Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Rondonópolis, MT – 2020
CINZA VEGETAL NO DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO EM
CULTIVARES DE Panicum maximum
por
elaborado por:
Horácio Manfrin Mazero
Comissão Examinadora
_________________________________________
Profª. Drª. Edna Maria Bonfim-Silva
(Orientador)
UFR – Universidade Federal de Rondonópolis
____________________________________________
MSc. Júlio José Nonato
UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso
_______________________________________
Profª. MSc. Bruna Elusa Kroth
UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso
À minha mãe, Sandra Helena Manfrin, por todo o suporte emocional para que
eu conseguisse me manter durante todo o curso. Pelas conversas, pelos desabafos,
pelos questionamentos e por estar sempre presente na minha vida em todos os
momentos difíceis, sendo essa mãe maravilhosa. Palavras são poucas para medir o
amor por você.
À minha avó, Ana Maria da Silva Manfrim, que teve papel fundamental em
toda minha formação. Graças a seu brilho e sabedoria eu encontrei minha vocação e
espero conseguir ter ao menos metade de toda sua grandiosidade como pessoa e
como professora.
À Alessandra Ferreira Neves, por ser companheira, por estar sempre ao meu
lado em momentos difíceis, pelas palavras de sabedoria e de motivação. Obrigado
por ser essa pessoa incrível e quase sempre mau humorada.
À minha irmã, Mariana Manfrim Mazero, por ser esse feixe de luz e esperança
presente na minha vida, mesmo dentre com todas suas peripécias e teimosia, você
deu e sempre dará significado para minha vida.
Ao meu pai, Lupércio Mazero, meus tios, Cristina Della Roveri Rodrigues
Manfrim e André Luiz Manfrim, ao meu avô, Laércio Manfrim, e as minhas primas,
Ana Helena Rodrigues Manfrim e Julia Rodrigues Manfrim, por todo o carinho,
suporte, ajuda e atenção por todo esse período de graduação.
À minha orientadora prof. Drª Edna Maria Bonfim-Silva, por todo ensinamento,
dedicação, tempo ofertado e apoio que me foi dedicado. Seu apoio foi de extrema
importância nesse meu processo de formação, sendo meu agradecimento infinito.
Ao prof. Drº Tonny José Araújo da Silva, pela sua disposição e esforço
empregado ao curso e aos alunos presentes nele, pelo auxílio durante a montagem
do experimento e a ajuda nas eventuais dificuldades encontradas.
Às duas meninas do meu coração, que fizeram parte de toda a confecção
desse projeto final de curso, Danile Job Alves e Niclene Ponce Rodrigues de
Oliveira, pois sem o apoio e a amizade de vocês eu não teria forças para a execução
de tanta coisa.
A fiel companheira, Andressa Leão dos Santos, por todos as loucuras e surtos
coletivos que passamos, por me aguentar, me amar e por estar sempre presente em
momentos importantes da minha vida. Ao Pedro Henrique Marques Afonso, por todo
o apoio emocional, pessoal e tecnológico ajudar em momentos que precisei,
principalmente quanto a edição das imagens de todo o trabalho.
A todos que de alguma me ajudaram durante todo esse processo de
formação, em especial, Tulio Martinez Santos, Luana Aparecida Menegaz
Meneghetti, Mariza Noberto da Silva, Júlio José Nonato, Ana Paula Damasceno e
Pamela Marcela Soares da Silva.
Por fim, sou grato ao Grupo de Práticas em Água e Solos (GPAS), por todo o
auxílio, oportunidades e ensinamentos que tive durante esses anos de projeto de
extensão e iniciação cientifica.
Esse trabalho é uma construção de todos que estiveram comigo e eu serei
eternamente grato.
“De nada valem as ideias sem homens
que possam pô-las em prática.”
Karl Max.
