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CAPITÃO POÇO - PA
2019
ANTONIO MARCOS WELLINGTON ALBUQUERQUE DO CARMO
Orientador:
Dr. Fabio de Oliveira Lucas
CAPITÃO POÇO - PA
2019
“O homem apenas faz descobertas e tenta explicar
aquilo que foi criado por Deus.”
Prof. Dr. Fábio de Oliveira Lucas
I
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
Cassava root is a major component of its structure, accounting for approximately 80% of its
composition. The reason for this is that it must be expressed on the labels of flour marketed in
the national territory. The present study had as objective to determine the starch content present
in cassava flour, water group, to produce in the municipalities of Capitão Poço, Ourém,
Garrafão do Norte, Irituia, São Miguel do Guamá, Mãe do Rio, São Domingos do Capim,
Ipixuna do Pará and Aurora do Pará. The mentioned municipalities are responsible for the
export and distribution of flour in the state of Pará, being also the part exported to other regions
of Brazil. A Lane-Eynon, using a titration technique for quantification of starch. The results
concerning the starch content vary from 60.3 to 83.08%, where the samples are collected
according to MAPA, Normative Instruction 52/2011, the samples were MR01, SDC01 and
SMG01, presenting the value equivalent to 83 08; 80.44 and 80.8%, respectively.
LISTAS DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 3- Evolução da área plantada da raiz de mandioca por regiões brasileiras .................. 6
VII
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................ I
RESUMO ............................................................................................................................. II
ABSTRACT ........................................................................................................................ III
LISTAS DE FIGURAS ........................................................................................................ IV
LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... V
LISTA DE GRÁFICOS ....................................................................................................... VI
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 2
2.1 MANDIOCA ................................................................................................................... 2
2.1.1 Produção mundial da mandioca ..................................................................................... 3
2.1.2 Produção da mandioca nos estados brasileiros ............................................................... 5
2.2 Amido .............................................................................................................................. 6
2.2.1 Estrutura dos amidos ..................................................................................................... 7
2.2.2 Degradação do amido no sistema digestivo humano ...................................................... 9
2.2.3 Classificação do amido .................................................................................................. 9
2.2.4 Amidos modificados nas Indústrias ............................................................................. 10
2.2.5 Determinações de amido ............................................................................................. 11
3. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................. 12
3.1 Coletas das amostras ...................................................................................................... 12
3.2 Preparações das amostras ............................................................................................... 15
3.3 Preparo das soluções ...................................................................................................... 15
3.4 Padronização das soluções de Fehling A e B .................................................................. 16
3.5 Procedimento para determinação de amido em farinha de mandioca ............................... 17
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 20
5. CONSIDERAÇÕESFINAIS ............................................................................................ 23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 25
1
1. INTRODUÇÃO
Além de sua finalidade como fonte de energia biológica, o amido é utilizado de muitas
outras formas, como por exemplo, na indústria, onde as características como textura, aparência,
umidade, podem ser modificadas ou controladas, assim como a estabilidade no shelf life (vida
de prateleira). O controle das características citadas se faz importante para que o alimento
permaneça um maior tempo em estoque antes de se tornar inadequado para o uso. (FOOD
INGREDIENTS BRASIL, 2015).
Em número bastante significativo na natureza o amido só perde, em quantidade,
quando se fala em componente orgânico, para celulose. Os alimentos como a mandioca, o
milho, a batata, o trigo e o arroz possuem porcentagem relativamente alta desse composto. O
amido tem por finalidade, tanto para as plantas quanto ao homem, o fornecimento de energia
(MIRANDA, 2016).
Com respeito à saúde humana, o amido é um ingrediente que não apresenta toxidade,
como função de fornecimento de calorias, sendo assim, em condições normais, não apresenta
riscos à saúde, entretanto, é necessário que sua presença deva ser informada nas embalagens
dos produtos, pelo fato da transformação do amido em glicose quando absorvido pelo
organismo o que pode desencadear problemas para pessoas com diabetes (MIRANDA, 2016).
