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Protocolos Gerenciados
Diretrizes para a Prática
Clínica
Responsável Técnico
Dr. Luiz Carlos V. de Andrade – CRM 48277
Organization Accredited
by Joint Commission International
V.0220
HCor – Hospital do Coração/Diagnóstico – Unidade Paraíso: Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 147 – São Paulo – SP
HCor – Edifício Dr. Adib Jatene: Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 130 – São Paulo – SP
HCor Diagnóstico – Unidade Cidade Jardim: Av. Cidade Jardim, 350 – 2º andar – São Paulo – SP
HCor Onco – Clínica de Radioterapia: Rua Tomás Carvalhal, 172 – São Paulo – SP
HCor – Consultórios: Rua Abílio Soares, 250 – São Paulo – SP
Tels.: Geral: (11) 3053-6611 – Central de Agendamento: (11) 3889-3939 – Pronto-socorro: (11) 3889-9944
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Protocolo Gerenciado da
Sepse
Comissão de Elaboração
Dr. Edson Romano – Diretor Clinico
Dr. Vinícius Avellar Werneck - Coordenador do grupo de sepse
Dr. Jorge Farran – Coordenador do grupo de sepse
Dra. Sabrina Bernardez – Coordenadora dos protocolos clínicos
Enf. Rosianne de Vasconcelos- Enfermeira do grupo de sepse
Enf. Michelle Saad – Coordenadora Multidisciplinar de Práticas Assistenciais
1. Fundamento
A sepse é definida como presença de disfunção orgânica secundária a uma
agressão infecciosa. Apresenta taxas elevadas de incidência e mortalidade.
O estudo SPREAD, conduzido ILAS, apontou que 30% dos leitos de UTI
(Unidade de Terapia Intensiva) do Brasil estão ocupados por pacientes com
sepse ou choque séptico. A letalidade nesses pacientes foi de 55%. Assim, todos
os profissionais devem ser capazes de reconhecer os sinais e sintomas de sepse
e providenciar a conduta imediata para que o tratamento possa ser feito. Isso
torna o desafio amplo e não apenas restrito a áreas como terapia intensiva e
serviços de urgência/emergência, abrangendo de forma plena a instituição.
O ILAS, organização sem fins lucrativos fundada em 2005 com o objetivo de
melhorar a qualidade assistencial aos pacientes sépticos, vem auxiliando o HCor
na implementação do protocolo de diagnóstico e tratamento da sepse, baseado
nos pacotes de tratamento da Campanha de Sobrevivência à Sepse.
Este manual visa a educação continuada de todos os colaboradores do HCor,
para que possam ser feitos a identificação precoce e o tratamento adequado aos
pacientes com sepse e choque séptico.
2. Objetivos
Padronizar condutas baseadas em evidências científicas para a sepse,
garantindo boas práticas assistenciais. Os benefícios do protocolo são:
• Redução da mortalidade;
• Redução no tempo de internação hospitalar;
• Redução nos custos do tratamento;
• Retorno precoce do paciente a suas atividades habituais;
• Diferencial na qualidade do atendimento multiprofissional.
3
Protocolo Gerenciado de SEPSE
3.Definições/ Nomenclatura
DEFINIÇÕES:
INFECÇÃO SEM DISFUNÇÃO: Infecção suspeita ou confirmada, sem disfunção
orgânica, de forma independente da presença de sinais de SIRS.
CHOQUE SÉPTICO: Sepse que evoluiu com hipotensão não corrigida com
reposição volêmica (PAM ≤65 mmHg), de forma independente de alterações
de lactato.
4. Protocolo
Setores envolvidos: Áreas relacionadas:
• Pronto Socorro • Médicos
• Unidade de Internação • Enfermagem
• Oncologia • Fisioterapia
• Unidade Coronariana • Laboratório
• Unidade de Terapia Intensiva • SCIH
• Centro Cirúrgico • Farmácia
• Banco de Sangue
• Qualidade
• Educação permanente
4.1 Aplicabilidade
4
4.1.2 Critérios de Exclusão/Contraindicações
Critérios de exclusão:
• Pacientes em cuidados paliativos, portanto sem indicação de medidas
agressivas para sepse ou choque séptico;
• Idade < 18 anos;
• Recusa do paciente.
4.2 Procedimentos
TRIAGEM E INCLUSÃO NO PROTOCOLO
Diagnóstico da sepse
Sepse deve ser suspeitada em todos os pacientes com quadro infeccioso.
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Protocolo Gerenciado de SEPSE
6
A triagem inicial será baseada nos critérios de SIRS e de disfunção orgânica.
Qualquer colaborador que identificar pelo menos 2 critérios de SIRS e/ou 1
critério de disfunção orgânica, deverá comunicar o enfermeiro do setor, que
deverá iniciar o processo com a abertura da ficha do protocolo e acionar a
equipe médica imediatamente.
O médico deverá avaliar o paciente e definir se há foco infeccioso (presumido
ou confirmado). Se não houver suspeita clínica de infecção, o paciente não
será incluído no protocolo.
Se houver suspeita de infecção, o médico deverá definir se o diagnóstico é
de sepse ou choque séptico. Se o médico afastar o diagnóstico de sepse ou
choque séptico, o paciente não será incluído no protocolo. O mesmo ocorrerá
se o paciente, independente do diagnóstico, estiver em cuidados paliativos.
Uma vez o médico confirmando que há sepse ou choque séptico, o paciente
será incluído no protocolo, e a partir deste momento, se inicia a contagem de
tempo para as metas terapêuticas:
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Protocolo Gerenciado de SEPSE
AV L
8
Após o resultado dos exames laboratoriais, o médico reavalia a presença de
disfunção orgânica (clínica ou laboratorial), dando prosseguimento aos pacotes
de 3 e de 6h (terapia precoce guiada por metas).
Pacote de 3 horas
1. Colher lactato sérico.
Obs: O lactato (e SvO2 nos pacientes que já tem acesso central) deve ser
imediatamente encaminhado ao laboratório por quem estiver imediatamente
disponível. O objetivo é obter esse resultado em menos que 30 minutos.
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Protocolo Gerenciado de SEPSE
Pacote de 6 horas
6. Caso a pressão arterial média (PAM) permaneça abaixo de 65 (após a infusão
de volume inicial), iniciar vasopressores. Não se deve tolerar pressões
abaixo de 65 mmHg por períodos superiores a 30-40 minutos. Em casos
de hipotensão ameaçadora a vida, pode-se iniciar o vasopressor mesmo
antes da reposição volêmica. É fundamental garantir pressão de perfusão
enquanto se continua a reposição volêmica. Assim, o vasopressor pode ser
iniciado mesmo em veia periférica, enquanto se providencia com urgência o
acesso central. A droga de escolha é a noradrenalina.
• Mensuração de PVC
• Variação de pressão de pulso
• Variação de distensibilidade de cava
• Elevação passiva de membros inferiores
• Qualquer outra forma de responsividade a fluídos
• Mensuração de SvO2
• Tempo de enchimento capilar
• Intensidade de livedo
• Sinais indiretos (por exemplo, melhora do nível de consciência ou presença
de diurese)
10
9. A SvO2 deve estar acima de 70 dentro de seis horas do diagnóstico.
Utilizar toda a estratégia de otimização descrita no fluxograma em anexo.
Dela fazem parte à reposição volêmica, noradrenalina, dobutamina e,
eventualmente, concentrado de hemácias. Todos os pacientes com
hemoglobina < 7,0 g/dl devem receber transfusão.
Pacientes com hemoglobina < 9,0 devem receber dobutamina. Caso a
SvO2 continue abaixo de 70% após inicio de dobutamina, pacientes com
hemoglobina <9,0 g/dL devem receber transfusão.
Deve ser administrada uma unidade de cada vez com novo controle
de SvO2. Caso a SvO2 não atinja 70% após essas manobras, considerar
intubação e sedação para redução do consumo de oxigênio. A temperatura
corporal deve ser normalizada.
10. Nos pacientes com lactato alterado, uma meta terapêutica adicional é o
clareamento do mesmo. Assim, após duas horas de ressuscitação, nova
dosagem deve ser solicitada. O objetivo é obter clareamento de 10 a 20%
em relação aos níveis anteriores, visando a normalização do mesmo.
11. Pacientes sépticos podem se apresentar hipertensos, principalmente se
já portadores de hipertensão arterial sistêmica. Nesses casos, a redução
da pós-carga pode ser necessária para o restabelecimento da adequada
oferta de oxigênio. Não se devem usar medicações de efeito prolongado,
pois esses pacientes podem rapidamente evoluir com hipotensão. Assim,
vasodilatadores endovenosos são preferíveis.
12. Não está indicado o uso de bicarbonato nos casos de acidose lática
em pacientes com pH > 7,15, pois o tratamento dessa acidose é o
restabelecimento da adequada perfusão. Nos pacientes com pH abaixo
desse valor ela pode ser avaliada.
Outras recomendações:
13. Somente em paciente com choque séptico refratário, pode-se avaliar a
prescrição de hidrocortisona 50 mg 6/6 hs.
12
4.3 Guia de Antimicrobiano
GUIA DE ANTIMICROBIANO
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Protocolo Gerenciado de SEPSE
ATENÇÃO
É fundamental o registro correto de todas as condutas, tanto na ficha do
protocolo, quanto no prontuário, com especial atenção aos horários. É
com base nesses registros que será feita a análise dos indicadores.
14
5. Legislação e Normas
1 - Sepse: Um problema de saúde pública. Instituto Latino Americano para
Estudo da Sepse. Brasília, CFM, 2015.
6. Referências Bibliográficas
1 - Surviving Sepsis Campaign: International Guidelines for Management of
Severe Sepsis and Septic Shock: 2012.
2 - Eliezer Silva et al .Controlando a infecção, sobrevivendo a SEPSE: manual
de abordagem inicial da sepse grave e choque séptico. ILAS, HIAE, MS. São
Paulo, 2012.
3 - Campanha Sobrevivendo a sepse: Roteiro de implementação de protocolo
assistencial gerenciado. ILAS, 2014.
4 - Singer M, Deutschman C, Seymour CW, et al. The Third International
Consensus Definitions for Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3). JAMA.
doi:10.1001/jama.2016.0287.
5 - Rhodes et al. Surviving Sepsis Campaign: International Guidelines for
Management of Sepsis and Septic Shock: 2016.
15
Responsável Técnico
Dr. Luiz Carlos V. de Andrade – CRM 48277
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V.1903
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Protocolo Gerenciado de
Tromboprofilaxia Venosa
em pacientes clínicos
e cirúrgicos
Protocolo Gerenciado de Tromboprofilaxia Venosa
em pacientes clínicos e cirúrgicos
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Sumário
1. Fundamentos 3
2. Objetivos 4
3. Definições e nomenclatura 4
4. Protocolo 4
4.1 Critérios de elegibilidade 4
4.1.1 Critérios de exclusão/Contraindicações 4
4.2 Procedimentos 4
4.2.1 Pronto-socorro (Fluxograma 1) 4
4.2.2 Unidades de Internação (Fluxograma 2: A e B) 6
4.2.3 UCO e UTI (Fluxograma 3) 9
4.2.4 Centro Cirúrgico/Sala Híbrida 11
5. Esquemas de tromboprofilaxia de acordo com o risco de TEV 12
5.1 Pacientes cirúrgicos 12
5.2 Pacientes clínicos 15
6. Contraindicações para profilaxia medicamentosa 16
6.1 Absolutas 16
6.2 Relativas 16
7. Trombocitopenia induzida pela heparina 17
8. Recomendações na insuficiência renal 17
9. Avaliação do risco de sangramento 17
9.1 Antídotos para reversão dos efeitos da heparina 18
10. Métodos mecânicos de profilaxia 19
10.1 Recomendações nas cirurgias ortopédicas importantes 19
10.2 Contraindicações aos métodos mecânicos 19
10.3 Profilaxia combinada 20
11. Indicadores de qualidade 20
12. Referências bibliográficas, legislações e normas 21
2
1. Fundamentos
O termo tromboembolismo venoso (TEV) refere-se às seguintes condições
patológicas: tromboembolismo pulmonar, trombose associada a cateteres venosos
centrais e trombose venosa profunda. Todos os casos de TEV, sejam assintomáticos
ou clinicamente manifestos, estão associados a altas taxas de mortalidade que
podem ser substancialmente reduzidas com a introdução de medidas preventivas
simples e eficazes, medicamentosas ou não.
Nesse contexto, os fatores de risco para TEV são:
3
Protocolo Gerenciado de Tromboprofilaxia Venosa
em pacientes clínicos e cirúrgicos
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2. Objetivos
Disponibilizar uma diretriz assistencial atualizada e segura, elaborada de acordo
com diretrizes e estudos da literatura científica nacional e internacional para que
todos os pacientes adultos desta instituição, clínicos ou cirúrgicos, sejam avaliados
quanto ao risco de TEV e indicação de tromboprofilaxia nas primeiras 24 horas de
internação.
3. Definições e nomenclatura
O termo trombose refere-se ao processo resultante da iniciação e propagação
inadequadas do mecanismo hemostático, cuja fisiopatologia baseia-se na
chamada tríade de Virchow, composta de estase venosa, lesão endotelial e
hipercoagulabilidade. O tromboembolismo venoso abrange o tromboembolismo
pulmonar, a trombose associada a cateteres venosos centrais e a trombose venosa
profunda.
Siglas utilizadas:
TEV: tromboembolismo venoso UTI: Unidade de Terapia Intensiva
TVP: trombose venosa profunda UCO: Unidade Coronariana
TEP: tromboembolismo pulmonar UI: Unidades de Internação
HNF: heparina não fracionada PS: Pronto-socorro
HBPM: heparina de baixo peso molecular DCPI: dispositivo de compressão pneumática
4. Protocolo
Este protocolo foi elaborado por uma equipe multidisciplinar composta de
médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas e profissionais ligados ao
Serviço de Qualidade após estudo dirigido para a análise do perfil desta instituição
dentro do contexto de tromboprofilaxia.
4.2 Procedimentos
4
• A abordagem inicial será feita pelo médico plantonista do PS, que identifica o
risco de TEV e a necessidade de prescrição ou contraindicação da profilaxia de
TEV, justificando nesse caso no impresso TEV.
• Após a admissão em UTI, UCO ou UI, o enfermeiro da unidade deve abrir novo
formulário TEV1 ou TEV2, sendo o paciente reavaliado a cada 24 horas através
dos impressos a fim de identificar a necessidade de mudança de conduta,
possíveis falhas e/ou não conformidades, acionando os responsáveis.
INÍCIO
Admissão no PS
MÉDICO
Não Indicação de
Não incluir no protocolo TEV
internação?
MÉDICO
Sim
Documentar e manter
formulário em prontuário Não Sim Prescrever Profilaxia de TEV
Indicação?
MÉDICO MÉDICO
FIM
Obs.: manter Formulário de Avaliação de Risco para TEV no prontuário na evolução multidisciplinar.
Qualquer não conformidade, dúvidas e/ou situações especiais não contempladas no fluxograma, entrar
em contato com a Comissão de TEV: tev@hcor.com.br
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Protocolo Gerenciado de Tromboprofilaxia Venosa
em pacientes clínicos e cirúrgicos
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• O paciente será reavaliado através dos impressos TEV1 ou TEV2 a cada 24 horas
pelo enfermeiro do setor.
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FLUXO TEV – Unidades de Internação (A)
INÍCIO
Admissão do paciente
Formulário Profilaxia
de TEV1 ou TEV2 ENFERMEIRO
Não Sim
Indicação?
Solicitar avaliação
do médico-assistente
ENFERMEIRO
Registrar no prontuário e
reavaliar a cada 24h Sim Não
Médico-assistente
ENFERMEIRO (MA) prescreve?
FIM
Reavaliar a cada 24h
ENFERMEIRO
FIM
Obs.: manter Formulário de Avaliação de Risco para TEV no prontuário na evolução multidisciplinar.
Qualquer não conformidade, dúvidas e/ou situações especiais não contempladas no fluxograma, entrar
em contato com a Comissão de TEV: tev@hcor.com.br
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em pacientes clínicos e cirúrgicos
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INÍCIO
Admissão do paciente
Formulário Profilaxia ENFERMEIRO Formulário Profilaxia
de TEV1 ou TEV2 de TEV1 ou TEV2
FIM
Reavaliar a cada 24h
ENFERMEIRO
FIM
Obs.: manter Formulário de Avaliação de Risco para TEV no prontuário na evolução multidisciplinar.
Qualquer não conformidade, dúvidas e/ou situações especiais não contempladas no fluxograma, entrar
em contato com a Comissão de TEV: tev@hcor.com.br
8
4.2.3 UCO e UTI (Fluxograma 3)
• O paciente será reavaliado através dos impressos TEV1 ou TEV2 a cada 24 horas
pelo enfermeiro da unidade, visando identificar a necessidade de mudança de
conduta, possíveis falhas e/ou não conformidades, acionando os responsáveis.
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em pacientes clínicos e cirúrgicos
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Admissão do paciente
Formulário Profilaxia Formulário Profilaxia
de TEV1 ou TEV2 ENFERMEIRO de TEV1 ou TEV2
Sim Não
Indicação? Critérios adequados?
Não
Prescrever profilaxia
MÉDICO PLANTONISTA
FIM
Obs.: manter Formulário de Avaliação de Risco para TEV no prontuário na evolução multidisciplinar.
Qualquer não conformidade, dúvidas e/ou situações especiais não contempladas no fluxograma, entrar
em contato com a Comissão de TEV: tev@hcor.com.br
10
4.2.4 Centro Cirúrgico/Sala Híbrida
• Os pacientes com cirurgia programada nas primeiras 24 horas de internação
hospitalar, deverão ser avaliados quanto ao risco de TEV nas primeiras 12 horas
pela equipe de enfermeiros da RPA, no Centro Cirúrgico e RPA em Sala Híbrida,
através do preenchimento do impresso específico para casos cirúrgicos (TEV2 -
verificar "Anexos" deste documento).
Informações importantes:
1. Em caso de qualquer não conformidade, dúvidas e/ou situações especiais não
contempladas nos fluxogramas, entrar em contato com a Comissão de TEV:
tev@hcor.com.br
2. O Formulário de Avaliação de Risco para TEV deverá ser mantido no prontuário
médico na evolução multidisciplinar.
3. Em caso de pacientes internados com cirurgia agendada para data posterior a 24
horas da data de admissão hospitalar, o protocolo deverá ser aberto nas Unidades
de Internação.
4. Em caso de pacientes de longa permanência, nos primeiros 21 dias de
internação deverão seguir avaliação de acordo com protocolo, a cada 24 horas.
Após 21 dias, deverão ser reavaliados semanalmente (a cada 7 dias).
5. Para pacientes admitidos na hemodinâmica e com previsão de internação
hospitalar > 24 horas, proceder a abertura do protocolo no setor de internação.
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• Pacientes com risco intermediário para TEV: devem utilizar HBPM ou HNF,
ambas por via subcutânea nas seguintes doses profiláticas baixas:
- HNF 5.000 UI a cada 12 horas.
- Enoxaparina 20 mg 1 x ao dia.
- Fondaparinux 2,5 mg 1 x ao dia.
• Pacientes com alto risco para TEV: devem utilizar HBPM ou HNF, ambas por via
subcutânea em doses profiláticas altas:
- HNF 5.000 UI a cada 8 horas.
- Enoxaparina 40 mg 1 x ao dia.
- Fondaparinux 2,5 mg 1 x ao dia.
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Situações especiais
• Artroplastia/Fratura de quadril: a profilaxia deverá ser mantida por 5 semanas.
Podem ser utilizados HBPM ou anticoagulante oral antagonista da vitamina K com
manutenção de INR entre 2 e 3. Com relação aos novos anticoagulantes orais, nos
casos de artroplastia de quadril, estão liberados os medicamentos Dabigatrana
(dose inicial de 110 mg de 1 a 4 horas após o término da cirurgia e posteriormente
220 mg 1 x ao dia por 28 a 35 dias), Rivaroxabana (dose de 10 mg/dia com início 6
a 12 horas após a cirurgia por 35 dias) e Apixabana (dose de 2,5 mg/dia duas vezes
ao dia com início dentro de 12 a 24 horas do pós-operatório durante 32 a 38 dias).
Não se recomenda profilaxia com o uso isolado de aspirina.
16
• Neurocirurgias: Pacientes submetidos a grandes neurocirurgias apresentam alto
risco de TEV. O risco de TVP é de aproximadamente 20% e o risco de TVP proximal
é de aproximadamente 5%. O risco é semelhante em pacientes com lesão cerebral
traumática.
A tromboprofilaxia mecânica geralmente é recomendada devido à preocupação
com o risco de eventos hemorrágicos intracranianos potencialmente devastadores
que podem estar associados à profilaxia farmacológica. No entanto, estudos clínicos
não demonstram significância estatística nas taxas de eventos hemorrágicos
intracranianos pacientes tratados com HBPM em comparação com aqueles que
receberam profilaxia mecânica.
Recomendamos que a profilaxia mecânica seja rotineiramente oferecida para os
pacientes neurocirúrgicos (GRADE A).
A combinação de HBPM com profilaxia mecânica pode ser considerada em
pacientes com fatores de risco adicionais para TEV, como pacientes com neoplasia
intracraniana – começando 12 a 24 horas após a cirurgia e continuando até a
deambulação ser reiniciada (GRADE B).
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• Pacientes com idade < 40 anos e mobilidade reduzida ou com fatores de risco
associados devem receber HBPM ou HNF em doses profiláticas baixas: HNF
5 000 UI SC a cada 8 horas; Enoxaparina 40 mg SC 1 x ao dia; Fondaparinux
2,5 mg SC 1 x ao dia.
18
• Pacientes com contraindicação à profilaxia medicamentosa devem receber
profilaxia mecânica com meia elástica de compressão gradual, compressão
pneumática intermitente e/ou fisioterapia motora em membros inferiores.
A tabela de tromboprofilaxia para pacientes clínicos e ajustes de doses encontra-se
em "Anexos" deste documento.
Sim
Não
Algum fator de risco?
Sim
Não
Profilaxia farmacológica
indicada
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• HIT tipo I: é o tipo mais frequente (20-25%) e menos grave que ocorre por
efeito direto da heparina nas plaquetas. Tem início nos primeiros dias de uso e
dificilmente cursa com contagem plaquetária inferior a 100.000/mm³.
• HIT tipo II: é menos frequente e determina contagens plaquetárias mais baixas,
geralmente inferiores a 100.000/mm³. Ocorre de 4 a 14 dias após o início
da heparina por mecanismo imunológico e há aumento do risco de eventos
trombóticos.
