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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONÓPOLIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS


CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

CINZA VEGETAL NO DESENVOLVIMENTO


PRODUTIVO EM CULTIVARES DE Panicum maximum

BACHAREL EM ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

HORÁCIO MANFRIN MAZERO

Rondonópolis, MT – 2020
CINZA VEGETAL NO DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO EM
CULTIVARES DE Panicum maximum

por

Horácio Manfrin Mazero

Monografia apresentada à Universidade Federal de Rondonópolis como parte


dos requisitos do Curso de Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental
para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Agrícola e Ambiental.

Orientador: Profª. Drª. Edna Maria Bonfim-Silva

Rondonópolis, Mato Grosso – Brasil


2020
Universidade Federal De Rondonópolis
Instituto De Ciências Agrárias E Tecnológicas
Engenharia Agrícola E Ambiental

A comissão examinadora, abaixo assinada, aprova o trabalho de curso

CINZA VEGETAL NO DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO EM


CULTIVARES DE Panicum maximum

elaborado por:
Horácio Manfrin Mazero

como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Agrícola e


Ambiental

Comissão Examinadora

_________________________________________
Profª. Drª. Edna Maria Bonfim-Silva
(Orientador)
UFR – Universidade Federal de Rondonópolis

____________________________________________
MSc. Júlio José Nonato
UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

_______________________________________
Profª. MSc. Bruna Elusa Kroth
UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

Rondonópolis, 08 de dezembro de 2020


DEDICATÓRIA

À minha família e amigos, o qual contribuíram, apoiaram e acreditarem nos


meus ideais e sonhos, e em especial a minha avó Ana Maria da Silva Manfrim.
AGRADECIMENTOS

À minha mãe, Sandra Helena Manfrin, por todo o suporte emocional para que
eu conseguisse me manter durante todo o curso. Pelas conversas, pelos desabafos,
pelos questionamentos e por estar sempre presente na minha vida em todos os
momentos difíceis, sendo essa mãe maravilhosa. Palavras são poucas para medir o
amor por você.
À minha avó, Ana Maria da Silva Manfrim, que teve papel fundamental em
toda minha formação. Graças a seu brilho e sabedoria eu encontrei minha vocação e
espero conseguir ter ao menos metade de toda sua grandiosidade como pessoa e
como professora.
À Alessandra Ferreira Neves, por ser companheira, por estar sempre ao meu
lado em momentos difíceis, pelas palavras de sabedoria e de motivação. Obrigado
por ser essa pessoa incrível e quase sempre mau humorada.
À minha irmã, Mariana Manfrim Mazero, por ser esse feixe de luz e esperança
presente na minha vida, mesmo dentre com todas suas peripécias e teimosia, você
deu e sempre dará significado para minha vida.
Ao meu pai, Lupércio Mazero, meus tios, Cristina Della Roveri Rodrigues
Manfrim e André Luiz Manfrim, ao meu avô, Laércio Manfrim, e as minhas primas,
Ana Helena Rodrigues Manfrim e Julia Rodrigues Manfrim, por todo o carinho,
suporte, ajuda e atenção por todo esse período de graduação.
À minha orientadora prof. Drª Edna Maria Bonfim-Silva, por todo ensinamento,
dedicação, tempo ofertado e apoio que me foi dedicado. Seu apoio foi de extrema
importância nesse meu processo de formação, sendo meu agradecimento infinito.
Ao prof. Drº Tonny José Araújo da Silva, pela sua disposição e esforço
empregado ao curso e aos alunos presentes nele, pelo auxílio durante a montagem
do experimento e a ajuda nas eventuais dificuldades encontradas.
Às duas meninas do meu coração, que fizeram parte de toda a confecção
desse projeto final de curso, Danile Job Alves e Niclene Ponce Rodrigues de
Oliveira, pois sem o apoio e a amizade de vocês eu não teria forças para a execução
de tanta coisa.
A fiel companheira, Andressa Leão dos Santos, por todos as loucuras e surtos
coletivos que passamos, por me aguentar, me amar e por estar sempre presente em
momentos importantes da minha vida. Ao Pedro Henrique Marques Afonso, por todo
o apoio emocional, pessoal e tecnológico ajudar em momentos que precisei,
principalmente quanto a edição das imagens de todo o trabalho.
A todos que de alguma me ajudaram durante todo esse processo de
formação, em especial, Tulio Martinez Santos, Luana Aparecida Menegaz
Meneghetti, Mariza Noberto da Silva, Júlio José Nonato, Ana Paula Damasceno e
Pamela Marcela Soares da Silva.
Por fim, sou grato ao Grupo de Práticas em Água e Solos (GPAS), por todo o
auxílio, oportunidades e ensinamentos que tive durante esses anos de projeto de
extensão e iniciação cientifica.
Esse trabalho é uma construção de todos que estiveram comigo e eu serei
eternamente grato.
“De nada valem as ideias sem homens
que possam pô-las em prática.”
Karl Max.
RESUMO
O estado de Mato Grosso possui o maior rebanho de bovinos do Brasil, dessa forma
as áreas dedicadas a pastagens necessitam de um manejo correto das gramíneas,
evitando perdas e obtendo um resultado satisfatório de produção. Dentre as formas
de manejo, uma alternativa é o emprego da adubação com cinza vegetal, visando o
aproveitamento desse resíduo de forma segura no ambiente. Assim, objetivou-se
verificar a produção e a eficiência do uso de água de cultivares de Panicum
maximum submetidas a doses de cinza vegetal cultivadas em Latossolo Vermelho
do Cerrado. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com arranjo
fatorial 5x2, sendo utilizadas cinco doses de cinza vegetal (0, 8, 16, 24, 32 g dm -3) e
duas cultivares (BRS Zuri e Mombaça) em seis repetições. As avaliações foram
realizadas a cada 30 dias após a emergência (DAE), totalizando três cortes, sendo
aos 90 dias a finalização do experimento com a retirada das raízes. Foram avaliadas
características produtivas, consumo de água e eficiência do uso de água das
unidades experimentais a cada corte, a avaliação de pH do solo foi realizada no
início da implantação e por ocasião de cada corte das plantas. Os dados foram
submetidos a análise de variância, quando significativo o fator quantitativo foi
analisado pelo teste de regressão e o qualitativo pelo teste F. A cinza vegetal
proporcionou efeitos positivos em todas as variáveis analisadas, sendo
recomendado o uso de doses entre 21,0 e 32,0 g dm-3.

Palavras-chave: adubação alternativa em pastagens; gramínea forrageira; resíduo


solido na agricultura.
ABSTRACT
The state of Mato Grosso has the largest herd of cattle in Brazil, so the areas
dedicated to pastures need correct management of grasses, avoiding losses, and
obtaining a satisfactory production result. Among the forms of management, an
alternative is the use of fertilizer with wood ash, aiming to use this residue safely in
the environment. Thus, the objective was to verify the production and the efficiency of
water use of cultivars of Panicum Maximum submitted to doses of wood ash grown in
Oxisol of the Cerrado. The experimental design was in randomized blocks with a 5x2
factorial arrangement, using five doses of wood ash (0, 8, 16, 24, 32 g dm -3) and two
cultivars (BRS cv. Zuri and cv. Mombaça) in six replications. The evaluations were
performed every 30 days after emergence (DAE), totaling three cuts, and at 90 days
the experiment was completed with the removal of the roots. Productive
characteristics, water consumption, and water use efficiency of the experimental
units were evaluated at each cut, the pH assessment of the soil was carried out at
the beginning of the implantation and at the time of each cut of the plants. The data
were submitted to analysis of variance, when significant, the quantitative factor was
analyzed by the regression test and the qualitative by the F test. Vegetable ash
provided positive effects in all variables analyzed, and it is recommended to use
doses between 21,0 and 32,0 g dm-3.

