km 𝑅= (6)
127∗(𝑓𝑡+𝑒𝑅

252
Ft = 10% = 0,10 𝑅 = 127∗(0.10+0.07

20
eR = 7% = 0,07 𝑅 = 28,94𝑚

de acordo com a demostração (3) o raio mínimo de curvatura a ser empregue na via de acesso principal
deverá ser de 28,94m, de acordo com a norma portuguesa.

4.3.1.3.Norma Brasileira
Calculo do raio mínimo de curvatura de acordo com a norma Brasileira:

Dados: Resolução
𝑣2
V = 25km 𝑅 = 127∗(𝑒𝑅+𝐹𝑡 (7)

252
eR = 6% = 0,06 𝑅 = 127∗(0.06+0.20

Ft = 20% = 0,20 𝑅 = 18,92𝑚

Consoante a demonstração (4) o raio mínimo de curvatura a ser empregue na via de acesso deve ter
o raio mínimo de 18,92m.

Diante destas duas normas, o autor recomenda usar o raio de 18,92m para as curvas, pôs o raio de
curvatura certo irá proporcionar segurança e eficiência dos equipamentos quando descreverem as
curvas, pois a constante variação do raio de curvatura pode resultar na queda do material nas vias
transportado pelos equipamentos originando assim situações de risco.

4.3.1.3.1. Superelevação

Para a região e o terreno em que esta circunscrita a via principal a superelevação deve obedecer
variáveis de 4% e 6% para o aumento do raio de curvatura, visto que estes são interdependentes de
acordo com os critérios para definição da superelevação estabelecidos por BRASIL, (1999).

4.3.2. Sistema de drenagem de águas superficiais


O terreno em estudo não contempla um sistema de direcionamento para águas precipitadas
proveniente dos fenómenos naturais, e com isto vem ocasionando diversas anomalias no pavimento
da via. Em tempos chuvosos os acessos encharcam tornando-se lamacentos e escorregadios,
dificultando a circulação.

A presença da água origina a degradação da via de acesso que resulta em constantanes manutenções
indesejadas afetando os custos operacionais. Portanto existe a grande necessidade de se estabelecer
uma pequena inclinação da via de acesso de forma a conduzir a água para as laterais da via, seguindo

21
de dreno nas laterais com a finalidade de evitar a degradação da via, contribuindo de forma positiva
para a vida útil do acesso principal e da frota dos equipamentos de transporte. De acordo com o
fundamento da revisão bibliográfica destaca-se que:

A planificação e execução de um projeto de drenagem são bastante necessários em estradas de mina,


pois um dos principais fatores que provocam a degradação de estradas não pavimentadas é a erosão
provocada pelo escoamento superficial e o acúmulo de água em seu leito e margens. A água pode ser
originada de escoamento superficial, gerada na própria estrada ou proveniente de áreas marginais. A
coleta e o direcionamento adequados da água para escoadouros naturais, artificiais, bacias de
acumulação ou outro sistema de retenção localizado no terreno marginal, são objetos do projeto de
drenagem.

4.3.3. Taxa de produtividade


A empresa Sintrapel tem vivenciado certas dificuldades nas suas macro atividades operacionais, que
resultam numa baixa produtividade devido a escassez do dimensionamento estrutural da via principal.
O mau desenvolvimento da abertura da via de acesso vem arrecadando custos indesejáveis, e com o
estado em que se encontra o pavimento devido a fenómenos externos tanto internos são fatores que
influenciam negativamente nas produtividades, fatores estes que são:

Chuvas superficiais, que criam mau condicionamento da via e com a falta de sistema de
escoamento destas águas vem criando buracos que dificultam a mobilidade dos equipamentos
e diminuindo o desempenho da produtividade;
Erosão nos terrenos marginais, que geram grandes fissuras no pavimento da via o que vem
resultando em grandes tempos de manobra dos equipamentos, criando custos de manutenção,
pneus, combustível e avaria dos equipamentos;
Tempo de ciclo, devido ao mau condicionamento da pista que não favorece uma boa
mobilidade dos equipamentos de transporte que diminui a eficiência do tempo de ciclo e
geralmente o total de ciclos feitos diariamente não batem com a meta desejada, isto porque
qualquer redução de tempo nos movimentos básicos reduz o tempo do ciclo total.

Nota-se que Ricardo e Catalani (2007) ressaltam que os fatores naturais são de carater crucial para o
aumento da produtividade, mas quanto a estes fenómenos a pedreira sintrapel não os considera
relevante o que definitivamente resulta na baixa produtividade das suas macro atividades.