* Momentos de flexibilidade:
• 24 horas no máximo para a maioria das cirurgias gerais, cirurgias ortopédicas;
• Situação pós-transplante ou diversos traumas significativos para a exclusão do risco de
sangramento: 48 horas;
• Situação pós-cirurgia aberta da medula espinhal: 5 dias de flexibilidade.
21
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10.3 Profilaxia combinada
A profilaxia combinada poderá ser considerada para os pacientes de risco muito
alto, como ortopédicos, oncológicos e politraumatizados ou admitidos com
trauma raquimedular.
Em doentes submetidos à grande cirurgia ortopédica, recomenda-se o uso de
profilaxia combinada (com um agente antitrombótico e DCPI) durante o tempo de
internação hospitalar (Grau 2C);
Avaliação do
Todos os pacientes
risco de TEV Pacientes cirúrgicos com avaliação
internados por causa
em pacientes de risco para TEV
cirúrgica
cirúrgicos
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SAMAMA, M. M,; COHEN, A.T.; DARMON, J.Y. et. al. A comparison of enoxaparin
with placebo for the prevention of venous thromboembolism in acutely ill medical
patients. N Engl J Med. 1999; 341: 793-800. Disponível em: <http://content.nejm.
org/cgi/reprint/341/11/793.pdf>.
SHERMAN, D. G.; ALBERS, G. W.; BLADIN, C. et al. The efficacy and safety
of enoxaparin versus unfractionated heparin for the prevention of venous
thromboembolism after acute ischaemic stroke (PREVAIL Study): an open-label
randomized comparison. Lancet. 2007; 369:1347-1355. Disponível em: <http://
www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS01406736(07)60633>.
24
10. Anexos
Anexo 1. TEV1 - Ficha clínica para o paciente clínico
ETIQUETA
Não Deambulação e
Idade ≥ 40 anos* e Mobilidade reduzida§
reavaliar em 2 dias
Sim
Algum fator de risco?
AVCI† Insuficiência arterial periférica
ENFERMEIRO
Sim
Outros § Devido à doença, passa pelo menos metade do dia deitado ou sentado à beira do leito
(excluído período de sono).
Não
† AVCI - excluir hemorragia com TC ou RM. AVCH - considerar profilaxia a partir
do 10º dia, após confirmação de estabilidade clínica e tomográfica.
MÉDICO
‡
Profilaxia indicada
HBPM SC 1 VEZ AO DIA ¥ Alteração da função pulmonar e/ou gasometria arterial na presença de hipertensão
pulmonar, pneumonia, doença intersticial, câncer de pulmão e/ou metástases, ou DPOC.
ENOXAPARINA 40 mg
HNF 5.000 UI SC 8/8 h ‡ HBPM SC 1 vez ao dia: enoxaparina 40 mg, ou dalteparina 5.000 U, ou nadroparina
OUTROS 3.800 U (< 70 kg) ou 5.700 U (≤ 70 kg), ou HNF 5.000 U SC 8/8 h. No estudo de Harenberg
TERAPIA COMBINADA (FARMACOLÓGICA e cols., houve aumento na mortalidade no grupo que recebeu nadroparina, comparado
+ MECÂNICA) com HNF.Haemostasis, 1996
Data início:
Justificativa para não adesão:
Manter por 10 + 4 dias
ou enquanto persistir o risco
_______________________________
Assinatura Médico Responsável
Cirurgia de risco alto Cirurgia de porte médio e alto Cirurgia de pequeno porte
Duração < 60’ e internação ≤ 2 d,
Idade sem restrição da mobilidade
Artroplastia de quadril
Artroplastia de joelho Endoscópica
≥ 60 anos 41-59 anos ≤ 40 anos
Fratura de quadril Laparoscópica
ENFERMEIRO
Enfermeiro: _______________________________
Carimbo e assinatura
* Avaliar fatores de risco no verso
Contraindicação para quimioprofilaxia: Sim Não Heparina+ Risco alto Risco intermediário
Em uso de anticoagulação Não
HNF 5.000 U 3x/d 5.000 U 2x/d
ABSOLUTA
_______________________________
Assinatura Médico Responsável
27
Anexo 3. Tromboprofilaxia para pacientes clínicos e ajuste de doses
Anexo 4. Tromboprofilaxia para pacientes cirúrgicos (ortopédicos)
Responsável Técnico
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by Joint Commission International
V.1811
HCor – Hospital do Coração/Diagnóstico – Unidade Paraíso: Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 147 – São Paulo – SP
HCor – Edifício Dr. Adib Jatene: Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 130 – São Paulo – SP
HCor Diagnóstico – Unidade Cidade Jardim: Av. Cidade Jardim, 350 – 2º andar – São Paulo – SP
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Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular
Cerebral Isquêmico
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
Sumário
1. Fundamentos 3
2. Objetivos 4
3. Definições e nomenclatura 4
4. Protocolo 4
4.1 Critérios de elegibilidade 4
4.2 Procedimentos 4
4.2.1 Suspeita clínica de AVCI 4
4.2.2 Medidas diagnósticas 9
4.2.3 Avaliação neurológica 9
4.2.4 Medidas terapêuticas gerais 9
4.2.5 Monitoramento do paciente com AVCI 11
4.2.6 Tratamento de recanalização 16
4.2.6.1 Tratamento trombolítico intravenoso 16
4.2.6.2 Trombectomia mecânica 19
4.2.7 Tratamento neurointensivo 19
4.2.8 Tratamento do AVCI maligno 21
4.2.9 Tratamento multiprofissional de reabilitação 21
a) Rotina de atendimento – Fisioterapia 21
b) Rotina de atendimento – Fonoaudiologia 23
c) Rotina de atendimento – Nutrição 24
d) Rotina de atendimento – Farmácia 26
e) Rotina de atendimento – Psicologia 27
5. Indicadores de qualidade 29
6. Referências bibliográficas – Legislações e normas 30
7. Anexos 33
7.1 Fluxograma de atendimento pré-hospitalar 33
7.2 Fluxograma de atendimento no PS 34
7.3 Fluxograma de atendimento nas Unidades de Internação 35
7.4 Fluxograma de atendimento na UTI adulto/UCO 36
7.5 Fluxograma de trombólise / trombectomia mecânica 37
7.6 Fluxograma da fisioterapia no AVCI 40
7.7 Fluxograma da fonoaudiologia no AVCI 41
7.8 Fluxograma da farmácia no AVCI 42
7.9 Fluxograma de atendimento ao paciente com AVCI pela psicologia 43
7.10 Fluxograma de atendimento ao familiar pela psicologia 44
2
1. Fundamentos
Em escala mundial, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda principal causa de morte,
e, no Brasil, uma das principais causas de internação hospitalar, causando, na grande maioria
dos pacientes, algum tipo de deficiência, seja parcial ou completa.
Segundo dados do DATASUS, apenas em 2009, foram registradas 160.621 internações por
doenças cerebrovasculares. Além disso, os dados do Ministério da Saúde evidenciaram
um número expressivo de óbitos decorrentes do AVC, sendo registrados 99.159 óbitos
em 2010, o que representa uma média de 271 mortes por dia. Portanto, mais do que
uma estatística em saúde pública, esses dados demonstram também o grande impacto
econômico e social para o Brasil.
O AVC é classificado em dois grandes grupos: Acidente Vascular Cerebral isquêmico (AVCI)
e AVC hemorrágico. O AVCI é o subtipo mais frequente, com cerca de 85% dos casos, e se
caracteriza pela interrupção do fluxo sanguíneo arterial (obstrução por trombos ou êmbolos)
em uma determinada região do encéfalo.
O cuidado na fase aguda do AVCI é um dos principais pilares do tratamento, que deve ser
iniciado no tempo certo e com a eficácia adequada a fim de impedir a morte do tecido
cerebral. O atendimento ao paciente com AVCI deve ser ágil, e a participação de todos
os setores envolvidos no atendimento deve ser sincronizada e eficiente. Os tempos do
início dos sintomas até o diagnóstico e até o início do tratamento agudo são importantes
determinantes do prognóstico desses pacientes. O pressuposto é que melhores processos
de cuidado estão relacionados à redução da mortalidade de curto prazo e redução de
complicações e sequelas.
O foco multiprofissional foi o alicerce para a construção desse protocolo, a fim de englobar
áreas da saúde fundamentais para a manutenção do cuidado centrado no paciente. Assim,
o Protocolo Gerenciado em Acidente Vascular Cerebral Isquêmico do Hospital do Coração de
São Paulo foi estruturado com uma visão de cuidado integral ao paciente, por meio de uma
abordagem que promova a segurança e a excelência do atendimento.
3
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
2. Objetivos
Auxiliar no atendimento institucional ao paciente com AVCI. As condutas aqui recomendadas são
baseadas em diretrizes nacionais e internacionais, e devem servir como orientação de conduta
diagnóstica e terapêutica, sempre levando em conta os aspectos individuais de cada paciente.
3. Definições e nomenclatura
Entende-se por AVCI o déficit neurológico, geralmente focal, de instalação súbita e de rápida
evolução, causada pela lesão de uma região cerebral decorrente da redução local da oferta
de oxigênio, em razão do comprometimento do fluxo sanguíneo tecidual (isquemia).
Siglas utilizadas:
AVC: Acidente Vascular Cerebral UTI: Unidade de Terapia Intensiva
AVCI: Acidente Vascular Cerebral Isquêmico UCO: Unidade Coronariana
NIH: National Institute of Health UI: Unidade de Internação
TC: Tomografia de Crânio PS: Pronto-socorro
4. Protocolo
Este protocolo foi elaborado por uma equipe multiprofissional composta de médicos,
enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, farmacêuticos, psicólogos, nutricionistas e
profissionais ligados ao serviço de qualidade após estudo dirigido para a análise do perfil
desta instituição dentro do contexto do AVCI.
Critérios de exclusão:
Outros quadros clínicos e neurológicos que não se encaixam em um diagnóstico clínico de AVCI.
4.2 Procedimentos
4.2.1 Suspeita clínica de AVCI
A suspeita clínica de AVCI deve basear-se na presença de um déficit neurológico de início
súbito, principalmente os déficits localizados (fraqueza muscular, alteração sensitiva,
dificuldade para falar, alteração visual, perda de equilíbrio ou falta de coordenação).
Nos pacientes com doença cerebrovascular, a triagem tem um papel essencial, pois
o reconhecimento precoce de sinais e sintomas sugestivos de AVCI pode resultar no
tratamento imediato com repercussão no prognóstico.
4
reconhecimento e o tratamento dos pacientes com AVCI (Escala de Cincinnati, LAPSS,
FAST e ROSIER). Optamos pelo uso da Escala de Cincinnati para triagem por ser de fácil
aplicabilidade no ambiente pré e intra-hospitalar e a presença de sinais neurológicos
súbitos, como segue abaixo:
a. Alteração súbita de visão.
b. Alteração súbita de fala.
c. Alteração súbita de marcha.
d. Perda de força de um lado do corpo ou parestesia unilateral.
e. Cefaleia de início súbito, não habitual.
Escala de Cincinnati
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Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
O código AVCI tem o objetivo de priorizar o atendimento dos pacientes com AVCI por
meio do alerta e da comunicação com as áreas envolvidas no tratamento de emergência.
O responsável pelo acionamento do código AVCI é o enfermeiro, em consenso com o
médico de plantão.
6
Fluxo em outras Unidades de Internação
Pacientes cuja suspeita de AVCI ocorrer nas Unidades de Internação devem ser
imediatamente avaliados pelo médico-hospitalista, que se deslocará imediatamente para
o local onde o paciente se encontra. Ao se confirmar a suspeita de AVCI, ele deve solicitar
imediata ativação do código AVCI agudo, incluindo o contato com o neurologista e a
pré-notificação do neurorradiologista intervencionista.
Pacientes cuja suspeita de AVCI ocorrer na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devem ser
imediatamente avaliados pelo médico, na própria UTI. Ao se confirmar a suspeita de AVCI,
ele deve solicitar imediata ativação do código AVCI agudo, incluindo o contato com o
neurologista e a pré-notificação do neurorradiologista intervencionista.
Em qualquer dos setores em que o paciente com suspeita de AVCI for primeiramente
avaliado, este deverá ser submetido aos procedimentos, padronizados pelo corpo de
enfermagem, de verificação dos sinais vitais, monitoramento cardíaco não invasivo,
avaliação da glicemia capilar e da saturação de oxigênio e aplicação da Escala de
Cincinnati, mesmo antes da avaliação médica inicial.
A avaliação médica inicial (emergencista, hospitalista ou intensivista) deve ter foco nas
questões de suporte básico de vida, na avaliação de outras situações associadas de
emergência médica e na confirmação da suspeita clínica de AVCI, tendo atenção para a
possibilidade de diagnósticos diferenciais (crise epiléptica, hiperglicemia, hipoglicemia e
outros).
O horário exato do início dos sintomas deve ser objetivamente indagado. Para pacientes
incapazes de fornecer informações (afásicos ou com rebaixamento do nível de consciência)
ou que acordam com os sintomas de AVCI, o horário do início dos sintomas é definido
como aquele em que o paciente foi visto assintomático pela última vez. Para pacientes
que apresentaram sintomas que se resolveram completamente e posteriormente
apresentaram instalação de novo déficit, o horário de início dos sintomas é considerado
como o momento do início do novo déficit.
7
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
O exame neurológico deve ser breve e direcionado, por meio do uso de escalas específicas.
Recomenda-se a utilização da Escala de Coma de Glasgow, para avaliação de nível de
consciência, e da Escala de AVC do National Institute of Health (NIH), cujo objetivo é
avaliar dinamicamente a intensidade do déficit durante a evolução do AVCI, sendo esta a
mais utilizada atualmente em detrimento de outras, principalmente pela orientação para
o uso de trombolítico nos pacientes com AVCI (vide item 4.2.6).
Pacientes com rápida e significativa melhora dos déficits, déficits discretos e pouco
incapacitantes ou com alterações sensitivas puras não são candidatos ao uso de trombolíticos.
Já os pacientes com importante déficit neurológico (Escala de AVC do NIH maior que
22) costumam ter pior prognóstico, embora isso não se constitua em contraindicação
absoluta ao tratamento trombolítico. A Escala de AVC do NIH deve ser aplicada pelos
médicos e enfermeiros habilitados (para isso, toda a equipe envolvida no atendimento do
paciente deve estar certificada para a aplicação dessa ferramenta de avaliação).
Nesse momento, não havendo impedimentos de ordem clínica, o paciente deve ser
imediatamente encaminhado para a realização do exame de neuroimagem, o qual
inclui uma tomografia computadorizada de crânio sem contraste, associada a uma
angiotomografia arterial cerebral e cervical (carótidas e vertebrais).
Durante todo o tempo do atendimento inicial ao paciente com suspeita de AVCI, este deve
ser monitorado pelo médico-clínico, seja o emergencista, hospitalista ou intensivista.
8
Os fluxogramas de atendimento pré-hospitalar, no pronto-socorro, na UTI/UCO e nas
Unidades de Internação encontram-se nos anexos deste documento.
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Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
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Anti-hipertensivos parenterais na fase aguda do AVCI
Cloridrato de esmolol
Bolus IV de 500 mcg/kg em 1 minuto e prosseguir com 50 mcg/kg/min por 4 minutos.
Se necessário, repetir bolus (500 mcg/kg) e prosseguir com 100 mcg/kg/min por 4 minutos.
Se necessário, repetir bolus (500 mcg/kg) e prosseguir com 150 mcg/kg/min por 4 minutos.
Se necessário, repetir bolus (500 mcg/kg) e prosseguir com 200 mcg/kg/min (máximo).
Após alcançar a PA adequada, manter infusão contínua na dose correspondente.
Tartarato de metoprolol
Bolus IV de 5 mg a uma velocidade de 1 mg/min.
Se necessário, repetir bolus IV de 5 mg a cada 10 minutos (dose total máxima 20 mg).
Cloridrato de hidralazina
Bolus IV de 5 mg.
Se necessário, repetir bolus IV de 5 mg a cada 15 minutos (dose total máxima 20 mg).
Nitroprussiato de sódio
Iniciar infusão IV contínua na dose de 0,5 mcg/kg/min.
Se necessário, ajustar a velocidade de infusão a cada 10 minutos (máximo 8 mcg/kg/min).
Escala de Coma de Glasgow – É uma das mais comuns dentre as escalas usadas
habitualmente, destinada à mensuração do nível de consciência. Consiste na avaliação
de 3 itens (abertura ocular, melhor resposta verbal e melhor resposta motora) cujas
respectivas pontuações são somadas, chegando-se ao resultado final. É importante
observar que, sendo uma escala de nível de consciência e não de déficits neurológicos,
em caso de diferentes desempenhos entre um lado e outro (por exemplo, por fraqueza
muscular), deverá ser computada a pontuação do lado com melhor desempenho.
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Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
4 – Espontânea
3 – Aos chamados
Abertura ocular (1 a 4 pontos)
2 – Aos estímulos dolorosos
1 – Não abre
5 – Orientado no discurso
4 – Elabora frases
Melhor resposta verbal (1 a 5 pontos) 3 – Articula palavras
2 – Apenas emite sons
1 – Não verbaliza
6 – Obedece às ordens
5 – Localiza estímulo
4 – Flexão inespecífica
Melhor resposta motora (1 a 6 pontos)
3 – Flexão patológica
2 – Extensão patológica
1 – Sem resposta motora
Em português: http://nihss-portuguese.trainingcampus.net/
Em inglês: http://asa.trainingcampus.net/
A Escala de AVC do NIH é um instrumento de uso sistemático que permite uma avaliação
quantitativa dos déficits neurológicos relacionados com o AVCI. Essa escala foi inicialmente
desenhada como instrumento de investigação, para medir o estado neurológico inicial
nos ensaios clínicos da fase aguda do AVCI.
A Escala de AVC do NIH tem revelado valor prognóstico, tanto a curto como a longo
prazo. Adicionalmente, a escala serve para monitorizar o estado do doente, é útil no
planejamento dos cuidados, e permite uma linguagem comum para troca de informações
entre os profissionais de saúde.
12
Itens para avaliação Escore
1a Nível de consciência
Alerta: reage imediatamente 0
Sonolento: responde mediante mínimo estímulo 1
Torporoso ou em estupor: responde com estímulos vigorosos 2
Coma: não responde ou tem apenas movimentos reflexos 3
1b Resposta a perguntas
Duas respostas corretas 0
Uma resposta correta 1
Duas respostas incorretas 2
1c Obediência a comandos
Executa ambas as tarefas corretamente 0
Executa apenas uma tarefa 1
Não executa nenhuma das duas tarefas 2
2 Olhar conjugado
Normal 0
Déficit parcial: há movimento com o reflexo oculocefálico (ROC) 1
Déficit completo: não há movimento com o ROC 2
3 Campo visual
Normal 0
Hemianopsia parcial 1
Hemianopsia completa 2
Cegueira cortical 3
4 Nervo facial
Normal 0
Acometimento discreto (déficit supranuclear discreto) 1
Acometimento parcial (déficit supranuclear) 2
Acometimento total (déficit periférico) 3
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Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
8 Sensibilidade
Normal 0
Hipoestesia 1
Anestesia 2
9 Linguagem
Normal 0
Afasia leve a moderada 1
Afasia grave 2
Afasia global ou mutismo 3
14
Itens para avaliação Escore
10 Disartria
Fala normal 0
Disartria leve a moderada 1
Disartria grave, ininteligível ou mudo; intubado 2
11 Negligência
Nenhuma anormalidade 0
Negligência visual, tátil ou auditiva 1
Negligência para mais de uma modalidade 2
Frases para avaliação dos itens Palavras para avaliação dos itens 9
9 e 10 da Escala de AVCI do NIH e 10 da Escala de AVCI do NIH
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Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
16
Critérios de exclusão do tratamento trombolítico IV
Gravidez*
*Tais critérios são considerados, atualmente, como critérios relativos, na dependência do parecer
do neurologista-assistente.
Pacientes em uso dos novos anticoagulantes orais NÃO devem ser submetidos à
trombólise, exceto quando não tenham recebido o anticoagulante nas últimas 48 horas,
considerando função renal normal. Para aqueles pacientes aos quais não foi possível
indicar a trombólise intravenosa, a indicação de trombectomia mecânica deverá ser
considerada.
18
4.2.6.2 Trombectomia mecânica
Está indicada para pacientes com AVCI agudo que apresentem os seguintes critérios:
• Oclusão de artéria carótida interna ou artéria cerebral média proximal (M1).
• Idade ≥ 18 anos.
• Pontuação ≥ 6 na Escala de AVC do NIH.
• Tomografia de crânio com pontuação ≥ 6 na Escala ASPECTS.
• Pontuação 0-1 na Escala de Rankin modificada (mRS) antes do AVCI atual.
• Início do tratamento (punção arterial) em até 6 horas do início dos sintomas.
• Ter recebido TPA IV em até 4,5 horas (se dentro da janela terapêutica).
ATENÇÃO: o paciente não deverá deixar de receber tratamento trombolítico intravenoso
em favor da trombectomia mecânica isolada sempre que o tempo de evolução estiver
dentro da janela terapêutica para o primeiro.
19
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
21
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
A atuação do fisioterapeuta no paciente com AVCI visa otimizar seu tempo de internação
a partir de um planejamento terapêutico dinâmico, desenvolvido a partir de avaliações
periódicas, com a elaboração de metas funcionais a curto, médio e longo prazos, além do
caráter educacional e de adaptação do paciente e de seus familiares às novas condições.
22
Rotina de atendimento fisioterápico nas diferentes unidades:
Pronto-socorro – Deve ser solicitado em caso de desconforto respiratório e/ou
necessidade de intubação orotraqueal. Nesses casos, o atendimento deve ser realizado
pelo fisioterapeuta da unidade de emergência.
Obs.: acionar o time de fisioterapia neurológica através do código AVCI agudo ou linha de
cuidados ou diretamente pelos bipes 1442/1447 (se necessário, contatar os fisioterapeutas
no 9° andar para realizar atendimento respiratório).
23
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
Rotina de atendimento:
1. Triagem para grupo de risco para disfagia (AVCI) – Todos os pacientes internados com
diagnóstico de AVCI devem ser triados e avaliados pela equipe de fonoaudiologia
quando apresentarem condições clínicas em até 24 horas após a admissão.
2. Avaliação fonoaudiológica da deglutição – Processa-se em três etapas: história e
pesquisa de fatores de risco para via oral, avaliação estrutural e avaliação funcional
da deglutição com classificação da Escala Funcional de Ingestão por Via Oral – FOIS
(Crary, 2005).
