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Paripiranga
2021
SIMONE FRAGA MATOS
Paripiranga
2021
SIMONE FRAGA MATOS
BANCA EXAMINADORA
The research addresses the importance of medicinal plants in the Brazilian Northeast
and their uses. In most cases, the use of these plants happens autonomously, without
consulting a health professional, resulting in damage to health. Thus, this research
aims to assess the biodiversity and uses of medicinal plants. To achieve this goal, the
research was developed under a qualitative bias through a bibliographical research on
medicinal plants typical of the Brazilian Northeast. The search for references took place
in the databases Scielo, Google Academic, Capes Periodicals and in the national
health committees. It was found that the most cited medicinal plants in the literature
were Melissa officinallis (Herva Cidreira), Cymbopogon citratus (Capim Santo),
Solanum paniculatum L. (Jurubeba), Pimpinella anisum L. (fennel) and Phyllamthus
niruri ( Quebra-pedra) - present in all Northeastern states. At the end of this study, the
importance of using medicinal plants for the northeastern people’s health was
evidenced, being a traditional practice and used by people from all social classes. The
main use of medicinal plants is to treat pain in general and the most used preparation
form in the community is through teas. Thus, this study is important for all knowledge
dimensions, with regard to scientific, cultural and social aspects, as it portrays
historically constructed knowledge, to contribute to the cultural techniques appreciation
of the nature use to help humanity.
KEYWORDS: Medicinal plants. The uses. Brazilian Northeast.
LISTA DE QUADROS
Figura 1: Erva-doce....................................................................................................32
Figura 2: Cidreira........................................................................................................33
Figura 3: Arruda..........................................................................................................34
Figura 4: Quebra-pedra..............................................................................................35
Figura 5: Manjericão..................................................................................................36
Figura 6: Jurubeba......................................................................................................42
Figura 7: Erva-cidreira................................................................................................43
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 14
2.1 História e Importância das Plantas Medicinais................................................14
2.2 O Que São Plantas Medicinais?......................................................................18
2.3 Nordeste: conhecimento popular das plantas .................................................22
2.3.1 Uso das plantas medicinais. ..................................................................25
2.3.2 Características e relevâncias das plantas medicinais............................30
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 51
ANEXOS....................................................................................................................55
10
1 INTRODUÇÃO
Para tanto Castro et.al 2021 e Xavier, Souza, & Melo (2019), Carneiro et al.
(2020), Silva et al. (2021), relatam que;
[...] A etnobotânica concilia o conhecimento tradicional e o
científico, permitindo compreender como são utilizados os
recursos vegetais pelas populações e registrar as espécies
usadas pelas comunidades, sendo o resultado de uma
coevolução entre as comunidades e seus ambientes naturais,
cujas informações são passadas a cada geração. Além disso, os
estudos etnobotânicos auxiliam na descoberta de novas
espécies, na preservação e no manejo de plantas medicinais
(CASTRO et.al 2021).
2 REFERENCIAL TEÓRICO
da procura pela sobrevivência, o que levou o ser humano a buscar plantas que lhe
fossem úteis, para o sustento. De acordo com Peixoto Neto (2005), essa busca pelo
sustento fez com que o homem descobrisse espécies medicinais e tóxicas, criando
assim, uma classificação popular desse grupo de seres vivos.
Nesse pensamento, o uso de plantas medicinais pelo homem acompanha a
sua história. Registros arqueológicos apontam a sua importância cultural desde
60.000 anos a.C. Povos antigos como os Egípcios, Gregos, Hindus, Persas e mais
recentemente os povos da América Pré-colombiana aplicavam extensamente tais
recursos terapêuticos, contribuindo para a construção dos sistemas de Medicina
Tradicional dispersos ao redor do mundo (ROCHA et al., 2015)
Monteiro & Brandelli (2017) enfatizam sobre as referências históricas acerca
das plantas medicinais, afirmando que muito antes de aparecer qualquer forma de
escrita, o homem já utilizava as plantas, algumas como alimento e outras como
remédios. Em seus experimentos com ervas, houve sucessos e fracassos; muitas
vezes, estas curavam, mas em outras matavam ou produziam efeitos colaterais
graves. A descoberta das propriedades úteis ou nocivas dos vegetais ocorreu por
meio do conhecimento empírico, ou seja, da observação feita pelos homens do
comportamento dos animais, por exemplo.
