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Universidade Católica de Moçambique Saúde Familiar e Comunitária -2008

UCM Moçambique
Faculdade de Medicina
Saúde Familiar e
Comunitária
_____________________________

Mapeamento Geográfico e Social

do 2◦ Bairro de Chipangara – Inhamudima

Beira / Sofala — Moçambique

Inhamudima

Pesquisa realizada pelos estudantes do 1º ano de Medicina -2008

Supervisores: Dr. Angelos Luís da Costa (CIG-UCM),


Maria Isabel Ramos, Maria Augusta Pintos, Julia Tedesco,
Braunde Francisco Mechendura, Albino Geraldo estudante do 5o Ano, Dra.
Nerida Dexter.

Beira, Sofala, Moçambique


Junho 2008

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ÍNDICE

Página

1. INTRODUÇÃO 6
1.1 Metodologia 7
1.1.1Trabalho no Campo 8
1.1.2 Amostra 9
1.1.3 Tratamento de dados 9
1.1.4 Constrangimentos 10
2. CONTEXTO 10
3. OBJECTIVO 12
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO MAPEAMENTOS NAS UNIDADES 13
Unidade A
Unidade B
Unidade C
Unidade D
Unidade F
Unidade I
5. CONCLUSÕES 21
6. RECOMENDAÇÕES 23
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25
8. ANEXOS.
Tabelas
Fotos
Gráficos

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Agradecimentos

A equipa de pesquisa agradece sinceramente a todos os que, directa ou indirectamente,


contribuíram para que este estudo fosse possível, ao Sr. secretario do bairro Picardo. P. Sola, a
todos os representantes das unidades: A, B, C, D, F, I. Ao Dr. Angelos Luís da Costa ( CIG), A
Irmã Maria Augusta pelo esforço realizado na agilização durante a colecta e levantamento de
dados, Aos Sr. José Jacinto Banqwe, António Pereira de Barro, a todos os grupos focais que
contribuíram e facilitaram a recolha de informações para este estudo e todos aqueles que
estiveram envolvidos na recolha de dados especialmente os estudantes do 1 ano de Medicina.

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Acrónimos

INE Instituto Nacional de Estatística

CIG Centro de Sistemas de informação Geográfica

OMS Organização Mundial de Saúde

SFC Saúde Familiar e Comunitária

G.P.S Global Positioning System

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Inhamuidima 17 de Abril 2008

“A Nossa experiência de vida repete-se com frequência, o ensinamento de que o homem é o


sujeito do desenvolvimento, e é o responsável pelo seu próprio bem estar” ( João Carrilho -
2000.)

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1. INTRODUÇÃO

Este relatório apresenta os resultados do mapeamento participativo na área de saúde pública nas
unidades ( A,B,C,D,F,I ) do 2º bairro de Chipangara de Beira – Sofala / Moçambique assim
como o mapeamento social das mesmas unidades mencionadas.
Mapeamento participativo entende-se neste caso como um processo onde os membros da
comunidade participaram em cooperação com os estudantes do 1º ano de medicina da UCM, no
reconhecimento de sua área como sendo zonas de alto risco ambiental e/ou possíveis causadores
de doenças que prejudicam a saúde dos membros da desta comunidade.

A finalidade destes mapeamentos realizados pelos estudantes do 1o ano de medicina da UCM e


os membros das unidades é de que no futuro e durante o intercâmbio de experiências nas visitas
planificadas pelo gabinete de saúde familiar e comunitária, os membros da comunidade tomem
um papel mais activo e directo na solução dos seus próprios problemas. Este trabalho também vai
facilitar ao gabinete de SFe C e aos estudantes na planificação e programação das actividades
de controle de doenças nos grupos ou unidades homogéneas, segundo um determinado risco
assim como monitorar e avaliar as intervenções direccionadas.

O presente trabalho iniciou-se numa primeira fase sendo o mapeamento geográfico espacial
fazendo-se uso do GPS. Durante a análise da distribuição espacial de agravos, possibilitou
detectar as áreas com factores de risco para incidência de eventos mórbidos e mortalidade. É de
se salientar que o uso do GPS, facilitou a marcação de pontos como, áreas de risco e focos de
possíveis causadores de doenças como a malária, cólera etc. Também sublinhar que o uso do
GPS se insere no conceito de Geoprocessamento que, segundo MOURA 2003, o termo surgido
do processamento de dados georefenciados, significa um processo na gráfica ou representação da
terra. Não somente representar, mas também associar as áreas como informações relevantes para
prevenção de doenças.

Na segunda fase, os estudantes também realizaram um mapeamento social participativo. O estudo


é relevante por fornecer informações como a estrutura organizacional do bairro de Chipangara
assim como possibilita conhecer quem são as pessoas, instituições que eles consideram ser
importantes e relevantes ou de preferencia e de confiança durante a tomada de decisões nos
diferentes assuntos do dia a dia da comunidade. O intuito nesta pesquisa é de se reconhecer os
líderes tradicionais, curandeiros, profetas, lideres religiosos que tem influência na saúde dos
membros da comunidade.

Ainda mediante uma observação directa o que chamamos mapeamento de transito ( trajecto,)
tiveram a oportunidades, os estudantes, de observar directamente que locais eram mais seguros,
ou inseguros, poluído, com lixo, locais prováveis focos de mosquito, mercados, latrinas, locais de
entretenimento, escolas, igrejas, etc.

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Finalmente o trabalho realizado pelos estudantes em conjunto com a comunidade, podem ser de
extrema importância para uma boa programação durante o trabalho de SFC assim como os
estudantes poderão advogar em nome das unidades frente as autoridades locais na solução dos
problemas sócio- económicos que afecta o 2º bairro de Chipangara ( Inhamudima).

1.1 METODOLOGIA

A) Etapa I — Mapeamento Participativo usando o GPS.