Finalização da avaliação – É definida a conduta para cada caso em acordo com a equipe
de saúde que assiste o paciente e anotado o nível da FOIS. A evolução é mensurada através
da progressão da FOIS e quando indicada pelo Estudo Videofluoroscópico da Deglutição.
Se traqueostomizado e houver dúvida clínica sobre aspiração de saliva, é realizado o Blue
Dye Test, com gotas de anilina culinária azul no dorso da língua por, no máximo, 8 horas
ou, antes disso, na constatação de corante na região da traqueostomia, peritraqueostomia
ou na aspiração.
24
Terapia – São realizadas técnicas de reabilitação da via oral e proteção das vias aéreas.
Todos os procedimentos e condutas são orientados ao cuidador.
O tratamento nutricional do AVC, na sua fase aguda, implica uma avaliação do estado
nutricional e situação clínica do paciente. Em seguida, vem a determinação do momento
e a via de administração adequada à nutrição.
25
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
A textura da dieta deverá ser modificada de acordo com o grau da disfagia e orientação
do fonoaudiólogo. A textura modificada é fundamental para prevenir as complicações
típicas e determina, de forma impactante, a aceitação e deglutição dos alimentos.
Compreender as diferentes texturas possíveis dos alimentos sólidos e líquidos é essencial
para a elaboração do cardápio individualizado de acordo com o grau de disfagia e suas
necessidades nutricionais.
Conforme o grau de disfagia, será necessário usar suplemento alimentar para aumentar o
aporte energético e proteico, pois alterações na consistência modificam o valor nutricional
da dieta.
Quando a ingestão alimentar não atingir as necessidades nutricionais e/ou houver perda
de peso e maior risco de aspiração pulmonar, devendo estar o trato gastrointestinal íntegro
ou parcialmente funcionante, a terapia nutricional enteral (TNE) deverá ser indicada.
Os profissionais devem estar seguros de que o paciente e/ou cuidador estão aptos a realizar
ou garantir a deglutição eficiente, que mantenha e/ou melhore o estado nutricional e a
hidratação e diminua o risco de aspiração.
26
d) Rotina de atendimento – Farmácia
O papel do farmacêutico na Linha de Cuidados no AVCI se baseia em:
• Prevenir e identificar as possíveis reações adversas.
• Analisar as prescrições quanto à utilização da terapia mais adequada e verificação de
possíveis interações medicamentosas.
• Conscientizar sobre a importância de adesão ao tratamento farmacológico e não
farmacológico.
• Promover o uso racional de medicamentos.
No pronto-socorro, há o foco em prover medicações e materiais de forma rápida e segura.
Na Unidade de Terapia Intensiva, os principais objetivos são analisar a prescrição médica
de acordo com o estado crítico e exames laboratoriais do paciente, avaliar a necessidade
de reconciliação dos medicamentos de uso contínuo e incluir medicamentos conforme
protocolos da unidade.
Por fim, nas Unidades de Internação, após a inclusão do paciente no na linha de cuidado
ao AVCI, o farmacêutico realizará duas visitas ou mais, se necessário.
1ª visita – É realizada anamnese farmacêutica, contemplando uso seguro e racional
de medicamentos.
2ª visita – Orientação de alta (figura 1).
Jejum Café da Após o 10h Almoço Após o 16h Jantar Após o 22h
manhã café da almoço jantar
Medicamentos
manhã
27
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
O paciente acometido pelo AVC pode apresentar algumas limitações, tanto físicas quanto
cognitivas, que muitas vezes não são compreendidas pelos familiares. Os sintomas têm
início abrupto e sua manifestação pode ocorrer com alterações visuais, de fala e de
marcha, dificuldade em executar as atividades de vida diária, alterações do humor, etc.
Essas alterações variam de acordo com a área cerebral afetada pelo acidente vascular.
Além da avaliação psicológica, pode-se pensar em uma avaliação mais ampla, que abarque,
além dos aspectos emocionais, a identificação dos prejuízos nas funções cognitivas, bem
como as áreas preservadas (Pawlowski, et al. 2013).
28
Rotina de atendimento psicológico:
O psicólogo é acionado por meio de comunicação interna (plataforma institucional, bipe
individual, ramal do setor de psicologia, e-mail psicologiagrupo@hcor.com.br ou por meio
da Ronda Multiprofissional), para realizar a avaliação psicológica e posterior seguimento,
se necessário.
Caso a equipe observe demanda emocional nos pacientes e acompanhantes aos fins
de semana e/ou feriados, o Serviço de Psicologia está disponível através do plantão a
distância (ROT 0263), ressaltando que o psicólogo comparecerá à instituição caso
verificada a necessidade de atendimento para esse momento.
29
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
5. Indicadores de qualidade
Terapia
Pacientes com AVCI/AIT
antitrombótica no
com prescrição de terapia Pacientes com AVCI/AIT
AVCI nas primeiras
antitrombótica em até elegíveis.
48 horas da
48 horas da admissão.
admissão hospitalar
30
6. Referências bibliográficas – Legislações e normas
Ministério da Saúde/SE/Datasus (endereço na internet). Local: Sistema de Informações
Hospitalares do SUS – SIH/SUS IBGE: base demográfica. (Atualizado em: 12/2010; acessado
em: 11/2012.) Disponível em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02.
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31
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
Torbey MT, Bösel J, Rhoney DH, Rincon F, Staykov D, Amar AP, Varelas PN, Jüttler E, Olson
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33
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
7. Anexos
7.1 Fluxograma de atendimento pré-hospitalar
PRÉ-HOSPITALAR
Ambulância
Não
Seguir fluxo de
Suspeita positiva? atendimento de rotina.
Sim
ENFERMAGEM/MÉDICO AMBUL.
Acionar neurologista
e pré-acionar HD
MÉDICO PS
Chegada ao pronto-socorro
10 MINUTOS
PACIENTE
15 MINUTOS
MÉDICO PS
25 MINUTOS
ENFERMAGEM PS
MÉDICO/ENFERMAGEM PS
60 MINUTOS
RADIOLOGISTA
Interpretar imagem
RADIOLOGISTA/NEUROLOGISTA
Solicitar vaga/
Avaliação clínica + imagem Indicação de Não
encaminhar à UTI
trombólise/
e acionar Plataforma
NEUROLOGISTA trombectomia?
Linha de Cuidado AVCI.
Sim
Seguir protocolo de trombólise/ FIM
trombectomia e solicitar vaga
para a UTI.
FIM
PS = Pronto-socorro HD = Hemodinâmica
AVCI = Acidente Vascular Cerebral Isquêmico TC = Tomografia Computadorizada
ECG = Eletrocardiograma UTI = Unidade de Terapia Intensiva
34
7.2 Fluxograma de atendimento no PS
PRONTO-SOCORRO
Chegada ao PS
PACIENTE
Não
Seguir fluxo de
Suspeita positiva?
atendimento de rotina.
25 MINUTOS
Sim
MÉDICO PS
ENFERMAGEM PS
60 MINUTOS
Acionar neurologista
e pré-acionar HD
MÉDICO PS
MÉDICO/ENFERMAGEM PS
RADIOLOGISTA
Interpretar imagem
RADIOLOGISTA/NEUROLOGISTA
Seguir fluxo
Avaliação clínica + imagem Não de atendimento
AVCI? de rotina.
NEUROLOGISTA
Sim
Solicitar vaga/
Indicação de Não
encaminhar à UTI
trombólise/
e acionar Plataforma
trombectomia?
Linha de Cuidado AVCI.
Sim
Seguir protocolo de trombólise/ FIM
trombectomia e solicitar vaga
para a UTI.
FIM
PS = Pronto-socorro HD = Hemodinâmica
AVCI = Acidente Vascular Cerebral Isquêmico TC = Tomografia Computadorizada
ECG = Eletrocardiograma UTI = Unidade de Terapia Intensiva
35
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
UNIDADE DE INTERNAÇÃO
Não
Seguir fluxo de
15 MINUTOS
Suspeita positiva?
atendimento de rotina.
Sim
ENFERMAGEM UI
45 MINUTOS
MÉDICO-HOSPITALISTA
ENFERMAGEM UI
Acionar neurologista
e pré-acionar HD
MÉDICO-HOSPITALISTA
MÉDICO/ENFERMAGEM UI
RADIOLOGISTA
Interpretar imagem
RADIOLOGISTA/NEUROLOGISTA
Seguir fluxo
Avaliação clínica + imagem Não de atendimento
AVCI? de rotina.
NEUROLOGISTA
Sim Solicitar vaga/
encaminhar à UTI.
Indicação de Não Acionar Linha de
trombólise/ Cuidado AVCI.
trombectomia?
FIM
Sim
36
7.4 Fluxograma de atendimento na UTI adulto/UCO
UTI ADULTO/UCO
Sim
MÉDICO UTI/UCO
ENFERMAGEM UTI/UCO
60 MINUTOS
Acionar neurologista
e pré-acionar HD
MÉDICO UTI/UCO
MÉDICO/ENFERMAGEM UTI/UCO
RADIOLOGISTA
Interpretar imagem
RADIOLOGISTA/NEUROLOGISTA
Seguir fluxo
Avaliação clínica + imagem Não de atendimento
AVCI? de rotina.
NEUROLOGISTA
Sim
FIM
Indicação de Não
trombólise/ Retorno à UTI/UCO,
trombectomia? seguir fluxo de rotina e
acionar Plataforma Linha
Sim de Cuidado no AVCI.
Seguir protocolo de trombólise/
trombectomia e solicitar vaga FIM
para a UTI.
FIM
HD = Hemodinâmica
AVCI = Acidente Vascular Cerebral Isquêmico TC = Tomografia Computadorizada
ECG = Eletrocardiograma UTI = Unidade de Terapia Intensiva
37
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
FLUXO DE TROMBÓLISE/
TROMBECTOMIA
Não
Avaliar trombectomia Candidato à trombólise?
mecânica.
Sim
38
Critérios de indicação de trombectomia mecânica
Oclusão de artéria carótida interna ou artéria cerebral média proximal (M1)
Idade >
– 18 anos
Pontuação >
– 6 na Escala de AVCI do NIH
Tomografia de crânio com pontuação >
– 6 na Escala ASPECTS
Pontuação 0-1 na Escala de Rankin modificada (mRS) antes do AVCI atual
Início do tratamento (punção arterial) em até 6 horas do início dos sintomas
Ter recebido TPA IV em até 4,5 horas (se dentro da janela terapêutica)
ATENÇÃO: a indicação do tratamento trombolítico intravenoso dentro da janela expandida (entre 180-270 minutos)
deve ser analisada de forma individual e criteriosa, especialmente para os subgrupos de pacientes com idade acima
de 80 anos; NIHSS > 25; associação de AVCI e DM prévios; e uso de anticoagulante oral, independentemente do INR.
Obs.: pacientes em uso dos novos anticoagulantes orais NÃO devem ser submetidos à trombólise, exceto caso
NÃO tenham recebido o anticoagulante nas últimas 48 horas, considerando função renal normal.
39
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
FISIOTERAPIA
Não
Alcance do objetivo funcional terapêutico? Segue acompanhamento até atingir metas
FISIOTERAPEUTA
Sim
FIM
*Metas para serem alcançadas pela equipe de fisioterapia geral na UTI/UCO em 3 dias e pelo próprio time na UI em
7 dias.
AVDs = Atividades de Vida Diária.
40
7.7 Fluxograma da fonoaudiologia no AVCI
FONOAUDIOLOGIA
Reconhecimento do paciente
inserido no Protocolo de AVCI
FONOAUDIÓLOGO
FIM
Sim
Avaliação fonoaudiológica e
determinação de conduta em
relação à deglutição*& e inclusão
em programa de reabilitação
FONOAUDIÓLOGO
Alcance do objetivo
funcional terapêutico
e realizações de adaptações
nas funções de deglutição,
fala, voz e/ou linguagem
FONOAUDIÓLOGO
FIM
*Manobras facilitadoras, adaptação de dieta via oral e/ou sugestão de via alternativa.
&
Se o paciente apresentar problemas renais ou suspeita de problemas renais, o Blue Dye Test não é utilizado.
Checklist para disfagia: caso apresente critérios, comunicar a equipe de fonoaudiologia para realizar triagem de
deglutição em até 24 horas (bipe 1905).
41
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
FARMÁCIA
Acompanhamento FIM
farmacológico durante IH
FARMACÊUTICO
Segue acompanhamento
Não farmacêutico do paciente
Alta hospitalar?
FARMACÊUTICO
Sim
Retorno antes da alta FIM
para orientações específicas
ao paciente
FARMACÊUTICO
FIM
42
7.9 Fluxograma de atendimento ao paciente com AVCI pela psicologia
PSICOLOGIA
Recebe bipe
Plataforma mensagem
PSICÓLOGO(A)
Avaliação psicológica
Sim
FIM
Manter acompanhamento e
aplicar teste de rastreio MOCA
PSICÓLOGO(A)
Sim
FIM
Encaminhar para avaliação
neuropsicológica
PSICÓLOGO(A)
FIM
Sim
PSICÓLOGO(A)
FIM
43
Protocolo Gerenciado em
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
PSICOLOGIA
Recebe bipe
Plataforma mensagem
PSICÓLOGO(A)
Avaliação psicológica
ao familiar
PSICÓLOGO(A)
Sim
FIM
Manter acompanhamento
psicológico com familiar até
que se perceba necessário e
realizar devolutiva para equipe
PSICÓLOGO(A)
Sim FIM
Encaminhar para o
Ambulatório do HCor
ou psicoterapia externa
PSICÓLOGO(A)
FIM
44
Responsável Técnico
Dr. Luiz Carlos V. de Andrade – CRM 48277
Organization Accredited
by Joint Commission International
V.1808
HCor – Hospital do Coração/Diagnóstico – Unidade Paraíso: Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 147 – São Paulo – SP
HCor – Edifício Dr. Adib Jatene: Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 130 – São Paulo – SP
HCor Diagnóstico – Unidade Cidade Jardim: Av. Cidade Jardim, 350 – 2º andar – São Paulo – SP
HCor Onco – Clínica de Radioterapia: Rua Tomás Carvalhal, 172 – São Paulo – SP
HCor – Consultórios: Rua Abílio Soares, 250 – São Paulo – SP
Tels.: Geral: (11) 3053-6611 – Central de Agendamento: (11) 3889-3939 – Pronto-socorro: (11) 3889-9944
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Protocolo gerenciado
Hemorragia ativa e
choque hemorrágico
Comissão de Elaboração.
Dr. Sergio Domingos Vieira
Dra. Fernanda da C Vieira Perini
Dra. Marinez Farana Matos
Dr. Nilo José Duarte
Dra. Daniela Rocha
Dr. Vinícius Werneck
Dra. Sabrina Bernardez
Enfa. Michelle Saad
1. Objetivo
O gerenciamento de grandes hemorragias em qualquer cenário requer
abordagem multidisciplinar. Assim o objetivo deste protocolo é facilitar
uma abordagem multidisciplinar para o gerenciamento da perda de
sangue aguda onde a necessidade transfusional seja realizada de forma
imediata e adequada.
2. Definições/ Nomenclatura
IV) Intravenoso
U) Unidades
Hb) hemoglobina
US) Ultrassom
3. Protocolo
As recomendações feitas neste protocolo estão classificadas de acordo
com o sistema de Classificação, Avaliação e Desenvolvimento de
Avaliações (GRADE), resumido na tabela 1 (7) e de acordo com a quarta
edição The European guideline on management of major bleeding and
1. Recomendação forte
2. Recomendação fraca
3.1.1 Definição
4
3.2 Manejo Clínico
Figura 1
PERDA SANGUINEA IMPORTANTE
Código H (> OU = 40% VOLUME SANGUÍNEO TOTAL)
Laboratório 4 litros em 24h 2 litros em 3h >150 ml/minuto
Banco de Sangue
UTI
Anestesista INICIAR PROTOCOLO
Cirurgião
Endoscopista Comunicar/Código Hemorragia (H)
Centro Diagnóstico
Acionar plataforma de mensagem Ligar para médico assistente
6
3.2.1 Ativação do Código H - Passo 1
∞ Centro Cirúrgico
Acionamento do CÓDIGO H
pelo Hospitalista/Plantonista
Ligar para o Médico Assistente
8
Atenção
10
Recomendamos a infusão de um agente inotrópico na presença
de disfunção miocárdica (Grau 1C).
12
∞ Hemoglobina: transfundir 2U concentrado de hemácias se
a hemoglobina cair abaixo de 8 g/dl para pacientes sem risco
de síndrome coronariana aguda (SCA) ou abaixo de 10 g/dl para
pacientes em risco de SCA. (6)
Atenção
∞ O objetivo é manter Hb > 8g/dl e acima de 10g/dl para
pacientes com risco de SCA.
Acidose
A perfusão tecidual inadequada em pacientes com choque hipovolêmico
devido a sangramento leva à acidose metabólica (lática), que pode ser
exacerbada pela administração excessiva de cloreto e componente
sanguíneo. No entanto, a correção da acidose isolada nem sempre
corrige a coagulopatia associada, indicando que a lesão tecidual causa
coagulopatia através de mecanismos adicionais.
Fibrinogênio >1.5g/ L
14
Setores/Atividades Metas (Tempo)
Banco de Sangue
Laboratório
Centro Cirúrgico
Centro Diagnóstico
Equipes de Suporte:
a) Se necessário, acione a equipe de anestesia.
b) Se necessário, acione a equipe de cirurgia, gastroenterologista
ou obstetrícia para intervenção cirúrgica precoce
(ex. vascular/cir. cardíaca).
c) Considere a radiologia intervencionista.
d) Se necessário, acione o médico plantonista do banco de sangue.
e) Lembre-se que medidas simples (pressão/elevação) podem ser úteis.
Reavaliação:
a) Se o sangramento continuar, repita hemograma completo e
coagulograma cada 4 horas ou após cada 5 unidades de sangue
fornecidas. Recomenda-se a realização de pelo menos um
conjunto destes exames após grandes transfusões.
e) Monitorar o ECG.
16
Reavaliação
3.3.1 Identificação
3.3.3 Tromboelastograma
Centro cirúrgico:
18
∞ Cirurgia de Revascularização do Miocárdio
∞ Reoperações cardíacas
∞ Transplante cardíaco/hepático
UTI:
∞ Consenso médico
Figura 3
INTEM
MCF reduzido
CT e MCF normal
CT prolongado e/ou CFT
(EXTEM também)
prolongado
Fibrinogênio
Efeito da e/ou deficiência
Heparina? ou desordem
Plaquetária
HEPTEM FIBTEM
CT MCF CT
CT
prolongado reduzido normal
normal
Baixa
Efeito da Deficiência de contagem de
Pré-condições Heparina? Fibrinogênio Plaqueta ou
(H.b., Ca ++, pH, temp.)? ou distúrbio de disfunção
Sangramento? polimerização
Síndrome de
Willebrand? Fatores deficiência
Trombocitopatia (por exemplo, devido
(por ex.: por AAS, à inibição ou produtos
Clopidogrel,…)? de degradação da
fibrina após
fibrinólise)
20
Figura 4
ALGORITMO TRANFUSIONAL
ROTEM
Concentrado
Fibrinogênio Ácido
Sulfato de de
50mg/Kg (1 Tranexâmico ou
Protamina Plaquetas
Crioprecipitado Ácido Épsilon
50mg (1 unidade/
/10Kg) Aminocapróico
10Kg)
SIM NÃO
PFC Beriplex
15ml/Kg 15u/Kg
Atenção
Para uso de Cell Saver em cirurgias eletivas, deve ser feita a solicitação
através da reserva/mapa cirúrgico. Nas urgências deve ser solicitado
diretamente ao banco de sangue.
3.3.5 Hemocomponentes
Não há indicação para solicitar hemácias "novas" (por exemplo, sob 7 dias
de armazenamento) em hemorragias ativas até a publicação de ensaios
randomizados definitivos (GRADE 2B).
22
Uma vez que o sangramento está sob controle, o PFC adicional deve ser
orientado por anormalidades em testes laboratoriais com desencadeamento
de transfusão quando TP e / ou TTPa> 1-5 vezes normal para uma dose
padrão, ex. 15-20 ml/kg (GRADE 2C).
3.3.8 Plaquetas
3.3.10 Antiplaquetários
Recomenda-se medida da função plaquetária (Multiplate) em pacientes
tratados com agentes antiplaquetários (GRADE 2C).
Sugere-se a administração de plaquetas em pacientes com sangramento
importante ou hemorragia intracraniana que tenham sido tratados com
agentes antiplaquetários (GRADE 2C).
Sugere-se tratamento com concentrados de plaquetas se a disfunção
plaquetária estiver documentada em um paciente com sangramento
microvascular contínuo (GRADE 2C).
4. Legislação e Normas
Não se aplica.
5. Referências Bibliográficas
1. Hunt BJ, Allard S, Keeling D, Norfolk D, Stanworth SJ, Pendry K;
British Committee for Standards in Haematology. A practical
guideline for the haematological management of major
haemorrhage. Br J Haematol. 2015 Sep;170(6):788-803.
26
7. Guyatt G, Gutterman D, Baumann MH, Addrizzo-Harris D, Hylek
EM, Phillips B, et al. Grading strength of recommendations and
quality of evidence in clinical guidelines: report from an American
College of Chest Physicians task force. Chest. 2006;129(1):174–181.
Organization Accredited
by Joint Commission International
V.1904
HCor – Hospital do Coração/Diagnóstico – Unidade Paraíso: Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 147 – São Paulo – SP
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Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
Sumário
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Fatores predisponentes e precipitantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Prevenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Medidas ambientais de prevenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Medidas preventivas a serem estimuladas junto ao acompanhante . . . . . . . . . . . . 6
Medidas preventivas a serem estimuladas junto aos profissionais . . . . . . . . . . . . . . 7
Prevenção farmacológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Investigação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Investigação de fatores precipitantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Indicação de exames complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Indicação de avaliação especializada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Abordagem não farmacológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Antipsicóticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Dexmedetomidina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Clonidina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Melatonina e análogos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Tiamina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Benzodiazepínicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Contenção física . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Reavaliações e seguimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Prognóstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Indicadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Introdução
Entre os idosos hospitalizados por condição clínica aguda, 18% a 35% preenchem
critério para delirium no momento da admissão. Com a adição dos casos incidentes
(delirium desenvolvido após a admissão), em populações de alto risco até 50% dos
idosos apresentam delirium em algum momento durante a hospitalização (Inouye e
cols., 2014).
