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NUTRIÇÃO

IAGO RIBEIRO FAGUNDES NASCIMENTO

BENEFÍCIOS DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO


TRATAMENTO COADJUVANTE DA NEFROPATIA
DIABÉTICA

São Félix do Coribe - BA


2020
IAGO RIBEIRO FAGUNDES NASCIMENTO

BENEFÍCIOS DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO


TRATAMENTO COADJUVANTE DA NEFROPATIA
DIABÉTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel
em Nutrição.

Orientador: Prof.ª Julianna Matias Vagula.

São Félix do Coribe - BA


2020
Dedico este trabalho à minha
avó Angelita Ribeiro Dantas,
diabética, que me inspirou no
estudo dessa patologia.
AGRADECIMENTOS

A Deus, primeiramente, agradeço pelo sustento durante o curso e


desenvolvimento desta obra, pelo seu amor e cuidado comigo, sou eternamente
grato.

À tutora presencial Ana Cristina dos Santos Cunha de Castro, quem


me auxiliou no processo de formação profissional, me inspirou a continuar e estudar
cada vez mais a área pela qual me encontro inteiramente imerso.

A minha família, principalmente aos meus pais, senhor Rosivelte


Nascimento dos Santos e senhora Noêmi Ribeiro Dantas Fagundes Nascimento, e à
minha irmã, Ianny Ribeiro Fagundes Nascimento, pelo apoio e compreensão que
sempre demonstraram em minha formação acadêmica, pelo encorajamento e, acima
de tudo, confiança. Agradeço de todo meu coração.

Aos meus avós Angelita Ribeiro Dantas e Ernesto Dantas de Mello


Fagundes (in memorian); Anália Rita do Nascimento (in memorian) e Raimundo
Nascimento dos Santos, pelo empenho em oração e carinho ofertados a mim nessa
fase.

Aos meus colegas e amigos que me auxiliaram e apoiaram tanto.

Por fim, agradeço a todos os meus professores, que durante toda a


minha vida me ensinaram a buscar pelo conhecimento e lutar por ele.

A todos, enfim, muito obrigado.


“O homem é um ser racional e, como tal,
recebe da ciência seu adequado alimento e
nutrição.” (David Hume)
NASCIMENTO, Iago Ribeiro Fagundes. Benefícios do uso de plantas medicinais
como tratamento coadjuvante da nefropatia diabética. 2020. 24 folhas. Trabalho
de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Universidade Norte do Paraná,
São Félix do Coribe, 2020.

RESUMO

O uso de plantas medicinais como suporte no tratamento da nefropatia diabética tem


se mostrado cada vez mais eficaz e benéfica aos pacientes que são acometidos por
esse quadro clínico. Estudos recentes têm mostrado que os resultados obtidos com
tal manejo nutricional trouxeram uma melhora significativa para tal caso. As plantas
que obtiveram melhor desempenho e aceitabilidade no meio científico foram
Eugenia Jambolana, Bauhinia Forficata e a Curcuma Longa. Através de pesquisas
bibliográficas obteve-se mais conhecimento acerca de tais plantas, observando
como agem no organismo frente à patologia supracitada. Também foi possível
conhecer a fisiopatologia da Nefropatia Diabética, a relação direta que a
hiperglicemia tem no funcionamento renal, bem como o desenvolvimento e
agravamento da doença no organismo. Nota-se que por se tratar de uma patologia
crônica, o tratamento coadjuvante com plantas medicinais se mostra eficaz e seguro
para população em livre demanda, pois serve como suporte no tratamento médico
da doença.

Palavras-chave: Nefropatia Diabética. Plantas medicinais. Eugenia Jambolana.


Bauhinia Forficata. Curcuma Longa.
NASCIMENTO, Iago Ribeiro Fagundes. Benefits of using medicinal plants as an
adjunct treatment for diabetic nephropathy. 2020. 24 pages. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Universidade Norte do Paraná, São
Félix do Coribe, 2020.