22
4.3.3.1.Tempo de ciclo
A empresa sintrapel na diretriz das suas atividades tem um cronograma de produção, mas existem
muitas dependências dos equipamentos desde a própria planta de processamento e os equipamentos
móveis, pelo facto de estes não apresentarem boas condições mecânicas e avarias frequentes. O tempo

O tempo de ciclo da tabela abaixo foram obtidos através de uma cronometragem realizada em campo
durante o transporte do material útil.

Os camiões articulados transportam o material a partir da frente de lavra ate a planta de


beneficiamento. Estes camiões tem a capacidade de carga de 20" (toneladas) e percorrem uma
distância de oitocentos metros (800m) da frente de lavra ate a planta. Neste percurso a velocidade de
ida varia de 20 a 30km/h e a velocidade de regresso varia de 25 a 40km/h.

Tabela 5: Tempo de ciclo de camiões a partir da frente de carregamento até a planta de processamento

Número Capacidade Tempo Tempo Manobra Tempo Tempo Tempo


de camião de carga de carga de ida e de volta de de ciclo
descarga espera

basculante 20" 3'50 ˮ 5'09ˮ 1'00ˮ 1'89ˮ 3'14ˮ 15'42ˮ


Sinotruck

Articulado 20" 3'15ˮ 5'35ˮ 1'18ˮ 2'50ˮ 3'33ˮ 15'51ˮ


volvo

Tata 18" 2'00ˮ 4'58ˮ 1'09ˮ 2'20ˮ 2'23ˮ 12'50ˮ

Fonte: autor, (2022)

As vias de acesso influenciam diretamente na produção por este motivo devem ser projetadas e
conservadas de maneira adequada.

Tabela 6: Demonstração do tempo de ciclo planejado e executados

Número de ciclos Número de ciclos Diferença


planificados. executados.

23
Por hora 6 Ciclos 4 Ciclos 2 ciclos

Por turno único 60 Ciclos 40 Ciclos 20 Ciclos

Fonte: Sintrapel, (2021)

A pedreira sintrapel determinou que o tempo de ciclo que um equipamento deve executar um ciclo a
uma distância de 800 metros deve ser de 10 minutos, mas conforme a cronometragem executada em
campo o tempo de ciclo leva 15 minutos. E para reduzir os tempos do ciclo será necessário:
Que a via de acesso tenha largura suficiente para permitir o fluxo dos equipamentos nos dois
sentidos;
Implantação de um sistema de drenagem para manter a via apta para a mobilidade e evitar a
degradação, lama, buracos e criar erosão no pavimento da estrada;
Deve se realizar manutenção da via, como é o caso da regularizar o tempo de aspersão para
minimizar grandes níveis de partículas finas, para permitir que os operadores tenham uma boa
visibilidade as atividades de transporte.

4.3.4. Manutenção da via de acesso


A empresa diante das suas macro atividades não condicionaram uma etapa de extrema importância
para garantir a vida útil da via, a falta de manutenção da principal vem ocasionando insegurança para
os equipamentos que trafegam pela via gerando custos de manutenção dos equipamentos. A empresa
não possui nenhum tipo de equipamento para a manutenção da estrada.

A tabela abaixo traduz os problemas encontrados na via principal da pedreira sintrapel.

Tabela 7: Problemas na via de acesso

Defeitos descrição
Poeira Formação de nuvem de partículas finas na
atmosfera da área da pedreira na superfície de
rolamento da via de acesso que ocorre em
função da perda de partículas da camada de
revestimento e no desmonte com explosivo.
Buracos Falta de camada de revestimento ou deficiência
da via devido a fatores internos ou externos.

24
Fissuras Formada pelo excesso de chuva ou erosão dos
terrenos.
Trilha de pneus Depressões que se formam nas faixas de tráfego
de veículos ou são resultantes de repetidas
passadas de veículo.
Material solto na superfície Material solto na via durante o processo de
transporte.
Fonte: Autor, (2021)

Neste caso a Pedreira Sintrapel necessita de 3 equipamentos que são: motoniveladora, compactador
(cilindro liso) e um camião pipa ou montagem de aspersores fixos, estes equipamentos garantem a
manutenção da estrada dos defeitos ou problemas destacados na tabela 7.

Para os problemas como buracos, material solto e trilha de pneus poderão ser utilizados a
motoniveladora e rolo compactador. E para as fissuras seria necessário a criação de um sistema de
drenagem.

E para controlar a poeira da via, será necessário o camião pipa para fazer o processo de humidificação
da via, mas também este processo carece de regularizar o tempo de aspersão nas vias, os autores
propõem que a humidificação seja realizada em um turno matinal para garantir maior firmeza no
acesso dando uma longa via útil. O período do processo de humidificação deve ser feito antes das
outras atividades, isto porque a empresa trabalha em dois turnos (nas manhãs e nas tardes).

