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Bacharelado em Engenharia Agronômica

MIKAELLY FRAGA CELESTINO

ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE ABÓBORA (CURCUBITA) NA


REGIÃO NORDESTE: uma revisão bibliográfica

Paripiranga
2021
MIKAELLY FRAGA CELESTINO

ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE ABÓBORA (CURCUBITA) NA


REGIÃO NORDESTE: uma revisão bibliográfica

Monografia apresentada no curso de graduação do


Centro Universitário AGES como um dos pré-
requisitos para obtenção do título de bacharel em
Engenharia Agronômica.

Orientadora: Profa. Me. Núria Mariana Campos

Paripiranga
2021
MIKAELLY FRAGA CELESTINO

ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE ABÓBORA (CURCUBITA) NA REGIÃO


NORDESTE: uma revisão bibliográfica

Monografia apresentada como exigência parcial para


obtenção do título de bacharel em Engenharia
Agronômica à Comissão Julgadora designada pela
Coordenação de Trabalhos de Conclusão de Curso
da Ages.

Paripiranga, 28 de junho de 2021.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Me. Núria Mariana Campos


Ages

Prof. Me. Carlos Allan Pereira


Ages
AGRADECIMENTOS

A Deus, pela minha vida e por me permitir ultrapassar todos os obstáculos


encontrados ao longo da realização deste trabalho.
Aos meus pais, Marioaldo e Simone, e a minha irmã, Mirelly, que me
incentivaram nos momentos difíceis e nunca deixaram de acreditar em mim.
Aos meus colegas de turma, por compartilharem comigo tantos momentos de
conhecimento e aprendizado ao longo deste percurso, em especial, Aline, que se
tornou uma amiga muito querida não desistindo ou deixando de acreditar em mim.
À professora, Núria, por ter sido minha orientadora e por todo ensinamento e
paciência, assim como o professor Lucimario no decorrer da graduação.
Aos meus primos, pelo apoio, em especial, a Bruna. Gratidão também a alguns
dos meus tios, que sempre me incentivaram e apoiaram.
A minha família, que construir com o meu namorado Acassio, em especial a
minha filha que ainda está no ventre, mas, já faz parte dessa conquista e cada vez
mais concede-me motivação para chegar até o fim.
RESUMO

A abóbora é uma das hortaliças mais cultivadas na região Nordeste, principalmente por conta
das condições climáticas favoráveis para o seu desenvolvimento. Nessa região, a abóbora
supre as necessidades das famílias, fazendo parte da alimentação, bem como auxiliando na
alimentação de animais e na geração de lucros, com a comercialização de frutos excedentes.
Nota-se, todavia, que a produção e a comercialização da abóbora no Nordeste são pouco
especificadas, por exemplo, quanto aos métodos de plantio, características do fruto, irrigação
e entre outros parâmetros, ou seja, necessita de uma abordagem mais completa. Dessa
forma, o presente estudo tem por objetivo geral: tratar dos aspectos da produção e
comercialização da abóbora na região Nordeste, através de uma revisão bibliográfica e,
enquanto objetivos específicos: abordar sobre as características dos frutos colhidos no
plantio dessa região; principais pragas e doenças; as formas de comercialização e discorrer
acerca dos métodos de plantio. A pesquisa foi feita por meio de uma revisão bibliográfica,
aplicando as seguintes palavras-chave: "cultivo da abóbora", "comercialização da abóbora",
"Nordeste", "cultura da abóbora", "cultivo de cucurbitáceas", as quais foram aplicadas nas
bases de pesquisa Google Acadêmico, SciELO e ALICE, e quando analisados os resultados
e tratados dos critérios de exclusão e inclusão, restaram apenas 6 artigos para a leitura final.
Assim, foi constatado, que a abóbora é uma cultura muito difundida no Nordeste, possuindo
como principal espécie cultivada a moschata e tendo como objetivo de produção a
subsistência de famílias da região e comercialização de frutos excedentes. Dessa forma,
pode-se dizer que o presente estudo elucidou as principais características da produção e
comercialização da abóbora no Nordeste, bem como apresentou a importância do fruto para
a região.

PALAVRAS-CHAVE: Abóbora. Comercialização. Produção. Cultivo.


ABSTRACT

Pumpkin is one of the most cultivated vegetables in the Northeast region, mainly due to the
favorable climatic conditions for its development. In this region, pumpkin supplies the family
need, being part of the diet, as well as helping to feed animals and generate profits, with the
sale of surplus fruit. It should be noted, however, that the production and pumpkin marketing
in the Northeast are poorly specified, for example, in terms of planting methods, fruit
characteristics, irrigation and other parameters, that is, it requires a more complete approach.
Thus, the present study has the general objective: to deal with the pumpkin production and
marketing aspects in the Northeast region, through a bibliographical review and, as specific
objectives: to address the characteristics of the harvested fruits in the planting of this region;
main pests and diseases; the commercialization ways and discuss about the planting
methods. The research was carried out through a literature review, applying the following
keywords: "pumpkin cultivation", "pumpkin marketing", "Northeast", "pumpkin culture",
"cucurbits cultivation", which were applied in Google Academic, SciELO and ALICE search
bases, and when the results and exclusion and inclusion criteria treatment were analyzed,
only 6 articles remained for the final reading. Thus, it was found that pumpkin is a widespread
crop in the Northeast, having as its main cultivated species the moschata and having as
production objective the families’ subsistence in the region and the Commercialization of
surplus fruits. Thus, it can be said that this study elucidated the main characteristics of the
pumpkin production and marketing in the Northeast, as well as presented the importance of
the fruit for the region.

KEYWORDS: Pumpkin. Commercialization. Production. Cultivation.


LISTA DE TABELAS

1: Composição nutricional da abóbora ...................................................................... 13


2: Tabela comparativa entre os sistemas de irrigação localizada e por superfície .... 17
3: Nomes, agentes causadores e principais danos das doenças que atingem as
abóboras ................................................................................................................... 24
4: Relação entre agente causador e principal dano no ataque de pragas na cultura da
abóbora ..................................................................................................................... 28
5: Procedimento da análise de artigos para leitura final ............................................ 41
6: Características do plantio de abóbora das regiões, com destaque ao Nordeste
destacando o uso de adubação, agrotóxicos e irrigação .......................................... 44
7: Comparação do consumo de abóbora nos estados da Região Nordeste ............. 45
LISTA DE FIGURAS

1: Abóbora Moranga (Cucurbita máxima); Abóbora-cheirosa (Cucurbita moschata) 12


2: Caule rastejante da abóbora ................................................................................. 13
3: Comercialização de abóboras inteiras em supermercados ................................... 14
4: Variáveis observadas nas exigências climáticas na cultura da abóbora ............... 15
5: Irrigação localizada por gotejamento ..................................................................... 18
6: Irrigação localizada por microaspersão ................................................................. 18
7: Irrigação por superfície (sulcos) ........................................................................... 19
8: Armazenamento de abóboras em ambiente protegido; secagem de sementes .... 21
9: Produção de mudas em bandejas de isopor com 128 células .............................. 22
10: Míldio nas folhas de abóbora .............................................................................. 25
11: Murcha de Fusarium na abóbora ........................................................................ 26
12: Antracnose no fruto da abóbora .......................................................................... 27
13: Oídio na abóbora ................................................................................................. 28
14: Pulgões na fase adulta ........................................................................................ 29
15: Broca-das-cucurbitáceas na fase adulta ............................................................. 30
16: Mosca-branca nas folhas de hortaliças ............................................................... 31
17: Vista microscópica do tripes na fase adulta ........................................................ 31
18: Principais medidas fitossanitárias para o plantio de abóbora .............................. 32
19: Abóbora em sua fase de maturação completa .................................................... 34
20: Manuseio da colheita da abóbora ....................................................................... 35
21: Dano patológico, infecção, ocasionado por fungo no armazenamento de abóboras
.................................................................................................................................. 36
22: Formas de comercialização das hortaliças.......................................................... 37
23: Comercialização de abóboras cortadas, higienizadas e embaladas para o
consumo direto .......................................................................................................... 38
24: Principais características relatadas pelos autores na produção de abóbora ....... 43
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9

2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................. 11

2.1 Aspectos gerais da cultura da abóbora................................................................ 11


2.1.1 Importância socioeconômica ......................................................................... 14
2.1.2 Exigências climáticas ..................................................................................... 15
2.1.3 Irrigação........................................................................................................... 16
2.1.4 Plantio .............................................................................................................. 19
2.1.4.1 Plantio por mudas ................................................................................... 22
2.1.4.2 Plantio por estufa .................................................................................... 23
2.1.5 Principais pragas e doenças ......................................................................... 24
2.1.6 Medidas gerais para o manejo fitossanitário do cultivo .............................. 32
2.1.7 Colheita, armazenamento e comercialização .............................................. 33