De acordo com o explanado durante essa breve introdução, ressaltando-se, novamente,
a importância da farinha de mandioca para o desenvolvimento local e mundial, bem como a
importância do teor amido expresso nas embalagens de produtos comercializados. Com isso o
presente estudo teve como objetivo determinar o teor de amido presente na farinha de mandioca,
grupo d’água, produzida nos municípios de Capitão Poço, Ourém, Garrafão do Norte, Irituia,
São Miguel do Guamá, Mãe do Rio, São Domingos do Capim, Ipixuna do Pará e Aurora do
Pará.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 MANDIOCA
A cultura da mandioca tem participação produtiva maior nos países da América do Sul
e da África. Em alguns estados do norte e nordeste brasileiro é considerada como uma cultura
alternativa aos desafios sociais impostos à sociedade menos assistida pelo Estado e aos
pequenos produtores, que utilizam a mandioca tanto para venda quanto para o consumo próprio.
De maneira errônea, devido à falta de conhecimento da riqueza presente nessa cultura, algumas
vezes é classificada como cultura de subsistência.
A produção anual da raiz de mandioca é liderada pela Nigéria com atualmente 57,13
milhões de toneladas, a Nigéria ultrapassou o Brasil em 1991, e segue com uma margem
bastante superior, mais de 25 milhões de toneladas de diferença. O segundo colocado no
ranking, a Tailândia, que possui uma produção de aproximadamente 30 milhões de toneladas
(CONAB, 2018).
As informações apresentadas no Gráfico 1, extraídas de CONAB (2018), representam
os países com maior produção mundial de raiz de mandioca, durante o período de 2005 a 2016.
Observa-se a presença de crescimento bem acentuado de produção na Nigéria e Tailândia. Com
relação à Indonésia é observado um discreto crescimento seguido por um pequeno declínio de
produção nos últimos anos. Dentre os quatro primeiros, o Brasil foi o que apresentou a maior
queda de produção, saindo da segunda e passando a ocupar a quarta posição no ranking
mundial. O quinto e sexto maiores produtores mundial de raiz de mandioca são Congo e Gana,
respectivamente.
4
Com relação às regiões do Brasil, existe certo equilíbrio na produção, quando excluída
as regiões Norte e Nordeste, que, ao longo dos anos alteraram consideravelmente seu percentual
de produção. A região Norte apresenta aumento bastante significativo, quase 20% da área
plantada, com a segunda maior área plantada, obtendo crescimento gradativo na década de 90,
passando de 17,1% para 34,5% em 2017. Enquanto isso, a região nordeste apresentou um
declínio superior a 20%, quando nesse mesmo período, década de 1990, dominava a área
plantada de mandioca com mais de 57% da área cultivada no Brasil, porém veio reduzindo sua
produção no decorrer dos anos, chegando ao ano de 2017 alcançando pouco mais de 37% de
área plantada. A região que possui o menor índice de área plantada e a do Centro-Oeste. Em
terceiro e quarto lugar ficam as regiões Sul e Sudeste respectivamente, a primeira com 14,8%,
e a segunda com 8,7% de área plantada (EMBRAPA, 2018).
6
Gráfico 3- Evolução da área plantada da raiz de mandioca por regiões brasileiras (1990-2017)
O estado do Pará possui as maiores áreas colhida de mandioca no Brasil com 294.337
ha. O estado do Paraná, segundo maior em área colhida, teve uma grande liderança nas décadas
de 1990 e 2000, mas vem apresentando forte desaceleração na sua curva de crescimento, e no
ano de 2017, apresentava 13,65% das áreas plantadas de mandioca no território nacional. O
estado do Maranhão vem demonstrando fortes oscilações em sua curva, e no ano de 2017
ocupava a 3ª colocação com 10,74%. O estado de São Paulo também vem reduzindo a área
plantada, ocupando a 4ª colocação com 8,93%. Os demais estados da Federação Brasileira,
juntos, detém pouco mais de 45% das áreas plantadas com a cultura da mandioca. A Tabela 1
resume os dados apresentados.