Ressalta-se que, ainda no Brasil, as plantas medicinais trazidas pelos
portugueses associaram-se ao conhecimento das espécies utilizadas pelos índios que
aqui viviam, permitindo o desenvolvimento da fitoterapia. Todavia, a utilização dessas
plantas se iniciou de forma artesanal, e com o aprofundamento dos estudos e suas
técnicas, passou-se a requerer métodos e técnicas que permitissem o melhor
aproveitamento das plantas (BRAGA, 2011).
Com isso, Rocha et al. (2015) descreveram que o consumo de plantas
medicinais no Brasil é anterior à chegada dos Portugueses, em 1.500. Gradualmente,
os colonizadores assimilaram os recursos da medicina indígena, incorporando-os em
sua própria farmacopeia. Ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII, produtos derivados
da biodiversidade vegetal brasileira foram amplamente empregados na Europa,
alimentando uma lucrativa rede comercial.
Para tanto, Cavalcanti et al. (2020) e Firmo et al. (2011) dizem que o uso de
plantas medicinais e os remédios à base destas remetem às antigas sociedades
tribais, onde as mulheres se encarregavam de extrair as plantas e seus princípios
ativos. Com a evolução dessas tribos foi-se conseguintemente se desenvolvendo na
16
apontou que para cada doença havia o remédio vegetal e o tratamento. Na era cristã
foi preciosa a contribuição deixada por Peláciuns, médico de Nero que realizou
estudos sobre mais de 500 espécies de plantas medicinais. Estes e outros autores
também trouxeram informações sobre o uso das plantas medicinais em outras obras
e volumes, o que proporcionou a chegar tais conhecimentos das plantas na Idade
Média.
Além disso, de acordo Monteiro & Brandelli (2017), a administração da
capitania da Bahia em 1801, recebeu do príncipe regente, por meio de Dom Rodrigo
de Souza Coutinho, instruções para a ampliação do Real Jardim Botânico, para a
publicação de uma “flora completa e geral do Brasil e de todos os vastos domínios de
Sua Alteza Real”. Esses dados deveriam ser enviados anualmente, buscando a
preservação das espécies e dos conhecimentos populares.
Muito tempo foi necessário para que as plantas medicinais do território
brasileiro, usadas pelos estrangeiros para tratamento das mais diversas patologias,
fossem conhecidas mundialmente. Muitos extratos já eram utilizados em território
nacional, desde os primeiros séculos de colonização para o tratamento de nosologias
locais, e em sua maioria, os medicamentos utilizados eram fitoterápicos (BRUNING,
2012).
Consoante, Arnous e Beinner (2005), a necessidade exige e a ciência busca a
unificação do progresso com aquilo que a natureza oferece, respeitando a cultura do
povo em torno do uso de produtos ou ervas medicinais para curar os males. As plantas
medicinais sempre foram utilizadas, sendo no passado o principal meio terapêutico
conhecido para tratamento da população. A partir do conhecimento e uso popular
foram descobertos alguns medicamentos utilizados na medicina tradicional.
Com isso, ele enfatiza que é facilitada a automedicação orientada nos casos
considerados mais simples e corriqueiros de uma comunidade, o que reduz a procura
pelos profissionais de saúde, facilitando e reduzindo ainda mais o custo do serviço de
saúde pública.
Pinheiro et al. (2020) retratam que todas as plantas possuem teor tóxico pelo
fato de produzirem metabólitos, nos quais esses podem atuar tanto
farmacologicamente, quanto toxicologicamente. Sendo assim, a intoxicação é
considerada um evento clínico que provém da interação entre uma ou mais
substâncias químicas e um sistema biológico. Segundo o autor supracitado, a
fitoterapia consiste no uso de plantas medicinais em suas diversas formas, não sendo
utilizadas substâncias ativas isoladas, mas variedade delas, mesmo que sejam de
origem vegetal.