3
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
• Infecção
• Desidratação
• Distúrbios hidroeletrolíticos (Ex. sódio, cálcio)
• Distúrbios metabólicos (Ex. glicemia, uremia)
• Hipoperfusão ou hipóxia
(Ex. sepse, insuficiência cardíaca, insuficiência respiratória)
• Medicações sedativas ou anticolinérgicas
• Dor sem controle adequado
• Obstipação
• Imobilidade
• Dispositivos que causam restrição (sondas, cateteres, contenção física)
4
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
Prevenção
∞ Idade ≥ 75 anos
∞ Antecedente de síndrome demencial ou qualquer evidência
de déficit cognitivo
5
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
• As sonecas prolongadas devem ser evitadas durante o dia, pois podem quebrar
a regulação do ciclo-sono vigília. Caso o paciente não tenha dormido o suficiente
e esteja muito cansado, permita que durma até 30 minutos, período após o qual
deve ser estimulado;
• Durante a noite (22h às 6h) um ambiente escuro e silencioso deve ser mantido.
Evitar luzes acessas e televisão ligada.
6
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
• O uso sondas e cateteres deve ser evitado sempre que possível, especialmente no
idoso com comprometimento cognitivo que tem compreensão limitada do contexto
e pode precisar de contenção mecânica para manutenção do dispositivo;
• Bebidas com cafeína não devem ser oferecidas após às 14h para não
interferir no sono;
• Uma bebida quente (leite ou chá) um pouco antes de dormir pode favorecer o sono.
Se houver preferência por chá, devem ser evitados os estimulantes (chá preto, verde ou
mate) em favor de opções como camomila, erva-cidreira, hortelã, melissa ou hibisco.
7
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
Prevenção farmacológica
8
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
As sete situações suspeitas de delirium devem ser exploradas com destaque no programa
de treinamento, contempladas nos programas de educação permanente e reforçadas nas
ações de marketing interno. Os profissionais devem manter um alto índice de suspeição
9
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
Como estratégia adicional de rastreio, todos os idosos frágeis com critérios de inclusão no
Programa Idoso Bem Cuidado são submetidos a rastreio para detecção de delirium com a
Confusion Assessment Method (CAM). O instrumento é aplicado logo após a admissão na
UI como parte da avaliação inicial realizada pela enfermeira do programa.
Como forma de promover o engajamento dos pacientes e seus familiares nas ações de
prevenção e na detecção precoce do delirium, os cuidadores dos idosos incluídos no
Programa Idoso Cuidado recebem um folheto informativo sobre os riscos de complicações
associadas à hospitalização do idoso frágil. Esse material contém explicações básicas sobre
o quadro e uma descrição sucinta sobre sinais característicos do delirium que devem ser
comunicados à equipe caso sejam observados.
O médico plantonista tem até 30 minutos para iniciar a avaliação. Tal prazo deve ser
aplicado desde que não haja alteração grave do nível de consciência ou instabilidade dos
sinais vitais, situações que demandam avaliação imediata. Em todos os casos de suspeita de
delirium o formulário do protocolo deve ser aberto. Esse documento serve como registro e
oferece ainda um roteiro para garantir que todos os pontos fundamentais sejam observados.
10
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
Sugerimos que a escala de Cincinnati seja utilizada para excluir a possiblidade de AVC, de
acordo com o protocolo institucional específico.
É preciso lembrar que condições como delirium, AVC e sepse são comuns nos indivíduos
hospitalizados e não devem ser consideradas exclusivas. Ao contrário, essas condições
muitas vezes ocorrem de forma associada. Nesses casos é importante que os profissionais
possam definir prioridades e desencadear ações paralelas de acordo com o melhor
julgamento clínico. A inclusão em um protocolo nunca deve resultar na negligência de
condições concomitantes.
11
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
12
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
O paciente com delirium tremens deve ser mantido em jejum para evitar broncoaspiração.
A tiamina é administrada por via endovenosa na dose inicial de 500 mg em 30 minutos.
A manutenção é realizada com 200 mg 3 vezes ao dia por 3 dias. Devido ao risco de
desidratação e hipoglicemia, uma hidratação vigorosa (70 a 100ml/h) com solução
glicofisiógica deve ser iniciada após a primeira dose de tiamina e mantida durante o
período de jejum.
Grande parte dos pacientes necessita de uma abordagem inicial com benzodiapínico
endovenoso. Sugerimos diazepam 5-10 mg com doses repetidas a cada 10 minutos
até obter o grau de sedação desejado – suficiente para garantir conforto e segurança,
mantendo leve despertar aos chamados vigorosos. Pacientes com sintomas graves devem
ser reavaliados no mínimo a cada hora em terapia intensiva. Pacientes com sintomas leves
podem ser reavaliados a cada 4-6 horas e a transição para o diazepam por via oral (5 a 20
mg a cada 4 a 6 horas) pode ser realizada precocemente. Função renal, eletrólitos, função
hepática e enzimas pancreáticas de devem ser monitorados diariamente no período crítico
que geralmente dura 3 dias.
Investigação
13
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
14
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
15
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
16
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
Tratamento
• Utilize o toque e o contato visual sempre que possível: caso julgue adequado
do ponto de vista pessoal e cultural, segure a mão do paciente e faça contato visual
enquanto conversa. Reforce a importância dessa atitude para os familiares;
17
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
Antipsicóticos
Embora não existam medicações comprovadamente efetivas no tratamento do delirium,
os antipsicóticos têm sido utilizados com frequência na prática clínica. Em uma metanálise
que reuniu 19 estudos, Neufeld e cols (2016) não encontraram evidências consistentes
sobre os benefícios dos antipsicóticos na duração ou na gravidade do delirium. Há ainda
preocupações com os efeitos adversos dessa classe de medicamentos, incluindo risco de
eventos cerebrovasculares, sedação excessiva e pneumonia aspirativa. Assim, atualmente
recomenda-se que os antipsicóticos sejam reservados para as situações de agitação grave
e/ou sintomas psicóticos importantes quando as medidas não farmacológicas já
tiverem sido esgotadas. Como não há evidências claras sobre a superioridade de algum
antipsicótico no controle da agitação em pacientes com delirium, a escolha do agente deve
ser feita com base no perfil farmacológico e de efeitos colaterais (Tabela 6).
Haloperidol
(HALDOL®)
Inicial: 1 a 2,5 mg
Máxima: 5 mg/d
VO/
IM • ••• • •
Risperidona
(RISPERDAL®)
Inicial: 0,5 a 1 mg
Máxima: 2 mg/d
VO
• •• ••• •
Olanzapina
(ZYPREXA®)
Inicial: 2,5 a 5 mg
Máxima: 10 mg/d
VO
•• •• •• •••
Quetiapina
(SEROQUEL®)
Inicial: 12,5 a 25 mg
Máxima 200 mg/d
VO
••• • ••• •••
• Haloperidol. Por reunir o maior corpo de evidências e apresentar menor
efeito sedativo, permanece sendo o agente de primeira escolha em grande parte
dos casos. No entanto, deve ser evitado nos pacientes com parkinsonismo.
Nos casos de agitação extrema com agressividade, quando a via oral é impraticável,
o haloperidol deve ser administrado em dose única de 1 mg a 2,5 mg por via
intramuscular ou endovenosa. O efeito começa a ser observado em 30 a 60 minutos
e, portanto, uma nova dose pode ser repetida após esse período. O haloperidol
não deve ser utilizado por via endovenosa em ambientes não monitorizados,
pois a administração por essa via está associada prolongamento de QT;
18
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
19
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
Dexmedetomidina
A dexmedetomidina é um agonista seletivo do receptor alfa-2 adrenérgico que possui
propriedades sedativas, ansiolíticas e analgésicas. Pacientes sedados com dexmedetomidina
apresentam mínima depressão respiratória, interagem mais e são despertados com maior
facilidade, de forma que o agente também pode ser utilizado em pacientes não intubados.
No entanto, a dexmedetomidina não deve ser utilizada em ambientes sem monitorização
pelo risco de sedação excessiva, hipotensão e bradicardia.
Clonidina
Assim como a dexmedetomidina, a clonidina é um agonista alfa-2 adrenérgico que tem
propriedades farmacológicas semelhantes, embora com menor seletividade. Embora ainda
não existam bons estudos comprovando a sua efetividade no tratamento do delirium, a
clonidina tem sido proposta para substituir dexmedetomidina após o seu desmame ou
mesmo como alternativa em ambientes sem monitorização (Neerland e cols., 2015).
No primeiro dia de uso a clonidina deve ser administrada na dose de 0,1 mg a cada 3 horas
até o máximo de 4 doses se houver necessidade. A manutenção é realizada com 0,1 mg
a cada 12 horas. A medicação não deve ser iniciada em pacientes com pressão arterial
sistólica (PAS) < 120 mmHg ou frequência cardíaca (FC) < 60 bpm. As doses subsequentes
devem ser atrasadas ou não administradas em caso de PAS < 100 mmHg ou FC <50.
20
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
Melatonina e análogos
Os estudos realizados até o momento com a melatonina analisaram o seu papel na prevenção
do delirium. Não existem boas evidências sobre o papel da melatonina no tratamento do
delirium já estabelecido. Alguns relatos preliminares dão conta de que a melatonina em
doses moderadamente altas (3 mg - 6 mg) possa ser efetiva no tratamento do delirium.
Atualmente diversos estudos estão sendo conduzidos para testar essa hipótese. Devido
ao baixo potencial de efeitos adversos, o uso da melatonina pode ser considerado no
tratamento do delirium, especialmente em casos com desorganização do ciclo sono-vigília.
Nesses casos a melatonina pode ser administrada em doses de 3 mg a 6 mg cerca de 30
minutos antes do horário pretendido para o sono. Um análogo da melatonina denominado
ramelteon tem apresentado resultados promissores em ensaios clínicos, mas ainda não está
disponível no Brasil.
Tiamina
A encefalopatia por deficiência de tiamina (encefalopatia de Wernike) é observada tipicamente
em indivíduos alcoólatras ou desnutridos. Manifesta-se por confusão mental, distúrbios
oculomotores e ataxia. No entanto a tríade clássica nem sempre se apresenta de forma
completa e tem sido subdiagnosticada nos casos de delirium. Como a tiamina é praticamente
isenta de efeitos adversos, a sua administração deve ser considerada em pacientes com
delirium, especialmente naqueles com histórico de etilismo ou que apresentam sinais de
desnutrição. A tiamina deve ser administrada por infusão endovenosa na dose inicial de 500
mg em 30 minutos. A seguir a tiamina é mantida na dose de 200 mg 3 vezes ao dia por 3
dias (Galvin e cols., 2010).
Benzodiazepínicos
De forma geral os benzodiazepínicos devem ser evitados no paciente com delirium, pois
podem piorar o quadro confusional, causar agitação paradoxal e sedação excessiva. Assim,
o uso dos benzodiazepínicos deve ser restrito aos casos de delirium tremens e no contexto
dos momentos finais de vida (sedação paliativa). Nos pacientes que fazem uso continuado
dos benzodiazepínicos a medicação pode ser mantida para evitar quadros de abstinência.
No entanto nesses casos deve-se considerar a possibilidade de reduzir a dose para 50% do
habitual e suspender caso haja sonolência excessiva.
21
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
Contenção física
A contenção física nos quadros de delirium deve ser uma conduta excepcional, que se
justifica apenas quando há risco à integridade física do paciente ou daqueles que estão
à sua volta, após o esgotamento de todos os recursos de tratamento não farmacológico
e farmacológico. Em pacientes com nível de consciência minimamente preservado, a
contenção provavelmente será interpretada como uma agressão. Nos pacientes torporosos,
a restrição representará um desconforto adicional. Em ambos os casos a contenção física
contribuirá para agravar o quadro confusional e a agitação.
Quando a contenção física for impreterível, alguns cuidados devem ser observados. O
paciente deve receber explicações simples e assertivas sobre o fato de que a contenção
está sendo realizada para a sua própria segurança e que será retirada o mais breve possível.
A família deve receber esclarecimentos e estar de acordo com o fato de que essa é a melhor
opção. O paciente contido deve ser submetido a reavaliações frequentes, de acordo com
as recomendações do protocolo específico. É importante que a equipe seja treinada para
manter a contenção pelo tempo mínimo necessário e não utilizar essa medida como
estratégia de facilitação dos cuidados.
Reavaliações e seguimento
Pacientes com delirium que apresentam rebaixamento do nível de consciência ou condições
potencialmente graves associadas (eg.: choque séptico, AVC) são mantidos em UTI. Caso não
haja condição grave associada, o paciente com delirium deve ser alocado em apartamento.
A presença de agitação grave não deve ser isoladamente um critério de transferência para
UTI. Ao contrário, o paciente com delirium pode piorar nesse ambiente.
Pacientes que se apresentam com delirium no pronto socorro devem ter fluxo preferencial
na transferência para o apartamento, já que a permanência em um ambiente tumultuado e
ruidoso podem agravar os sintomas.
22
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
Nas UI e no PS, sempre que o médico plantonista é acionado pelo protocolo de delirium
deve fazer contato com a equipe titular do caso. Nessa mesma oportunidade deve definir
junto à equipe titular quem fará as reavaliações e o acompanhamento. Na UTI a necessidade
de contato com a equipe titular deve ser definida a cada caso pelo plantonista responsável
pelo atendimento.
Prognóstico
Embora seja uma condição potencialmente reversível, o delirium tem duração muito variável
e pode determinar sintomas persistentes. Em alguns casos o paciente nunca recupera o
nível prévio de funcionamento cognitivo.
Em uma revisão sistemática de 18 estudos, Cole e cols. (2009) observaram que 45% dos
pacientes que apresentavam delirium durante a internação receberam alta com delirium. No
seguimento, o delirium persistia em 33% dos casos após um mês, em 26% após 3 meses e
21% após 6 meses.
Os familiares do paciente com delirium devem ser informados de forma realista sobre a
grande probabilidade de persistência de alguns sintomas no momento da alta e sobre o fato
de que em alguns casos os sintomas podem persistir por vários meses.
Indicadores
23
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
24
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
A avaliação médica deve ser realizada em até 30 minutos e basear-se nos seguintes elementos:
∞ Exame neurológico dirigido; ∞ Aplicação do CAM; ∞ Definir junto à equipe titular quem reavaliará e acompanhará o caso
Tratamento Farmacológico
• Haloperidol (Inicial: 1 a 2,5 mg; Máx.: 5 mg; VO ou IM) • Olanzapina (Inicial: 2,5 a 5 mg; Máx.: 10 mg; VO)
• Risperidona (Inicial:
0,5 a 1 mg; Máx.: 2 mg: VO) • Quetiapina (Inicial: 25 a 50 mg; Máx.: 200 mg; VO)
25
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
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Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
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27
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
Anexos
22
28
Protocolo de delirium
Prevenção, detecção e tratamento
23
29
Responsável Técnico
Dr. Luiz Carlos V. de Andrade – CRM 48277
Organization Accredited
by Joint Commission International
V.1904
HCor – Hospital do Coração/Diagnóstico – Unidade Paraíso: Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 147 – São Paulo – SP
HCor – Edifício Dr. Adib Jatene: Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 130 – São Paulo – SP
HCor Diagnóstico – Unidade Cidade Jardim: Av. Cidade Jardim, 350 – 2º andar – São Paulo – SP
HCor Onco – Clínica de Radioterapia: Rua Tomás Carvalhal, 172 – São Paulo – SP
HCor – Consultórios: Rua Abílio Soares, 250 – São Paulo – SP
Tels.: Geral: (11) 3053-6611 – Central de Agendamento: (11) 3889-3939 – Pronto-socorro: (11) 3889-9944
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Protocolo Assistencial de
Fibrilação Atrial
Protocolo Assistencial de
Fibrilação Atrial
Comissão de Elaboração
Coordenação:
Dr. Ricardo Pavanello
Comissão:
Dr. Luiz Carlos Valente Dr. Henrique Pachón
Dra. Sabrina Bernardez Dr. Carlos Augusto Cardoso Pedra
Dr. Edgard Ferreira Junior Enfa. Michelle De Nardi Saad
Dr. Claudio Nazareno
2
1. Fundamentos
A Fibrilação Atrial (FA) já é um problema de saúde pública, e representa tanto
em instituições públicas como privadas, importante causa de internação. Nos
Estados Unidos, sua prevalência será de 15,9 milhões em 2050, sendo metade
desses pacientes com idade superior a 80 anos (1). É a arritmia cardíaca mais
frequente, com prevalência na população geral estimada em 1%. Dados de
estudos europeus mais recentes sugerem uma prevalência de até 2,9% (2), esses
números ainda estão subestimados, uma vez que muitos casos (10 a 25%) não
provocam sintomas.
A figura 1 demonstra a relação da idade com a FA. Nos pacientes com menos de
60 anos quando prevalência é inferior a 0,1%, e nos idosos com mais de 80 anos
que passa a ser de 8% (1-4).
500
400
Pessoas (milhares)
300
200
100
0
30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 >85
Idade (anos)
3
Protocolo Assistencial de
Fibrilação Atrial
2. Objetivos
2.1 - Identificar ativamente pacientes com FA aguda, paroxística ou
permanente, portadores ou não de cardiopatia estrutural, admitidos no
HCor eletiva ou emergencialmente.
2.2 - Identificar e documentar por meio dos métodos diagnósticos disponíveis
a opção terapêutica baseada nas Diretrizes nacionais e internacionais.
2.3 - Disponibilizar as facilidades do HCor afim de efetivar o melhor, mais
moderno e mais indicado tratamento da FA, em parceria com o médico
assistente do paciente, com foco na prevenção do AVC.
2.4 - Fornecer ao corpo clínico ferramentas de acompanhamento pós-alta.
2.5 - Elaborar um banco de dados com informações relevantes e
potencialmente capazes de melhorar o cuidado e gerar publicações
científicas, compartilhadas entre os diversos profissionais envolvidos no
cuidado dos pacientes internados com FA.
3. Protocolo
3.1 Elegibilidade
3.1.1 Critérios de inclusão
Pacientes admitidos por fibrilação atrial ou flutter atrial como diagnóstico
primário de internação.
4
3.1.2 Critérios de exclusão para este protocolo
• Pacientes menores de 18 anos
• Pacientes admitidos no HCor com arritmias cardíacas exceto FA ou FLU.
3.2 Diagnóstico
Após admissão emergencial ou eletiva, o paciente com suspeita de FA ou Flutter
Atrial (FLU), será submetido à avaliação clínica inicial (antecedentes, história da
doença e exame físico) seguida da realização dos exames complementares.
O exame complementar inicialmente indicado para confirmação do diagnóstico
é o eletrocardiograma que pode, na maioria dos casos, confirmar o diagnóstico
da arritmia, podendo ser necessária, em alguns casos, a realização de Holter
de 24 horas, e eventualmente estudo eletrofisiológico. O emprego de exame
radiológico e do ecocardiograma transtorácico habitualmente está indicado
para confirmar ou afastar a presença de doença estrutural.
Após diagnóstico, o paciente deverá ser classificado de acordo com o tempo de
início, causalidade (valvar ou não valvar) e resposta terapêutica:
a) FA de início recente
FA que não foi diagnosticada anteriormente, independentemente da duração da
arritmia ou da presença e gravidade dos sintomas relacionados à FA.
b) FA paroxística
FA que termina de forma espontânea, na maioria dos casos, dentro de 48 horas.
Alguns paroxismos de FA podem continuar por até 7 dias. Os episódios podem
ocorrer com frequência variável. Os episódios de FA que são cardiovertidos
dentro de 7 dias devem ser considerados como paroxísticos.
c) FA persistente
FA contínua sustentada > 7 dias, incluindo episódios que são interrompidos por
cardioversão (por medicamento ou cardioversão elétrica) após 7 dias ou mais.
FA persistente de longa duração é aquela contínua, com > 12 meses de duração.
5
Protocolo Assistencial de
Fibrilação Atrial
d) FA permanente
A FA permanente é usada quando houve uma decisão conjunta do paciente e do
clínico para cessar novas tentativas de restauração e/ou manutenção do ritmo
sinusal.
• A aceitação de FA representa uma atitude terapêutica por parte do paciente e
clínico em vez de um atributo fisiopatológico inerente à FA.
• A aceitação da FA pode mudar à medida que os sintomas, a eficácia das
intervenções terapêuticas e as preferências do paciente e do clínico evoluem.
e) FA não-valvar
FA na ausência de estenose mitral reumática, prótese valvar mecânica ou
biológica ou reparo valvar.
*O termo FA isolada (“lone AF”) pode ser utilizado para casos em que a fibrilação
atrial ocorra na ausência de comorbidades cardiovasculares e doença cardíaca
estrutural.
FA = Fibrilação atrial
FA de início recente ICFER = Insuficiência cardíaca com fração de
( 48 horas) ejeção reduzida
ICFEP = Insuficiência cardíaca com fração de
ejeção preservada
Sim Não HVE = Hipertrofia ventricular esquerda
Instabilidade
Hemodinâmica ETE = Ecocardiograma transesofágico
- Traduzido e adaptado 2016 ESC Guideline for the
management of atrial fibrillation (16).
Discutir com o
Médico Assistente
e com o Paciente*
ETE sem
trombo
Cardioversão
Farmacológica
Cardioversão Propafenona VO
Amiodarona I V
elétrica OU Amiodarona IV
*A opção de tipo de cardioversão em caso de não instabilidade, deverá ser decidido de comum
acordo com a preferência do paciente e médico assistente.
7
Protocolo Assistencial de
Fibrilação Atrial
FA = Fibrilação atrial
FA de tempo ICFER = Insuficiência cardíaca com fração de
indeterminado ejeção reduzida
ICFEP = Insuficiência cardíaca com fração de
ejeção preservada
Sim HVE = Hipertrofia ventricular esquerda
Instabilidade Não
- Traduzido e adaptado 2016 ESC Guideline for the
Hemodinâmica management of atrial fibrillation (16).
ETE com
trombo
Anticoagulação plena
Cardioversão
por 3 semanas e
Farmacológica
retorno ambulatorial
Cardioversão Propafenona VO
elétrica Amiodarona I V
OU Amiodarona IV
FEVE= fração de ejeção do ventrículo esquerdo; AV= atrioventricular; HVE= hipertrofia ventricular
esquerda; IC=insuficiência cardíaca; Clcr= clearance de creatinina.
9
Protocolo Assistencial de
Fibrilação Atrial
10
FC= Frequencia Cardíaca FEVE= Fração de Ejeção Ventricular Esquerda
- Traduzido e adaptado 2016 ESC Guideline for the management of atrial fibrillation (16).