2.2 Amido
7
intestino delgado, sendo assim uma parte do amido dirigido ao cólon, onde servia de substrato
para a flora bacteriana. Foi, então, cosntatado que o amido se diferenciava em duas frações:
Amido Resistente (AR) e Amido Glicêmico (AG).
O AR é aquele que não é digerido no intestino delgado, porém é fermentado no
intestino grosso pela microflora bacteriana, já o AG é degradado à glicose por enzimas do
sistema digestivo. Este pode ser encontrado nas literaturas como Amido Rapidamente Digerível
(ARD) ou Amido Lentamente Digerível (ALD) no intestino delgado. É importante destacar que
com essas características, o AR pode ter grande importância nos efeitos fisiológicos, semelhante
as fibras alimentares, por suas características similares (FOOD INGREDIENTS BRASIL,
2015).
Existem três tipos de constituição de amido resistente, o tipo 1, onde o amido se torna
inacessível por conta de sua parede celular, que impede ou retarda as enzimas digestivas. O tipo
2 está relacionado aos grânulos de amido nativo, encontrados no interior da célula vegetal, já o
tipo 3 consiste em polímeros de amido retrogradado (LOBO e SILVA, 2003). E evidenciado
um quarto tipo de amido resistente, decorrente de alterações realizadas em sua estrutura
química, porém esse não é de ocorrência natural. Esses produtos incluem os amidos substituídos
quimicamente com grupamentos ésteres e éteres de amido, bem como amidos com ligações
cruzadas, sendo estes também resistentes à digestão no intestino delgado (TEIXEIRA, 2016).
LOBO e SILVA (2003) indicam que o amido resistente está sedo definido, de acordo
com os termos fisiológicos, como: a soma do amido e dos produtos da sua degradação que não
são digeridos e absorvidos no intestino delgado de indivíduos sadios.
Segundo SUFRAMA (2003) o amido, a fécula, o polvilho ou goma são sinônimos e que
a diferença está apenas na ordem tecnológica. Desta forma é normal chamar de amido a
substância amilácea encontrada nos grãos e de fécula a encontrada nas raízes e tubérculos.
Conforme a modificação do amido pode se ter grandes utilidades nas indústrias, uma
vez que quando na sua forma não modificada têm importância apenas para indústrias
alimentícias.
Quando se modifica a estrutura do amido, suas características podem ser melhoradas
conforme aplicações específicas como promover espessamento, melhorar retenção, aumentar
estabilidade, melhorar sensação ao paladar e brilho, gelificar, dispersar ou conferir opacidade.
(FOOD INGREDIENTS BRASIL, 2015).
11
Conforme estudo feito por Calandrin (2009), algumas outras atividades podem ser
importantes para a indústria, como por exemplo o feito da qualidade do amido de mandioca
modificado utilizado para a fabricação de pão de queijo. Já Tiezzi (2015) avaliando o potencial
dos resíduos gerados pelas indústrias de processamento de mandioca, fez uma aplicação na
produção de álcool e concluiu que existiram dois benefícios para o ecossistema. O primeiro
seria a reutilização de um efluente, com uma alta carga poluente, na extração de biocombustível,
e o segundo a possibilidade significativa de redução de matéria orgânica e sólidos presentes no
efluente gerado.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
C D
Fonte: SILVA e ROOSEVELT (2018)
Na preparação das amostras, foi utilizado o moinho Macro tipo facas modelo SI-32
(Figura 7), potência 1500 watts, com peneira granulométrica de 10 mesh. Para que não houvesse
possíveis contaminantes que pudessem distorcer aos reais valores de porcentagem de amido das
análises foi realizada a limpeza, do equipamento, após o processo de cada amostra.
Figura 7- Moinho facas utilizado na preparação das amostras
e dissolve-se com água, após a solução esfriar, transfere-se para um balão de 500 mL,
após isso completar o volume com água e homogeneizar.