O trabalho foi efectuado usando as seguintes metodologia:

o Entrevista ou conversa com a comunidade para auscultação sobre os riscos ambientais.


o Uso do GPS para marcação dos pontos ou áreas de àgua e saneamento, escolas,
mercados e serviços de saúde assim como focos de proliferação de doenças ( charcos,
terrenos pantanosos, fecalismo, locais de poluição sonora, e fecalismo ao céu aberto)
o Uso do mapa como base para orientação e marcação de aspectos importantes.
o Utilização de uma câmara digital para fotografar alguns aspectos salientes e relevantes
neste levantamento e mapeamento.
o O levantamento de dados será efectuado por 60 estudantes divididos em 6 grupos
cabendo cada grupo, uma única unidade Administrativa entre as quais as unidades A, B,
C, D, F e I.
o Cada grupo recolhe um dado registo ( mapas e formulários) numa folha bem legível para
facilitar a digitalização dos dados no computador por parte do departamento do CIG.
o O resultado do mapeamento será produzido ( pelo departamento técnico do CIG) um
mapa de cada unidade do 2º bairro de Chipangara ilustrando os locais de risco de saúde
pública bem como infra-estruturas sociais existentes na área de estudo.

B) Etapa 2 – Mapeamento Social Participativo

Neste estudo se realizaram vários tipos de mapeamento social participativo e são:


o Mapa de Transito ( trajecto)
o Calendários das épocas
o Diagrama de Venn
o Organigrama estrutural
o Mapa de recursos e oportunidade ( serviços e recursos).

A metodologia adaptada para este mapeamento baseou-se num estudo do tipo qualitativo que
facilitou aos estudantes a explorar profundamente e adquirir dados de diferentes fontes
( secretários das unidades, grupos focais, membros antigos e relevantes da comunidade ) procurar
detalhes suficientes assim como ao mesmo tempo através de uma observação directa
compreender melhor a situação social, económico e de saúde das unidades do bairro de
Inhamudima. O objectivo neste trabalho era de interpretar as palavras, frases dos diferentes
participantes durante o mapeamento social, resultando assim na compreensão por parte dos
estudantes e lideres das unidades, assim como os estudantes após análise obter e compreender a
riqueza das informações, profundidade e complexidade do fenómeno que acontece no bairro. Já

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que análise qualitativa é qualquer pesquisa que produz resultados sem usar análise estatística ou
outro tipo de quantificação ( Strauss & Corbim, 1990)

Optou-se numa pesquisa qualitativa, para dar uma oportunidade aos estudantes na recolha dos
dados, não só das entrevistas, porém também para tirarem fotos e usar os discursos dos
entrevistados para reafirmar o achado.
Quanto ao objectivo da pesquisa, foi escolhido o tipo exploratório que facilitaria a
familiarização com o problema e também facilitaria entrevistas usando técnicas de recolha de
dados como a chuva de ideias. Em alguns mapeamentos, usou-se também a pesquisa explicativa
com a finalidade de que os estudantes podessem compreender o que determina o fenómeno e as
razões das coisas do porque acontecem.

Concluindo estes dois tipos de mapeamento, visavam expôr aos estudantes do 1º ano de medicina
da UCM a uma visualização de como vivem as famílias de Inhamudima, a estrutura social, que
recursos tem ou que estão à sua disposição. O gabinete da saúde familiar, considera que á saúde
ou falta de saúde não somente seja um caso fisiológico porém tem uma inter-relação de outros
factores sócio- económicos, culturais etc e que estão interligados favorecendo ou diminuindo a
saúde dos membros das famílias no bairro.

1.1.1 Trabalho no campo

Para este trabalho de campo, se seleccionam seis unidades do bairro de Inhamudima , as unidades
A, B, C, D por serem unidades do bairro onde a universidade vem fazendo trabalhos por 8 anos
e as unidades F e I, unidades incluídas no programa, do plano deste 2008.
Na primeira fase do mapeamento que era o geográfico, os estudantes fizeram uso do GPS, após o
trenamento por parte do departamento da CIG – UCM, os estudantes se dividiram em 6 grupos e
trabalharam registando os pontos de acordo ao objectivo.

A técnica de mapeamento social especialmente o mapa de transito (trajecto), realizou em


coordenação com os lideres de cada unidade. Para tal, os estudantes formaram três subgrupos
para cada unidade obtendo-se 18 grupos; cada subgrupo, percorreu pelas diferentes ruas do
bairro e no final, os subgrupos de cada unidade reuniram-se e registaram numa ficha comum as
suas observações ( técnica qualitativa de observação do campo).

A pesquisa do mapeamento social

Diagrama de Venn: neste caso os estudantes em pequenos grupos reuniram-se em cada unidade
do bairro em coordenação com os secretários das unidades e quarteirões assim como com os
grupos focais escolhidos pelos lideres locais. Os estudantes explicaram o objectivo do Diagrama
de Venn, que demostra as institutos, organizações, e pessoas que afectam na toma de decisão na
comunidade ou unidade. Fazendo uso de círculos de diferentes tamanhos escreveram os nomes e
colocaram no papel ( círculo maior que representa a comunidade ) os círculos de acordo a
importância, significando quanto maior o circulo tem maior importância e influência na tomada
de decisão na comunidade ou grupo.

Calendário das Épocas: mediante dialogo participativo entre os estudantes e os grupos em cada
unidade, desenharam o calendário das épocas de doenças mais frequentes nas unidades. Os
estudantes explicaram em que consiste o trabalho, fazendo uso da técnica de chuva de ideias e /ou
mediante votação ou uso de pequenas estacas ou ainda levantando a mão para os meses em que as
doenças são mais frequentes, seguido de um dialogo participativo para verificar os meses e nomes
atribuídos às doenças.

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Mapa dos recursos: usando chuva de ideias mencionaram os recursos existentes no bairro,
escolheram um critério de avaliação como : recursos suficientes para todos e a satisfação com a
qualidade do que já existe; representaram com rostos tristes e alegres e por votação chegaram aos
resultados e que finalmente tiveram um tempo para discutir os resultados.

Mapa de serviços e Oportunidades: Os mesmos grupos após uma explicação, desenharam um


círculo que representa a comunidade, usaram chuva de ideias para mencionar os serviços e as
oportunidades de cada unidade. Estes, podiam mencionar quais são os serviços ou oportunidades
que existem dentro ou fora da unidade ou bairro de Inhamudima.
Seguidamente mencionaram quais eram os membros da familia que mais oportunidades tinham e
qual era a distância entre a sua vivenda e os serviços e oportunidades mencionadas.

Historia de Inhamudima: O secretário do bairro convidou os três residentes mais antigos da


comunidade, o intuito era de resgatar a história de como nasceu o bairro de inhamudima,
mediante um dialogo e reconhecimento de locais, fez-se uma retrospectiva da história do bairro
de inhamudima.

