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DIVISÃO DE AGRICULTURA
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL
Projecto de licenciatura
Autor:
Francisco Francisco Sacur
Supervisora:
Matsinho
2018
Francisco Francisco Sacur
Contactos: 844127252
Matsinho
2018
DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu Francisco Francisco Sacur, Com zelo, firmeza e honestidade, declaro por minha honra
que o presente trabalho intitulado Avaliação do Desempenho de Diferentes Índices de Perigo
de Incêndios Florestais para o Jardim Botânico do Instituto Superior Politécnico de Manica.
foi por mim elaborado, valendo-me unicamente das fontes referidas.
____________________________
(Francisco Francisco Sacur)
Matsinho
2018
Francisco Francisco Sacur
Supervisora
_____________________________________________
Oponente
______________________________________________
Presidente
_____________________________________________
iv
“Nossa recompensa se encontra no esforço e não no resultado. Um esforço total é
uma vitória completa”
(Ghandi)
v
I. Dedicatória
Dedico em especial:
i
II. Agradecimento
Agradeço a Deus, que me ajudou a ultrapassar os obstáculos e me deu forças suficientes para
que o sonho se tornasse numa realidade.
Agradeço a minha família, pelo apoio moral e financeiro prestado, tornando possível a
realização deste curso.
A minha supervisora, Engª. Alba de Almeida - MSc. Que soube conduzir-me e que acreditou
em mim, na realização deste trabalho, também pela paciência, pelo apoio pelos conselhos
profissionais em fim, agradeço imenso pela atenção e disponibilidade imediata na interacção
Estudante-Docente.
A minha namora, obrigado pela atenção, paciência e por ser presente nos bons e maus
momentos, dando-me força para que o curso terminasse, acima de tudo pelo companheirismo.
Aos meus colegas e amigos do curso de Eng. Florestal, aos meus companheiros e colegas de
quarto: Amaral siale, Quenito Luciano, Nito bento Secane, Hermenigildo José Paulo, Rolim
José Thenesse, Constâncio Sebastião Luís, Edson Pedro Sulvai entre outros que não estão a
que mencionados e que directa ou indirectamente, depositaram confiança e amizade durante a
minha formação.
Tendo em conta a enorme lista, que seria impossível mencionar o nome de todos, de uma
forma particular, deixo o meu obrigado a todos, familiares, amigos e colegas pelo apoio
moral e material, do fundo do coração o meu dhinoutamalela.
ii
III. RESUMO
iii
Palavras chaves: FMA, Angstron, Nesterov, FMA+, Desempenho, Jardim Botanico.
iv
V. LISTA DE TABELAS
vi
LISTA DE EQUAÇÕES
1. Equação: B=0,05 H −0,1(T −27) Fórmula do Índice de Angstron e Suas 27
Variáveis
vii
2. Equação: G=∑ (di . ti) Fórmula do Índice de Nesterov 27
i=1
4. Equação: n
100 Fórmula de Monte alegre 27
FMA=∑ ( )
i=1 Hi
( )
5. Equação: n
100 Fórmula de Monte alegre alterada 27
FMA=∑ X e 0,04. v
i=1 Hi
9. Equação: p=N 1 /N t 29
número de dias com ocorrências de
incêndios previstas e observadas +
número de dias com ocorrências de
incêndios não previstas e observadas,
dividido pelo número total de
observações;
( )
12. Equação: Ga Percentagem de Sucesso 30
PS= ∗100
Nt
viii
VII. LISTA DE ANEXOS
1. Anexo: Ficha de Inquérito 48
2. Anexo: Incêndios na abertura de novas unidades de produção numa área 49
vizinha do Jardim Botânico
3. Anexo: Glossário 50
ix
ÍNDICE
I. Dedicatória................................................................................................................................i
II. Agradecimento.........................................................................................................................ii
III. RESUMO............................................................................................................................iii
IV. LISTA DE FIGURAS.........................................................................................................iv
V. LISTA DE TABELAS.............................................................................................................v
VI. LISTA DE GRÁFICA.........................................................................................................vi
LISTA DE EQUAÇÕES...............................................................................................................vii
VII. LISTA DE ANEXOS........................................................................................................viii
VIII. LISTA DE ABREVIATURA..........................................................................................ix
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................1
1.1. Problema de estudo...........................................................................................................2
1.2. Justificativas do estudo..................................................................................................3
1.3. Objectivos.............................................................................................................................4
1.3.1. Geral:.........................................................................................................................4
1.3.2. Específico:.................................................................................................................4
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA.................................................................................................5
2.1. Incêndios florestais...............................................................................................................5
2.1.1. Conceito e causas de incêndios florestais..................................................................5
2.1.2. Factores que influenciam os incêndios florestais..........................................................6
2.1.3. Impactos dos incêndios florestais..................................................................................6
2.1.4. Incêndios florestais em Moçambique............................................................................8
2.1.5. Uso do fogo nas áreas de conservação..........................................................................9
2.2. Indices de perigo de incêndios florestais em mocambique.........................................10
2.2.1. Conceito e Importância de índice de perigo de ocorrência de incêndios....................11
2.2.2. Relação do índice de perigo de incêndios com as condições Meteorológicas............11
2.2.2.1. Precipitação..........................................................................................................12
2.2.2.2. Humidade Relativa do Ar....................................................................................12
2.2.2.3. Temperatura.........................................................................................................13
2.2.2.4. Vento....................................................................................................................13
2.2.3. Principais índices de perigo de incêndios florestais........................................................14
2.2.3.1. Índice de Angstron...................................................................................................15
