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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO


VEGETAL – PPGPV

NATANIELLY RODRIGUES AVELINO

ALOCAÇÃO DE BIOMASSA E INDICADORES DE QUALIDADE PARA MUDAS


DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS

ILHÉUS – BAHIA
2020
NATANIELLY RODRIGUES AVELINO

ALOCAÇÃO DE BIOMASSA E INDICADORES DE QUALIDADE PARA MUDAS


DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS

Dissertação apresentada à Universidade


Estadual de Santa Cruz, como parte das
exigências para obtenção do título de Mestre
em Produção Vegetal.

Linha de pesquisa: Cultivos em Ambiente


Tropical Úmido

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Schramm Mielke

Coorientadoras: Profª Dra. Ândrea Carla


Dalmolin e Profª Dra. Martielly Santana dos
Santos

ILHÉUS – BAHIA
2020
A948 Avelino, Natanielly Rodrigues.
Alocação de biomassa e indicadores de qualidade
para mudas de espécies florestais nativas / Natanielly
Rodrigues Avelino. – Ilhéus, BA: UESC, 2020.
57 f. : il.

Orientador: Marcelo Schramm Mielke.


Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual
de Santa Cruz. Programa de Pós-Graduação em
Produção Vegetal.
Inclui referências e apêndices.

1. Mudas – Cultivo. 2. Mudas – Qualidade. 3. Mata


Atlântica. 4. Viveiros florestais. I. Título.

CDD 631.521
NATANIELLY RODRIGUES AVELINO

ALOCAÇÃO DE BIOMASSA E INDICADORES DE QUALIDADE PARA MUDAS


DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS

Dissertação apresentada à Universidade


Estadual de Santa Cruz, como parte das
exigências para obtenção do título de Mestre
em Produção Vegetal.

Ilhéus, 17 de fevereiro de 2020.

____________________________________________
Prof. Dr. Marcelo Schramm Mielke
UESC/DCB
(Orientador)

____________________________________________
Prof. Dr. Daniel Piotto
UFSB

____________________________________________
Prof. Dr. Rafael Marani Barbosa
UESC/DCAA
A aqueles que sempre me apoiam, incentivam e se
alegram com minhas conquistas, minha mãe
Maria, meus irmãos Meiry e Pedro, minha
sobrinha Clara e em especial minha tia Rosy. E a
cada pessoa conhecida nessa trajetória, seja do
meio acadêmico ou social.
Dedico...
AGRADECIMENTOS

A Deus, por me presentear com essa oportunidade. O Senhor sabe do momento certo
para todas as coisas, por isso entrego e confio meus caminhos a Ele.
Agradeço imensamente ao meu orientador Dr. Marcelo Schramm Mielke. Quão grata
sou por ter sido tão bem orientada ao longo desses dois anos. Sempre paciente, compreensivo
e disposto a ensinar. Com o professor Marcelo aprendi que a pesquisa científica não é apenas
uma profissão ou um caminho, é algo que se ama incondicionalmente.
A minhas coorientadoras Ândrea Carla Dalmolin e Martielly Santana dos Santos por
todo auxílio prestado ao longo dessa jornada. Agradeço em especial a Martielly, que além do
auxílio acadêmico sempre esteve pronta para ofertar uma palavra amiga e reconfortante nas
horas difíceis.
A todos os funcionários da UESC que contribuíram de algum modo. Aos docentes, pelos
ensinamentos e pelas orientações fornecidas, em especial a professora Ana Schilling. A
secretaria do PPGPV Carol por toda assistência fornecida, profissional que não mede esforços
para nos auxiliar. Ao Sr. Adelino, funcionário do viveiro de mudas, que sempre esteve pronto
para ajudar no que estava ao seu alcance.
Aos meus colegas da turma do PPGPV pelos momentos compartilhados em sala, pelo
apoio, incentivo e auxílio. Fomos muito privilegiados por nos encontrarmos em 2018. Agradeço
em especial a aqueles colegas que viraram amigos! A Thays e Thaiana, por me emprestarem o
amor de seus lares. A Eliaber, pelos abraços e conversas que sempre me acalmaram. A Jonathan
e Indiara, por sempre compartilharem do amor de Deus. A Márcia Eduarda, Cássia, Pedro e
Bismarck por sempre serem atenciosos e prestativos.
A equipe de trabalho e orientandos do professor Marcelo, sem vocês a trajetória seria
mais pesada. Agradeço especialmente o auxílio em campo do IC Gabriel. Agradeço do fundo
do meu coração a Amanda e Catriane pela amizade construída.
Agradeço imensamente aos meus familiares pelo apoio, por sempre acreditarem e
estarem ao meu lado diante minhas escolhas. Em especial a minhas avós e mãe, minhas três
Marias! A Meiry, Pedro, Clara, Kleverton e Rosy o meu muito obrigada!
À Universidade Estadual de Santa Cruz, especialmente ao Programa de Pós-Graduação
em Produção Vegetal, por contribuir com a minha formação acadêmica. A FAPESB pela
concessão da bolsa de estudo. Aos mestres Gabriel Salles Góes e Murilo Figueredo Campos de
Jesus pela instalação dos experimentos e coleta dos dados. Ao viveiro do Instituto Floresta Viva
por permitir a realização dos experimentos em suas instalações.
“ A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”.
Albert Einstein
ALOCAÇÃO DE BIOMASSA E INDICADORES DE QUALIDADE PARA MUDAS
DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS

RESUMO

Durante a fase de produção de mudas florestais, procedimentos que permitam avaliar a


qualidade das mesmas são fundamentais para a homogeneização dos lotes e o sucesso dos
plantios para reflorestamento. Assim, este trabalho teve como objetivo comparar o índice de
qualidade de Dickson (IQD) entre mudas de espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica e
analisar os indicadores de crescimento que mais influenciam no IQD. Para tal, foram utilizadas
mudas de seis espécies: Calophyllum brasiliense, Eriotheca macrophylla, Inga laurina,
Psidium cattleyanum, Roupala montana e Sloanea obtusifolia. No momento da amostragem
das mudas no viveiro, foram avaliadas a massa seca de folhas (MSF), caules (MSC) e raízes
(MSR), além da altura da parte aérea (H) e diâmetro do coleto (D). A partir dessas variáveis,
foram calculadas a massa seca total (MST), a massa seca da parte aérea (MSPA), razão de
massa seca da parte aérea por massa seca de raízes (MSPA/MSR), a razão da massa de folhas
(RMF), a razão da massa de caules (RMC) e a razão da massa de raízes (RMR), a razão altura
da parte aérea por diâmetro do coleto (H/D) e o índice de qualidade de Dickson (IQD). Os
resultados foram analisados mediante análise de correlação. As diferenças entre os valores do
índice de qualidade de Dickson das espécies estudadas não foram explicadas pelo padrão de
alocação de biomassa característico de cada espécie; a massa seca de raízes, massa seca total e
o diâmetro do coleto são as melhores variáveis para a avaliação da qualidade das mudas das
espécies florestais; e o diâmetro do coleto foi o melhor indicador prático para estimar a
qualidade das mudas de espécies florestas nativas, pelo fato de ser não destrutivo e apresentar
alta correlação com o IQD. Apresentamos a proposta de um método simples e prático para a
avaliação do D de mudas em viveiros florestais.

Palavras-chave: Índice de qualidade de Dickson. Mata Atlântica. Viveiros florestais.


BIOMASS ALLOCATION AND QUALITY INDICATORS OF NATIVE FOREST
SPECIES

ABSTRACT

During the production phase of forest seedlings, procedures to evaluate their quality are
fundamental for the homogenization of plots and the success of reforestation plantations. Thus,
this study aimed to compare the Dickson quality index (DQI) among seedlings of native
Atlantic Forest tree species and to analyze the growth indicators that most influence the DQI.
For this, seedlings of six species were used: Calophyllum brasiliense, Eriotheca macrophylla,
Inga laurina, Psidium cattleyanum, Roupala montana e Sloanea obtusifolia. When sampling
seedlings in the nursery, the dry mass of leaves (DML), stems (DMS) and roots (DMR) were
evaluated, in addition to the height of the shoot (H) and diameter of the collection (D). From
these variables, the dry mass total (DMT), the dry mass of the aerial part (DMAP), the dry mass
ratio of the aerial part to dry mass of roots (DMAP / DMR), the of the leaf mass ratio (LMR),
the stem mass ratio (SMR) and the root mass ratio (RMR), the height of the aerial part by stem
diameter (H / D) and the Dickson quality index (DQI). The results were analyzed using
correlation analysis. The differences between the Dickson quality index values of the studied
species were not explained by the biomass allocation pattern characteristic of each species; the
root dry mass, total dry mass and the diameter of the collection are the best variables for
evaluating the quality of seedlings of forest species; and the diameter of the collection was the
best practical indicator to estimate the quality of seedlings of native forest species, because it is
non-destructive and has a high correlation with DQI. We present the proposal of a simple and
practical method for the evaluation of the D of seedlings in forest nurseries.

Keywords: Dickson quality index. Atlantic Forest. Forest nurseries.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Interpretação do valor do coeficiente de correlação (r) ...........................................30

Figura 2 - Comparação das variáveis de alocação de biomassa entre lotes de mudas de


espécies diferentes: Média dos valores de RMF (A), média dos valores de RMC
(B), média dos valores de RMR (C) e seus respectivos intervalos de confiança.
Viveiro Floresta Viva, Uruçuca, BA .......................................................................32

Figura 3 - Comparação da variação do índice de qualidade de Dickson (IQD) entre lotes de


mudas de espécies diferentes: Média amostral dos valores de IQD e seus
respectivos intervalos de confiança. Viveiro Floresta Viva, Uruçuca, BA..............33

Figura 4 - Coeficiente de correlação de Pearson (r) entre variáveis de alocação de biomassa


para mudas de espécies arbóreas tropicais com idades variando entre 6 (C.
brasiliense) e 11 (R. montana) meses após a semeadura. Viveiro Floresta Viva,
Uruçuca, BA.............................................................................................................34

Figura 5 - Coeficiente de correlação de Pearson (r) entre variáveis de alocação de biomassa e


o índice de qualidade de Dickson (IQD) para mudas de espécies arbóreas tropicais.
Viveiro Floresta Viva, Uruçuca, BA .......................................................................35

Figura 6 - Coeficientes de correlação de Pearson (r) entre os indicadores de crescimento e o


índice de qualidade de Dickson (IQD) para mudas de espécies arbóreas tropicais.
Viveiro Floresta Viva, Uruçuca, BA ......................................................................37
LISTA DE ABREVIATURAS

CB Calophyllum brasiliense
D Diâmetro do coleto
EM Eriotheca macrophylla
H Altura da parte aérea
H/D Razão altura da parte aérea por diâmetro do coleto
IL Inga laurina
IQD Índice de qualidade de Dickson
MS Massa seca
MSC Massa seca de caules
MSF Massa seca de folhas
MSR Massa seca de raízes
MSPA Massa seca da parte aérea
MSPA/MSR Razão de massa seca da parte aérea por massa seca de raízes
PC Psidium cattleyanum
RM Roupala montana
RMC Razão da massa de caules
RMF Razão da massa de folhas
RMR Razão da massa de raízes
SO Sloanea obtusifolia
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................11
2 REVISÃO DE LITERATURA ...............................................................................14
2.1 Produção e qualidade de mudas florestais .............................................................14
2.1.1 Viveiros florestais ......................................................................................................14
2.1.2 Recipiente ...................................................................................................................14
2.1.3 Substrato .....................................................................................................................15
2.1.4 Nutrientes ...................................................................................................................16
2.1.5 Tempo de permanência no viveiro .............................................................................17
2.2 Viveiros para produção de mudas florestais nativas ............................................17
2.3 Indicadores de crescimento e qualidade de mudas ...............................................18
2.3.1 Indicadores morfológicos da qualidade de mudas .....................................................19
2.3.1.1 Altura da parte aérea (H) ............................................................................................19
2.3.1.2 Diâmetro do coleto (D) ..............................................................................................20
2.3.1.3 Massa seca da planta (MS) .........................................................................................20
2.3.2 Índices morfológicos da qualidade de mudas ........................................................... 20
2.3.2.1 Razão altura da parte aérea por diâmetro do coleto (H/D) .........................................20
2.3.2.2 Razão massa seca da parte aérea por massa seca de raízes (MSPA/MSR) ................21
2.3.2.3 Índice de qualidade de Dickson (IQD) ......................................................................21
2.4 Mata Atlântica ..........................................................................................................23
2.4.1 Espécies florestais nativas da Mata Atlântica ............................................................24
2.4.1.1 Calophyllum brasiliense Cambess. ............................................................................24
2.4.1.2 Eriotheca macrophylla (K. Schum.) A. Robyns ........................................................25
2.4.1.3 Inga laurina (Sw) Willd .............................................................................................25
2.4.1.4 Psidium cattleyanum Sabine ......................................................................................26
2.4.1.5 Roupala montana var. brasiliensis (Klotzsch) K. S. Edwards ...................................27
2.4.1.6 Sloanea obtusifolia (Moric.) K. Schum. .....................................................................28
3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................29
4 RESULTADOS ..........................................................................................................31
5 DISCUSSÃO ..............................................................................................................38
6 CONCLUSÃO ...........................................................................................................43
REFERÊNCIAS ........................................................................................................44
APÊNDICES ..............................................................................................................54
11