Keywords: alternative fertilization in pastures; grassy; solid waste in agriculture.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Análise e caracterização química do solo e da cinza vegetal. ................. 20


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Vasos (A) e montagem das unidades experimentais (B). ...................... 21


Figura 2 - Teste de germinação nas duas cultivares de Panicum maximum, BRS Zuri
(A) e Mombaça (B). ................................................................................................... 22
Figura 3 - Manejo da umidade do solo pelo método gravimétrico com o auxílio de
balança semi-analítica. .............................................................................................. 23
Figura 4 - Pesagens de massa fresca (A) e acondicionamento delas em estufa de
ventilação forçada (B). .............................................................................................. 24
Figura 5 - Lavagem de raiz com o auxílio de uma peneira de 4 mm de abertura de
malha. ....................................................................................................................... 25
Figura 6 - Medidor portátil Minolta SPAD 502. ......................................................... 26
Figura 7 - pHmetro de bancada. ............................................................................... 27
Figura 8 - pH do solo cultivado com Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri
sob doses de cinza vegetal ao início do experimento e por ocasião de corte. pH =
pH do solo. Cz = cinza vegetal. *** significativo a 0,1% de probabilidade. ................ 30
Figura 9 - Leitura SPAD da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses
de cinza vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. SPAD = Leitura SPAD em
cada corte. Cz = Cinza Vegetal. *, **, *** significativo a 5, 1 e 0,1% de probabilidade,
respectivamente. ....................................................................................................... 31
Figura 10 - Massa seca de folha da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri
sob doses de cinza vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. MSF = Massa
seca de folha. Cz = Cinza Vegetal. *** significativo a 0,1% de probabilidade. .......... 33
Figura 11 - Massa seca de colmo da Panicum maximum cv Mombaça e BRS Zuri
sob doses de cinza vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. MSC = Massa
seca de colmo. Cz = Cinza Vegetal. **, *** significativo a 1% e 0,1% de
probabilidade, respectivamente................................................................................. 35
Figura 12 - Massa seca de parte aérea da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS
Zuri sob doses de cinza vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. MSPA =
Massa seca de parte aérea. Cz = Cinza Vegetal. *** significativo a 0,1% de
probabilidade. ............................................................................................................ 36
Figura 13 - Panicum maximum cv. Mombaça aos 30 DAE (A), 60 DAE (B) e 90 DAE
(C). ............................................................................................................................ 38
Figura 14 - Panicum maximum cv. BRS Zuri aos 30 DAE (A), 60 DAE (B) e 90 DAE
(C). ............................................................................................................................ 39
Figura 15 - Relação folha/colmo da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri
sob doses de cinza vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. RF/C = Relação
folha/colmo. Cz = Cinza Vegetal. *, **, *** significativo a 5%, 1% e 0,1% de
probabilidade, respectivamente................................................................................. 41
Figura 16 - Massa seca de raiz da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob
doses de cinza vegetal aos 90 DAE. MSR = Massa seca de raiz. Cz = Cinza Vegetal.
*** significativo a 0,1% de probabilidade. .................................................................. 43
Figura 17 - Relação parte aérea/raiz de Panicum maximum cv. Mombaça e BRS
Zuri sob doses de cinza vegetal. RAR = Relação parte aérea/raiz. Cz = Cinza
Vegetal. *, ** significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente. ................ 45
Figura 18 - Parte Aérea e Raiz de Panicum maximum cv. BRS Zuri sob doses de
cinza vegetal. ............................................................................................................ 46
Figura 19 - Parte Aérea e Raiz de Panicum maximum cv. Mombaça sob doses de
cinza vegetal. ............................................................................................................ 46
Figura 20 - Consumo de Água de Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob
doses de cinza vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. CONS = Consumo de
água. Cz = Cinza Vegetal. *** significativo a 0.1% de probabilidade. ....................... 47
Figura 21 - Consumo Total de Água de Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri
sob doses de cinza vegetal. CONST = Consumo total de água. Cz = Cinza Vegetal.
*** significativo a 0.1% de probabilidade. .................................................................. 48
Figura 22 - Eficiência no uso de água de Panicum maximum cv. Mombaça e BRS
Zuri sob doses de cinza vegetal no primeiro e segundo corte. EUA = Eficiência no
uso de água. Cz = Cinza Vegetal. *** significativo a 0,1% de probabilidade. ............ 49
Figura 23 - Eficiência no uso de água da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS
Zuri sob doses de cinza vegetal ao final do experimento. EUA = Eficiência no uso de
água. Cz = Cinza Vegetal. *** significativo a 0,1% de probabilidade. ....................... 50
Figura 24 - Eficiência no uso de água total de Panicum maximum cv. Mombaça e
BRS Zuri sob doses de cinza vegetal. EUA = Eficiência no uso de água. Cz = Cinza
Vegetal. *** significativo a 0,1% de probabilidade. .................................................... 51
SÚMARIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 16
2.1 Latossolo Vermelho........................................................................................ 16

2.2 Cinza Vegetal................................................................................................... 16

2.3 Panicum maximum ........................................................................................... 18

2.3.1 Panicum maximum cv. BRS Zuri ................................................................ 18

2.3.2 Panicum maximum cv. Mombaça ............................................................... 19

3 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 20


3.1 Localização geográfica e caracterização experimental ............................... 20

3.2 Coleta do solo, adubação e semeadura ........................................................ 20

3.3 Manutenção da umidade do solo na condução do experimento ................ 22

3.4 Variáveis analisadas ....................................................................................... 23

3.5 Análise estatística........................................................................................... 28

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 29


4.1 pH do solo ....................................................................................................... 29

4.2 Leitura SPAD ................................................................................................... 31

4.3 Massa seca de folhas ..................................................................................... 32

4.4 Massa seca de colmos ................................................................................... 34

4.5 Massa seca de parte aérea ............................................................................. 36

4.6 Relação folha/colmo ....................................................................................... 40

4.7 Massa Seca de Raiz ........................................................................................ 42

4.8 Relação massa seca de parte aérea/raiz ....................................................... 44

4.9 Consumo de água ........................................................................................... 47

4.10 Eficiência no uso de água ............................................................................ 49

CONCLUSÕES ......................................................................................................... 52
REFERENCIAS......................................................................................................... 53
14