11
Protocolo Assistencial de
Fibrilação Atrial
13
Protocolo Assistencial de
Fibrilação Atrial
* Neste protocolo, que é fornecido apenas para orientação, as doses sugeridas de Varfarina após
o dia 2 são dadas como intervalos. O clínico deve avaliar a rapidez e a magnitude das mudanças
do INR para o paciente individual e fazer ajustes de dose adequadamente. Traduzido do UpToDate
16
*A apixabana deve ter sua dose reduzida para 2,5mg 2x/d sempre que 2 dos 3 fatores de risco
estiverem presentes (idade > 80 anos, peso < 50Kg e creatinina ≥ 1,5mg/dl. Em paciente com peso
inferior a 60kg a edoxabana deverá ter a dose reduzida em 30mg/kg/peso.
a
A terapia dupla com ACO e aspirina ou clopidogrel pode ser considerada em pacientes selecionados.
b
ACO mais antiplaquetário único.
c
A terapia dupla com ACO e um agente antiagregante plaquetário (aspirina ou clopidogrel) pode ser
considerada em pacientes com alto risco de eventos coronarianos.
SCA= Síndrome Coronariana Aguda
ACO= Anticoagulante Oral (usar Antagonista de Vitamina K ou não anticoagulante antagonista de
Vitamina K)
ICP= Intervenção Coronária Percutânea
- Traduzido 2016 ESC Guideline for the management of atrial fibrillation (16).
Figura 6. Terapia antitrombótica após uma síndrome coronariana aguda em pacientes com
fibrilação atrial que necessitam de anticoagulação
19
Protocolo Assistencial de
Fibrilação Atrial
a
A terapia dupla com ACO e aspirina ou clopidogrel pode ser considerada em pacientes
selecionados.
b
ACO mais antiplaquetário único.
c
A terapia dupla com ACO e um agente antiagregante plaquetário (aspirina ou clopidogrel) pode
ser considerada em pacientes com alto risco de eventos coronarianos.
SCA= Síndrome Coronariana Aguda
ACO= Anticoagulante Oral (usar Antagonista de Vitamina K ou não anticoagulante antagonista de
Vitamina K)
ICP= Intervenção Coronária Percutânea
- Traduzido 2016 ESC Guideline for the management of atrial fibrillation (16).
20
3.3.4.6. Manejo do sangramento ativo em pacientes recebendo anticoagulação
A figura 8 apresenta um esquema simplificado do manejo de eventos hemor-
rágicos em pacientes sob anticoagulação.
22
Em pessoas submetidas à cirurgia cardiotorácica em terapia pré-existente
com betabloqueador, continue esse tratamento a menos que se desenvolvam
contraindicações (como bradicardia pós-operatória ou hipotensão).
Salvo contraindicação, ofereça uma estratégia de controle do ritmo como
opção de manejo inicial para o tratamento da fibrilação atrial pós-operatória
após cirurgia cardiotorácica.
A menos que contraindicado, o manejo da fibrilação atrial pós-operatória após
cirurgia não cardiotorácica deverá ser semelhante ao manejo da fibrilação
atrial de início recente com qualquer outro precipitante.
Na profilaxia e manejo da fibrilação atrial pós-operatória, use terapia
antitrombótica apropriada e corrija precipitantes identificáveis (como
desequilíbrio eletrolítico ou hipóxia).
5. Orientações finais
Abaixo estão 17 regras simples para orientar o diagnóstico e manejo dos
pacientes com FA, retirada da Diretriz europeia de FA (2016)
(1) Use a triagem de ECG em populações em risco para FA, especialmente com
diagnóstico prévio de AVC e idosos.
(2) Documente FA por ECG antes de iniciar o tratamento.
(3) Avalie todos os pacientes com FA por avaliação clínica, ECG e ecocardiograma
para condições cardiovasculares subjacentes, como hipertensão, insuficiência
cardíaca, doença cardíaca valvular e outros.
(4) Fornecer informações e educação aos pacientes FA para capacitá-los ao
autocuidado.
(5) Proponha mudanças de estilo de vida a todos os pacientes com FA.
26
(6) Tratar as condições cardiovasculares subjacentes de forma adequada, p.
ex reparação ou substituição valvar em pacientes com FA com doença
cardíaca valvular significativa, tratamento de insuficiência cardíaca ou
controle da hipertensão arterial, entre outros.
(7) Use anticoagulação oral em todos os pacientes FA, a menos que estejam
com baixo risco de AVC com base no escore CHA2DS2-VASc ou tenham
verdadeiras contraindicações para a terapia anticoagulante.
(8) Anticoagule pacientes com flutter atrial semelhante à FA. Ofereça ablação
do istmo aos pacientes com flutter sintomático.
(9) Reduzir todos os fatores de risco de sangramento modificáveis em todos
os pacientes com FA em anticoagulação oral, p.ex através do tratamento
da hipertensão, minimizando a duração e a intensidade da terapia anti-
inflamatória não esteróide concomitante com antiplaquetários, tratando a
anemia e eliminando as causas da perda de sangue, mantendo valores INR
estáveis em pacientes com varfarina e moderando a ingestão de álcool.
(10) Verifique a frequência ventricular em todos os pacientes com FA e use
medicações de controle de frequência
(11) Avalie os sintomas relacionados à FA em todos os pacientes com FA
usando a escala de sintomas EHRA modificados. Sempre que os pacientes
apresentam sintomas relacionados à FA, visando melhorar os sintomas
através do ajuste da terapia de controle de frequência e oferecendo
medicamentos antiarrítmicos, cardioversão ou ablação por cateter /
cirúrgica.
(12) Selecione fármacos antiarrítmicos com base em seu perfil de segurança
e considere ablação por cateter ou cirúrgica quando os fármacos
antiarrítmicos falharem.
(13) Não ofereça testes genéticos de rotina em pacientes com FA, a menos que
haja suspeita de uma condição cardíaca hereditária.
(14) Não use terapia antiplaquetária para prevenção de AVC na FA.
(15) Não interrompa permanentemente a anticoagulação oral em FA pacientes
com risco aumentado de acidentes vasculares cerebrais a menos que tal
decisão seja tomada por uma equipe multidisciplinar.
(16) Não use terapia de controle do ritmo em pacientes com FA assintomática,
nem em pacientes com FA permanente.
27
Protocolo Assistencial de
Fibrilação Atrial
6. Indicadores
6.1 Indicadores de Performance:
6.1.1 Terapia anticoagulante prescrita antes da alta hospitalar:
% de pacientes com FA ou Flutter Atrial e com alto risco de
tromboembolismo pelo escore de CHADS2-VASc, que receberam
prescrição de warfarin ou outro anticoagulante aprovado para uso no
Brasil pela ANVISA.
6.1.2 Alta hospitalar com frequência cardíaca ≤ 90 bpm: % de pacientes
com FA/Flutter que tiveram FC ≤ 90 alcançada e documentada na
alta hospitalar.
6.2 Indicadores de Desfechos:
6.2.1 Mortalidade intra-hospitalar
6.2.2 Ocorrência de AVC/AIT intrahospitalar e até 180 dias após alta
6.2.3 Ocorrência de eventos hemorrágicos em pacientes em uso de
anticoagulação intrahospitalar e em 180 dias após alta.
6.2.4 Recorrência da FA em até 180 dias.
7. Referências Bibliográficas
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13. Magalhães LP, Figueiredo MJO, Cintra FD, Saad EB, Kuniyishi RR, Teixeira
RA, et al. II Diretrizes Brasileiras de Fibrilação Atrial. Arq Bras Cardiol 2016;
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14. SANTOS, E.B.; SALLES, A.L.F.; TAVARES, L.R.; LIMA, M.V.; SANTOS, W.B.;
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de pacientes hospitalizados com fibrilação atrial: Estudo EPIFA. Rev.
SOCERJ. 2009;22(1):9-14.
29
Protocolo Assistencial de
Fibrilação Atrial
15. Brambatti, K.R.; Postingher, G.P.; Sulzbach, T.C.; Souza, S.C.; El Halal, V.A.;
Moreira, L.B.; Predebon, V.; Walter, J.W.; Danzmann, L.C. Prevalência De
Fibrilação Atrial Em Pacientes Com Insuficiência Cardíaca Provenientes De
Um Centro Não Transplantador Da Região Metropolitana De Porto Alegre.
16. Kirchhof P, Benussi S, Kotecha D, Ahlsson A, Atar D, Casadei B, et al. 2016
ESC Guidelines for the management of atrial fibrillation developed in
collaboration with EACTS. European Heart Journal (2016) 37, 2893–2962.
17. Craig T. January , L. Samuel Wann , Hugh Calkins , Lin Y. Chen , Joaquin E.
Cigarroa , Joseph C. Cleveland Jr , Patrick T. Ellinor , Michael D. Ezekowitz,
Michael E. Field , Karen L. Furie , Paul A. Heidenreich , Katherine T. Murray,
Julie B. Shea , Cynthia M. Tracy , Clyde W. Yancy et al. 2019, 2019 by the
American Heart Association, Inc., the American College of Cardiology
Foundation, and the Heart Rhythm Society, 2019 AHA/ACC/HRS Focused
Update of the 2014 AHA/ACC/HRS Guideline for the Management of
Patients With Atrial Fibrillation.
30
Responsável Técnico
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Infecção das Vias
Aéreas Superiores
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Infecção das Vias Aéreas Superiores
COMISSÃO DE ELABORAÇÃO
1. DEFINIÇÕES
Processo infeccioso que afeta o trato respiratório superior (nariz, seios paranasais, faringe, laringe ou traqueia). Os
sintomas incluem congestão nasal, espirros, tosse, febre e dor de garganta. Neste protocolo trataremos principalmente
de resfriados e gripes. Resfriado comum e a gripe são infeções virais agudas do trato respiratório superior que podem
ser agrupadas numa síndrome com sinais e sintomas semelhantes e duração menor que 10 dias.
2. PROTOCOLO
2.1 Etiologia
A principal etiologia das IVAS é viral, principalmente virus Influenza A e B. Os vírus também podem suprimir as funções
dos neutrófilos, macrófagos e linfócitos, favorecendo o crescimento de patógenos presentes na rinofaringe, como
S. pneumoniae e H. influenzae, favorecendo a infecção secundária.
3. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico das IVAS é clínico, baseado em sinais e sintomas.
Na síndrome do resfriado comum, geralmente a sintomatologia é mais discreta, com sintomas iniciais: cefaleia,
espirros, calafrios e dor de garganta, com sintomas tardios de coriza, obstrução nasal, tosse e mal-estar. Geralmente
a gravidade dos sintomas aumenta rapidamente em 2-3 dias após a infeção, com uma duração média de 7-10 dias.
Alguns sintomas, no entanto, podem persistir por mais de três semanas.
Na síndrome da gripe, tipicamente o início dos sintomas é súbito, caracterizado por febre alta, cefaleia intensa,
tosse, dor de garganta, mialgia, congestão nasal, cansaço, fraqueza e falta de apetite, apresentando, de uma forma
geral, sintomas mais intensos do que no resfriado comum (Quadro 1). A associação da tosse e da febre no mesmo
paciente apresenta um valor preditivo positivo de cerca de 80% em diferenciar a infecção pelo vírus influenza dos
outros quadros de infecção viral.
Quadro 1 – Características clinica das gripes e resfriados
Resfriados Gripes
Início dos Sintomas Gradual Súbito
Gravidade dos Sintomas Discreto Intenso
Cefaléias Febre alta e tosse
Espirros Cefaleia intensa
Sintomas
Calafrios Dor de garganta
Principais
Dor de garganta Miagia, congestão nasal
Coriza Fraqueza e falta de apetite
O diagnóstico de IVAS é predominantmente clínico, baseado no histórico e no exame físico. Não é recomendado
para pacientes do Pronto Socorro a realização de exames complementares para fechar o diagnóstico. A exceção
se faz nos casos de suspeita de complicações ou comprometimento do estado geral (quadro 2). Exames que são
indicados na suspeita de complicações ou compromentimento do estado geral:
• Hemograma completo
• PCR
• Raio X de tórax AP e perfil
• Teste rápido para Influenza A e B
• Teste para Dengue
ALERTA
Pacientes com suspeita e/ou condições especiais de infecção viral: realizar teste para Influenza A e B (quadro 3)
- Prostração Sintomáticos:
- T ≥ 37,8° - Analgésicos
- PAS ≤ 100 mmHg Internação
Intensos - AINH Realização dos exames
- FC ≥ 100 bpm (Avaliar abertura do
- Inalação direcionados
- FR ≥ 20 rpm Protocolo de Sepse)
- Hidratação
- Saturação de O₂ < 94% - Oxigenoterapia
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Infecção das Vias Aéreas Superiores
• Maiores de 65 anos
• Gestantes na época de maior incidência do Influenza
• Portadores de doenças pulmonares ou cardiopulmonares (inclusive asma)
• Portadores de imunodeficiências (incluindo HIV, neoplasias)
• Indivíduos com comprometimento da função respiratória (neuropatas, lesados medulares)
• Moradores de asilos, albergues, hospitais de retaguarda para doentes crônicos
• Crianças entre 36 e 23 meses de idade
4. TRATAMENTO
Para o tratamento da IVAS temos (Quadro 4):
• Descongestionantes sistêmicos: pseudoefedrinas são importantes na melhora da congestão nasal, uma vez que
são agonistas alfa-adrenérgicos e reduzem a vascularização no leito das conchas nasais, reduzindo o edema.
Atente-se para contra-indicações.
• Lavagem nasal com solução fisiológica ou hipertônica: aumentam a freqüência do batimento ciliar e reduzindo
o edema da mucosa nasal, diminuindo, assim, a obstrução nasal, sendo que a hipertônica é comprovadamente
mais eficaz.
• Vasoconstritores tópicos: devendo ser usados no máximo por cinco dias para diminuir o risco de efeito rebote.
• Mucocinéticos: modificam a consistência das secreções do aparelho respiratório, facilitando seu transporte e
eliminação. Seus efeitos benéficos não chegam a superar as vantagens do uso de uma hidratação adequada.
• Antivirais: Amantadina (bloqueador de canal de íon M2) são inibidores específicos da replicação viral do
Influenza A. Zanamivir (disponível para uso inalatório) e Oseltamivir (inibidores de neuraminidase) - ativos contra
o Influenza A e B.
Quadro 4 - Tratamento
Sintomáticos no Pronto Socorro
Medicamento Dose Via
Paracetamol (para alérgicos) (Tylenol®) 1 comp / 750 mg VO
Dipirona (Novalgina )
®
1 amp / 1 g EV
Tenoxicam 1 amp / 20 mg EV
Cetorolaco (Toragesic ) ®
1 comp / 30 mg EV
Inalação
Soro Fisiológico 0,9% 5ml
Inalatório
Budesonida (Pulmicort ) ®
0,25mg/mL amp 2ml (S/N)
Oxigenoterapia
Catéter de O₂ até 3L/min
Máscara de O₂ 10L/min
5. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Faringoamigdalite:
- Viral: dor de garganta, disfagia, mialgia, febre baixa, tosse, coriza hialina e espirros e ausência de adenomegalia.
- Bacteriana: dor de garganta intensa, disfagia, otalgia reflexa, febre de intensidade variável, que podem ser
acompanhadas de queda do estado geral e presença de adenomegalia.
• Laringite aguda: síndrome clínica caracterizada por voz rouca com a diminuição da fonação e projeção de
voz, que ocorre geralmente após uma infecção do trato respiratório superior com tosse.
• Rinossinusite aguda: obstrução nasal, congestão, rinorréia anterior e/ou posterior, espirros, associados a
manifestações sistêmicas infecciosas como febre baixa, halitose, mal-estar, tosse, pressão nos ouvidos, dor
dentária e astenia.
• Otite aguda:
- Otite média aguda é uma doença primária da infância e não será descrita.
- Otite externa pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas idosos são mais acometidos.
• Pneumonia Viral/Bacteriana.
• Meningite Viral/Bacteriana.
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Fluxograma
Infecção das Vias Aéreas de Atendimento à
Superiores
INFECÇÃO DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES
no Pronto Socorro
6. FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO NO PS
IVAS
Sintomas
Y
TRATAMENTO
TRATAMENTO
CM TRATAMENTO SINTOMÁTICOS:
SINTOMÁTICOS:
SINTOMÁTICOS: - Analgésicos
MY
- Analgésicos - AINH
CY - Analgésicos - Inalação
- AINH
Alta do PS com - AINH - Hidratação
MY - Inalação
orientações - Inalação - Oxigenoterapia
K
- Hidratação
1. CDC Prevention and control of influenza: Recommendations of the Advisory Commitee on immunization
Practices (ACIP) MMWR 2005; 54(RR08):1:40. 4. CDC Recommended adult immunizations schedule United
States; 2004-05 MMWR 2004; 53:1-4. 5
2. Costa SSC et al. Guideline de IVAS. Infecção das vias aéreas superiores. Disponível em: http://www.aborlccf.
org.br/imageBank/guidelines_completo_07.pdf. Acessado em 27/02/2017
Responsável Técnico
Dr. Luiz Carlos V. de Andrade – CRM 48277
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Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Gastroenterocolite
Aguda
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Gastroenterocolite Aguda
COMISSÃO DE ELABORAÇÃO
Dr. Luiz Carlos Valente de Andrade Dr. Pedro Mathiasi
Dr. Edgard Ferreira dos Santos Dr. Hélio Penna Guimarães
Especialista Colaborador: Dra Ivana Carla S. Pinto Enfa. Michelle Saad
Dra. Sabrina Bernardez Farm. Vivian Moreira
Dr. Fabrizio Achilles Soares Farm. Valéria Fontes
1. DEFINIÇÃO
Gastroenterocolite Aguda (GECA) se caracteriza pelo aumento na frequência, quantidade ou pela diminuição da
consistência das fezes, com ou sem acometimento gástrico (náuseas e vômitos) com duração menor que 2 semanas
2. PROTOCOLO
2.1 Etiologia
É causada na maioria das vezes por vírus (Norovírus, Adenovírus, Rotavírus), enquanto bactérias e protozoários
respondem por menos de 10% dos casos (Campylobacter, Shigella, Salmonella, Escherichia Coli, Clostridium,
Cryptosporidium, Giardia, Ameba).
2.2 Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, e faz parte do quadro clínico a presença de diarréia, náuseas e vômitos (maior probabilidade
de quadro viral / toxinas), dor abdominal em cólica e não localizada e febre. A presença de muco ou sangue sugere
maior probabilidade de quadro bacteriano.
A diarréia aquosa a princípio tem como etiologia provável viral e não necessita de coleta de exames e de prescrição
de antibióticos. A pesquisa de vírus Rotavírus / Adenovírus / Norovírus: confirma etiologia viral e evita solicitação
desnecessária de exames e prescrição inadequada de antibiótico.
3. EXAMES COMPLEMENTARES
São indicados somente em situações específicas:
• Sepse grave / choque séptico: Hemograma, PCR, hemocultura, Coprocultura + Exames (Protocolo Institucional Sepse);
• Distúrbios hidroeletrolíticos / desidratação grave: eletrólitos, função renal;
• Idade >70 anos, paciente imunossuprimido, presença de comorbidades (Ex: diabetes mellitus), temperatura
(>38,5oC) persistente, dor abdominal importante/refratária, uso recente de antibiótico, hospitalização recente:
investigação etiológica com coprocultura, pesquisa de rotavírus e adenovírus nas fezes;
• Uso recente de ATB: pesquisa de toxinas A e B;
• Pesquisa de Rotavírus nas fezes (pesquisa rápida de antígeno): a pesquisa de leucócitos fecais para detecção de
etiologia bacteriana. Exames de imagem (RX, US e TC) devem ser solicitados apenas se houver dúvida diagnóstica,
como auxílio no diagnóstico diferencial.
4. TRATAMENTO
• Hidratação endovenosa se sinais clínicos de desidratação e incapacidade de ingesta oral domiciliar para re
posição de perdas.
• Probióticos: útil na regularização de hábito intestinal após resolução do quadro, pequena redução na duração
do quadro (Tabela 2);
• Antibioticoterapia: se houver sinais de alerta (Tabela 3). Evitar antidiarreicos que promovam diminuição
da motilidade, como derivados de opióides (loperamida), sendo permitido uso de racecadotrila, porém com
pouca eficácia nos quadros com etiologia viral. A loperamida é contraindicada em pacientes com diarreia
muco sanguinolenta e pacientes febris.
5. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Quadros abdominais graves como abdome agudo, variações do ritmo intestinal (suspeita de neoplasias) e uso prévio
recente de antibióticos (Clostridium).
6. ORIENTAÇÕES DE ALTA
• Diminuir suas atividades até você se sentir melhor ou a diarreia e vômitos pararem;
• Beber aproximadamente dois litros de líquidos por dia, como água, isotônicos, chás sem cafeína e água de coco;
• Diminuir ou evitar a ingesta de leite e derivados, café e bebidas que tenham cafeína e refrigerantes até
resolução do quadro;
• Evitar comer alimentos gordurosos, grãos (feijão, grão de bico, lentilha, milho), frutas, verduras e salada crua;
• Por 3 dias dê preferência para comer arroz, legumes cozidos (como batata, mandioca, cenoura, chuchu),
carnes grelhadas bem passadas ou cozidas, macarrão, pão, bolacha água e sal, torradas sem fibra, banana e
maçã. Após 3 dias reintroduza sua dieta habitual lentamente.
2. Marra AR, Segalla E, Flaquer F et al . Gastroenterite em adultos diretrizes para diagnóstico e tratamento.
Protocolo Assistencial. Hospital Israelita Albert Einstein. Disponível em https://medicalsuite.einstein.br/
pratica-medica/Paginas/diretrizes-assistenciais.aspx. Acessado em 27/02/17.
Fluxograma de Atendimento à
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
GASTROENTEROCOLITE AGUDA
Gastroenterocolite Aguda
no Pronto Socorro
8. ANEXOS
*Sinais de Alerta
Diarreia Aguda
• Idade >70 anos
• Presença de sangue e muco
em varias evacuações
• Paciente imunossuprimido
• Presença de comorbidades
Presença de (Ex: Diabetes Mellitus)
sinais de alerta*? • Temperatura >38,5°C persistente
• Dor abdominal importante / refratária
• Uso recente de antibiótico
• Hospitalização recente
SIM NÃO • Sinais de toxemia / sepse
Coleta de
Solicitar coprocultura,
Desidratação eletrólitos e
pesquisa de rotavírus e moderada ou SIM função renal
adenovírus nas fezes e grave? Hidratação EV
pesquisa de clostridium
NÃO
se uso de ATB recente
Sistomáticos
Hidratação SN
Melhora
Clínica?