RESUMO
O estado de Mato Grosso possui o maior rebanho de bovinos do Brasil, dessa forma
as áreas dedicadas a pastagens necessitam de um manejo correto das gramíneas,
evitando perdas e obtendo um resultado satisfatório de produção. Dentre as formas
de manejo, uma alternativa é o emprego da adubação com cinza vegetal, visando o
aproveitamento desse resíduo de forma segura no ambiente. Assim, objetivou-se
verificar a produção e a eficiência do uso de água de cultivares de Panicum
maximum submetidas a doses de cinza vegetal cultivadas em Latossolo Vermelho
do Cerrado. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com arranjo
fatorial 5x2, sendo utilizadas cinco doses de cinza vegetal (0, 8, 16, 24, 32 g dm -3) e
duas cultivares (BRS Zuri e Mombaça) em seis repetições. As avaliações foram
realizadas a cada 30 dias após a emergência (DAE), totalizando três cortes, sendo
aos 90 dias a finalização do experimento com a retirada das raízes. Foram avaliadas
características produtivas, consumo de água e eficiência do uso de água das
unidades experimentais a cada corte, a avaliação de pH do solo foi realizada no
início da implantação e por ocasião de cada corte das plantas. Os dados foram
submetidos a análise de variância, quando significativo o fator quantitativo foi
analisado pelo teste de regressão e o qualitativo pelo teste F. A cinza vegetal
proporcionou efeitos positivos em todas as variáveis analisadas, sendo
recomendado o uso de doses entre 21,0 e 32,0 g dm-3.
CONCLUSÕES ......................................................................................................... 52
REFERENCIAS......................................................................................................... 53
14
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
3 MATERIAL E MÉTODOS
Continuação Tabela 1.
Cinza Vegetal Latossolo Vermelho distrófico
Variável Unidade Valor Variável Unidade Valor
- - - CTC cmolc dm-3 7,01
- - - V % 14,41
- - - m % 48,47
PRNT= Poder relativo de neutralização N = Nitrogênio; P 2O5 = Fósforo ; K2O = Potássio; Ca = Cálcio;
Mg = Magnésio; P= Fósforo; K = Potássio; Al = Alumínio; H = Hidrogênio; SB = Soma de bases
trocáveis; CTC = Capacidade de troca de cátions a pH 7,0; V = Saturação por bases; m = Saturação
por alumínio.
A correção do solo não foi realizada por meio de calagem, pois a cinza
vegetal tem capacidade corretora de acidez. Assim misturou-se o solo com cinza
vegetal, acondicionando-os em embalagens plásticas para período de incubação,
com suas respectivas doses de cinza vegetal, por 30 dias, antes da montagem dos
vasos. Processo necessário para ocorrer as reações químicas e a neutralização de
acidez, utilizando 60% da capacidade máxima de retenção de água no solo.
O solo, após incubação com a cinza vegetal, foi acondicionado em vasos
plásticos com capacidade a 5 dm³ devidamente identificados com cada tratamento
(FIGURA 1A), que foram revestidos internamente por sacos plásticos para facilitar a
remoção das raízes ao fim do experimento (FIGURA1B).
A B
As sementes utilizadas foram das gramíneas Panicum maximum cv. BRS Zuri
e Panicum maximum cv. Mombaça, sendo realizado o teste de germinação em
algodão e água na placa de Petri para a determinação da quantidade de sementes
que serão plantadas em cada vaso (FIGURA 2A e 2B). O plantio foi feito com um
total de 10 sementes por vaso, com posterior desbaste, deixando apenas 3 plantas
por vaso.
A B
Figura 2 - Teste de germinação nas duas cultivares de Panicum maximum, BRS Zuri (A) e Mombaça
(B).
Figura 3 - Manejo da umidade do solo pelo método gravimétrico com o auxílio de balança semi-
analítica.
Massa fresca e seca de folhas e de colmo foram aferidas após cada corte,
sendo o mesmo realizado à altura de 5 cm do solo e o último rente ao solo. Foi
realizado a pesagem do material vegetal fresco, em uma balança semi-analítica
(FIGURA 4A). Posteriormente foram acondicionados dentro de sacos de papel,
previamente identificados, e colocados em uma estufa de ventilação forçada a 65 ºC,
pelo período de 72 h ou até atingir volume constante (FIGURA 4B). Em seguida, as
amostras foram retiradas dos sacos de papel e pesados para a determinação da
massa seca.
A B
Figura 4 - Pesagens de massa fresca (A) e acondicionamento delas em estufa de ventilação forçada
(B).
Massa fresca e seca de raiz foram realizadas após o último corte das
gramíneas forrageiras, lavou-se as raízes de cada planta em peneira de 4mm
(FIGURA 5), seguida de pesagem, em balança semi-analítica, e alocação em estufa
de ventilação forçada a 65º C, por 72 h ou até atingir peso constante. Após a
secagem, pesou-se as raízes na mesma balança semi-analítica.
