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Normas Clínicas Adultos e

Operacionalização do Processo de
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Transição para o Dolutegravir
DIRECÇÃO NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA
PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DE ITS-HIV/SIDA 01-03 de Julho 2019
Conteúdos

• Bloco 1: Princípios gerais para o Uso de ARVs em pacientes adultos

• Bloco 2: Operacionalização das novas normas clínicas

• Bloco 3: Monitoria dos pacientes em TARV: Falência terapêutica e 2ª


linha TARV

• Bloco 4: Profilaxia pós-exposição ocupacional e não ocupacional:


Indicações e esquemas preconizados
Monitoria do Paciente em TARV: Falência
Terapêutica e 2ª linha TARV
Objectivos de Aprendizagem

No fim deste bloco, os participantes devem ser capazes de:

• Conhecer as novas normas para seguimento dos pacientes em TARV

• Compreender o processo de monitoria da resposta ao TARV com recurso a Carga viral

• Conhecer o processo administrativo para reportar falência terapêutica e obter aprovação

para troca de linha

• Conhecer qual é a segunda linha de TARV para pacientes em falência aos regimes de primeira

linha
Controlo com recurso a Carga Viral
• O teste prioritário para a monitoria da resposta ao tratamento é a carga
viral;
• A monitoria de rotina com recurso a CD4 não é necessária no caso de
pacientes clinicamente estáveis, com contagem de CD4 elevada e carga
viral suprimida;
• O CD4 continuará a ser monitorado nos outros casos:
• Paciente com intercorrências clínicas;
• Paciente com CV elevada;
• Pacientes com contagens de CD4 baixas e que recebem profilaxias.
Falência Terapêutica
Falência Terapêutica (1)

• Incapacidade do tratamento antirretroviral realizar a sua função, isto

é, suprimir a replicação viral, num paciente que toma correctamente

a medicação.
Falência Terapêutica (2)
Para pacientes adultos em TARV e aderentes ao tratamento:
• Falência clínica
• Recorrência ou aparecimento de condição que indica imunodepressão severa
(estadio 4) após 6 meses de tratamento eficaz;
• Falência imunológica
• CD4 ≤ 250 cels/mm3;
• Contagem de CD4, persistentemente abaixo de 100 células, após 12 meses de TARV;
• Falência virológica
• Carga viral no plasma acima de 1.000 cópias/ml (2 resultados separados por ≥ 3
meses, com reforço de adesão entre eles)
Ocorrência da Falência ao Longo do Tempo
www.comitetarvdnam.co.mz
Mudança de Linha: processo administrativo
Doente em
seguimento na US
com suspeita de
falência
terapêutica

O Comité Nacional Discutir o caso no Comité TARV da US


responde ao clíico conjuntamente com o responsável de
sobre a decisão Aconselhamento.
tomada (sistema Verificar se o doente possui analises
online) recentes/actualizar análises

Comités Descentralizados

Reportar ao Comite TARV


O Comité TARV com todas as
Provincial propõe informações do doente,
conduta para o caso usando o formulário
online
2ª Linha TARV: 2INTR+ATV/r (1)
1. Indicações:

• O esquema contendo 2INTR+ATV/r passa a ser o esquema preferencial de 2ª

linha no país, para os pacientes adultos;

• Os pacientes com diagnóstico de falência terapêutica à 1ª linha do TARV, serão

aprovados para um esquema de 2ª linha contendo ATV/r, ao invés do LPV/r;

• A combinação de INTR será escolhida pelo Comité TARV em cada caso;


2ª Linha TARV: 2INTR+ATV/r (2)

• Os pacientes que já estiverem em 2ª linha de TARV, serão

progressivamente trocados para o ATV/r, mantendo a combinação de

INTR que recebem.

• Exemplo:

• AZT+3TC+LPV/r AZT+3TC+ATV/r
2ª Linha TARV: 2INTR+ATV/r (3)
• Atazanavir 300 mg/ritonavir 100 mg;

• Simplificação na toma, apenas 1 comp/dia, menos complicado que o LPV/r (2


comp, 2 vezes por dia);

• Potência e perfil de resistência semelhante ao LPV/r;

• Melhor tolerado que o LPV/r (menos efeitos adversos gastrointestinais);