1.1.2 Amostras
A selecção das amostras teve como base convocatória feita aos membros das unidades pelo
secretário, o número de entrevistados foi diferente em cada unidade e flutuou durante o trabalho,
dado a entrada e saída dos participantes durante os trabalhos.
Em algumas unidades o número de entrevistados aparentemente é pouco relevante porém dado a
profundidade do estudo e número de vezes e técnicas usadas dá se a validade por ser considerado
um estudo do tipo qualitativo.

O número total de famílias residentes em todas as unidade do 2º bairro de Chipangara que tem 9
unidades são 6055 famílias que é composto de uma população de 13004 homens e 12288
mulheres portanto um total de 25292 habitantes. (INE-III recenseamento Geral da população e
habitação ,17 agosto 2007)

Amostra das Unidades durante o Mapeamento Social

Número de participantes ( grupo focal) Total Observação


Unidade A 201 - 15 NM
Unidade B 20 7H , 11M
Unidade C 20 - 18 NM
Unidade D 14 7H , 7M
Unidade F 18 - 15 NM
Unidade I 11 NM
Total de participantes 103 - 932
H: Homens M: Mulheres; NM não mencionam

1.1.3 Tratamento dos dados

1
saída de alguns por motivos desconhecidos.
2
total de entrevistados que permaneceram até o fim de todo o processo de mapeamento social.

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Os dados primários obtidos do mapeamento geográfico usando o GPS foram processados pela
CIG -UCM, assim como a análise dos resultados em conjunto com os secretários do bairro com a
finalidade de fazer correcções.
Os mapeamentos sociais foram analisados pelos grupos de estudantes que participaram em cada
unidade, onde estabeleceram formas de representar os resultados.

1.1.4. Constrangimentos

Cabe mencionar que o mapeamento foi realizado pelos estudantes do primeiro ano de medicina,
não obstante, apesar do esforço realizado do gabinete da saúde familiar e comunitária da UCM,
houve alguns constrangimentos durante o processo de trabalho no bairro.
Embora se tenha realizado formação para cada tipo de mapeamento, foi necessário retornar ao
campo para verificar e comparar os dados realizados com o uso de GPS e mapeamento de
transito, como é o caso de conferir o número de fontanárias, poços de cada unidade, assim como
os nomes dos representantes de cada quarteirão em cada unidade.
Durante o mapeamento social, alguns grupos tiveram que realizar num fim de semana dado que
os membros de uma unidade não estavam presentes no dia.

Outro constrangimento se deu com o número reduzido de pessoas que participaram, apesar de se
ter dado o comunicado a aproximadamente 20 indivíduos por unidade, a flutuação do número,
deveu-se a saída e entrada dos participantes, sendo que em alguns casos de se repetir e explicar
muitas vezes os tipos de mapeamento que estavam a se realizar . Porém, considera-se aceitável
por ser um estudo qualitativo e os grupos não sofreram nenhuma influência no mapeamento
social e pensa-se que seja por ser o primeiro do género em que estava a participar, por esta razão
as respostas foram expontâneas, profundas e honestas.

A amostra escolhida de número de entrevistados de acordo com um estudo quantitativo é


irrelevante, porém em termos qualitativos é válido por se ter usado mais de uma fonte de
pesquisa3 e a profundeza com que se interpretaram as respostas e observações. Pesquisa da área
de saúde como diz Turato (2003), releva que o “quantitativo”, relaciona-se à ideia de medição ia
“ Quanto ”? enquanto o “ qualitativos ”busca responder: “ qual “? qual tipo ”? Pode ser
interpretada a partir de um dialogo profundo com um grupo limitado ou interpretado através de
uma história de vida.

2. Contexto

O Bairro de Inhamudima faz parte do 2º. bairro de Chipangara, localizado na cidade de Beira
que é a segunda cidade de Moçambique, situada na região central da Província de sofala, onde o
Rio Púngué se encontra com o Oceano Índico. Tem uma população de aprox. 546,000 habitantes
no 20064 . Inhamudima é um dos bairros mais pobres da cidade que tem uma população de
25,292 habitantes ( INE: 17 de agosto de 2007 ).

O crescimento populacional de bairros como inhamudima aconteceu com o crescimento de


empresas desenvolvidas pela colónia portuguesa desde 1947 ate 1975. Uma das características da

3
Fontes de pesquisa qualitativo, mapeamento, usando o GPs, observação por vários grupos, dialogo com
lideres e grupos relevantes e fotos que demostram as evidencia.
4
http://en.wikipedia.org/wiki/Beira,_Mozambique

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cidade da Beira, foi o maior porto na região onde administrava a colónia portuguesa5 promovendo
migração populacionais provenientes de Zambézia e Inhambane.

Após a guerra civil continua o crescimento populacional em bairros como Inhamudima, ,


deslocando-se os trabalhadores das grandes empresas açucareiras como do Marromeu,
Mafambisse, e outras para zonas mais seguras como Beira. Também a maioria era proveniente da
Zambézia, e Inhambane.
Após o acordo geral da paz, de 1992 o crescimento populacional continua não só em busca de
melhores oportunidades de trabalho, porém também pode se dizer que a população estava a
procura de melhores oportunidades de educação para os filhos, realizar comércio informal, e
obter serviços de saúde.
De acordo a OMS, 50% da população vive nas cidades em paises em desenvolvimento, vivem a
maioria em extrema pobreza, com vivendas precárias, (....) e falta de serviços básicos como agua
e saneamento ( K .Martin, 2001). Alguns autores dão duas razões para o crescimento
populacional que são: O primeiro é devido a alta taxa de fertilidade e o segundo factor é “Push
and Pull factor”.
A taxa de crescimento da província de sofala é de 2.4 ( INE –2003 ) , a média de membros por
família em Inhamudima ë de 5.4 pessoas /família6 . que é parecido com os dados da população da
região de África. que é 2,4.

O factor” Push e Pull “ considera dos aspectos como de acodro a K. Martin:

a) porque as pessoas sãem do meio rural para o meio urbano?


• Não existe muita comida para alimentar suas famílias por causa de enchentes, secas, ou
outros desastres naturais.
No caso de Inhamudima seria talvez enchentes? e outros desastres ( opinião própria )

b) Pulled para a Cidade de acordo a K. Martim:


• pensam de que há mais oportunidade de trabalho, e que podem ganhar mais para a família
e eles próprios.
• provavelmente existe melhores serviços médicos, educação, lazeres.
• para os jovens existe a possibilidade de “ glamour ”status. etc.

