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DOS SOLOS
Cleber
Floriano
Classificação dos solos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Compreender a importância da classificação segundo a caracte-
rização física.
Conhecer as principais classificações de solo.
Aprender a classificação unificada e a rodoviária.
Introdução
Você sabe por que a engenharia passou a utilizar as classificações
de solos?
Os solos orgânicos são muito compressíveis. Durante uma investi-
gação ou escavação em campo, nota-se a presença destes solos ge-
ralmente em áreas alagadiças, e a presença de odores e cor escura é
muito característica.
Neste texto, você vai entender por qual motivo a engenharia pas-
sou a utilizar as classificações de solos e as classificações mais utiliza-
das na geotecnia. Entenderá também como podemos obtê-las.
solos grossos;
solos finos; e
altamente orgânicos.
Cada tipo de solo recebe uma simbologia que representa seu nome. Cada
grupo recebe duas letras, onde a primeira letra é uma das subdivisões ligada
ao tipo de solo, e a segunda letra, às características granulométricas e à plas-
ticidade. Como a origem do sistema foi publicado na língua inglesa, as letras
correspondem a palavra em inglês. Assim, representa-se as nomenclaturas
como apresentado na Tabela 1.
Significado
Símbolo
Inglês português
S Sand Areia
C Clay Argila
Pt Peat Turfa
Fonte: Brasil (2006).
CH Argilas inorgânicas de
alta plasticidade
Podemos classificar os solos também pela sua origem: residual ou transportado; nos
solos residuais existe uma classificação identificando horizontes de evolução. Sabe-se
que uma classificação às vezes ocorre regionalmente. Nem sempre as classificações clás-
sicas são levadas à risca. Pinto (2002) cita o caso de engenheiros de fundações como um
grupo que pouco utiliza essas classificações. A resposta à solicitação e os mecanismos
de interação solo-estrutura nessas situações acabam se destacando e se tornam conhe-
cimentos regionalizados. Nesses casos e alguns outros, às vezes, não há necessidade das
classificações de materiais sob o ponto de vista que estamos observando nesta aula.
Solos de Pedregulhos: Pedregulhos Grãos cobrindo toda a escala de granu- GW Pedregulhos bem gradu-
granalação Mais da puros lação com quantidade substancial de ados, misturas de areia e
grossa: metade da (pouco ou todas as partículas intermediárias. pedregulho com pouco
Mais da gração gros- nenhum fino) ou nenhum fino.
metade é seira e maior
Predominância de um tamanho de GP Pedregulhos mal gra-
maior que a que a # nº 10
grão ou graduação falhada (ausência duados, misturas de
abertura da
de alguns tamanhos de grão). pedregulho e areia com
peneira de
pouco ou nenhum fino.
malha nº 40
Pedregulhos Finos não plásticos (ML ou MH). GF Pedregulhos siltosos, mis-
com finos turas de pedregulho, areia
(apreciável e silte mal graduados.
quantidade
Finos plásticos (CL ou CH) GC Pedregulhos argilosos,
de finos)
misturas de pedregulho, areia
e argila bem graduados.
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Areias: Areias puras Grãos cobrindo toda a escala de granu- SW Areias bem graduadas,
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Mais que (pouco ou lação com quantidade substancial de areias pedregulhosas, com
metade da nenhum fino) todas as partículas intermediárias. pouco ou nenhum fino.
fração gros-
Predominância de um grão SP Areias mal graduadas,
seira menor
ou graduação falhada areias pedregulhosas, com
que a # nº 10
pouco ou nenhum fino.
Areia com Finos não plásticos (ML ou MH). SF Areias siltosas, misturas mal
finos graduadas de areia e silte.
(apreciável
Finos plásticos (CL ou CH ou OH) SC Areias argilosas, misturas bem
quantidade
graduadas de areia e argila.
de finos)
Solos de Processo de identificação executado sobre a fração < # nº 40 A abertura da malha # nº 200 cor-
granalação responde aproximadamente à
fina: Ensaio expedito Resistência Dilatância RIgidez menor partícula visível a olho nu.
Mais que a a seco (dilação) (consistência
metade é (esmagamento na proximi-
menor que pelos dedos) dade do LP)
a abertura
Siltes e argilas Nenhuma a Rápida a Nenhuma ML Siltes inorgânicos e areias
de malha
Limite de liquidez pequena lenta muito finas, alteração
da # 200
menor que 50 de rocha, areias finas, sil-
tosas ou argilosas com
pequena plasticidade.
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Processo para identificação no campo Grupo Designação característica
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Média a Nenhuma a Média CL Argilas inorgânicas de baixa e
elevada muito lenta média plasticidade, argilas pe-
dregulhosas, argilas arenosas,
argilas siltosas, argilas magras.
Turfas Facilmente identificáveis pela cor, cheiro, po- Pt Solos com elevado teor
rosidade e frequência pela textura fibrosa. de matéria orgânica
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Onde:
Muitas vezes essas classificações de solos devem serem utilizadas com cautela, pois são
obtidas com base nos solos amolgados e remoldados, ou seja, as amostras coletadas
para tais finalidades não têm o intuito de manter a estrutura original do solo, mesmo
porque os ensaios de caracterização não exigem tal critério. Assim, em alguns casos,
à exemplo dos solos colapsáveis, que sofrem significativa redução de volume quando
umedecido in loco, não serão detectáveis observando somente a classificação.
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Tabela 4. Critério do Sistema de Classificação TRB.
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Classificação geral Materiais granulares 35% (ou menos) passando na peneira Nº 200 Materiais silto - argilosos
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7181:1984: solo - análise gra-
nulométrica. Rio de Janeiro: ABNT, 1988. Versão corrigida.
ASTM INTERNATIONAL. ASTM D 2487: standard practice for classification of soils for engi-
neering purposes (unified soil classification system). West Conshohocken: ASTM, 2006.
PINTO, C. S. Curso básico de mecânica dos solos em 16 aulas. 2. ed. São Paulo: Oficina de
Textos, 2012.
VARGAS, M. Introdução à mecânica dos solos. Porto Alegre: McGraw-Hill do Brasil; São
Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1977.
Leitura recomendada
PINTO, C. S. Curso básico de mecânica dos solos em 16 aulas. 2. ed. São Paulo: Oficina de
Textos, 2012.