ABSTRACT

The use of medicinal plants as a supportive treatment for diabetic nephropathy has
shown to be increasingly effective and beneficial to patients who are affected by this
clinical condition. Recent studies have shown that the result obtained with such
nutritional management have brought a significant improvement for such a case. The
plants that obtained the best performance and acceptability in the scientific
environment were Eugenia Jambolana, Bauhinia Forficata and Curcuma longa.
Through bibliographic research, more knowledge about these plants was obtained,
observing how they act in the organism in face of the aforementioned pathology. It
was also possible to know the pathophysiology of Diabetic Nephopathy, the direct
relationship that hyperglycemia has in renal functioning, as well as the development
and worsening of the disease in the body. It is noted that because it is a chronic
pathology, the adjunctive treatment with medicinal plants proves to be effective and
safe for people in free demand, as it serves as a support in the medical treatment of
the disease.

Key-words: Diabetic Nephopathy. Medicinal Plants. Eugenia Jambolana. Bauhinia


Forficata. Curcuma Longa.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 8

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................. 10
2.1 EUGENIA JAMBOLANA ................................................................................... 11
2.2 BAUHINIA FORFICATA .................................................................................... 12
2.3 CURCUMA LONGA .......................................................................................... 13
2.4 ZINGIBER OFFICINALE; PSIDIUM GUAJAVA; ANNACARDIUM
OCCIDENTALE; BOUGAINVILLEA SPECTABILLIS................................................ 14
2.5 USO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO TRATAMENTO COADJUVANTE DA
NEFROPATIA DIABÉTICA NO CENÁRIO ATUAL ................................................... 16

3 METODOLOGIA ............................................................................................... 18

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 19

5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 20

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 22
8

1 INTRODUÇÃO

O Diabetes Mellitus (DM) é classificado como uma Doença Crônica Não


Transmissiv́ el (DCNT) e está relacionada com o surgimento de outras diferentes
doenças. “É caracterizada por muito pouca produção de insulina ou falha da insulina
em funcionar” (SHOELSON, 1995). Seu diagnóstico se dá por meio de exames
bioquímicos como a glicemia em jejum, onde valores menores que 100mg/dL são
considerados normais e valores acima de 126mg/dL são considerados diabetes
estabelecidos (valores entre 100 e 126mg/dL são considerados pré-diabetes ou risco
aumentado para DM), Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) e hemoglobina
glicada, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2017). Existem
principalmente dois tipos de diabetes, tipo 1 e 2. Ainda existe a diabetes gestacional.
Estima-se que, no Brasil, existem mais de 13 milhões de indivíduos que lidam
diariamente com esse quadro patológico, representando cerca de 6,9% da
população (SBD, 2016).
Segundo Kocak et al., 2019, o DM pode ser um fator propiciador da
Nefropatia Diabética (ND), comorbidade caracterizada caracterizado por uma
alteração nos vasos sanguíneos dos rins, que levam a uma poliúria, ou seja, perda
de proteína por meio da urina. A hiperglicemia também contribui para o
aparecimento da ND e todo o ambiente diabético pode estimular as células renais de
modo que ocorra a regulação das moléculas de adesão celular e a extração de
quimiocinas, facilitando, assim a infiltração renal de linfócitos e monócitos nos rins do
paciente diabético, bem como a secreção de produtos reativos ao oxigênio. A
ligação entre a hiperglicemia e a ND é dada, possivelmente, pela glicolisação não
enzimática de proteínas (FARIA, 2001).
Estudos recentes têm evidenciado novos métodos coadjuvantes no
tratamento e prevenção da Nefropatia Diabética, dentre eles, a utilização de plantas
medicinais, como a Eugenia Jambolana (SHARMA et al., 2003), a Bauhinia Forficata
(PEPATO et al., 2002), a Curcuma Longa (MARMITT et al., 2015), entre outros
(Grover et al., 2001). Partindo desse ponto, entende-se que existem plantas
medicinais que podem ser utilizadas como tratamento auxiliar e coadjuvante em
casos de ND, obtendo-se assim uma melhora significativa nos quadros em questão.
Observando as dificuldades enfrentadas pelos pacientes em casos de
Nefropatia Diabética (ND), o presente trabalho discorre sobre os possíveis
9