2.2.3.2. Índice de Nesterov...............................................................................................15
2.2.3.3. Índice da Fórmula de monte alegre (FMA).........................................................15
2.2.3.4. Índice de Formula de Monte Alegre Alterada (FMA+).......................................15
2.2.4. Eficiência dos índices de perigo de incêndios florestais.........................................16
2.3. Jardim Botânico..............................................................................................................17
2.3.1. Origem dos jardins botânicos..................................................................................17
2.3.2. Conservação in-situ.................................................................................................18
2.3.3. Conservação ex-situ.................................................................................................18
2.3.4. Políticas de conservação associadas a jardins botânicos.........................................19
3. MATERIAL E MÉTODO......................................................................................................20
3.1. Descrição da área de estudo................................................................................................20
3.1.1. localização geográfica.............................................................................................21
3.1.2. Clima e Hidrologia..................................................................................................22
3.1.3. Descrição do jardim botânico do ISPM...................................................................23
3.1.4. Vegetação potencial.................................................................................................23
3.2. Métodos...........................................................................................................................24
3.2.1. Colecta dos dados meteorológicos...........................................................................24
3.2.2. DRP.............................................................................................................................24
3.3. Análise de dados.............................................................................................................26
3.3.1. Avaliação do desempenho...........................................................................................28
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................................32
4.1. Números de dias previstos para cada classe de grau de perigo..........................................32
4.1.1. Índice de Angstron..........................................................................................................32
4.1.2. Índice de Nesterov..........................................................................................................33
4.1.3. Índice de Formula de Monte Alegre...............................................................................35
4.1.4. Índice de Formula de Monte Alegre Alterada................................................................36
4.2. Desempenho dos índices Angstron, Nesterov,FMA e FMA+............................................38
5. CONCLUSÕA RECOMENDACOES...................................................................................41
5.1. RECOMENDACOES.........................................................................................................41
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS...................................................................................42
7. Anexos....................................................................................................................................47
Avaliação do Desempenho de Índices de Perigo de Incêndios florestais no Jardim Botânico do Instituto Superior
Politécnico de Manica.
1. INTRODUÇÃO
Em todo mundo, o número de incêndios florestais de grandes proporções tem aumentado de uma
forma alarmante. Esse aumento tem provocado impactos profundos e sem precedentes na
economia, ambiente e na sociedade em geral. Devido às mudanças climáticas e ao aumento da
população mundial, as florestas têm se tornado cada vez mais vulneráveis aos incêndios
(WILLIAMS et all, 2013).
Segundo mesmo autor mais de 8 milhões de hectares são áreas que têm sido derrubadas pela
actividade do homem no seu dia-a-dia onde o uso de fogo tem sido o elemento chave para essas
práticas com efeito directo sobre solo, vegetação, recurso hídricos, entre outros. A alteração da
composição química, compactação, erosão dos solos, extinção de espécies valiosas de flora e
fauna, aquecimento global são algumas das consequências originadas por práticas inapropriadas
do uso de fogo.
combustível seco para alimentar a combustão. Os períodos mais críticos em Manica são os meses
de Agosto, Setembro e Outubro, dependentes de distribuição temporal das chuvas durante o ano,
(SPFFBM/PMSR, 2002).
O BONTEMPO, (1999) vem afirmar que uma das ameaças continuas que colocam os objectivos
das áreas protegidas (APs) em risco è a ocorrências de incêndios florestais em seus diferentes
biomas. Em geral, as ocorrências de incêndios nas APs tem sua origem no entorno delas por
meio de actividades antrópicas.
A comunidade Nhadenba não foge do contexto macro da província de Manica no âmbito dos
incêndios florestais, sendo que esta é uma comunidade que pratica varias actividades com o uso
de fogo onde a principal é a agricultura itinerante que é praticada numa escala diária, mensal e
anual dependo da época. Por motivos destas praticas s serem praticadas em áreas circunvizinhas
ou seja ao redor do ISPM onde sita o jardim botânico, torna claro que esta áreas dedicada a
conservação esta sujeito a um perigo diários eminente de ocorrência de incêndios seja agora ou
num presente próximo.
É neste âmbito que tornou-se crucial estudar a ferramenta índice de ocorrência de incêndios
florestais para um Jardim Botânico do instituto Superior Politécnico de Manica.
1.3. Objectivos
1.3.1. Geral:
Avaliar a eficiência dos índices de perigo de incêndios florestais no Jardim Botânico do Instituto
Superior Politécnico de Manica.
1.3.2. Específico:
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA
2.1. Incêndios florestais
Existem varias definições para cada termo técnico relacionado aos incêndios florestais, que
variam de autor para autor, em função da localização geográfica, abrangência e objectivos do
estudo. Para este trabalho foram utilizados conceitos que se adequam aos objectivos do estudo.
Incêndio florestal e um termo utilizado para definir fogo incontrolado que se propaga livremente
e consome os diversos tipos de material combustível existente em uma floresta.
Apesar de não ser muito apropriado, o termo incêndio florestal e muitas vezes generalizado para
definir incêndios em outros tipos de vegetação tais como capoeiras, campos e pradarias
(SOARES; BATISTA, 2007). E importante realçar que os incêndios florestais se iniciam
normalmente em qualquer forma de vegetação e são difíceis de serem controlados, podendo ser
provocados tanto pelo homem como por fenómenos naturais (MORAIS, 2011).
