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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE MANICA

DIVISÃO DE AGRICULTURA
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Projecto de licenciatura

Avaliação do Desempenho de Índices de Perigo de Incêndios florestais no Jardim


Botânico do Instituto Superior Politécnico de Manica.

Autor:
Francisco Francisco Sacur

Supervisora:

Engª. Alba de Almeida - MSc.

Matsinho
2018
Francisco Francisco Sacur

Avaliação do Desempenho de Índices de Perigo de Incêndios florestais no Jardim


Botânico do Instituto Superior Politécnico de Manica.

Monografia apresentada ao curso de Engenharia


Florestal do Instituto Superior Politécnico de Manica,
sob orientação da Engª. Alba de Almeida - MSc., como
Requisito parcial para a obtenção do Grau de
licenciamento em Engenheiro Florestal.

Contactos: 844127252

Correio electrónico: sacur27@gmail.com

Matsinho

2018
DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu Francisco Francisco Sacur, Com zelo, firmeza e honestidade, declaro por minha honra
que o presente trabalho intitulado Avaliação do Desempenho de Diferentes Índices de Perigo
de Incêndios Florestais para o Jardim Botânico do Instituto Superior Politécnico de Manica.
foi por mim elaborado, valendo-me unicamente das fontes referidas.

Por ser verdade passo assinar

Matsinho, aos __ de ___________ 2018

____________________________
(Francisco Francisco Sacur)

Matsinho

2018
Francisco Francisco Sacur

Avaliação do Desempenho de Índices de Perigo de Incêndios florestais no Jardim


Botânico do Instituto Superior Politécnico de Manica.

Este exemplar corresponde a redacção final


do Projecto de Licenciatura apresentado por
Francisco Francisco Sacur aprovado pelos
membros do Júri em_____/_____/______

Supervisora

_____________________________________________

Oponente

______________________________________________

Presidente

_____________________________________________

iv
“Nossa recompensa se encontra no esforço e não no resultado. Um esforço total é
uma vitória completa”
(Ghandi)

v
I. Dedicatória

Dedico em especial:

Aos meus pais, Francisco Sacur Aranica e Victória Pereira


Amisse;

Aos Meus Irmãos: Noemia;Pitiasse, António, Augusto,


Henriqueta, Hélio, e Zeferino

Aos meus primos: Douglas, Oreste, Ofenia, Luciano, Avana,

Aos meus tios: Antonio, Tome, Pedro, Rita

Aos meus cunhados: Pedro,

A minha Namorada Vanete Marecelino Lente Racibo


A muitos outros que não foram a que mencionados, que
encontrem o trabalho como fonte de inspiração e que nele
possam tirar o respectivo proveito.

i
II. Agradecimento
Agradeço a Deus, que me ajudou a ultrapassar os obstáculos e me deu forças suficientes para
que o sonho se tornasse numa realidade.

Agradeço a minha família, pelo apoio moral e financeiro prestado, tornando possível a
realização deste curso.

A minha supervisora, Engª. Alba de Almeida - MSc. Que soube conduzir-me e que acreditou
em mim, na realização deste trabalho, também pela paciência, pelo apoio pelos conselhos
profissionais em fim, agradeço imenso pela atenção e disponibilidade imediata na interacção
Estudante-Docente.

Os meus Profundos agradecimentos ao corpo docente da Engenharia Florestal do ISPM, que


directamente ou indirectamente contribuíram na minha formação, com especial destaque ao
coordenador do curso Eng. Arnaldo Uetela.

A minha namora, obrigado pela atenção, paciência e por ser presente nos bons e maus
momentos, dando-me força para que o curso terminasse, acima de tudo pelo companheirismo.

Aos meus colegas e amigos do curso de Eng. Florestal, aos meus companheiros e colegas de
quarto: Amaral siale, Quenito Luciano, Nito bento Secane, Hermenigildo José Paulo, Rolim
José Thenesse, Constâncio Sebastião Luís, Edson Pedro Sulvai entre outros que não estão a
que mencionados e que directa ou indirectamente, depositaram confiança e amizade durante a
minha formação.

Tendo em conta a enorme lista, que seria impossível mencionar o nome de todos, de uma
forma particular, deixo o meu obrigado a todos, familiares, amigos e colegas pelo apoio
moral e material, do fundo do coração o meu dhinoutamalela.

ii
III. RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido em Matsinho distrito de Vanduzi província de Manica na


região centro de Moçambique concretamente no Instituto Superior Politécnico de Manica
(Jardim Botanico). Para a base do desenvolvimento deste trabalho usou-se dados
meteorológicos diários de Humidade relativa do ar, Precipitação, Temperatura, Pressão
atmosférica e Velocidade do vento para determinar o desempenho de diferentes índices de
perigo de incêndios florestais. Buscou-se realizar o diagnostico rural participativo através do
calendário sazonal na comunidade residente ao redor do Campus do ISPM para obter o
registo de ocorrência de incêndios florestais da região e do local em estudo num período
compreendido entre 01/01/2017 a 31/12/2017 assim como o período de três meses de 2014
(Janeiro, Fevereiro e Marco), totalizando um ano e três meses de observação para efeitos de
comparar os dados previsto e dados ocorridos. O estudo em evidência se constitui na análise
do uso do Diagnóstico Rural Participativo (DRP) como ferramenta de colecta de dados com
foco no desenvolvimento local dos incêndios na comunidade rural, especificamente o
histórico de incêndios florestais da comunidades Nhademba e ao Responsável do Local em
estudo (Jardim botânico). Usou-se o calendário sazonal para o levantamento de informações
locais a partir da participação das comunidades locais a respeito dos incêndios florestais no
local em estudo. Foi a partir do olhar dos agricultores e agricultoras acerca de suas
problemáticas e possibilidades de resolutividade que revelou que existem grupos articulados,
sejam estes de jovens, adultos ou de cunho religiosos ou seja todos membros da comunidade
que possui uma unidades de produção praticam incêndios florestais. O objectivo principal
deste trabalho é de avaliar o desempenho de quatro índices de perigo de incêndios florestais
para o Jardim Botânico do Instituto Superior Politécnico de Manica, no entanto utilizou-se o
método estatístico Skil score e Percentagem de Sucesso no qual se fez a avaliação do
despenho dos índices em estudo a partir de eventos observados (numero de dias que
ocorreram incêndios no local em estudo) e eventos previstos (numero de dias previstos a
partir dos resultados obtidos nos cálculos dos índices) obteve-se o Índice de Nesterov como a
que melhor apresentou o desempenho para os dois períodos em estudos, mais em especifico o
ano de 2017. Enquanto que o índice de Nesterov apresentou valores 0,15 e 66,67% tendo
obtido o melhor desempenho em comparação dos outros índices em estudo (Angstron, FMA,
FMA+) para o Jardim Botânico e a região do ISPM.

iii
Palavras chaves: FMA, Angstron, Nesterov, FMA+, Desempenho, Jardim Botanico.

IV. LISTA DE FIGURAS


1. Figura Mapa da área do Jardim botânico ISPM 20

2. Figura Mapa da área do ISPM 21

3. Figura Jardim Botânico do ISPM 23

4. Figura Calendário sazonal da comunidade Nhademba em 2018 25

5. Figura Encontro dos membros da comunidade Nhademba em 2018 26

iv
V. LISTA DE TABELAS

1. Tabela: Áreas queimadas em moçambique de Agosto a Outubro 9

2. Tabela: Influência de Velocidade do Vento na taxa de propagação de incêndios 12

3. Tabela: Eficiência dos índices de perigo 16

4. Tabela: Fórmula e restrição para o cálculo dos Índices Angstron, Nesterov, 26


FMA,FMA+

5. Tabela: Escala de perigo dos Índices Angstron, Nesterov, FMA,FMA+ 28

6. Tabela: Tabela de contingência e fórmula de Skill score e percentagem de 29


sucesso

7. Tabela: Registo de Incêndios 32

8. Tabela: Número de dias em função das percentagens e classe de perigo de 32


incêndios

9. Tabela: Número de dias em função das percentagens e classe de perigo de 34


incêndios

10. Tabela: Número de dias em função das percentagens e classe de perigo de 35


incêndios para o índice FMA

11. Tabela: Número de dias em função das percentagens e classe de perigo de 36


incêndios

12. Tabela: Tabela de contingência do índice Nesterov em 2017 39

13. Tabela: Skill score e percentagem de sucesso 39

VI. LISTA DE GRÁFICA


v
1. Gráfico: Precipitação Media mensal do Distrito de Vanduzi 22

2. Gráfico: Índice de Angstron em 2017 33

3. Gráfico: Índice de Nesterov em 2017 35

4. Gráfico: Índice de FMA em 2017 36

5. Gráfico: Comportamento do Índice de FMA+ em 2017 37

vi
LISTA DE EQUAÇÕES
1. Equação: B=0,05 H −0,1(T −27) Fórmula do Índice de Angstron e Suas 27
Variáveis

vii
2. Equação: G=∑ (di . ti) Fórmula do Índice de Nesterov 27
i=1

3. Equação: H Fórmula de Deficit de Saturação 27


d= E(1− )
100

4. Equação: n
100 Fórmula de Monte alegre 27
FMA=∑ ( )
i=1 Hi

( )
5. Equação: n
100 Fórmula de Monte alegre alterada 27
FMA=∑ X e 0,04. v
i=1 Hi

6. Equação: N t =a+ b+c +d . Número total de observações 29

7. Equação: Ga=a+d . Número de acertos na previsão 29

8. Equação: H a =N∗( 1− p )∗( 1−q ) + N∗p∗qNumero esperado de Ode Acerto 29


. (Eq. 8)

9. Equação: p=N 1 /N t 29
número de dias com ocorrências de
incêndios previstas e observadas +
número de dias com ocorrências de
incêndios não previstas e observadas,
dividido pelo número total de
observações;

10. Equação: q=N 2 / N t número de dias com ocorrências de 30


incêndios previstas e observadas +
número de dias com ocorrências de
incêndios previstas e não observadas,
dividido pelo número total de
observações,·

11. Equação: SS=(Ga− H á)/(N t + H a ) Skil score 30

( )
12. Equação: Ga Percentagem de Sucesso 30
PS= ∗100
Nt

viii
VII. LISTA DE ANEXOS
1. Anexo: Ficha de Inquérito 48
2. Anexo: Incêndios na abertura de novas unidades de produção numa área 49
vizinha do Jardim Botânico
3. Anexo: Glossário 50