25
Relação folha/colmo foi obtida através da razão entre a massa seca de folhas
pela massa seca de colmos. Relação parte aérea/raiz foi obtida através da razão
entre a massa seca de parte aérea pela massa seca de raiz.
Índice SPAD (Índice de clorofila) foi aferido com o auxílio do medidor portátil
Minolta SPAD 502 (SOIL PLANT ANALYSIS DEVELOPMENT) (FIGURA 6). A leitura
foi realizada em cinco folhas diagnósticos (folhas +1 e +2) completamente
expandidas de forma aleatória, evitando-se as nervuras da folha. Registrou-se o
valor médio das leituras para cada unidade experimental.
26
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 pH do solo
Figura 8 - pH do solo cultivado com Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de cinza
vegetal ao início do experimento e por ocasião de corte. pH = pH do solo. Cz = cinza
vegetal. *** significativo a 0,1% de probabilidade.
Figura 9 - Leitura SPAD da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de cinza vegetal
no primeiro, segundo e terceiro corte. SPAD = Leitura SPAD em cada corte. Cz = Cinza
Vegetal. *, **, *** significativo a 5, 1 e 0,1% de probabilidade, respectivamente.
Estudos avaliam que uma boa nutrição com nitrogênio nas gramíneas está
em leituras acima de 40, em geral leituras SPAD de ordem 20 a 25 indicam nítida
32
para a maior massa seca de folhas, 10,88 g vaso-1, foi na dose de 34,63 g dm-3 de
cinza vegetal.
Figura 10 - Massa seca de folha da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de cinza
vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. MSF = Massa seca de folha. Cz = Cinza
Vegetal. *** significativo a 0,1% de probabilidade.
Figura 11 - Massa seca de colmo da Panicum maximum cv Mombaça e BRS Zuri sob doses de cinza
vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. MSC = Massa seca de colmo. Cz = Cinza
Vegetal. **, *** significativo a 1% e 0,1% de probabilidade, respectivamente.
Figura 12 - Massa seca de parte aérea da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de
cinza vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. MSPA = Massa seca de parte aérea. Cz =
Cinza Vegetal. *** significativo a 0,1% de probabilidade.
37
Figura 13 - Panicum maximum cv. Mombaça aos 30 DAE (A), 60 DAE (B) e 90 DAE (C).
39
Figura 14 - Panicum maximum cv. BRS Zuri aos 30 DAE (A), 60 DAE (B) e 90 DAE (C).
40
Figura 15 - Relação folha/colmo da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de cinza
vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. RF/C = Relação folha/colmo. Cz = Cinza
Vegetal. *, **, *** significativo a 5%, 1% e 0,1% de probabilidade, respectivamente.
Figura 16 - Massa seca de raiz da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de cinza
vegetal aos 90 DAE. MSR = Massa seca de raiz. Cz = Cinza Vegetal. *** significativo a 0,1%
de probabilidade.
A relação entre a massa seca de parte aérea com raiz não apresentou
interação entre os fatores ou efeito significativo isolado para as cultivares, sendo
significativo somente o fator isolado de doses de cinza vegetal. A variável ajustou-se
ao modelo quadrático de regressão para as doses de cinza vegetal, em que a dose
de 21,11 g dm-3 proporcionou uma relação de 0,67 unidades (FIGURA 17).
45
Figura 17 - Relação parte aérea/raiz de Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de
cinza vegetal. RAR = Relação parte aérea/raiz. Cz = Cinza Vegetal. *, ** significativo a 5% e
1% de probabilidade, respectivamente.
Figura 18 - Parte Aérea e Raiz de Panicum maximum cv. BRS Zuri sob doses de cinza vegetal.
Figura 19 - Parte Aérea e Raiz de Panicum maximum cv. Mombaça sob doses de cinza vegetal.
47
Figura 20 - Consumo de Água de Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de cinza
vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte. CONS = Consumo de água. Cz = Cinza
Vegetal. *** significativo a 0.1% de probabilidade.
massa seca e de área foliar de uma planta, sendo as doses necessárias para a
maior produção também as que proporcionam o maior consumo de água.
O consumo de água total, assim como a cada corte, apresentou significância
somente as doses de cinza vegetal, ajustando-se ao modelo quadrático de
regressão, com a dose de 25,35 g dm-3 proporcionando o maior consumo total de
água, de 36,03 L vaso-1 (FIGURA 21).