Os incêndios são tidos como uma combustão não limitada no tempo e nem no espaço (DGRF,
2004). E o mesmo autor afirma que Um incêndio ( do latim incendium) é o fogo de grades
proporções que destoe aquilo que não estava destruído a ser queimado.
Os agentes determinantes dos incêndios florestais podem ser naturais e antrópicas. A única causa
natural de incêndios florestais é o raio, que representa uma percentagem muito pequena da
ocorrência de incêndio. As demais causas são de natureza antrópicas e são representadas a seguir
(SOARES, 1985, HEIKKILA et al 1993):
d) Recreação – incêndios causados por pessoas que utilizam a floresta como local de
recreação.
Segundo Cheney (1968), existem dois tipos de factores influenciam a ocorrência de incêndios
florestais: os factores constantes, tais como o tipo de material combustível, tipo de floresta e o
relevo, e os factores variáveis, entre os quais a humidade do material combustível a as condições
climáticas como a velocidade e a direcção do vento, a humidade relativa, a temperatura, o ponto
de orvalho, precipitação e a instabilidade atmosférica.
Segundo o Figueiredo, (2017) os incêndios são uma das maiores fontes de emissão de poluentes
gasosos e libertação de partículas para a atmosfera, com repercussões na qualidade do ar e na
saúde humana.
Nos grandes incêndios florestais há queima de enormes quantidades de biomassa com libertação
de milhões de partículas e gases nocivos à saúde, como os óxidos de azoto, dióxido de enxofre e
dióxido de carbono. Ventos e condições meteorológicas podem arrastar esses poluentes a
grandes distâncias e originarem grandes concentrações de poluentes em determinados locais.
Estes poluentes podem causar doenças respiratórias, cardíacas e neoplásicas com grande
incidência nos idosos. Estes efeitos, além dos directamente resultantes do fogo, atingem não só
os bombeiros como toda a população a eles exposta.
Segundo HOLDSWORTH & UHL, (1997) os incêndios florestais também apresentam vários
aspectos positivos como sendo: a) Aumento temporário da fertilidade, ou seja aumento da
fertilidade do solo a curto prazo; b) Quebra de dormência de sementes de algumas espécies
florestais nativas exemplo: Pterocarpuns angolensis; c) Redução de espécies dominantes; ou
controlo de plantas invasoras; d) Aumento da rebrota de pastagem altamente palatável; e)
Atracão de animais silvestres; f) Aumento da biodiversidade;
A pobreza é tida como sendo uma das causas fundamentais das queimadas descontroladas em
Moçambique, pois a população das zonas rurais usa o fogo como o meio mais rápido e barato
para a abertura dos campos para agricultura e limpeza dos arredores das residências como forma
de protecção contra os animais ferozes (Moçambique, 2001).
As queimadas constituem a prática rural largamente utilizada para diferentes fins tais como: a
limpeza de campos agrícolas, abertura de caminhos para facilitar a circulação das populações,
visibilidade da mata, caça, colheita de mel, e produção de carvão, renovação das áreas de
pastagem, redução de material combustível, controlo de espécies vegetais indesejáveis e controlo
de pragas e doenças (Moçambique, 2001).
As áreas de conservação (APs) são em sua maioria, ilhas verdes circundadas por diferentes
pressões antrópicas. Uma dessas pressões é o uso do fogo na agro-pecuária, que muitas vezes
causa, acidental ou intencionalmente, os incêndios florestais que atingem as APs.
Como o sustento das populações depende inteiramente dos recursos florestais estão naturalmente
obrigados a viverem com base no que a natureza oferece e como consequência disso o homem
tem a triste tendência de causar incêndios florestais nas áreas de protegidas
(VELASQUEZ,2005).
A ocorrência de incêndios é uma das ameaças contínuas aos objectivos das áreas protegidas
(KOPROSKI et al., 2011), as áreas protegidas geralmente provocam conflitos com a população
local. As razões para as falhas têm sido a falta de compreensão e falta de benefícios percebidos
nos planos de gestão nestas áreas, principalmente onde o uso tradicional coexiste com diferentes
tipos de propriedade e gestão (FUENTES-SANTOS et al., 2013).
Além dos conflitos, as causas de incêndios em áreas protegidas têm sido principalmente devido
ao uso incorrecto do fogo para renovação de pastagens e limpeza de restos de cultura nas
propriedades vizinhas (PEREIRA et al., 2004).
O fraco aproveitamento desta ferramenta, preciosa para planeamento das operações de prevenção
e combate aos incêndios florestais, pelas instituições relacionadas ao sector florestal, na
província do Niassa, provavelmente esteja primeiramente relacionado com o desconhecimento
da sua relevância, seguido pela negligência e por falta de pessoal com capacidade para
desenvolver e implementar os índices de perigo de incêndios (MBANZE. et. all, 2017).
O Índice de perigo de ocorrência de incêndios são dados, em números, que indicam se existem
condições favoráveis para ocorrência e facilidade de propagação de incêndios florestais, baseado
Segundo o Cheney, (1968) diz que os índices de perigo são importantes na aplicação do
conhecimento do grau de risco, no planeamento do controle de incêndios, na permissão para
queimas, no estabelecimento de zonas de perigo, na previsão do comportamento do fogo, e na
advertência pública do grau de perigo.