benefícios do uso plantas medicinais no tratamento dessa comorbidade, quais


plantas podem ser utilizadas para amenizarem os efeitos dessa patologia, como
essas plantas podem auxiliar no tratamento e como o nutricionista pode estabelecer
uma estratégia segura para os pacientes portadores de ND. Seria essa uma
alternativa eficaz no tratamento da ND?
Buscando responder tais questionamentos, se faz necessário uma
pesquisa detalhada e minuciosa a respeito do tema, tendo como objetivo geral
estudar algumas espécies de plantas medicinais que possam atuar como tratamento
coadjuvante a fim de ofertar melhor qualidade de vida aos pacientes com Nefropatia
Diabética. Objetiva-se, ainda, compreender quais espécies plantas tem potencial
medicinal e podem atuar na Nefropatia Diabética; conhecer o mecanismo de ação
dessas plantas frente à patologia em questão; e pesquisar métodos de tratamento
coadjuvantes que utilizem as plantas como base.
10

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O pâncreas, glândula abdominal localizada atrás do estômago,


ligada ao duodeno, tem funções bioquímicas exócrinas, excreção de enzimas e
sucos digestivos no intestino, bem como função endócrina, produção de hormônios
como o glucagon, somatostatina e insulina, que auxiliam na homeostase energética
do organismo. No pâncreas, encontram-se quatro tipos de células, dentre as quais
estão as células beta (β), que secretam insulina e amilina, que atuam na redução da
taxa de glicemia e as células alfa (α), que secretam glucagon, que tem função de
aumentar a taxa de glicose sanguínea. Ainda existem as células delta (δ) que
secretam somatostatina, que inibe o pâncreas endócrino e as células PP, que
secretam o polipeptídio pancreático que inibe o pâncreas exócrino (ZURRON, 2015).
Tanto o glucagon como a insulina atuam na regulação da glicemia,
fazendo com que os níveis (em jejum) estejam entre 70-100mg/100ml de sangue. A
hiperglicemia, que caracteriza o diabetes, está presente quando o pâncreas não
produz, ou produz pouca insulina (sendo má utilizada). Ocorre uma destruição das
células β-pancreáticas, em decorrência de fenômenos autoimunes, caracterizando
assim, a Diabetes Mellitus tipo 1. Já a Diabetes Mellitus tipo 2, está relacionada a um
estado de insulino-resistência, resultando em aumento de glicose sanguínea, e
predominância de defeito da secreção do hormônio (GUELHO, PAIVA,
CARVALHEIRO, 2013).
Em decorrência dessa alteração no equilíbrio da glicemia, outras
complicações podem ser desencadeadas, entre elas, destaca-se a Nefropatia
Diabética. Segundo Lenardt et al. (2008),

A Nefropatia Diabética representa, atualmente, a principal causa de


insuficiência renal terminal. Em média 25% dos pacientes em hemodiálise
são portadores de nefropatia diabética. Além dessa elevada prevalência, a
nefropatia dos diabéticos está associada à alta frequência de mortes por
outras causas, principalmente as doenças cardiovasculares.

Bright, em 1836, indagou que a albuminúria poderia desenvolver


uma complicação renal nos pacientes diabéticos, mas os efeitos renais do DM2 só
foram descritos cem anos mais tarde, por Kimmelstiel e Wilson. Segundo Salgado et
al., “esses autores descreveram lesões intercapilares glomerulares em pacientes
11

com diabetes mellitus tipo 2 de longa duração”. Após isso, tem existido grande
interesse em compreender melhor esse quadro clínico-patológico.
Um estudo feito em Bolu, na Turquia, mostrou que taxas elevadas
de Ácido Úrico (AU) podem ser preditoras da Nefropatia Diabética e que a glicemia
elevada, condição principal da Diabetes, é um fator que aumenta o nível de AU,
favorecendo o aparecimento da ND (Kocak et al, 2019).