2 METODOLOGIA .................................................................................................... 40

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 42

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 47

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49
9

1 INTRODUÇÃO

As cucurbitáceas em geral são apresentadas como a segunda família de


hortaliças mais comercializadas no país, ocupando o sétimo lugar dentre as hortaliças
mais produzidas. No ano de 2010 foi apresentado que, no mundo, essa
comercialização superou a marca de 22,4 milhões de toneladas, já no Brasil, estimou-
se que 127 mil estabelecimentos agropecuários são destinados ao cultivo de abóbora,
com o objetivo, principalmente, de comercializá-la (RAMBO; LAFORGA; SANTI,
2019).
As abóboras são hortaliças que fazem parte do gênero cucurbita, e se
apresentam como espécies silvestres que foram domesticadas e originadas nas
Américas. Há diversos anos que se constataram diversos tipos de abóbora, a dizer,
por exemplo, das abóboras morangas ou gilas (BARBIERI, 2012). Entende-se que a
produção e comercialização de abóbora no Brasil são bastante recorrentes,
principalmente, na região Nordeste (RAMOS et al., 2012).
Constatou-se que maior parte da produção de abóbora no Brasil é derivada da
região Nordeste, comportando cerca de 24,1% da produção total nacional, tendo como
principais estados produtores: Bahia, Maranhão, Piauí e Pernambuco (SILVA, 2016).
O cultivo crescente nessa região se dá por conta das condições climáticas favoráveis
ao seu desenvolvimento, com temperaturas entre 22 a 35°C (MACIEL, 2019).
A abóbora, no Nordeste, tem diversas finalidades, por exemplo, servir como
alimento para as famílias da região, na modalidade direta (com o consumo de sua
polpa ou das sementes) ou de forma indireta (com alimentos derivados);
comercialização interna e servir como alimento para criação de animais. Existem
diversas razões para esse fruto ser consumido em larga escala nessa região, a dizer
da diversidade em relação a sua produção, por meio dos pequenos produtores
(RAMOS et al., 2012).
A comercialização dessa hortaliça pode ocorrer, principalmente, pela venda de
seus frutos, podendo ser vendidos inteiros, fatiados ou em pedaços, e em diversos
ambientes comerciais, como supermercados, mercadinhos, feiras livres, ceasas e
entre outros locais (FILGUEIRA, 2013). No entanto, entende que, embora o Nordeste
comporte a maioria da produção da abóbora referente ao país inteiro, pouco se é
10

tratado acerca das características dessa produção, da comercialização e das


características intrínsecas do próprio fruto.
Dessa forma, buscou-se desenvolver uma revisão bibliográfica para tratar dos
aspectos referentes à produção e à comercialização da abóbora na região Nordeste.
A partir dessa análise, o trabalho também trata dos aspectos principais do fruto, como
peso, cor, sabor e tamanho médio; como também, as formas de comercialização e
também discorrer sobre os métodos de plantio.
11

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Aspectos gerais da cultura da abóbora

O cultivo de hortaliças apresenta-se como uma atividade econômica e social


muito importante, contudo, também complexa, já que estar suscetível a diversos
riscos, os quais ocorrem por conta de problemas de ordem fitossanitária, maior
exposição às condições climáticas, maior incidência de disfunções fisiológicas da
planta e dentre outras problemáticas (KEMMRICH, 2014).
Fazendo parte deste grupo, as espécies da família cucurbitaceae caracterizam-
se como uma das plantas mais antigas utilizadas pelo homem. Nota-se que a sua
distribuição é maior na região tropical e engloba em torno de 118 gêneros e 825
espécies. Contudo, apenas em torno de 9 gêneros e 30 espécies são destinados ao
plantio com a finalidade alimentícia, aromático, medicinal, ornamental ou como
matéria-prima para algum produto (FISCHER, 2012).
Sendo assim, as abóboras participam do gênero Cucurbita (família
Cucurbitaceae), que dizem respeito às várias espécies silvestres e domesticadas
originárias das Américas. Há milhares de anos cinco espécies foram domesticadas e
caracterizam-se como sendo: abóboras morangas, gilas, morangas e abóboras
ornamentais; e seus respectivos nomes científicos: Cucurbita maxima, Cucurbita
moschata, Cucurbita ficifolia, Cucurbita argyrosperma e Cucurbita pepo (BARBIERI,
2012).
Dentre as espécies mais recorrentes no Nordeste, podem-se citar a Cucurbita
máxima e a Cucurbita moschata. A Cucurbita máxima (figura 1) também denominada
de abóbora moranga, é uma das hortaliças que se destaca no quesito comercial, tendo
produção contínua por todo ano e estando resistente mesmo após a colheita por
meses e armazenada em temperatura ambiente. A abóbora moranga é utilizada
principalmente para a produção de doces, purês ou em receitas das regiões onde é
utilizada (ALVES et al., 2019).
12

Figura 1: Abóbora Moranga (Cucurbita máxima); Abóbora-cheirosa (Cucurbita moschata).


Fonte: Alves et al. (2019); Severino et al. (2019).

Quanto à Cucurbita moschata, também conhecida como abóbora-cheirosa,


pode-se afirmar que é uma espécie essencial para a região Nordeste, pois faz parte
da alimentação básica da população e tem influência no comércio local, sendo
também uma das hortaliças mais cultivadas do país (SEVERINO et al., 2019).
Em relação, especificamente, à sua história, a abóbora tem origem no
Continente da América e, muito possivelmente, na América do Norte e Central.
Ademais, a maioria das espécies é de origem do sul e central do México. Existem
evidências que a abóbora foi domesticada e cultivada por povos pré-colombianos e
sua disseminação pelos vários países da América ocorreu a partir do seu
descobrimento e tornou-se amplamente conhecida pelo mundo a partir do século XVI,
através de suas características como alimento (SILVA, 2016).
No Brasil, seu cultivo se deu antes do período colonial, servindo de alimento
para os indígenas. Atualmente, a abóbora é uma das 10 hortaliças mais importantes
do país. Seu cultivo na região se dá por meio das condições favoráveis, principalmente
no que diz respeito ao clima, já que exige temperaturas entre 22 e 35°C (MACIEL,
2019).
Assim, dentre suas vantagens, a abóbora apresenta-se como um alimento que
tem alto índice de fibra e baixa quantidade de carboidratos, lipídeos e calorias. Como
também, rico em vitamina A, podendo se comportar com ação antioxidante e na
prevenção de algumas doenças, a exemplo da diabetes (tabela 1) (MANOS et al.,
2017).
13

COMPONENTE QUANTIDADE UMIDADE


Umidade 88-92 %
Energia 26 Kcal
Carboidrato 6,5 g
Lipídeos 0,1 g
Proteínas 1 g
Fibra 0,5 - 1,3 g
Cinzas 0,3 – 1,4 g
Potássio 340 mg
Fósforo 44 mg
Cálcio 21 mg
Sódio 1 mg
Ferro 0,8 mg
Tiamina (Vitamina B1) 0,05 mg
Riboflavina (Vitamina 0,11 mg
B2)
Niacina (Vitamina B3) 0,6 mg
Pirodoxina (Vitamina B6) 0,06 mg
Vitamina A 160 mg
Vitamina C 11 - 12 mg
Tabela 1: Composição nutricional da abóbora.
Fonte: Silva (2016).

As abobreiras são plantas que têm ciclo anual e em relação à sua estrutura,
possuem caule herbáceo, tendo a possibilidade de ser rastejante ou cespitoso (figura
2); suas folhas são grandes, de cor verde com manchas prateadas; seus frutos têm
tamanhos e formatos variados, com polpa da cor amarela ou laranja (MACIEL, 2019).

Figura 2: Caule rastejante da abóbora.


Fonte: Resende; Borges; Gonçalves (2013).
14

Em relação à sua colheita, Maciel (2019) afirma que deve ser feita
manualmente, utilizando como instrumento tesoura ou faca afiada e higienizada, tendo
os cuidados necessários na hora do corte em relação ao tamanho do pedúnculo, de
margem entre 2 a 5 cm, não podendo ser removido por completo a fim de evitar
podridão. O momento da colheita deve ser influenciado pelo consumidor final,
dependendo da região onde será distribuída.

2.1.1 Importância socioeconômica

A cultura da abóbora é comumente cultivada no Brasil, principalmente, para


servir como alimento para famílias, em especial às Nordestinas. A valorização
crescente da cultura atualmente diz respeito à diversidade de produção para
pequenos lavradores das regiões, como também, por conta dos seus aspectos
nutricionais, contribuindo para a saúde dos indivíduos, com sua ação antioxidante, em
específico aos carotenóides e pró-Vitamina (RAMOS et al., 2012).
A sua produção pode ser destinada à própria subsistência de famílias ou para
a comercialização no mercado interno. Ademais, pode servir como alimento para os
animais, já que possui muita produtividade e seus frutos apresentam muita
durabilidade. Em relação à alimentação humana, pode ser utilizada de maneira direta
(no consumo da polpa ou das sementes) e indireta (com a preparação de doces,
pratos purês e entre outros alimentos) (SILVA, 2016).

Figura 3: Comercialização de abóboras inteiras em supermercados.