25
Capítulo V

5. Conclusão
Nesta parte conclusiva, o presente trabalho procurou mostrar a situação do impacto causado a nível
de não arrecadação do uso de critérios geométricos para o dimensionamento de estradas de mina da
pedreira sintrapel. No entanto, para a sua materialização vários métodos foram usados que facilitaram
na recolha de dados como é o caso da observação, interação com o planejador e operadores para a
obtenção de breves respostas, respostas que foram respondidas de forma clara e objetiva de forma
que o tema em destaque da autoria do estudante fosse possível.

Portanto a partir dos resultados obtidos chega-se a conclusão que a falta de estudo para
dimensionamento correto da principal via de acesso da pedreira sintrapel, não levou em consideração
os parâmetros ou critérios geométricos estabelecidos pelos autores, tanto para implantação de um
sistema de drenagem para facilitar o congestionamento de águas precipitadas, o que representa uma
défice para o empreendimento assim como anomalias para o desempenho das atividades da frota dos
equipamentos da pedreira Sintrapel. E com isto chega-se a concluir que a principal via na pedreira
sintrapel necessita de um redimensionamento correto, que atendam os parâmetros legais estabelecidos
pela Norma reguladora da mineração, com vista a eliminar os fatores que influenciam negativamente
na circulação, produtividade e segurança que visão criar possíveis acidentes a fim de melhorar a
circulação dos equipamentos e garantir um bom empreendimento para isto será necessário um
aumento de 4 metros de largura para a principal via como requisito mínimo, totalizando 12 metros.
Estabelecer um raio de curvatura que condiciona e proporciona melhor segurança e excelente
desempenho da frota dos equipamentos de transporte ao descrever nas curvas, este deve ser 18,92
metros, para que os equipamentos de transporte ao descrever as curvas não caiam material que possa
causar perigos iminentes.

Ainda existe a grande necessidade para a implantação de um sistema de drenagem, para se estabelecer
uma pequena inclinação da via de acesso de forma a conduzir a água das chuvas para as laterais da
via, seguindo de dreno nas laterais com a finalidade de evitar a degradação da via, contribuindo de
forma positiva para a vida útil do acesso principal e da frota dos equipamentos de transporte,
minimizando o tempo de manobra, custos de pneus, combustível, diminuir com as avarias e evitar
acidentes. E com esta melhoria certamente ira aumentar o desempenho das atividades e viabilizar um
bom empreendimento, isto é, benefícios desejados. Pós a taxa de produtividade é bastante afetada
devido a diversos fatores externos e externos, mas é bastante crucial a dependência dos equipamentos

26
que estes não se encontram em boas disponibilidades mecânicas devido a avarias frequentes que
resultam mau condicionamento da própria via. O que leva a não executar os ciclos planejados que
possa atender ao seu cronograma de produção, o que certamente leva a acreditar que a Pedreira
Sintrapel não possui rendimentos desejados porque o índice de diferença dos tempos de ciclo é muito
maior.

Do ponto de vista de saúde e segurança ocupacional, acessos de mina bem projetados propiciam
condições mais seguras aos operadores dos equipamentos que por elas transitam, também é crucial a
manutenção das vias de acesso que possa garantir melhor desempenho das macros atividades da
Pedreira Sintrapel. A empresa necessita arrecadar 3 equipamentos para garantir a saúde e segurança
dos trabalhadores e equipamentos, isto é uma motoniveladora, um compactador de cilindros e
obtenção de um camião pipa ou montagem de aspersores fixos nas extremidades das estradas para a
humidificação do pavimento, para evitar buracos, fissuras e poeira que criam insegurança a empresa.

Recomendações
Mediante as constatações verificadas no período da elaboração do presente trabalho, são deixadas as
seguintes recomendações:

Reajuste do dimensionamento estrutural da principal via de acesso na pedreira sintrapel para


uma largura de 12m conforme os critérios de dimensionamento, com vista a melhorar o
dimensionamento da via, garantir a segurança dos equipamentos e facilitar a circulação das
frotas de equipamentos;
Aumento do raio de curvatura para 18,92m com a finalidade de garantir a segurança e melhor
desempenho dos equipamentos de transporte ao descrever as curvas;
Proposta para a implementação de um sistema de drenagem, com a finalidade de: evitar a
acumulação de águas superficiais nas estradas, proporcionar estabilidade de maciço rochosos,
não causar erosão nas vias de acesso e facilidade de circulação em tempos chuvosos;
A pedreira sintrapel deve criar um sistema de manutenção de estradas de forma a conservar a
superfície de rolamento isenta de irregularidades, para minimizar os defeitos e,
consequentemente, reduzir os custos operacionais dos caminhões, assim como para prolongar
a vida útil da estrada e garantir bons desempenhos.
Obtenção de 3 equipamentos para se efetuar a manutenção da estrada (uma motoniveladora,
um compactador de cilindros e um camião pipa ou montagem de aspersores), com a finalidade
de garantir a vida útil da via e o desempenho das atividades.