VIII. LISTA DE ABREVIATURA


FMA Fórmula de monte alegre
FMA+ Fórmula de monte alegre alterada
ISPM Instituto Superior Politécnico de Manica

ix
ÍNDICE
I. Dedicatória................................................................................................................................i
II. Agradecimento.........................................................................................................................ii
III. RESUMO............................................................................................................................iii
IV. LISTA DE FIGURAS.........................................................................................................iv
V. LISTA DE TABELAS.............................................................................................................v
VI. LISTA DE GRÁFICA.........................................................................................................vi
LISTA DE EQUAÇÕES...............................................................................................................vii
VII. LISTA DE ANEXOS........................................................................................................viii
VIII. LISTA DE ABREVIATURA..........................................................................................ix
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................1
1.1. Problema de estudo...........................................................................................................2
1.2. Justificativas do estudo..................................................................................................3
1.3. Objectivos.............................................................................................................................4
1.3.1. Geral:.........................................................................................................................4
1.3.2. Específico:.................................................................................................................4
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA.................................................................................................5
2.1. Incêndios florestais...............................................................................................................5
2.1.1. Conceito e causas de incêndios florestais..................................................................5
2.1.2. Factores que influenciam os incêndios florestais..........................................................6
2.1.3. Impactos dos incêndios florestais..................................................................................6
2.1.4. Incêndios florestais em Moçambique............................................................................8
2.1.5. Uso do fogo nas áreas de conservação..........................................................................9
2.2. Indices de perigo de incêndios florestais em mocambique.........................................10
2.2.1. Conceito e Importância de índice de perigo de ocorrência de incêndios....................11
2.2.2. Relação do índice de perigo de incêndios com as condições Meteorológicas............11
2.2.2.1. Precipitação..........................................................................................................12
2.2.2.2. Humidade Relativa do Ar....................................................................................12
2.2.2.3. Temperatura.........................................................................................................13
2.2.2.4. Vento....................................................................................................................13
2.2.3. Principais índices de perigo de incêndios florestais........................................................14
2.2.3.1. Índice de Angstron...................................................................................................15
2.2.3.2. Índice de Nesterov...............................................................................................15
2.2.3.3. Índice da Fórmula de monte alegre (FMA).........................................................15
2.2.3.4. Índice de Formula de Monte Alegre Alterada (FMA+).......................................15
2.2.4. Eficiência dos índices de perigo de incêndios florestais.........................................16
2.3. Jardim Botânico..............................................................................................................17
2.3.1. Origem dos jardins botânicos..................................................................................17
2.3.2. Conservação in-situ.................................................................................................18
2.3.3. Conservação ex-situ.................................................................................................18
2.3.4. Políticas de conservação associadas a jardins botânicos.........................................19
3. MATERIAL E MÉTODO......................................................................................................20
3.1. Descrição da área de estudo................................................................................................20
3.1.1. localização geográfica.............................................................................................21
3.1.2. Clima e Hidrologia..................................................................................................22
3.1.3. Descrição do jardim botânico do ISPM...................................................................23
3.1.4. Vegetação potencial.................................................................................................23
3.2. Métodos...........................................................................................................................24
3.2.1. Colecta dos dados meteorológicos...........................................................................24
3.2.2. DRP.............................................................................................................................24
3.3. Análise de dados.............................................................................................................26
3.3.1. Avaliação do desempenho...........................................................................................28
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................................32
4.1. Números de dias previstos para cada classe de grau de perigo..........................................32
4.1.1. Índice de Angstron..........................................................................................................32
4.1.2. Índice de Nesterov..........................................................................................................33
4.1.3. Índice de Formula de Monte Alegre...............................................................................35
4.1.4. Índice de Formula de Monte Alegre Alterada................................................................36
4.2. Desempenho dos índices Angstron, Nesterov,FMA e FMA+............................................38
5. CONCLUSÕA RECOMENDACOES...................................................................................41
5.1. RECOMENDACOES.........................................................................................................41
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS...................................................................................42
7. Anexos....................................................................................................................................47
Avaliação do Desempenho de Índices de Perigo de Incêndios florestais no Jardim Botânico do Instituto Superior
Politécnico de Manica.

1. INTRODUÇÃO

Em todo mundo, o número de incêndios florestais de grandes proporções tem aumentado de uma
forma alarmante. Esse aumento tem provocado impactos profundos e sem precedentes na
economia, ambiente e na sociedade em geral. Devido às mudanças climáticas e ao aumento da
população mundial, as florestas têm se tornado cada vez mais vulneráveis aos incêndios
(WILLIAMS et all, 2013).

Estima-se entre 6 a 10 milhões de hectares de florestas são queimadas anualmente em


Moçambique, e entre 9 a 15 milhões de hectares de outras áreas (DNFFB, 2002) Geralmente
cerca de 90 % das queimadas são resultados das actividades humanas e as restantes 10 % são
geradas por causas naturais e desconhecidas (Saket, 1999). A agricultura e a caça são as
actividades que estão mais associadas às queimadas descontroladas nas zonas rurais
(SPFFBZ/PMSR, 2002).

Segundo mesmo autor mais de 8 milhões de hectares são áreas que têm sido derrubadas pela
actividade do homem no seu dia-a-dia onde o uso de fogo tem sido o elemento chave para essas
práticas com efeito directo sobre solo, vegetação, recurso hídricos, entre outros. A alteração da
composição química, compactação, erosão dos solos, extinção de espécies valiosas de flora e
fauna, aquecimento global são algumas das consequências originadas por práticas inapropriadas
do uso de fogo.

A diminuição da cobertura vegetal e a intensificação das actividades humanas resultaram em um


aumento no risco de incêndios florestais. Esses eventos, presentes no planeta, desde os tempos
mais remotos (RODRIGUEZ; SOARES, 2004), têm causado sérios impactos, sendo que suas
ocorrências dependem, entre outros aspectos, da época do ano e da sua localização geográfica
(TETTO; BATISTA; PIVOVAR, 2008).

Em vários países a ocorrência de incêndios tem se intensificado em função do aumento


populacional, acúmulo de material combustível e atividades humanas (SOARES, 2009). Além

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destes aspectos, a mudança espaço-temporal do clima altera o regime do fogo: padrões,


frequência, intensidade e distribuição dos incêndios (KRAWCHUK et al., 2009).

A relação entre factores meteorológicos, ocorrência e propagação de incêndios foi comprovada


por diversos estudos realizados desde 1920 como sendo o de Viegas (2010), que chegou a
conclusão de que "A Meteorologia tem um papel muito importante na previsão e pré-aviso destas
situações, para ajudar a salvar vidas". E com o passar dos anos o Correia (2007) num estudo feito
no Jardim botânico do Brasil chegou a conclusão que as condições meteorológicas são
fenómenos que influenciam fortemente a ocorrência de incêndios florestais sendo necessário
estabelecer-se mediadas de previsão, prevenção e combate a incêndios.

Os danos causados pelo fogo, principalmente em áreas florestais, levaram pesquisadores de


diferentes países a buscarem o desenvolvimento de índices de risco que permitissem, através de
monitoramento, acções de prevenção e rápido combate (SOARES, 1972).

Na África, o índice mais difundido é o índice de Nesterov, embora em Moçambique também se


utilize com frequência a FMA. No norte de Moçambique é comum o uso da previsão
meteorológica como forma de anúncio do grau de perigo dos incêndios e planificação das
operações de prevenção e combate aos incêndios florestais (Mbanze et. All 2017).

1.1. Problema de estudo

Segundo (Instituto Nacional de Desenvolvimento da educação, (INDE, 2009)), afirma que os


factores que contribuem para maior ocorrência de incêndios nas zonas centro e norte, estão
associados com a predominância dos ecossistemas de savanas (Mopane e Miombo) que são
ecossistemas propensos a ocorrência de incêndios florestais. Paralelamente a esse fato, està a
ocorrência de períodos secos longos (Junho a Novembro).
As queimadas descontroladas originam perdas económicas para a Província de Manica em geral
e para as comunidades em particular. Anualmente, no início da época seca a província de Manica
é uma das mais afectadas por queimadas descontroladas cuja mesma causa é descrita como
menos prejudicial comparadas às que ocorrem no fim da época seca quando há muito material
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combustível seco para alimentar a combustão. Os períodos mais críticos em Manica são os meses
de Agosto, Setembro e Outubro, dependentes de distribuição temporal das chuvas durante o ano,
(SPFFBM/PMSR, 2002).

O BONTEMPO, (1999) vem afirmar que uma das ameaças continuas que colocam os objectivos
das áreas protegidas (APs) em risco è a ocorrências de incêndios florestais em seus diferentes
biomas. Em geral, as ocorrências de incêndios nas APs tem sua origem no entorno delas por
meio de actividades antrópicas.

1.2. Justificativas do estudo

A grande diversidade de espécies encontradas em jardins botânicos constitui um meio de


identificar, conservar, preservar e proteger a riqueza florística e faunística nativa e exótica, além
de proporcionar subsídios para o desenvolvimento de pesquisas em áreas como a farmacologia,
biotecnologia e ecologia (Cavalheiro, 2001).

A comunidade Nhadenba não foge do contexto macro da província de Manica no âmbito dos
incêndios florestais, sendo que esta é uma comunidade que pratica varias actividades com o uso
de fogo onde a principal é a agricultura itinerante que é praticada numa escala diária, mensal e
anual dependo da época. Por motivos destas praticas s serem praticadas em áreas circunvizinhas
ou seja ao redor do ISPM onde sita o jardim botânico, torna claro que esta áreas dedicada a
conservação esta sujeito a um perigo diários eminente de ocorrência de incêndios seja agora ou
num presente próximo.

É primordial a necessidade de um planeamento contínuo e um instrumento de controlo


permanente das realidades diárias da situação do Jardim Botânico no âmbito dos incêndios
florestais para garantir a sustentabilidade e monitoria desta área de conservação, com vista junto
com a unidade local estabelecer-se mecanismos que tragam em numero o risco de ocorrência de
incêndios para poder concietizar e estabelecer concessões de incêndios nas épocas favoráveis que
indiquem riscos de incêndios nulo.

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É neste âmbito que tornou-se crucial estudar a ferramenta índice de ocorrência de incêndios
florestais para um Jardim Botânico do instituto Superior Politécnico de Manica.

1.3. Objectivos
1.3.1. Geral:

Avaliar a eficiência dos índices de perigo de incêndios florestais no Jardim Botânico do Instituto
Superior Politécnico de Manica.

1.3.2. Específico:

 Levantar o histórico dos incêndios florestais do Jardim Botânico do Instituto Superior


Politécnico de Manica.
 Quantificar o número de dias distribuídos através das classes de perigo em períodos
distintos.
 Determinar a eficiência dos índices de Nesterov, Angstron, FMA e FMA+.