Inhamudima é mais um bairro que está dentro destas afirmações mencionadas. Os serviços de
àgua e saneamento ainda estão precários especialmente o saneamento, existe um declínio dos
valores tradicionais, a máscara de religiões culturais e estilo de vida das famílias faz com que as
circunstâncias sejam mais estreantes às condições de vida.

As crianças geralmente são as mais vulneráveis já que a maioria dos adultos está a realizar
algum trabalho ( pequenos biscatos ), estas ficam praticamente sem cuidados dos adultos. O
alcoolismo é evidente assim como também é uma das formas de negócio comunitário ( uma
famílias fabrica bebidas tradicionais e a vizinhança contribui mediante o seu consumo ). Os
estudantes de UCM trabalham apoiando os doentes de HIV/Sida por ser um dos maiores
problemas do bairro através do programa de cuidado domiciliar com o nome do grupo Pabhodzi.

5
http://en.wikipedia.org/wiki/Beira,_Mozambique
6
Notas das fichas de saúde familiar e comunitária da UCM -2006.

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O programa de actividades dos estudantes de medicina da UCM da Saúde familiar e Comunitário


está baseado neste bairro de Inhamudima, um bairro em condições de evidente extrema pobreza e
vizinho da faculdade de medicina. Os estudantes vem realizando este apoio a comunidade por
aproximadamente oito anos, apoios estes em visitas familiares mensais, recolha de dados da
composição da família, dieta, saúde e saneamento do meio ( quintal da casa e vizinhança ), o
maior objectivo é conhecer a saúde da família e identificar os determinantes da saúde com a
finalidade de apoiar através de conselhos básicos de prevenção ou recomendar as famílias para os
centros de saúde mais próximas.
.
Os estudantes fazem pequenas actividades de desenvolvimento para este bairro, assim como
campanhas ilimitadas sobre a prevenção da malária, dentre outros. Cada estudante do 1º ano
adopta 3 famílias, uma maneira de apadrinhar, acompanham estas famílias por um espaço de 4
anos.
Esta pesquisa é relevante porque dá a oportunidade aos estudante do 1º ano de conhecer o local, e
prepara ao estudante para implementação de programas de saúde pública e pequenas actividades
de impacto.

3. Objectivos

O objectivo geral da pesquisa fazer um diagnóstico da comunidade, mediante um mapeamento


geográfico e social através da participação comunitária, com a finalidade de identificar as àreas
de grandes riscos ambientais, possíveis causadores de doenças, assim como apresentar às
instituições, à quem é de direito e considerados mais influentes na solução dos problemas sociais
no bairro, mas também verificar qual é a influência de: igrejas, lideres religiosos, curandeiros,
etc.

a) Os objectivos específicos do mapeamento participativo na área de saúde pública nas unidades


A, B, C, D, F, I do 2º Bairro de Chipangara.

Identificar e marcar com o GPS. o seguinte:

• focos de proliferação de doenças ( Charcos, terrenos pantanosos, fecalismo a céu a berto,


depósitos e acumulação de lixo, secagem de peixe, etc.)
• Indicar furos, poços ou fontenárias.
• Indicar as fontes de consumo de àgua.
• Indicar as latrinas melhoradas se é que existem.
• demarcar os centros de serviços de saúde e outros.
• indicar as escolas ou centros de educação.
• Indicar locais de poluição de àgua, do solo e sonoro7

b) Objectivos específicos do mapeamento social, calendário das épocas, recursos e


oportunidades, história do bairro de Inhamudima:
• Compreender acerca da organização de grupos activos no bairro de Inhamudima,
como são na óptica dos membros residentes e qual é a interacção que tem estes
influentes com a comunidade.

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cinemas locais, bares, centros de comercialização de bebidas tradicionais.

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• Estabelecer uma representação gráfica dos serviços e oportunidades de emprego, serviços


usados pelos membros da comunidade.
• Conhecer o bairro através de uma observação ( mapeamento de trajecto/transito )
participativa ( estudantes e lideres comunitários ).
• Avaliar a história de Inhamudima com os lideres mais antigos da comunidade, as
mudanças que tem acontecido para entender os problemas actuais.
• Avaliar o conceito dos membros da comunidade sobre a disponibilidade e qualidade de
recursos naturais de uso comum ( àgua, lenha, energia, etc.)
• realizar um calendário de épocas participativo acerca de quais doenças são mais
incidentes e em que épocas acontece com mais frequência.

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO MAPEAMENTOS NAS UNIDADES


Unidade A, B, C, D, F, I.
a) Calendário das épocas.
O resumo de todos os resultados realizados pelo estudantes se encontram nas tabelas :
Calendário das épocas : ( Tab1 –A, Tab 2-B, Tab 3- C: Tab 4 – D, Tab 5 – F, Tab 6-I ).

Neste gráfico se encontra um resumo de todas as unidades das doenças mais comuns e as
épocas mais frequentes que os participantes consideram.

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CALENDÁRIO DE ÉPOCAS DO BAIRRO DE INHAMUDIMA – 2008

Doenças Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Agos Set Out Nov Dez
Malária ** ** ** * * * * * * * ** **
Tosse ** * * ** ** ** ** * * * * *
DTS * * * * * * * * * * * *
TB ** * * * * * * ** ** * ** **
Pressão Alta * ** **
Sida ** * * * * * * * * * * **
Cólera ** ** ** **
Dor de Cabeça ** ** ** * * * * * ** ** * *
Desequilibrio Mental * * * * * *
Gravidez8 * * * ** ** ** ** * * * * **
Sarna ** ** ** * * * * * ** * *
Feridas ** ** * **
Diarreia ** ** ** ** ** **
Matequenha ( T. penetrans) ** ** ** **
Tinha ** ** ** ** **
Tensão ** ** * * * * * * * * ** **
Anemia ** ** ** ** ** **
Bilharziose ** **
Eczema ** ** ** **
Dores nas articulações * * * * * * * * * * * *
Lombrigas (NHOKA) * * * * * * * * * * * *
** Mais frequente * frequente

• Algumas unidades mencionaram o Sarampo, porem é duvidoso e por estar relacionado com
saúde publica não será analisado já que a Misau faz campanhas de prevenção que abrange o
bairro
• Queimaduras também são mencionadas , estas se dào mais em épocas de frio , não é muito
frequente.
• Asma é mencionada em algumas unidades, consideram que é mais drástico nos meses de Abril
a Julho. ( épocas consideradas de frio ).
• Problemas de visão, é mencionado nas unidade F, relacionam com conjuntivites , acreditam que
é frequente durante o ano porem com mais severidade nos meses de setembro e outubro?.
• Na unidade” C ” mencionam o estresse como sendo frequente durante todo o ano.