Fonte: Amaro et al. (2014).
15

Por outro lado, a produção de abóbora também tem importância social, já que
gera empregos direta e indiretamente, pois demanda muita mão de obra, desde o
processo de plantio até sua comercialização em feiras livres (figura 3) (RAMOS et al.,
2012).
Constatou-se que a maior produção de abóbora do país provém da região Nordeste,
comportando cerca de 50,8% dos produtores que utilizam, preferivelmente, sementes
tradicionais no seu cultivo (RAMOS et al., 2012). O Nordeste comporta em torno de 24,1%
da produção nacional, os principais estados produtores da cultura são: Bahia,
Maranhão, Piauí e Pernambuco (SILVA, 2016).

2.1.2 Exigências climáticas

A plantação de abóbora é uma cultura que é desenvolvida durante todo o


período anual em localidades com climas mais quentes, sendo que, nos meses de
agosto a março em regiões com inverno mais ameno. Desenvolve-se, principalmente,
em locais de clima seco e quente, de modo que não tolera geada, sendo sensível a
estas condições (AQUINO, 2019). Abaixo serão apresentadas as principais variáveis
para as exigências climáticas na cultura da abóbora (figura 4), por exemplo:
luminosidade, temperatura, precipitação e umidade relativa do ar.

LUMINOSIDADE

EXIGÊNCIAS
TEMPERATURA CLIMÁTICAS
NA CULTURA PRECIPTAÇÃO
DA ABÓBORA

UMIDADE
RELATIVA DO
AR

Figura 4: Variáveis observadas nas exigências climáticas na cultura da abóbora.


Fonte: Criação da autora (produzida em 2021).
16

Em relação à temperatura, pode-se afirmar que o intervalo ideal seria entre 18


e 30°C, não sendo toleráveis temperaturas abaixo de 10 ° C. Dessa forma, tem-se
que a temperatura e o fotoperíodo podem influenciar no desenvolvimento da
plantação. Assim como a melancia, a abóbora também se desenvolve bem em regiões
mais secas, quentes e ensolaradas, como a região Nordeste (AQUINO, 2019).
Outro fator a ser analisado é a umidade relativa do ar, que pode interferir no
consumo hídrico da hortaliça, tanto em valores altos como em baixos. Se tiverem
valores altos de umidade, pode intervir na transpiração da plantação, podendo
ocasionar problemas quanto ao seu desenvolvimento, ou no aumento da possibilidade
de doenças ou pragas nas partes aéreas ou nas raízes (MARCELINO; MARCELINO,
2012).
Em relação aos aspectos de pluviosidade, quando em excesso pode ser mais
tolerada pela cultura específica, principalmente em temperaturas mais altas. Por fim,
quanto à luminosidade, pode-se afirmar que gera o aumento da ação fotossintética,
ocasionando o aumento da produção de matéria seca nas plantas, e quando está
insuficiente gera estiolamento e alongamento celular (MARCELINO; MARCELINO,
2012).

2.1.3 Irrigação

A água é um componente essencial para que qualquer cultivo seja


desenvolvido com eficácia. Com sua carência pode ser observado que há uma
disfunção quanto ao crescimento e desenvolvimento dos plantios cultivados. Na
irrigação baseada em preceitos sustentáveis, considera-se como objetivo a alta
produtividade da cultura utilizando a menor quantidade de água possível. Dessa
forma, a técnica surge como alternativa para suprir a demanda da falta de água em
algumas regiões, tornando áreas que antes eram impróprias para o plantio, por conta
dessa necessidade hídrica, em áreas cultiváveis e oferecendo ao produtor um plantio
estável, com qualidade e com maior produtividade (SCHWERZ et al., 2018).
Em vista disso, pode-se afirmar que aspectos climáticos como: boa
disponibilidade de água e as temperaturas mais amenas em todo o ciclo vegetativo
influenciam no efetivo desenvolvimento dos frutos. As áreas de irrigação são
17

indispensáveis para sustentar o plantio, de modo que haja um fluxo contínuo de água
e nutrientes para a planta (SANTOS, 2011).
De acordo com Santos (2011) os dois principais métodos de irrigação utilizados
nessa região para o plantio de abóbora são o método de irrigação localizada e
irrigação por superfície (sulcos) (sendo comparados na tabela 2). No entanto, cumpre
salientar que não existe um método ideal, mas sim métodos que se adequam às
necessidades de cada produção. Para que isso seja avaliado, deve-se levar em
consideração o estudo do plantio, considerando as vantagens e as desvantagens de
cada método (REIS, 2015).

IRRIGAÇÃO LOCALIZADA IRRIGAÇÃO POR SUPERFÍCIE


Menor consumo de água; Maior consumo de água;
Instalação mais cara; Menor eficiência;
É mais sustentável; Tem maior perda de água durante o
escoamento;
Risco de entupimento; Menor distribuição da água;
Não é adaptável a qualquer tipo de Se adapta a qualquer tipo de cultivo.
cultivo.
Tabela 2: Tabela comparativa entre os sistemas de irrigação localizada e por superfície.
Fonte: Criação da autora (produzida em 2021).

O método de irrigação localizada, também denominado de microirrigação, é


entendido que é um método que busca aproveitar o máximo possível a água,
dispondo-a de maneira contínua e em pequenos volumes, através do gotejamento. A
água é aplicada de maneira constante, na área do cultivo ou ao seu redor (AITA,
2017).
Esse sistema foi desenvolvido em razão da falta de disposição de água em
alguns locais, já que objetiva apenas aplicá-la em uma determinada área, diminuindo
a parte do solo que fica molhada e consumindo uma menor quantidade de água. Para
isso podem ser utilizados os gotejadores ou microaspersores, considerando-os como
tipos desse método (REIS, 2015).
Tratando do sistema de gotejamento (figura 5), Amaral (2017) afirma que é uma
técnica que dispõe da água em formato de gotas, a fim de tornar úmido o solo e reduzir
bruscamente o consumo de água, comparado a outros sistemas, como o de aspersão.
Nesse sistema, torna-se essencial observar a qualidade da água, pois a sua não
18

observância pode gerar entupimentos nos equipamentos, bem como, analisar quanto
de água está sendo disposto para a planta, a fim de evitar excessos.

Figura 5: Irrigação localizada por gotejamento.


Fonte: Ribeiro/Embrapa (2012)

Já o sistema de microaspersão (figura 6), também utilizado no cultivo de


abóbora, em comparativo com o de gotejamento, torna-se menos suscetível aos
entupimentos. Esse sistema funciona simulando uma chuva em torno da plantação,
de maneira que são alocados os microaspersores em todo o plantio, tendo
observância às particularidades da cultura, para assim, escolher o tamanho correto e
seu formato. No entanto, tem como ponto negativo maior vulnerabilidade às patologias
(AMARAL, 2017).

Figura 6: Irrigação localizada por microaspersão.


Fonte: Marouelli/Embrapa (2016).
19

Já em relação à irrigação por superfície ou por sulcos, (figura 7) é um método


que utiliza sulcos na aplicação da água, dispostos de forma lateral às áreas de plantio,
para que, com o passar do tempo, a água possa se infiltrar lateralmente e
verticalmente no plantio, tendo como etapas do processo: avanço, armazenamento,
depleção e recessão (SANTOS, 2011).

Figura 7: Irrigação por superfície (sulcos).


Fonte: Mota/Embrapa (2012).

A irrigação por superfície é bastante utilizada no Brasil, principalmente no


cultivo de abóboras, englobando cerca de 51% das culturas irrigadas, no entanto,
embora seja aplicável a todos os tipos de cultura, consome maior quantidade de água
em comparação com outros sistemas e contém menor eficiência de produção
(AMARAL, 2017).