Para Veiga Júnior e Pinto (2005), do ponto de vista científico, os estudos
mostram que muitas plantas devem ser utilizadas com cuidado, respeitando a sua
forma correta de uso, dosagem, qualidade da matéria-prima, entre outros aspectos.
Diante disso, a ação biológica das plantas medicinais pode trazer algumas surpresas
imprevisíveis, pois depende da forma como se administra as plantas, a fim de garantir
a quantidade, tempo de exposição e interações com outras substâncias no memento
que se manipula (SOARES, 2008).
Para Mera et al. (2018), as plantas medicinais são todas as ervas com eficácia
farmacêuticas que têm finalidade de curar ou diminuir determinadas moléstias. É
pertinente sabermos que estas são indicadas e proveniente, do saber popular, sendo
este indígena ou não. Essa sabedoria perfaz componente dos costumes/cultura
brasileira.
Battisti et al. (2013) trazem que as plantas medicinais são mais utilizadas pela
população da zona rural devido a sua vivência com a natureza, assim, aprendendo a
usar as plantas conforme as suas necessidades, pois, o indivíduo da zona rural possui
22
O uso de plantas com alguma finalidade medicinal é mais que uma questão
cultural, em diversas comunidades há centenas de anos, onde a principal
forma de transmissão do conhecimento popular se dá por meio oral e gestual.
Ele ainda aborda que, esse conhecimento tem se perdido ao passar dos anos
sendo necessária a adoção de medidas que busquem resgatar o
conhecimento acerca da utilização de plantas medicinais .
Para Turolla e Nascimento (2006), as plantas ainda são utilizadas com base
principal no seu uso popular, elas vêm sendo utilizadas para finalidades terapêuticas
há milhares de anos, estão sendo descritas nas diversas formas do cotidiano das
pessoas, elas foram o principal meio terapêutico conhecido para tratamento da
população e a partir desse conhecimento popular é que foram descobertos alguns
medicamentos aos quais se utilizam na medicina tradicional.
Para Rodrigues e Mendes (2007), a medicina tradicional é uma realidade
presente em todo mundo e tem como propósito fazer parte do patrimônio cultural de
cada país na utilização das práticas medicinais, que foram transmitidas de uma
geração a outra há centenas de anos, antes do desenvolvimento da nossa medicina
atual.
Em relação à utilização das plantas medicinais, é inegável que existe uma
aceitação na vida cotidiana do povo, por ter fatores culturais envolvidos na produção
28
potencialmente agressivas e, por esta razão, devem ser utilizadas com cuidado,
respeitando seus riscos toxicológicos (VALDIR et al., 2005).
Com o decorrer do tempo, modificações na composição dos tratamentos
podem provocar a inversão da atuação de determinado princípio ativo. Hoje se pode
verificar, testar e, possivelmente, comprovar tais efeitos, por meio de laboratórios
farmacêuticos, por exemplo.
Algumas plantas medicinais nativas são largamente utilizadas no interior do
país por comunidades rurais; no entanto, é preciso analisar se a ciência está de acordo
com o que diz o senso comum. Existem diferenças marcantes entre as formas pelas
quais as populações tradicionais produzem e expressam seu conhecimento sobre o
mundo natural e aquelas que foram desenvolvidas pela ciência moderna (FIOCRUZ,
2012).
Porém, os conhecimentos concernentes às propriedades medicinais de plantas
nativas são pouco valorizados, em razão de que a realização de pesquisas nesse
campo está iniciada. É certo que as pessoas não conseguem explicar o que dá essa
propriedade a essas plantas, mas há muitos casos em que a ciência funciona apenas
para explicar o porquê, deixando de descrever em seus trabalhos que os
conhecimentos populares são empíricos, mas graças a esses são descobertos grupos
ativos que combatem patologia. Dessa forma, permite-se realizar processos de
síntese (PINTO, 2006).