• Menor alteração do perfil metabólico (dislipidémia e hiperglicémia) do que o

LPV/r.
Posologia da 2ª linha adultos

• AZT+ 3TC 300/150 - 1 comp 12/12 horas ou

• TDF+3TC 300/150 - 1 comp/dia ou

• ABC+3TC 600/300 - 1 comp/dia

• ATV/r 300/100 1 comp/dia

Atenção! Pacientes que estiverem a usar a rifampicina devem substituir o ATV/r por DTG
e ajustar a dose durante o tempo que recebem RIF e por mais 2 semanas (DTG a cada 12
horas)
Alteração de TARV em pacientes em uso de ATV/r que
requerem de Rifampicina (TB)

• O ATV/r não deve ser administrado com a rifampicina;

• Os pacientes que precisem de receber a rifampicina para o


tratamento de TB, deverão alterar o esquema de TARV, durante o
tempo de uso de Rifampicina;
• Durante esse tempo, passam a receber TARV com DTG ajustado (DTG de
12/12 horas até 2 semanas depois do fim do TAT contendo Rifampicina)
• Depois mantêm o DTG e passa a tomar apenas 1 vez/dia
Escolha Empírica da 2ª Linha Padrão de TARV (adultos)

•Para pacientes com 1ª Linha padrão: AZT + 3TC + NVP:


• TDF/3TC + Dolutegravir (pois estes casos se enquadram na troca massiva de NVP para
DTG, além de ser pacientes em falência aos regimes de 1ª linha)

•Para pacientes com 1ª Linha padrão: TDF + 3TC + EFV


• AZT/3TC + ATV/r

•Para os que já receberam AZT e TDF na 1ª linha, a escolha da segunda linha


é controversa e o comitê define em cada caso;
•A combinação de INTR com ABC+3TC deve ser usada apenas nos casos de
contra-indicação da opção principal
Conteúdos

• Bloco 1: Princípios gerais para o Uso de ARVs em pacientes adultos

• Bloco 2: Operacionalização das novas normas clínicas

• Bloco 3: Monitoria dos pacientes em TARV: Falência terapêutica e 2ª


linha TARV

• Bloco 4: Profilaxia pós-exposição ocupacional e não ocupacional:


Indicações e esquemas preconizados
Profilaxia pós-exposição ao HIV (PPE)
Profilaxia pós-exposição: definição e indicações

• Tratamento profiláctico oferecido durante 28 dias, a pessoas


seronegativas, com um episódio de exposição ao HIV, para reduzir o
risco de infecção
• Ocupacional: profissional de saúde, que sofre acidente no âmbito do
trabalho, a partir de paciente fonte HIV+ ou com seroestado desconhecido;
• Não ocupacional: qualquer indivíduo que reporta uma exposição sexual
• Situações de violência sexual (de caso fonte HIV+ ou de seroestado desconhecido)
• Sexo consentido (com parceiro com seroestado conhecido HIV+)
• Ex: Acidente como ruptura de preservativo ou mesmo sexo desprotegido
PPE: Adolescentes, Adultos e Grávidas/Lactantes

Define-se um único esquema de PPE com 3 medicamentos, independentemente do risco da exposição

sofrida:

• TDF/3TC/DTG

Alternativa ao TDF/3TC/DTG para os seguintes casos:

1. Na falta do regime para início imediato da profilaxia


2. Para mulheres grávidas no 1º trimestre (ou que não possam garantir que não estão grávidas) ou para mulheres
em idade fértil que se recusem a usar o DTG
• TDF/3TC + ATV/r
• TDF/3TC + LPV/r
• TDF/3TC/EFV
PPE: indicações e seguimento

• A PPE é apenas oferecida a pessoas com seroestado negativo (teste rápido


negativo);
• A profilaxia pós-exposição, deve ser iniciada o mais cedo possível, após uma
exposição, e dentro de 72 horas (3 dias) que seguem à mesma;
• Após esse período não deve ser oferecida, pois sua eficácia não esta
demonstrada;
• Os indivíduos que recebem a PPE, devem fazer o controlo clínico/laboratorial
durante a profilaxia;
• Devem ser testados para o HIV 30, 90 e 180 dias após a exposição.
Pontos-Chave da Sessão
• Em 2018 novos MARVs passam a estar disponíveis em Moçambique. Os
clínicos devem conhecer as características mais importantes e as
indicações destes novos medicamentos;
• O DTG é um inibidor da integrase com grandes perspectivas a medio prazo.
Este medicamento será introduzido progressivamente ao longo de 3 fases
de implementação
• O ATV/r é um inibidor da protease com bom perfil de toxicidade que passa
a ser a 1ª opção de 2ª linha de TARV em pacientes adultos.
Para dúvidas, casos complexos, pacientes com
problemas renais…
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA SAÚDE
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