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2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA
2.1. Incêndios florestais

Existem varias definições para cada termo técnico relacionado aos incêndios florestais, que
variam de autor para autor, em função da localização geográfica, abrangência e objectivos do
estudo. Para este trabalho foram utilizados conceitos que se adequam aos objectivos do estudo.
Incêndio florestal e um termo utilizado para definir fogo incontrolado que se propaga livremente
e consome os diversos tipos de material combustível existente em uma floresta.
Apesar de não ser muito apropriado, o termo incêndio florestal e muitas vezes generalizado para
definir incêndios em outros tipos de vegetação tais como capoeiras, campos e pradarias
(SOARES; BATISTA, 2007). E importante realçar que os incêndios florestais se iniciam
normalmente em qualquer forma de vegetação e são difíceis de serem controlados, podendo ser
provocados tanto pelo homem como por fenómenos naturais (MORAIS, 2011).

o termo queimada descontrolada e incêndio florestal têm a mesma finalidade em termos de


conceito, e é importante perceber que os dois são usados neste estudo.

2.1.1. Conceito e causas de incêndios florestais

Os incêndios são tidos como uma combustão não limitada no tempo e nem no espaço (DGRF,
2004). E o mesmo autor afirma que Um incêndio ( do latim incendium) é o fogo de grades
proporções que destoe aquilo que não estava destruído a ser queimado.

Os agentes determinantes dos incêndios florestais podem ser naturais e antrópicas. A única causa
natural de incêndios florestais é o raio, que representa uma percentagem muito pequena da
ocorrência de incêndio. As demais causas são de natureza antrópicas e são representadas a seguir
(SOARES, 1985, HEIKKILA et al 1993):

a) Incendiários - incêndio provocado intencionalmente por pessoas, em propriedades


alheias seja por vingança ou problemas mentais.

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b) Queimas para limpeza – incendios originários do uso do fogo na limpeza de terreno,


sejam para fins florestais, agrícolas ou pecuárias, e que tenha escapado ao controlo e
atingido áreas florestais.

c) Fumantes – incêndios provocados por fósforos ou pontas de cigarro aceso.

d) Recreação – incêndios causados por pessoas que utilizam a floresta como local de
recreação.

e) Estradas de ferro – incêndios causados directa ou indirectamente pelas actividades das


ferrovias.

f) Operações florestais – incêndios originados por trabalhadores florestais em actividade


na floresta.

2.1.2. Factores que influenciam os incêndios florestais

Segundo Cheney (1968), existem dois tipos de factores influenciam a ocorrência de incêndios
florestais: os factores constantes, tais como o tipo de material combustível, tipo de floresta e o
relevo, e os factores variáveis, entre os quais a humidade do material combustível a as condições
climáticas como a velocidade e a direcção do vento, a humidade relativa, a temperatura, o ponto
de orvalho, precipitação e a instabilidade atmosférica.

Diversas características do ambiente têm influência sobre o inicio, a propagação e a intensidade


dos incêndios florestais, tais como o material combustível, as condições climáticas, o relevo e o
tipo de cobertura vegetal.

2.1.3. Impactos dos incêndios florestais

Segundo o Figueiredo, (2017) os incêndios são uma das maiores fontes de emissão de poluentes
gasosos e libertação de partículas para a atmosfera, com repercussões na qualidade do ar e na
saúde humana.

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Nos grandes incêndios florestais há queima de enormes quantidades de biomassa com libertação
de milhões de partículas e gases nocivos à saúde, como os óxidos de azoto, dióxido de enxofre e
dióxido de carbono. Ventos e condições meteorológicas podem arrastar esses poluentes a
grandes distâncias e originarem grandes concentrações de poluentes em determinados locais.
Estes poluentes podem causar doenças respiratórias, cardíacas e neoplásicas com grande
incidência nos idosos. Estes efeitos, além dos directamente resultantes do fogo, atingem não só
os bombeiros como toda a população a eles exposta.

A ocorrência de um incêndio modifica a estrutura e o padrão do processo produtivo, causa danos


e diminui a viabilidade económica e ecológica, por meio da redução das interacções do
ecossistema, fragmentação dos habitats, degradação da riqueza genética das populações,
diversidade da flora e fauna e ainda, afecta a comunidade directa e indirectamente ligada aos
recursos e benefícios proporcionados pelo meio. Um dos factores mais importantes na redução
de bosques e florestas no mundo, acarretando (SILVA, 1998):

a) Destruição de cobertura vegetal; b) Destruição de Nutrientes do solo; c) Destruição da fauna


silvestre especialmente animais jovens, e outros com dificuldades de locomoção ex: Cágado,
insectos, cobra, as crias das aves e mamíferos; d) Eliminação de semente em estado de
latência; e) Debilitação de árvores jovens susceptíveis a pragas e doenças; f) Perda de
nutrientes do solo; g) Destruição da beleza cénica natural; h) Aceleração do processo da
erosão; i) Assoreamento de rios, lagos e lagoas.

Segundo HOLDSWORTH & UHL, (1997) os incêndios florestais também apresentam vários
aspectos positivos como sendo: a) Aumento temporário da fertilidade, ou seja aumento da
fertilidade do solo a curto prazo; b) Quebra de dormência de sementes de algumas espécies
florestais nativas exemplo: Pterocarpuns angolensis; c) Redução de espécies dominantes; ou
controlo de plantas invasoras; d) Aumento da rebrota de pastagem altamente palatável; e)
Atracão de animais silvestres; f) Aumento da biodiversidade;

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As consequências e impactos negativos das queimadas descontroladas constituem preocupação


nacional e internacional por serem não só fontes de emissões de gases com o efeito estufa que
contribuem para as mudanças do clima global, mas também fontes de degradação dos recursos
naturais contribuindo na alteração dos habitantes e dos ecossistemas, afectando a perda da
biodiversidade (MICOA, 2007).

2.1.4. Incêndios florestais em Moçambique

A pobreza é tida como sendo uma das causas fundamentais das queimadas descontroladas em
Moçambique, pois a população das zonas rurais usa o fogo como o meio mais rápido e barato
para a abertura dos campos para agricultura e limpeza dos arredores das residências como forma
de protecção contra os animais ferozes (Moçambique, 2001).

As queimadas constituem a prática rural largamente utilizada para diferentes fins tais como: a
limpeza de campos agrícolas, abertura de caminhos para facilitar a circulação das populações,
visibilidade da mata, caça, colheita de mel, e produção de carvão, renovação das áreas de
pastagem, redução de material combustível, controlo de espécies vegetais indesejáveis e controlo
de pragas e doenças (Moçambique, 2001).

Em Moçambique estima-se que anualmente os incêndios florestais destroem em media 30


milhoes de hectares, apresentando forte tendência de aumento nos últimos anos. Normalmente,
mais de 80% dos incêndios ocorrem na época seca, que corresponde aos meses de Junho a
Setembro. Somente no ano 2006, foram observados em todo o pai 80.930 focos de calor. As
regiões centro e norte foram as mais afectadas, não somente em termos de área queimada, mas
também em número de focos de calor detectados (MICOA, 2007). Na Tabela 1 estão ilustrados
Valores de área queimada entre os meses de agosto a Outubro do ano 1990 em Moçambique.
Pode-se observar que as regiões norte (que inclui a província do Niassa) e central são as mais
propensas aos incêndios florestais.
Tabela 1: área queimada em moçambique de agosto a Outubro de 1990
SUPERFICI AREA QUEIMADA

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REGIOES E (1000 ha) (1000 ha) (%)


Norte e centro 34400 25318 73
sul 24800 5406 22
Zona costeira 20800 957 5
Total 80000 31682 100

Fonte: MICOA (2007),


A intensidade de queimada vária bastante dependendo principalmente do material combustível a
ser queimado. ARONE (2003), num estudo realizado em Kruger National Park, onde apresenta
ecossistemas semelhantes aos de Moçambique (Mopane e Miombo), verificou que a intensidade
de queimada é influenciado pela sazonalidade ou seja as estacões do ano, onde a intensidade de
fogo é maior na estação seca que na estação chuvosa, reforçado por Ribeiro (2007) e em
particular para o ecossistema de Miombo, onde determinou a intensidade de queimadas em 3
épocas. Segundo ARONE (2003), a intensidade das queimadas nas formações arbustiva é de
57%,áreas agrícolas (49.7%), pradarias arborizadas (44%), savanas (41%), nas florestas abertas e
densas varia entre 27 a 37.6% por ano.

2.1.5. Uso do fogo nas áreas de conservação

As áreas de conservação (APs) são em sua maioria, ilhas verdes circundadas por diferentes
pressões antrópicas. Uma dessas pressões é o uso do fogo na agro-pecuária, que muitas vezes
causa, acidental ou intencionalmente, os incêndios florestais que atingem as APs.

Como o sustento das populações depende inteiramente dos recursos florestais estão naturalmente
obrigados a viverem com base no que a natureza oferece e como consequência disso o homem
tem a triste tendência de causar incêndios florestais nas áreas de protegidas
(VELASQUEZ,2005).

A ocorrência de incêndios é uma das ameaças contínuas aos objectivos das áreas protegidas
(KOPROSKI et al., 2011), as áreas protegidas geralmente provocam conflitos com a população
local. As razões para as falhas têm sido a falta de compreensão e falta de benefícios percebidos

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nos planos de gestão nestas áreas, principalmente onde o uso tradicional coexiste com diferentes
tipos de propriedade e gestão (FUENTES-SANTOS et al., 2013).

Além dos conflitos, as causas de incêndios em áreas protegidas têm sido principalmente devido
ao uso incorrecto do fogo para renovação de pastagens e limpeza de restos de cultura nas
propriedades vizinhas (PEREIRA et al., 2004).

2.2. Indices de perigo de incêndios florestais em mocambique

Na África, o índice mais difundido é o índice de Nesterov, embora em Moçambique também se


utilize com frequência a FMA. No norte de Moçambique é comum o uso da previsão
meteorológica como forma de anúncio do grau de perigo dos incêndios e planificação das
operações de prevenção e combate aos incêndios florestais. Embora exista uma correlação entre
as variáveis meteorológicas e o grau de perigo de incêndios, Soares e Batista (2007);

O fraco aproveitamento desta ferramenta, preciosa para planeamento das operações de prevenção
e combate aos incêndios florestais, pelas instituições relacionadas ao sector florestal, na
província do Niassa, provavelmente esteja primeiramente relacionado com o desconhecimento
da sua relevância, seguido pela negligência e por falta de pessoal com capacidade para
desenvolver e implementar os índices de perigo de incêndios (MBANZE. et. all, 2017).

2.2.1. Conceito e Importância de índice de perigo de ocorrência de incêndios

Índice de perigo de ocorrência de incêndio é um indicador quantitativo de uma ou mais variáveis


do perigo de incêndios, expresso em sentido relativo ou como uma medida absoluta. Por razoes
praticas, um índice de perigo de incêndios se apresenta em classes de perigo, definindo-se uma
classe uma classe de perigo como uma porção de escala numérica do perigo de incêndios
florestais (SOARES, 1984).