1 INTRODUÇÃO

O Brasil é mundialmente conhecido por sua riqueza em recursos naturais, proveniente


dos diversos biomas que o constitui. Entre os biomas brasileiros, a Mata Atlântica destaca-se
por estar entre as maiores formações florestais, com uma área de abrangência original de cerca
de 15% do território nacional (CAMPANILI; SCHAFFER, 2010). Em decorrência do processo
exploratório, estima-se que na atualidade restam apenas 7,3% da cobertura florestal original da
Mata Atlântica (INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL, INPE, 2019; WWF-
BRASIL, 2019). A restauração das áreas degradadas da Mata Atlântica é fundamental, visto
que os ecossistemas que a compõem são responsáveis por regular e equilibrar condições de
clima e solo, pela produção de alimentos, madeiras, fibras, óleos e remédios (MINISTÉRIO
DO MEIO AMBIENTE, MMA, 2019). Um processo de restauração inicia-se com a escolha
das espécies arbóreas que irão recompor a área, devem ser escolhidas espécies nativas,
heterogêneas e pertencentes à formação florestal original (RODRIGUES et al., 2009). As
espécies Calophyllum brasiliense Cambess., Eriotheca macrophylla (K. Schum.) A. Robyns,
Inga laurina (Sw) Willd, Psidium cattleyanum Sabine, Roupala montana var. brasiliensis e
Sloanea obtusifolia (Moric.) K. Schum. são nativas da Mata Atlântica e apresentam grande
potencial para recomposição de áreas degradadas. Nesse sentido, para suprir as demandas dos
projetos de restauração, à produção de mudas arbóreas nativas em viveiros florestais torna-se
necessária.
A produção de mudas florestais em viveiros deve ser pautada em critérios técnicos bem
elaborados, pois muitos são os fatores que condicionam a qualidade final das mudas. Dentre
estes existem aqueles que mais se destacam, como a escolha do recipiente e do substrato de
cultivo, adubação (GONÇALVES; BENEDETTI, 2000), além do tempo de permanência das
mudas no viveiro (MAFIA et al., 2005). Um viveiro florestal deve ter como objetivo principal
produzir mudas arbóreas de alta qualidade (CRUZ; PAIVA; GUERRERO, 2006), pois o
sucesso do novo reflorestamento depende principalmente da qualidade das mudas utilizadas no
plantio. Nos viveiros florestais, a avaliação da qualidade das mudas permitirá a escolha de um
12

lote mais vigoroso e homogêneo para compor um reflorestamento (OLIVEIRA et al., 2016). A
qualidade das mudas pode ser definida por meio de avaliações de indicadores de crescimento,
como a altura da parte aérea (H), o diâmetro do coleto (D) e a biomassa seca de folhas (MSF),
caules (MSC), raízes (MSR) e total (MST) (CRUZ; PAIVA; GUERRERO, 2006; PAIVA;
GOMES, 2000). Além dos indicadores de crescimento mencionados, outros métodos são
utilizados para auxiliar na classificação, como a razão H/D, razão massa seca da parte área/MSR
(MSPA/MSR) e o índice de qualidade de Dickson (IQD) (CRUZ; PAIVA; GUERRERO,
2006). A fórmula do IQD traz equilíbrio para a determinação do potencial das plantas para a
sobrevivência e crescimento no pós-plantio (DICKSON; LEAF; HOSNER, 1960), uma vez que
é formada pela razão entre variáveis morfológicas já usadas para determinar a qualidade das
mudas (MST / H/D + MSPA/MSR).
Os valores do IQD diferem muito em função da espécie, material genético, condições
de cultivo e da idade em que a muda passou pela avaliação (GASPARIN, 2012; GOMES et al.,
2013), o que dificulta comparar diferentes valores de IQD entre si. Assim, a utilização do IQD
em estudos que visam observar o seu comportamento e relacioná-lo aos demais métodos de
avaliação de qualidade de mudas é importante, visto que os resultados podem auxiliar na
formulação de procedimentos de avaliações em viveiros.
O termo alocação refere-se à distribuição preferencial da biomassa vegetal nos diversos
órgãos das plantas. Diferentes fatores afetam o padrão de alocação em uma planta, como
características genéticas da espécie, idade, temperatura, radiação luminosa, deficiência hídrica
e nutricional (BROUWER, 1962; SANTANA; BARROS; NEVES, 2002). Assim, a alocação
de biomassa será variável entre espécies e até mesmo dentro de uma mesma espécie. Diferentes
estratégias de alocação são utilizadas pelas plantas para coordenar seu crescimento
(HERMANS et al., 2006), pois a planta destina a biomassa preferencialmente ao órgão que
captura o recurso limitante ao crescimento (SHIPLEY; MEZIANE, 2002). Por exemplo, maior
quantidade de biomassa é alocada para as folhas caso haja pouca disponibilidade de luz, caso
haja limitações hídricas e/ou nutricionais maior biomassa é alocada para as raízes (ROA-
FUENTES; CAMPO; PARRA-TABLA, 2012).
O objetivo geral deste trabalho foi comparar os padrões de alocação de biomassa e o
índice de qualidade de Dickson (IQD) entre lotes de mudas de espécies arbóreas nativas da
Mata Atlântica e analisar os indicadores de crescimento que mais influenciam na qualidade das
mudas. Os objetivos específicos foram: (a) comparar as médias das razões de alocação de
biomassa e do IQD entre lotes de mudas de seis espécies arbóreas nativas por meio dos seus
respectivos intervalos de confiança; (b) avaliar as relações entre a alocação de biomassa e o
13

IQD para mudas de seis espécies arbóreas nativas; (c) analisar os indicadores de crescimento
que mais influenciam o IQD para mudas de seis espécies arbóreas nativas, bem como selecionar
indicadores práticos para a avaliação da qualidade das mudas.
14

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Produção e qualidade de mudas florestais

2.1.1 Viveiros florestais

Um viveiro de produção de mudas florestais deve ter como objetivo a produção de


mudas de boa qualidade (CRUZ; PAIVA; GUERRERO, 2006), uma vez que a qualidade
influencia diretamente no estabelecimento dos povoamentos florestais (CECONI, 2006;
SPADA et al., 2019). Além de contribuir para reduzir os tratos culturais pós-plantio e as taxas
de mortalidade, levando a redução dos custos de implantação (RUDEK; GARCIA; PERES,
2013).
Definem-se mudas de boa qualidade quando estas possuem uma ótima formação da
parte aérea e do sistema radicular, apresentando proporções adequadas entre eles (GOMES et
al., 2002), bem como bom estado nutricional (CRUZ; PAIVA; GUERRERO, 2006).
Demonstrando, portanto, melhor potencial para aclimatar-se às mudanças de ambiente que
ocorrem no pós-plantio.
Ao produzir mudas de espécies florestais por meio de sementes o viveirista deve atentar-
se ao manejo que envolve todas as etapas de produção, desde a germinação das sementes até a
expedição das mudas (CALDEIRA et al., 2008). Uma vez que durante as fases de formação das
mudas existem fatores que condicionam sua qualidade, destacando-se recipiente, substrato,
nutrição (GONÇALVES; BENEDETTI, 2000) e o tempo de permanência no viveiro (MAFIA
et al., 2005).

2.1.2 Recipiente

O recipiente é uma estrutura destinada a acondicionar o substrato e em seguida a


semente ou plântula, podendo ser usado desde a germinação das sementes até a formação final
15

das mudas (OLIVEIRA et al., 2016). Além do acondicionamento do substrato os recipientes


têm a função de promover a adequada formação das raízes e protegê-las de danos mecânicos e
da desidratação (CARNEIRO, 1995). A produção de mudas em recipientes é o sistema mais
utilizado na atualidade por permitir o controle da nutrição das mudas, proporcionar facilidade
no transporte, distribuição e no plantio (GOMES et al., 2003). O trabalho tem início com a
escolha do recipiente, esse deve estar de acordo com a espécie a se plantar, tamanho da semente,
tempo de permanência no viveiro, tamanho final da muda, além de se considerar fatores como
custo de aquisição, durabilidade, drenagem, facilidade de armazenamento e transporte
(CARNEIRO, 1995; OLIVEIRA et al., 2016).
O tamanho do recipiente influencia diretamente na produção de mudas, por exemplo, o
tubete de 110 cm³ mostrou-se eficiente para a produção de mudas de Ceiba speciosa, utilizando
o biossólido como substrato (LIMA FILHO et al., 2019). Já para o crescimento das mudas de
Calophyllum brasiliense e Toona ciliata o tubete de 280 cm³ e o de 180 cm³ foram os mais
adequados, respectivamente (LISBOA et al., 2012). Para a produção de mudas de Croton
floribundus o tubete de 115 cm³ foi o mais eficiente (ALMEIDA et al., 2014) e para Cassia
leptophylla, Eugenia involucrata e Cedrela fissilis a semeadura direta em recipientes plásticos
de 11 × 18 cm foi o método mais indicado (VARGAS et al., 2011). Mudas de Mimosa
caesalpiniifolia produzidas em tubetes de maiores dimensões, 110, 180 e 280 cm³, apresentaram
melhor padrão de qualidade que as mudas produzidas nos tubetes de 30 e 55 cm³ no momento
da expedição, no entanto após o plantio em campo não foi constatado diferença significativa
entre as mudas (MELO et al., 2018).

2.1.3 Substrato

Um substrato é considerado ideal quando este apresenta atributos que permitam que a
planta inicie o ciclo de vida de modo satisfatório, possibilitando assim a máxima expressão
gênica do vegetal (PORTO et al., 2018). Os substratos usados para a formação das mudas
florestais devem promover a sustentação das mudas, o bom desenvolvimento do sistema
radicular e facilitar a retirada da muda do recipiente, e ainda, oferecer bons atributos químicos
e físicos necessários ao crescimento das mudas (SOUZA JÚNIOR; CARMELLO; SODRE,
2011). O substrato deve ser homogêneo, ter porosidade que favoreça a aeração e a retenção de
água, estar livre de patógenos e sementes, e ser economicamente viável (CRESTANA et al.,
2007).
16

Estudos avaliando o comportamento dos substratos são realizados objetivando


determinar sua relação com a produção de mudas. Mudas de Handroanthus impetiginosus
foram produzidas em diferentes tipos de substratos, o substrato comercial Plantmax® foi o que
proporcionou a obtenção de mudas maiores, mais vigorosas e de melhor qualidade (ALVES e
FREIRE, 2017). O substrato composto por 60% de turfa e 40% de casca de arroz carbonizada
foi eficiente para a formação adequada de mudas de Cabralea canjerana (GASPARIN et al.,
2014). O substrato contento lodo de esgoto associado ao composto orgânico foi o mais eficiente
na produção de mudas de Psidium cattleianum (MARQUES et al., 2018). Para produzir mudas
de Enterolobium contortisiliquum com um adequado padrão de qualidade recomenda-se utilizar
50% de casca de arroz carbonizada mais 50% de solo (SAIDELLES et al., 2009).