2.1.4 Plantio

Para que o plantio ocorra de maneira correta, devem ser observados alguns
parâmetros, como a análise do solo e a adubação. Tratando primeiramente da análise
do solo, este não pode ser implementado em locais que tenham superfícies cobertas
por pedras, entulhos ou cascalhos, como também, ser isolado da convivência com
animais (MARCELINO; MARCELINO, 2012).
20

Outra característica importante é que a cultura da abóbora não pode ser


alagada, em épocas chuvosas, devendo o terreno ser bem drenado, um pouco
inclinado e profundo. Assim, afirma-se que essa cultura se desenvolve melhor em
terrenos argilo-arenosos (MARCELINO; MARCELINO, 2012).
O valor ideal de pH no solo para essa plantação é de em torno de 5,5 a 6,5.
Assim que necessário, deve ser feita a correção com um período anterior a 90 dias do
dia do cultivo. Ademais, assim que for preciso, pode-se gradear o solo, de modo que
não haja sua pulverização, possibilitando a disposição de alguns torrões que servem
como apoio para gavinhas, em sua fixação (AMARO et al., 2014).
Em outra perspectiva, a adubação antes da plantação é adaptada de acordo
com a fertilidade, textura do solo e do espaço a ser utilizado. Em muitas plantações
são cultivadas abóboras em hortas com solos férteis, em que já foram cultivadas
outras espécies com condições mais rígidas de fertilidade, como tomate ou pimentão,
dessa forma, ocorre o aproveitamento dos resíduos de adubos, precisando somente
da suplementação com adubos nitrogenados. Não é recomendável o uso de materiais
com difícil teor de decomposição para servir como adubo, a exemplo do pó-de-serra
ou serragem, pois estes inviabilizam a disposição de nutrientes nas fases iniciais
(AMARO et al., 2014).
Em relação ao plantio propriamente dito, pode-se afirmar que ele é feito,
geralmente, por pequenos e médios produtores, de maneira tradicional, fazendo o uso
de sementes escolhidas na plantação anual. A escolha das sementes é feita por meio
do seu desenvolvimento em relação às plantações anteriores, no que se diz respeito
ao sabor e a produção (MARCELINO; MARCELINO, 2012).
Outra percepção importante acerca dessas plantações é que, se aplicada a
monocultura, pode haver a degradação física, biológica ou química do solo, como
também, maior suscetibilidade às doenças, pragas e plantas daninhas. Dessa
maneira, é essencial realizar a rotação de cultura nessas plantações, devendo ser
feita com o cultivo de cereais e hortaliças folhosas, evitando o plantio de outras plantas
cucurbitáceas e pimentão (MARCELINO; MARCELINO, 2012).
Conforme Amaro et al. (2014) a época do plantio depende das condições
climáticas da região, da luminosidade e da umidade relativa do ar, como foi
apresentado na seção anterior. Deve-se evitar o plantio em ciclos que estejam com
geadas ou aos frios intensos, sendo a faixa ideal para o plantio de 20 a 27°C.
21

A propagação das abóboras ocorre por meio do método sexuado, com a


utilização de sementes, assim, o responsável pelo plantio pode fazer a retirada das
sementes a fim de realizar novas plantações. No entanto, para que seja alcançado um
nível considerável de qualidade na plantação devem ser observados alguns
parâmetros, por exemplo, os frutos, que servirão para a coleta das sementes, devem
ser colhidos quando estiverem completamente maduros e guardados em ambientes
arejados, com sombra e protegidos. Esses frutos apenas poderão ficar armazenados
pelo período máximo de 20 dias (figura 8) (RAMOS et al., 2010).

Figura 8: Armazenamento de abóboras em ambiente protegido; secagem de sementes.


Fonte: Ramos et al. (2010).

Para a retirada das sementes deve-se utilizar água para separá-las e lavá-las;
a secagem deve ocorrer em locais com sombra e vento ao sol, de modo que estejam
dispostas em lonas ou jornais, devendo ser armazenadas quando estiverem
completamente secas; recomenda-se fazer a retirada de sementes defeituosas ou mal
formadas; em relação ao armazenamento, devem ser colocadas em embalagens que
não permitam a entrada de umidade; após embaladas precisam ser guardadas em um
local seco, com vento, sem umidade e com temperaturas mais amenas (RAMOS et
al., 2010).
Considera-se que a umidade relativa do ar e a temperatura são fatores
essenciais a serem observados no armazenamento de sementes, em relação à
qualidade fisiológica destas, no que diz respeito a seu vigor. Dessa maneira, a
umidade influencia na qualidade fisiológica das sementes, enquanto que a
temperatura na agilidade dos processos bioquímicos, influenciando na umidade do
22

fruto que será produzido e em seu metabolismo (NETO et al., 2012). Em geral, as
sementes da abóbora têm 95% de germinação, dependendo dos fatores citados
anteriormente (AMARO et al., 2014).

2.1.4.1 Plantio por mudas

Nesse tipo de produção o cultivo da abóbora pode ser feito de duas maneiras,
semeadura direto na região ou pelo por meio do transplantio de mudas, podendo ser
produzidas em estufas ou áreas cobertas, exigindo a entrada de luz para isso. As
mudas podem ser produzidas em bandejas de isopor, em copos plásticos ou de jornal.
O consumo hídrico deve ser realizado cerca de 2 a 3 vezes por dia (MARCELINO;
MARCELINO, 2012).
Amaro et al. (2014) aborda que quando desenvolvidas em copinhos, estima-se
que o tamanho dos copos deve ser em torno de 7 a 8 cm de diâmetro e 8 a 10 cm de
altura. Para que os copos sejam preparados deve-se colocar a combinação de terra,
esterco e adubo mineral. Para a preparação de mudas, em bandeja de plástico ou de
isopor, é aconselhada a utilização das de 72 células, contudo, também se torna viável
o plantio com a de 128 células (figura 9) na situação da área do viveiro ser menor e a
área do plantio for maior.

Figura 9: Produção de mudas em bandejas de isopor com 128 células.


Fonte: Amaro et al. (2014).
23

Amaro et al. (2014) afirmam que, sendo as mudas desenvolvidas com


qualidade entende-se que estas dão origem a plantas reforçadas. Em geral, logo após
14 dias do semeio, as mudas já ficam disponíveis para o transplantio. No entanto, em
relação ao semeio, afirma-se que devem ser produzidas em ambientes protegidos,
com a finalidade de prevenir a infecção de vírus e por outras lavouras já infectadas.
Como também, é observado o murchamento de maneira temporária das mudas, mas
se não evitado pode ocasionar em danos irreparáveis.

2.1.4.2 Plantio por estufa

A plantação em estufas pode ser aplicada em temporadas que não é possível


o cultivo em campo ou quando a produção nesses locais diminui. Esses aparatos
protegidos, como a estufa plástica, desenvolve um microclima especializado, através
do formato, das dimensões, orientações geográficas, material da cobertura e manejo.
Dentre as vantagens desse tipo de cultivo: proporciona mais rendimentos em
detrimento ao cultivo aberto; os frutos saem com maior qualidade e necessitam de
menos consumo hídrico; bom aproveitamento da radiação solar; controle de ervas
daninha e entre outras (MARCELINO; MARCELINO, 2012).
Nesse método de plantio deve ser levado em consideração que a polinização
deve ser incentivada, visto que se torna limitada a entrada dos insetos polinizadores.
Dessa forma, é aconselhado realizar de forma manual a polinização ou promover a
instalação da colmeia de abelhas no interior ou próximo das aberturas. O manejo
correto da ventilação proporciona a ação eficiente dos polinizadores e a diminuição
de doenças ocasionadas por fungos (MARCELINO; MARCELINO, 2012).
Conforme apresenta Fischer (2012), em fase anterior ao cultivo, o solo deve
estar com profundidade medindo em torno de 20 a 25 cm. Logo após, em plantações
destinadas à comercialização, é recomendada a análise do solo, para que haja uma
adubação e calagem adequada. O nível de pH do solo ideal para a plantação deve
girar em torno de 5,5 a 6,5, caso não haja, deve-se fazer a correção da acidez com
antecedência de 60 a 90 dias antes da plantação, com a aração. A adubação pode
ser realizada com esterco bovino curtido, de modo que a razão seja em torno de 5 kg
para cada cova, assim que abri-la.
24

2.1.5 Principais pragas e doenças

As doenças que podem ocorrer no gênero das cucurbitáceas tornam-se um


grande problema, tendo como principais causas os fungos, bactérias e nematóides.
Dessa forma, serão abordadas quatro das principais doenças que acometem a cultura
da abóbora: míldio; murcha de fusaruim; antracnose; oídio (tabela 3).

NOME DA DOENÇA AGENTE CAUSADOR PRINCIPAL DANO


Manchas de diferentes
Pseudoperonospora colorações, conforme o
Míldio estado de infecção, que
cubensis
danificam, principalmente, o
tecido foliar.
Murcha da planta,
Fusariumoxysporum f.
Murcha de Fusarium causando, principalmente,
sp. Melois na perda de vigor desta.
Deformações escuras nos
frutos, tornando-os
Antracnose Colletotrichum impróprios para a
comercialização ou
consumo.
Manchas de coloração
Podosphaeraxanthii branca que influenciam no
Oídio
rendimento da planta e no
período de sua produção.
Tabela 3: Nomes, agentes causadores e principais danos das doenças que atingem as abóboras.
Fonte: Criação da autora (produzida em 2021).

A doença míldio é ocasionada por Pseudoperonospora cubensis, tendo


aparição mais recorrente entre os meses de abril a setembro. O determinado parasita
pode ser originado de várias raças, o que desenvolve maior dificuldade de um plantio
resistente (TOFOLI; DOMINGUES, 2017).
Seus sintomas incluem manchas de coloração amarela clara (figura 10),
dispostas de maneira irregular e com limitação nas nervuras foliares, sendo visíveis
nas folhas. Essas manchas crescem e se modificam para coloração amarronzada e
danificam os tecidos foliares. O acometimento da doença pode ser prolongado pela
alta umidade (AMARO et al., 2014).
25

Figura 10: Míldio nas folhas de abóbora.


Fonte: Marcelino (2012).