Para Alves (2015), a utilização das plantas medicinais é descrita várias vezes
em diferentes estudos, essas plantas foram citadas também para inúmeras
finalidades, como para os sintomas mais simples como resfriados e náuseas e para
outros sintomas mais complexos com os problemas renais.
Segundo Giraldi e Hanazaki (2010), o emprego e uso de plantas medicinais
para a manutenção e a recuperação da saúde tem ocorrido ao longo dos tempos
desde as formas mais simples de tratamento local, até as formas mais sofisticadas de
fabricação industrial de medicamentos.
De acordo com a análise do Ministério da Saúde e das Secretarias de Saúde
dos estados do Nordeste, se faz pertinente destacar as plantas medicinais e a sua
distribuição pela região Nordeste. Com isso, as respectivas plantas comumente
presentes e mais utilizadas para fins terapêuticos em todos os Estados da Região
Nordeste são listadas no quadro abaixo:
30
informações populares que o homem dispõe acerca do uso das plantas. É através
dela que se mostra o perfil de uma comunidade e seus usos em relação às ervas, pois
cada comunidade possui seus costumes e peculiaridades, a partir da definição dos
sistemas de manejo.
Neto e Carvalho (2011) trazem que a identificação botânica é de extrema
importância para as plantas medicinais, pois a partir disso é possível estabelecer e
comprovar métodos de uso e de eficácia para o tratamento de doenças ou outros fins
terapêuticos. Do mesmo modo, caso seja identificada alguma planta inútil ou nociva à
saúde, esta deve ser desaconselhada. Percebe-se a importância da identificação
botânica como primeiro passo em trabalhos de etnoconhecimento, pois espécies
diferentes com características morfológicas semelhantes são conhecidas pelo mesmo
nome popular e uma mesma espécie recebe mais de uma denominação, seja pela
sua ação ou características morfológicas (SILVA et al., 2015).
Desta forma, se faz necessária uma interpretação taxonômica que exerce
grande influência, pois uma interpretação errônea pode induzir o indivíduo a utilizar
uma planta sem o princípio ativo desejado, ou seja, induzi-lo a fazer o uso de uma
planta perigosa a sua saúde (LORENZI, 2002).
O cultivo de algumas espécies como capim-cidró, camomila, boldo, babosa,
arruda, alho, alfazema, alecrim, entre outros além de trazerem benefícios na cura ou
na prevenção de doenças, é também uma forma de lazer e de resgate ao rico
conhecimento dos nossos antepassados sobre a flora. Para iniciar o plantio das
espécies medicinais, alguns passos são importantes. A correta identificação é
essencial, pois são inúmeras as confusões quanto aos nomes populares das plantas,
como, por exemplo, há algumas denominadas de boldo-do-chile, sendo que este, cujo
nome científico é Peumus boldus, é raro no Brasil (FIOCRUZ, 2012).
A Erva-doce, Pimpinella anisum, também conhecida pelos nomes de anis-
verde e anis, são espécies aromáticas exóticas, as maiores produções brasileiras são
encontradas no Paraná. Mas, encontram-se também áreas de produção comercial no
agreste nordestino, especialmente na Paraíba, Pernambuco e Sergipe, quase sempre
em sistema de agricultura familiar (CARVALHO, 2008). O mesmo afirma que é uma
planta herbácea de 30 a 50 cm de altura de haste ereta, cilíndrica estriada ramificada
superiormente com folhas fendidas verde-escuras, flores brancas e pequenas (Figura
1).
33
muito cedo. Esse reconhecimento atual do valor medicinal destas plantas se constata
muito bem pelo que diz (STEFFEN, 2010).
Outro exemplo é que no país são mais de vinte plantas que recebem o nome
arnica, mas a Arnica montana - espécie bastante utilizada nos medicamentos - é
importada. Além disso, são mais de 100 espécies que recebem o nome manjericão
(FIOCRUZ, 2012).
