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Objetivos
Os principais objetivos da fisioterapia em crianças em tratamento de câncer é
trabalhar principalmente o controle de sintomas como a dor, que geram sofrimento e
atrapalham o desenvolvimento das condutas terapêuticas. Deve-se também evitar
complicações musculares como contraturas e espasmos, alterações articulares que
podem levar a deformações futuras, evitar que se instalem feridas de decúbito para
crianças hospitalizadas de complicações pulmonares. O fisioterapeuta oncológico
pediátrico deve elaborar condutas e tratamentos que sejam pensados em gerar
sentimentos de alívio, alegria e bem estar ao paciente, usando de ferramentas e técnicas
adequadas conforme a capacidade responsiva e física do paciente, utilizado de meios
lúdicos que façam a criança se envolverem no tratamento.
DESENVOLVIMENTO
Avaliação
Para que o tratamento seja eficiente a avaliação completa do paciente é a etapa
mais importante, pois o “fisioterapeuta precisa avaliar adequadamente e identificar as
disfunções apresentadas por essas crianças, para que sejam corretamente tratadas, ou as
que possam vir a ocorrer, para que sejam prevenidas”. (MORGAN, 2002).
Este profissional deve utiliza-se de meios que possam manter o “controle da
exacerbação dos sintomas” atentando-se para as “mudanças posturais” que podem
ocorrer no paciente devido a evolução da doença, para isso a “deambulação precoce,
alongamento, treinamento físico e o exercício aeróbico, caminhada, corrida, ciclismo e
natação, drenagem linfática manual, mobilização articular, higiene brônquica, o treino
de equilíbrio, adequação tônica, dessensibilização, adequação de órteses e treinos de
marcha” são fundamentais para evitar complicações e promover a independência total
ou parcial do paciente. (SOUZA, 2017).
Nesta etapa o terapeuta deve estar atento em relação a tolerância da criança
quanto a sessão, pois devido ao tratamento quimioterápico/radioterápico e outros
procedimentos pertinentes ela pode sentir fadiga, cansaço excessivo, alterações de
frequências cardíaca, exarcebações de dor, respeitar o limite da criança é fundamental
para o sucesso da intervenção.
Precaução e cautela devem tutelar a avaliação e elaboração de condutas para
crianças em tratamento de câncer. A avaliação deve abranger a ADM (amplitude de
movimento), força muscular (atentar-se para crianças plaquetopênicas), tônus
(hipertonia, hipotonia ou mista), postura (escoliose, hipercifose ou hiperlordose da
coluna vertebral, comprimento dos membros inferiores), para bebes avaliar a capacidade
de controle de cabeça, tronco, se consegue sentar com ou sem apoio, se rasteja,
engatinha e fica em pé, avaliar os reflexos e reações conforme a idade. Deve-se adotar
critério muito específico quanto a capacidade respiratória e cardiovascular bastante
afetados pelo tratamento quimioterápico e pelo prolongamento em leito. (MORGAN,
2002).
Em crianças maiores, que detém da capacidade de expressar o que está sentindo
uma técnica eficiente para avaliação da intensidade de dor é a Escala de Faces de
McGrath como esse modelo abaixo:
Esta escala de McGrath é bastante eficiente, pois tem como objetivo contribuir
para a avaliação do nível de dor e o quanto isso esta afetando a criança. O uso desta
ferramenta de avaliação orientará o fisioterapeuta quanto à conduta estabelecida e a
resposta da criança quanto ao efeito deste tratamento. (TORRITESI, 1998)
Condutas Fisioterapêuticas
Elaborou-se uma tabela com algumas das principais reclamações e condutas que
podem ser adotadas pelos profissionais fisioterapeutas na fase de tratamento de crianças
com câncer:
Dor
Eletroterapia
Cinésioterapia
Crioterapia
Terapia Manual
Termoterapia
Desuso Muscular
Fraqueza Atividades Funcionais
Encurtamento Alongamentos Ativos e Passivos
Fadiga Massagens de alívio
Alteração Postural Posicionamento
Feridas de decúbito Mudanças de decúbito
Descondicionamento Estimulo andar, sentar, ortostatismo
Alterações Pulmonares
Atelectasias Mudanças de decúbito
Dispnéia Reexpansão Pulmonar
Exarceberação de secreção Higiene brônquica
Prevenção Pneumonias Estimulação da Tosse
Vibração
Manobras Respiratórias Infantis
Ventilação não invasiva
Oxigênioterapia
Manobras de Desinsuflação
Irritabilidade
Hidroterapia
Exercícios com brincadeiras lúdicas
Gameterapia/Brinquedoterapia
Massagens relaxantes
Treino sensitivo
Tabela elaborada pelo autor: Disfunções e Condutas fisioterapêuticas
Atividades lúdicas
CONCLUSÃO
O câncer é uma doença degenerativa progressiva que causa muito sofrimento ao
paciente principalmente se este for criança. A dor é um dos principais sintomas que
afetam a qualidade de vida do paciente, mas outras disfunções que vão ocorrendo
durante o percurso do tratamento como alterações físicas e psicológicas também são
comuns. A fase de hospitalização é o momento mais delicado para uma criança, pois ela
não está no ambiente do seu lar, não poderá contar com a companhia dos pais, outros
familiares e amigos, além de estar afastado da vida escolar e social. Muitos autores vêm
pesquisado nos últimos anos como transformar o ambiente hospitalar e essa fase de
tratamento do câncer infantil menos traumatizante para as crianças, nota-se que a
inserção de atividades e brincadeiras lúdicas com o intuito de interação e distração.
Acredita-se que a inclusão dessas atividades lúdicas diminui a resistência da
criança ao tratamento, a torna mais participativa e compreensiva em relação a sua
situação e ao que é necessário para sua melhora. O fato de brincar estimula a ação
fisiológica e melhora o lado psicológico, pois promove bem estar, sensação de conforto
e alegria, gerando dessa forma mais resiliência na capacidade de reação do organismo
quanto à doença. O fisioterapeuta oncológico é um profissional apto para elaborar
condutas que possam integrar a terapia convencional com essa terapia lúdica, sempre
respeitando o limite da criança, mas com o objetivo de amenizar a dor e evitar outras
complicações tanto ostiomioraticular, atraso no desenvolvimento e pulmonar. Ganhar a
confiança da criança será o ponto chave na relação entre paciente/terapeuta. O bem-
estar da criança deve ser o principal objetivo, poder de alguma forma gerar conforto
amenizando seu sofrimento físico quanto psicológico é um dever para o profissional que
atua na área oncológica infantil. Atualizar-se em conhecimento e técnicas que possam
ser aplicadas é muito importante, pois cada paciente terá suas próprias limitações e
necessidades. As brincadeiras lúdicas inseridas junto com a conduta terapêutica é uma
ferramenta de trabalho muito eficiente, pois proporciona diversão, alegria, distração e
cria um vínculo entre a criança, o ambiente, o tratamento e os profissionais envolvidos,
com certeza melhorando a responsividade ao tratamento convencional.
BIBLIOGRAFIA