NÃO SIM
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HCor – Hospital do Coração/Diagnóstico – Unidade Paraíso: Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 147 – São Paulo – SP
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Infecção do Trato
Urinário
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Infecção do Trato Urinário
COMISSÃO DE ELABORAÇÃO
Dr. Luiz Carlos Valente de Andrade Dr. Pedro Aurélio Mathiasi Neto
Dr. Edgard Ferreira dos Santos Dr. Hélio Penna Guimarães
Especialista Colaborador: Dr. Mario Mattos Enfa. Michelle Saad
Dra. Sabrina Bernardez Farm. Vivian G. Monteiro Moreira
Dra. Luiza Miranda
1. DEFINIÇÃO
A Infecção do Trato Urinário (ITU) é um quadro infeccioso que pode ocorrer em qualquer parte do sistema urinário,
como rins, bexiga e uretra.
2. PROTOCOLO
2.1 Etiologia
Os Agentes etiológicos mais comuns, segundo a microbiota do HCor:
• E. Coli 68%;
• Klebesiella pneumoniae 11%;
• Enterococcus faecalis 6%;
• Outras enterobacterias 6%;
• Proteus mirabilis 3%.
2.2 Diagnóstico
• Sintomas urinários: disúria, polaciúria, hematúria, tenesmo vesical, urgência, retenção e/ou incontinência.
Clinicamente, os quadros de cistite acompanham-se de sintomas de trato urinário baixo, como disúria,
polaciúria, urgência miccional e ocasionalmente hematúria. Já nos quadros de pielonefrite aguda
prevalecem sintomas sistêmicos, como dor lombar, febre, calafrios, astenia, náuseas e vômitos.
• Presença de outros sintomas (observados nas infecções graves): prostração, anorexia, vômitos, dor
abdominal, desorientação.
• Atenção aos medicamentos em uso, como antibióticos, imunossupressores (uso atual ou recente).
• Questionar doenças prévias, principalmente outros episódios de ITU e como foram caracterizados e
tratados.
3. Exames complementares
Urina tipo I
Se poliúria, exame torna-se menos expressivo e até mesmo normal, mesmo na vigência de ITU. Nestes casos
deve-se valorizar mais os sintomas, mesmo com pouca leucocitúria.
A leucocitúria é o parâmetro mais utilizado pelo médico generalista, contudo, sua baixa sensibilidade e
especificidade tem grande potencial de induzir a erros de interpretação. Importante ressaltar que o achado de
células epiteliais na análise da amostra de urina é fortemente indicativo de contaminação durante a coleta do
material. Instrumentação cirúrgica do trato urinário recente e presença de cateter duplo J podem provocar o
surgimento de leucocitúria, sem ITU.
A leucocitúria, hematúria e cilindrúria são só sugestivas de ITU, mas não permitem seu diagnóstico definitivo. A
presença e nitrito é sugestiva de ITU, mas também não permite diagnóstico definitivo.
Urocultura
É o “padrão-ouro” para diagnóstico de ITU, porém o custo adicional e o tempo de execução de 24 a 48 horas
limita seu uso em pronto-socorro. Ainda assim justifica-se sua realização para checagem oportuna que possa
ratificar o tratamento ou mesmo orientar sua mudança posteriormente. Importante: a amostra deve ser colhida
preferencialmente antes do início de antibioticoterapia empírica (caso esteja indicada).
USG de rins e vias urinárias ou outros exames de imagem – indicados em pronto-atendimento apenas na suspeita
de pielonefrite ou complicações. Indicado também na suspeita de outros diagnósticos.
4. Tratamento
- A antibioticoterapia empírica deve ser iniciada logo após a coleta adequada da urocultura, uma vez que seu
resultado demora de 1 a 5 dias.
- A escolha do antimicrobiano mais adequado baseia-se no antibiograma (caso disponível), na observação da
resposta ao tratamento prévio com antibióticos empírico e na ocorrência de recorrência ou reinfecção.
- Recomendaçao da infectologia e SCIH do HCor (vide tabelas 1 e 2), sugerida a partir do perfil de sensibilidade da
microbiota do Hcor (vide tabela 3).
Tabela 3: Perfil de sensibilidade dos isolados mais prevalentes em urocultura (Ambulatorial) do Hcor (2016):
Agente antimicrobiano Klebsiella pneumoniae
E.Coli (1165 amostras)
% Sensibilidade (181 amostras)
Amicacina 100 100
Ciprofloxacino 72 83
Fluconazol - -
Meropenem 100 95
Ertapenam 100 95
Piperacilina/Tazobactam 97 90
Vancomicina – Teicoplanina – Linezolida - -
Sulfa-trimetoprim 69 87
Nitrofurantoína 96 30
Ceftriaxona 93 85
Cefepima 93 85
Cefuroxima 86 77
ESBL+ 7 11
5. Diagnósticos diferenciais
Dentre os diagnósticos diferenciais mais comuns podemos destacar calculose ureteral e infecções ginecológicas e
gastrointestinais.
O quadro clínico de infecções genitais por Chlamydia trachomatis muitas vezes é indistinguível do quadro de
infecções de trato urinário. A presença de secreção vaginal, antecedente sexual e dor abdomino-pélvica são
importantes na diferenciação desse diagnóstico, muitas vezes negligenciado no atendimento.
Suspeita de doença de outro foco como do aparelho ginecológico / reprodutor: Balanopostite ou vulvovaginite:
Leucorréia acompanhada de eritema, edema ou exulceração da região periuretral.
6. Orientações de alta
- Repouso relativo, hidratação vigorosa, uso do antibiótico como orientado. Agendar retorno ambulatorial com
clinico geral / urologista com brevidade para reavaliação clínica e checagem do resultado da urocultura.
- Retorno imediato ao PS em caso de piora dos sintomas ou indícios de repercussão sistêmica: febre, prostração,
calafrios, alteração do nível de consciência.
7. ESQUEMA RESUMO
EXAMES
Urina Tipo I:
Exame inexpressivo em caso de poliúria = valorizar sintomas
Se positivo para células epiteliais na análise = contaminação na coleta
Se leucocitúria, cilindrúria e hematúria = sugestivo de ITU, mas não fecha diagnóstico
Urocultura:
Padrão Ouro
24-48h limita o uso no PS
Se fizer, orientar o paciente (vide orientações de ALTA)
USG rins e vias urinárias:
Pedir sob suspeita de pielonefrite e complicações
Pedir em casos de diagnóstico diferencial
S
GRUPOS ESPECIAIS E DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAI
Urocultura/Uroanálise
ITU complicada Hemograma,
(Incluindo pielonefrite) Creatinina, Uréia
Eletrólitos, PCR
Hemocultura
FR para FR para
FR para ESBL Enterococcus P. Aeruginosa Sepse
spp severa/
Choque
séptico
Tratamento empírico:
- Cefepima 1 g - 8h/8h ou;
Tratamento empírico: - Piperacilian-tazobactam
Tratamento empírico:
Gentamicina (Tazocin®) 4,5 g - 8h/8h ou;
Ertapenem
(Garamicina®) Meropenem (Meronem®)
(Invanz®) 1g/dia
3-5mg/Kg/dia 1 g- 8h/8h
1. Hasegawa E. Infecção de Trato Urinário. In: In: Guimarães HP, Borges LAA, Assunção MSC, Reis HJL. Manual
de Medicina de Emergência. São Paulo: Editora Atheneu: 2017: 587-593.
2. Wilbanks MD, Galbraith JW, Geisler WM. Dysuria in the emergency department: missed diagnosis of
Chlamydia trachomatis. West J Emerg Med. 2014; 15:227.
3. Gieteling E, van de Leur JJ, Stegeman CA, et al. Accurate and fast diagnostic algorithm for febrile urinary
tract infections in humans. Neth J Med. 2014; 72:356.
4. Frazee BW, Enriquez K, Ng V, et al. Abnormal urinalysis results are common, regardless of specimen
collection technique, in women without urinary tract infections. J Emerg Med. 2015; 48:706.
5. Nassisi D, Oishi ML. Evidence-based guidelines for evaluation and antimicrobial therapy for common
emergency department infections. Emerg Med Pract. 2012;14:1.
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Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Olho Vermelho
COMISSÃO DE ELABORAÇÃO
1. DEFINIÇÃO
Um olho vermelho ou inflamado pode ser causado por conjuntivite, irite (uveíte anterior), glaucoma agudo, trauma
da córnea ou infecção. Destas causas, todas são geralmente dolorosas, com a exceção ocasional de conjuntivite.
2. EXAME FÍSICO
No caso de avaliação do clínico, além de inspeção, existe maior dificuldade para avaliar as modificações pertinentes
a cada patologia, razão pela qual daremos maior evidência aos sinais e sintomas.
3. DIAGNÓSTICO
Desordens vasculares de colágeno, artrite reumatóide juvenil, doenças infecciosas (dengue, varicela, o sarampo, a
papeira, otite media), doença de Kawasaki, doenças inflamatórias do intestino, síndrome de Stevens-Johnson.
3.3 Questionamentos e pesquisa são úteis para fazer o diagnóstico em pacientes com olhos vermelhos
• Existe secreção?
Se muito abundante e purulenta, considere conjuntivite gonocócica. Se ela é somente purulenta, considere
conjuntivite bacteriana. Secreções aquosas abundantes são típicas de conjuntivites virais.
• Os olhos coçam?
Se assim for, considere blefarite ou alergia no diagnóstico diferencial.
• Os olhos queimam?
Considere blefarite ou olho seco.
4. CONJUNTIVITE
O diagnóstico de conjuntivite é feito com um exame simples, puxando a pálpebra inferior para baixo com o dedo
do examinador. Se a conjuntiva palpebral estiver inflamada (ou seja, apresentando hiperemia, edema ou secreção),
a conjuntivite pode estar presente. Linfodenopatia pré-auricular palpável pode estar presente na conjuntivite viral
por clamídia.
4.1 Causas
Viral Início unilateral e pode acometer outro olho olhos muito vermelhos Aquosa
Bacteriana Início unilateral e pode acometer outro olho hiperemia e secreção Purulenta
4.2 Características clínicas de conjuntivite bacteriana e como isso pode ser tratado
Conjuntivite bacteriana é caracterizada por uma secreção mucopurulenta que envolve um olho e, normalmente, se
espalha para o segundo olho, associada com a injeção da conjuntiva bulbar. Haemophilus influenzae, Streptococcus
Pneumoniae e Estafilococos são os patógenos mais comuns. Tratar esta condição com gotas de antibiótico tópico
a cada 4 a 6 horas. Pode se usar quinolona (Ofloxacina colírio) ou aminoglicosideo (Tobramicina colírio).
Prurido é o sintoma cardinal de conjuntivite alérgica, distinguindo-a da conjuntivite viral, que está associada com
queixas de aspereza, queimação ou irritação. Pacientes com conjuntivite alérgica, muitas vezes têm uma história de
utopia, alergia sazonal ou alergia específica.
4.4 Diferentes formas de conjuntivite alérgica e como isso pode ser tratado
Conjuntivite Alérgica Aguda: início súbito uma vez em contato com um alergeno conhecido (ou seja, pelos de
gato);normalmente desaparece dentro de 24 horas após a remoção do alegerno
Conjuntivite Alérgica Sazonal: mais leves sintomas mais persistentes durante a temporada de pólen especial
Conjuntivite Alérgica Perene: relacionadas com o ano todo alegernos ambientais (geralmente no interior)
É melhor evitar esfregar os olhos e minimizar a exposição ao alergeno. Colírio anti-histamínico são úteis para
sintomas agudos. Formas sazonais ou perenes de conjuntivite alérgica são geralmente tratadas com uma gota
estabilizador celular olho combinação anti-histamínico, bem como anti-histamínicos orais.
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Olho Vermelho
Tempo de Modo de
Medicamento Dose Frequência
Tratamento Ação
Cetorolac solução oftálmica de 0,5% 1 gota no olho(s) 8/8 h 7 dias NSAID
Abreviatura: NSAID = droga anti-inflamatória não esteróide.
5. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Mudança na clareza
Córnea Claro Clara Opaca
relacionada com causa
Dilatados Normal ou
Tamanho da pupila Normal Pequena
e fixa pequena
* Outras causas menos comuns de olhos vermelhos incluem endoftalmite, corpo estranho, episclerite e esclerite.
† uveíte anterior aguda.
‡ glaucoma de ângulo fechado.
Um olho vermelho em um portador da lente de contato pode significar uma condição de risco de visão (infecção ou
uma avaria do epitélio da córnea). Retire a lente de contato e encaminhe o paciente para exame oftalmológico urgente.
ATENÇÃO
• Olho vermelho em portador da lente de contato é um problema urgente e requer consulta com um especialista
– Oftalmologista;
• Celulite orbitária é uma condição potencialmente ameaçadora ou até mesmo risco de vida, que requer
internação e consulta emergente com um oftalmologista;
• Qualquer paciente que se queixe de dor ocular intensa com sensação de corpo estranho, impedindo a abertura
do olho, geralmente pode presumir-se que pode existir um defeito epitelial da córnea ou corpo estranho ocular;
• Se a dor ocular é aliviada por uma gota de anestésico tópico, o paciente tem provavelmente um problema de
superfície (corpo estranho ou abrasão da córnea);
6. ORIENTAÇÕES DE ALTA
Olho vermelho é um sinal cardinal de inflamação ocular, sendo a conjuntivite sua causa mais comum (lembrando
que as conjuntivites virais apresentam secreção esbranquiçada em pouca quantidade e levam, aproximadamente 15
dias para resolução e as bacterianas produzem secreção de aspecto purulento e abundante podendo durar de 7 a
10 dias com tratamento adequado. É geralmente uma condição autolimitada sendo raras as complicações graves.
Descartando as alterações oculares de maior gravidade, e na suspeita de conjuntivite, alguns cuidados podem ser
iniciados:
• Higiene frequente das mãos e da face
• Evitar coçar os olhos
• Usar somente lenço de papel macio e descartável
• Lençóis, fronhas e toalhas devem ser individuais e trocados diariamente.
• Não compartilhar objetos de uso pessoal
• Evitar frequentar piscina
• Compressa fria com soro fisiológico sem conservante ou água limpa (mineral, filtrada ou fervida)
• Uso de colírio lubrificante (seis vezes ao dia)
Em muitos hospitais, não há equipamento específico para avaliação oftalmológica de urgência (como a lâmpada de
fenda, por exemplo), devendo então, o paciente ser sempre orientado a manter acompanhamento oftalmológico.
As conjuntivites infecciosas possuem grande poder de transmissão, sendo os ambientes coletivos e fechados os
mais propícios para sua disseminação.
Por este motivo, é importante que o paciente seja afastado de suas atividades diárias.
Fluxograma
Protocolo Assistencial de Atendimento à
Pronto Socorro
Olho Vermelho
OLHO VERMELHO
no Pronto Socorro
7. ESQUEMA RESUMO
História de
SIM NÃO
trauma?
- Inspeção do Exposição
SIM NÃO
olho e anexos. Química?
- Testar a
acuidade visual.
- Encaminhar ao Corpo
especialista SIM Estranho? NÃO
- Lavagem com
solução salina.
- Remover
partículas Dor com
- Encaminhar ao - Inspeção do SIM exposição NÃO
à luz?
especialista olho para corpo
estranho
- Encaminhar ao Acuidade
especialista SIM diminuída
e dor?
Encaminhar NÃO
ao especialista
para avaliação
com fluorescência
e lâmpada
Córnea
de fenda Secreção?
normal?
Pupilas CERATITE
Secreção HEMORRAGIA
OU ÚLCERA
contraídas? Purulenta? SUBCONJUNTIVAL
DE CÓRNEA
PROVÁVEL CONJUNTIVITE
PROVÁVEL CONJUNTIVITE
GLAUCOMA VIRAL OU
UVEITE BACTERIANA
AGUDO ALÉRGICA
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Matielli L, Maidana E, Martins EM. Emergências em Oftalmologia. In: Guimarães HP, Borges LAA, Assunção
MSC, Reis HJL. Manual de Medicina de Emergência. São Paulo: Editora Atheneu:2017: 777-787
2. Hofling-Lima AL, Moeller CTA, Freitas D, Martins EN. Manual de condutas em Oftalmologia. São Paulo:
Editora Atheneu; 2008. 1249 p.
3. Ehlers JP, Shah CP. Manual de doenças oculares do Wills Eye Hospital. EUA: Artmed; 2009. 475 p.
4. Americana Optometric Association: 23 de junho de 1994. Revisão de Março de 1999. PDF disponível nowww.
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115: pp. 313-317.
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8. Boder F., Marchant C., et. al .: etiologia bacteriana de síndrome meios conjuntivite-otite. Pediatrics 1985;
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9. Bradford CA: Oftalmologia Basic. 8a ed. 2004. Academia Americana de Oftalmologia San Francisco
10. Centros de Controle e Prevenção de Doenças. Vírus Zika. Sintomas, diagnóstico e tratamento. Nowww.cdc.
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11. De Toledo AR, Chandler JW: Conjuntivite do recém-nascido. Infect Dis Clin North Am 1992; 6: pp. 807-813.
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17. RP Rietveld, van Weert H., G. Riet, Bindels P .: impacto diagnóstico de sinais e sintomas de conjuntivite
infecciosa aguda: pesquisa sistemática da literatura. BMJ 2003; 327: pp. 789.
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Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Olho Vermelho
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6 ed. Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2010, pp 240-244.
Responsável Técnico
Dr. Luiz Carlos V. de Andrade – CRM 48277
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Inflamações e
Infecções de
Orofaringe
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Inflamações e Infecções de Orofaringe
1. FUNDAMENTO
A faringite aguda é uma das condições mais comuns no nosso Pronto Socorro. Enquanto o estreptococos do grupo
A (EGA) é responsável por uma minoria (cerca de 5 a 15%) dos adultos com faringite, a maioria dos doentes recebe
terapia antibiótica presuntiva. O sobretratamento da faringite aguda é a principal causa da utilização inadequada de
antibiótico no Pronto Socorro.
2. DEFINIÇÕES/NOMENCLATURA
As causas mais comuns de faringite são agentes virais e patógenos bacterianos (tabela 1). O agente tratável mais
importante é o Estreptococos do Grupo A. Cerca de 5 a 15 por cento de dores de garganta em adultos tem culturas
positivas para EGA. As características clínicas da EGA incluem o aparecimento súbito de dor de garganta, exsudato
tonsilar, adenite cervical dolorosa e febre. Tosse e coriza significativa são geralmente ausentes (critérios de Centor).
A probabilidade de ter EGA aumenta quanto maior o número de critérios de Centor. No entanto, os critérios de Cen-
tor são mais úteis na identificação de pacientes com baixa probabilidade, para os quais não são necessários nem os
testes microbiológicos, nem a terapia antimicrobiana. Pacientes com menos de três (0 a 2) critérios de Centor não
são susceptíveis de ter EGA e, em geral, não devem receber tratamento com antibióticos ou testes de diagnóstico.
Os pacientes que não têm EGA - Na grande maioria dos pacientes com uma avaliação negativa para o EGA, a far-
ingite irá resolver em poucos dias sem sequelas e não são necessárias novas medidas de diagnóstico. O tratamento
sintomático deve ser oferecido.
ATENÇÃO
• Os pacientes que se apresentam com sinais excepcionalmente graves e sintomas (secreções, sialorréia, disfonia, voz
abafada ou inchaço do pescoço), especialmente se eles têm dificuldade em engolir, deve ser avaliado para infecções
de garganta raras, mais graves.
• O número de critérios de Centor clínicos presentes (exsudato tonsilar, adenopatia cervical anterior dolorosa, história
de febre, ausência de tosse) se correlaciona com a probabilidade de faringite por EGA aguda em paciente adulto.
• A maioria dos pacientes com dois ou menos os critérios de Centor não devem receber tratamento com antibióticos
ou testes de diagnóstico. Exceções podem incluir pacientes com história de febre reumática, ou aqueles com maior
risco de infecções graves.
• Para os adultos com três ou mais critérios de Centor, sugerimos a obtenção de um teste rápido de detecção do
antígeno (RADT). No entanto, o uso de cultura de cultura de garganta pode também ser considerada uma abordagem
razoável em pacientes com Centor ≥3 com RADT negativa, mas em quem a suspeita clínica de EGA permanece alta.
• Para os adultos com maior risco de infecções graves (por exemplo, diabetes mellitus mal controlado,
imunocomprometidos, em corticoterapia crônica), cultura de garganta pode ser obtida no atendimento inicial,
mesmo se o teste de detecção do antígeno rápido for negativo para EGA.
• Os pacientes nos quais a faringite é secundária a EGA devem ser tratados com antibióticos.
• Para os adultos que não têm EGA deve ser oferecido apenas tratamento sintomático
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Inflamações e Infecções de Orofaringe
4. TRATAMENTO
4.1 Sintomáticos:
• Terapias locais, na forma de pastilhas, sprays, ou chás, têm a vantagem de aplicação direta para a área afetada
e risco de toxicidade mínima.
• Analgésicos (aspirina, acetaminofeno e anti-inflamatórios não esteróides) também demonstraram aliviar a dor e
o ibuprofeno parece ser um pouco mais eficaz do que o acetaminofeno.
• Recomendamos que os pacientes com dor aguda de ororfaringe sejam aconselhados a usar um analgésico
sistêmico (Grau 1B). Isto pode razoavelmente ser suplementado por uma preparação tópica;
• Vários estudos randomizados mostraram que um curso a curto prazo de glicocorticóides pode acelerar
a resolução da dor associada à dor aguda da orofaringe. No entanto, a generalização desses achados para
pacientes atendidos fora da sala de emergência é incerta e os ensaios clínicos não foram aprofundados o
suficiente para avaliar a incidência de efeitos adversos relacionados ao uso de glicocorticóides.
• Sugerimos não prescrever glicocorticóides rotineiramente para o alívio da dor associada à dor aguda na garganta
(Grau 2C). O uso de glicocorticóides deve ser restrito excepcionalmente ao paciente que apresenta dor intensa
na garganta e / ou incapacidade de engolir.
5. ANTIBIOTICOTERAPIA
A terapia antimicrobiana é necessária para pacientes com faringite sintomática se a presença de estreptococos do
grupo A (EGA) na faringe for confirmada por cultura ou teste rápido de detecção de antígenos (RADT). A terapia
antimicrobiana também pode ser administrada para mitigar o curso clínico da faringite devido aos estreptococos do
grupo C e do grupo G. No entanto, o tratamento não precisa continuar por 10 dias, uma vez que a febre reumática
aguda não é uma complicação da infecção devido a esses organismos; cinco dias de tratamento é suficiente.
Em geral, a terapia antimicrobiana não tem benefício comprovado no tratamento da faringite por bactérias que não
sejam Streptococcus (com exceção de infecções relativamente raras causadas por outros patógenos bacterianos,
como Corynebacterium diphtheriae e Neisseria gonorrhoeae). Tal terapia desnecessária expõe os pacientes às
despesas e potenciais perigos dos antimicrobianos e contribui para o aparecimento de bactérias resistentes aos
antibióticos.