O Índice de perigo de ocorrência de incêndios são dados, em números, que indicam se existem
condições favoráveis para ocorrência e facilidade de propagação de incêndios florestais, baseado

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em dados climáticos como humidade relativa do ar, pluviosidade, temperatura e velocidade do


vento, Seus índices de perigo irão variar de acordo com as condições atmosféricas do dia ou de
uma sequência de dias.

Segundo o Cheney, (1968) diz que os índices de perigo são importantes na aplicação do
conhecimento do grau de risco, no planeamento do controle de incêndios, na permissão para
queimas, no estabelecimento de zonas de perigo, na previsão do comportamento do fogo, e na
advertência pública do grau de perigo.

2.2.2. Relação do índice de perigo de incêndios com as condições Meteorológicas

Segundo Soares (1984), a possibilidade e a frequência dos incêndios florestais está fortemente
relacionada às condições atmosféricas locais. O conhecimento das variáveis meteorológicas é
importante para a prevenção e o combate aos incêndios florestais. A partir do estudo dessas
variáveis meteorológicas é possível determinar os períodos de maior probabilidade de ocorrência
de incêndios florestais, possibilitando a adopção de medidas que visem a prevenção e os danos
causados pelo fogo.

A ocorrência e propagação dos incêndios florestais estão fortemente associados às condições


climáticas ou factores climáticos. Portanto, a utilização de informações meteorológicas e
climatológicas precisas é vital para o planeamento de prevenção e combate aos incêndios
florestais. A relação entre factores meteorológicos, ocorrência e propagação de incêndios foi
comprovada por diversos estudos realizados desde 1920, (SOARES, 1972). E o mesmo autor em
1971 afirma que no cálculo dos índices de incêndios é fundamental a medição directa ou
indirecta de certos factores meteorológicos.

2.2.2.1. Precipitação

Com relação a precipitação Fluviométrica é importante levar em consideração não apenas a


quantidade de chuva, mas também a sua distribuição estacional. Numa região havendo

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distribuição uniforme de chuva, Durante todo o ano e sem uma estacão seca definida, o potencial
de ocorrência e propagação de incêndios é bem menor, do que uma região onde ocorrem chuvas
concentradas em alguns meses, com longos períodos de seca durante outros meses. Portanto, a
distribuição da precipitação Fluviométrica é factor importante na definição do início, termino e
duração das estacões de alto potencial de incêndios (SCHOEDER E BUCK, 1970).

2.2.2.2. Humidade Relativa do Ar

A intensidade de um incêndio e a velocidade com que ele avança estão directamente ligados à
humidade relativa, temperatura e velocidade do vento. A humidade atmosférica é um dos
principais factores que influem nos incêndios florestais, tendo efeito directo na inflamabilidade
dos combustíveis florestais, havendo uma troca constante de humidade entre a atmosfera e os
combustíveis florestais mortos. O material seco absorve água de uma atmosfera húmida e libera
água quando o ar está seco. A quantidade de humidade que o material morto pode absorver do ar
e reter depende, basicamente, da humidade relativa do ar. Durante períodos extremamente secos,
a baixa humidade pode, inclusive, afectar o conteúdo de humidade do material vivo (Schoeder e
Buck, 1970; Soares, 1985).

2.2.2.3. Temperatura

Segundo Lowe (2001), a hora do dia tem uma influência importante nos níveis de humidade
relativa. Nas primeiras horas da manhã, as temperaturas estão mais baixas e os níveis de
humidade relativa mais altos. À medida que o dia passa, a temperatura começa a aumentar e a
humidade relativa começa a diminuir. No meio da tarde, as temperaturas estão em seu valor
máximo e a humidade relativa atinge seu valor mínimo. É importante observar periodicamente os
níveis de humidade relativa, pois eles estão fortemente associados e indicam o teor de humidade
dos combustíveis.

2.2.2.4. Vento

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É o movimento de ar dos centros de alta pressão para os centros de baixa pressão. Segundo
Schroeder e Buck (1970), o vento e a humidade relativa do ar são considerados os dois mais
importantes parâmetros meteorológicos que afectam a propagação dos incêndios. O vento é o
mais variável e o menos previsível e afecta directamente a taxa de combustão do combustível
florestal pelo aumento do fornecimento do oxigénio e também a taxa de propagação em função
do fornecimento de energia por condução e convenção.

O vento influi na propagação dos incêndios de várias maneiras. Ele desloca o ar húmido do
interior da floresta, aumentando a evaporação e favorecendo a secagem do material combustível,
ventos suaves ajudam as fagulhas a provocar a ignição do material combustível, depois de
iniciado o fogo, o vento é factor fundamental num incêndio de copa, para transportar o calor e as
chamas de árvore em árvore (SOARES, 1985), a tabela 2 que se segue ilustra a Influência da
velocidade do vento na taxa de propagação dos incêndios.

Tabela 2: Influência da velocidade do vento na taxa de propagação dos incêndios.

Velocidade do vento (km/h) Factor de propagação

<16 1,0

17 – 24 2,0

25 – 32 2,8

33 – 40 3,2

41 – 48 3,4

O vento é o factor mais variável no comportamento do fogo. Ele varia no tempo e nas direcções
horizontal e vertical, e essa variação sofre influência ainda do relevo, da vegetação e do próprio
tipo de vento (ROTHERMEL, 1983).

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Segundo Velez (2000), o vento é um elemento decisivo no comportamento do fogo, sendo


muitas vezes responsável pela ultrapassagem das barreiras de defesa pelo fogo e criando
condições para os incêndios de copa. Os efeitos mais importantes do vento na propagação dos
incêndios são: secagem do combustível florestal, acelerando a transpiração, aumento da
intensidade do fogo ao transportar maior quantidade de oxigénio à combustão, inclinação da
chama, o que causa maior eficiência nos processos retransmissão de energia por radiação,
aumento da transmissão de energia por convenção.

Segundo Viegas (2004a). Propagação do fogo em locais com declividade, como os vales, tem
comportamento distinto daquele que ocorre em áreas sem declividade em função do efeito de
factores adicionais como a convenção e a radiação. Se existe uma declividade ou a presença de
vento, a taxa de propagação tende a crescer. Os efeitos conventivos gerados pelo fogo em
terrenos inclinados podem produzir o chamado blow-up ou explosão, mesmo na ausência de
qualquer outra condição atmosférica especial.

2.2.3. Principais índices de perigo de incêndios florestais

Segundo (Soares, 1972) Desenvolveu o índice Formula de Monte Alegre (FMA) em 1975 na
região central do Estado do Paraná em Brasil, constituído assim um índice de ocorrência de
incêndios que se utiliza de duas variáveis: uma de forma directa (Humidade relativa do ar as
13h:00min e outra de forma indirecta (a precipitação diária). Em 2005 com base de um
aprimoramento do índice FMA desenvolveu-se o novo índice denominado Formula de Monte
Alegre Alterada, onde é adicionada a variável "Velocidade do vento" medida as 13h:00min
(SOARES, 2005).

Foi na região da Suécia e em meados de 1960 que o Angstron desenvolveu um Índice que
acabou sendo conhecido como o Índice de Angstron. E em aperfeiçoamento foi desenvolvido em
Polónia na Ex-União Soviética o índice Nesterov (SOARES, 1984). Os Principais índices de
determinação do perigo de incêndios florestais são apresentados a seguir. (Chaney 1968, Soares
1985):

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2.2.3.1. Índice de Angstron

É um índice de perigo de incêndios florestais, respectivamente não cumulativo cujo para a sua
determinação utiliza dados como a temperatura e a humidade relativa do ar, ambos medidos
diariamente e às 13:00 horas. Este índice é interpretado pela Oscilação do Valor de "B" e este faz
parte do grupo dos índices de ocorrência de incêndios.

2.2.3.2. Índice de Nesterov

É um índice de perigo de incêndios florestais respectivamente cumulativo e para a sua


determinação utiliza variáveis como a temperatura e o deficit de saturação do ar, ambos medidos
diariamente às 13:00 horas. Este índice é interpretado pela restrição de uma tabela de
precipitação da situação diária e posterior uma escala de grau de perigo que dita a situação diária
em função do perigo de ocorrência de incêndio, este índice faz parte do grupo dos índices de
ocorrência de incêndios.

2.2.3.3. Índice da Fórmula de monte alegre (FMA)

É um índice de perigo de incêndios florestais respectivamente cumulativo e para a sua


determinação utiliza duas variáveis: uma de forma directa (Humidade relativa do ar medida as
13h:00min), e outra de forma indirecta (precipitação diária). Este índice é interpretado pela
restrição de uma tabela de precipitação da situação diária e a posterior uma escala de grau de
perigo que dita a situação diária em função do perigo de ocorrência de incêndio, este índice
também faz parte do grupo dos índices de ocorrência de incêndios.

2.2.3.4. Índice de Formula de Monte Alegre Alterada (FMA+)

É um índice de perigo de incêndios florestais que faz parte do grupo de índices de propagação de
incêndios, respectivamente este é cumulativo e para a sua determinação utiliza três variáveis:
duas de forma directa (Humidade relativa do ar e Velocidade do vento medida as 13h:00min), e

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outra de forma indirecta (precipitação diária). Este índice é interpretado pela restrição de uma
tabela de precipitação da situação diária e a posterior uma escala de grau de perigo que dita a
situação diária em função do perigo de ocorrência de incêndio, este índice constitui um
aprimoramento do FMA sendo diferente pelo facto da adição do factor vento.

2.2.4. Eficiência dos índices de perigo de incêndios florestais.

Segundo o Cheney (1968), diz que os índices de perigo de incêndios florestais fornecem uma
resposta em 80% dos casos, o que é suficiente para o planeamento eficiente do controlo de
incêndios. Ao passar dos anos desenvolveu-se metodologias para aumentar a eficiência do estudo
destes índices dos quais temos o método estatístico skil score que é mais usado em muitos
estudos de avaliação do desempenho da eficiência dos índices de perigo de incêndios por ser
eficiente, eficaz, e de fácil determinação como ilustra alguns estudos mencionados a baixo
(SAMPAIO, 1999).

Segundo a metodologia de skil score (SS) e percentagem de Sucesso (PS) desenvolvido por
Sampaio (1999). Com a finalidade de avaliar o desempenho dos índices de perigo de incêndios
florestais, tem sido usado desde outrora até os dias actuais, Muitos dos estudos desenvolvidos em
diferentes países do mundo como sendo o caso do distrito de Lichinga no norte Moçambique
onde desenvolveu-se um estudo de Desempenho dos Índices de Nesterov e Formula de Monte
Alegre usando a metodologia ski score e percentagem de sucesso para avaliar o desempenho
destes dois índices (MBANZE, et al 2017)."