Essa doença pode ser favorecida por algumas condições, como: ocorrência de
chuvas finas, geada ou períodos nublados; por temperaturas baixas e amenas, em
torno de 12 a 20°C; presença de água na superfície da planta, sendo necessário
apenas o tempo de 4 horas de umidade para a superfície se tornar suscetível à
infecção e ao desenvolvimento da doença; pingos de água da chuva, ventos ou
irrigação (TOFOLI; DOMINGUES, 2017).
Já a murcha de fusarium, causada por Fusarium Oxysporum f. sp. Melois, tem
a possibilidade de gerar cerca de 75% de perdas, e sendo uma doença fúngica,
compromete as plantas em qualquer fase de desenvolvimento (FITOCON, 2018). Esta
se torna uma das doenças mais importantes destacadas nas hortaliças, visto que,
percebe-se sua elevada perda econômica quando a contaminação na área é alta
(DEMARTELAERE et al., 2021).
Em relação aos seus sintomas pode-se afirmar que, nas plântulas, pode ocorrer
o murchamento (figura 11), tendo a possibilidade ou não de haver tombamento; suas
folhas mudam para coloração amarela e secam; suas raízes e seu colo podem
necrosar. Nas plantas maiores pode ocorrer a perda de vigor, a paralisação de
crescimento, o murchamento e a seca, além da podridão na raiz (FITOCON, 2018).
26

Figura 11: Murcha de Fusarium na abóbora.


Fonte: Fitocon (2019).

Dessa forma, a doença pode ser disseminada de um plantio para outro, mesmo
que em longa distância, principalmente em situações em que as sementes estejam
contaminadas ou com esporo atrelado à sua superfície. Ademais, pode favorecer tal
situação com a irrigação e pela ação do vento, de modo que tais práticas podem levar
consigo conídios de solos contaminados com o patógeno, através de plantas mortas
ou por apetrechos agrícolas contaminados (DEMARTELAERE et al., 2021).
Já a antracnose é uma patologia causada pela espécie de fungos
Colletotrichum, devendo apresentar sintomas de acordo com seu hospedeiro. Toda a
parte superior da abóbora pode ser afetada, no entanto, os sinais da doença se
revelam, principalmente, nos frutos, deixando-os inutilizáveis para o consumo ou
comercialização (REIS; SUASTE-DZUL, 2021).
O sintoma principal dessa patologia corresponde à aparição de deformações
escuras nos frutos (figura 12), que começam com tamanho pequeno, de cor marrom
escurecido, de forma circular e deprimidas, que quando evoluem, mudam de cor para
um acinzentado escuro e de disposição centralizada no fruto, combinados com
círculos concêntricos (GASPAROTTO; PEREIRA; BERNI, 2014).
27

Figura 12: Antracnose no fruto da abóbora.


Fonte: Reis; Suaste-DzuL (2021).

A sua dispersão pode acontecer por meio de pingos de água da chuva, por
prática de irrigação na área, através de insetos, materiais e equipamentos usados na
plantação e quando o agente causador se integra às sementes de áreas de cultivo
novas, que tem a possibilidade de se contaminar (REIS; SUASTE-DZUL, 2021).
Fatores como ocorrência de chuvas por um longo período, umidade relativa e
temperaturas elevadas podem tornar o ambiente mais favorável para o
desenvolvimento da doença (GASPAROTTO; PEREIRA; BERNI, 2014).
O oídio, causado por Podosphaera Xanthii, pode ser considerado como uma
patologia que acontece, principalmente, em decorrência das altas temperaturas, baixa
umidade na plantação, ou pelo cultivo de ambiente protegido (FREITAS et al., 2014).
Como também, por falta de chuvas na região ou por aplicação da irrigação por
aspersão (PEREIRA; PINHEIRO; CARVALHO, 2013).
Seus sintomas podem incluir manchas de coloração branca e de forma circular
na região adaxial da folha (figura 13), que aumentam de tamanho e se une,
provocando a redução da área responsável pela fotossíntese da planta e gerando a
diminuição no seu rendimento ou ainda no período de produção (FREITAS et al.,
2014).
28

Figura 13: Oídio na abóbora.


Fonte: Reis/Embrapa (2007).

Os danos ocasionados à produção estão relacionados ao comprometimento


que o agente patológico realiza na área foliar da plantação, o que desencadeia a uma
redução da superfície fotossintética ativa da folhagem, através da emissão de
componentes chamados de haustórios, que não provocam o rompimento da
membrana das células da planta (NAKADA-FREITAS et al., 2014).
Busca-se tratar, nesse momento, das principais pragas que podem afetar o
cultivo das abóboras. Sendo assim, serão tratadas: os pulgões, broca-das-
curcubitáceas, mosca-branca e os tripes (tabela 4). Essas pragas podem aparecer
mesmo que o sistema esteja equilibrado, devendo, no caso, realizar a pulverização
para o controle e prevenção (AMARO et al., 2014).

AGENTE CAUSADOR PRINCIPAL DANO


Sucção da seiva, deixando a planta fraca
Pulgões (A. Gossypii) e impedida de crescer em detrimento das
demais.
Inviabilização dos frutos para consumo
Broca-das-cucurbitáceas (diaphania ou comercialização por meio do seu
nitidalis) ataque direto a estes.

Mosca-branca (Bemisia Tabaci Sucção da seiva e injeção de


Gennadius Biótico B) componentes tóxicos na planta,
ocasionando na diminuição do seu vigor.
Tripes (Thysanoptera: Thripidae) Raspagem das folhas e sucção da seiva.
Tabela 4: Relação entre agente causador e principal dano no ataque de pragas na cultura da
abóbora.
Fonte: Criação da autora (produzida em 2021).
29

Abordando, em primeiro momento, acerca dos pulgões, A. Gossypii, faz parte


da ordem Hemiptera e à família Aphididae. Constitui-se como sendo um inseto
pequeno (figura 14), com coloração variada, podendo ir da cor amarelada até a
esverdeada-escura. Sua forma de atuação é, principalmente, na parte interior das
folhagens novas e dos brotos, tendo como alimento a seiva sugada (CARVALHO et
al., 2019).

Figura 14: Pulgões na fase adulta.


Fonte: Carvalho et al. (2019).

O pulgão é um inseto que pode se alimentar de diversas maneiras e possui


grande interferência econômica, já que causa como danos: a sucção da seiva,
tornando-a fraca e fazendo com que a mesma não cresça; as folhas ficam
desfiguradas; provoca danos considerados indiretos, pois também atua como vetor de
diversas doenças (COSTA, 2014). Ademais, pode desencadear na chamada de
formigas e fungos saprófitos, que provocam a proliferação e fazem a cobertura da
planta, tornando-a, na maioria das vezes, impossibilitada para comercialização
(ABOYA, 2011).
Já em relação à broca-das-cucurbitáceas (figura 15), diaphania nitidalis, pode-
se afirmar que é considerada como uma das problemáticas mais evidentes em
diversos cultivos, a exemplo do melão ou da abóbora. Dentre os danos ocasionados
por este agente, pode-se citar o ataque dos frutos da planta, das hastes e dos brotos,
podendo desencadear em danos econômicos como na perda total da produção, em
30

casos mais severos, e inviabilização dos frutos para comercialização ou consumo


(FREITAS FILHO et al., 2011).

Figura 15: Broca-das-cucurbitáceas na fase adulta.


Fonte: Alencar/Embrapa (2010).

A mosca-branca, Bemisia Tabaci Gennadius Biótico B, é um dos principais


insetos que prejudicam o cultivo da abóbora, ocorrendo por conta da alimentação para
com a planta, tornando suas folhas prateadas (LIMA; MOREIRA; ARAGÃO, 2013).
Essa praga faz parte da ordem hemíptera e da família aleyrodidae, sendo sua
estrutura na fase adulta: coloração amarela clara e com asas de cor branca; tamanho
em torno de 1 a 2 mm (CARVALHO, 2017).
Pode-se afirmar que no país, a praga (figura 16) induz vários prejuízos às
plantações, principalmente de cucurbitáceas em geral. Dentre os danos podem ser
citados: relacionados à alimentação, sugando a seiva e injetando componentes
tóxicos na planta, provocando assim, a diminuição de seu vigor; provoca inferência de
duas disfunções fisiológicas na planta; dispõe quantidade elevada de líquido
açucarado (CARVALHO, 2017).
31

Figura 16: Mosca-branca nas folhas de hortaliças.


Fonte: Nagata/Embrapa (2015).

Já o tripes, Thysanoptera: Thripidae, é uma praga que faz parte da ordem


Thysanoptera, tendo tamanho de 1 a 2 mm, com coloração entre o amarelo-claro e o
escuro (figura 17). Em relação à sua estrutura, pode-se dizer que sua cabeça tem
formato quadrangular e aparelho bucal do tipo raspador-sugador (QUEIROZ, 2015).

Figura 17: Vista microscópica do tripes na fase adulta.