Figura 21 - Consumo Total de Água de Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de
cinza vegetal. CONST = Consumo total de água. Cz = Cinza Vegetal. *** significativo a 0.1%
de probabilidade.
Figura 22 - Eficiência no uso de água de Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de
cinza vegetal no primeiro e segundo corte. EUA = Eficiência no uso de água. Cz = Cinza
Vegetal. *** significativo a 0,1% de probabilidade.
50
Figura 23 - Eficiência no uso de água da Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses de
cinza vegetal ao final do experimento. EUA = Eficiência no uso de água. Cz = Cinza Vegetal.
*** significativo a 0,1% de probabilidade.
Figura 24 - Eficiência no uso de água total de Panicum maximum cv. Mombaça e BRS Zuri sob doses
de cinza vegetal. EUA = Eficiência no uso de água. Cz = Cinza Vegetal. *** significativo a
0,1% de probabilidade.
CONCLUSÕES
REFERENCIAS
BARDUCCI, R.S.; COSTA, C., CRUSCIOL, C.A.C., BORGHI, É., PUTAROV, T.C.,
SARTI, L.M.N. Produção de brachiaria brizantha e panicum maximum com milho e
adubação nitrogenada. Arch. zootec., Córdoba, v.58, n.222, p.211-222, jun. 2009.
BARETTA, C.R.D.M.; OGLIARI, A.J.; KRAFT, E.; PADILHA, M.S..; TRENTO, A.;
SOUZA, J.P. Avaliação da cinza vegetal como fertilizante do feijão (Phaseolus
vulgaris L.). Congresso brasileiro de ciência e solo, 2015.
BARTH, A.; Produção Agrícola vs. Preservação do Cerrado: o que a cinza vegetal
tem a ver com isso?. In: BONFIM-SILVA, E. M (Ed). Cinza Vegetal e Biochar na
Agricultura. Maringá, PR: Uniedusul, p. 7-30, 2020a.
CORREIA, J. R.; REATTO, A.; SPERA, S. T. Solos e suas relações com o uso e o
manejo. In: SOUSA, D. M. G.; LOBATO, E. Cerrado: correção do solo e
adubação. 2 ed. Brasília, DF: EMBRAPA Informação Tecnológica, 416p, 2004.
GU, X. B.; CAI, H. J.; DU, Y. D.; LI, Y. N. Effects of folm mulgching and nitrogen
fertilization on rhizosphere soil environment, root growth and nutrient uptake of winter
oilseed rape in northwest China. Soil & Tillage Research, n. 187, p. 194-203, 2019.
JENKINS, B. M., BAXTER, L.L., MILES JR, T.R., MILES, T. R., Combustion
properties of biomass. Fuel Processing Technology. v 54, 17-46, 1998.
KARMAKAR, S., MITTRA, B. N., GHOSH, B. C. Enriched Coal Ash Utilization for
Augmenting Production of Rice under Acid Lateritic Soil. Coal Combustion and
Gasification Products, v. 2, p. 45-50, 2010.
MANZATTO, C. V.; FREITAS JUNIOR, E.; PERES, J. R. R. Uso agrícola dos solos
brasileiros. (ed.). – Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2002. 174p.
57
OLUGBEMI, P.W. The effect of two mineral fertilizers and wood ash on growth and
yield of pepper on nutrient depleted soil. Educ. Sci. J. Pol. Rev. Curric. Develop.
Calabar Municipal 9 (1):14–22, 2019.
POORTER H.; NAGEL O. The role of biomass allocation in the growth response of
plants to different levels of light, CO2, nutrients and water: A quantitative review.
Australian Journal of Plant Physiology, v.27, p.595–607, 2000.
RESENDE, M.; CURI, N., RESENDE, S. B.; CORRÊA, G. F. Pedologia: base para
distinção de ambientes. Viçosa: NEPUT, 304 p, 1995.
TAIZ L.; ZEIGER E. Plant physiology. Sinauer Associates, Sunderland, 5th edn,
2013.
YANG, H.; LI, J.; YANG, J.; WANG, H.; ZOU, J.; HE, J. Effects of Nitrogen
Application Rate and Leaf Age on the Distribution Pattern of Leaf SPAD Readings in
the Rice Canopy. Plos One, v.9, n.2, 2014.
ZHU, X. G.; LONG, S. P.; ORT, D. R. Improving photosynthetic efficiency for greater
yield. Annual Review of Plant Biology, v.61, p.235–261, 2010.