1 INTRODUÇÃO

A necessidade em produzir mais em menor espaço está em concomitância ao


uso ininterrupto do solo, muitas vezes negligenciando os cuidados mínimos
necessários para sua manutenção (MARTINEZ-SANTOS et al., 2019). As limitações
químicas e físicas do solo são fatores que impossibilitam uma produção ideal, dessa
forma o manejo adequado do solo é imperativo para qualquer processo produtivo.
Sendo que, a melhora das condições de produção envolve a compreensão da
dinâmica de liberação de nutrientes no solo (PEREIRA, 2013).
Dentre os solos que apresentam limitações quanto a baixa fertilidade natural
encontra-se os Latossolos, apresentando, também, reduzido teor de matéria
orgânica e acidez acentuada (CUNHA et al., 2008). Os Latossolos ocupam cerca de
46% das áreas dos Cerrados, 21% do Domínio Semiárido e 41% da Amazônia Legal
brasileira (JACOMINE, 1996; RODRIGUES, 1996), evidenciando a sua importância
no cenário brasileiro.
No entanto, o uso intensivo dos solos para atividades agropecuárias pode
causar modificações químicas e físicas no solo que evidenciam a perda produtiva.
Em sistemas de pastejo, o uso de forrageiras mais rústicas não tem conseguido bom
desempenho produtivo em solos sem manejo adequado, pois a falta de reposição
dos nutrientes, a perda de matéria orgânica, a acidificação e a compactação do solo
reduzem a eficiência das pastagens (MOREIRA et al., 2005).
Entre as espécies forrageiras, destaca-se as espécies do gênero Panicum,
por sua elevada tolerância a deficiência hídrica e nutricional, se adaptando bem em
várias regiões do planeta, desenvolvendo-se em condições que outras culturas não
se desenvolveriam (SILVA, 2020).
A partir desse cenário, torna-se essencial a necessidade de recuperação das
áreas de pastagens degradadas e a utilização de gramíneas que se adaptem á
condições diversas, visto as áreas com pastagens compreendem cerca de 149,67
milhões de ha do território nacional (IBGE, 2018).
Uma alternativa, na recuperação do solo, é o emprego da cinza vegetal em
sistemas de plantio. A cinza vegetal é proveniente da queima de material vegetal,
15

sem qualquer controle de exposição a oxigênio e temperatura, apresentando


consistência sólida e coloração acinzentada (JENKINS et al., 1998).
A cinza auxilia na reposição de nutrientes retirados pelas culturas, devido à
sua função como fertilizante no solo, com elevada presença de potássio, cálcio e
magnésio, e como corretor da acidez do solo (SANTOS, 2012) Além da sua
capacidade fertilizante, a adição de cinza, altera as características físicas do solo,
como redução de densidade do solo e aumento da porosidade total (KARMAKAR et
al., 2010).
Com base nessas informações, objetivou-se avaliar o desempenho produtivo
das culturas Panicum maximum, Mombaça e BRS Zuri, em associação a doses de
cinza vegetal em Latossolo Vermelho Distrófico do Cerrado mato-grossense,
cultivados em casa de vegetação.
16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Latossolo Vermelho

Os Latossolos são solos muito evoluídos, em avançado estágio de


intemperização, como resultado de transformações enérgicas do material
constituinte (JACOMINE, 2013), com elevado grau de desenvolvimento
pedogenético, geralmente de espessura superior a 2,0 m, muito antigos, fruto da
decomposição intensa dos componentes minerais do solo (MACHADO et al., 2004).
A região Centro-Oeste, composta basicamente por Cerrado, apresenta
grandes extensões de solos profundos e bem drenados (MANZATTO et al., 2002).
Os Latossolos são a classe de solo mais frequente no Cerrado, apresentando
condições físicas favoráveis para a produção agrícola (FREITAS et al., 2014) e baixa
fertilidade natural, reduzido teor de matéria orgânica e acidez acentuada (CUNHA et
al., 2008).
Os Latossolos são aerados, estruturados, possuem alta estabilidade de
agregados e alta permeabilidade (KLUTHCOUSKI et al., 2003), podendo ter melhora
na CTC de acordo com práticas de manejo que promovam elevação de teores de
matéria orgânica (SOUSA e LOBATO, 2004). Resende et al. (1995), relatam que
mais de 95% dos Latossolos são distróficos e ácidos, com teores de fósforo (P)
disponível extremamente baixo e pH entre 4,0 e 5,5. Pereira et al. (2016a) e
Martinez-Santos et al. (2019), em estudos, observaram a influência significativa da
cinza vegetal como fertilizante e corretivo de acidez no Latossolo Vermelho
distrófico.

2.2 Cinza Vegetal

Sistemas de produção agrícola utilizam cinza desde os primeiros grupos


humanos, nos trópicos americanos (ADAMS, 2000). Sua consistência se apresenta
17

na forma sólida, com coloração acinzentada, sendo sua origem proveniente da


queima de material vegetal, quando não existe controle de oxigênio e temperatura,
em que ao consumo total do material orgânico durante a queima, a cinza terá
elementos minerais não suscetíveis ao processo de volatilização em sua
composição (JENKINS et al., 1998; COELHO e COSTA, 2007).
A produção da cinza vegetal está ligada a diversos processos industriais e
geradores de energia, segundo Meyer et al., (1999) de 0,08 a 0,20 m³ de cinza
vegetal é gerado na produção de 1 megawatt-hora de eletricidade. Na produção de
celulose, a cada 100 t de celulose produzida gera em torno de 40 t de cinza vegetal
(BELLOTE et al., 2003).
Visando a preservação do meio ambiente, a reutilização de resíduos gerados
nos processos industriais tem sido uma alternativa rentável na agricultura, pois a
cinza vegetal pode ser utilizada para adubação, pela presença elevada de nutrientes
como potássio, cálcio, magnésio e fósforo, além de agir como corretivo de solo
(BEZERRA, 2013; BONFIM-SILVA et al., 2019). A adição de cinza vegetal e
resíduos vegetais ao solo pode agir na redução do alumínio tóxico (FERREIRA et
al., 2012).
Oliveira (2015), também afirma que a cinza é uma excelente alternativa como
fonte de nutrientes e corretivo para o solo, contribuindo para a elevação do pH, se
tornando cada vez mais utilizada na agricultura. Segundo Santos (2012), a cinza
vegetal auxilia a reposição de parte dos nutrientes que normalmente são retirados
pelas culturas, melhorando assim a produtividade das plantas.
Karmakar (2010), em estudos, diz que a adição de cinza de casca de arroz
altera características físicas do solo, como a redução da densidade do solo e o
aumento da porosidade total. Bonfim-Silva et al. (2011a), também relataram que a
adição de cinza vegetal na cultura da rúcula (Eruca sativa L.) gera um incremento na
eficiência do uso de água próximo de 95%. Dessa forma, além da capacidade
fertilizante da cinza vegetal, existe também a capacidade em se alterar
características físicas com a utilização da cinza vegetal.
Bezerra et al. (2016), em estudos, afirma que a utilização de cinza vegetal
fornecedor de nutrientes no cultivo de Brachiaria brizantha cv. Mandaru, em solos
típicos do Cerrado, provocou o incremento da produção de matéria seca e
crescimento do capim, tanto em Latossolo como em Argissolo.
18

O aproveitamento da cinza vegetal gera uma economia ao produtor, pois além


do emprego de um resíduo industrial, seus benefícios como corretivo e fertilizante, o
seu preço é menor se comparado ao calcário agrícola (BONFIM-SILVA, 2020a),
evidenciando assim a normalização do seu uso na produção agrícola.