Fonte: Queiroz (2015).
32

Quanto aos seus danos, conforme Carvalho (2017) tem-se: a raspagem das
folhas, com a sucção da seiva, desencadeando em manchas necrosadas na
superfície; folhas com aspecto queimado, com um brilho cor de prata, para no final
caírem, quando essas pragas atacam o cultivo de forma mais severa; nas flores,
interferem na capacidade reprodutiva da planta, ocasionando na sua infertilidade;
como também, realizam a transmissão de doenças, principalmente as viroses.

2.1.6 Medidas gerais para o manejo fitossanitário do cultivo

Para prevenção de patologias na plantação e controle destas, devem ser


observados alguns parâmetros fitossanitários gerais (figura 18), posteriormente, serão
complementadas algumas outras medidas.

REALIZAÇÃO
USO DE
VISTORIA DE CONTROLE
SEMENTES
FREQUENTE E PREVENÇÃO
CERTIFICADAS
DE DOENÇAS

DESTRUIÇÃO PROMOVER
DE RESTOS ADUBAÇÃO
CULTURAIS BALANCEADA

REALIZAR
EVITAR
ROTAÇÃO
IRRIGAÇÃO EM
ENTRE
EXCESSO
CULTURAS
Figura 18: Principais medidas fitossanitárias para o plantio de abóbora.
Fonte: Criação da autora (produzida em 2021).

De acordo com Amaro et al. (2014) o manejo fitossanitário de hortaliças como


a abóbora deve ser realizado através de diversas medidas. A primeira medida
corresponde à vistoria frequente da plantação para evitar possíveis focos de doença;
o uso de sementes com certificado e cultivo em áreas protegidas, de modo que sejam
plantadas em regiões distantes das que foram afetadas por pragas e doenças.
33

Ainda de acordo com Amaro et al. (2014) devem ser realizadas pulverizações,
de forma recorrente, quando apresentarem condições suscetíveis para o
desenvolvimento de doenças; evitar a circulação de pessoas ou de máquinas na área
do plantio, que podem transportar patógenos de uma área para outra; destruir restos
para impedir contaminação; fazer a rotação de cultura, evitando outras plantações da
mesma espécie.
Ademais, Amaro et al. (2014) afirmam que precisa-se fazer uma adubação de
maneira balanceada, por meio da verificação do solo; a utilização de mudas ao invés
de plantio direto, com o objetivo de prevenir patologias; evitar recurso hídrico em
excesso; uso de água de irrigação de boa qualidade; realizar o controle ou prevenção
de pragas; evitar danos às plantas nos processos de plantação; desenvolver barreiras
nas plantações antes do cultivo.

2.1.7 Colheita, armazenamento e comercialização

O período de colheita da abóbora é compreendido logo após o desenvolvimento


finalizado dos frutos e da maturação (fisiologia) das suas sementes (figura 19). O
período pode variar entre linhagens e cultivos diferentes, de modo que também
depende do clima durante o tempo de cultivo, tendo duração de aproximadamente 40-
50 dias desde a produção até a colheita. Ademais, um período extra de 20 dias pode
ser necessário para que haja um repouso dos frutos, com a finalidade de tornar
completa a maturação de sementes, influenciando diretamente no vigor dos frutos e
na germinação (NASCIMENTO; PESSOA; SILVA, 2011).
34

Figura 19: Abóbora em sua fase de maturação completa.


Fonte: Ramos/Embrapa (2010).

Além dos condicionantes climáticos, podem ser citadas algumas considerações


gerais quanto à colheita das abóboras. É recomendado que o tempo de colheita siga
alguns parâmetros de observação, assim quando apresentarem características de
amadurecimento, como a sua cor, a firmeza e textura da sua casca. A doçura do fruto
se apresenta como uma condição essencial para determinar sua qualidade e
aceitabilidade na comercialização, assim como determinado na colheita, sendo os
frutos detentores de elevado teor de amido e baixo teor de açúcar (MARCELINO;
MARCELINO, 2012).
No entanto, afirma Ramos et al. (2010) que a delimitação do ponto da colheita
é variável, referente à preferência do consumidor. Algumas regiões, por exemplo,
fazem a colheita de abóboras completamente maduras, já em outras realizam a
colheita no ponto mais ou menos maduro ou verde. Especialmente na região
Nordeste, é observado que a colheita é feita quando o pedúnculo fica com a cor
amarelada e com aspecto rachado, aspectos que dão início logo após o período de
110 a 120 dias após a semeadura, dependendo das variações de local.
Conforme afirma Marcelino e Marcelino (2012) esse processo deve ser
realizado com o auxílio de uma faca afiada, fazendo o corte do pedúnculo, deixando
ainda um espaço de 5 a 10 cm deste. Ademais, antes desse processo, deve ser
realizada a separação de ramas, que estejam possivelmente entrelaçadas, com a
finalidade de evitar que os frutos se misturem (figura 20) (NASCIMENTO; PESSOA;
SILVA, 2011).
35

Figura 20: Manuseio da colheita da abóbora.


Fonte: Carmo/Embrapa (2019).

Trata Amaro et al. (2014) logo após o recolhimento dos frutos, estes devem ser
transportados e coletados da lavoura para o galpão, com auxílio de trator ou outro
meio de transporte específico, para posteriormente, serem selecionados, lavados e
separados por tamanho, sendo sua comercialização feita, geralmente, em sacos de
20 a 25 kg. Ademais, conforme aborda Neto et al. (2013) o risco de perdas na
produção após a colheita é alto, já que os danos físicos, a embalagem inadequada, o
transporte inadequado influenciam na qualidade do produto.
Após a colheita admite-se que os tempos que os frutos ficarão armazenados
interferem na sua qualidade, por consequência das reações enzimáticas, de oxidação
e microbiológicas. Caso sejam colhidos mais ou menos verdes, o tempo de pós-
colheita deverá ser maior, caso contrário, torna-se menor, já que ficam sujeitos às
injúrias mecânicas e ao acometimento de patógenos. O seu armazenamento torna-se
essencial para que ocorra o suprimento dos frutos, com melhor preço, quando houver
a escassez (LIRA, 2017).
O armazenamento pode ser estendido de dois a cinco meses, de modo que as
condições do ambiente devam se 60 a 80% de umidade e temperatura um pouco
maior que 12° C. A vida útil dos frutos pode ser postergada desde que o ambiente
contenha temperatura em torno de 20°C, sendo que 13°C é a temperatura ideal, com
umidade relativa acima de 95% (MARCELINO; MARCELINO, 2012).
Assim como afirma Burnay (2015) o armazenamento feito da maneira correta
torna-se importante para evitar perdas de frutos destinados à comercialização. Na
36

figura abaixo nota-se um dano patológico ocasionado por fungos. Dessa maneira,
fatores internos, como a respiração e produção de sensibilidade ao etileno podem
influenciar no tempo de vida e qualidade das abóboras; como também, fatores
externos, a dizer: a forma como os frutos são manuseados, os danos ocasionados
pelo frio ou gelo, danos físicos ou patológicos ou até perda de água.

Figura 21: Dano patológico, infecção, ocasionado por fungono armazenamento de abóboras.
Fonte: Burnay (2015).

Tratando especificamente da comercialização, fase posterior ao


armazenamento, pode-se dizer que a horticultura é um mercado com perfis distintos,
já que a produção depende do tipo de produtor, do canal de venda do produto e do
perfil do cliente que vai consumir o produto final. Admite-se que quando o município
tem economia predominantemente agrícola, os bons resultados das plantações
interferem no comércio local, principalmente no que se diz respeito às hortaliças, que
permanecem valorizadas atualmente pelo seu alto valor nutricional (BRANDÃO FILHO
et al., 2018).
As hortaliças podem ser vendidas em diversos locais (figura 22), a dizer dos
mercados, feiras livres e supermercados, no entanto, pode-se afirmar que se criaram
novas formas de comercialização, como a prática de cesta direta, oferecendo ao
consumidor uma possibilidade de fornecer tipos e quantidades específicas de frutos
para serem pagos por mês ou por algum período definido. Dessa forma, esse estilo
de mercado pode influenciar pequenos produtores que contém plantios pequenos e
garantem sua economia por meio dessa prática (FILGUEIRA, 2013).
37

FEIRAS MERCADOS

SUPERMERC CIESTA
ADOS DIRETA

Figura 22: Formas de comercialização das hortaliças.


Fonte: Criação da autora (produzida em 2021).