Solução de Acetato de Zinco (ZnC4H6O4) 1M – Em um béquer pesa-se 100g de
Acetato de Zinco e transfere-se para um balão de 500 mL, completa-se o volume com
água e homogeneíza.
Solução de Azul de metileno 1% - Pesa-se 1,0 g de azul de metileno e transfere-se para
um balão volumétrico de 100 mL. Completa-se o volume com água e homogeneíza.
Solução de Ferrocianeto de Potássio tri hidratado a 0,25 M – Pesa-se 46,044 g de
Ferrocianeto de Potássio e transfere-se para um balão volumétrico de 500 mL.
Completar o volume com água e homogeneizar, após guardar em um local refrigerado.
Solução de fenolftaleína 1% - Dissolve-se 1 g de fenolftaleína em 60 mL de álcool e
após diluir com água até 100 mL.
Todas as soluções foram preparadas com o auxílio e supervisão da técnica Lívia Souza,
responsável pela Laboratório Multiusuários.
Assim como na padronização das soluções de Fehling, esta titulação não deve
ultrapassar o tempo de três minutos. Após a titulação os dados foram coletados e calculados de
acordo com a seguinte equação:
FC
× 500 × 100 × 0,9
𝐴𝑚𝑖𝑑𝑜 (%) = 2
𝑉×𝑃
Em que:
FC = Título da solução de Fehling.
V = N° de ml da solução da amostra gasto na titulação.
P = Peso da amostra em g.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As amostras MR01, SC01 e SMG01 foram às únicas que atingiram os valores exigidos
pela legislação quanto o teor de Amido. A primeira foi enquadrada como sendo do tipo 2, esta
obteve a média do teor de amido de 83,08%, e que ficou de acordo com a Normativa do MAPA
(2011) citado anteriormente que restringe que o percentual de amido da farinha de mandioca
sendo do tipo 2, seja maior ou igual a 82% e menor que 86%.
As amostras SC01 e SMG01 sendo do tipo 3, também se enquadra nos dados de
percentual da normativa, que designa que farinhas do tipo 3 possua porcentagem iguais ou
maiores que 80% e menores que 82%.
A grande maioria restante das amostras não atingiu o percentual mínimo de tolerância,
sendo que dentre essas 14 obtiveram uma variação na faixa de 60,3% a 79,6%. CHISTÉ e
COHEN, (2010) analisaram a concentração de amido em farinhas que são comercializadas na
cidade de Belém do Pará, e observaram que entre as dez amostras analisadas, todas possuíam
percentual abaixo da tolerância mínima, variando na faixa de 50,58 a 66,53% de amido,
23
atribuindo esses valores ao processo de fabricação no qual este produto está sendo produzido.
Os baixos valores podem indicar que em algumas “Casas de Farinha” uma parte da raiz da
mandioca pode ter o amido presente retirado para outros fins, e o resíduo retornado para ser
processado juntamente com outras massas contendo o amido, dessa forma o produto final pode
acarretar perda de percentual de amido.
Chisté et al. (2007) encontraram valores de amido fora da faixa estabelecida para
farinha d’água ao acompanhar o processamento nas Casas de Farinha, obtendo valores que
variaram de 73,19 a 75,31%, refletindo o período de muita chuva que antecedeu o momento da
colheita.
Chisté e Cohen (2010) em estudo sobre caracterização de físico-químico da farinha de
mandioca indicam que os produtos fabricados na região Sul do país, principalmente no estado
do Paraná, apresentam os melhores processamentos, padronizados desde sua preparação, até
mesmo o processamento final (separação, embalagem, rotulagem e transporte).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sendo assim esse ato possibilita a seleção de produtos armazenamento de forma correta,
transporte correto, podendo então impedir que a saúde humana seja alvo de produtos
impróprios, detectando fraudes, comercializando apenas produtos que não estejam
contaminados com algum tipo de material que não é encontrado na sua forma natural.
25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, H.H., JOMG, E.V., BELLÓ, R.M. et al. Alimentos: métodos físicos e químicos
de analyses. 1.ed. Porto alegre: Universidade/UFRGS, 2002. 180p.