2.3 Panicum maximum

A Panicum maximum, no mercado brasileiro, é disseminada como a forrageira


com sementes mais produtiva (DO VALLE et al., 2009), sendo o Colonião a cultivar
mais tradicional, tendo sua entrada no Brasil, vindo da África, na época da
escravatura (PARSONS, 1972).
Entre as espécies de forrageiras, as espécies do gênero Panicum se
destacam por sua elevada tolerância a deficiência hídrica e nutricional, se adaptando
bem em várias regiões do planeta, desenvolvendo-se em condições que a maioria
das culturas produtoras de grãos e utilizadas para cobertura de solos não se
desenvolveriam (BARDUCCI et al., 2009).

2.3.1 Panicum maximum cv. BRS Zuri

A Embrapa Gado de Corte, em fevereiro de 2014, lançou a cultivar BRS Zuri,


selecionada por sua produtividade, vigor, capacidade de carga e desempenho
animal, além da sua tolerância média a inundações (SILVEIRA, 2015; SILVA et. al.,
2020).
Segundo a EMBRAPA (2014), a BRS Zuri apresenta elevada produção,
resistência às cigarrinhas-das-pastagens, alto valor nutritivo e alto grau de
resistência a manchas das folhas causadas pelo fungo Bipolaris maydis, sendo uma
planta cespitosa de porte ereto e alto, com folhas verde escuras, longas, arqueadas
e largas.
Em estudo, De Oliveira Neto et al. (2020) afirma que o desenvolvimento da
cultivar Panicum maximum cv. BRS Zuri está ligada a fertilização de Nitrogênio e
19

Fósforo, em que as doses de 160 kg ha-1 de P2O5 e 60 kg ha-1 de N apresentam seu


maior potencial produtivo. Porém, a BRS Zuri é uma forrageira pouco estudada e
estudos relacionados a nutrição e produção são imprescindíveis.

2.3.2 Panicum maximum cv. Mombaça

A cultivar Panicum maximum Mombaça foi lançada comercialmente em 1993,


pelo Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte, da EMBRAPA (SANTOS et al.,
1999). É uma das gramíneas forrageiras mais utilizadas em sistemas de produção,
devido a sua adaptabilidade a climas tropicais e subtropicais, alto valor nutritivo e
sua alta produtividade (SILVA et al., 2009).
Seu hábito de crescimento é cespitoso, apresenta porte elevado, perfilho
vigoroso e tolerância a seca, estimulando uma demanda bastante expressiva por
sementes de alta qualidade para a produção da Panicum maximum cv. Mombaça
(CANTO et al., 2012).
Em estudos, Souza et al. (2020) afirmam que práticas de correção de solo
associada a adubação nitrogenada, fosfatada e potássica promovem o crescimento
das plantas de Panicum maximum cv. Mombaça, no qual o fosforo proporcionou o
aumento da quantidade de perfilho, da altura, da massa fresca e da massa seca.
20

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização geográfica e caracterização experimental

O experimento foi realizado em casa de vegetação do curso de Engenharia


Agrícola e Ambiental, na Universidade Federal de Rondonópolis, Rondonópolis-MT.
O Clima da região é caracterizado como AW, segundo a classificação proposta por
Köppen, tendo uma precipitação média anual de 1690mm e temperaturas médias
anuais de 22 a 26 ºC (ALVARES et al., 2013).
O delineamento experimental foi em blocos casualizados dispostos em
arranjo fatorial de 5 x 2, correspondendo a cinco doses de cinza vegetal (0, 8, 16, 24
e 32 g dm-3) e duas cultivares (Panicum maximum cv. BRS Zuri e Panicum maximum
cv. Mombaça) com 6 repetições, totalizando 60 unidades experimentais.

3.2 Coleta do solo, adubação e semeadura

O solo utilizado foi o Latossolo Vermelho distrófico, coletada sob vegetação


do Cerrado, que apresenta elevada acidez e alta saturação por alumínio
(EMBRAPA, 2018), coletado na camada de 0 - 0,2 m e peneirado em uma malha de
4,0 mm de abertura. O solo e a cinza vegetal utilizada foram coletados e enviados
para análises e caracterização química de sua composição (TABELA 1).

Tabela 1 - Análise e caracterização química do solo e da cinza vegetal.


Cinza Vegetal Latossolo Vermelho distrófico
Variável Unidade Valor Variável Unidade Valor
pH (CaCl2) - 10,67 pH (CaCl2) - 3,7
PRNT % 24,76 P mg dm -3 1,6
N g kg-1 4,9 K mg dm-3 42,4
P2O5 g kg-1 7,9 Ca cmolc dm-3 0,65
K2O g kg-1 32,5 Mg cmolc dm -3 0,25
Ca g kg-1 49,6 Al cmolc dm-3 0,95
Mg g kg-1 42,0 H+Al cmolc dm -3 6,0
SB cmolc dm-3 1,01
21

Continuação Tabela 1.
Cinza Vegetal Latossolo Vermelho distrófico
Variável Unidade Valor Variável Unidade Valor
- - - CTC cmolc dm-3 7,01
- - - V % 14,41
- - - m % 48,47
PRNT= Poder relativo de neutralização N = Nitrogênio; P 2O5 = Fósforo ; K2O = Potássio; Ca = Cálcio;
Mg = Magnésio; P= Fósforo; K = Potássio; Al = Alumínio; H = Hidrogênio; SB = Soma de bases
trocáveis; CTC = Capacidade de troca de cátions a pH 7,0; V = Saturação por bases; m = Saturação
por alumínio.

A correção do solo não foi realizada por meio de calagem, pois a cinza
vegetal tem capacidade corretora de acidez. Assim misturou-se o solo com cinza
vegetal, acondicionando-os em embalagens plásticas para período de incubação,
com suas respectivas doses de cinza vegetal, por 30 dias, antes da montagem dos
vasos. Processo necessário para ocorrer as reações químicas e a neutralização de
acidez, utilizando 60% da capacidade máxima de retenção de água no solo.
O solo, após incubação com a cinza vegetal, foi acondicionado em vasos
plásticos com capacidade a 5 dm³ devidamente identificados com cada tratamento
(FIGURA 1A), que foram revestidos internamente por sacos plásticos para facilitar a
remoção das raízes ao fim do experimento (FIGURA1B).

A B

Figura 1 - Vasos (A) e montagem das unidades experimentais (B).


22

As sementes utilizadas foram das gramíneas Panicum maximum cv. BRS Zuri
e Panicum maximum cv. Mombaça, sendo realizado o teste de germinação em
algodão e água na placa de Petri para a determinação da quantidade de sementes
que serão plantadas em cada vaso (FIGURA 2A e 2B). O plantio foi feito com um
total de 10 sementes por vaso, com posterior desbaste, deixando apenas 3 plantas
por vaso.

A B

Figura 2 - Teste de germinação nas duas cultivares de Panicum maximum, BRS Zuri (A) e Mombaça
(B).