Segundo Soares (1984), a possibilidade e a frequência dos incêndios florestais está fortemente
relacionada às condições atmosféricas locais. O conhecimento das variáveis meteorológicas é
importante para a prevenção e o combate aos incêndios florestais. A partir do estudo dessas
variáveis meteorológicas é possível determinar os períodos de maior probabilidade de ocorrência
de incêndios florestais, possibilitando a adopção de medidas que visem a prevenção e os danos
causados pelo fogo.
2.2.2.1. Precipitação
distribuição uniforme de chuva, Durante todo o ano e sem uma estacão seca definida, o potencial
de ocorrência e propagação de incêndios é bem menor, do que uma região onde ocorrem chuvas
concentradas em alguns meses, com longos períodos de seca durante outros meses. Portanto, a
distribuição da precipitação Fluviométrica é factor importante na definição do início, termino e
duração das estacões de alto potencial de incêndios (SCHOEDER E BUCK, 1970).
A intensidade de um incêndio e a velocidade com que ele avança estão directamente ligados à
humidade relativa, temperatura e velocidade do vento. A humidade atmosférica é um dos
principais factores que influem nos incêndios florestais, tendo efeito directo na inflamabilidade
dos combustíveis florestais, havendo uma troca constante de humidade entre a atmosfera e os
combustíveis florestais mortos. O material seco absorve água de uma atmosfera húmida e libera
água quando o ar está seco. A quantidade de humidade que o material morto pode absorver do ar
e reter depende, basicamente, da humidade relativa do ar. Durante períodos extremamente secos,
a baixa humidade pode, inclusive, afectar o conteúdo de humidade do material vivo (Schoeder e
Buck, 1970; Soares, 1985).
2.2.2.3. Temperatura
Segundo Lowe (2001), a hora do dia tem uma influência importante nos níveis de humidade
relativa. Nas primeiras horas da manhã, as temperaturas estão mais baixas e os níveis de
humidade relativa mais altos. À medida que o dia passa, a temperatura começa a aumentar e a
humidade relativa começa a diminuir. No meio da tarde, as temperaturas estão em seu valor
máximo e a humidade relativa atinge seu valor mínimo. É importante observar periodicamente os
níveis de humidade relativa, pois eles estão fortemente associados e indicam o teor de humidade
dos combustíveis.
2.2.2.4. Vento
É o movimento de ar dos centros de alta pressão para os centros de baixa pressão. Segundo
Schroeder e Buck (1970), o vento e a humidade relativa do ar são considerados os dois mais
importantes parâmetros meteorológicos que afectam a propagação dos incêndios. O vento é o
mais variável e o menos previsível e afecta directamente a taxa de combustão do combustível
florestal pelo aumento do fornecimento do oxigénio e também a taxa de propagação em função
do fornecimento de energia por condução e convenção.
O vento influi na propagação dos incêndios de várias maneiras. Ele desloca o ar húmido do
interior da floresta, aumentando a evaporação e favorecendo a secagem do material combustível,
ventos suaves ajudam as fagulhas a provocar a ignição do material combustível, depois de
iniciado o fogo, o vento é factor fundamental num incêndio de copa, para transportar o calor e as
chamas de árvore em árvore (SOARES, 1985), a tabela 2 que se segue ilustra a Influência da
velocidade do vento na taxa de propagação dos incêndios.
<16 1,0
17 – 24 2,0
25 – 32 2,8
33 – 40 3,2
41 – 48 3,4
O vento é o factor mais variável no comportamento do fogo. Ele varia no tempo e nas direcções
horizontal e vertical, e essa variação sofre influência ainda do relevo, da vegetação e do próprio
tipo de vento (ROTHERMEL, 1983).
Segundo Viegas (2004a). Propagação do fogo em locais com declividade, como os vales, tem
comportamento distinto daquele que ocorre em áreas sem declividade em função do efeito de
factores adicionais como a convenção e a radiação. Se existe uma declividade ou a presença de
vento, a taxa de propagação tende a crescer. Os efeitos conventivos gerados pelo fogo em
terrenos inclinados podem produzir o chamado blow-up ou explosão, mesmo na ausência de
qualquer outra condição atmosférica especial.
Segundo (Soares, 1972) Desenvolveu o índice Formula de Monte Alegre (FMA) em 1975 na
região central do Estado do Paraná em Brasil, constituído assim um índice de ocorrência de
incêndios que se utiliza de duas variáveis: uma de forma directa (Humidade relativa do ar as
13h:00min e outra de forma indirecta (a precipitação diária). Em 2005 com base de um
aprimoramento do índice FMA desenvolveu-se o novo índice denominado Formula de Monte
Alegre Alterada, onde é adicionada a variável "Velocidade do vento" medida as 13h:00min
(SOARES, 2005).
Foi na região da Suécia e em meados de 1960 que o Angstron desenvolveu um Índice que
acabou sendo conhecido como o Índice de Angstron. E em aperfeiçoamento foi desenvolvido em
Polónia na Ex-União Soviética o índice Nesterov (SOARES, 1984). Os Principais índices de
determinação do perigo de incêndios florestais são apresentados a seguir. (Chaney 1968, Soares
1985):
É um índice de perigo de incêndios florestais, respectivamente não cumulativo cujo para a sua
determinação utiliza dados como a temperatura e a humidade relativa do ar, ambos medidos
diariamente e às 13:00 horas. Este índice é interpretado pela Oscilação do Valor de "B" e este faz
parte do grupo dos índices de ocorrência de incêndios.