Como trata Ramos et al. (2010) a região Nordeste é altamente determinada


pelo cultivo e comercialização de abóbora. Assim, na região, o transporte de frutos
geralmente é feito em um caminhão coberto com lona para se destinar às feiras ou
supermercados. Constata-se também que a escolha dos frutos a serem
comercializados depende tanto da escolha do consumidor, quanto da seleção por
parte do produtor.
Para a comercialização efetiva dessas hortaliças, como a abóbora, deve ser
levada em consideração a embalagem. A embalagem tem por objetivo garantir a
proteção dos produtos como também propiciar a proteção dos frutos, gerando
agregação de valor, com o uso de design, marca, utilizando preceitos de
sustentabilidade e dentre outros fatores (BRANDÃO FILHO et al., 2018).
As cucurbitáceas se apresentam como a segunda família de hortaliças mais
influentes economicamente no Brasil, ocupando o sétimo lugar no ranking de
hortaliças mais produzidas. Em 2010 foi estimado que a produção destas, em nível
mundial, superou a marca de 22,4 milhões de toneladas. No Brasil, em torno de 127
mil estabelecimentos de agropecuária cultivam abóboras, para serem destinadas para
comercialização no país (RAMBO; LAFORGA; SANTI, 2019).
38

Em detrimento da venda dos frutos, pode-se afirmar que os frutos podem ser
vendidos, por varejo, inteiros, ou partidos em pedaços, já que possibilita aos
consumidores a possibilidade de escolha dos que contêm maior qualidade, com
observância na espessura da abóbora e na cor. Além dessas possibilidades também
são encontrados em supermercados e feiras os frutos cortados em pedaços, com a
finalidade de promover mais praticidade para o destinatário (figura 23) (AMARO et al.,
2014).

Figura 23: Comercialização de abóboras cortadas, higienizadas e embaladas para o consumo direto.
Fonte: Amaro et al. (2014).

Admite-se que supermercados de pequenas cidades trabalhem com frutos em


seu estado verde, pois duram mais na prateleira e para o consumo; já os maduros são
por quilo. Por outro lado, nas feiras livres, observa-se que as abóboras geralmente
estão dispostas com variados tipos de frutos, e são garantidas por meio de
atravessadores, que compram diretamente com os produtores rurais e repassam para
terceiros. Nesse processo de transporte e venda pode ocorrer danos nos frutos,
influenciando na qualidade e no tempo de consumo em relação ao consumidor final
(FILGUEIRA, 2013).
Ramos et al. (2010) afirma que a forma de comercialização da abóbora
processada, ou seja, fatiada e disposta em recipientes como pratos de isopor,
desenvolve uma agregação de valor de até oito vezes maior do que a venda da
abóbora normal, ou denominada in natura. Nessa forma de venda da abóbora, a
39

embalagem estará com as informações sobre a marca e os nutrientes devidamente


descritos, sendo distribuída através de ceasas, que distribuem diversos frutos para
venda em centros de comercialização, como feiras ou mercados (CASTRO et al.,
2011).
Outra linha importante de se destacar sobre a comercialização da abóbora é a
produção e venda de suas sementes, tornando essencial isolar o campo de semente
para que garanta a pureza e a integridade genética dessas. Para que isso ocorra com
qualidade devem ser observados alguns parâmetros iguais aos da produção dos
frutos, como a realização de trato cultural, a extração, a lavagem e a secagem das
sementes, como também, o uso de embalagens para proteção contra umidade,
proporcionando seu poder germinativo (GALERIANI et al., 2020).
40

3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento de uma revisão bibliográfica torna-se necessário


delimitar palavras-chave, título, autores, periódicos e informações preliminares, ou
seja, é o passo inicial para qualquer pesquisa da área científica. E a presente pesquisa
foi elaborada com base em artigos, livros e teses, possuindo caráter exploratório,
possibilitando maior aproximação com as problemáticas e o aprimoramento de ideias
ou hipóteses (CONFORTO; AMARAL; SILVA, 2011).
No estudo desenvolvido utilizou-se o método de pesquisa descrito
anteriormente para abordagem literária, já que possibilita a síntese do conteúdo sobre
o tema trabalhado no decurso de tempo específico. Assim, delimitou-se o tempo de
pesquisa para 10 anos, contando desde 2011 até 2021, com o objetivo de abranger
técnicas mais recentes. Para a procura, com a delimitação de tempo, foram escolhidas
as bases de pesquisa: SciELO (Scientific Eletronic Library Online), Google Acadêmico
e ALICE (Acesso Livre à Informação Científica Embrapa).
Tratando especificamente da busca, foram selecionadas algumas palavras-
chave para reunir artigos e trabalhos que tivessem a mesma temática estudada. As
palavras-chave foram: “cultivo da abóbora”, “comercialização da abóbora”, “Nordeste”,
“cultura da abóbora”, “cultivo de cucúrbitaceas”. Estas foram combinadas com
recursos lógicos a fim de encontrar artigos que tenham relevância maior com o tema.
O período da pesquisa compreendeu entre os meses de fevereiro até abril de
2021. A análise de artigos para a leitura final compreendeu na leitura do título, resumo
e palavras-chave de cada artigo encontrado nas bases de dados utilizadas.
Posteriormente, foram aplicados os critérios de exclusão e inclusão delimitados no
próximo parágrafo.
A partir disso foram analisados os artigos coletados para leitura final (tabela 5)
foram incluídos trabalhos que abordavam sobre o cultivo e a comercialização da
abóbora no Nordeste do Brasil, a fim de discutir as características gerais acerca
desses subitens, métodos de plantio, manejos e abordagem da comercialização do
fruto na região. Por outro lado, foram excluídos trabalhos que não estavam disponíveis
para leitura ou análise; que não continham qualquer contribuição para o tema ou
relevância e que não eram do idioma português, inglês ou espanhol.
41

NÚMERO DE PROCESSOS DE TOTAL DE


BASE DE DADOS ARTIGOS INCLUSÃO E ARTIGOS PARA
COLETADOS EXCLUSÃO LEITURA FINAL
SciELO 7 -6 =1
Google Acadêmico 72 - 71 =1
ALICE 226 - 222 =4
Tabela 5: Procedimento da análise de artigos para leitura final.
Fonte: Criação da autora (produzida em 2021).

Ao final do procedimento de filtragem foram selecionados 6 artigos para leitura


completa, tratando do cultivo e comercialização de abóbora no Nordeste do Brasil.
Nessa pesquisa, aproveitaram-se: 1 trabalho recolhido do Google Acadêmico; 4
trabalhos encontrados da base de dados ALICE e 1 artigo coletado da base de dados
SciELO.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Moraes, Almeida e Galvão (2015) abordam que o Brasil tem 5.175 espaços de
produção agropecuária, sendo 2.454 localizados na região Nordeste (em torno de
47%), e 60.732 destes produzindo abóbora. Constatou-se que no ano de 2006 a
produção de abóbora superou 384.912 toneladas, em área de 88.150 ha. Quando
comparado com outras regiões, tem-se que o Nordeste é o segundo maior produtor
de abóbora, totalizando 52% da área total colhida.
Conforme Assis et al. (2012) o cultivo de abóbora do Nordeste compreende
24,1% da produção nacional. De maneira geral, a região possui diversas espécies de
cucurbitáceas, que foram geradas há muitos anos e plantadas até os dias atuais com
a forma de agricultura de sequeiro, em estabelecimentos agrícolas de pequeno porte,
gerando, assim, várias espécies tradicionais que são conhecidas nos dias de hoje.
Manos et al. (2017), ao destacarem os dados mais recentes do Censo
Agropecuário (2006), concluíram que embora o Nordeste possua 52% da área
plantada em todo o país, essa região apenas concentra 21,4% da produção,
representando, assim, uma produtividade relativamente média, quando comparada
com a da região sudeste e com a média nacional.
Primeiramente, tratando das espécies predominantes na região, Ferreira et al.
(2011), ao observarem plantios realizados no sul da Bahia, constataram que há a
predominância de plantações com espécies locais, que foram mantidas por muitos
anos e repassadas por vizinhos, amigos ou família, de geração para geração. Nesse
mesmo ínterim foi afirmado que a espécie de abóbora mais utilizada na região para o
plantio foi a moschata, em torno de 90% das propriedades analisadas; em detrimento
das variedades locais teve-se a predominância do jacarezinho, que contém
diferenciação quanto ao tamanho e formato dos frutos. Reafirmando o que Ferreira et
al. (2011) concluíram no estudo, quanto à predominância de espécies da região. Assis
et al. (2012) trataram também que, por meio de 50 questionários feitos nas feiras livres
e nas centrais de abastecimento, há relevância maior na incidência de cucubita
moschata, em torno de 67% dos estabelecimentos, sendo a maioria de suas
variedades as tradicionais, já que a maioria dos estabelecimentos cultivavam para o
próprio consumo e comercializavam apenas os frutos excedentes.
43

Em relação às características dos frutos, foi averiguado, por meio dos estudos
coletados, que não existe uma grande variação de cor, tamanho, formato e entre
outras especificidades em relação às suas espécies, existindo apenas algumas
diferenciações principais (figura 24).

Figura 24: Principais características relatadas pelos autores na produção de abóbora.


Fonte: Criação da autora (produzida em 2021).