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gravidez: não é uma doença diz estar relacionado com a saúde da mulher e tem uma época mais
frequente como eles mencionam.

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• Dores de ouvidos ( otites ) é mencionado somente na unidade I

b) Diagrama de Venn

A análise de cada unidade está nas tabelas diagrama de Venn: Tab 7- A, Tab8 -B, Tab 9- C,
Tab10 - D, Tab 11- F, Tab 12- I .

É necessário ressaltar alguns constrangimentos e particularidades do diagrama ao analisar-se


para o bairro de Inhamudima.
• Em algumas unidades o secretário é mencionado como o mais relevante, existe alguma
influência negativa nos resultados, por causa da presença do mesmo durante a pesquisa.
• O profeta, curandeiros e os centros de saúde tem as mesmas relevâncias em termos
procura para resolver seus problemas relacionados com a saúde.9.
• Associação de mulheres foi mencionado na Unidade B como tendo um papel
fundamental na solução dos problemas relativos a infidelidade, partos e outros. Ainda é
mencionam como pouco relevante comparado ao secretário?.
• Na unidade C mencionam parteiras tradicionais e a polícia comunitária, embora seja
menor a sua influência.
• Curandeiros e UCM é mencionado com frequência como sendo relevantes na unidade D
• O moinho e curandeiros tem mais influência na unidade F.
• Resumindo em termos de saúde o curandeiro ou médico tradicional é mencionado com
frequência em todas as unidades.

c) Mapa dos Serviços e Oportunidade

Os resultados de cada Unidade se encontram nas Tabelas de Serviços e oportunidades das


unidades: Tab 13- A, Tab 14-B, Tab 15- C, Tab 16 -D, Tab 17 -F, Tab 18 –I.

Algumas particularidades ao bairro a ser mencionadas:

• Na unidade A poucos serviços e oportunidades existe, a maioria dos membros do bairro


faz pequenos biscatos10 mencionam venda de carvão, bolachas, àgua gelada, bolinhos
feitos em casa, bebidas alcoólicas caseiras como o nipa I, nipa II, “ Motocose ” 11 , “
Nchembwe ”12, “ Cabanga ”13, “ Mucodo ”14.
• Chacuchana, ( tentação,gin, etc ) estes são álcoois puros e contaminados.
• Comercialização de vegetais da época, venda de peixe camarão ( pequenos ), etc.
• Na unidade B mencionam que tem oportunidades de trabalhar nas barbearias, cinemas
locais, alfaiatarias , pequenos mercados e no posto de saúde.

9
Mistura de crenças culturais na procura de solução dos seus problemas de saúde, relaciona a doença com
alguma vingança, divida do seu antepassado ou vizinho, assim como maldade espirituais, o ultimo recurso
no caso de doença é os centros de saúde ou hospital. o que se chama de sincretismo
10
Biscates; pequenos negócios fora ou perto da casa, o retorno é muito baixo,
11
Motocose: Mergulham o farelo de milho , coam e bebem após fermentação.
12
Nchembwe : agua de milho após lavar o milho, deixam fermentar a agua.
13
Cabanga : Cozinha o farelo de milho em tambores, deixa fermentar, porem se Passar mais de 3 a 4 dias
fica amargo .Preços pode ser 1.5MT a 1.0MT / lata ( coca-cola )
14
Mucodo : ë o resto do cabanga, sabor amargo, é redestilado e o preço é menor.

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• Fora da unidade existe oportunidade como na padaria de Ponta gêa, comercializar no


bazar do Maquinino, cultivo de arroz e outras culturas ( machambas ) na zona do
aeroporto e as pessoas de unidade B tem machambas no Estoril.
• Muitos grupos mencionaram que tem como fonte principal a pesca, e comercialização no
maquinino realizado principalmente pelos homens, seguido dos pequenos biscatos sendo
realizada pelas mulheres e crianças.
• Os recursos acessíveis são as escolas ex. escola de Palmeiras, Policia comunitárias,
transporte ( Chapa ) é acessível todos os dias nos horários de 4.a.m até 6 a.m paragem o
mercado de Maquinino. Os pontos de chapa no Inhamudima está no meccado central de
Inhamudima, posto de saúde deDorcas Aid, escola de Palmeiras II. e igreja universal .
• Hospital central, hospital de Ponta Geia, hospital do Goto, hospital de Macurungo, posto
de saúde de Dorcas Aid, relativamente ao alcance da população de Inhamudima.

d) Recursos no bairro de Inhamudima

Carbao
Unidade A recursois Carbao
Agua Unidade B recursos
Energia Agua
Areia
Machambas Energia
Bambu
Areia
petroleo
animais domesticos
Machambas
Fontenaria
Mat. Constr. Bambu
Terreno
Lenha petroleo

Ver Tab 19-A, Tab,20 –B, Tab21-C, Tab 22 –D, Tab 23 –F, Tab 24 -I animais
domesticos
Carbao
Unidade C recursos Carbao D

Agua Agua

Energia Energia

Areia Areia

Machambas Machambas

Bambu Bambu

petroleo petroleo

animais animais
domesticos domesticos
Carbao
unidade f recursos Carbao Unidade I recursos

Agua
Agua
Energia
Energia
Areia
Areia
Machambas
Machambas
Bambu

Bambu
petroleo

petroleo animais
domesticos

16
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Todas as unidades mencionam que há falta de terreno para construção.


Quanto a qualidade de todos os recursos não estão muito satisfeitos. Ver as tabelas ( 13-18).

e) Mapa do Transito ( trajecto )

Resultados deste mapeamento, para dar uma melhor informação nesta análise se fará uma
mistura de recolha de dados realizados durante esta pesquisa.