É um índice de perigo de incêndios florestais que faz parte do grupo de índices de propagação de
incêndios, respectivamente este é cumulativo e para a sua determinação utiliza três variáveis:
duas de forma directa (Humidade relativa do ar e Velocidade do vento medida as 13h:00min), e
outra de forma indirecta (precipitação diária). Este índice é interpretado pela restrição de uma
tabela de precipitação da situação diária e a posterior uma escala de grau de perigo que dita a
situação diária em função do perigo de ocorrência de incêndio, este índice constitui um
aprimoramento do FMA sendo diferente pelo facto da adição do factor vento.
Segundo o Cheney (1968), diz que os índices de perigo de incêndios florestais fornecem uma
resposta em 80% dos casos, o que é suficiente para o planeamento eficiente do controlo de
incêndios. Ao passar dos anos desenvolveu-se metodologias para aumentar a eficiência do estudo
destes índices dos quais temos o método estatístico skil score que é mais usado em muitos
estudos de avaliação do desempenho da eficiência dos índices de perigo de incêndios por ser
eficiente, eficaz, e de fácil determinação como ilustra alguns estudos mencionados a baixo
(SAMPAIO, 1999).
Segundo a metodologia de skil score (SS) e percentagem de Sucesso (PS) desenvolvido por
Sampaio (1999). Com a finalidade de avaliar o desempenho dos índices de perigo de incêndios
florestais, tem sido usado desde outrora até os dias actuais, Muitos dos estudos desenvolvidos em
diferentes países do mundo como sendo o caso do distrito de Lichinga no norte Moçambique
onde desenvolveu-se um estudo de Desempenho dos Índices de Nesterov e Formula de Monte
Alegre usando a metodologia ski score e percentagem de sucesso para avaliar o desempenho
destes dois índices (MBANZE, et al 2017)."
Para o estudo desenvolvido no Brasil por (Soriano, Danie e Santo, 2015) com o tema: "Eficiência
de Índices de Risco de Incêndios para o Pantanal Sul-Mato-Grossense" usou-se a mesma
metodologia para determinar a eficiência dos índices em estudo, a tabela 3 abaixo ilustra o nível
de eficiência de ocorrência de incêndios em função das classes de perigo.
NB: As corres representação cada grau de perigo em função das condições meteorológicas do
dia.
O termo Jardim botânico diz respeito a um lugar fechado, onde se cultivam plantas
representativas de géneros e espécies que são conservadas, herborizadas e identificadas. O
objectiva proporcionar a educação e o lazer aos visitantes, bem como bem como disponibilizar
meios para a execução de pesquisas cientificas com germoplasma in situ e ex situ e para
trabalhos de difusão tecnológica de espécies nativas e exóticas (Agronómico e Campinas, 2003).
Os jardins botânicos são instituições que ao longo de sua história têm contribuído para a
conservação da flora mundial e como não poderia deixar de ser, não apenas acompanham, mas
inserem-se activamente na dinâmica do desenvolvimento das questões relativas ao trato do meio
ambiente (Parreiras, 2003).
Existem evidências de que desde a antiguidade existiam jardins botânicos em regiões distintas
como Mesopotâmia, Egipto Antigo e América Pré-Colombiana. O primeiro jardim botânico de
que se tem registo no Ocidente foi criado por volta de 370-285 a.C. na Grécia, junto ao Liceu
(uma escola filosófica), próximo a Atenas. Já nessa época os jardins botânicos tinham função de
lazer, no entanto, funcionavam principalmente como locais onde eram desenvolvidas pesquisas e
estudos (Cavalheiro, 2001).
Conservação ex-situ – o mesmo que conservação fora do local ou conservação fora do habitat
natural - entre seus propósitos estão resgatar o germoplasma ameaçado, produzir material para
pesquisas e acções de conservação da biodiversidade, além de disponibilizar material
educacional relativo a conservação (Simon, 2010). A melhor estratégia para protecção a longo
prazo da diversidade biológica é a preservação das comunidades naturais e populações no
ambiente selvagem, conhecida como preservação in-situ ou preservação local. Somente na
natureza as espécies são capazes de continuar o processo de adaptação evolucionária para um
ambiente em mutação dentro de suas comunidades naturais.
3. MATERIAL E MÉTODO
3.1. Descrição da área de estudo
O presente estudo foi realizado no jardim botânico do Instituto Superior Politécnico de Manica,
que sita no posto administrativo de Matsinho, distrito de Vandúzi, na região centro da província
de Manica, que dista a cerca de 15Km da cidade de Chimoio (capital provincial de Manica).
Este objecto do estudo (jardim botânico) pertence ao ISPM, e compreende uma área total de 8 ha
apresentando uma forma aproximadamente trapezoidal, dividida em 4 blocos: conservação in-
situ, conservação ex-situ, área do herbário e banco de germoplasma. Esta área possui uma trilha
circular, de uma forma abreviada na figura 1que ilustra um mapa do local estudado.
F
igura 1: Mapa da área do Jardim Botânico. Fonte:Thenesse, (2018).