A cinza vegetal possui baixa concentração de nitrogênio, dessa forma


realizou-se a adubação via solução, sendo parcelada em três aplicações, utilizando
a ureia como fonte de nitrogênio, sendo a primeira após a implantação do
experimento e as outras duas após cada corte. Realizou-se a o cálculo de adubação
nitrogenada conforme recomendação de Bonfim-Silva et al. (2011b) de 200 mg dm-3,
em que foram dissolvidos 78 g de ureia em 3500 mL de água, sendo aplicado 50 mL
em cada vaso, rente ao solo para não danificar as folhas das plantas.

3.3 Manutenção da umidade do solo na condução do experimento

Para a manutenção da umidade utilizou-se o método gravimétrico (BONFIM-


SILVA et al., 2011b) com lâmina suficiente para atingir 60% da capacidade máxima
23

de retenção de água do solo. A irrigação ocorreu entre os horários das 16 às 18


horas, durante todo o período do experimento, sendo realizada com a utilização de
uma balança semi-analítica e o fornecimento de água até o peso definido de 6,518
kg (FIGURA 3), correspondente a soma do solo e 60% da capacidade de retenção
de água.

Figura 3 - Manejo da umidade do solo pelo método gravimétrico com o auxílio de balança semi-
analítica.

3.4 Variáveis analisadas

As avaliações ocorreram por ocasião de cada corte, iniciando-se aos 30 dias


após a emergência (DAE) das plantas e as demais seguindo um intervalo de 30
dias, totalizando três cortes de parte área das plantas, sendo que no último corte
também foi realizada a avaliação das raízes.
Por avaliação, as variáveis analisadas foram:
a) Características produtivas: massa seca de folhas, massa seca de colmo,
relação folha/colmo, massa seca de parte aérea, massa seca de raiz e
relação parte aérea/raiz;
24

b) Característica nutricional da planta: índice SPAD (índice de clorofila);


c) Características químicas do solo: pH do solo ao início e a cada avaliação
por ocasião de corte;
d) Consumo de água por corte e total pela gramínea;
e) Eficiência do uso de água por corte e total pela gramínea;

Massa fresca e seca de folhas e de colmo foram aferidas após cada corte,
sendo o mesmo realizado à altura de 5 cm do solo e o último rente ao solo. Foi
realizado a pesagem do material vegetal fresco, em uma balança semi-analítica
(FIGURA 4A). Posteriormente foram acondicionados dentro de sacos de papel,
previamente identificados, e colocados em uma estufa de ventilação forçada a 65 ºC,
pelo período de 72 h ou até atingir volume constante (FIGURA 4B). Em seguida, as
amostras foram retiradas dos sacos de papel e pesados para a determinação da
massa seca.

A B

Figura 4 - Pesagens de massa fresca (A) e acondicionamento delas em estufa de ventilação forçada
(B).

Massa fresca e seca de raiz foram realizadas após o último corte das
gramíneas forrageiras, lavou-se as raízes de cada planta em peneira de 4mm
(FIGURA 5), seguida de pesagem, em balança semi-analítica, e alocação em estufa
de ventilação forçada a 65º C, por 72 h ou até atingir peso constante. Após a
secagem, pesou-se as raízes na mesma balança semi-analítica.
25

Figura 5 - Lavagem de raiz com o auxílio de uma peneira de 4 mm de abertura de malha.

Relação folha/colmo foi obtida através da razão entre a massa seca de folhas
pela massa seca de colmos. Relação parte aérea/raiz foi obtida através da razão
entre a massa seca de parte aérea pela massa seca de raiz.
Índice SPAD (Índice de clorofila) foi aferido com o auxílio do medidor portátil
Minolta SPAD 502 (SOIL PLANT ANALYSIS DEVELOPMENT) (FIGURA 6). A leitura
foi realizada em cinco folhas diagnósticos (folhas +1 e +2) completamente
expandidas de forma aleatória, evitando-se as nervuras da folha. Registrou-se o
valor médio das leituras para cada unidade experimental.
26

Figura 6 - Medidor portátil Minolta SPAD 502.

O pH do solo foi realizado a partir da leitura da amostra de cada unidade


experimental, sendo realizadas um total de 4 avaliações, sendo a primeira após a
incubação do solo com cinza vegetal e as seguintes a cada 30 dias após a
emergência. Foram coletados 10 cm³ de solo de cada vaso, para análise com
solução de CaCl2 0,01 mol L-1 com o auxílio de pHmetro de bancada (FIGURA 7). As
amostras foram distribuídas em recipiente plástico de 50 mL, acrescentando 25 mL
da solução ao solo peneirado e deixado de repouso por 30 minutos, após a espera,
as amostras foram agitadas e efetuada as leituras.
27

Figura 7 - pHmetro de bancada.

Consumo de água e Eficiência do uso de água foi observado com a obtenção


da capacidade de máxima de retenção de água no solo, sendo 6518 g
correspondente ao vaso com 60% da capacidade de água, em seguida, todos os
dias com uma balança semi-analítica pesou-se os vasos e anotou-se as lâminas de
água que era necessárias para atingir os 6518 g. O consumo de água foi calculado
pelo somatório das lâminas de água por corte.
A eficiência do uso de água foi calculada com a seguinte formula, para os dois
primeiros cortes:
MSPA
𝐸𝑈𝐴 =
∑LA
No qual,
EUA = Eficiência do uso da água;
∑LA = Somatório das lâminas de água;
MSPA = Massa Seca da Parte Aérea.

A EUA final, aos 90 dias após a emergência, do experimento foi calculada


pela razão entre a massa seca total (parte aérea + raiz) pelo somatório de lâminas
de água. A EUA total foi calculada através da razão entre a massa seca total do
experimento pelo somatório das lâminas de água.
28

3.5 Análise estatística

Os dados foram submetidos à análise de variância, foi verificado a


significância para a interação entre os fatores, caso contrário os dados foram
analisados isoladamente. Quando significativos o fator quantitativo, doses de cinza
vegetal, foram analisados pelo meio do teste de regressão polinomial e o fator
qualitativo, cultivares, por meio do teste de F, ambos com até 5% de probabilidade,
utilizando o programa estatístico Sistema R (R CORE TEAM, 2019).
29

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os tratamentos qualitativos, cultivares Panicum maximum cv. Mombaça e


BRS Zuri, não apresentaram diferença significativa nas variáveis analisadas, sendo
assim todos os dados foram analisados somente para a variável quantitativa, doses
de cinza vegetal. Não houve, também, interação em nenhuma das variáveis
analisadas.

4.1 pH do solo

As análises de pH do solo apresentaram efeito significativo para as doses de


cinza vegetal, não havendo interação entre os fatores e nem diferença significativa
entre as cultivares, assim foi verificado somente o ajuste em função das doses de
cinza vegetal (FIGURA 8).
O pH do solo ajustou-se ao modelo quadrático de regressão para o solo
inicial, aquele submetido a incubação de 30 dias, sendo o ponto de máximo
encontrado na dose de 31,07 g dm-3, com valor de 6,12, registrando um incremento
de 46% no pH em comparação ao tratamento controle, de 0 g dm-3.
O pH do solo aos 30, 60 e 90 dias após a emergência das plantas,
respectivamente, ajustaram-se ao modelo linear de regressão, nos quais os maiores
valores registrados foram 6,19, 5,87 e 5,81, respectivamente, para a maior dose de
cinza vegetal, 32 g dm-3.
Ao se comparar ao solo que não houve aplicação de cinza vegetal, percebe-
se um incremento de unidades de pH. Aos 30 DAE, o valor de pH teve um
incremento de 15,16% em relação a não aplicação de cinza e a maior dose de cinza
vegetal, aos 60 DAE foi observado o incremento de 18,08%, enquanto aos 90 DAE o
valor foi 38,53% de acréscimo.
30

Figura 8 - pH do solo cultivado com Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de cinza
vegetal ao início do experimento e por ocasião de corte. pH = pH do solo. Cz = cinza
vegetal. *** significativo a 0,1% de probabilidade.