Para o estudo desenvolvido no Brasil por (Soriano, Danie e Santo, 2015) com o tema: "Eficiência
de Índices de Risco de Incêndios para o Pantanal Sul-Mato-Grossense" usou-se a mesma
metodologia para determinar a eficiência dos índices em estudo, a tabela 3 abaixo ilustra o nível
de eficiência de ocorrência de incêndios em função das classes de perigo.

Tabela 3: Eficiência dos índices de perigo

Local Grau de perigo de incêndio Ocorrência de Incêndio

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Em questão Muito Alto Significativo

__________ Alto Significativo

__________ Médio Significativo

__________ Pequeno Não Significativo

__________ Nulo Não existe

Fonte: Nunes, (2005).

NB: As corres representação cada grau de perigo em função das condições meteorológicas do
dia.

2.3. Jardim Botânico

O termo Jardim botânico diz respeito a um lugar fechado, onde se cultivam plantas
representativas de géneros e espécies que são conservadas, herborizadas e identificadas. O
objectiva proporcionar a educação e o lazer aos visitantes, bem como bem como disponibilizar
meios para a execução de pesquisas cientificas com germoplasma in situ e ex situ e para
trabalhos de difusão tecnológica de espécies nativas e exóticas (Agronómico e Campinas, 2003).

2.3.1. Origem dos jardins botânicos

Os jardins botânicos são instituições que ao longo de sua história têm contribuído para a
conservação da flora mundial e como não poderia deixar de ser, não apenas acompanham, mas
inserem-se activamente na dinâmica do desenvolvimento das questões relativas ao trato do meio
ambiente (Parreiras, 2003).

Existem evidências de que desde a antiguidade existiam jardins botânicos em regiões distintas
como Mesopotâmia, Egipto Antigo e América Pré-Colombiana. O primeiro jardim botânico de
que se tem registo no Ocidente foi criado por volta de 370-285 a.C. na Grécia, junto ao Liceu

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(uma escola filosófica), próximo a Atenas. Já nessa época os jardins botânicos tinham função de
lazer, no entanto, funcionavam principalmente como locais onde eram desenvolvidas pesquisas e
estudos (Cavalheiro, 2001).

2.3.2. Conservação in-situ

Conservação in-situ é um método de conservação que busca preservar populações de espécies


em seu estado natural de ocorrência na natureza (Simon, 2010). Todas as espécies possuem
adaptações para viver e desenvolver-se dentro de um ecossistema. A espécie só mantém a sua
particularidade na sua permanência dentro do ecossistema. Se o objectivo for resguardar os
valores criados durante o processo de desenvolvimento da vida, é sumamente desejável que
conservemos a biodiversidade dentro do ecossistema que a gerou. O maneio de populações
ameaçadas no seu ambiente natural deve levar em conta características biológicas, ecológicas e
comportamentais da espécie. A conservação in-situ dos recursos biológicos pode ser vista como
parte dos esforços envolvendo a conservação biológica em um sentido amplo, a qual inclui
paisagens, ecossistemas e recursos naturais (Conway, 1980).

2.3.3. Conservação ex-situ

Conservação ex-situ – o mesmo que conservação fora do local ou conservação fora do habitat
natural - entre seus propósitos estão resgatar o germoplasma ameaçado, produzir material para
pesquisas e acções de conservação da biodiversidade, além de disponibilizar material
educacional relativo a conservação (Simon, 2010). A melhor estratégia para protecção a longo
prazo da diversidade biológica é a preservação das comunidades naturais e populações no
ambiente selvagem, conhecida como preservação in-situ ou preservação local. Somente na
natureza as espécies são capazes de continuar o processo de adaptação evolucionária para um
ambiente em mutação dentro de suas comunidades naturais.

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A estratégia de conservação ex-situ inclui instalações para preservação de animais em


zoológicos, fazendas com criação de caça, aquários e programas de criação em cativeiro. As
plantas são mantidas em jardins botânicos, arboretos e bancos de sementes.

2.3.4. Políticas de conservação associadas a jardins botânicos

Implementar estratégias de conservação implica em combinar políticas, acções e saberes


diversos, bem como numa estruturação institucional capaz de sustentar essa implementação.
Existem outros documentos que pautam a relação entre jardins botânicos e conservação da
biodiversidade. O guia “Estratégias de Conservação para Jardins Botânicos”, publicado em 1989
pela BGCI – Botanic Gardens Conservation Internacional, serviu de embasamento para
desenvolvimento de programas de conservação dentro dos jardins botânicos e promoveu o
estímulo para criação e renovação de jardins botânicos ao redor do mundo (BGCI, 2001).

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3. MATERIAL E MÉTODO
3.1. Descrição da área de estudo

O presente estudo foi realizado no jardim botânico do Instituto Superior Politécnico de Manica,
que sita no posto administrativo de Matsinho, distrito de Vandúzi, na região centro da província
de Manica, que dista a cerca de 15Km da cidade de Chimoio (capital provincial de Manica).

Este objecto do estudo (jardim botânico) pertence ao ISPM, e compreende uma área total de 8 ha
apresentando uma forma aproximadamente trapezoidal, dividida em 4 blocos: conservação in-
situ, conservação ex-situ, área do herbário e banco de germoplasma. Esta área possui uma trilha
circular, de uma forma abreviada na figura 1que ilustra um mapa do local estudado.

F
igura 1: Mapa da área do Jardim Botânico. Fonte:Thenesse, (2018).

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3.1.1. localização geográfica

O campus do Instituto Superior Politécnico de Manica (ISPM) fica localizado na província de


Manica, distrito de Vandúzi, posto administrativo de Matsinho, localidade de Chiremera, a 15
km ao norte da cidade de Chimoio, e 4.5km pelo desvio da estrada nacional N6 à direita nas
antenas da Rádio Moçambique. Tem disponível uma via de acesso principal que liga o posto
administrativo de Matsinho a estrada nacional N6 na localidade de Chiremera e tem as seguintes
coordenadas de localização:19º2’54,25’’S 33º24’15,007’’E, 19º2’46,351’’S 33º24’4,613’’E,
19º2’57,198’’S 33º23’55,921’’E, 19º3’6,42’’S 33º24’7,675’’ Como mostra a figura a baixo.

Figura 2: Mapa da área do ISPM. Fonte:Thenese, (2018).


O distrito de Vandúzi o qual está situado o Instituto Superior Politécnico localiza-se na região
centro da província de Manica e faz limite com os distritos de Barué e Macossa a norte através
do rio Púngué, Macate e Sussudenga a Sul através dos rios Revúe e Tembwé a este com o
distrito de Chimoio e com o posto administrativo de Cafumpe através do rio Mudzingaze, oeste
pelo distrito de Manica através do rio Nhacadunguire (1ª conferência económica de Vanduzi,
2017).

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3.1.2. Clima e Hidrologia

Segundo a classificação de Koppen, o clima do distrito é do tipo tropical seco com duas
estações, uma quente e chuvosa de Novembro a Março e outra seca e fria de Abril a
Outubro. Em termos de enquadramento geoclimático a área objecto de estudo fica na
zona centro da província, localmente fresco e chuvoso. As precipitações médias anuais
são de 1198 mm/ano. No mês de Janeiro, o mês mais quente do ano, a temperatura
média é de 24.3 °C. Com uma temperatura média de 17.1 °C, Julho é o mês com a mais
baixa temperatura ao longo do ano.

O mês mais seco é Julho com 31 mm. Com uma média de 254 mm o mês de Janeiro é o
mês de maior precipitação (CLIMATE-DATA.org, 2017) em função deste dados é
ilustrada a seguir o gráfico 1 de medias mensais da precipitação da região de vanduzi.

Gráfico 1: Precipitações médias mensais do distrito de Vandúzi.

Precipitacaes medias mensais de Vanduzi


140
120
100
Precipitacao (mm)

80
Medias Mensais
60
40
20
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

A área está constituída por diversos corpos de águas sendo a maioria das lagoas
sazonais distribuídas por diferentes pontos do distrito. A região do distrito de Vanduzi
possui vários rios e riachos, sendo os mais importantes, o Púngué, Revúe, Tembwé,
Mudzingaze e Nhacadunguire.

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3.1.3. Descrição do jardim botânico do ISPM

O jardim Botânico tem uma área total basal de 0.513 m2. E esta área possui 701
indivíduos arbóreos distribuídos em 41 espécies, pertencentes a 17 famílias botânicas,
sendo que deste universo foram identificadas os nomes científicos e as famílias
respectivamente cerca de 684 árvores e as restantes 17 árvores não foram identificados.

O local é predominado por florestas abertas de miombo, e este tipo representa a


vegetação potencial da totalidade dos tipos de vegetações a nível da província de
Manica, com a excepção em zonas pouco drenadas, compondo uma vegetação de
brachystegias,(Thenesse,2018).

3.1.4. Vegetação potencial

O local é predominado por florestas abertas de miombo com espécies representativas


como a Dalbergia melanoxylon, Pteleopsis myrtifolia, Acacia burkei e Millettia
stuhlmannii Taub, enquanto que a Terminalia sericea, Tabernaemountana elegens,
Combretum apiculatum sond e Brackenridgea zangueberica são as espécies com menor
dominância., e este tipo de vegetação potencial da totalidade representa a composição
da existência de alguns arbustos, (Thenesse,2018).Como ilustra a figura 3 a seguir.

Figura 3: Jardim Botânico do ISPM (Autor, 2018).

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3.2. Métodos

3.2.1. Colecta dos dados meteorológicos

Os dados Climatológicos usados neste trabalho foram colectados na estacão


meteorológica do Instituto Superior Politécnico de Manica e Instituto Nacional de
Meteorologia (INAM). Esta colecta consistiu na obtenção de dados diários medidos as
15 horas dentre os quais incluem a Humidade relativa do ar, Temperatura, precipitação,
Velocidade do vento e pressão atmosférica compreendendo um período de um ano
(Janeiro a Dezembro) do ano de 2015.

3.2.2. DRP
Para a colectado de dados aplicou-se o Diagnostico Rural Participativo especificamente
o método da consulta comunitária que foi aplicado ao responsável do Jardim botânico e
seguida aplicou-se ainda um questionário para obtenção de dados de incêndios. E para a
comunidade Nhadenba, para além da consulta comunitária para se chegar a comunidade
e marcar um encontro com os membros da comunidade usou-se também a ferramenta "
Calendário Sazonal" que nos permitiu ter uma visão temporal dos
acontecimentos/aspectos, ter vidências sociais do local, correlacionar diferentes
informações a respeito de um mesmo período, e ampliar o espaço de tempo investigado
para além do momento da reunião do grupo.

Para o efeito de obter o histórico de incêndios a partir do calendário Sazonal tratou-se


de desenhar uma tabela no chão na qual o eixo foi o tempo, dividido em meses e dias
onde nela foram sendo inseridos elementos simbólicos, conforme o desenrolar da
discussão junto com os membros da comunidade foi se compondo o interesse da
investigação.