Segundo a classificação de Koppen, o clima do distrito é do tipo tropical seco com duas
estações, uma quente e chuvosa de Novembro a Março e outra seca e fria de Abril a
Outubro. Em termos de enquadramento geoclimático a área objecto de estudo fica na
zona centro da província, localmente fresco e chuvoso. As precipitações médias anuais
são de 1198 mm/ano. No mês de Janeiro, o mês mais quente do ano, a temperatura
média é de 24.3 °C. Com uma temperatura média de 17.1 °C, Julho é o mês com a mais
baixa temperatura ao longo do ano.
O mês mais seco é Julho com 31 mm. Com uma média de 254 mm o mês de Janeiro é o
mês de maior precipitação (CLIMATE-DATA.org, 2017) em função deste dados é
ilustrada a seguir o gráfico 1 de medias mensais da precipitação da região de vanduzi.
80
Medias Mensais
60
40
20
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
A área está constituída por diversos corpos de águas sendo a maioria das lagoas
sazonais distribuídas por diferentes pontos do distrito. A região do distrito de Vanduzi
possui vários rios e riachos, sendo os mais importantes, o Púngué, Revúe, Tembwé,
Mudzingaze e Nhacadunguire.
O jardim Botânico tem uma área total basal de 0.513 m2. E esta área possui 701
indivíduos arbóreos distribuídos em 41 espécies, pertencentes a 17 famílias botânicas,
sendo que deste universo foram identificadas os nomes científicos e as famílias
respectivamente cerca de 684 árvores e as restantes 17 árvores não foram identificados.
3.2. Métodos
3.2.2. DRP
Para a colectado de dados aplicou-se o Diagnostico Rural Participativo especificamente
o método da consulta comunitária que foi aplicado ao responsável do Jardim botânico e
seguida aplicou-se ainda um questionário para obtenção de dados de incêndios. E para a
comunidade Nhadenba, para além da consulta comunitária para se chegar a comunidade
e marcar um encontro com os membros da comunidade usou-se também a ferramenta "
Calendário Sazonal" que nos permitiu ter uma visão temporal dos
acontecimentos/aspectos, ter vidências sociais do local, correlacionar diferentes
informações a respeito de um mesmo período, e ampliar o espaço de tempo investigado
para além do momento da reunião do grupo.
Usando uma escala de zero a cinco, por exemplo, atribuiu-se 5 pontos para o mês mais
propenso a incêndios florestais, e definiu-se numa proporção contrária quanto ao mês
menos propenso. E assim sucessivamente. Os pontos foram representados por elementos
móveis como pedras ou sementes. A cada linha construída, ou seja, a cada aspecto
discutido, explorou-se as informações desejadas com perguntas do tipo: "como",
"quando", "onde", "para quê", "por quê", "quanto (s)".
Também foi importante deixar o grupo propor novas linhas (aspectos) e, para isso,
podíamos perguntar: "o que mais acontece por aqui?”. As Possibilidades da Ferramenta
Calendário sazonal usados neste estudo foram objectivados para chegar ao calendário
histórico que partiu da pergunta "sempre foi Assim?".
Fo
nte: autor, (2018).
Com o intuito de determinar o grau de perigo dos índices de Angstron, Nesterov, FMA
e FMA+ foram calculados os índices de perigo com o auxílio do pacote electrónico
Microsoft Office Excel 2007, utilizando as equações descritas na tabela 4 a baixo:
Tabela 4: formula e restrições para o cálculo dos índices Angsron, Nesterov, FMA e
FMA+.
( )
Fórmula n FMA+= Formula de monte ≤ 2,4 Nenhuma
100
de FMA+ ¿ ∑ X e 0,04.valegre alterada
Monte i=1 Hi 2,5 a 4,9 Abater 30% na FMA calculada na véspera e
H= humidade relativa do ar
Alegre somar (100/H) do dia.
(%) em percentagem,
Alterada
medidas as 13:00h;
5,0 a 9,9 Abater 60% na FMA calculada na véspera e
(Equa. 5) N= Número de dias sem somar (100/H) do dia.
chuva maior ou igual a
10,0 a 12,9 Abater 80% na FMA calculada na véspera e
13,0mm;
somar (100/H) do dia.
e= base dos Logaritmos > 12,9 Interromper o cálculo (FMA=0) e recomeçar a
naturais (2,718282), somatória no dia seguinte.
v= Velocidade dos ventos em
m/s medida às 13:00h
(NUNES, 2005).
Com base na interpretação dos cálculos descritos na tabela acima os resultados dos
índices como Nesterov, Formula de monte alegre e fórmula de monte alegre alterada
seguem uma sequência de classificação dos dias com escala de grau de perigo como
mostra a tabela 5 a seguir:
Para o índice Angstron o contexto é diferente porque sempre que o valor de "B" for
menor que 2,5 Haverá risco de Incêndios dentro de limites razoáveis de custo, e isso
dependerá das condições atmosféricas do dia.
( )
Ga PS – Percentagem de sucesso
PS= ∗100(Equa. 11)
Nt
Neste estudo os graus de perigo nulo e pequeno para os índices Angstron, Nesterov,
FMA e FMA+ foram considerados como não indicativos de probabilidade de ocorrência
de incêndios. Em contrapartida, os graus de perigo médio, alto e muito alto para os
índices citados a cima serão considerados como indicativos da probabilidade de
ocorrência de incêndios, de acordo com a metodologia adoptada por Nunes (2005).
Para que os resultados de cada índice fosse satisfatório, foi importante olhar se os
números de dias previstos em cada índice tinha uma relação inversa com a classe
(escala) de risco, de maneira que, quanto maior a classe, menor o número de dias
previstos. Com base nessas considerações foram calculados o SS e a PS para cada
índice estudado.