2.1.4 Nutrientes

Fornecer adequadamente nutrientes as mudas é importância para produzir plantas


vigorosas, bem nutridas e resistentes, consequentemente, mais tolerantes ao pós-plantio
(VALERI et al., 2015). Mudas nutricionalmente balanceadas serão mais tolerantes à seca e ao
frio e terão maiores vantagens competitivas (JACKSON; DUMROESE; BARNETT, 2012).
Em relação à nutrição de espécies arbóreas florestais existe a dificuldade de determinar a
fertilização específica para cada espécie, devido ao alto número de espécies existentes. Deste
modo, têm sido adotadas recomendações que suprem as necessidades das espécies mais
exigentes, sobre tudo nos macronutrientes mais requeridos pelas plantas o N-P-K (CRUZ;
PAIVA; GUERRERO, 2006), assim as demais espécies têm sua demanda atendida. A
influência de diferentes doses de nitrogênio na produção de mudas de Swietenia macrophylla
foi avaliada e os resultados mostraram que a dose de máxima eficiência física correspondeu a
61,5 g de nitrogênio por toneladas de substrato (TUCCI, LIMA e LESSA, 2009). Submetendo
a espécie Anadenanthera macrocarpa a doses de N, P, K, Ca e Mg foi possível observar que os
nutrientes que mais limitam o crescimento das mudas são o P e o N, sendo o K, o Ca e o Mg os
menos limitantes (GONÇALVES et al., 2012). Para a produção de mudas de Schinus
terebinthifolia de qualidade o recomendado é utilizar 0,06 e 0,05 g L-1 de MAP (fosfato
monoamônico) em tubetes de 50 e 150 mL, respectivamente e 3,50 g L-1 de Osmocote
(fertilizante de liberação controlada) em tubetes de 50 e 150 mL (JOSÉ et al., 2009).
17

2.1.5 Tempo de permanência no viveiro

O tempo de permanência da muda no viveiro é variável e depende de fatores como:


espécie, desenvolvimento, época de semeadura, condução dos tratos culturais e período de
comercialização. No entanto, realizar o plantio de mudas que ficaram tempo excessivo no
viveiro pode levar a problemas durante o estabelecimento inicial após o plantio, uma vez que
ocorre o enovelamento do sistema radicular e redução do crescimento (MAFIA et al., 2005).
Ainda, mudas permanecendo no viveiro após o período ideal a sua formação elevam os custos
de produção, já que a irrigação e os tratos culturais de manutenção não poderão ser suspensos.
Visando determinar a idade ótima de expedição das mudas de Araucaria angustifolia,
90, 120, 150 e 180 dias, a qualidade e o desenvolvimento das mudas produzidas em tubetes de
diferentes volumes, 50, 100 e 200 cm³ foi analisada. As idades adequadas para a expedição de
mudas de qualidade de Araucaria angustifolia são dependentes do volume dos tubetes, sendo
que mudas produzidas em tubetes de 50 cm³ podem permanecer em viveiro até 120 dias após o
plantio, já mudas produzidas em tubetes de 200 cm³ podem permanecer em viveiro por períodos
maiores que 150 dias (SCHORN et al., 2019).

2.2 Viveiros para produção de mudas florestais nativas

A produção de mudas arbóreas nativas deve sempre priorizar a qualidade e,


consequentemente, a execução eficiente das técnicas de manejo, desde a obtenção de sementes
até o processo de expedição das mudas (SCREMIN-DIAS et al., 2006). No decorrer da
produção ao sinal de algum problema este deve ser logo resolvido para não afetar a formação e
a qualidade das mudas. A comercialização de lotes de mudas de alta qualidade fará com que as
mesmas se estabeleçam com maior eficiência após o plantio, o que resultará na valorização do
produto no mercado (SCREMIN-DIAS et al., 2006).
Visando que mudas de espécies nativas são importantes insumos para a restauração da
vegetação nativa um diagnóstico da produção de mudas florestais nativas no Brasil foi
elaborado, esse trabalho buscou traçar um perfil quantitativo, econômico e social da produção
de mudas de espécies florestais nativas no Brasil (SILVA et al., 2014). Ao longo da pesquisa
246 viveiros confirmaram produzir espécies florestais nativas, tendo a maioria produção média
anual entre 50 mil e 100 mil mudas por ano. Quanto à caracterização administrativa dos
viveiros, 70,73% são privados, 18,70% são públicos e 6,10% são administradas por
organizações não governamentais - ONGs.
18

A maioria dos viveiros entrevistados comercializam espécies nativas e exóticas, isso


devido à comercialização de mudas florestais nativas ser um problema que costuma ser relatado
como um gargalo do setor (SILVA et al., 2014). Assim os produtores equilibram as vendas com
as espécies exóticas. Entre os problemas enfrentados pelo setor produtivo de mudas florestais
nativas os mais citados foram à falta de mão de obra capacitada, a dificuldade de
comercialização das mudas e o suprimento de sementes. A comercialização das mudas foi
indicada como o principal entrave enfrentado pelos viveiristas (SILVA et al., 2014). A variação
no tempo de comercialização gera a necessidade das mudas permanecerem por mais tempo no
viveiro, levando a perda de qualidade.

2.3 Indicadores de crescimento e qualidade de mudas

O crescimento e o desenvolvimento dos vegetais têm início com o processo de


germinação das sementes e formação de plântulas, quando encontram condições ideais (PES e
ATENHARDT, 2015). O crescimento pode ser definido como a ocorrência de mudanças
irreversíveis de volume das células das plantas acompanhado do acúmulo de biomassa
(WILHELM e McMASTER, 1995). Já o desenvolvimento é aplicado em um sentido mais
amplo, refere-se ao conjunto de mudanças que a planta passa ao longo de seu ciclo, abrangendo
o crescimento, a diferenciação, a reprodução e a senescência (WILHELM e McMASTER,
1995).
A avaliação da qualidade de mudas pode ser feita a partir de avaliações do crescimento.
O crescimento de um vegetal pode ser mensurado por meio de avaliações baseadas nas
características morfológicas e fisiológicas (ELOY et al., 2013; GOMES et al., 2002), sendo os
métodos de avaliações também conhecidos como indicadores de crescimento. É importante
ressaltar que estas características são dependentes de fatores genéticos do material de origem,
das condições ambientais, sítios ecológicos e manejo (PARVIAINEN, 1981).
Os métodos de avaliações baseados na fisiologia das mudas são muito precisos, mas
complexos, requerem equipamentos específicos e, às vezes, a destruição da muda; além da
necessidade de conhecimentos específicos e tempo para análises (GOMES, 2001). Por esse
motivo, são pouco usados nas avaliações de mudas produzidas em viveiros comerciais.
Os métodos de avaliações baseados na morfologia das plantas, por serem procedimentos
de fácil aplicação, vêm sendo amplamente utilizados pelos viveiristas para determinar a
qualidade das mudas de espécies florestais (FONSECA, 1988; PAIVA, 2000). Os indicadores
de crescimento mais utilizados pelos viveiros são altura da parte aérea (H) e diâmetro do coleto
19

(D), por serem métodos não destrutivos e de fácil aplicação. No entanto, as massas secas de
folhas (MSF), caules (MSC), raízes (MSR) e total (MST), razão altura da parte aérea/diâmetro
do coleto (H/D), razão massa seca da parte aérea/massa seca de raízes (MSPA/MSR) e o índice
de qualidade de Dickson (IQD) são métodos de avaliações morfológicas eficientes e
amplamente empregados pelos pesquisadores (CRUZ; PAIVA; GUERRERO, 2006). Entre
estes, o IQD se destaca por ser um índice de qualidade que se baseia em várias características
morfológicas reduzindo a possibilidade de erros na determinação da qualidade das mudas
(DICKSON; LEAF; HOSNER, 1960).
Todos os métodos empregados para avaliar a qualidade de mudas, morfológicos e
fisiológicos, são passíveis de sucesso e/ou insucesso, cabe ao viveirista e ao pesquisador
escolher aqueles métodos que melhor enquadrem em seus objetivos de produção, ressaltando
sempre a qualidade da muda que se quer enviar ao campo. Contudo, os métodos morfológicos
vêm sendo mais aplicados nas avaliações de qualidade de mudas, devido à facilidade de
obtenção.

2.3.1 Indicadores morfológicos da qualidade de mudas

2.3.1.1 Altura da parte aérea (H)

A (H) é um dos indicadores de qualidade mais utilizados pelos viveiristas, por ser de
fácil determinação, pois pode ser usado em qualquer espécie florestal e em todo tipo de viveiro,
e ainda tem a vantagem de não ser um método destrutivo (GOMES et al., 2002; OLIVEIRA et
al., 2014). No entanto, não se pode estabelecer uma altura ideal da parte aérea, pois este é um
indicador de crescimento que depende da espécie e da idade da muda (DUTRA et al., 2013;
REIS et al., 1991). Além disso, a altura da muda pode ser influenciada por métodos de manejo
empregados nos viveiros (MEXAL; LANDS, 1990). É um dos mais importantes métodos para
estimar o crescimento da muda florestal em campo (REIS et al., 1991).
Durante o período de produção de mudas de Trema micranta, 90, 120 e 150 dias sob
sombreamento, com 48% de retenção da radiação, as mudas que permaneceram por mais tempo
no sombreamento alcançaram maiores alturas das partes aéreas, no entanto foram as que
apresentaram os piores valores para avaliação da qualidade de mudas. Sua constatação ressalta
a importância de aliar mais de um método de avaliação para determinar a qualidade das mudas
em produção (FONSECA et al., 2002).
20

2.3.1.2 Diâmetro do coleto (D)

O indicador diâmetro do coleto (D) é eventualmente empregado nas avaliações de


qualidade de mudas nos viveiros, normalmente associado à altura da parte aérea (FONSECA,
2000; REIS et al., 1991). O D é um indicador de crescimento não destrutivo e de fácil
mensuração (GOMES, 1978). Porém, não existe um valor único de diâmetro de coleto para
definir a qualidade de mudas aptas ao plantio, pois este é dependente da espécie, do material
genético, do local e das técnicas de cultivo (GOMES, 2001). No entanto, a autores que afirmam
que as mudas com boa qualidade devem ter maiores diâmetros de coleto para melhor equilíbrio
do crescimento da parte aérea (CARNEIRO, 1995). Mudas com diâmetro do coleto maior
resistem mais ao tombamento e aos danos provenientes da herbivoria (JOHNSON e CLINE,
1990). Mudas de Jacaranda micranta tiveram maiores diâmetros de coleto nos tubetes de 300
cm³, 9,65 mm aos 120 dias e 15,23 mm aos 180 dias (MALAVASI e MALAVASI, 2006).

2.3.1.3 Massa seca da planta (MS)

A MS é um método de avalição mais trabalhoso que a H e o D (CRUZ; PAIVA;


GUERRERO, 2006). A determinação da MS é realizada mediante a destruição das mudas, com
posterior secagem em estufas. Normalmente são determinadas as massas secas de cada parte da
planta, ou seja, folhas (MSF), caules (MSC) e raízes (MSR), a fim de estabelecer associações
entre os valores das massas e obter outros índices de avaliações morfológicas (CARNEIRO,
1995).
A massa seca total (MST) de uma planta é uma medida fundamental de crescimento,
pois representa o ganho líquido de carbono no processo fotossintético (ARMSON;
SANDREIKA, 1979). Na produção de mudas de Schinus terebinthifolius em diferentes
compostos orgânicos as mudas produzidas nos melhores tratamentos obtiveram as maiores
médias de biomassa seca da parte aérea, raízes e total (CALDEIRA et al., 2008).

2.3.2 Índices morfológicos da qualidade de mudas

2.3.2.1 Razão altura da parte aérea por diâmetro do coleto (H/D)

A razão (H/D) relaciona dois importantes indicadores de crescimento de mudas em um


índice, conhecido também como quociente de robustez (GOMES et al., 2002; PEREIRA et al.,
21

2010). A razão H/D é amplamente empregada devido à facilidade de mensurar seus


componentes e por se mostrar de alta confiabilidade, expressando o equilíbrio de crescimento
da muda (CARNEIRO, 1995). Nessa razão considera-se que uma relação menor indica uma
muda mais robusta, ou seja, apta a sobreviver e se estabelecer após o plantio em campo
(HAASE, 2008). Por outro lado, valores altos indicam mudas relativamente delgadas, mais
susceptíveis a danos causados por manuseamento, vento, seca e geada (HAASE, 2008).
Diferentes níveis de adubação fosfatada, 0, 800, 1600 e 2400 mg.dm-3, foram usados durante a
produção de mudas de Schizolobium parahyba, a razão H/D correlacionou-se positivamente
com os níveis analisados, ajudando definir que a dose de 800 mg.dm-3 contribuiu para a melhor
qualidade das mudas (GARCIA e SOUZA, 2015).