Após apresentações, descontracções e explicações, iniciou-se o exercício pedindo que


alguém risque no chão o período de tempo que foi analisado (isso foi previamente
definido com o grupo). Deixou-se o grupo à vontade para construir o calendário pós não
era relevante que comece sempre por Janeiro. O eixo do tempo será o horizontal.

Sacur, Francisco Francisco Página 24


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O eixo vertical foi construído pelos aspectos de interesse da pesquisa e do grupo e


também foi importante discutir a variação do período de tempo em questão porque cada
aspecto mencionado formava uma linha da tabela como titulo por exemplo, “incêndio”,
onde para “preencher a linha”, perguntou-se qual o período de maior ocorrência e em
seguida, o de menor ocorrência, a fim de estabelecer um parâmetro de comparação para
o preenchimento das demais intersecções como ilustra a figura 4 a baixo.

Figura 4: Calendário sazonal da comunidade Nhademba em 2018.

Usando uma escala de zero a cinco, por exemplo, atribuiu-se 5 pontos para o mês mais
propenso a incêndios florestais, e definiu-se numa proporção contrária quanto ao mês
menos propenso. E assim sucessivamente. Os pontos foram representados por elementos
móveis como pedras ou sementes. A cada linha construída, ou seja, a cada aspecto
discutido, explorou-se as informações desejadas com perguntas do tipo: "como",
"quando", "onde", "para quê", "por quê", "quanto (s)".

Também foi importante deixar o grupo propor novas linhas (aspectos) e, para isso,
podíamos perguntar: "o que mais acontece por aqui?”. As Possibilidades da Ferramenta
Calendário sazonal usados neste estudo foram objectivados para chegar ao calendário
histórico que partiu da pergunta "sempre foi Assim?".

A Visão Quantitativa que partiu da noção de intensidade e obtenção de dados


quantitativos de alguns aspectos analisados e o Co-relacionamento de diferentes
informações do mesmo período que faz a relação entre diferentes aspectos analisados

Sacur, Francisco Francisco Página 25


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(exemplo: incêndio e a época de ocorrência), considerando um mesmo período. No


entanto o encontro sazonal teve a participação de muitos membros comunitários, como
ilustra a figura 5 a baixo.

Fo
nte: autor, (2018).

Figura 5: encontro dos membros da comunidade Nhademba em 2018.

3.3. Análise de dados

Com o intuito de determinar o grau de perigo dos índices de Angstron, Nesterov, FMA
e FMA+ foram calculados os índices de perigo com o auxílio do pacote electrónico
Microsoft Office Excel 2007, utilizando as equações descritas na tabela 4 a baixo:

Sacur, Francisco Francisco Página 26


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Tabela 4: formula e restrições para o cálculo dos índices Angsron, Nesterov, FMA e
FMA+.

Índice Fórmula Descritores

Angstorn B=0,05 H −0,1(T −27) B= Índice de Angstron, Restrições


Humidade relativa em % Precipitação em Modificação
(Equa. 1) (mm)
T= Temperatura do ar em ºC

Nesterov G=∑ (di . ti) G= índice de Nesterov ≤ 2,0 Nenhuma


i=1 t= temperatura do ar em ºC
2,1 a 5,0 Abater 25% no valor de G calculado na véspera
e somar d.t do dia
(Equa. 2)

H d= deficit de Saturação do ar 5,1 a 8,0 Abater 50% no valor de G calculado na véspera


d= E(1− ) em milibares e somar d.t do dia
100
E= pressão máxima de vapor 8,1 a 10,0 Abandonar o somatório anterior e recomeçar
de agua em milibares novo cálculo, Isto é, G=0 do dia
H= humidade relativa do ar
(Equa. 3)
em %

Fórmula n FMA= Formula de monte ≤ 2,4 Nenhuma


100
de FMA=∑ ( ) alegre;
Monte i=1 Hi 2,5 a 4,9 Abater 30% na FMA calculada na véspera e
Alegre H= humidade relativa do ar somar (100/H) do dia.
(%) em percentagem,
medidas as 13:00h; 5,0 a 9,9 Abater 60% na FMA calculada na véspera e
somar (100/H) do dia.
(Equa. 4) N= Número de dias sem
chuva maior ou igual a 10,0 a 12,9 Abater 80% na FMA calculada na véspera e
13,0mm; somar (100/H) do dia.

> 12,9 Interromper o cálculo (FMA=0) e recomeçar a


somatória no dia seguinte.

( )
Fórmula n FMA+= Formula de monte ≤ 2,4 Nenhuma
100
de FMA+ ¿ ∑ X e 0,04.valegre alterada
Monte i=1 Hi 2,5 a 4,9 Abater 30% na FMA calculada na véspera e
H= humidade relativa do ar
Alegre somar (100/H) do dia.
(%) em percentagem,
Alterada
medidas as 13:00h;
5,0 a 9,9 Abater 60% na FMA calculada na véspera e
(Equa. 5) N= Número de dias sem somar (100/H) do dia.
chuva maior ou igual a
10,0 a 12,9 Abater 80% na FMA calculada na véspera e
13,0mm;
somar (100/H) do dia.
e= base dos Logaritmos > 12,9 Interromper o cálculo (FMA=0) e recomeçar a
naturais (2,718282), somatória no dia seguinte.
v= Velocidade dos ventos em
m/s medida às 13:00h
(NUNES, 2005).

Sacur, Francisco Francisco Página 27


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Com base na interpretação dos cálculos descritos na tabela acima os resultados dos
índices como Nesterov, Formula de monte alegre e fórmula de monte alegre alterada
seguem uma sequência de classificação dos dias com escala de grau de perigo como
mostra a tabela 5 a seguir:

Tabela 5: Escala de perigo do índice de Nesterov, FMA e FMA+.

Índice Valor de G Grau de perigo Índice Valor da FMA Grau de perigo

≤ 300 Nenhum risco Fórmula de < ⁄ =1,0 Nulo


monte
Nesterov 301 a 500 Risco pequeno 1,1 a 3,0 Pequeno
alegre
501 a 1000 Risco Médio 3,1 a 8,0 Médio

1001 a 4000 Grande risco 8,1 a 20.0 Alto

> 4001 Altíssimo risco >20,0 Muito alto

Índice Valor da FMA+ Grau de perigo

Fórmula de monte alegre < ⁄ =3,0 Nulo


alterada 3,1 a 8,0 Pequeno

8,1 a 14,0 Médio

14,1 a 24.0 Alto

>24,1 Muito alto

Para o índice Angstron o contexto é diferente porque sempre que o valor de "B" for
menor que 2,5 Haverá risco de Incêndios dentro de limites razoáveis de custo, e isso
dependerá das condições atmosféricas do dia.

3.3.1. Avaliação do desempenho

Para avaliar o comportamento de cada índice e definir o de melhor desempenho para a


região do ISPM, utilizou-se ferramentas como o método skill score (SS) e a análise da
percentagem de sucesso (PS) (Sampaio, 1999; Nunes, 2005). Com base neste método
usou-se tabelas de contingência para registar e analisar o padrão de relacionamento
entre quatro variáveis que contêm os valores observados e previstos para um mesmo
evento. Basicamente fez-se a razão da diferença entre os acertos na previsão e o número

Sacur, Francisco Francisco Página 28


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esperado de acertos e a diferença entre o número de dias observados e o número de dias


com previsão de acertos. Para se chegar a resultados do melhor índice com o melhor
desempenho foram usados em sequência ordeira as equações que se ilustram tabela 6
que se segue:

Tabela 6: Tabelas de contingência e formúlas de skill score e percentagem de sucesso

Evento Observado Total previsto


Incêndio Não incêndio
Previsto Incêndio A B N2= a+b
Não incêndio C D N4= c+d
Total observado N1= a+c N3= b+d N= a+b+c+d
Evento Observado Total previsto
Incêndio Não incêndio
Previsto Incêndio a/(a+c) b/(b+d) 1
Não incêndio c/(a+c) d/(b+d) 1
Total observado 1 1 N= a+b+c+d
Nt – Número total de observações; a – número
de dias com ocorrências de incêndios previstas e
observadas; b – número de dias com ocorrências
N t =a+ b+c +d
de incêndios previstas e não observadas; c –
número de dias com ocorrências de incêndios
(Equa. 6) não previstas e observadas; d – número de dias
com ocorrências de incêndios não previstas e não
observadas.
Ga=a+d Ga – Número de acertos na previsão
H a =N∗( 1− p )∗( 1−q ) + N∗p∗q ( Ha – Número esperado de acertos,
Equa. 7)
p – número de dias com ocorrências de incêndios
previstas e observadas +número de dias com
ocorrências de incêndios não previstas e
observadas, dividido pelo número total de
p=N 1 /N t
observações; N1–número de dias com
ocorrências de incêndios previstas e observadas
Sacur, Francisco Francisco Página 29
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(Equa. 8) + número de dias com ocorrências de incêndios


não previstas e observadas; N2 – número de dias
com ocorrências de incêndios previstas e
observadas + número de dias com ocorrências de
incêndios previstas e não observadas;
q – número de dias com ocorrências de incêndios
previstas e observadas + número de dias com
q=N 2 / N t
ocorrências de incêndios previstas e não
observadas, dividido pelo número total de
(Equa. 9)
observações,
SS=(Ga− H á)/(N t + H a ) SS – skill score
(Equa. 10)

( )
Ga PS – Percentagem de sucesso
PS= ∗100(Equa. 11)
Nt

Fonte: Adaptado por Sampaio (1999).

Neste estudo os graus de perigo nulo e pequeno para os índices Angstron, Nesterov,
FMA e FMA+ foram considerados como não indicativos de probabilidade de ocorrência
de incêndios. Em contrapartida, os graus de perigo médio, alto e muito alto para os
índices citados a cima serão considerados como indicativos da probabilidade de
ocorrência de incêndios, de acordo com a metodologia adoptada por Nunes (2005).

Para que os resultados de cada índice fosse satisfatório, foi importante olhar se os
números de dias previstos em cada índice tinha uma relação inversa com a classe
(escala) de risco, de maneira que, quanto maior a classe, menor o número de dias
previstos. Com base nessas considerações foram calculados o SS e a PS para cada
índice estudado.