Houve um crescimento das classes de perigo que ocorreu de uma forma mais
desebalanceada, quando comparada aos resultados do Índice Angstron, Nesterov, FMA,
e FMA+ em seu período calculado, com as maiores concentrações nas classes de risco
alto e muito alto nos meses mais críticos e com maior ocorrência de incêndios do ano
como sendo Setembro ate Outubro tendo sua redução em Novembro. Segundo Nunes et
al. (2010), a distribuição do número de dias previstos, encontrado neste estudo para a
FMA em todos os anos, é uma condição não desejada para a ocorrência de incêndios,
visto que o comportamento do número de dias previstos não segue uma tendência
crescente, da classe nula para muito alto, que é o comportamento esperado para estes
índices, indicando que a FMA precisa ser ajustada.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
2017
GP Nº. Dias %
Nulo 309 84,7
Ocorrência de Incêndio 56 15,3
Dos quais 309 dias do índice Angstron calculado em 2017 estão acima do indicador de
ocorrência de incêndios (2,5) o que desqualifica o número de dias previstos deste índice
para este período calculado comparado com o índice de Nesterov que obteve maior
número de dias previstos com ocorrência de incêndios que ocorreram na região em
estudo o gráfico 2 ilustra o grau de perigo de incêndio do índice angstron em relação
com os meses e número de dias.
10
8 7
6
3 4 4 5 perigo de
4
2 0 0 0 0 1 incendio
0
ês eiro bril o
nh gos
to br
o
br
o
M r A u tu m
ve J A u
ez
e
Fe O
D
Meses
Observa-se que o maior número de dias para ocorrência dos incêndios foi na classe de
grau de perigo muito alto, distribuindo-se em 296 dias de Janeiro a Dezembro com
percentagem de 80,4% para o índice de Nesterov calculado no período de um ano, que
respectivamente apresentou o maior número de dias com grau de perigo muito alto para
o Nesterov, como a tabela 9 ilustra a relação entre a classe de perigo em função dos dias
e percentagens.
2017
GP Nº. Dias %
Nulo 02 0,4
Pequeno 03 0,6
Médio 03 0,6
Alto 12 2,1
Muito alto 296 80,4
Total 316 0
GP- Grau de perigo Nº Dias- número de dias %-Percentagem
O índice de Nesterov apresentou um grande número de dias com grau de perigo muito
alto. Em seguida, a classe de perigo que se destacou foi a de grau alto para o mesmo
índice, com um total de 12 dias em Janeiro ate Agosto com uma percentagem de
2,1%.A predominância do número de dias com grau de perigo muito alto também foi
observada por Sampaio (1999), Nunes (2005), Nunes et al. (2010), Borges et al. (2011),
Rodrígues (2012) e Tetto (2012), não obstante o segundo maior número de dias ter
coincidido com o grau de perigo alto para quase todos os autores citados.
O grau de perigo pequeno se fez presente no período estudado com 3 dias de Outubro a
Dezembro correspondente a 0,6% sendo que este mesmo número abrange a classe
Médio nos mesmos meses, mas a classe nula esteve presente em 2 dias do mês de
Dezembro do com uma percentagem de 0,5%. O gráfico 10 ilustra as classes de perigo
de incêndio em função dos dias e meses.
35
Indice de Nesterov 2017
30 30 nulo
28 28
Numero de Dias
30 27
25 25 pequeno
25
21 21 20 20 21
20 medio
15 alto
10
muito
alto
5 3 2 2
0 01 0 01 0 0 1 0 0 01 0 0 0 01 0 01 0 00 0 10 1 10 0 10
0
Meses
2017
GP Nº. Dias %
Nulo 11 3
Pequeno 284 70,8
Médio 31 8,7
Alto 2 0,5
Muito alto 0 0
Total 328 3
GP- Grau de perigo Nº Dias- número de dias %-Percentagem
11 dias dos meses de Outubro e de Janeiro a Abril assim como Outubro ate Dezembro
numa percentagem de 3% e 0,5%. A classe muito alto mostrou se inexistente para o ano
de 2017, facto ilustrada no gráfico 4 do número de dias em função dos meses e classes
de perigo de incêndios para o índice FMA.
20 Medio
15
11 Alto
10 7 7
4 Muito Alto
5
1 2 2 2 1 1 2 3 2
0 00 00 00 00 0 0 0 0 0 00 00 1 00 10
0
l
eiro eiro arço abri aio nho ulho osto bro bro bro bro
r m ju j ag em utu em em
jan eve m t o v ez
f se no d
meses
Para a FMA+, verificou-se uma tendência do maior número de dias na classe nulo e
pequeno com 257 e 73 dias nos meses de Janeiro a Dezembro e Maio a Novembro numa
percentagem de 70,4% e 20%, também esteve presente a classe médio com 2 dias do
més de Outubro. A classe alto e muito alto mostrou se inexistente para o ano de 2017,
como ilustra a tabela 11 da relação entre classe de perigo, número de dias e sua
percentagem.
2017
GP Nº. Dias %
Sacur, Francisco Francisco Página 36
Avaliação do Desempenho de Índices de Perigo de Incêndios florestais no Jardim Botânico do
Instituto Superior Politécnico de Manica.