2.3.2.2 Razão massa seca da parte aérea por massa seca de raízes (MSPA/MSR)

A razão (MSPA/MSR) mostra ser um índice eficiente nas medições de crescimento para
determinar a qualidade de um lote de mudas (PARVIAINEN, 1981), podendo ser aplicado em
estudos ecológicos e fisiológicos ressaltando sempre que são condicionados pelo material de
origem e local de cultivo (SHEPHERD et al., 1984). Essa relação descreve o equilíbrio da
alocação de biomassa para folhas, caules e raízes. A melhor relação entre eles é expressa quando
o valor resultante é 2,0 (BRISSETTE, 1984). É válido ressaltar que não é recomendado o uso
isolado dessa razão para determinar a qualidade das mudas em produção (FONSECA et al.,
2002).
Nóbrega et al. (2008) avaliando o comportamento de mudas de Sesbania virgata sob
diferentes substratos fertilizados com composto de lixo urbano, observaram que as mudas
produzidas no substrato 40% de composto de lixo urbano e 60% de solo apresentaram o valor
da MSPA/MSR de 2,0, mostrando estar dentro dos padrões indicados por Brissette (1984). Foi
encontrada uma estreita relação entre o peso de matéria seca da parte aérea e o correspondente
peso de matéria seca das raízes para mudas de Pseudotsuga menziesii (WILSON e CAMPBEL,
1972).

2.3.2.3 Índice de qualidade de Dickson (IQD)

O IQD foi um índice desenvolvido por Dickson, Leaf e Hosner (1960) durante estudos
com Picea glauca e Pinus monficola, espécies pertencentes à família Pinaceae. A fórmula do
IQD busca o equilíbrio para a determinação do potencial de sobrevivência e crescimento das
22

plantas no pós-plantio (GOMES, 2001). O IQD tem como base a relação entre diversos
indicadores de crescimento já usados para determinar a qualidade das mudas, ou seja, MST,
MSPA, MSR, H e D. Segundo Dickson, Leaf e Hosner (1960) baseando o índice de qualidade
em várias características morfológicas os possíveis erros que poderiam ser encontrados ao usar
um ou dois indicadores serão minimizados. Os autores também ponderam que embora a
avaliação morfológica possa não ser a medida mais precisa para definir a qualidade da muda é
a mais fácil e a mais acessível, quando comparada a fisiológica.
O IQD é determinado por meio da fórmula (DICKSON; LEAF; HOSNER, 1960):

𝑀𝑆𝑇 (𝑔)
𝐼𝑄𝐷 =
𝐻 (𝑐𝑚) 𝑀𝑆𝑃𝐴 (𝑔)
+
𝐷 (𝑚𝑚) 𝑀𝑆𝑅 (𝑔)

O IQD é amplamente recomendado por diversos autores, sendo sempre considerado


como um dos melhores índices, se não o melhor, para determinar a qualidade das mudas de
espécies florestais (COSTA et al., 2011; FERNANDES et al., 2019; FONSECA et al., 2002;
MELO et al., 2008). É um ótimo indicador da qualidade das mudas porque inclui no seu cálculo
a robustez e o equilíbrio da alocação da biomassa da muda (MANÃS, CASTRO e HERAS,
2009). Assim, as várias características morfológicas utilizadas em conjunto no IQD permitem
predizer a qualidade das mudas ainda no viveiro, uma vez que a utilização dos indicadores de
crescimento de forma isolada eleva o risco da escolha equivocada das mudas. No entanto, o
IQD é um índice que fornece valores variáveis, os valores diferem em função da espécie,
material genético, condições de cultivo e da idade em que a muda passou pela avaliação
(GASPARIN, 2012; GOMES et al., 2013).
Os autores do IQD, Dickson, Leaf e Hosner (1960) não estabeleceram um valor ideal
para este índice, seja este mínimo ou máximo. Em (1990) Hunt chegou a definir o valor mínimo
de 0,20 como um bom indicador para mudas de Pseudotsuga menziesii e Picea abies, esse valor
mínimo vem sendo amplamente considerado, no entanto é preciso ter prudência ao usar esse
valor como referência, observando sempre a espécie e condições de cultivo (AZEVEDO et al.,
2010). Leles et al. (2006) ressaltam que estudos com as espécies da flora brasileira são
necessários para definir os valores de IQD mais condizentes com a flora nacional. É
aconselhável analisar o comportamento do IQD e relacioná-lo aos demais indicadores usados
para avaliar a qualidade das mudas para chegar a resultados mais precisos.
23

Ao avaliar a qualidade de mudas de Anadenanthera macrocarpa foi constatado que o


IQD foi influenciado positivamente pela elevação da saturação por base dos substratos, estando
as melhores mudas na saturação de 70,0% para o latossolo distrófico e na saturação de 50,0%
para o latossolo álico (BERNARDINO et al., 2005).
Diferentes tamanhos de tubetes, 50, 110 e 300 cm³, foram usados para produzir mudas
de Hymenaea courbaril, Tabebuia chrysotricha e Garapiptadenia rigida, as mudas produzidas
no tubete de 300 cm³ apresentaram valores de IQD significativamente maiores aos das mudas
produzidas nos demais tubetes (FERRAZ e ENGEL, 2011).
O IQD indicou que a produção de mudas de melhor qualidade de Enterolobium
contortisiliquum pode ser feita a pleno sol ou com 20% de sombreamento (MELO et al., 2008).
Foi possível constatar por meio do IQD que as mudas de Calophyllum brasiliensis produzidas
a pleno sol foram de melhor qualidade (SARAIVA, 2013). Azevedo et al. (2015) obtiveram o
mesmo resultado para mudas de Azadirachta indica. REIS et al. (2016) encontraram valores de
IQD abaixo de 0,20 para as plantas de Copaifera langsdorffii submetidas a níveis extremos de
sombreamento (pleno sol e 90% de sombreamento) e indicam que as mudas devem ser
utilizadas com cautela quando produzidas nestas condições.
Os efeitos da inoculação com bactérias diazotróficas e da adubação nitrogenada na
produção de mudas de Inga laurina foram avaliados, os tratamentos com inoculação não
proporcionaram o crescimento ideal as mudas, uma vez que os valores do IQD e das demais
variáveis de crescimento foram significativamente maiores para o tratamento sem inoculação e
com adubação nitrogenada semanal (GÓES et al., 2015).

2.4 Mata Atlântica

A Mata Atlântica é formada por um extenso e diverso conjunto de formações florestais


que constituem paisagens de ampla beleza em aproximadamente 17 estados brasileiros,
presentes nas regiões litorâneas e nos planaltos e serras do interior do Rio Grande do Norte ao
Rio Grande do Sul (CAMPANILI; SCHAFFER, 2010). As formações são divididas em dois
grupos, formações florestais nativas (Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista,
Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual e Floresta Ombrófila Aberta),
e ecossistemas associados (restingas, manguezais, campos de altitude, brejos interioranos e
encraves florestais do Nordeste) (CAMPANILI; SCHAFFER, 2010; VELOSO; RANGEL
FILHO; LIMA, 1991).
24

O bioma Mata Atlântica foi classificado como um hotspot, ou seja, uma área de alta
biodiversidade e endemismo na qual a fauna e a flora estão altamente ameaçadas
(CAMPANILI; SCHAFFER, 2010). Estima-se que a Mata Atlântica possua cerca de 20.000
espécies vegetais, cerca de 36% das espécies existentes no Brasil, das quais 8 mil são endêmicas
(MYERS et al., 2000). Esses números contribuem para que o Brasil seja o campeão em
megadiversidade do mundo (GENTRY et al., 1997). Estudos realizados no Parque Estadual da
Serra do Conduru no sul da Bahia identificaram 454 espécies de árvores distintas em um só
hectare, comprovando a alta diversidade arbórea da Mata Atlântica (MARTINI et al., 2007).

2.4.1 Espécies florestais nativas da Mata Atlântica

2.4.1.1 Calophyllum brasiliense Cambess.

A espécie C. brasiliense é uma espécie pertencente à família das Calophyllaceae, sendo


a espécie do gênero Calophyllum mais abundante da América Latina (MESÍA-VELA et al.,
2001). É nativa do Brasil, mas não endêmica, está presente em diversas formações florestais,
com exceção do bioma Pampa, do Norte ao Sul do país (CARVALHO, 1994), a espécie
pertence ao grupo sucessional secundária tardia, comportando-se muito bem em áreas de
elevada umidade (DURIGAN et al., 1990).
C. brasiliense é conhecido como guanandi, guarandi, olandi ou jacareúba, tem porte
arbóreo, medindo entre 20 e 30 m de altura, com tronco de 40 a 60 cm de diâmetro, a casca do
caule é amarelo avermelhada, dura, fibrosa e de aroma adocicado (CORRÊA, 1984). As folhas
são opostas cruzadas, simples, coriáceas, pecíolo curto, simétricas, de forma oblonga e de
coloração verde escura brilhante na face adaxial (MUNDO, 2007). As flores são pequenas,
dispostas em racemos axilares e terminais e de coloração branca (CORRÊA, 1984).
Sua madeira é muito apreciada pela versatilidade, sendo adequada para obras internas e
externas e construções de diversos segmentos, suas folhas e látex também são amplamente
utilizados pela medicina popular para tratamento de pessoas e animais (CARVALHO, 1994;
LORENZI, 1992). Vários são os estudos envolvendo as propriedades farmacológicas do olandi,
suas folhas possuem compostos com atividade anti-HIV (HUERTA-REYES et al., 2004), a
cumarina presente na casca do tronco possuem ação antiviral e anticancerígena (ITO et al.,
2003).
A espécie possui características que são desejáveis em arborização urbana, em
reflorestamentos e em plantios comerciais. As mudas de C. brasiliense são produzidas a partir
25

de suas sementes, a germinação inicia de 30 a 50 dias após a semeadura, e a porcentagem de


germinação fica acima de 60%, as mudas estarão prontas para plantio no campo de 7 a 10 meses
após a semeadura (OLIVEIRA et al., 2016).

2.4.1.2 Eriotheca macrophylla (K. Schum.) A. Robyns

A espécie E. macrophylla, nome popular Imbiruçu, pertence à família Malvaceae, é


endêmica do Brasil na Mata Atlântica (FORZZA et al., 2010), ocorrência confirmada nos
estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Pernambuco) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais,
Rio de Janeiro) (DUARTE, 2010). Pertencem ao grupo ecológico das secundárias iniciais
(GANDOLFI; LEITÃO FILHO; BEZERRA, 1995; JESUS; ROLIM, 2005).
Segundo Duarte (2010) as características morfológicas da espécie são: espécie de porte
arbóreo com alturas que variam de 10 a 25 m, perenifólia, com diâmetro do tronco variando
entre 5 a 70 cm. Suas folhas são folioladas, e estes são cartáceos a coriáceos, oblongos a largo
obovados, e seus pecíolos são glabros. Suas flores surgem de 2 a 7 em cada cima, botões florais
oblongos e com pétalas côncavas.
E. macrophylla é usado para reflorestamento de áreas degradadas e matas ciliares, a
produção de mudas em viveiros florestais ocorre via seminal, as mudas estarão prontas para
plantio no campo em aproximadamente 12 meses após a semeadura, informações segundo
Carvalho (2008) para Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott & Endl. E. macrophylla (K.
Schum.) A. Robyns está entre as muitas espécies florestais com carência de estudos.