2.1 EUGENIA JAMBOLANA

Uma pesquisa, desenvolvida na Índia, com ratos com diabetes


induzida, mostrou a eficácia de plantas medicinais no tratamento da nefropatia
diabética, obtendo resultados significativos na melhora do quadro clínico dos ratos,
dentre as quais se destaca a Eugenia Jambolana, popularmente conhecida como
Jamelão. Pertencente à família Myrtacae, esse fruto já era utilizado por tribos
indígenas como remédios, principalmente por suas ações benéficas em doenças
estomacais e suas propriedades diuréticas e antidiabéticas (GROVER et, al. 2001).
Outro estudo mostrou que os efeitos anti-hiperglicemiantes da Eugenia Jambolana
foram encontrados em suas folhas, frutos, sementes e casca, mas não foram
identificadas tais propriedades no chá preparado a partir das folhas (MALVIYA et al.,
2010).
Figura 1: Eugenia Jambolana

Fonte: Flickr (2015)


12

Sharma et al., 2003, apontou em seu estudo uma melhora significa


nos picos de glicemia em coelhos com diabetes induzidas após administração oral
do extrato etanólico das sementes da Eugenia Jambolana, reduzindo em até 16,9%
nos picos de glicose no sangue (utilizando dose de 100mg/kg), entretanto,
administrando uma dose de 250 mg/kg aumenta pouco a eficácia da substância.

2.2 BAUHINIA FORFICATA

Um estudo feito em São Paulo, no Brasil, mostrou ainda o benefício


de outra planta brasileira, Bauhinia Forficata, conhecida como pata de vaca (ou
casco de vaca). Da família Caesalpiniaceae, essa planta possui propriedades
hipoglicemiantes testadas, também, em ratos com diabetes induzida. Foi verificado
que os benefícios do uso desta no tratamento da ND, podem promover um bom
resultado considerando suas propriedades medicinais (PEPATO et al., 2002).

Figura 2: Bauhinia Forficata

Fonte: BRAGA, Audrey (2017)


13

2.3 CURCUMA LONGA

Outro estudo mostrou o efeito da curcumina, substância extraída da


Curcuma Longa, popularmente conhecida como Açafrão, na melhora de quadros
diabéticos (MARMITT et al., 2015). Como afirma Marmitt et al., 2015:

O tratamento de curcumina protege contra o desenvolvimento de nefropatia


diabética em ratos, por meio da redução da infiltração de macrófagos em
ratos com diabetes induzida por estreptozotocina (STZ), droga que destrói
seletivamente as células β do pâncreas, as quais produzem insulina.

Segundo El-Moselhy et al, 2011, a curcumina pode ser benéfica para


melhorar a resistência à insulina e glicose homeostática, que parecia ser mediada
pela elevação do nível de insulina no plasma que causou a ativação da glicólise e
inibição de enzimas metabólicas gliconeogênicas e lipídicas.

Figura 3: Curcuma Longa

Fonte: Projeto Biociência (2019)

Soetikno et al., 2011, menciona em seu estudo que o uso da


curcumina, protege contra o aparecimento da nefropatia diabética, em ratos
diabéticos.
14

2.4 ZINGIBER OFFICINALE; PSIDIUM GUAJAVA; ANNACARDIUM


OCCIDENTALE; BOUGAINVILLEA SPECTABILLIS

Há ainda, estudos que apontam outras plantas medicinais como


boas opções para o tratamento da ND, tais como, Zingiber Officinale, conhecida
popularmente como Gengibre, e a Psidium Guajava, a goiaba, (MARMITT et al.,
2015). O Anacardium Occidentale (conhecido como Caju), erva originada do Brasil,
também foi estudado como tendo efeitos hipoglicemiantes.

Figura 4: Zingiber Officinale

Fonte: The Core Essentials (2020)


15

Figura 5: Psidium Guajava

Fonte: Flickr (2016)

Figura 6: Anacardium Occidentale

Fonte: Cerratinga (2015)

Segundo Malviya et al., 2010, a atividade de proteção anti-


hiperglicêmica e renal das folhas desta erva foram relatadas em ratos diabéticos
induzidos por estreptozotocina. Reduzindo alterações funcionais e histológicas
induzidas pelo diabetes nos rins.
16

Alguns países africanos, como Camarões, estão utilizando plantas


com propriedades medicinais, como medicina popular, para o tratamento do
Diabetes Mellitus (MALVIYA et al., 2010).
Foi notado ainda, em estudo na Índia, efeito anti-hiperglicemiante na
Bougainvillea Spectabilis, planta ornamental popularmente conhecida como
Bougainvillea. Devido ao aumento da captação da glicose pela glicogênese
aumentada no fígado e também do aumento da sensibilidade da insulina, o extrato
etanólico das folhas tem atividades medicinais, que podem auxiliar no combate do
Diabetes e, consequentemente, da nefropatia diabética (MALVIYA et al., 2010).