Com isso, características comuns podem ser observadas nas plantas, como
folhas aromáticas, caules quadráticos em Lamiaceae e Verbenaceae, folhas
membranáceas, caules herbáceos e o fácil desenvolvimento em qualquer ambiente,
respeitando sua característica fisiológica, mas isso não aponta de forma alguma inter-
relação ou ligação de que plantas medicinais pertencem à mesma família, ou que
plantas medicinais possuem a mesma morfologia. Nas plantas com características
fitoterápicas, encontra-se enorme variedade de caules, folhas, inflorescências e frutos
(LORENZI, 2002).
Outro aspecto importante é quanto à produção dos princípios ativos nas
plantas. Estas substâncias são produzidas, com algumas exceções, para a defesa da
planta, isto é, para a planta ser medicinal ela precisa de algum estresse, tais como o
ataque de pragas, o excesso de calor, a falta de água e a incidência de raios
ultravioletas (ANTONIO, 2011). Desse modo, uma planta medicinal não pode ser
conduzida como uma planta que será usada como alimento.
Os aspectos climáticos possuem muita influência, pois as variações de
temperatura, de incidência de chuvas e comprimento do dia, por exemplo, são fatores
que provocam mudanças no metabolismo da planta, a ponto de alterar o tipo de
substância a ser produzida ou reduzir o teor destas (FURLAN, 2018).
A forma de propagação deverá ser observada, pois quando o plantio é feito por
sementes há maior probabilidade de variação de princípios ativos, enquanto no plantio
por partes da planta (estacas de galho, de rizomas e divisão de touceira, dentre
outros), os descendentes terão características semelhantes à planta mãe e com pouca
variação de princípios ativos entre eles (BRAGA, 2011).
Na etapa final do cultivo de plantas medicinais, a colheita deverá ser feita
quando ela produz maior teor de princípios ativos e a secagem feita de forma que
ocorra menor perda na concentração destas substâncias.
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3 MARCO METODOLÓGICO
disso, ainda foram consultados dados do Ministério da Saúde do Brasil. Segundo Gil
(2002), a pesquisa em questão pode ser denominada de pesquisa bibliográfica, uma
vez que há busca do pesquisador em diversos meios de artigos e pesquisas,
realizadas sobre a existência das variadas espécies de plantas medicinais e a
interação com seu objeto de estudo e os demais que com ele se relacionem.
De acordo com o mesmo autor, a pesquisa bibliográfica necessita estar munida
de conhecimentos teóricos, antes mesmo de ser posta em prática, para nortear o
pesquisador àquilo que melhor o conduz ao alcance dos objetivos e,
consequentemente, resultados mais satisfatórios. Dessa forma, ela foi realizada,
analisando-se as ideias de autores que trazem relações entre os conceitos de ervas
medicinais e seus respectivos usos na região do Nordeste.
Deste modo, a análise e a interpretação de dados ocorreram sob caráter
qualitativo, uma vez que apenas dessa forma, é possível atingir os objetivos da
pesquisa supracitada. No que tange aos objetivos da mesma, esta é considerada
como exploratória bibliográfica, visando adquirir informações pertinentes para a
comprovação de hipóteses levantadas; já em relação à finalidade, caracteriza-se
como básica, visto que estes conhecimentos não serão posteriormente, aplicados à
realidade pesquisada, mas irá enriquecer o banco de dados científico acerca das
propostas aqui trabalhadas (GIL, 2002).
Os recursos materiais utilizados para o desenvolvimento da pesquisa foram
smartphone, acesso à internet, a fim de levantar informações sobre espécies de
plantas medicinais relevantes e não relevantes na região Nordeste, cuja pesquisa
venha destacar tendo como foco assuntos correlatos ao uso das plantas medicinais,
bem como, a frequência com que se utiliza essas plantas, buscando retratar também,
a importância delas no Nordeste brasileiro.