Opções de antibióticos para o tratamento da faringite por EGA incluem penicilina (e outros agentes relacionados,
incluindo ampicilina e amoxicilina), cefalosporinas, macrólidos e clindamicina. As sulfonamidas, fluoroquinolonas e
tetraciclinas NÃO devem ser utilizadas no tratamento da faringite por EGA devido às elevadas taxas de resistência a
estes agentes e à sua frequente falha na erradicação de organismos susceptíveis da faringe.
A penicilina intramuscular é a única terapia que tem demonstrado prevenir ataques iniciais de febre reumática em
estudos controlados. Existem dados que sugerem que a penicilina G benzatina é eficaz na prevenção primária da
febre reumática, embora não sejam definitivas.
Via de Tempo de
Antibiótico Administração Dose Frequência Tratamento
Amoxacilina
Via oral 500mg 8/8h 10 dias
(Amoxil®)
Penicilina G
Benzatina Intramuscular 1,2 milhões UI 1x/dia Dose única
(Benzetacil®)
Via de Tempo de
Antibiótico Administração Dose Frequência Tratamento
Azitromicina
Via oral 500mg 1x/dia 5 dias
(Zitromax)
Clindamicina
Via oral 300mg 8/8h 10 dias
(Dalacin-C®)
Cefalexina
Via oral 500mg 12/12h 5 dias
(Keflex®)
Acetil Cefuroxima
Via oral 250mg 12/12h 5 dias
(Zinnat®)
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Inflamações e Infecções de Orofaringe
CRITÉRIOS PONTOS
NÃO +1
• 03 a 14 anos
• 15 a 44 anos 0
• igual ou > 45 anos -1
• Edema exudato tonsilar +1
Escala de centor modificada • Linfadenomegalias +1
• Ausência de tosse +1
• Presença de tosse 0
Realização do
teste rápido para Sintomáticos
Sintomáticos
detecção do Antibiótico
Não prescrever antígeno Conforme
Antibiótico RADT / STREP Protocolo
TEST
Esquema de
Antiobioticoterapia
Teste Negativo Teste Positivo
SEM potencial sensibilidade a
antibióticos beta-lactâmicos
• Amoxacilina 500mg
8/8h 10 dias
• Amoxacilina + Clavulanato
Sintomáticos
Sintomáticos 875mg 12/12h 5 dias
Antibiótico • Penicilina G Benzatina
Não prescrever 1,2 milhões UI 1x/dia
Conforme
Antibiótico Dose única
Protocolo
COM potencial sensibilidade a
antibióricos beta lactâmicos
• Claritromicina 250mg
12/12h 10 dias
• Azitromicina 500mg
1x/dia 5 dias
• Acetil Cefuroxima
250mg 12/12h 5 dias
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Centor RM, Witherspoon JM, Dalton HP, Brody CE, Link K. The diagnosis of strep throat in adults in the
emergency room. Med Decis Making. 1981;1(3):239-46.
2. McIsaac WJ, Kellner JD, Aufricht P, Vanjaka A, Low DE. Empirical Validation of Guidelines for the Management
of Pharyngitis in Children and Adults. JAMA.2004;291(13):1587-1595.
3. Fine AM, Nizet V, Mandl KD. Large-Scale Validation of the Centor and McIsaac Scores to Predict Group A
Streptococcal Pharyngitis. Arch Intern Med. 2012 Jun 11; 172(11): 847–852.
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result&search=faringite%20adulto&selectedTitle=1~150#H1463238.
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Pneumonia Bacteriana
Adquirida na
Comunidade
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Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade
COMISSÃO DE ELABORAÇÃO
1. DEFINIÇÃO
Pneumonias são doenças inflamatórias agudas de causa infecciosa que acometem os espaços aéreos e são causadas
por vírus, bactérias ou fungos. A Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade se refere à doença adquirida fora
do ambiente hospitalar ou de unidades especiais de atenção à saúde ou, ainda, que se manifesta em até 48 h da
admissão à unidade assistencial.
1.1 Etiologia:
Definição etiológica: em apenas 30 a 40% dos casos.
• Streptococcus pneumoniae (pneumococo), estando envolvido em 30 a 70% dos casos;
• Bactérias atípicas (Mycoplasma, Chlamydia e Legionella) em 8 a 48 % dos casos; Infecções mistas, envolvendo
uma bactéria e um agente atípico ou viral, têm sido relatadas em até 38% dos pacientes;
• Haemophilus influenzae em 4 a 18% dos casos (principalmente em pacientes com DPOC);
• Enterobactérias (Klebsiela sp., Escherichia coli, Proteus sp., Enterobacter sp.) entre 2 e 10% dos casos, cada
agente;
• Staphylococcus aureus, entre 2 e 10% dos casos;
• Pseudomonas aeruginosa (1 a 4% dos casos).
Legionella sp.
2. PROTOCOLO
2.1 Diagnóstico clínico
Considera-se pneumonia em paciente com evidência radiológica de pneumonia, com pelo menos um dos seguintes
sinais ou sintomas:
• Tosse;
• Dor pleurítica;
• Febre>38ºC;
• Escarro purulento;
• Frequência respiratória>25 rpm;
• Ausculta pulmonar compatível (estertores, roncos ou macicez à percussão do tórax).
3. EXAMES
3.1 Radiografia de tórax:
É útil quando há dúvidas sobre a presença ou não de infiltrado radiológico, na presença de um quadro clínico
exuberante associado à radiografia normal, na detecção de complicações, tais como derrame pleural loculado e
abscesso ainda não aberto nas vias aéreas, assim como para diferenciar infiltrado pneumônico de massas pulmonares.
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade
• A tomografia deve ser realizada quando houver dúvidas sobre a presença de infiltrado pneumônico, para a
detecção de complicações e na suspeita de neoplasia (Evidência C);
• Derrames pleurais significativos (com 5 cm ou mais, identificado na projeção lateral em ortostatismo a partir
do sulco posterior) devem ser puncionados. A ultrassonografia é útil nos derrames pequenos e suspeitos de
loculação (Evidência C).
• A SpO2 deve ser observada na rotina, antes do uso eventual de oxigênio (Evidência A).
• A gasometria arterial deve ser realizada na presença de SpO2 ≤ 90% em ar ambiente e em casos de pneumonia
considerada grave (Evidência A).
• A presença de hipoxemia indica o uso de oxigênio suplementar e admissão hospitalar (Evidência A).
4. EXAMES COMPLEMENTARES
• O resultado de dosagem de uréia acima de 65mg/dL (correspondente a um valor igual ou superior a 11 mmol/L)
constitui um forte indicador de gravidade;
• O hemograma tem baixa sensibilidade e especificidade, sendo útil como critério de gravidade e de resposta
terapêutica. Leucopenia (< 4.000 leucócitos/mm3) denota mau prognóstico;
• Dosagens de glicemia, de eletrólitos e de transaminases não têm valor diagnóstico, mas podem influenciar na
decisão da hospitalização, devido à identificação de doenças associadas;
• A Proteína C Reativa é um marcador de atividade inflamatória e pode ter valor prognóstico no acompanhamento
do tratamento. A manutenção de níveis elevados após 3-4 dias de tratamento e uma redução inferior a 50% do
valor inicial sugere pior prognóstico ou surgimento de complicações. Não há dados consistentes para utilizá-la
como um guia na decisão da utilização ou não de ¬antibióticos;
• A hemocultura deve ser reservada para a Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade grave e no caso de
pacientes internados não-respondedores à terapêutica instituída, pois normalmente apresenta baixo rendimento.
Resultados falso positivos são comuns, especialmente se houve uso prévio de antibióticos, e raramente resultam
em mudança de conduta. As amostras devem ser coletadas antes do início ou da modificação do tratamento e
não devem retardar a administração da primeira dose de antibiótico;
• A procalcitonina é um marcador melhor de gravidade do que a proteína C reativa e lactato. Níveis séricos
elevados também são vistos em outras doenças pulmonares, como na pneumonite química e na lesão por
inalação em queimados.
4.2 Escarro:
Embora o exame de escarro seja frequentemente utilizado na busca do diagnóstico etiológico, o benefício dessa
prática no manejo inicial da Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade ainda é controverso.
4.3 Sorologia:
• Dosagens de glicemia, eletrólitos e de transaminases não têm valor diagnóstico, mas podem influenciar na
decisão da hospitalização, devido à identificação de doenças associadas (Evidência B);
• As hemoculturas devem ser reservadas para a Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade grave e no caso
de pacientes internados não-respondedores à terapêutica instituída, pois normalmente têm baixo rendimento
(Evidência C);
• Testes sorológicos não são úteis para o tratamento dos pacientes individualmente, mas para se estabelecer o
perfil epidemiológico de uma determinada região ou um surto epidêmico (Evidência C);
• A pesquisa do agente etiológico deve ser iniciada nos casos de Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade
grave ou nos casos de pacientes internados com falha do tratamento inicial (Evidência C);
• Nos casos de Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade grave, recomenda-se a investigação
microbiológica através da hemocultura, cultura de escarro, aspirado traqueal ou amostras obtidas por
broncoscopia nos pacientes sob ventilação mecânica (Evidência B);
• A pesquisa de antígeno urinário de S. pneumoniae deve ser realizada em pacientes com Pneumonia Bacteriana
Adquirida na Comunidade grave, e a pesquisa de antígeno urinário de L. pneumophila especificamente em
todos os pacientes não-responsivos ao tratamento prévio (Evidência B).
Do ponto de vista prático, a Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade grave é definida como aquela em que
há uma probabilidade maior de deterioração do quadro clínico ou alto risco de morte. A indicação de admissão à
unidade de terapia intensiva (UTI) é mandatória para o manejo adequado deste grupo de pacientes. A presença de
choque séptico e a necessidade de ventilação mecânica são critérios absolutos de admissão à UTI. A presença de
dois critérios menores ou de um critério maior indica a necessidade de tratamento em UTI (tabela 1).
• A decisão de internação do paciente com Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade constitui prerrogativa
do médico assistente, sendo os escores de avaliação atualmente disponíveis ferramentas auxiliares na tomada
dessa decisão (Evidência C).
• O uso do CURB-65 ou do CRB-65 auxilia na decisão do local de tratamento (Evidência C).
• As condições psicossociais e econômicas devem ser consideradas quando da decisão do local de tratamento
(Evidência C).
• Pacientes com Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade evoluindo com choque séptico, requerendo
drogas vasopressoras, ou com falência respiratória aguda, necessitando de VM, ou paciente com dois dos
critérios menores de gravidade deverão ser tratados em UTI (Evidência C).
• Pacientes tratados em sua residência devem ter assegurada a possibilidade de reavaliação do tratamento
(Evidência C).
• Os pacientes devem ser avaliados quanto à presença de critérios maiores ou de critérios menores que atendam à
definição de Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade grave e, quando presentes, devem ser admitidos
em UTI (Evidência A).
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade
Raio X de rax PA R
Se oximetria < 90% em ar ambiente: gasometria arterial eolactat
Parâmetros Comorbidades
Neoplasia +30
Confusão mental
Hepatopatia +20
FR > 30 min ICC +10
NÃO
PAS < 90 mmHg D. Cerebrovascular +10
Nefropatia +10
TAx < 35° ou > 40° C
Exame Físico
FC > 125 bpm
Confusão mental +20
FR ≥ 30 +20
PAS < 90 mmHg +20
TAx <35° ou > 40° C +15
FC > 125 bpm +10
RX e laboratório
pH arterial < 7,35 +30
Comorbidades Associadas Uréia ≥ 64 +20
CONDUTA
• A seleção do esquema terapêutico inicial para pacientes com Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade
considera os microorganismos de maior prevalência (Evidência C).
• O tratamento dirigido a patógeno(s) iden¬tificado(s), embora preferível, na maioria das vezes não é possível no
momento da decisão terapêutica (Evidência C).
• A identificação do(s) agente(s) permite dirigir a terapia ao(s) patógeno(s) especí-fico(s) e selecionar o
antimicrobiano para a terapia sequencial, podendo reduzir os custos do tratamento, os efeitos adversos e a
indução de resistência (Evidência B).
• Embora não haja evidências definitivas quanto à superioridade de esquemas terapêuticos com cobertura para
os patógenos atípicos, esta terapêutica em pacientes hospitalizados pode acarretar menor taxa de mortalidade
no caso de pneumonia confirmada por Legionella sp. e pode reduzir a permanência hospitalar, a mortalidade
geral e a mortalidade atribuída à pneumonia por esse grupo de germes (Evidência B).
• A terapia combinada (beta-lactâmico associado a um macrolídeo ou quinolona) não é superior à monoterapia
em pacientes de baixo risco (Evidência B).
• A terapia combinada deve ser recomendada para pacientes com Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade
grave, sobretudo na presença de bacteremia, insuficiência respiratória ou choque (Evidência B).
• A terapia com dois antibióticos eficazes reduz a mortalidade na pneumonia pneumocócica bacterêmica em
comparação à monoterapia (Evidência B).
A resistência do pneumococo à penicilina, no nosso meio, ainda é reduzida (cerca de 3,5%) e ainda assim, restrita
a alguns fatores de risco, tais como: idade > 65 anos; tratamento com beta-lactâmico nos últimos três meses;
alcoolismo; doença imunossupressora (incluindo tratamento crônico com corticóide); presença de comorbidades
múltiplas ou exposição a crianças em creches. Uma análise específica de um subgrupo de pacientes com Pneumonia
Bacteriana Adquirida na Comunidade por P. aeruginosa mostrou, como preditores independentes, doença pulmonar
prévia e internação hospitalar recente. Nesse estudo, a infecção por bacilos gram-negativos foi uma variável
independente para risco de óbito.
• Os preditores de risco para patógenos específicos devem ser considerados na escolha do esquema empírico de
pacientes com Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade (Evidência B).
• A antibioticoterapia para pacientes com Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade deve ser instituída
o mais precocemente possível, com o potencial de reduzir as taxas de mortalidade, o tempo de permanência
hospitalar e os custos (Evidência C).
• Em pacientes internados, o uso empírico da azitromicina como monoterapia fica restrito aos pacientes
portadores de Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade não grave (Evidência B).
A antibioticoterapia inicial para Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade sugerida por esta diretriz para
pacientes ambulatoriais leva em consideração três aspectos importantes:
primeiro: a alta proporção de agentes da Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade sensíveis a
beta-lactâmicos no Brasil;
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade
segundo: a falta de dados definitivos quanto à cobertura sistemática de bactérias atípicas em Pneumonia
Bacteriana Adquirida na Comunidade não grave;
terceiro: a maior parte dos estudos envolveu pacientes hospitalizados e não ambulatoriais.
Por outro lado, deve-se ressaltar a cobertura mais ampla dos macrolídeos em relação à amoxicilina (Figura 1). Em
qualquer situação, todos os pacientes em tratamento devem ser reavaliados em até 48-72 h do início do mesmo.
Essa avaliação baseia-se eminentemente em dados clínicos, não se justificando, nesse período, a repetição de
exames radiológicos em pacientes estáveis e com evolução clínica satisfatória.
Figura 1:
Macrolídeo
Previamente hígidos
Beta-lactâmico*
Ambulatoriais
Quinolona* ou
Doenças Associadas
Beta-lactâmico
Antibiótico (3 meses)
+Macrolídeo
Beta-lactâmico
SEM risco de
+ Quinolona ou
Pseudomonas sp.
Macrolídeo
Admitidos em UTI
*Com uso de betalactâmico isolado, considerar a possibilidade de uma falha a cada 14 pacientes tratados.
Amocilina: 500mg, 1 comp. por via oral de 8/8horas por 7 dias;
Azitromicina: 500mg, por via oral, dose única diária por 3 ou 500mg no primeiro dia, seguido de 250mg por dia por 4 dias;
Claritromicina de liberação rápida: 500mg por via oral de 12/12 horas por até 7 dias; Claritromicina UD 500mg
(liberação prolongada): 1 comp. por via oral por dia por até 7 dias;
**Quinolonas:
Levofloxacina: 500mg/dia; moxifloxacino: 400mg/dia; Ciprofloxacino 500mg;
Os pacientes com diagnóstico de Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade devem ser avaliados quanto à
gravidade da doença, o que orientará a decisão do local de tratamento, a intensidade da investigação etiológica e a
escolha do antibiótico. Fatores sociais e econômicos devem ser levados em consideração nesta decisão. Escores
de gravidade da doença ou modelos prognósticos avaliam o prognóstico quanto à mortalidade em 30 dias e podem
ser usados para identificar pacientes de baixo risco que são, portanto, candidatos ao tratamento ambulatorial.
Sugerido pela British Thoracic Society, este escore baseia-se em variáveis repre¬sen-tativas da doença aguda na
Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade. O nome desse escore é um acrônimo, em inglês, de cada fator de
risco medido (CURB-65), podendo ser apresentado de forma mais simplificada (CRB-65), sem a dosagem de ureia.
Figura 2:
Escore CURB-65
0-1 2 3 ou +
Provável Tratamento
Avaliação tratamento hospitalar Hospitalização urgente
Ambulatorial
Figura 2: Escore de Avaliação CURB-65, PAC: pneumonia adquirida na comunidade; UTI: unidade de terapia Intensiva; CURB-65
(C: Confusão Mental; U: uréia > 50mg/dl; R: Frequência Respiratória ≥ 30 ciclos/min; B: Pressão Arterial Sistólica < 90mmHg ou
Diastólica ≤ a 60 mmHg; e idade ≥ 65 anos).
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade
Sua maior limitação é a não-inclusão das doenças associadas que podem acrescentar maior risco, tais como
alcoolismo, insuficiência cardíaca e hepática, além de neoplasias. É necessário a avaliação das doenças associadas,
da extensão radiológica, do grau de oxigenação, dos fatores psicossociais e socioeconômicos e da viabilidade do
uso de medicação por via oral como fatores que influenciam a decisão do local de tratamento. Por sua simplicidade,
aplicabilidade imediata e facilidade de uso, sugere-se a utilização do escore CURB-65, ou a sua versão simplificada
CRB-65, como critério apropriado para a estratificação da gravidade no nível de atenção primária e na emergência.
Pseudomonas aeruginosa
Tratamento Ambulatorial
Sem uso prévio de antibióticos:
• Macrolideo ou Fluoroquinolona respiratória
Com uso prévio de antibióticos < 3 meses:
• Fluoroquinolona respiratória ou macrolídeo + amoxacilina ou amox/clavulanato
Com comorbidades (DM, neoplasia, ICC, DPOC) e sem uso prévio de antibiótico:
• Macrolideo ou Fluoroquinolona respiratória
Com comorbidades (DM, neoplasia, ICC, DPOC) e com uso prévio de antibióticos < 3 meses:
• Fluoroquinolona respiratória ou macrolídeo + amoxacilina ou amox/clavulanato dose alta
Tratamento Paciente Internado - Âmbito Hospitalar
Internação em Unidade Internação sem uso prévio de antibióticos:
• Fluoroquinolona respiratória ou macrolídeo + ceftriaxona ou ceftarolina ou ertapenem
Internação em Unidade de Internação com uso prévio de antibióticos < 3 meses:
• Fluoroquinolona respiratória ou macrolídeo + Beta- lactâmico
Antibióticos parenterais
Fluoroquinolona Respiratória:
• Moxifloxacino (Avalox®) 400 mg EV 24/24h
• Levofloxacino 750 mg EV 24/24h
Macrolídeo:
• Claritromicina (Klaricid®) 500 mg EV 12/12h
• Zitromax 500mg EV 1 x dia
Carbapenêmicos:
• Imipenem (Tienam®) 1,0g 8/8h
Anti-estafilococo:
• Linezolida (Zyvox®) 600 mg EV 12/12h
• Vancomicina (Vancocina®)15 mg/kg 12/12h
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade
Pacientes sem
comorbidades: Abrir Protocolo Abrir Protocolo Abrir Protocolo
• 1ª opção: de Sepse de Sepse de Sepse
Moxifloxacino (Avalox)
• Pacientes com
comorbidades ou
uso prévio de antibiótico
nos últimos 3 meses:
Moxifloxacino (Avalox)
ou Levofloxacino ou
Tratamento empírico: Tratamento empírico: Tratamento empírico:
Cefuroxima (Zinacef)
coletar HMC, coletar HMC, lactato coletar HMC,
assicoado a
ureia, creatinina e arterial, ureia, creatinin
a lactato arterial,
Claritromicina (Klaricid).
hemograma hemograma. ureia, creatinina e
• Coletar ureia, creatinina hemograma, cristaloide
e hemograma. EV, droga vasoativa,
mensurar PVC, e
SvcO2.
UTI
reavaliar
direcionar
CURB 65 e/ou
paciente para
indicação de
ambulatório
internação
Nível 2 Nível 3
Nível 1 Nível 4
ENFERMARIA UTI
AMBULATÓRIO UTI
2 ou mais critérios Nível 2 +
0 ou 1 critério Nível 2 +
CURB 65 + 2 critérios
CURB 65 1 critério maior
1 critério adicional adicionais
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Pneumonia Bacteriana Adquirida na Comunidade
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. American Thoracic Society. Guidelines for the management of adults with community-acquired pneumonia.
Diagnosis, assessment of severity, antimicrobial therapy, and prevention. Am. J. Respir. Crit. Care Med.
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America – Practice guidelines for the management of community-acquired pneumonia. Clinical Infectious
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4. Dorca J. Guidelines for community-acquired pneumonia in Spain: another perspective. Clinical Pulmonary
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5. Ewig S, Roux A, Bauer T, et al. Validation of predictive rules of severity for community acquired pneumonia.
Thorax 2004; 59: 421-427.
6. Ewig S, Ruiz M, Mensa J, Marcos MA, Martinez JA, Arancibia F, Niederman MS, Torres A. Severe community-
acquired pneumonia . Assessment of severity criteria. Am. J. Respir. Crit.Care Med. 1998; 158:1102-1108.