Houve um crescimento das classes de perigo que ocorreu de uma forma mais
desbalanceada, quando comparada aos resultados do Índice Nesterov e Angstron em
seus dois períodos calculados, com as maiores concentrações nas classes de risco alto e
muito alto nos meses mais críticos e com maior ocorrência de incêndios do ano como
sendo Setembro ate Outubro tendo sua redução e Novembro.
Nunes et al. (2006), em seus estudos com a FMA+ aplicado no Estado do Paraná,
obteve resultados que indicaram a necessidade de se ajustar a FMA para
regiões específicas. Em 60% das regiões avaliadas durante o estudo, o índice de risco
necessitou de ajuste porque o resultado das classes de risco foram desbalanceadas a
tendência normal da classe de perigo de incêndio, o gráfico 5 a baixo ilustra o
comportamento do índice FMA+ em função dos meses, dias e classe de perigo.
30 29 28 27 28
25 23 23 22 23 21 22 Nulo
20
16 16 Pequeno
15
10 14 10 Medio
10 8
5 3 3 3 2 10 Alto
00 00 0 00 0 0 0 0 0 00
0
o Muito Alto
eir
o
ar
ço aio lh
o
br br
o
jan m m ju m m
te ve
se no
Meses
Como já era previsto pelo número de dias em que predominou o grau de perigo alto e
muito alto nos dois índices (Angstron e Nesterov em 2017), os índices FMA e FMA+
previu menor número de dias (33 e 2 dias para FMA e FMA+ em 2017) de ocorrência
de incêndios, contrariamente ao Angstron e Nesterov, que no mesmo ano previu maior
número de dias de ocorrência de incêndios (56 e 311 dias para Angstron e Nesterov).
Observou-se a ocorrência de 40 incêndios na região em estudo nos quais 2 incêndios
ocorreram no Jardim botânico do ISPM em 2017.
Assim sendo, não se pode afirmar que os índices falharam na predição de ocorrência
dos incêndios, visto que eles previram a ocorrência dos incêndios utilizando as variáveis
meteorológicas. Evidentemente que o ideal seria utilizar um índice que indica-se o grau
de perigo, levando em consideração a probabilidade de um ser humano atear fogo em
um determinado local da área de estudo, uma vez que a maior parte dos incêndios é
devido a causas antrópicas.
Para o ano 2017, ambos os índices mostraram um bom desempenho ao preverem a não
ocorrência de incêndios em 309 e 54 dias, períodos em que não foram observadas
ocorrências. No geral, os dois índices preveram maior número de dias com ocorrência
de incêndios, 56 e 311 dias para os índices Angstron e Nesterov, respectivamente.
Essa tendência também foi observada por Tetto (2012), para o índice Angstron;
Rodrígues (2012), para os índices Nesterov; Borges et al. (2011), para os índices
Anstron e Nesterov; Mas uma tendência contrária, também foi encontrada por Nunes
(2005), para os modelos ajustados FMAVE1 e FMAVE2. Na tabela 12 estão
representados os valores da tabela de contingência e na Tabela 13 estão representados
Skill Score (SS) e Percentagem de Sucesso (PS).
2017
Índices de perigo Skil score Percentagem de Sucesso
Angstron 0,04 38,25
Nesterov 0,15 66,67
FMA 0,05 41.,04
FMA+ 0,06 39,78
Pesquisa realizada por Sampaio (1999), no período de 1984 a 1995, para a região de
Agudos - SP, encontrou o valor médio da percentagem de sucesso da FMA e do
Nesterov iguais a 36,92 e 50,47%, respectivamente; enquanto o Skill Score destes
índices foram 0,0607 e 0,1024. Vários autores, tais como Rodríguez (2012), Tetto
(2012), Borges et al. (2011) e Nunes et al. (2010) encontraram valores do SS inferiores a
0,09 e de PS iguais ou inferiores a 40% para o índice FMA, FMA+ e Angstron. Esses
valores são semelhantes aos encontrados neste trabalho em todos os anos estudados.
5. CONCLUSÕA RECOMENDACOES
Dos quatro índices em estudo só o índice Nesterov apresentou o melhor
desempenho com valores superior de 0,15 para SS e 66,67 para PS no Jardim
Botânico do ISPM.
Os índices FMA e FMA+ apresentaram uma relação de maior número de dias
previstos em função das classes de risco estabelecidos para estes índices
indicado que os índices de FMA e FMA+ mostraram resultados não satisfatórios
chegando a conclusão que estes índices estão desajustados para esta região.
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
7. Anexos Data:____/____/_____
Nome___________________________________Função_________________________
Sacur, Francisco Francisco Página 47
Avaliação do Desempenho de Índices de Perigo de Incêndios florestais no Jardim Botânico do
Instituto Superior Politécnico de Manica.
Grau Académico_____________________________
Questões:
(2) Porque a escolha deste local para servir de jardim botânico do ISPM?
______________________________________________________________________
(3) Que Critério ou o que foi tomado como indicadores para a escolha deste local?
______________________________________________________________________
(5) Tendo em conta que o Jardim Botânico do ISPM esta num local propenso a
queimadas por causa das actividades agrícolas da comunidade circunvizinha, quantas
vezes este local já sofreu incêndios antes da implantação do jardim
botânico_____________________________ em que mês ocorreu estas
queimas________________________________________________________________
(7) Após o acontecimento destas queimadas houve uma alteração na paisagem do jardim
botânico? ______________________________________________________________
GLOSSÁRIO