Houve um crescimento das classes de perigo que ocorreu de uma forma mais
desebalanceada, quando comparada aos resultados do Índice Angstron, Nesterov, FMA,
e FMA+ em seu período calculado, com as maiores concentrações nas classes de risco

Sacur, Francisco Francisco Página 30


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alto e muito alto nos meses mais críticos e com maior ocorrência de incêndios do ano
como sendo Setembro ate Outubro tendo sua redução em Novembro. Segundo Nunes et
al. (2010), a distribuição do número de dias previstos, encontrado neste estudo para a
FMA em todos os anos, é uma condição não desejada para a ocorrência de incêndios,
visto que o comportamento do número de dias previstos não segue uma tendência
crescente, da classe nula para muito alto, que é o comportamento esperado para estes
índices, indicando que a FMA precisa ser ajustada.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Sacur, Francisco Francisco Página 31


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Segundo o diagnóstico Rural Participativo através do inquérito feito ao Responsável do


Jardim Botânico desenvolveu-se um calendário sazonal a partir de Informações colhidas
e Processadas pelo Ferramenta estatística SPSS que nos forneceu os dados relativos a
incêndios no último de 2017 como ilustra a tabela 7 a baixo.

Tabela 7: Registo de Incêndios

Meses Queimada/n° de dias 2017 Queimada/n° de dias


Janeiro (0) Queimadas Julho (1) Queimadas
Fevereiro (0) Queimadas Agosto (4) Queimadas
Marco (0) Queimadas Setembro (15) Queimadas
Abril (0) Queimadas Outubro (13)Queimadas
Maio (0) Queimadas Novembro (5) Queimadas
Junho (2) Queimadas Dezembro (0) Queimadas

4.1. Números de dias previstos para cada classe de grau de perigo


4.1.1. Índice de Angstron

Representados em número de dias, meses e percentagens dos quais se fazem menção de


cada classe do grau perigo de incêndio. Observa-se que o maior número de dias para
ocorrência dos incêndios que se classificam a baixo de 2,5 estão distribuídas em 56 dias
de Maio a Dezembro com percentagem de 15,3% isto para o índice calculado em 2017
tendo apresentado o maior número de dias com grau de perigo muito alto para o
Nesterov neste período de Tempo a tabela 8 ilustra o numero de dia em relação a sua
percentagem e classe de perigo de incêndio.

Tabela 8: Número de dias em função das percentagens e classes de perigo de incêndio.

2017
GP Nº. Dias %
Nulo 309 84,7
Ocorrência de Incêndio 56 15,3

Sacur, Francisco Francisco Página 32


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Total 365 1000


GP- Grau de perigo Nº Dias- número de dias %-Percentagem

Dos quais 309 dias do índice Angstron calculado em 2017 estão acima do indicador de
ocorrência de incêndios (2,5) o que desqualifica o número de dias previstos deste índice
para este período calculado comparado com o índice de Nesterov que obteve maior
número de dias previstos com ocorrência de incêndios que ocorreram na região em
estudo o gráfico 2 ilustra o grau de perigo de incêndio do índice angstron em relação
com os meses e número de dias.

Gráfico 2: Índice de Angstron em 2017.

Indice de Angstron 2017


18
16 16 16
14
12
Numero de Dias

10
8 7
6
3 4 4 5 perigo de
4
2 0 0 0 0 1 incendio
0
ês eiro bril o
nh gos
to br
o
br
o
M r A u tu m
ve J A u
ez
e
Fe O
D
Meses

4.1.2. Índice de Nesterov

Observa-se que o maior número de dias para ocorrência dos incêndios foi na classe de
grau de perigo muito alto, distribuindo-se em 296 dias de Janeiro a Dezembro com
percentagem de 80,4% para o índice de Nesterov calculado no período de um ano, que
respectivamente apresentou o maior número de dias com grau de perigo muito alto para
o Nesterov, como a tabela 9 ilustra a relação entre a classe de perigo em função dos dias
e percentagens.

Tabela 9: Número de dias em função das percentagens e classes de perigo de incêndios.

Sacur, Francisco Francisco Página 33


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2017
GP Nº. Dias %
Nulo 02 0,4
Pequeno 03 0,6
Médio 03 0,6
Alto 12 2,1
Muito alto 296 80,4
Total 316 0
GP- Grau de perigo Nº Dias- número de dias %-Percentagem

O índice de Nesterov apresentou um grande número de dias com grau de perigo muito
alto. Em seguida, a classe de perigo que se destacou foi a de grau alto para o mesmo
índice, com um total de 12 dias em Janeiro ate Agosto com uma percentagem de
2,1%.A predominância do número de dias com grau de perigo muito alto também foi
observada por Sampaio (1999), Nunes (2005), Nunes et al. (2010), Borges et al. (2011),
Rodrígues (2012) e Tetto (2012), não obstante o segundo maior número de dias ter
coincidido com o grau de perigo alto para quase todos os autores citados.

No que se refere ao índice de Nesterov, Rodrígues (2012), analisando dados de 20.191


dias em Pinar del Río (Cuba), observou a predominância da classe de perigo muito alto
em 1.756 dias, o equivalente a um percentual de 80,15%, seguida pela classe de grau
alto em 169 dias, o equivalente a 7,71%. Entretanto, os valores encontrados por esses
autores não divergem muito dos encontrados neste trabalho, pelo menos no que diz
respeito à predominância do grau de perigo muito alto para este índice.

O grau de perigo pequeno se fez presente no período estudado com 3 dias de Outubro a
Dezembro correspondente a 0,6% sendo que este mesmo número abrange a classe
Médio nos mesmos meses, mas a classe nula esteve presente em 2 dias do mês de
Dezembro do com uma percentagem de 0,5%. O gráfico 10 ilustra as classes de perigo
de incêndio em função dos dias e meses.

Sacur, Francisco Francisco Página 34


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Gráfico 3: Índice de Nesterov em 2017.

35
Indice de Nesterov 2017
30 30 nulo
28 28
Numero de Dias

30 27
25 25 pequeno
25
21 21 20 20 21
20 medio
15 alto
10
muito
alto
5 3 2 2
0 01 0 01 0 0 1 0 0 01 0 0 0 01 0 01 0 00 0 10 1 10 0 10
0

Meses

4.1.3. Índice de Formula de Monte Alegre

2017
GP Nº. Dias %
Nulo 11 3
Pequeno 284 70,8
Médio 31 8,7
Alto 2 0,5
Muito alto 0 0
Total 328 3
GP- Grau de perigo Nº Dias- número de dias %-Percentagem

Tabela 10: Número de dias em função das percentagens e classes de perigo de


incêndios para o índice FMA

Como a tabela 10 a cima ilustra o comportamento das classes de perigo em função de


dias, e percentagens, contudo verificou-se maior número de dias na classe pequeno e
médio com 284 e 31 dias nos meses de Janeiro a Dezembro e Maio a Outubro numa
percentagem de 70,8% e 8,4%, também estiveram presentes a classe alto e nulo com 2 e

Sacur, Francisco Francisco Página 35


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11 dias dos meses de Outubro e de Janeiro a Abril assim como Outubro ate Dezembro
numa percentagem de 3% e 0,5%. A classe muito alto mostrou se inexistente para o ano
de 2017, facto ilustrada no gráfico 4 do número de dias em função dos meses e classes
de perigo de incêndios para o índice FMA.

Gráfico 4: Índice de FMA em 2017

Indice de FMA 2017


35
29 29 Nulo
30
26 26 25
25 23 22 23 24 Pequeno
19 18 20
Numero de Dias

20 Medio
15
11 Alto
10 7 7
4 Muito Alto
5
1 2 2 2 1 1 2 3 2
0 00 00 00 00 0 0 0 0 0 00 00 1 00 10
0
l
eiro eiro arço abri aio nho ulho osto bro bro bro bro
r m ju j ag em utu em em
jan eve m t o v ez
f se no d
meses

4.1.4. Índice de Formula de Monte Alegre Alterada

Para a FMA+, verificou-se uma tendência do maior número de dias na classe nulo e
pequeno com 257 e 73 dias nos meses de Janeiro a Dezembro e Maio a Novembro numa
percentagem de 70,4% e 20%, também esteve presente a classe médio com 2 dias do
més de Outubro. A classe alto e muito alto mostrou se inexistente para o ano de 2017,
como ilustra a tabela 11 da relação entre classe de perigo, número de dias e sua
percentagem.

Tabela 11: Número de dias em função das percentagens e classes de perigo de


incêndios.

2017
GP Nº. Dias %
Sacur, Francisco Francisco Página 36
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Nulo 257 70,4


Pequeno 73 20
Médio 02 0,5
Alto 0 0
Muito alto 0 0
Total 332 20
GP- Grau de perigo Nº Dias- número de dias %-Percentagem

Houve um crescimento das classes de perigo que ocorreu de uma forma mais
desbalanceada, quando comparada aos resultados do Índice Nesterov e Angstron em
seus dois períodos calculados, com as maiores concentrações nas classes de risco alto e
muito alto nos meses mais críticos e com maior ocorrência de incêndios do ano como
sendo Setembro ate Outubro tendo sua redução e Novembro.

Nunes et al. (2006), em seus estudos com a FMA+ aplicado no Estado do Paraná,
obteve resultados que indicaram a necessidade de se ajustar a FMA para
regiões específicas. Em 60% das regiões avaliadas durante o estudo, o índice de risco
necessitou de ajuste porque o resultado das classes de risco foram desbalanceadas a
tendência normal da classe de perigo de incêndio, o gráfico 5 a baixo ilustra o
comportamento do índice FMA+ em função dos meses, dias e classe de perigo.

Gráfico 5: Comportamento do Índice de FMA+ em 2017.

Indice de FMA+ 2017


35
Numero de Dias

30 29 28 27 28
25 23 23 22 23 21 22 Nulo
20
16 16 Pequeno
15
10 14 10 Medio
10 8
5 3 3 3 2 10 Alto
00 00 0 00 0 0 0 0 0 00
0
o Muito Alto
eir
o
ar
ço aio lh
o
br br
o
jan m m ju m m
te ve
se no
Meses

Sacur, Francisco Francisco Página 37


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4.2. Desempenho dos índices Angstron, Nesterov,FMA e FMA+

Como já era previsto pelo número de dias em que predominou o grau de perigo alto e
muito alto nos dois índices (Angstron e Nesterov em 2017), os índices FMA e FMA+
previu menor número de dias (33 e 2 dias para FMA e FMA+ em 2017) de ocorrência
de incêndios, contrariamente ao Angstron e Nesterov, que no mesmo ano previu maior
número de dias de ocorrência de incêndios (56 e 311 dias para Angstron e Nesterov).
Observou-se a ocorrência de 40 incêndios na região em estudo nos quais 2 incêndios
ocorreram no Jardim botânico do ISPM em 2017.

Assim sendo, não se pode afirmar que os índices falharam na predição de ocorrência
dos incêndios, visto que eles previram a ocorrência dos incêndios utilizando as variáveis
meteorológicas. Evidentemente que o ideal seria utilizar um índice que indica-se o grau
de perigo, levando em consideração a probabilidade de um ser humano atear fogo em
um determinado local da área de estudo, uma vez que a maior parte dos incêndios é
devido a causas antrópicas.