2.4.1.3 Inga laurina (Sw) Willd

A espécie I. laurina pertence à família Fabaceae (OLIVEIRA et al., 2016) de porte


arbóreo, com árvores medindo de 5 a 8 m de altura com ampla copa (POSSETTE;
RODRIGUES, 2010). I. laurina está distribuída em toda a América do Sul, nativa do Brasil,
não endêmica, encontra-se nos estados Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, nos biomas
Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (PENNINGTON, 1997). A espécie é conhecida
popularmente como ingá-mirim, ingá-de-quatro-folhas, ingá-periquito e ingá. Ingá está
classificada no grupo ecológico como secundaria inicial, espécie característica de florestas
secundárias em geral, matas perturbadas, capoeiras, matas ciliares e cabruca (SAMBUICHI et
al., 2009).
26

Segundo Possette (2008) as características morfológicas de I. laurina são ramos


cilíndricos a levemente angulosos, glabros, esparsamente lenticelados, lenticelas
esbranquiçadas, com estípulas glabras, lineares persistentes. Folhas pecioladas, vestigialmente
alados e glabros, folíolos de 1 a 2 pares, elípticos ou obovados, superfícies foliolares glabras e
coriáceas. Flores de coloração branca, sésseis, pétalas glabras e sépalas glabras a glabrescentes.
Por sua capacidade de nodulação para a fixação biológica do nitrogênio, porte, formato
de copa globosa, ocorrência natural e por apresentar frutos comestíveis é útil para sistemas
agroflorestais, na arborização urbana e para restauração florestal (ANDRADE et al., 2015;
MATOS; QUEIROZ, 2009), sua madeira é usada para caixotaria, lenha e carvão (SAMBUICHI
et al., 2009).
A produção das mudas de I. laurina ocorre por meio de sementes que apresentam
recalcitrância, sua germinação encontra-se entre 10 a 15 dias após a semeadura, o peso médio
de mil sementes é de aproximadamente 540 g (SCHULZ et al., 2014), a porcentagem de
germinação pode alcançar 96% e as mudas estarão prontas para plantio no campo em 6 a 8
meses após semeadura (OLIVEIRA et al., 2016).

2.4.1.4 Psidium cattleyanum Sabine

A espécie P. cattleyanum é uma Myrtaceae, nativa em toda parte oriental da América


do Sul (SANCHOTENE, 1989). No Brasil é geralmente conhecida como araçá, araçá do campo,
araçá-amarelo, araçá-vermelho e araçá-cagão, com distribuição natural nas regiões Nordeste,
Sudeste e Sul do país. A planta é de porte arbustivo ou arbóreo muito rústico, podendo variar
de 0,7 a 6 m de altura (CAVALCANTE, 1974). Suas folhas são opostas, obovadas, glabras ou
raramente pubérulas, com pequenos pelos eretos nos ramos novos, pecíolos superiores e com
coloração verde escura (PIO CORREIA, 1984; REITZ; KLEIN; REIS, 1983). Seu tronco é
tortuoso e de casca lisa, que descama deixando à mostra a nova casca de coloração mais clara,
característica marcante da espécie (SANCHOTENE, 1985). Suas flores são brancas, dispostas
em pedúnculos opostos e unifloros de disposição axilar ou partindo de ramos desnudos
(CAVALCANTE, 1974; SANCHOTENE, 1985).
Pertence ao grupo ecológico das secundárias iniciais, ou seja, desenvolvem-se em
clareiras pequenas ou mais raramente no sub-bosque, com condições de baixo sombreamento,
ocorrendo também em áreas de antigas clareiras (PAULA et al., 2004).
P. cattleyanum apresenta grande potencial para exploração econômica, em virtude das
características dos seus frutos, da boa aceitação para consumo e pelo teor de vitamina C. Tem
27

um aproveitamento muito diversificado, os frutos são utilizados no preparo de geleias,


compotas e doces em pastas, a madeira é usada na construção civil, e ainda é usado como planta
ornamental (WIKLER, 1995). É uma espécie de grande potencial para recomposição de áreas
degradadas, a produção de mudas de araçazeiro é realizada por meio de sementes, a germinação
é demorada e desuniforme, iniciando após 3 meses da semeadura (ANJOS; FERRAZ, 1999).
O peso de mil sementes é de aproximadamente 16,15 g (BRUNING; LUCIO; MUNIZ, 2011)
e o tempo de produção de mudas é de 3 a 4 meses (NOGUEIRA et al., 2016).

2.4.1.5 Roupala montana var. brasiliensis (Klotzsch) K. S. Edwards

A espécie R. montana pertence à família Proteaceae e seu grupo ecológico é o das


secundárias iniciais (CARVALHO, 2008). Registros mostram sua ocorrência em várias partes
da América Central e da América do Sul (PRANCE et al. 2007), no Brasil encontra-se presente
no Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul, sua ocorrência destaca-se nos biomas Cerrado,
Amazônia e Mata Atlântica em solos úmidos e humosos das matas ciliares de todas as
formações florestais (CARVALHO, 2008). Seus nomes populares são carvalho-brasileiro,
carvalho, congonha e carne-de-vaca, essa última denominação é devido sua madeira lembrar o
cheiro e a coloração da carne bovina (PRANCE et al. 2007). A planta é de porte arbustivo a
arbóreo, as árvores maiores atingem dimensões próximas a 12 m de altura e 32 cm de DAP
(diâmetro médio do peito) na idade adulta e possui comportamento semidecíduo de mudança
foliar (CARVALHO, 2008). A R. montana var. brasiliensis distingue-se das outras três
variedades de R. montana pelas folhas simples de cor verde-clara com pecíolo moderadamente
longo e lâmina decorrentes, e pelos frutos, que quando maduros são glabros e menores
(PRANCE et al. 2007), os ramos jovens são glabros ou com pilosidade ferrugínea. Sua
inflorescência apresenta-se em tirso solitário ou geminado, em pseudo-racemo axilar e terminal,
as flores possuem coloração creme e são monoclamídeas, actinomorfas, recurvas na antese
(CARVALHO, 2008).
A espécie é utilizada para recomposição da vegetação em matas ciliares, capoeiras e
áreas úmidas, sua madeira é utilizada para marcenaria, mobiliário, construção civil e naval,
possui potencial para ser utilizada como ornamental (FONSECA, 1922).
A produção de mudas de R. montana ocorre via seminal, o peso de mil sementes fica
próximo de 20g (CARVALHO, 2008), após a semeadura as sementes começam a germinar a
partir de 25 dias, e a porcentagem de germinação pode alcançar 70%, as mudas estarão prontas
28

para plantio no campo em aproximadamente 12 meses após semeadura (OLIVEIRA et al.,


2016).

2.4.1.6 Sloanea obtusifolia (Moric.) K. Schum.

A espécie S. obtusifolia pertence à família Elaeocarpaceae, sendo seu maior gênero,


distribuídas na América do Sul, América Central e México (SAMPAIO, 2009; SMITH, 1996).
É uma espécie nativa e endêmica do Brasil, com registros de ocorrência na Amazônia e na Mata
Atlântica do sul da Bahia a São Paulo (SAMBUICHI et al., 2009). S. obtusifolia é conhecida
como Gindiba, seu porte é arbóreo, com altura variando de 30 a 50 m, tronco retilíneo,
encontrando-se na floresta ombrófila primária e em áreas de cabruca (SAMBUICHI et al., 2009;
SAMPAIO, 2019). Dentro da classificação ecológica é uma espécie climácica, essas espécies
são geralmente tolerantes à sombra e apresentam crescimento lento, ciclo de vida longo e
sementes grandes (SAMBUICHI, et al., 2009).
Segundo Silveira (2009) a S. obtusifolia possui ramos jovens estriados, não lenticelados
e puberulentos. Folhas alternas, concentradas no ápice dos ramos, pecíolos estriados,
pubescentes, raro velutinos e limbo obovado. Flores com 4 a 5 sépalas, unisseriadas ou
bisseriadas, inteiras ou recortadas, iguais ou desiguais.
S. obtusifolia encontra-se no grupo de espécies indicadas para recompor áreas em
restauração, sua madeira é utilizada para construção civil e carpintaria, soalho, vigas, caibros,
barrotes e obras expostas como moirões, pranchas de pontes (COELHO, 1997). Suas mudas
são produzidas a partir de sementes, a germinação é rápida e com uma taxa germinativa alta,
porém o desenvolvimento das mudas é lento (SAMBUICHI et al., 2009).
29

3 MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizadas mudas de seis espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica do sul da
Bahia, a saber: C. brasiliense, E. macrophylla, I. laurina, P. cattleyanum, R. montana e S.
obtusifolia, as espécies foram selecionadas de acordo com o material propagativo disponível.
As mudas foram produzidas no viveiro do Instituto Floresta Viva, localizado em Serra Grande,
distrito de Uruçuca-BA, no período de 02/2012 a 12/2013. O viveiro Floresta Viva é composto
por uma estrutura de alumínio coberta com tela preta que permite a passagem de
aproximadamente 50% da radiação incidente no pleno sol, além de uma área de rustificação,
onde as mudas são expostas ao pleno sol antes da expedição para o campo, e galpões de apoio.
As mudas analisadas foram produzidas seguindo protocolo do viveiro. As sementes
foram coletadas em fragmentos florestais localizados na região de Ilhéus - Uruçuca e as
semeaduras foram realizadas em canteiro de germinação. Para cada espécie a semeadura,
repicagem e amostragem foram realizadas em períodos diferentes (Apêndice A). Após a
germinação, as plântulas foram repicadas para tubetes de 115 cm³ preenchidos com o substrato
comercial HS Florestal® da empresa Holambra Substratos, composto de casca de pinus
compostada, turfa vegetal e vermiculita. A repicagem das plântulas foi feita após a abertura dos
cotilédones, priorizando a uniformidade. Os tubetes foram acondicionados em bandejas de
capacidade para 108 tubetes, foram distribuídos de forma a adotar densidade de 50% da
bandeja. Após a repicagem foram realizadas adubações semanais com nitrogênio (ureia - 60
mg.dm-³) e potássio (cloreto de potássio - 30 mg.dm-³), o fósforo foi aplicado apenas na
primeira adubação (fosfato monoamônico - 150 mg.dm-³). As mudas foram irrigadas todos os
dias por meio de microaspersão automática. Com a finalidade de evitar possíveis efeitos da
localização das mudas no viveiro, estas foram dispostas em blocos, de acordo com os arranjos
experimentais descritos em Góes et al. (2015) e Jesus et al. (2016).
Para a amostragem foi avaliado diferente número de mudas por espécie, a saber: C.
brasiliense, n = 48; E. macrophylla, n = 48, I. laurina, n = 36; P. cattleyanum, n = 47; R.
montana, n = 48 e S. obtusifolia, n = 36. Foram avaliadas a massa seca de folhas (MSF), caules
(MSC) e raízes (MSR), altura da parte aérea (H) e diâmetro do coleto (D). A H foi avaliada
com régua, do coleto até o ápice e o D foi medido com paquímetro digital, analisado ao nível
da borda do tubete. Para determinação da massa seca, as mudas foram coletadas, lavadas,
separadas em folhas, caules e raízes. O material vegetal foi acondicionado separadamente em
sacos de papel kraft e colocados para secar em estufa de ventilação forçada a 75°C até obter
massa constante. A partir desses valores, foram calculadas as seguintes variáveis, com base em
30

Dickson, Leaf e Hosner (1960): massa seca total (MST), em g: MST = MSF + MSC + MSR;
massa seca da parte aérea (MSPA), em g: MSPA = MSC + MSF; razão altura da parte aérea
por diâmetro do coleto (H/D), em cm mm-1; razão massa seca da parte aérea por massa seca de
raízes (MSPA/MSR), em g; índice de qualidade de Dickson (IQD): IQD = MST / [(H/D) +
(MSPA / MSR)]; razão da massa de folhas (RMF): MSF/MST; razão da massa de caules
(RMC): MSC/MST; e razão da massa de raízes (RMR): MSR/MST. No Apêndice B encontram-
se as informações referentes aos dias após a semeadura (DAS), dias após a repicagem (DAR),
valores médios de: altura da parte aérea (H), diâmetro do coleto (D), massa seca de folhas
(MSF), massa seca de caules (MSC), massa seca de raízes (MSR), massa seca total (MST) e
número de plantas amostradas (N) para cada espécie.
A partir dos dados amostrais foram obtidos os intervalos com 95% de confiança para as
médias populacionais. A determinação da intensidade da correlação entre indicadores de
crescimento das mudas e o IQD e, da alocação de biomassa e o IQD foi feita por meio da
correlação de Pearson. A intensidade da correlação foi encontrada para cada espécie
individualmente e para as seis espécies através da análise conjunta dos dados. A interpretação
das intensidades de correlações foi fundamentada na classificação de Hinkle, Wiersma e Jurs
(2003) (Figura 1). O software utilizado para as análises estatísticas foi o R (R Core Team, 2018).