Recolha de dados –Métodos usados /Pesquisa –Inhamudima 2008

Dados de Informação do Pesquisa Mapa de Dialogo Informação com


agregado secretario do transito ( Comunidade lideres, locais, pess.
familiar bairro trajecto) chaves comunidade
Numero de M: 13.004 Muitas A maioria Muitas famílias
população F: 112,288 pessoas hospedes responsáveis pelos
Total 25.292 /vivenda familiares + filhos dos familiares
Habitantes15 filhos falecidos, Muitas
mães solteiras

Análise Económico - Métodos de recolha realizados durante a pesquisa

Económico Pesq Mapeam Mape Discus Entrevsist


uisa ento de amen ao com a com
16
transito ( to a grupo
trajecto) GPS Comun focal nas
idade unidades
- Casas pequenas em média 2 quartos. a
maioria esta construídos precariamente ( X X X X
foto 1 ). “Pau pique17”, chão de terra
batida, em alguns casos misturam ligeira
com área, terra e cimento.
Os tetos são de chapas de Zinco, alguns
casos só colocam plástico.

- A maior ocupação dos homens é pesca,


comércio e outras actividades informais X X X X
“Biscatos”. As mulheres comércio de
carvão (Foto 2), bebidas tradicionais,
bolinhos na machamba e negócio de areia.

- observou-se que algumas famílias


possuem TV, existe cinemas de construção X X X(cine X X
local e precários, a maioria com cobertura e mas
parede de esteiras. (Fotos 3)
- Alguns são proprietários de mais de uma

15
INE : III recenseamento geral da população e habitação 2007
16
Pesquisa : literária, dialogo com Sr. Braunde da medicina verde da UCM.
17
Pau pique: a parede é construída com bamboo e entre os bambus é colocado pedras seguida de u processo
que cham de “ Maticar” ( Rebocar) com uma mistura de area, terra e cimento, logo é aplicado o reboque
final com cimento e pintam ( ultimo reboque e pintar são poucos os que realizam).

17
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casa e alugam.

Social:
- Existe lideres formais e informais que X X X
decidem no Bairro ( Ver o Anexo
Organigrama)
- Existe locais de comercialização de
bebidas alcoólicas, casas de comércio de X X X X
bebidas tradicionais18 Ver Foto 4
Meio ambiente
- Densidade populacional elevado, muitas
pessoas numa vivenda 5.4 pess/fam X X X
ÁGUA:19
- Existe fontenária, àgua canalizada nas
casas ( poucos ), a qualidade nem sempre ë
boa, rotura de canalização, perca de àgua X X X X
observada nas fontenária,
- Àgua de poços abertos usam para lavar
roupa e tomar banho, a maioria esta perto
de uma latrina, lençol freatico contaminado X X X
com fezes e outro. Ver Foto 5
- A maioria tem energia eléctrica em casa e X X X
está um pouco satisfeito.

Agua , canalização protegida: Valetas, e


poucos canais de drenagem de àgua de
chuvas poucos, a maioria esta descoberto (
focos de mosquitos ) não há manutenção X X X X X
frequente, ao redor das fontenárias existe
acúmulo de agua ( focos de mosquitos e
outras vectores de doenças )

( Cont ). Meio ambiente Pesqu Mapea Mape Discusa Entrevsis


isa mento ament o com a ta com
de o Comuni grupo
ransito ( GPS dade focal nas
trajecto unidades
)
- Zonas encharcadas e com matope em todo o bairro, X X X X
falta de boa drenagem em alguns pontos das
fontenárias.
- Existem casas de banho e latrinas familiares porem
sem um bom reservatório falta de serviços de
drenagem, fezes transbordando, defecação a céu X X X
aberto. X
- Crianças defecam nos quintais, mulheres geralmente

18
Nipa, e outro
19
Agua: verificar no organigrama

18
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defecam a céu aberto nas zona abertas da vizinhança. X X X

Lixo / zonas de recolha


- Poucas zonas fixas e poucos tambores de lixo, a X X X
maioria deita o lixo nas estradas como uma forma de
aterro, Ver foto 6 poucos queimam, o lixo enterrado é
uma mistura de metal, restos vegetais e animais, vidro,
plástico, etc.
Estradas existe algumas estadas , tem energia eléctrica X X X X X
- Existe escolas publicas, posto de saúde, ONG’s,
porem nao tem nenhuma creche ou escola pre- escolar
para crianças menos.

X X X X

Problemas de Saúde
- A maioria dos problemas esta mencionado no X X X
Calendário das épocas
Higiene Pessoal:
- Pouca importância lhe dão as mães para lavar as X X X
mãos as crianças antes de tomar os alimento.

-A maior parte da comida comercializada é X X X X


descoberto, com incidencia de moscas etc. poucos tem
gabetas ou contentores de armazenanto para os
produsctos comercializados.
X X
- Crianças e adultos tomam banho com agua dos
poços abertos ( provavelmente contaminados com
fezes e outros.)
Servicos de saude: dados no organigrama X X X
Médicos tradicionais e profetas são relevantes20
Profetas21
Outros cuidados de saúde
- / HIV?SIDA grupo Pabodzi (estudantes da UCM X X X
apoio a cuidado domiciliar
- programas/ nutrição para crianças, nos posto de
saúde e em outros casos como adm de Vitamina A, X X X
usam os escritórios do secretario do bairro e posto de
saúde Dorcas Aid.

f) Historia de Inhamudima

O estudo do perfil Histórico do 2º bairro de Chipangara – Inhamudima contribui para que os


estudantes possam compreender a situação actual do bairro.

20
Medicos tradicionais: curandeiro cura, usa plantas medicinais, Curandeiro homem é chamado de
Muanalume Mbezi , curandeira mulher : Muanacadzi mbezi ou mbezi + curandeiro pode ser chamado
também Chiremba. Curandeiro é diferente de feiticeiro ( Murrói).
21
Profetas: não cura , tem visões , esclarece através do uso de de materiais como pedras especais, espelho,
livros ( como a bíblia, e outros livro religiosos), geralmente indica e localizar o problema.