No ano estudado, os índices calculados ao prever a não ocorrência de incêndios em 363


dias, não tendo sido registados incêndios; mostraram melhor desempenho, uma vez que
em nenhum dia que foi previsto a não ocorrência de incêndio foi observado incêndios.

Para o ano 2017, ambos os índices mostraram um bom desempenho ao preverem a não
ocorrência de incêndios em 309 e 54 dias, períodos em que não foram observadas
ocorrências. No geral, os dois índices preveram maior número de dias com ocorrência
de incêndios, 56 e 311 dias para os índices Angstron e Nesterov, respectivamente.

Essa tendência também foi observada por Tetto (2012), para o índice Angstron;
Rodrígues (2012), para os índices Nesterov; Borges et al. (2011), para os índices
Anstron e Nesterov; Mas uma tendência contrária, também foi encontrada por Nunes
(2005), para os modelos ajustados FMAVE1 e FMAVE2. Na tabela 12 estão
representados os valores da tabela de contingência e na Tabela 13 estão representados
Skill Score (SS) e Percentagem de Sucesso (PS).

Sacur, Francisco Francisco Página 38


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Observa-se que os valores obtidos para o índice Angstron e Nesterov em 2017


apresentaram melhores resultados em todos os anos estudados, tanto para o SS como
para o PS, comparativamente.

Tabela 12: contigencia do Indice Nesterov 2017

Evento Observado Total previsto


Incêndio Não incêndio
Previsto Incêndio 351 636 987
Não incêndio 94 379 473
Total observado 445 1015 1460
Evento Observado Total previsto
Incêndio Não incêndio
Previsto Incêndio 0,78876 0,6266 1
Não incêndio 0,21124 0,32397 1
Total observado 1 1 2

Tabela 13:Skill Score e Percentagem de Sucesso em função dos Índices de perigo.

2017
Índices de perigo Skil score Percentagem de Sucesso
Angstron 0,04 38,25
Nesterov 0,15 66,67
FMA 0,05 41.,04
FMA+ 0,06 39,78

O valor de SS encontrado foi 0,04 e de PS foi de 38,25% para o índice de Angstron .


Nos seguintes índices, os valores foram: 0,15 para SS e 66,67% para o PS do Nesterov;
0,05 para SS e 41,04% para a PS do FMA e 0,06 para o SS e 39,78% de PS do FMA+,
respectivamente. O índice Nesterov apresentou melhor desempenho no ano 2017 se
comparado com os demais. Borges et al. (2011), avaliando o desempenho de três
índices (FMA, FMA+ e Nesterov) no norte do estado de Espírito Santo, encontraram
que o FMA demostrou pior desempenho com valores de 0,0945 e 19,54% para SS e PS,

Sacur, Francisco Francisco Página 39


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respectivamente, enquanto o índice de Nesterov mostrou-se como segundo melhor


índice com valores de 0,12 e 46,75% para o SS e PS, respectivamente.

Pesquisa realizada por Sampaio (1999), no período de 1984 a 1995, para a região de
Agudos - SP, encontrou o valor médio da percentagem de sucesso da FMA e do
Nesterov iguais a 36,92 e 50,47%, respectivamente; enquanto o Skill Score destes
índices foram 0,0607 e 0,1024. Vários autores, tais como Rodríguez (2012), Tetto
(2012), Borges et al. (2011) e Nunes et al. (2010) encontraram valores do SS inferiores a
0,09 e de PS iguais ou inferiores a 40% para o índice FMA, FMA+ e Angstron. Esses
valores são semelhantes aos encontrados neste trabalho em todos os anos estudados.

5. CONCLUSÕA RECOMENDACOES
Dos quatro índices em estudo só o índice Nesterov apresentou o melhor
desempenho com valores superior de 0,15 para SS e 66,67 para PS no Jardim
Botânico do ISPM.
Os índices FMA e FMA+ apresentaram uma relação de maior número de dias
previstos em função das classes de risco estabelecidos para estes índices
indicado que os índices de FMA e FMA+ mostraram resultados não satisfatórios
chegando a conclusão que estes índices estão desajustados para esta região.

Sacur, Francisco Francisco Página 40


Avaliação do Desempenho de Índices de Perigo de Incêndios florestais no Jardim Botânico do
Instituto Superior Politécnico de Manica.

A região de estudo, em função de suas condições climáticas locais, apresenta


grande risco de incêndios na maior parte do ano tendo mais destaque os Meses
de Setembro a Outubro e um pouco o mês de Novembro.
5.1. RECOMENDACOES
Para o controlo e previsão dos incêndios florestais no jardim botânico do ISPM
recomendo a utilização do índice Neterov como sendo o melhor índice para a
previsão e controlo de incêndios para esta região
O ISPM futuramente deve criar um novo estudo para ajuste dos índices de
Angstron, FMA e FMA+, no Intuito de futuramente poder-se prever,prevenir e
conservar duma forma integrada este Jardim Botânico,
Criar mecanismos para calcular diariamente o Índice de Nesterov e Colocação
das placas de advertência do estado do dia em função dos incêndios, Promover a
educação ambiental incluído a capacitação do cálculo dos Índices de ocorrência
de incêndios florestais e a sua importância para a floresta e para a sociedade em
geral.

6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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2013.19 p.

7. Anexos Data:____/____/_____

Inquérito ao responsável pelo jardim botânico

Jardim Botânico Do Instituto Superior Politécnico Manica

Nome___________________________________Função_________________________
Sacur, Francisco Francisco Página 47
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Instituto Superior Politécnico de Manica.

Grau Académico_____________________________

Questões:

(1) Em que ano o ISPM Implantou o Jardim Botânico do ISPM?


______________________________________________________________________

(2) Porque a escolha deste local para servir de jardim botânico do ISPM?
______________________________________________________________________

(3) Que Critério ou o que foi tomado como indicadores para a escolha deste local?
______________________________________________________________________

(4) Quais as espécies que mais representam o Jardim Botânico do ISPM?


______________________________________________________________________

(5) Tendo em conta que o Jardim Botânico do ISPM esta num local propenso a
queimadas por causa das actividades agrícolas da comunidade circunvizinha, quantas
vezes este local já sofreu incêndios antes da implantação do jardim
botânico_____________________________ em que mês ocorreu estas
queimas________________________________________________________________

(6) Quantas vezes ocorreram queimadas após a implantação do jardim botânico?


__________ e em que mês ocorreu estas queimadas_____________________________

(7) Após o acontecimento destas queimadas houve uma alteração na paisagem do jardim
botânico? ______________________________________________________________

(Drº Gil Estou grato pela sua colaboração)


"Tenha continuação de Um óptimo dia e que Deus continue te abençoando"
Figuras de Incêndios e na abertura de novas unidades de produção numa área vizinha do
Jardim Botânico.

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Avaliação do Desempenho de Índices de Perigo de Incêndios florestais no Jardim Botânico do
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GLOSSÁRIO

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Avaliação do Desempenho de Índices de Perigo de Incêndios florestais no Jardim Botânico do
Instituto Superior Politécnico de Manica.

Fogo è um fenómeno a um corpo combustível na presença de ar (IBAMA, 1998). E


segundo Martins, (2010). Defini o fogo como sendo uma reacção química que é
considerado um fenómeno que ocorre quando se a plica calor a uma substancia
combustível m presença do ar, elevando sua temperatura ate que ocorra a libertação
de gases, cuja combinação com o oxigénio do ar proporciona a energia necessária
para que o processo continue.
Fogo florestal define-se pela combustão controlada de materiais combustíveis
existentes nas áreas florestais (REIS et al, 2003).
Queimada é o termo prático atribuído à controlada, utilizado pelo público em geral,
inclusive pela empresa florestal ou não, mas que não se aplica as exigências ou
regras da queimada prescrita como conceitualmente concebida (RIBEIRO, 2000).
Queimada refere-se ao processo de combustão de fitomassa e ou subprodutos da
combustão (LOMBARD, 2005)
Queimada Controlada ou prescrita é o uso do fogo de maneira programada,
devidamente autorizado pelo, órgão ambiental responsável de cada Estado. Para
eliminar a vegetação ou restos das culturas para determinados fins produtivos,
mantendo o fogo sob controlo (FAEMG, 2005).
Queimada descontrolada é o suo do fogo sem controlo sobre qualquer forma de
vegetação, podendo ser causada de forma espontânea ou ser provocada pelas acções
ou omissões humanas (VIANA, sd).
Incêndio é uma combustão não limitada no tempo e nem no espaço (DGRF, 2004).
E o mesmo autor afirma que Um incêndio ( do latim incendium) é o fogo de grades
proporções que destoe aquilo que não estava destruído a ser queimado.
Incêndio florestal é um termo utilizado para definir fogo incontrolado que se
propaga livremente e consome os diversos tipos de material combustível existentes
em uma floresta (SOARES, BATISTA, 2007)
Prevenção em sentido lato, refere-se ao conjunto de actividades (ordenamento
florestal, gestão florestal, criação e manutenção de infra-estruturas, sensibilização,
vigilância, detecção e alarme) que tem por objectivo reduzir ou anular a
probabilidade de ocorrência e a intensidade de incêndios. Em sentido restrito, refere-
se ao conjunto de actividades (ordenamento florestal, gestão florestal, gestão de
Sacur, Francisco Francisco Página 50
Avaliação do Desempenho de Índices de Perigo de Incêndios florestais no Jardim Botânico do
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combustíveis, e sensibilização) que tem por objectivo reduzir ou anular a


probabilidade de ocorrência e a intensidade de incêndios (FIGUEIREDO, 2017).
Combate é um conjunto de medidas e atitudes destinadas a diminuir a probabilidade
de eclosão de um incêndio (FIGUEIREDO, 2017).

Índice acumulativo é o valor que aumenta gradativamente, como realmente


acontece com as condições de perigo de incêndio, ate que a ocorrência de uma
chuva o reduza a zero, recomeçando novo ciclo cálculo.
Risco de Incêndio (fire risk) é a chance de um incêndio ter inicio, em função da
existência de agentes de ignição e esta composta pela Vulnerabilidade e pelo factor
ameaça a que esta submetida o ambiente. A vulnerabilidade depende do material
combustível, da topografia, das condições climáticas e do tipo de solo. O factor de
ameaça diz respeito à existência de agentes naturais e antrópicos que dão inicio ao
processo de combustão (OLIVEIRA, 2002).
Perigo de Incêndio (Fire hazard) é a percepção humana do perigo que corresponde
à ocorrência do vento em si e é caracterizado pela probabilidade do incêndio ocorrer
e pelas proporções dos efeitos ele pode causar. Este é composto pelo risco de
incêndio e pelas condições de presença de combustível, clima e topografia.
(BACHMANN, 2001).

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