Figura 1 – Interpretação do valor do coeficiente de correlação (r).

Correlação Valor de r
Muito Forte - 0,90 a - 1,00 0,90 a 1,00
Forte - 0,70 a - 0,89 0,70 a 0,89
Moderada - 0,50 a - 0,69 0,50 a 0,69
Fraca - 0,30 a - 0,49 0,30 a 0,49
Muito Fraca ou Ausente - 0,00 a - 0,29 0,00 a 0,29
Fonte: Hinkle, Wiersma e Jurs (2003)
Legenda: cor azul (correlações negativas); cor marrom avermelhado (correlações positivas)
31

4 RESULTADOS

Ao se comparar as razões de massa de folhas (RMF) entre as espécies estudadas a


espécie S. obtusifolia (SO) teve a maior RMF, seguida de R. montana (RM) e P. cattleyanum
(PC) (Figura 2A). A menor RMF foi obtida por C. brasiliense (CB), seguida de I. laurina (IL)
e E. macrophylla (EM). A maior variação do intervalo de confiança foi obtida para R. montana
(RM), seguida de P. cattleyanum (PC) e a menor por I. laurina (IL). Com base nos intervalos
de confiança não houve diferenças entre os valores de RMF entre a maioria das espécies
analisadas, apenas C. brasiliense (CB) e S. obtusifolia (SO) e, I. laurina (IL) e S. obtusifolia
(SO) apresentaram valores estatisticamente diferentes entre si.
A espécie P. cattleyanum (PC) teve a maior razão de massa de caules (RMC), seguida
de C. brasiliense (CB) e E. macrophylla (EM) (Figura 2B). A menor RMC foi obtida para R.
montana (RM), seguida de S. obtusifolia (SO). A variação dos intervalos de confiança para
RMC foi, de modo geral, pequena; sendo os maiores valores encontrados para as espécies P.
cattleyanum (PC) e R. montana (RM). Com base nos intervalos de confiança houve diferenças
entre RMC do seguinte grupo C. brasiliense (CB), E. macrophylla (EM), I. laurina (IL), P.
cattleyanum (PC) em relação as espécies R. montana (RM) e S. obtusifolia (SO) e, entre C.
brasiliense (CB) e I. laurina (IL).
A espécie R. montana (RM) apresentou maior razão de massa de raízes (RMR), seguida
de C. brasiliense (CB) e I. laurina (IL) (Figura 2C). Já a menor RMR foi obtida para P.
cattleyanum (PC). R. montana (RM) e S. obtusifolia (SO) apresentaram os maiores intervalos
de confiança, ao passo que I. laurina (IL) apresentou os menores. Apenas P. cattleyanum (PC)
apresentou RMR significativamente diferente das demais espécies.
32

Figura 2 - Comparação das variáveis de alocação de biomassa entre lotes de mudas de espécies
diferentes: Valores de RMF (A), valores de RMC (B), valores de RMR (C) e seus
respectivos intervalos de confiança. Viveiro Floresta Viva, Uruçuca, BA

Fonte: dados da pesquisa.


Nota: A 95% de confiança.
Abreviações: C. brasiliense (CB), E. macrophylla (EM), I. laurina (IL), P. cattleyanum (PC), R. montana (RM),
S. obtusifolia (SO), Razão de massa de folhas (RMF), razão de massa de caules (RMC), razão de massa de raízes
(RMR).
33

Comparando o índice de qualidade de Dickson (IQD) entre lotes de mudas de diferentes


espécies, o maior valor do IQD encontrado foi para E. macrophylla (EM), seguido de P.
cattleyanum (PC) e I. laurina (IL), ao passo que o menor foi apresentado por S. obtusifolia (SO)
(Figura 3). As maiores variações dos intervalos de confiança foram obtidas por E. macrophylla
(EM) e P. cattleyanum (PC), e as menores por S. obtusifolia (SO). Com base nos intervalos de
confiança houve diferenças entre os valores do IQD para a maioria das espécies avaliadas,
apenas as espécies I. laurina (IL) e P. cattleyanum (PC) não diferiram.

Figura 3 - Comparação da variação do índice de qualidade de Dickson (IQD) entre lotes de


mudas de espécies diferentes: Valores de IQD e seus respectivos intervalos de
confiança. Viveiro Floresta Viva, Uruçuca, BA

Fonte: dados da pesquisa.


Nota: A 95% de confiança.
Abreviações: C. brasiliense (CB), E. macrophylla (EM), I. laurina (IL), P. cattleyanum (PC), R. montana (RM),
S. obtusifolia (SO).

As correlações foram negativas entre RMF e RMC para todas as espécies estudadas e
os valores dos coeficientes de correlação (r) ficaram altos para três espécies (Figura 4). R.
montana (RM) teve o maior valor de r, indicando uma correlação negativa muito forte entre
34

RMF e RMC. Já os valores de r para P. cattleyanum (PC) e E. macrophylla (EM) indicam uma
correlação negativa forte entre RMF e RMC. Seguindo o mesmo padrão encontrado para as
correlações entre RMF e RMC as correlações entre RMF e RMR também foram negativas para
todas as espécies. R. montana (RM) foi a espécie que teve o maior r, indicando correlação
negativa muito forte entre essas variáveis. Correlações negativas fortes entre RMF e RMR
foram encontradas para S. obtusifolia (SO), E. macrophylla (EM) e C. brasiliense (CB). As
espécies E. macrophylla (EM), P. cattleyanum (PC) e R. montana (RM) apresentaram
correlações positivas entre RMC e RMR. Para essas variáveis, os valores do r para E.
macrophylla (EM) e P. cattleyanum (PC) foram menores que 0,3; enquanto para R. montana
(RM) houve correlação positiva forte entre RMC e RMR. As demais espécies apresentaram
correlações negativas fracas entre RMC e RMR. Analisando os dados de todas as espécies em
conjunto observa-se que as correlações entre RMC e RMF, e entre RMR e RMF apresentaram
correlações negativas fortes, ao passo que a correlação entre RMR e RMC foi positiva muito
fraca.

Figura 4 - Coeficiente de correlação de Pearson (r) entre variáveis de alocação de biomassa


para mudas de espécies arbóreas tropicais com idades variando entre 6 (C.
brasiliense) e 11 (R. montana) meses após a semeadura. Viveiro Floresta Viva,
Uruçuca, BA

CB EM IL PC RM SO ACD
RMF × RMC - 0,61 - 0,70 - 0,40 - 0,89 - 0,92 - 0,48 - 0,71
RMF × RMR - 0,72 - 0,77 - 0,55 - 0,64 - 0,97 - 0,83 - 0,75
RMC × RMR - 0,10 0,08 - 0,54 0,22 0,81 - 0,08 0,08
Fonte: dados da pesquisa.
Abreviações: razão da massa de folhas (RMF), razão da massa de caules (RMC), razão da massa de raízes (RMR).
Número de mudas (n) (C. brasiliense (CB), n = 48; E. macrophylla (EM), n = 48; I. laurina (IL), n = 36; P.
cattleyanum (PC), n = 47; R. montana (RM), n = 48; S. obtusifolia (SO), n = 36. (r) da análise conjunta dos dados
(ACD), n = 263.

P. cattleyanum (PC), R. montana (RM) e S. obtusifolia (SO) tiveram correlações


positivas entre RMF e IQD (Figura 5). No entanto, para essas espécies os valores de r foram
menores que 0,3. Já para as espécies C. brasiliense (CB), E. macrophylla (EM) e I. laurina (IL)
as correlações foram negativas entre RMF e IQD. Esses resultados demonstram que a RMF
aparentemente tem influência nula ou negativa no IQD. C. brasiliense (CB) e E. macrophylla
(EM) tiveram correlações positivas entre RMC e IQD, ao passo que, para I. laurina (IL), P.
35

cattleyanum (PC), R. montana (RM) e S. obtusifolia (SO), tiveram correlações negativas entre
RMC e IQD. De modo geral, os valores de r indicam correlações positivas ou negativas muito
fracas entre RMC e IQD para todas as espécies. Assim como ocorreu para RMF, a maior
alocação de biomassa para caules (maior RMC) indica ter influência nula ou negativa no IQD.
Ao contrário dos resultados obtidos para RMF e RMC, com exceção de R. montana (RM), todas
as demais espécies apresentaram correlações positivas entre RMR e IQD, sendo que E.
macrophylla (EM) apresentou forte correlação positiva entre RMR e IQD. As correlações entre
variáveis de alocação de biomassa e o IQD para mudas de espécies arbóreas analisadas em
conjunto (Figura 5) demonstraram que a correlação entre RMF e IQD foi negativa muito fraca,
a correlação entre RMC e IQD foi positiva muito fraca e houve ausência de correlação entre
RMR e IQD. Os resultados indicam ausência de influência das variáveis de alocação de
biomassa no IQD.

Figura 5 - Coeficiente de correlação de Pearson (r) entre variáveis de alocação de biomassa e


o índice de qualidade de Dickson (IQD) para mudas de espécies arbóreas tropicais.
Viveiro Floresta Viva, Uruçuca, BA

CB EM IL PC RM SO ACD
RMF × IQD -0,32 -0,55 - 0,39 0,31 0,22 0,10 - 0,09
RMC × IQD 0,16 0,02 - 0,12 - 0,45 - 0,29 - 0,25 0,13
RMR × IQD 0,27 0,74 0,46 0,09 - 0,17 0,04 0,00
Fonte: dados da pesquisa.
Abreviações: razão da massa de folhas (RMF), razão da massa de caules (RMC), razão da massa de raízes (RMR).
Número de mudas (n) (C. brasiliense (CB), n = 48; E. macrophylla (EM), n = 48; I. laurina (IL), n = 36; P.
cattleyanum (PC), n = 47; R. montana (RM), n = 48; S. obtusifolia (SO), n = 36. ((r) da análise conjunta dos dados
(ACD), n = 263.

Na correlação entre MST e IQD o maior valor de r foi obtido para S. obtusifolia (SO),
seguido de E. macrophylla (EM), mostrando correlações positivas muito fortes entre MST e
IQD dessas espécies (Figura 6). As espécies I. laurina (IL), C. brasiliense (CB), P. cattleyanum
(PC) e R. montana (RM) tiveram correlações positivas fortes. A maior correlação entre MSF e
IQD foi encontrada para S. obtusifolia (SO). Já para P. cattleyanum (PC), E. macrophylla (EM)
e R. montana (RM) as correlações foram positivas moderadas entre MSF e IQD. C. brasiliense
(CB) teve o menor valor de r, indicando correlação positiva fraca entre MSF e IQD para essa
espécie. E. macrophylla (EM) foi a espécie que obteve maior correlação entre MSC e IQD,
seguida de S. obtusifolia (SO), ambos valores indicam correlações positivas fortes entre MSC
36

e IQD. As espécies C. brasiliense (CB), I. laurina (IL), R. montana (RM) e P. cattleyanum (PC)
tiveram valores de r entre 0,6 e 0,7, indicando correlações positivas moderadas entre MSC e
IQD. A espécie E. macrophylla (EM) teve o maior valor de r para as correlações entre MSR e
IQD, seguido de S. obtusifolia (SO) e C. brasiliense (CB). As três espécies apresentaram
correlações positivas muito fortes entre MSR e IQD, merecendo destaque E. macrophylla (EM)
com valor próximo de 1,0. As espécies I. laurina (IL), R. montana (RM) e P. cattleyanum (PC)
apresentaram valores de r entre 0,8 e 0,9, indicando correlações positivas fortes entre MSR e o
IQD.
Assim como para as variáveis de massa seca, houve correlações positivas entre MSPA
e IQD para todas as espécies analisadas; sendo os maiores valores de r verificados para S.
obtusifolia (SO), seguido de E. macrophylla (EM), P. cattleyanum (PC) e I. laurina (IL) (Figura
6). Por outro lado, a correlação entre MSPA/MSR e IQD foi negativa para maioria das espécies,
exceto para R. montana (RM). E. macrophylla (EM) teve a maior correlação negativa moderada
entre MSPA/MSR e IQD. C. brasiliense (CB), S. obtusifolia (SO) e P. cattleyanum (PC)
obtiveram correlações maiores que -0,3, indicando correlações negativas muito fracas entre
MSPA/MSR e IQD.
C. brasiliense (CB), I. laurina (IL) e P. cattleyanum (PC) tiveram correlações negativas
fracas entre H e IQD (Figura 6). Por outro lado, para E. macrophylla (EM), R. montana (RM)
e S. obtusifolia (SO) apresentaram correlações positivas fracas e muito fracas entre essas
variáveis, indicando que os valores de H pouco influenciaram no IQD. Cinco das seis espécies
analisadas tiveram correlações positivas fortes entre D e IQD, com valores de r variando de
0,76 a 0,87. Apenas para P. cattleyanum (PC) foi encontrada uma correlação positiva moderada,
indicando que o diâmetro do coleto é um bom preditor do IQD. As correlações entre H/D e IQD
foram negativas para todas as espécies. I. laurina (IL) e C. brasiliense (CB), seguidas de S.
obtusifolia (SO), E. macrophylla (EM), P. cattleyanum (PC) e R. montana (RM) tiveram os
maiores valores de r.
As correlações entre indicadores de crescimento e o IQD das espécies arbóreas
analisadas em conjunto (Figura 6) seguiram padrões semelhantes aos encontrados nas análises
individuais de cada espécie. As correlações mantiveram-se positivas em sua maioria. Teve
apenas duas correlações negativas entre MSPA/MSR e IQD e H/D e IQD, as quais foram
classificadas como fraca ou muito fraca. Ainda em relação à análise conjunta dos dados, os
maiores valores de r entre os indicadores de crescimento e o IQD foram encontras para D,
seguido de MSR e MST. A correlação entre MSC e IQD teve o quarto maior valor do r, ficando
entre as classificações moderada e forte.
37