19
Universidade Católica de Moçambique Saúde Familiar e Comunitária -2008

A equipa de saúde familiar e comunitária ( COORD. Irmã Maria Augusta ) obteve informações
do Secretário do bairro Sr. Picardo P. Sola, que por sua vez convocou os mais antigos residentes
do birro, como o Sr. Jacinto José Damião nascido no 1938, natural de Inhamudima; O Sr. António
Joaquim vale ( 1936 ), Sr. Pereira de Barro nascido no 1928;

“Antigamente se vivia bem, nosso salário era 200 o que dava para ter vida feliz, os jovens
respeitavam aos mais velhos, não tinha luz e agua, fazíamos machambas de arroz no
Inhamudima, alguns usavam canoas para chegar num outro bairro, dormia-se bem, pois não
tínhamos tantos gatunos ( ladrões ), ainda gosto de viver cá......”( anonimo)

INHAMUDIMA
O que significa Inhamudima?: Há duas afirmações que foram mencionados pelos
residentes mais antigos e a população do bairro.
1. Inhamudima significa “Muitos de Poços” o termo NDIMA em Ndáu significa Poços.
Os moradores mais antigos pensam que seus antepassados deram este nome porque o
local era rodeado por dois rios onde crescia Mangais ( Mupege), cada vivenda estava
cercado por um pantanal, as famílias para lavar a roupa, e consumo abriam poços nos
quintais eram só buracos ou colocavam barril de vinho para reter o solo. Os habitantes
emigrantes chineses construíam também poços de manilha que até o momento existem.
O nome provavelmente estava relacionado com polaridade de poços que existia ,no
bairro.
2. outra afirmação é que o bairro inicio-se com a população emigrante do sul que eram
os Manhambanes ( Inhabanes) que falavam a ligua Ndáu , esta população , tinha por
costume escovar os dentes com “Mudima” (em Ndau) em sena estes pauzinhos
tradicionais é conhecido por Mulala. acreditam por isto que o bairro foi chamado de
Ihamudima.

Da Pesquisa: : Início a ser população do bairro de Inhamudima

20
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1922 inicia a ser habitado cultura


chinesa,

emigrantes chineses, comerciantes introduzem: Casa pau pique e


teto de zinco Petromax para luz e fogão de petróleo, 1950-1975 foto
7 Mabazarutos, Manhambanes

caminhos de ferro aumentam mão de


obra
Inhambanes chuabos, etc. 1950

Guerra civil inicio de comerciantes no


Chungamoio aumenta a população : 1976- 1992
Guerra: refugiados de Marromeu, luabo,
Mafambisse

5. Conclusão

5.1. Calendário de épocas

A partir dos dados mencionados pelos grupos que participaram no diálogo participativo ao
realizar o calendário das épocas, identificaram as doenças, mencionaram e relacionaram os
meses como sendo épocas.

Época de Chuvas : Janeiro, fevereiro, Março, Novembro.

Época de Seca ( Quente ): , Agosto, Setembro, Outubro

Época de frio :, Abril, Maio Junho, Julho

Verificar os gráficos A 1 e A 2 gráficos relacionados com época da falta de alimentos que


podem estar relacionadas com algumas doenças, como a malnutrição..

A1)

Oct Nov Dec Jan Feb March April


May June July Aug Sept

Hungry months

Adapted from FEWSNET

21
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A2) Este gráfico está relacionado com a segurança alimentar, porém explica as épocas de
chuvas, enchentes, épocas de trabalho com a preparação de machambas, onde as mulheres tem as
maiores tarefas, etc.
Com estes gráficos há intenção de demostrar que as épocas mencionadas pelos grupos no bairro
do inhamudima não se diferem muito destes gráficos mencionados por outro autores.

FEWS NET Mozambique


Tel: +258 21 460588 or 21461872
mind@fews.net
Mozambique Food security 2008-06-11

Quanto as doenças, podem se observar uma similaridade em todas as unidades. Ver tabelas das
Unidades.

5.2. Diagrama de venn

• Existe certa influência dos secretários durante o dialogo participativo, razão pela qual
aparecerem como sendo as pessoas mais influentes.
• Os curandeiros e profetas ocupam um lugar proeminente na tomada de decisão a respeito
a saúde, e outras decisões tomadas pelos membros da comunidades, centros de saúde é a
segunda opção.
• A UCM ainda está num processo de ocupar um espaço na comunidade, porem na
Unidade D tem grande influência.
• Varias igrejas ( Ver no Organigrama ) encontradas em cada unidade demostra que tem
muita influência na vida dos membros da comunidade do bairro.

5.3. Serviços e oportunidade

• Pouca oportunidade de trabalho, a maioria se dedica ao trabalho informal.

22
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• não existe no bairro associações que protejam ou financiam e protejam as suas


actividades como a pesca.
• Existe muita oportunidade de recursos de saúde como centros de saúde, hospital central
e posto de saúde Dorcas Aid. Algumas Unidades reclamam o nível de atendimento.
• Em épocas de incidência de cólera grupo de distribuição de cloro realizam campanhas e
distribuem gratuitamente o Cloro, porém a população faz pouco uso do mesmo ou
utiliza para lavar a roupa ( informação dos próprios grupos que participaram na pesquisa
participativa ).
• Serviço de saneamento precários, não existe uma maneira de esvaziar os contentores das
latrinas existentes nas vivendas.
• Balneários públicos são irrelevantes para uma população como é o caso do bairro de
Inhamudima.
• Contentores de lixo também insuficientes, o que prejudica o meio ambiente e saúde da
população.

5.4. Recursos

• Em termos de disponibilidade de àgua existem várias fontenárias, existe um ligeiro


aumento de rede de àgua domiciliárias ( estes vendem àgua ),. o preço de 5lts de àgua
nos pontos das fontenária.
• Lenha e carvão a disposição, os preços flutuam entre 2.5MtT e 5 MT, por molho de
cavalo ( grupo) Foto - 8
• A areia é usada para comercialização, transformando-se um dos grandes problemas de
meio ambiente, já que a população retira a areia da praia vizinha e comercializada a
preços que flutuam entre 10MT a 20MT /balde de 10lt.

5.6. Diagrama estrutural

• os lideres tradicionais não foram mencionadas ,porem se acredita que tem grande
influencia em algumas unidades. Ver o Organigrama.

6. Recomendações

As recomendações sugeridas pelos estudantes são as seguintes:

• Melhorar o atendimento nos postos de saúde ( Dorcas Aid ).


• Melhorar a situação de saneamento.
• Reforçar o número de policias no bairro.
• Ao Conselho Municipal em coordenação com FIPAG melhorar e implementar mais
pontos de àgua canalizada, mais fontenárias,
• Aumentar o número de balneários públicos.
• A direcção de educação: Aumentar a rede de escolas completas.
• Ao conselho municipal: aumentar o número de contentores de lixo, construção de latrinas
melhoradas e sistema de recolha,
• recolha e vacinação de cães vadios.