Figura 7: Bougainvillea Spectabilis

Fonte: ESTRADA, John Jairo (2018)

Não há relatos sobre efeitos adversos e complicações à saúde


proveniente do uso dessas plantas. Entretanto ainda é necessário mais pesquisas e
estudos no campo para obter-se melhor clareza e entendimento sobre o assunto
abordado, visto que se trata de patologias de alto risco de óbito, qualquer
possibilidade de comprometimento da melhora no quadro clínico deve ser estudada
minuciosamente, a fim de ter um melhor rendimento e proporcionar confiabilidade ao
paciente.

2.5 USO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO TRATAMENTO COADJUVANTE DA


NEFROPATIA DIABÉTICA NO CENÁRIO ATUAL

Apesar de inúmeros artigos apontarem a eficácia dos métodos


naturais de suporte ao tratamento de Nefropatia Diabética (ND), há uma grande
17

lacuna nesse campo de estudo e ainda é necessário a realização de mais pesquisas


e estudos para real comprovação da segurança em utilizar essas plantas como
tratamento coadjuvante para a patologia em questão.
Além da melhora do quadro de pacientes com ND, o estudo de
terapias alternativas, baseadas em plantas com propriedades antidiabéticas, é de
grande valia tais para o país.
Segundo Borges et al., 2008, observa-se um grande ganho de
investimentos no uso de terapias coadjuvantes a base de plantas medicinais no
tratamento de doenças crônicas, degenerativas, principalmente a Diabetes, que
acomete quase 7% da população (SBD, 2016).
São notórias as dificuldades enfrentadas pelos pacientes em diálise,
devido a Nefropatia Diabética (ND). Sendo assim, é necessário utilizar métodos
coadjuvantes que atuem na melhora da qualidade de vida nos pacientes nefropatas
diabéticos, buscar amenizar os efeitos dos tratamentos médicos e da doença em si,
visto que podem trazer sérias complicações fisiológicas, podendo levar o paciente a
óbito (Lenardt et al, 2008).
Estudos feitos na Índia comprovaram que algumas espécies de
plantas têm propriedades medicinais no combate à ND. Impedindo o aumento de
volume da urina e causando uma redução significativa nos níveis de glicemia
(Grover et al., 2001). É de extrema importância, face aos dados apresentados, o
estudo de tais espécies e suas contribuições para o vasto campo de estudo das
Ciências da Saúde, bem como sua possível utilização como métodos de tratamento
coadjuvante nos casos de Nefropatia Diabética.
Reconhecendo a importância desta pesquisa, observa-se, ainda,
que a mesma poderá contribuir para a sociedade atual, formulando novos métodos
de melhoria da qualidade de vida em nefropatas diabéticos. Acredita-se, também,
que este estudo possa ser de vital importância para a comunidade acadêmica da
área da Saúde, principalmente no campo de Nutrição.
18

3 METODOLOGIA

Para construção desta pesquisa, foram coletadas informações


bibliográficas disponíveis em artigos, livros, revistas, diretrizes e outras fontes
confiáveis de busca, nos seguintes bancos de dados: SciELO, PubMed, Sociedade
Brasileira de Diabetes, Organização Mundial da Saúde, no período de 1995 a 2019,
considerando informações que continuaram válidas nesse período. Foram utilizados
dados obtidos em vários países, com Índia, Turquia e Egito, reconhecendo que o
tema não foi muito abordado no território nacional. Para a pesquisa, foram utilizadas
as palavras-chave: nefropatia diabética, diabetes, plantas medicinais, Eugenia
Jambolana, Bauhinia Forficata, Curcuma Longa, antidiabetic potential.
Após coleta de dados em artigos, livros, revistas e banco de dados
disponíveis, foi feita uma análise minuciosa do conteúdo obtido. Observando
atentamente a veracidade dos fatos e caráter científico dos estudos. Nota-se
também que os dados antigos que já foram, cientificamente, desconstruídos não
foram utilizados.
Dada essa análise, iniciou-se o processo de comparação de artigos,
estudando criteriosamente o que cada autor escreveu e debateu em suas obras,
obtendo-se assim um trabalho concreto baseado na ciência estudada ao longo do
curso e presenciado por pesquisadores e estudiosos do tema escolhido.
19