Figura 6 – Coeficientes de correlação de Pearson (r) entre os indicadores de crescimento e o


índice de qualidade de Dickson (IQD) para mudas de espécies arbóreas tropicais.
Viveiro Floresta Viva, Uruçuca, BA

CB EM IL PC RM SO ACD
MST × IQD 0,84 0,94 0,88 0,82 0,81 0,96 0,76
MSF × IQD 0,43 0,64 0,59 0,65 0,60 0,85 0,60
MSC × IQD 0,70 0,89 0,69 0,61 0,68 0,85 0,70
MSR × IQD 0,93 0,99 0,88 0,82 0,88 0,86 0,86
MSPA × IQD 0,67 0,85 0,73 0,75 0,68 0,89 0,68
MSPA/MSR × IQD - 0,28 - 0,67 - 0,47 - 0,10 0,15 - 0,13 - 0,02
H × IQD - 0,13 0,36 - 0,43 - 0,23 0,07 0,18 0,18
D × IQD 0,81 0,87 0,78 0,66 0,79 0,76 0,89
H/D × IQD - 0,79 - 0,53 - 0,83 - 0,50 - 0,39 - 0,82 - 0,36
Fonte: dados da pesquisa.
Abreviações: massa seca total (MST), massa seca de folhas (MSF), massa seca de caules (MSC), massa seca de
raízes (MSR), massa seca da parte aérea (MSPA), razão massa seca da parte aérea e massa seca de raízes
(MSPA/MSR), altura (H), diâmetro do coleto (D), razão altura da parte aérea e diâmetro do coleto (H/D). Número
de mudas (n) (C. brasiliense (CB), n = 48; E. macrophylla (EM), n = 48; I. laurina (IL), n = 36; P. cattleyanum
(PC), n = 47; R. montana (RM), n = 48; S. obtusifolia (SO), n = 36. (r) da análise conjunta dos dados (ACD), n =
263.
38

5 DISCUSSÃO

A alocação de biomassa refere-se à distribuição preferencial do carbono assimilado pelo


vegetal. Assim, o padrão de distribuição de biomassa de Calophyllum brasiliense, Eriotheca
macrophylla, Inga laurina e Roupala montana alocaram mais biomassa para as raízes, e em
seguida para as folhas. Psidium cattleyanum alocou mais biomassa para caules, seguido de
folhas. Já Sloanea obtusifolia obteve maior valor de biomassa para as folhas, seguido de raízes.
Esse comportamento é devido as folhas serem órgãos responsáveis pela assimilação do carbono
e as raízes pela absorção de água e sais minerais essenciais ao crescimento das plantas (TAIZ
et al., 2017). Para mudas de Simarouba amara cultivadas nos sombreamentos de 30%, 50% e
70% (em relação ao pleno sol) o maior valor de biomassa foi encontrado em folhas, seguido de
caules (AZEVEDO et al., 2010). Foi observado comportamento diferencial com relação à
alocação de biomassa entre os órgãos das plantas de quatro espécies florestais, a espécie Acacia
mangium alocou maior parte da biomassa para as folhas, Senna macranthera para caules, e
Maclura tinctoria e Hymenaea courbaril para raízes (ALMEIDA et al., 2005).
Os métodos de avaliações da qualidade das mudas devem ser empregados como práticas
fundamentais durante as etapas de produção. Nesse sentido, o índice de qualidade de Dickson
(IQD) foi usado para avaliar a qualidade das mudas de espécies arbóreas nativas. A literatura
ressalta que quanto maior o valor do IQD mais aptas estarão às mudas ao plantio (CALDEIRA
et al., 2012; GOMES, 2001; SOUZA et al., 2017). Assim, três espécies apresentaram os maiores
valores do IQD E. macrophylla (1.256), P. cattleyanum (0.798) e I. laurina (0.691)
demonstrando a melhor interação entre os componentes do modelo. Quando se considera o
valor mínimo, proposto por Hunt (1990), para o IQD de 0,20 como bom indicador da qualidade
de mudas, as espécies R. montana e C. brasiliense também demonstram aptidão para recompor
uma área degradada. Mudas de Enterolobium contortisiliquum foram cultivadas em diferentes
sombreamentos, os valores do IQD variaram entre 1,18 (pleno sol) a 0,39 (80% de sombra),
assim para todos os níveis de sombreamentos estudados as mudas apresentaram a qualidade
necessária para serem plantadas em campo (MELO et al., 2008).
39

O baixo valor do IQD encontrado para S. obtusifolia (0.116) indica que as mudas dessa
espécie ainda não estavam aptas ao plantio, quando se considera o valor mínimo de referência
0,20 (HUNT, 1990). Nesse caso específico, o tempo de permanência das mudas de S. obtusifolia
no viveiro foi menor do que o necessário para a boa formação das mudas dessa espécie.
Possivelmente, os menores valores dos indicadores de qualidade causaram a diminuição do
valor do IQD de S. obtusifolia. Valores de IQD abaixo de 0,20 foram encontrados para as
plantas de Copaifera langsdorffii submetidas a níveis extremos de sombreamento (pleno sol e
90% de sombreamento), os autores indicam que as mudas devem ser utilizadas com cautela
quando produzidas nestas condições (REIS et al., 2016). O crescimento de mudas de I. laurina
foi avaliado em função do substrato e da adubação suplementar, os valores do IQD encontrados
foram menores que 0,13 em todos os tratamentos aos 81 dias após a repicagem (JESUS et al.,
2016). Diante dos resultados, observa-se que existem diferenças entre o IQD para mudas de
diferentes espécies arbóreas nativas. Apesar da variação nos valores do IQD este método
mostrou-se eficiente para determinar a qualidade das mudas das cinco espécies florestais
nativas, considerando os 0,20 de Hunt (1990). No Apêndice C pode ser observada uma revisão
sistemática que traz estudos referenciais sobre o IQD, permitindo uma ampla comparação entre
valores do IQD obtidos entre os anos de 2002 a 2019 para mudas de espécies florestais.
As correlações negativas muito fortes e fortes encontradas nas espécies entre as
variáveis RMF, RMC, RMR, sugerem ocorrência de distribuição preferencial da biomassa
vegetal entre os órgãos. Esse padrão pode ser notado nas correlações entre RMF e RMC, RMF
e RMR da espécie R. montana. Ao passo que as correlações moderadas, fracas e muito fracas
encontradas, indicam ausência de preferência no padrão de distribuição de biomassa vegetal
entre folhas, caules e raízes, como analisado em I. laurina. A correlação positiva forte entre
RMC e RMR de R. montana indica que o aumento da biomassa de raízes não interfere no
aumento da biomassa de caules de R. montana. Vale ressaltar que o padrão de alocação de
biomassa é uma característica genética influenciada pelo ambiente (FREITAS et al., 2012), o
que justifica a diferença encontrada entre as RMF, RMC, RMR em todas as espécies do estudo.
Apesar de ser destrutiva, a avaliação da biomassa é considerada um dos melhores
métodos para a avaliação da qualidade das mudas, pois reflete o ganho líquido de carbono no
processo fotossintético (ARMSON; SADREIKA, 1979). Nesse estudo avaliou-se a interação
entre padrões de alocação de biomassa e o IQD e, com base nos valores do coeficiente de
correlação (r) provenientes das correlações entre as RMF, RMC, RMR e o IQD, apenas a
espécie E. macrophylla se destacou por ter obtido correlação positiva forte entre RMR e IQD.
O padrão de alocação de biomassa das espécies estudadas, possui pouca interferência no IQD.
40

Esses resultados indicam que a alocação de biomassa característica de cada espécie arbórea
nativa analisada não explica as diferenças entre os seus valores do IQD.
O caso particular da espécie E. macrophylla indica que quanto maior a RMR maior será
o IQD. A produção de raízes tem muita influência na sobrevivência e no crescimento inicial
das mudas após o plantio (GOMES e PAIVA, 2011), ou seja, plantas com sistemas radiculares
mais desenvolvidos terão maior capacidade de aclimatação às novas condições encontradas
após o plantio no campo. Em mudas de Pseudotsuga menziesii, a sobrevivência foi
consideravelmente maior quanto mais abundante foi o sistema radicular, independentemente da
altura da parte aérea (HERMANN, 1964).
Todas as correlações entre MST, MSF, MSC, MSR, MSPA e o IQD foram positivas.
No entanto, apenas as correlações entre MSR e IQD, e MST e IQD foram muito fortes ou fortes
para todas as espécies do estudo. Esses resultados indicam claramente uma alta influência de
MSR e MST nos valores do IQD. Para mudas de Pseudotsuga menziesii a massa seca das raízes
mostrou-se eficiente para determinar a qualidade das mudas, quanto mais abundantes eram as
raízes maior era a sobrevivência, independentemente da altura da parte aérea (HERMANN,
1964). A obtenção da massa seca das mudas é um dos melhores métodos para determinar sua
qualidade, sendo que seu valor indica a rusticidade da muda (ELOY et al., 2013;
HERMANN,1964).
Os resultados obtidos para as correlações entre a MSPA/MSR e o IQD indicam que a
alocação preferencial de biomassa para a parte aérea em relação a alocação de biomassa para
as raízes possui mínima influência nos valores do IQD. No entanto, diversos autores consideram
o índice MSPA/MSR eficiente para avaliar a qualidade das mudas (PARVIAINEN, 1981) e
ainda sugerem que o valor dessa relação seja igual a 2,0 (BRISSETTE, 1984; GOMES; PAIVA,
2011). Assim, aconselha-se a utilização do índice MSPA/MSR associado a outro indicador de
qualidade para definir a qualidade de um lote de mudas florestais nativas.
Os resultados da correlação entre H e IQD indicaram que a altura da parte aérea pouco
contribuiu no valor do IQD das espécies analisadas. A variável altura da parte aérea foi a menos
indicada para explicar o IQD por meio da análise de regressão (BINOTTO, LÚCIO e LOPES,
2010). Esses resultados refutam os indicativos encontrados na literatura, uma vez que muitos
autores consideram a H como o principal indicador de qualidade de mudas (GOMES, 1978;
GOMES et al., 2002; MEXAL; LANDS, 1990). Além disso, medições da altura das mudas tem
sido empregada com muita frequência para a avaliação da qualidade das mesmas em viveiros
comerciais pelo fato de ser um método não destrutivo. No entanto, nossos resultados
demonstram que a H não deve ser utilizada de modo isolado para determinar a qualidade de
41