Santos (2012), em seu estudo sobre a Brachiaria brizantha, cultivares


Marandu e Xaraés, observou que o incremento das doses de cinza vegetal elevou
as unidades de pH no solo, pois os carbonatos presentes no resíduo contribuíram
para a redução da acidez. Olugbemi (2016; 2019) recomenda o uso de fertilizantes
com presença de carbonato de cálcio em sua composição como a cinza vegetal,
pois a mesma pode ser utilizada como agente de incremento do pH no solo.
A correção do solo mais próximo do neutro gera maior eficiência nos
fertilizantes utilizados, pois contribui para a disponibilidade de nutrientes (BONFIM-
SILVA et al, 2020b), evidenciando a necessidade em se neutralizar a acidez do solo.
31

4.2 Leitura SPAD

A leitura SPAD (índice de clorofila) apresentou efeito isolado para as doses de


cinza vegetal, não havendo significância para as cultivares e nem interação entre os
fatores. Na primeira, segunda e terceira avaliação (30, 60, e 90 DAE) as leituras
ajustaram-se ao modelo quadrático de regressão, com os maiores valores, 35,12;
17,80 e 14,17 obtidos nas doses de cinza vegetal de 34,44; 22,29 e 19,92 g dm-3,
respectivamente (FIGURA 9).

Figura 9 - Leitura SPAD da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de cinza vegetal
no primeiro, segundo e terceiro corte. SPAD = Leitura SPAD em cada corte. Cz = Cinza
Vegetal. *, **, *** significativo a 5, 1 e 0,1% de probabilidade, respectivamente.

Estudos avaliam que uma boa nutrição com nitrogênio nas gramíneas está
em leituras acima de 40, em geral leituras SPAD de ordem 20 a 25 indicam nítida
32

deficiência de nitrogênio no capim (FOLLET et al, 1992; PREMAZZI, 2001; YANG et


al., 2014) e o estado vegetativo e a idade da planta influenciam na concentração de
nitrogênio na planta (FONTES, 2016), sendo assim é possível afirmar que no
segundo e terceiro corte existia uma deficiência nutritiva nas cultivares Mombaça e
BRS Zuri.
Bezerra et al. (2019), observaram em estudos com Urochloa brizantha cv.
Paiaguás a influência da cinza vegetal na leitura SPAD, constando que o valor é sim
influenciado pela adubação com cinza vegetal, bem como o magnésio disponível na
cinza vegetal pode influenciar positivamente na quantidade de clorofila produzida
(BEZERRA et al., 2019), visto que o magnésio ocupa a posição central da molécula
da clorofila (TAIZ e ZEIGER, 2013).
A deficiência nutricional de nitrogênio é um fator limitante de produção, desse
modo Costa e Queiroz (2013) apontam a necessidade de métodos indiretos e
instantâneos da determinação do estado nutricional das culturas, como a pastagem
em campo, pois o tempo de resposta é um fator que influencia na tomada de
resposta de decisões em produções de campo.
O índice SPAD tem sua importância, pois teores elevados de moléculas de
clorofila resultam em maior capacidade fotossintética, acúmulo de nutrientes no
tecido vegetal e maior produção de moléculas que auxiliam no controle de absorção
de nutrientes (PEREIRA et al., 2016b, ZHU et al, 2010, CAMAÑES et al., 2007).

4.3 Massa seca de folhas

A massa seca de folhas apresentou efeito isolado para as doses de cinza


vegetal, no primeiro, segundo e terceiro corte, não apresentando interação e nem
efeito significativo entre as cultivares analisadas. Nos três cortes, 30, 60 e 90 DAE, a
massas secas de folhas ajustaram-se ao modelo quadrático de regressão para
doses de cinza vegetal (FIGURA 10). No primeiro corte, a maior massa seca de
folhas, 19,61 g vaso-1, foi proporcionada pela dose de cinza vegetal de 25,29 g dm-3.
No segundo corte, obteve-se a maior massa seca de folhas, 17,25 g vaso-1, com a
dose de 29,19 g dm-3 de cinza vegetal. No terceiro corte, o ponto de máximo obtido
33

para a maior massa seca de folhas, 10,88 g vaso-1, foi na dose de 34,63 g dm-3 de
cinza vegetal.

Figura 10 - Massa seca de folha da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de cinza
vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. MSF = Massa seca de folha. Cz = Cinza
Vegetal. *** significativo a 0,1% de probabilidade.

Assim, observa-se que a cinza vegetal influencia significativamente na


produção de massa seca de folhas das gramíneas forrageiras, indicando ser um
adubo potencial para o aumento da produtividade das pastagens.
Santos et al. (2014), observaram que a produção de massa seca de folhas
dos capins Marandu e Xaraés é influenciado positivamente pela adubação com
cinza vegetal, aumentando, assim, sua produção. As folhas têm importância maior
na alimentação animal, pois os animais selecionam o consumo da parte das plantas,
dando preferência às folhas, que apresentam maior valor nutritivo, que estão mais
acessíveis e pela sua facilidade de digestão (BRÂNCIO et al., 2003; CANDIDO et
al., 2005).
34

4.4 Massa seca de colmos

A massa seca de colmo das gramíneas Panicum maximum cv. Mombaça e


BRS Zuri apresentaram significância somente para o efeito isolado, doses de cinza
vegetal, não havendo efeito significativo entre as cultivares e interação entre os
fatores analisados. As doses de cinza vegetal ajustaram-se ao modelo quadrático de
regressão, para os três cortes (FIGURA 11). Ao primeiro corte, a maior massa seca
de colmo, 9,70 g vaso-1, foi proporcionada pela dose de 26,65 g dm-3. Ao segundo
corte, o ponto máximo observado se deu na dose de 30,46 g dm-3, com massa seca
de colmo de 6,54 g vaso-1. No terceiro e último corte, a dose de 32,90 g dm-3
ocasionou uma produção de massa seca de colmo de 2,12 g vaso-1.
35

Figura 11 - Massa seca de colmo da Panicum maximum cv Mombaça e BRS Zuri sob doses de cinza
vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. MSC = Massa seca de colmo. Cz = Cinza
Vegetal. **, *** significativo a 1% e 0,1% de probabilidade, respectivamente.