23
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• Os estudantes de saúde familiar e comunitária deveriam dar maior atenção ao problema


de saneamento e educação sanitária., assim como tentar advogar ao conselho municipal
para eliminar os pontos de foco de doenças ( melhor drenagem das unidades, e cobertura
das valetas ).
• Ao conselho municipal : Organizar as residências, reordenando-as, boa segurança para a
população, construção de um mercado no bairro, implementar um sistema de recolha de
lixo, acção social mais articulável.
• Saneamento: Melhorar as valas de drenagem nas unidades, aumentar contentores para a
deposição de lixo, eliminar os pontos e focos de àgua estagnada.
• Eliminar o fecalismo a céu aberto, promover o “ método de gato ”
• Arborização das zonas com plantas que requerem muita àgua.
• Promover o uso de redes mosquiteiras.
• Campanhas de pulverização.
• Controlo das casas de cinemas onde projectam filmes que não é adequado para menores
de idade.

24
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7. Bibliografia

1. Instituto Nacional de Estatística, Moçambique Inquérito Demográfico e de Saúde 2003,


Measure DHS+/ORC Macro, Maputo, Moçambique, Junho 2005.
2. Directiva sobre reconhecimento da ärea de Saúde, Ministério de Saúde , DNPeC,
Departamento de informática e estatística, Maputo, Setembro 2005
3. Minayo.M, Quantitativo – Qualitativo: Oposição ou Complementaridade?, cad, saúde Publ, rio
de janeiro, 9(3): 239 -262, jul/set, 1993.
4.Rifkin.. S & Pridmore.. P, Parteners in planning , information, participation and empowerment,
macmillan-africa, Malaysia, 2001, pgs 60-82.
5. Entrevista com o Sr. Braunde ( Trabalhador da UCM – Medina verde) , morador do bairro de
Inhamudima, Março 2008
6- entrevista com os moradores mais antigos da comunidade, sr. João Sebastião Peter, Sr. Jacinto
jose damião, Sr. Armando Joaquin Vale. (fotos)
7. Dunduro.S, Beira Mar 19,03,2007. www.http://desenvolvimento – da- cultura html <
6/5/2008>.

25
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Lista dos Estudantes representantes dos Grupos de Pesquisa

Unidade Nome

A Cuamba O. C. Rafael

B Hélio B. R. Mucavele

C Ligório Alexandre

D Arsénio da Neves Vidigal

F Vânia C. J. Faquisso

I Fábio O. A. S. Lizardo

26
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Unidade D

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Unidade D

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Unidade D

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Tab 4 - D

30
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Tab 5 - F

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Agos Set Out Nov Dez
Malária 6 1 6
Tosse 2 2
DTS 3 3 3

TB
Pressão Alta 2 1 1 2 2
Sida
Cólera 4 1 4
Dor de Cabeça 1 1 1
Desequilibrio Mental
Gravidez 1 1 2 1
Sarna 4 5 2 2 2
Feridas 3
Diarreia 4 4

31
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Tab

32
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Unidade F

Recursos Quantidade Qualidade

Água

Carvão

Energia

Petróleo

Caniço

Areia

33
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Unidade F

34
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FOTOS da pesquisa do 2º bairro de Chipangara _ Inhamudima 2008

Foto 1 CASA PAU –PIQUE Foto 2 Bebida tradicional - Cabanga


DO BAIRRO DE INHAMUDIMA

Foto 3 Cinemas locais{ 1.0MT filmes Foto 5 Latrinas / problema de saúde publica
e 0.5MT novelas e series) crianças e
adultos.

35
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Foto 8 Venda de lenha e carvão

Foto 6 Lixo nas ruas, falta


contentores

Foto 7 Casa mais antiga do bairro Moradores mais Antigos do bairro


Casa Maky ( madeira e Zinco) Sr. Jacinto e Sr. João

36
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Foto : Durante o mapeamento 2008 Sr. David Simango Conselho Executivo


Irma Donata – Apresentação da pesquisa

Sinceros agradecimentos pela participação


Secretários e representantes de S Fe C 2008

37
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Igreja

Polícia
Comunitária
Parteiras
Locais

SECRETÁRIO

Hospital Escola

38
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MERCADO

MAQUININO
(45 min)

ESCOLA Escola Secundária da


1 hora
S.M. Machel
(PIONEIROS)
(“Chapa-cem”)

PESCA: Organização
Das Palmeiras II 30 min
Igrejas:
CINE
Zion e IURD
- BIBO
UNIDADE “C” – Escola Primáira
INHAMUDIMA da Igreja Ass.
de Deus
5 bancas
UCM Polícia ARROZAL -no Estoril
20 min Comunitária M. tradicionais (1:30 H)
Profetas
Parteiras
tradiciona

45 min Machamba de
milho (Longe)
- 3 a 1 semana
MOAGEM
Mercado (Unidade “D”) (5 min)
HCB Posto de Saúde – (10 min.)
Unidade “D” (10 min)

39
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Tab 3 - C

Doenças J F M A M J J A S O N D

Meses
Malária 15 15 15 5 5 0 0 5 5 15 15 15
Tosse 15 0 0 0 5 15 15 15 5 0 0 0
Cefaleia 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
DTS 5 5 5 5 15 15 15 5 5 5 5 5
TB 15 5 5 5 5 15 15 15 5 5 5 5
Diarreia 15 15 15 5 5 5 5 5 5 5 15 15
P. Alta 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Febre 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Feridas 15 15 15 5 0 0 0 0 15 15 15 15
SIDA 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Stress 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
D.Mental 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Gravidez 5 5 5 5 5 5 5 5 15 15 15 15

L EG E N D A :
0-INCIDÊNCIA NULA
5-FRACA INCIDÊNCIA
15-ALTA INCIDÊNCIA

40
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Tab 3 - C

QUANTIDADE QUALIDADE
RECUROS Suficeinte p/Todos Insuficiente Boa Mã
Água ☺  ☺☺☺ 
Carvão ☺  ☺☺☺ 
Luz ☺  ☺ 
Lenha ☺☺☺  ☺ 
Terreno ☺  ☺ 
Animais     
(Pastagem) Não há criação de Animais
Machamba ☺  ☺☺☺ 
Material para ☺  ☺☺☺ 
Construções

L
E
G
E
N
D
A


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su
fic
ie

41

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