mudas; uma vez que realizar o plantio de mudas altas e com diâmetro médio do coleto pequeno
as chances de tombamento são maiores.
Ao avaliarmos as correlações entre D e IQD para as mudas das espécies avaliadas nesse
estudo podemos concluir que o diâmetro do coleto contribuiu fortemente para o aumento do
IQD. Resultados semelhantes foram encontrados para as espécies exóticas Eucalyptus grandis
e Pinus elliottii, o diâmetro do coleto e a massa seca de raízes foram as variáveis que mais se
correlacionaram com o IQD (BINOTTO, LÚCIO e LOPES, 2010). O diâmetro do coleto
mostrou forte correlação para explicar o IQD em mudas de Paubrasilia echinata (GOMES et
al., 2019) e, auxiliou na definição do melhor recipiente para produção de mudas mais vigorosas
de Luehea divaricata produzidas sob influência de diferentes substratos e recipientes (FELKER
et al., 2015). O diâmetro do coleto foi recomendado para avaliar a qualidade de mudas, de forma
isolada ou em associação com a altura da parte aérea (GOMES e PAIVA, 2011). Mudas com
diâmetro do coleto maior resistem mais ao tombamento e aos danos provenientes da herbivoria
(JOHNSON e CLINE, 1990). O D já vem sendo considerado com um ótimo indicador do
desempenho das mudas após o plantio em campo (RITCHIE; LANDIS, 2008). Segundo
Binotto, Lúcio e Lopes (2010) quanto maior o diâmetro do coleto, maior será a massa seca da
parte aérea e maior será o IQD, indicando melhor qualidade das mudas.
Apesar de sua eficácia a determinação da massa seca é pouco utilizada para a avaliação
da qualidade das mudas em viveiros florestais, pois se trata de um método destrutivo de
avaliação e que necessita de certa infraestrutura, como estufas e balanças (AZEVEDO, 2003).
Desse modo, o D destaca-se por ser um método de avaliação não destrutivo e de fácil
mensuração, além de ser um método já empregado nas avaliações de qualidade de mudas
(FONSECA, 2000; REIS et al., 1991). Por outro lado, o D é geralmente obtido por meio de
paquímetros analógicos ou digitais. O paquímetro digital é um aparelho de fácil manuseio e é
facilmente encontrado para venda em lojas especializadas em ferramentas de precisão. No
entanto, seu uso em viveiros florestais ainda apresenta restrições, uma vez que é um aparelho
muito delicado, o que eleva os riscos de danificar o equipamento. Diante dessa limitação,
propomos a elaboração de um medidor de diâmetro mais resistente aos processos operacionais
que envolvem a produção de mudas (Apêndice D). Sugerimos que o medidor seja construído
com materiais mais resistentes como placas de inox e/ou acrílico, nesse caso as medições seriam
padronizadas dentro de uma faixa de valores de diâmetros predefinidos para mudas de espécies
arbóreas nativas. Davide e Silva (2008), por exemplo, sugerem que as mudas terão maior
desempenho após o plantio no campo quando tiverem diâmetro entre 3 a 10 mm, podendo essas
dimensões serem usadas na construção do medidor prático de diâmetro. No entanto, pesquisas
42

que tenham o propósito de determinar as melhores dimensões de diâmetro do coleto para


espécies florestais nativas são necessárias para se ter maior segurança na utilização do modelo
proposto.
43

6 CONCLUSÃO

As diferenças entre os valores do índice de qualidade de Dickson das espécies estudadas


não foram explicadas pelo padrão de alocação de biomassa característico de cada espécie; a
massa seca de raízes, massa seca total e o diâmetro do coleto são as melhores variáveis para a
avaliação da qualidade das mudas das espécies florestais; e o diâmetro do coleto foi o melhor
indicador prático para estimar a qualidade das mudas de espécies florestas nativas, pelo fato de
ser não destrutivo e apresentar alta correlação com o IQD.
44

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54

APÊNDICES

APÊNDICE A - Nome científico espécies, nome popular, datas de semeadura, repicagem


amostragem. Viveiro Floresta Viva, Uruçuca, BA

ESPÉCIES NOME POPULAR SEMEADURA REPICAGEM AMOSTRAGEM


C. brasiliense Guanandi 08/05/2013 13/06/2013 28/10/2013
E. macrophylla Imbiruçu 22/02/2012 01/03/2012 27/09/2012
I. laurina Ingá-periquito 05/04/2012 14/04/2012 11/10/2012
P. cattleyanum Araçá do campo 16/02/2012 22/05/2012 14/01/2013
R. montana Carne-de-vaca 15/02/2012 26/03/2012 14/01/2013
S. obtusifolia Gindiba 11/06/2013 18/06/2013 11/12/2013
Fonte: Dados da pesquisa.

APÊNDICE B – Valores médios dos indicadores de crescimento e qualidade para mudas de


espécies arbóreas tropicais com seus respectivos tempos de cultivo. Viveiro
Floresta Viva, Uruçuca, BA

ESPÉCIES DAS DAR H D MSF MSC MSR MST N


C. brasiliense 173 137 25,87 4,23 0,69 0,77 0,82 2,28 48
E. macrophylla 218 210 18,84 8,68 1,61 1,67 1,74 5,02 48
I. laurina 189 180 27,82 5,72 1,45 1,40 1,63 4,48 36
P. cattleyanum 333 237 37,87 5,33 2,77 2,65 2,14 7,57 47
R. montana 334 294 14,75 4,16 1,15 0,70 0,96 2,81 48
S. obtusifolia 183 176 11,52 2,89 0,26 0,18 0,23 0,67 36
Fonte: Dados da pesquisa.
Abreviações: Dias após a semeadura (DAS), dias após a repicagem (DAR), valores médios de: altura da parte
aérea (H, cm), diâmetro do coleto (D, mm), massa seca de folhas (MSF, g), massa seca de caules (MSC, g), massa
seca de raízes (MSR, g), massa seca total (MST, g) e número de plantas amostradas (N).
55

APÊNDICE C - Estudos referenciais sobre o índice de qualidade de Dickson (IQD).

ESPÉCIE TE VE SUB TAS TAR MST H IQD REF


latossolo/areia 3,30 11,85 2,06

Pissidium tubete 90 cm³ substrato 180 0,48 6,61 1,17 (Porto et al.,
cattleyanum comercial dias 2018)
latossolo/areia/ 7,27 16,85 1,82
cama aviária
Pissidium substrato (Marques et
cattleyanum tubete 200 cm³ comercial/ 180 11,54 47,50 6,26 al., 2018)
cama de equino dias
Inga laurina tubete 115cm³ 100% HSF 81 0,61 11,90 0,08 (Jesus et al.,
dias 2016)
Inga laurina tubete 115cm³ 100% HSF 170 2,35 15,24 0,48 (Góes et al.,
dias 2015)
Inga edullis tubete 180 cm³ latossolo 153 2,27 20,46 2,88 (Andrade
vermelho dias et al., 2015)
Luehea tubete 110 cm³ turfa 100% 180 2,69 13,63 0,58 (Felker et al.,
Divaricata dias 2015)
Calophyllum (Saraiva,
brasiliense tubete 250 cm³ plantmax 180 2,91 16,43 0,39 2013)
dias
Calophyllum tubete 115 cm³ substrato 150 1,07 19,70 0,13 (Lisboa et
brasiliense comercial/ dias al., 2012)
argila
53 cm³ 1,58 8,70 0,39
Croton tubete casca de arroz/ 150 (Almeida et
floribundus 115 cm³ vermiculita dias 3,38 23,90 0,39 al., 2014)

casca pinus/ 90dias


Mimosa esterco bovino/ 1,51 15,00 0,24 (Melo et al.,
caesalpiniifolia tubete 110 cm³ fibra coco/ 120dias 3,30 20,00 0,53 2018)
vermiculita
150 cm³ 5,90 40,10 0,59

esterco/casca
Schinus 50 cm³ de arroz 1,96 27,90 0,18 (José et al.,
terebinthifolia tubete carbonizada/ 90 2009)
150 cm³ vermiculita/ dias 3,78 53,00 0,22
terra
Cedrela fissilis saco areia/solo/ 102,80 42,10 18,90 (Oliveira et
plástico 18x9cm esterco 90 al., 2014)
solo/esterco dias 85,80 41,60 14,70
Enterolobium 2,70 16,00 0,65
contortisiliquum tubete 90cm³ casca de arroz 180 (Saidelles et
Apuleia Carbonizada/solo dias 0,30 10,00 0,05 al., 2009)
leiocarpa
Cassia 1,84 16,80 1,44
leptophylla
terra de subsolo/ (Vargas et
Eugenia saco 11× 18 matéria orgânica/ casca
180 de 0,59 12,60 0,43 al., 2011)
involucrata Plástico cm casca de arroz dias
carbonizada
Cedrela fissilis 103,57 128,32 3,20

Fonte: vide referências.


(continua)
Abreviações: Tipo de embalagem (TE), volume da embalagem (VE), substrato (SUB), tempo de permanência no
viveiro considerando o dia da semeadura (TAS), tempo de permanência no viveiro considerando o dia da
repicagem (TAR), massa seca total (MST g), altura (H cm) e referência (REF). Dias após a emergência (DAE),
dado numérico não disponível (...).
56

APÊNDICE C - Estudos referenciais sobre o índice de qualidade de Dickson (IQD).

ESPÉCIE TE VE SUB TAS TAR MST H IQD REF


Hymenaea vaso 19 x 24 plantmax 120 8,80 32,80 1,26 (Costa et al.,
stigonocarpa plástico cm dias 2011)
Azadirachta saco 14x8 terra/esterco 100 4,41 9,30 0,49 (Azevedo et
indica plástico cm de gado curtido dias al., 2015)
50 dias 0,99 11,73 0,10
Eucalyptus matéria orgânica/ DAE (Eloy et al.,
grandis tubete 90 cm³ tecnomax 80 dias 3,07 22,94 0,25 2013)
DAE
125 dias 4,69 62,25 0,39
DAE
Simarouba terra de
amara saco 15 x 26 subsolo/areia/ 182 4,06 24,36 0,54 (Azevedo et
plástico cm esterco de dias al., 2010)
galinha curtido
Samanea saco latossolo 365 111,88 86,61 23,03 (Cruz et al.,
inopinata Plástico 3,5 dm³ vermelho dias 2006)
amarelo
90 dias ... ... 0,03
Eucalyptus plantmax DAE
grandis 120 dias ... ... 0,05 (Binotto
tubete 53 cm³ DAE et al., 2010)
125 dias ... ... 0,16
Pinus elliottii turfa DAE
175 dias ... ... 0,25
DAE
Trema tubete 50 cm³ esterco bovino 90 dias 1,14 21,02 0,11 (Fonseca et al.,
micranta /casca de arroz 120 dias 1,68 28,60 0,14 2002)
150 dias 1,98 32,96 0,13
Cordia
trichotoma latossolo 0,32 4,68 0,10 (Malavasi
tubete 120 cm³ vermelho 70 et al., 2006)
Jacaranda dias
micranta 0,16 4,64 0,03
Mimosa tubete 250 cm³ esterco/barro/ 25 11,50 19,00 1,10 (Melo et al.,
caesalpiniifolia plantmax dias 2008)
Sesbania ... 12,50 2,00
virgata tubete 288 cm³ neossolo 120 (Nóbrega et al.,
Anadenanthera quartzarênico dias 1,70 15,00 2,80 2008)
peregrina
Tamarindus saco 18 x 30 esterco bovino 180 22,6 71,20 1,56 (Pereira et al.,
indica L. plástico cm dias 2010)
Gallesia tubete 120 cm³ substrato ..... ...... 3,85 21,30 0,68 (Spada et al.,
integrifolia comercial 2019)
Citharexylum tubete 55 cm³ substrato 145 15,00 5,00 4,00 (Fernandes et
myrianthum comercial dias al., 2019)
Fonte: vide referências.
Abreviações: Tipo de embalagem (TE), volume da embalagem (VE), substrato (SUB), tempo de permanência no
viveiro considerando o dia da semeadura (TAS), tempo de permanência no viveiro considerando o dia da
repicagem (TAR), massa seca total (MST g), altura (H cm) e referência (REF). Dias após a emergência (DAE),
dado numérico não disponível (...).
57

Apêndice D – Modelo prático para construção de um medidor do diâmetro do coleto não digital.

Fonte: autor.
Observação: Imagem meramente ilustrativa, dimensões não condizentes com escala real.

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