A cinza vegetal contribuiu significativamente para a produção de massa seca


de colmos nos três períodos de avaliação. Nota-se uma redução de produção de
massa seca de colmo a cada corte e um aumento na necessidade de cinza vegetal
para a maior produção.
Os teores de fósforo (P) presente no solo podem influenciar no aumento da
produção de colmos (FERREIRA, 2008), elemento o qual está presente na cinza
vegetal. A produção de massa seca de colmos cresce proporcionalmente a elevação
de doses de cinza vegetal em capim marandu fertilizado com cinza vegetal
(BEZERRA et al., 2016), enquanto as cultivares Mombaça e BRS Zuri obtiveram
crescimento certo valor.
36

4.5 Massa seca de parte aérea

As doses de cinza vegetal apresentaram efeito isolado significativo nas três


avaliações, não havendo interação entre as doses e as cultivares e nem efeito
significativo para as cultivares isoladamente. As três avaliações, 30, 60 e 90 DAE,
ajustaram-se ao modelo quadrático de regressão (FIGURA 13). No primeiro corte, a
massa seca de parte área teve sua maior produção na dose de 25,70 g dm-3, com
29,30 g vaso-1. Na segunda avaliação, a maior massa seca de parte área foi de
23,79 g vaso-1, sendo obtida na dose de 29,52 g dm-3. Já na terceira avaliação, aos
90 dias após a emergência, a recomendação ideal ficou acima das doses
trabalhadas.

Figura 12 - Massa seca de parte aérea da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de
cinza vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. MSPA = Massa seca de parte aérea. Cz =
Cinza Vegetal. *** significativo a 0,1% de probabilidade.
37

A cinza vegetal apresentou efeito significativo na produção de massa seca de


parte área nos três períodos de avaliação, assim como nas avaliações de massa de
folhas e de colmos. Observa-se uma redução na sua produção total a cada período
de corte, sendo o primeiro corte (FIGURA 13A e 14A) com a maior massa total e
uma redução de 18,80% e 55,63% nos maiores valores do segundo (FIGURA 13B E
14B) e terceiro corte (FIGURA 13C e 14C), respectivamente.
38

Figura 13 - Panicum maximum cv. Mombaça aos 30 DAE (A), 60 DAE (B) e 90 DAE (C).
39

Figura 14 - Panicum maximum cv. BRS Zuri aos 30 DAE (A), 60 DAE (B) e 90 DAE (C).
40

O incremento na produção de massa seca de parte aérea em capim Marandu


foi significativo em solo Latossolo do Cerrado mato-grossense adubado com cinza
vegetal (BEZERRA et al, 2014). Bezerra (2018), também observou que a produção
de massa seca de folhas, por ocasião de corte, tem relação significativa com a
adubação de cinza vegetal em capim-paiaguás. Esses estudos corroboram com os
resultados do presente estudo, no qual a cinza vegetal exerce efeito positivo na
matéria seca de parte área das culturas Panicum maximum cv. Mombaça e BRS
Zuri.

4.6 Relação folha/colmo

Para a relação folha/colmo das cultivares de Panicum maximum, houve


significância com efeito isolado nas doses de cinza vegetal, não apresentando
interação e significância para as cultivares de forma isolada. As variáveis se
ajustaram ao modelo quadrático de regressão no primeiro e terceiro corte, no
segundo corte a variável se ajustou ao modelo linear crescente. Na primeira
avaliação, avaliação a maior relação folha/colmo foi de 2,38 unidades, sendo obtida
na dose de 21,19 g dm-3. Ao segundo corte, quanto maior a adubação de cinza
vegetal maior a relação folha/colmo, sendo 4,68 unidades o valor da relação na
maior dose aplicada, 32 g dm-3. Na última avaliação, a dose de 22,18 g dm-3
proporcionou uma relação folha/colmo de 8,28 unidades (FIGURA 15).
41

Figura 15 - Relação folha/colmo da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de cinza
vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. RF/C = Relação folha/colmo. Cz = Cinza
Vegetal. *, **, *** significativo a 5%, 1% e 0,1% de probabilidade, respectivamente.

Diferentemente do observado nas variáveis de parte aérea, massa seca de


folha, colmo e parte aérea total, a relação folha/colmo apresentou resultado inverso,
sendo os maiores valores observados no último corte, aos 90 dias após a
emergência.
Dentre as características estruturais das gramíneas, a relação folha/colmo é
considerada de suma importância, pois é influenciada diretamente pelo manejo,
determinando a eficiência do uso da forragem (DA SILVA e NASCIMENTO JUNIOR,
2007). A relação folha/colmo possibilita a avaliação da proporção de colmos e folhas
presentes na forrageira, podendo indicar o declínio ou ascensão do valor nutritivo da
gramínea, quando a relação for baixa, se houve mais colmos que folha, a qualidade
da forrageira será afetada negativamente, interferindo no comportamento dos
42

animais no pastejo e no seu consumo. (EUCLIDES et al., 2000; CHAPMAN et al.,


2014; RODRIGUES et al., 2017).
Pinto et al. (1994), afirmam que o limite crítico para a relação folha/colmo é
igual a 1,0, na classificação quanto a quantidade e qualidade da gramínea. Segundo
Santos et al. (2017), a obtenção de uma maior relação folha/colmo é o ideal, pois as
folhas consistem na principal fonte de nutriente ao animal. Rodrigues et al., (2008)
corrobora com a afirmação, dizendo que valores maiores resultam, também, em
maior valor proteico da forragem, melhor adaptação ao corte, melhor consumo e
digestibilidade.
Os resultados do presente estudo, corroboram com os resultados
apresentados por Santos (2012), com as cultivares Mandaru e Xaráes adubadas
com cinza vegetal, no qual a relação foi positiva para uma maior massa de folhas do
que colmo, visto que há o predomínio de folhas, sendo esse o componente
forrageiro de maior qualidade.

4.7 Massa Seca de Raiz

A massa seca de raiz apresentou efeito significativo isolado somente para as


doses de cinza vegetal, não apresentando interação ou efeito significativo isolado
para as cultivares. A variável ajustou-se ao modelo quadrático de regressão. A dose
de cinza vegetal de 22,76 g dm-3 apresentou a maior massa fresca de raiz, sendo ela
45,69 g vaso-1 (FIGURA 16).
43

Figura 16 - Massa seca de raiz da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de cinza
vegetal aos 90 DAE. MSR = Massa seca de raiz. Cz = Cinza Vegetal. *** significativo a 0,1%
de probabilidade.

A adubação de cinza vegetal influenciou positivamente na produção de massa


seca de raízes das cultivares Mombaça e BRS Zuri, comprovando a relevância em
se adubar gramíneas forrageiras com cinza vegetal. Bezerra (2018), observou que o
sistema radicular bem desenvolvido e consolidado reflete diretamente na produção
da massa seca de parte aérea em capim-paiaguás quando fertilizado com o uso do
resíduo sólido, a cinza vegetal, corroborando com os resultados, mostrando que os
maiores valores de raiz se associaram diretamente aos maiores valores de massa
seca.
Em outras culturas, como a cultura do feijão, a utilização da cinza vegetal
como fertilizante demonstra influenciar na massa seca das raízes (BARRETA et al.,
2015), pois a cinza vegetal, quando promove a neutralização da acidez pelo
fornecimento de carbonato de cálcio e magnésio, melhora a disponibilidade de
44

nutrientes para as plantas, possibilitando um melhor desenvolvimento de raiz. Esse


mesmo efeito foi observado em capins Mandaru e Xaraés, por Santos (2012), no
qual a cinza vegetal pode estar associada na produção de raízes dos capins devido
ao efeito residual da cinza vegetal, que possivelmente melhorou condições de
absorção de nutrientes.