7. Ewig S, Torres A. Severe community-acquired pneumonia. Clin. Chest Med 1999; 20:575-58.
ANOTAÇÕES
Responsável Técnico
Dr. Luiz Carlos V. de Andrade – CRM 48277
Organization Accredited
by Joint Commission International
V.1804
HCor – Hospital do Coração/Diagnóstico – Unidade Paraíso: Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 147 – São Paulo – SP
HCor – Edifício Dr. Adib Jatene: Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 130 – São Paulo – SP
HCor Diagnóstico – Unidade Cidade Jardim: Av. Cidade Jardim, 350 – 2º andar – São Paulo – SP
HCor Onco – Clínica de Radioterapia: Rua Tomás Carvalhal, 172 – São Paulo – SP
HCor – Consultórios: Rua Abílio Soares, 250 – São Paulo – SP
Tels.: Geral: (11) 3053-6611 – Central de Agendamento: (11) 3889-3939 – Pronto-socorro: (11) 3889-9944
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Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Rinossinusites
COMISSÃO DE ELABORAÇÃO
Dr. Luiz Carlos Valente de Andrade Dr. Pedro Aurélio Mathiasi Neto
Dr. Edgard Ferreira dos Santos Enfa. Michelle Saad
Dra. Sabrina Bernardez Farm. Vivian G. Monteiro Moreira
Dr. Domenico Rodrigo Ghinelli Zapater
1.1 Definição
A rinossinusite aguda (RSA) é um processo inflamatório da mucosa rinossinusal de início súbito, com até 12 semanas.
Pode ocorrer uma ou mais vezes num determinado período de tempo, mas sempre com remissão completa dos
sinais e sintomas entre os episódios.
1.2 Classificação
Existem várias classificações para as rinossinusites. Uma das mais utilizadas é a etiológica, que se baseia,
principalmente, no tempo de duração dos sintomas:
• RSA viral ou resfriado comum (90% dos casos): uma condição usualmente autolimitada, com duração < 10 dias;
• RSA pós-viral: piora dos sintomas após cinco dias de doença ou quando os sintomas persistem por mais de 10
dias de doença;
• RSA bacteriana (RSAB): uma pequena porcentagem dos pacientes com RSA pós-viral pode evoluir com RSAB.
2. DIAGNÓSTICO CLÍNICO
A RSA pode ser diagnosticada com base apenas nos sintomas, sem exame otorrinolaringológico detalhado
e/ou exames de imagem. Nesses casos, a distinção entre os tipos de RSA é realizada, principalmente, por meio da
anamnese e do exame físico.
A avaliação subjetiva dos pacientes com RSA e seu diagnóstico são baseados na presença de dois ou mais dos
seguintes sintomas cardinais:
• Obstrução/congestão nasal;
• Secreção nasal/rinorréia anterior ou posterior (mais frequentemente, mas não obrigatoriamente purulenta);
• Dor/pressão facial/cefaleia;
• Distúrbio do olfato (hiposmia e anosmia).
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Rinossinusites
Além desses sintomas, também podem ocorrer odinofagia, disfonia, tosse, pressão e plenitude auricular, além de
sintomas sistêmicos como astenia, mal-estar e febre.
A possibilidade de se estar diante de uma RSAB é maior na presença de três ou mais dos sinais e sintomas a seguir:
• Secreção nasal/presença de pus na cavidade nasal com predomínio unilateral;
• Dor local com predomínio unilateral; Febre > 38°C;
• Deterioração/piora dos sintomas após o período inicial de doença;
• Elevação da velocidade de hemossedimentação (VHS) e proteína C reativa (PCR).
NÃO SIM
NÃO SIM
Ou houve piora
Os sintomas
da doença após a
estão diminuindo?
melhora inicial?
NÃO SIM
NÃO SIM
Sinusite
viral aguda
Sinusite
bacteriana aguda
4. TRATAMENTO
4.1 RSA Viral
Não há nenhum tratamento que abrevie o curso clinico da doença. Os sintomas podem não necessariamente
desaparecer por completo até o décimo dia, porém devem, ao menos, melhorar. A ausência de melhora após o
décimo dia indica que esta RSA deve ser tratada como bacteriana.
• A terapia de suporte visa aliviar os sintomas causados pela rinorréia e pela obstrução nasal, bem como tratar os
sintomas sistêmicos como febre e fadiga, e inclui:
• Analgésicos e antipiréticos: dipirona, acetaminofen e anti-inflamatórios não-esteroidais.
• Irrigação salina: irrigação mecânica com solução fisiológica ou hipertônica
• Corticóide intranasal: reduzem a inflamação da mucosa melhorando a drenagem dos seios às custas de mínimos
efeitos colaterais se usados por pequeno período de tempo.
• Outros:
- Descongestionantes orais: devem ser usados apenas quando disfunção das tubas auditivas é a causa da
RSA. Utilizados por períodos curtos (3 a 5 dias) e indicados com muita cautela em pacientes com doenças
cardiovasculares, HAS, glaucoma de ângulo fechado e retenção urinária.
- Descongestionantes intranasais: não são indicados, pois, apesar de causarem uma sensação subjetiva de
alívio aos pacientes, eles promovem aumento da inflamação da mucosa.
- Antihistamínicos: podem ser usados para alívio dos sintomas de rinorréia, entretanto carecem estudos para
comprovar sua eficácia. Quando utilizados, dar preferência aos de última geração, com menos efeitos colaterais.
- Mucolíticos: sem evidências que justifiquem seu uso.
4.2 RSA Bacteriana
De maneira ideal, os pacientes poderiam ser tratados inicialmente apenas com a terapia sintomática e observados
por sete dias antes da introdução da antibioticoterapia. Entretanto, na realidade do PA, este seguimento estreito
não ocorre de maneira ideal por questões logísticas óbvias, o que torna mais sensato o tratamento antimicrobiano
precoce a fim de se evitar as raras complicações, a saber:
• Celulite Orbital ou Periorbital
• Abscesso Intracraniano
• Meningite
• Trombose do Seio Cavernoso
4.3 Antibioticoterapia
Em adição à terapia de suporte utilizada na RSA Viral, o tratamento antimicrobiano preconizado deve seguir o
algoritmo a seguir:
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Rinossinusites
1º Moxifloxacino (Avalox®)
Amoxacilina + 400mg 24/24h
Amoxacilina +
Clavunato
Clavunato 2º Levofloxacino 500mg
(Clavulin BD®)
(Clavulin BD®) 24/24h
Dose padrão:
Dose alta:
500mg/125mg 8/8h 3º Doxiciclina (Vibramicina®)
2000mg /125mg
ou 100mg 12/12h ou
12/12h
875mg/125mg 12/12h 200mg 24/24h
Monitorar Tratamento
SIM NÃO
Tratar disgnóstico
RSAB Complicada?
alternativo
SIM NÃO
Via de Tempo de
Antibiótico Administração Dose Frequência Tratamento
1ª Amoxicilina-Clavulanato (Clavulin BD®) Via Oral 875 mg/125 mg 12/12h por 10 dias
2ª Moxifloxacina (Avalox®) Via Oral 400 mg 1X (dose única) por 10 dias
3ª Levofloxacina Via Oral 500 mg 1X (dose única) por 10 dias
4ª Axetilcefuroxima (Zinnat®) Via Oral 500 mg 12/12h por 10 dias
5ª Claritromicina (Klaricid®) Via Oral 500 mg 12/12h por 10 dias
Via de Tempo de
Antibiótico Administração Dose Frequência Tratamento
1ª Moxifloxacina (Avalox®) Via Oral 400 mg 1X (dose única) por 10 dias
2ª Levofloxacina Via Oral 500 mg 1X (dose única) por 10 dias
Via Oral 100 mg 12/12h por 10 dias
3ª Doxiciclina (Vibramicina®)
Via Oral 500 mg 1X (dose única) por 10 dias
4.5 Diagnóstico
O diagnóstico de RSA bacteriana pode ser confirmado clinicamente. Em pacientes em que há preocupações
com complicações, a imagem deve ser obtida. Em outros pacientes em que os sintomas não são completamente
consistentes com ABRS, imagem é razoável para excluir sinusite e/ou avaliação para diagnóstico alternativo.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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patient care. Otolaryngol Head Neck Surg 2004; 131:S1.
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European position paper on rhinosinusitis and nasal polyps 2007. A summary for otorhinolaryngologists.
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28. Ariza H, Rojas R, Johnson P, et al. Eradication of common pathogens at days 2, 3 and 4 of moxifloxacin
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29. Anon JB, Paglia M, Xiang J, et al. Serial sinus aspirate samples during high-dose, short-course levofloxacin
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for the treatment of acute maxillary sinusitis. Clin Infect Dis 2004; 38:1513.
31. Osguthorpe JD, Hadley JA. Rhinosinusitis. Current concepts in evaluation and management. Med Clin
North Am 1999; 83:27.
32. Venekamp RP, Thompson MJ, Hayward G, et al. Systemic corticosteroids for acute sinusitis. Cochrane
Database Syst Rev 2014; :CD008115.
33. Venekamp RP, Thompson MJ, Rovers MM. Systemic corticosteroid therapy for acute sinusitis. JAMA 2015;
313:1258.
34. Consenso Rinossinusites: evidências e experiências Braz J Otorhinolaryngol. 2015;81(1 Supl. 1):S1-S49
Responsável Técnico
Dr. Luiz Carlos V. de Andrade – CRM 48277
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HCor – Edifício Dr. Adib Jatene: Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 130 – São Paulo – SP
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Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Cefaleia
COMISSÃO DE ELABORAÇÃO
Dr. Luiz Carlos Valente de Andrade
Dra. Sabrina Bernardez Pereira
Dr. Edgard Ferreira dos Santos
Enfa. Michelle Saad
Dr. Claudio Nazareno
Farm. Valéria Fontes
Especialista Colaborador: Dr. Denis Bichuetti
1. FUNDAMENTOS
A cefaleia é o sintoma mais prevalente na medicina, afetando 95% da população mundial em algum momento
durante a vida. Há vários tipos de cefaleias descritas na Classificação Internacional de Cefaleias (The International
Headache Classification of the International Headache Society), e o conhecimento de cada uma e de seus critérios
diagnósticos é fundamental para a adequada identificação de cada síndrome álgica, assim como seu tratamento.
A enxaqueca é o tipo de cefaleia primária mais comum, afetando até 30% da população e, destes, 15% podem
evoluir com enxaqueca crônica (dor em mais de 15 dias do mês por mais de três meses), e figura entre uma das
causas mais prevalentes de absenteísmo laborativo e redução de qualidade de vida.
2. PROTOCOLO
2.1 Diagnóstico Clínico
A abordagem de um paciente com algia crânio facial deve incluir a anamnese passiva e um inventário ativo de
questões sobre estilo de vida, comorbidades psiquiátricas e hábitos de vida, com intenção de se diferenciar uma
cefaleia primária (sem lesão estrutural) de secundária e comorbidades relacionadas que podem prejudicar a
evolução e tratamento (tabela 1).
A realização de um exame neurológico e fundo de olho são fundamentais na caracterização de uma cefaleia
secundária, pois todas as cefaleias primárias apresentam exame neurológico normal. Além disso, nem toda
cefaleia secundária requer a realização de exames complementares, como alguns casos de sinusite bacteriana
ou viral e dores musculares cervicais, por exemplo, situações que provocam cefaleias secundárias facialmente
identificadas com uma boa história e exame clínico.
Caso identifique-se um dos fatores acima ou alteração no exame neurológico, é recomendável a investigação
para causas secundárias descritas abaixo na tabela 2. A investigação deve incluir exame de imagem, ressonância
ou tomografia, sempre com contraste e, em casos selecionados, liquido cefalorraquiano, eletroencefalograma,
ultrassonografia doppler transcraniano e exames laboratoriais conforme a indicação.
Cefaleias primárias
Migrânea
Cefaleia tensional
Cefaleia em salvas/hemicrânia paroxística/hemicrânia contínua
Cefaleia benigna do esforço/cefaleia primária relacionada à atividade sexual
Cefaleias secundárias
Infecções do SNC Vasculites/arterite temporal
Meningoencefalites (bacteriana, viral, fúngica). Síndrome da vasoconstrição cerebral reversível
Abscesso cerebral Doenças intracranianas não vasculares
Tromboflebite Hidrocefalia
Doença vascular Hipertensão intracraniana idiopática
(pseudotumor)
Hemorragia subaracnóidea (aneurisma)
Hipotensão intracraniana
Acidente vascular cerebral isquêmico
(ex.: pós-punção liquórica)
Hematoma intraparenquimatoso Neoplasias primária/secundária
Hematoma subdural crônico Apoplexia pituitária
Trombose venosa cerebral Malformação de Arnold Chiari
Neurite óptica
Dissecção de artéria carótida/vertebral
Continuação da tabela 2 - Causas de Cefaleia na Unidade de Emergência
Cefaleias secundárias
Alterações metabólico-tóxicas
Feocromocitoma
Doença tireoidiana
Medicamentos/drogas ilícitas
Síndromes de retirada de medicamentos ou substâncias
Hipercarbia
Intoxicação por monóxido de carbono
Encefalopatia hipertensiva
Trauma craniano
Doenças otorrinolaringológico-oftalmológicas (ex.: sinusopatia, glaucoma).
Doenças da coluna cervical
Doenças sistêmicas (ex.: infecções, IAM)
Abaixo se encontram tabelas, retiradas da ICHD3, com os critérios diagnósticos das cefaleias primárias mais
comuns. Pacientes que preencham estes critérios, que apresentam exame neurológico normal e ausência de
sinais de alerta acima descritos, não necessitam de exame de imagem para iniciar tratamento.
Enxaqueca
B: Episódios de cefaleia com duração de 4 a 72 horas (não tratada ou tratada sem sucesso)
1. Localização unilateral
2. Pulsátil
2. Fotofobia e fonofobia
Episódios recorrentes, com minutos de duração, unilaterais e completamente reversíveis, de sintomas visuais,
sensitivos ou outros atribuíveis ao sistema nervoso central que, geralmente, se desenvolvem gradualmente e,
em regra, são seguidos por cefaleias com características de enxaqueca e sintomas associados.
Critérios de diagnóstico:
A: Pelo menos dois episódios preenchem os critérios B e C.
B: Um ou mais dos seguintes sintomas de aura, totalmente reversíveis:
1. Visual
2. Sensitivo
3. Fala e/ou linguagem
4. Motor
5. Tronco cerebral
6. Retiniano
C. Pelo menos duas das quatro características seguintes:
1. Pelo menos um sintoma de aura alastra gradualmente em 5 ou mais minutos,
e/ou dois ou mais sintomas aparecem sucessivamente.
2. Cada sintoma individual de aura dura 5 a 60 minutos
3. Pelo menos um sintoma de aura é unilateral
4. A aura é acompanhada, ou seguida em 60 minutos, por cefaleia.
D. Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta e foi excluído um acidente isquêmico transitório.
A: Pelo menos 10 episódios de cefaleias ocorrendo em < 1 dia por mês em média (< 12 dias por ano)
preenchendo critérios B a D
B: duração 30 minutos a 7 dias
C: pelo menos 2 dos 4 seguintes:
1. Dor em aperto ou pressão (não pulsátil)
2. Localização bilateral
3. Não é agravada por atividade física de rotina
4. Intensidade leve a moderada
D: Acompanha-se dos seguintes aspectos:
1. Ausência de náusea e vômitos, pode apresentar anorexia
2. Presença de fotofobia ou fonofobia.
E: outra causa não justifica a dor
A: Crises paroxísticas de dor que duram de uma fração de segundo a dois minutos, afetando uma ou mais
divisões do nervo trigêmio e preenchendo os critérios B e C.
B: A dor tem pelo menos uma das seguintes características:
1. Intensa, aguda, superficial ou em pontadas.
2. Desencadeada por fatores ou áreas de gatilho
C: Crises estereotipadas para cada paciente
D: Sem evidência clínica de déficit neurológico
E: outra causa não justifica a dor
Cefaleia em Salvas (CS)
ATENÇÃO:
• Todas as situações acima podem apresentar-se de forma episódica ou crônica, definida por
frequência maior que 15 dias no mês, por três meses.
• Deve-se também identificar o abuso de analgésicos, definido pelo consumo de mais de 10 doses de
triptano ou ergotamínico/mês, ou mais do que 15 doses analgésicos comum/mês, no caso de
dores muito frequentes.
• Alguns pacientes podem apresentar duas ou mais formas distintas de cefaleia, e cada uma delas devem ter
sua história e tratamento individualizados.
• Alguns fatores estão associados à cronificação de cefaleias primárias, como idade (mais jovens), sexo
feminino, obesidade, depressão e ansiedade.
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Cefaleia
Tomografia de crânio
Líquor, na suspeita de meningites ou encefalite. Pacientes com cefaleia súbita e tomografia de crânio normal
devem também realizar exame de liquor para se descartar hemorragia subaracnóide.
Critérios para realizar tomografia de crânio antes de punção liquórica na suspeita de meningite:
• Exame neurológico alterado
• Crise epiléptica associada
• Traumatismo crânio encefálico
• Imunossupressão
• Dor subaguda ou crônica
Contraindicações de punção liquórica
• Distúrbios da coagulação, uso de anticoagulante com RNI> 1,7 e <50.000 plaquetas
• Hidrocefalia obstrutiva
• Lesão intracraniana com desvio de linha média.
*Casos agudos sem sinais de alerta não precisam de tomografia computadorizada antes de LCR.
3. TRATAMENTO
Após a adequada identificação do tipo de cefaleia, faz-se necessário orientar o tratamento abortivo da crise
(tabelas 3-6), assim como a adequada identificação de candidatos ao tratamento preventivo. Recomenda-se
tratamento preventivo naqueles que apresentem cefaleias crônicas (três ou mais crises fortes por mês ou crise
única prolongada e incapacitante). A intenção da terapia preventiva é de reduzir a intensidade e frequência
de crises, deve-se sempre iniciar com monoterapia e incrementar até dose máxima antes de trocar e classe
ou medicação. Vale lembrar que se recomenda um intervalo de 30 a 60 dias para se avaliar a eficácia de um
determinado medicamento ou dose, antes de se pensar em trocá-lo.
OBSERVE:
• Atenção a reações de hipersensibilidade e história prévia de reação a todos os pacientes.
• Opióide não é recomendado para tratamento de cefaleia.
• Em 100 mL SF
– Dipirona (Novalgina®) 1 a 2 g
– Cetoprofeno (Profenid®) 100mg ou Trometamol Cetorolaco (Toragesic®) 30 mg
– Metoclopramida (Plasil®) ou Dimenidrinato (Dramin®)
– Dexametasona (Decadron®) 10 mg (se dor > 48h)
• Clorpromazina (Amplictil®)
– Bolus lento: 0,1 mg/kg
– Em 30 min: 0,7 mg/kg
Opções:
1. Rizatriptana (Maxalt®) comp. 10 mg via oral, repetir após 2 h, se não atingir melhora de pelo menos 50%.
Uso apenas para enxaqueca.
Contraindicação: doença coronariana, cardiopatia ou arritmia e uso de ergotamínico no mesmo dia.
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Cefaleia
• Em 100mL SF
– Dipirona (Novalgina®) 1 a 2g
– Trometamol Cetorolaco (Toragesic®) 30 mg
• Relaxante muscular
– Tiocolchicosídeo (Coltrax®) 4 mg IM
– Benzodiazepinico
– Clonazepam (Rivotril®) 0,3-0,5 mg VO
– Alprazolam (Frontal®) 0,25-0,5 mg VO
Há fatores de ALARME?*
SECUNDÁRIA PRIMÁRIA
* Fatores de Alarme:
Resposta Parcial Alta do PS
• Dor de cabeça de início súbito ou com
intensidade de máximo em até 1 min
• Alteração de estado mental
• Dor irradiando pra a região occipital e
cervical unilateral persistente
• Primeira dor severa após os 40 anos de
Segundo ciclo Seguimento
idade
de Medicação Ambulatorial
• Doenças infecciosas primárias
coexistentes
• Início durante esforço (atividade física/
sexual/valsava)
• Imunossupressão (transplante/HIV/
câncer) e uso de ACO
• Cefaleia que desperta o paciente
durante a noite ou piora em Boa resposta? SIM
decúbito dorsal
• Caso de enxaqueca com aura na
mudança do padrão da aura ou aura
prolongada > 1h
NÃO
• Meningismo
• Aparência de toxemia ou febre
(mesmo baixa)
• Papiledema / Hemorragia Subhialóide
• 13. Sinais neurológicos focais Avaliação do Refratariedade
Neurologista do tratamento
**Boa resposta:
Melhora de pelo menos 50% dentro das
primeiras duas horas do início do
tratamento..
Protocolo Assistencial Pronto Socorro
Cefaleia
ALTA MEDICAÇÕES EV
Clorpromazina
(Amplictil®): bolus lento
ALTA Considerar
0,1mg/kg seguido de
0,7mg/kg em 30min
tratamento
conforme
Score 04 a 06
ALTA COM melhora
SEM melhora
O paciente poderá ter recomendação de alta médica quando atingir pelo menos 50% de melhora da intensidade
de dor ou melhora dos sintomas após 2 h de medicação.
Para aqueles pacientes com mais de 48h de dor, recomenda-se a alta com prescrição de um anti-inflamatório:
Prescrição de Anti-inflamatório
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4. Dynamic optimization of chronic migraine treatment. Current and future options. Ninan T. Mathew.
NEUROLOGY 2009; 72 ( Suppl 1): S14 – S20
5. Therapy of primary headaches: the role of antidepressants. B. Colombo P.O.L. Annovazzi G. Comi. Neurol
Sci (2004) 25:S171–S175.
6. The preventive treatment of migraine. Bigal ME, Lipton RB. Neurologist. 2006 Jul; 12(4):204-13.
7. Sanvito WL, Monzillo PH. Cefaleias primarias: aspectos clínicos e terapêuticos. Medicina, Ribeirão Preto,
30: 437-448, 1997.
Responsável Técnico
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HCor Diagnóstico – Unidade Cidade Jardim: Av. Cidade Jardim, 350 – 2º andar – São Paulo – SP
HCor Onco – Clínica de Radioterapia: Rua Tomás Carvalhal, 172 – São Paulo – SP
HCor – Consultórios: Rua Abílio Soares, 250 – São Paulo – SP
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SUGESTÃO DE ANALGESIA PARA PRESCRIÇÃO
PELO CORPO CLÍNICO DO HCor
(Em pacientes adultos)
DOR MODERADA
DOR FORTE
dor
sem dor dor leve / fraca dor moderada dor forte insuportável
Em caso de eventos colaterais importantes e/ou não controle da dor em até 48 horas,
acionar o especialista em dor através do grupo de Dor HCor.
http://intrsv4/ProtocolosInstitucionais/Dor/tabid/1065/Default.aspx
PROTOCOLO INSTITUCIONAL DE CONTROLE GLICÊMICO
PERSISTE A HIPOGLICEMIA
(≤ 70 mg/dl)?
ACIONAR MÉDICO HOSPITALISTA
NÃO SIM ADIANTAR DIETA OU INICIAR SORO
GLICOSADO EV
(5% - 100ml/h OU 10% - 50 ml/h)
FIM
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