De acordo com Assis et al. (2012) a coloração dos frutos pode variar de acordo
com a espécie da abóbora, no entanto, por meio de sua pesquisa, observou-se que
se têm duas colorações mais recorrentes na sua casca: a bege, com 90% de
incidência nos locais consultados; e a verde com manchas, com 65% de ocorrência
nos estabelecimentos. Em relação à sua polpa, tanto Assis et al. (2012) quanto Santos
et al. (2012) e Ferreira et al. (2011) afirmaram que possui cor alaranjada.
Quanto à casca, acrescentaram Ferreira et al. (2011) que também pode ocorrer
listras largas. Em detrimento do tamanho e do formato dos frutos, os autores
apresentam que existe uma diversidade considerável, contudo, contém pequena
variação no estilo da casca e na coloração da polpa.
Existem quatro possibilidades de formato, em concordância com o que foi
coletado pelo seu estudo, a dizer: piriforme, cordifome, achatado e globular, sendo o
mais recorrente o cordifome. No trabalho, também é apresentado o peso médio dos
frutos, que possuem variação entre 4,7 kg e 6,5 kg (SANTOS et al., 2012).
44

Por outro lado, outro objetivo a ser seguido por esse estudo é delimitar como
ocorre o plantio da abóbora nessas regiões (tabela 6). Partindo desse pressuposto,
Moraes, Almeida e Galvão (2015), a partir de pesquisas feitas, afirmaram que o cultivo
que é mais utilizado no Nordeste compreende ao associado, significando na
combinação do plantio com duas ou mais culturas de modo temporário. Ademais,
afirma que a irrigação é uma técnica pouco utilizada, contando com apenas 5% do
seu uso nos estabelecimentos consultados.

Recorte Adubação Adubação Agrotóxicos Irrigação (Não


Química Orgânica ou (Não utilizou)
nenhuma utilizou)
Brasil 8,7% 87,4% 89,8% 93,4%
Norte 5,9% 91,9% 91,7% 93,9%
Nordeste 5,5% 93,2% 87,3% 94,7%
Sudeste 9,8% 83,8% 90,7% 85,5%
Sul 13,6% 80,0% 93,3% 96,7%
Centro-oeste 14,3% 77,5% 90,1% 86,1%
Tabela 6: Características do plantio de abóbora das regiões, com destaque ao Nordeste destacando
o uso de adubação, agrotóxicos e irrigação.
Fonte: Manos et al. (2017).

O plantio ocorre, geralmente, em épocas chuvosas, contudo, alguns


agricultores aplicam técnicas de irrigação quando há seca. A maioria dos produtores
não faz uso de adubo químico e nem produtos químicos que auxiliam no controle de
pragas e doenças, sendo a semeadura realizada diretamente no campo. Quando à
sistemática de produção, podem ser citados dois tipos de sistema: o primeiro é o
sistema destinado ao consumo próprio da família, onde são plantadas variedades
locais em pequenas áreas no fundo das casas; o segundo é o cultivo em áreas de
tamanho médio e de tamanho grande, com o objetivo de comercializar (FERREIRA et
al., 2011).
A época de cultivo da abóbora na região é durante todo o ano, no entanto,
também podem ocorrer cultivos espontâneos, mesmo que acontecidos raramente.
Esse cultivo é entendido como o papel que os animais e plantas fazem na dispersão
de sementes em áreas próximas às casas ou nas próprias do cultivo, sendo assim, os
moradores realizam a colheita para dispor os frutos para o consumo próprio ou para
alimentação de animais (ASSIS et al., 2012).
Blank et al. (2013) afirmaram que a diversidade de genes da abóbora é
observada principalmente na região Nordeste, já que os frutos se adaptam bem às
45

condições edafoclimáticas, podendo suas sementes serem utilizadas para realização


de melhoramento genético. Para o semeio, Moraes, Almeida e Galvão (2015)
afirmaram que as sementes são conservadas por familiares dos agricultores, por
muitas gerações, para realizar o procedimento, e, para que isso ocorra, o seu
armazenamento é feito, principalmente, por meio de garrafas plásticas.
Como última característica a ser abordada por esta seção, espera-se elucidar
as características comerciais da abóbora na região Nordeste. Pouco foi abordado
sobre essa questão com os autores, apenas trataram com mais detalhes os estudos
de Blanck et al. (2013) e Manos et al. (2017). Foi observado que o Nordeste também
concentra uma grande parte do consumo de abóbora no país, influenciando nas taxas
de comercialização da mesma (tabela 7).

Recorte 2002 2008 Comparação


com consumo
regional (2008)
NORDESTE 1,09 1,23 100%
Alagoas 0,65 0,36 29,75%
Sergipe 0,36 0,41 33,39%
Ceará 0,46 0,42 34,44%
Rio Grande do 0,28 0,78 63,14%
Norte
Maranhão 1,36 1,05 85,04%
Paraíba 0,68 1,14 92,24%
Pernambuco 1,77 1,26 102,59%
Bahia 1,27 1,90 153,60%
Piauí 1,60 2,62 211,88%
Tabela 7: Comparação do consumo de abóbora nos estados da Região Nordeste.
Fonte: Manos et al. (2017).

Assim como Manos et al. (2017) delimitaram em sua tabela, por meio dos
censos agropecuários mais atuais, pôde-se observar que os três estados que mais
consomem abóbora, seja por meio de venda ou produção para consumo próprio são:
Alagoas, Sergipe e Ceará. No entanto, quando comparado com os dados coletados
entre os anos de 2002 e 2008, percebe-se o aumento do consumo em estados como
Piauí, Bahia, Pernambuco e Maranhão, por exemplo.
Afirmaram Blanck et al. (2013) que a comercialização de abóboras se torna
algo complexo para o produtor, já que os frutos que não obedeçam às exigências
delimitadas pelo mercado devem ser descartados, gerando prejuízo. Uma das
46

exigências mais importantes para a comercialização diz respeito à uniformidade do


tamanho dos frutos e formato padronizado.
Por meio de uma entrevista realizada entre consumidores da região, Manos et
al. (2017) observaram e constataram alguns parâmetros quanto à comercialização,
assim como corroborados por Blanck et al. (2013), a dizer: as principais motivações
para a compra de abóbora diz respeito aos seus aspectos nutricionais e ao sabor;
para a escolha do produto é observado o tamanho e a característica da polpa (cor e
textura); os consumidores têm preferência de comprá-la fatiada ou fracionada, pela
facilidade de manuseio; a maioria dos entrevistados adquirem o fruto em feiras livres,
em segundo lugar nos mercados, e por último em supermercados.
47

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir que a revisão bibliográfica objetivou a explanação das


características da abóbora, bem como de sua produção e comercialização. Foi
afirmado que na região especificada existem diversos ambientes destinados para a
produção dessa hortaliça, em torno de 60.732, considerando-se como o segundo
maior produtor do país, comportando 24,1% da produção nacional.
Primeiramente, constatou-se que, em relação às espécies mais cultivadas,
pode-se dizer que a espécie mais predominante é a moschata, presente em quase
90% dos cultivos analisados, tendo destinação, principalmente, para o consumo
próprio e com os frutos excedentes realizava-se a comercialização. A maneira de
conservação das espécies foi através de heranças familiares, de geração para
geração.
Nota-se que a abóbora possui algumas especificidades, por exemplo, quanto à
sua coloração, tendo casca bege ou verde com manchas, e sua polpa sendo,
majoritariamente, de cor alaranjada; o formato, podendo ser piriforme, cordifome,
achatado e globular; quanto ao peso, pode variar entre 4,7 kg a 6,5 kg.
Quanto ao plantio, afirma-se que na região a maioria dos produtores não utiliza
irrigação ou agrotóxicos. Como também, a semeadura é feita diretamente no campo,
podendo ser realizada através de dois sistemas: o primeiro é destinado ao consumo
próprio ou familiar, em que são plantadas variedades das espécies locais; e o segundo
é correspondente à produção em larga escala, com o objetivo do processamento
industrial e da comercialização.
Foi tratado pelos atores estudados que o cultivo da abóbora pode ocorrer
durante todo o ano, com observância ao auxílio dos manejos de irrigação. No entanto,
também pode ocorrer o cultivo espontâneo, ocorrendo quando animais ou plantas
realizam a dispersão de sementes ao redor de casas ou plantações, desencadeando
na semeadura do fruto. Geralmente os frutos provenientes desse plantio são utilizados
para consumo próprio ou para a alimentação de animais.
Por outro lado, ao analisar acerca da comercialização da abóbora na região,
pouco foi observado de considerações por parte dos autores, apenas contando com
dois autores. Ademais, tratou-se que a comercialização para os indivíduos se vale de
48

especificidades como: conhecimento para o valor nutricional da planta; a escolha do


fruto é influenciada por suas características visuais e de sabor; a disposição do fruto
com manuseio mais fácil; a maioria das pessoas adquire a abóbora em feiras livres.
Conclui-se, dessa forma, que o estudo objetivou apresentar sobre as
características de produção e comercialização da abóbora no Nordeste, de acordo
com o que estava disponível na literatura. Como também, abordou acerca das
características do fruto, dos métodos de plantio e das preferências comerciais por
parte dos clientes; e entre outras contribuições. Assim, garante que poderá auxiliar
estudos futuros, ou até produtores, na análise da produção específica.
49

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