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O uso de plantas medicinais como tratamento coadjuvante para


inúmeras patologias, como a Nefropatia Diabética (ND), já é realidade em
determinados países como a Índia (GROVER et, al. 2001). No Brasil ainda há
necessidade de mais estudos para utilizar desses métodos naturais para tratar,
porém já é possível compreender o potencial de benefícios que certas espécies
possuem no suporte do tratamento da patologia.
A Eugenia Jambolana, jamelão, pode ser usada, através do extrato
etanólico da semente, para reduzir os níveis glicêmicos, resultando assim, em uma
melhora nos quadros dos nefropatas diabéticos (SHARMA et al., 2003).
A Bauhinia Forficata, popularmente conhecida como pata-de-vaca
ou casco-de-vaca, pode ser eficaz no tratamento da ND, devido às suas
propriedades anti-hiperglicemiantes, através do uso das folhas em infusão (PEPATO
et al., 2002)
Curcuma Longa, açafrão, também possui relatos e bases científicas
que mostram ser benéfica ao tratamento da ND, por conta de aumentar a resistência
insulínica, provocando diminuição nos níveis de glicose plasmática.
Outras plantas ainda foram analisadas com bons resultados,
tratando-se da patologia em questão, como o Zingiber Officinale, o gengibre,
Psidium Guajava, a goiaba, Annacardium Occidentale, o caju, e Bougainvillea
Spectabillis, a Bougainvilea.
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5 CONCLUSÃO

Melhorar a qualidade de vida de portadores de patologias crônicas


tem sido um dos grandes objetivos do trabalho multiprofissional em saúde. Assim
como em outras doenças, a Nefropatia Diabética (ND) causa grande desconforto aos
indivíduos acometidos por esse quadro clínico, devido uso de diálise e
medicamentos agressivos. Utilizar métodos naturais, com o mínimo de efeitos
adversos, para dar suporte ao tratamento de ND pode ser de vital importância para
alcançar uma melhora no quadro de tais pacientes.
Em virtude dos fatos mencionados, há um grande interesse para o
país e para a comunidade de profissionais da saúde, que se faça uso de plantas
medicinais como tratamento da patologia em questão. Esses métodos estão sendo
estudados a cerca de cento e oitenta anos e sempre obtendo cada vez mais
conhecimento a cerca de suas propriedades medicinais.
Levando em consideração esses aspectos, foram estudados alguns
métodos de tratamentos coadjuvantes da ND com base em plantas medicinais,
conhecendo quais plantas tem potencial anti-hiperglicemiante que poderiam auxiliar
na melhoria do quadro clínico de nefropatas diabéticos.
Foram obtidos bons resultados para as espécies Eugenia Jambolana
(EJ), Bauhinia Forficata (BF) e Curcuma Longa (CL); ainda houve resultados
benéficos para outras espécies como a Zingiber Officinale, Psidium Guajava e
Bougainvillea Spectabillis, sendo os dois primeiros mais utilizados e referenciados no
meio científico.
A EJ pode ser utilizada através do extrato etanólico de suas
sementes, o qual tem ótimo resultado em reduzir os níveis de glicose no plasma. A
BF é mais utilizada pela infusão de suas folhas, em chá, obtendo-se também
reduções de glicose plasmática e de volume urinário, reduzindo a sobrecarga renal.
A CL tem bons resultados em proteger contra o aparecimento de ND.
Ainda nota-se, que alguns países orientais já utilizam desses
métodos de tratamento há algum tempo e no Brasil o hábito de prescrever a
utilização dessas plantas medicinais, principalmente em indivíduos de idade
avançada, já é realidade.
Dado o exposto, conclui-se, portanto, que o uso de plantas
medicinais como tratamento coadjuvante para a Nefropatia Diabética pode ser
21

benéfico para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes portadores da mesma.


Entretanto, ainda se faz necessários estudos mais profundos, como pesquisas de
campo e estudos in-vitro. Os efeitos adversos desses métodos de tratamento ainda
são desconhecidos, porém, acredita-se que sejam estratégias seguras e eficazes no
manejo da Nefropatia Diabética.
22

REFERÊNCIAS

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