27
Referencias bibliográfica
BRASIL, (2001). Departamento Nacional de Produção Mineral. Portaria 237. Normas
Reguladoras de Mineração. Distrito Federal: DNPM,

Brasil, (1999). Manual de projeto geométrico de rodovias rurais. Departamento Nacional de


Estradas de Rodagem. Rio de Janeiro: Brasil.

BARDIN, L. (1977). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições,

CERVO, A. L., & BERVIAN, P. A. (2002). Metodologia científica. (5.ª ed.). São Paulo: Prentice
Hall,

COUTINHO, H. L. (2017). Melhoria continua aplicada para carregamento e transporte na


operação de mina a céu aberto. Universidade Federal de Ouro Preto: ouro preto

CORRÊA, M.M. (2016). The loss of productivity and costs associated with the premature scrapping
of mining tires. Rio de Janeiro:World Mining Congress,

GENE KEARLEY, P. E., & McCALLISTER, L. (2000). Recommended Pratices Manual: A


guideline for maintenance and service of unpaved roads. Choctawatchee, Pea and Yellow Rivers
Watershed Management Authority – CPYRWMA: South Africa,

GIL, A. C. (1999). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. (5.ª ed.): São Paulo. Atlas,

GIL, Antônio Carlos. (2008). Como elaborar projetos de pesquisa. (4.ª ed.): São Paulo: Atlas,

GIL, Antônio Carlos. (2011). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. (6.ª ed.). São Paulo: Atlas,
INIR, (2010). Norma de traçado: Revisão. Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias. Portugal,

JUNIOR, W. S. F. (2014). Analise do desempenho dos operadores de equipamentos de mina e


simulação de cenários futuros de lavra – Estudo de caso (mina cada de pedra – Congonhas/MG).
Universidade Federal de Ouro Preto,

LUDKE & ANDRÉ (1986). Métodos e técnicas de pesquisa: Editora Atlas.

KAUFMAN, W. W., & AULT, J. C. (1977). Design of Surface Mine Haulage Roads – A Manual.
United States Department of the Interior, Information Circular 8758: United States,

KENNEDY, B. A. (1977). Surface Mining. Society for Mining, Metallurgy, and Exploration
(SME). Littleton: Colorado,

28
MALHOTRA et al,.(2005). Introdução a Pesquisa de Marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
MALHOTRA, N. (2001). Pesquisa de marketing. (3.ª ed.). Porto Alegre: Bookman,

MARCONI, M. A., & LAKATOS, E. M. (2003). Fundamentos de metodologia científica. (5ª): São
Paulo. Atlas.
OLIVEIRA, D. C. (2008). Analise de conteúdo temático-categorial – uma proposta de
sistematização. (16. ª ed.). Rio de Janeiro: UERJ,

OLIVEIRA, W. L., FERNANDES G. Et al. (2010). Manual de Drenagem em Minas de Minério de


Ferro. Ouro Preto,

Oliveira, J. F., Griebeler, N. P., Correchel, V., & Silva, V. C. (2009). Erodibilidade e tensão crítica
de cisalhamento em solos de estradas não pavimentadas. (13.ª Ed.). Revista Brasileira de Engenharia
Agrícola e Ambiental: Campina Grande,

RICARDO,H.R., & CATALANI, G. (2007). Manual prático de escavação. São


Paulo:Terraplenagem e Escavação de Rocha. (3.ª ed.) São Paulo: PINI,

SENAI (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL) (2013). Noções de


Desenvolvimento e Lavra de Minas (2012). Versão Online disponível em FIEMG:
ftp://ftp2.fiemg.com.br/CFP_Afonso_Greco/Apostilas/Operador de Mina/. Acesso em 01 de Agosto
de 2013,

SANTOS, D. S. O. (2018). Análise comparativa do método de alocação de caminhões em uma mina


de ouro a céu aberto. Universidade Federal da Bahia,

TA NNANT, D. D., & REGENSBURG, B. (2001). Guidelines for Mine Haul Road Design. Canada,

29
Anexos

Figura 1: ilustração de uma via estreita, sem bermas de proteção e sem um sistema de drenagem.

Fonte: Sintrapel, 2021

Figura 2: Medição da largura da principal via no terreno com 8m

Fonte: Sintrapel, 2021

30
Figura 3: Degradação no pavimento da via devido à falta de manutenção

Figura 4: camião articulado B25D, o maior veículo que trafega pela via

31
Figura 5: frota dos equipamentos em frente da lavra, mostrando que em outra faixa de rodagem tornasse bastante
estreita para o trafego.

32

Você também pode gostar