Em virtude do que foi mencionado, é relevante destacar o conhecimento e usos
medicinais das plantas; de modo a compreender a relevância no uso destas. De
acordo com Almeida (2011), preciosos conhecimentos perderam-se no decorrer da
história sobre as plantas. Ou seja, o conhecimento é primordial para subsidiar estudos
experimentais dos quais venham esclarecer o potencial terapêutico das plantas
futuramente, como, também o perfil de toxicidade destas plantas medicinais e assim,
ampliem as opções terapêuticas para o tratamento das mais diversas, patologias na
população mundial. Desse modo, os livros e artigos foram escolhidos com base na
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 7: Erva-cidreira.
Fonte: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/19280/2/4.pdf (2021).
Figura 8: Falso-boldo.
Fonte: https://www.scielo.br/pdf/rbpm/v18n1/1516-0572-rbpm-18-1-0048.pdf (2021).
Autores Resultados
(PEIXOTO NETO, 2005) Descreveu que a busca pelo sustento fez com que o
homem descobrisse espécies medicinais e tóxicas,
criando assim, uma classificação popular desse grupo
de seres vivos.
Nunes & Maciel (2016) e Cavaglier (2014) afirmam que profissionais da saúde
têm pouco conhecimento a respeito das plantas medicinais e suas ações de cura de
algumas doenças. As ervas são consideradas riquezas culturais e através delas é
estabelecida a integração/relação do homem com a natureza que os cerca.
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Autores Resultados
Porque para Cunha, (2021), o uso das plantas medicinais como alternativa
terapêutica é de relevância, devido ao baixo custo e a facilidade de acesso, que estes
são alguns fatores que impulsionam ainda mais o uso. Nesse sentido, é necessário
que cada vez mais estudos de efetividade sejam realizados, contribuindo para
enaltecer a cultura e diversidade das regiões, que o propiciam o uso seguro de
produtos naturais com fins terapêuticos.
Nessa vertente (SOUZA et.al., 2019) destacam que é possível promover o uso
correto das plantas, como também, apresentar a relação dessas plantas com os
estados da região nordeste e sua real importância para com a promoção da saúde.
Foi pensando assim que no quadro 1 mencionado na presente pesquisa. vem
enfatizar as plantas mais utilizadas no nordeste do Brasil, ganhando destaque a
cidade de Pernambuco com um maior número de espécies de plantas, entre elas a:
Erva-Cidreira, Romã, Jatobá, Capim-Santo, Mastruz, Babosa, Arruda, Aroeira,
Alecrim, Camomila, Quebra-Pedra, Macaíba, Alfavaca, Canela, Louro, Boldo.
Entre as plantas relatadas com uso medicinal na Região Nordeste do Brasil,
destacam-se as que possuem relatos de utilização em todos os estados estudados.
São elas: Aroeira (Myracrodruon urundeuva), Mastruz (Chenopodium ambrosioides
L.) e Quebra-pedra (Phyllanthus amarus Schumach.), sendo estas utilizadas
popularmente para o tratamento de algumas enfermidades como processos
inflamatórios, problemas respiratórios, gripe, úlcera, dor no fígado e pedra nos rins
respectivamente (SOUZA et.al., 2019).
Para (Brandão et al., 2008) as folhas de Myracrodruon urundeuva (aroeira) são
muito utilizadas na medicina popular em forma de chá para problemas de natureza
inflamatória, além disso, o chá é também muito utilizado para lavagem de feridas, e
para a cicatrização.
Desse modo, segundo Machado e colaboradores (2014), um dos efeitos
biológicos mais conhecidos é o seu efeito antimicrobiano, que pode estar associado
com os resultados aferidos na medicina popular, sobre a eficácia na cicatrização de
ferimentos. Embora na medicina popular, as plantas sejam aplicadas e utilizadas para
o tratamento de doenças respiratórias, pouco se sabe sobre a ação e componentes
bioquímicos das folhas. Nesse pensamento se destaca mais uma vez sobre a
necessidade de investigações mais específicas da comunidade científica, focando nos
alvos terapêuticos populares, para uma melhor confirmação e conhecimento dessa
medicina alternativa.
49
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
busca por conhecer e explorar as plantas é crescente, isso mostra grande proximidade
entre a população com as plantas e leva assim, a um baixo índice de compra de
produtos industrializados.
52
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