4.8 Relação massa seca de parte aérea/raiz

A relação entre a massa seca de parte aérea com raiz não apresentou
interação entre os fatores ou efeito significativo isolado para as cultivares, sendo
significativo somente o fator isolado de doses de cinza vegetal. A variável ajustou-se
ao modelo quadrático de regressão para as doses de cinza vegetal, em que a dose
de 21,11 g dm-3 proporcionou uma relação de 0,67 unidades (FIGURA 17).
45

Figura 17 - Relação parte aérea/raiz de Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de
cinza vegetal. RAR = Relação parte aérea/raiz. Cz = Cinza Vegetal. *, ** significativo a 5% e
1% de probabilidade, respectivamente.

Na dose de 21,11 g dm-3, de cinza vegetal, o crescimento da raiz é superior


ao crescimento de parte aérea (FIGURA 18 e 19), demonstrando um efeito positivo
na adição de cinza vegetal ao solo, pois, segundo GU et al. (2019), os nutrientes
são, majoritariamente, absorvidos pelas raízes e essa absorção é influenciada de
acordo com a área de exploração do solo.
Poorter e Nagel (2000) relataram que o aumento na alocação de
fotoassimilados nas raízes acontecem por mudanças ocorrem nos padrões de
alocação de nutrientes no período de crescimento, devido a algum tipo de estresse.
46

Figura 18 - Parte Aérea e Raiz de Panicum maximum cv. BRS Zuri sob doses de cinza vegetal.

Figura 19 - Parte Aérea e Raiz de Panicum maximum cv. Mombaça sob doses de cinza vegetal.
47

4.9 Consumo de água

O consumo de água não apresentou significância entre as cultivares ou


interação entre os fatores, apresentando somente significância para as doses de
cinza vegetal. O consumo de água ajustou-se ao modelo quadrático de para os três
cortes, 30, 60 e 90 dias após a emergência, com o maior consumo de 10,93; 15,42 e
10,21 L vaso-1, nas doses de 20,10; 24,97 e 34,04 g dm-3, respectivamente
regressão (FIGURA 20).

Figura 20 - Consumo de Água de Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de cinza
vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. CONS = Consumo de água. Cz = Cinza
Vegetal. *** significativo a 0.1% de probabilidade.

Os maiores valores de consumo de água estão diretamente ligados as


produções de massa seca de parte aérea da planta. Segundo Bonfim-Silva et al.
(2007), os valores de consumo de água estão ligados diretamente a produção de
48

massa seca e de área foliar de uma planta, sendo as doses necessárias para a
maior produção também as que proporcionam o maior consumo de água.
O consumo de água total, assim como a cada corte, apresentou significância
somente as doses de cinza vegetal, ajustando-se ao modelo quadrático de
regressão, com a dose de 25,35 g dm-3 proporcionando o maior consumo total de
água, de 36,03 L vaso-1 (FIGURA 21).

Figura 21 - Consumo Total de Água de Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de
cinza vegetal. CONST = Consumo total de água. Cz = Cinza Vegetal. *** significativo a 0.1%
de probabilidade.

A cinza vegetal apresenta capacidade em reter água no solo, evidenciando-a


como uma importante alternativa para a melhoria no uso de recursos hídricos na
agricultura (BARTH, 2020), visto que as maiores produções de massa seca estão
em consonância com os maiores consumos de água, necessitando, assim, de uma
maior quantidade de água retida no solo.
49

4.10 Eficiência no uso de água

A eficiência no uso de água apresentou efeito significativo isolado nos três


cortes para as doses de cinza vegetal, não existindo interação entre fatores e
significância entre as cultivares. A eficiência no uso de água somente para a parte
aérea, no primeiro e segundo corte, ajustou-se ao modelo quadrático de regressão.
Aos primeiros 30 dias após a emergência, a dose de 25,24 g dm-3 proporcionou a
maior eficiência no uso de água, de 2,9 g L-1. No segundo corte, aos 60 dias após a
emergência, a maior eficiência no uso de água observada foi 1,64 g L-1, na dose de
26,13 g dm-3 (FIGURA 22).

Figura 22 - Eficiência no uso de água de Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de
cinza vegetal no primeiro e segundo corte. EUA = Eficiência no uso de água. Cz = Cinza
Vegetal. *** significativo a 0,1% de probabilidade.
50

Ao final do experimento, a eficiência do uso de água, considerando a massa


seca de parte aérea e a massa seca de raiz, foi significativa isoladamente para as
doses de cinza vegetal, não havendo diferença significativa entre as cultivares
isoladamente ou interação. A variável ajustou-se ao modelo quadrático de
regressão. A maior eficiência do uso de água, 6,63 g L-1, foi observada na dose de
20,56 g dm-3 de cinza vegetal (FIGURA 23).

Figura 23 - Eficiência no uso de água da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de
cinza vegetal ao final do experimento. EUA = Eficiência no uso de água. Cz = Cinza Vegetal.
*** significativo a 0,1% de probabilidade.

Os resultados corroboram com os observados por Bezerra (2018), em que foi


verificado o efeito de incremento na eficiência do uso de água pela gramínea
Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em função das doses de cinza vegetal, com
aumento da produção de biomassa com menor consumo de água.
51

A eficiência do uso de água total, isto é, a eficiência do uso de água durante


todo o experimento, apresentou efeito isolado e significativo para as doses de cinza
vegetal, ajustando-se ao modelo quadrático de regressão. O maior valor de
eficiência do uso de água foi obtido na dose de 22,91 g dm-3, com um total de 3,26
unidades (FIGURA 24).

Figura 24 - Eficiência no uso de água total de Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses
de cinza vegetal. EUA = Eficiência no uso de água. Cz = Cinza Vegetal. *** significativo a
0,1% de probabilidade.

A produtividade é limitada pela eficiência do uso de água, pois o consumo de


água é revertido em aumento de matéria seca (SLOMP et al., 2011), dessa forma a
maior eficiência ocorre com a maior produção de matéria seca e o menor consumo
de água. Em estudos, Bonfim-Silva et al. (2011a), verificaram o incremento na
eficiência do uso de água em plantio de rúcula utilizando cinza vegetal.
52

CONCLUSÕES

A aplicação de cinza vegetal em Latossolo Vermelho Distrófico do cerrado


influenciou as características produtivas, nutricional da planta, química do solo,
consumo de água e eficiência do uso de água de Panicum maximum cv. Mombaça e
BRS Zuri, nas variáveis analisadas e de forma isolada.
Não há diferença significativa, nas variáveis analisadas, entre as cultivares
Mombaça e BRS Zuri quando cultivadas em Latossolo Vermelho com aplicação de
cinza vegetal. Não há interação significativa entre as doses de cinza vegetal e as
cultivares Mombaça e BRS Zuri.
O pH foi influenciado pela adição da cinza vegetal, no período de incubação
seu maior valor registrado na dose 31,07 g dm -3 e durante o período de
desenvolvimento da planta as doses de cinza influenciaram de maneira linear
crescente, na neutralização da acidez.
A faixa de dose que proporcionou maiores características produtivas,
nutricionais de planta, química de solo, consumo de água e eficiência do uso de
água está entre 21 e 32 g dm-3.
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