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Quando deve ser realizado o teste e o que deve ser dado atenção neste momento?
Deve ser colhido em todo RN com 3 a 5 dias de vida, de preferência no 3° dia. Garantir que o RN tenha
recebido leite ou aminoácidos para evitar um resultado falso-negativo para PKU. Evitar um resultado
falso-positivo para HC: logo que a criança nasce existe uma liberação fisiológica de TSH no sangue
(hormônio dosado no teste para diagnóstico de HC) com posterior diminuição das concentrações, atinge com
72 horas de vida valores séricos menores do que 10 µUI/mL (nível de corte para resultado alterado).
Como deve ser a interpretação dos resultados dos exames e quais os seus respectivos valores de
referência?
1. PKU – FAL < 4 mg% → é um resultado considerado normal para crianças que tenham colhido o sangue
após 48 horas de vida. FAL ≥ 4 mg% e < 10 mg% → são solicitadas mais 2 coletas de sangue em papel filtro
com intervalo de 1 mês entre cada coleta. FAL ≥ 10 mg% → a criança já é chamada para uma consulta com o
médico neuropediatra e coleta de sangue venoso para confirmação do diagnóstico.
2. TSH neo – TSH neo < 5 µUI/mL → é um resultado considerado normal para crianças que tenham colhido o
sangue após 48 horas de vida. TSH neo ≥ 5 e < 10 µUI/mL → é um resultado considerado limítrofe, nova
coleta do teste do pezinho, imediatamente. Se mantiver resultado, RN será convocado para consulta com
pediatra ou endocrinologista e faz coleta de sangue venoso para definir conduta. TSH neo ≥ 10 µUI/ mL → a
criança é considerada suspeita de ser portadora de hipotireoidismo congênito.
3. Hemoglobinopatia – primeiro exame suspeito coletar segunda amostra. Padrão compatível com fibrose
cística, também repetir e encaminhar para o especialista.
4. Fibrose cística – IRT (tripsina imunorreativa) < 70 ng/mL → é um resultado considerado normal para
crianças que tenham colhido o sangue entre 3 e 30 dias de vida. IRT1 ≥ 70 ng/mL → solicitar nova coleta do
teste do pezinho, entre a 3° e 4° semana de vida do RN (IRT2). Se IRT2 mantiver alterado (≥ 70 ng/mL),
encaminhar urgente para o gastropediatra
OBS: Além da disponibilidade do teste do pezinho ampliado no SUS, existe a disponibilidade na rede privada
conveniada com os planos de saúde a realização do teste do pezinho plus e master
Conforme Manual do Ministério da Saúde, o procedimento para o método credé segue os seguintes passos:
- Retirar o vérnix da região ocular com gaze seca, sendo contraindicado o uso de soro fisiológico ou qualquer
outra solução salina;
- Afastar as pálpebras e instilar uma gota de nitrato de prata a 1% no fundo do saco lacrimal inferior de cada
olho;
- Massagear suavemente as pálpebras deslizando-as sobre o globo ocular para fazer com que o nitrato de
prata banhe toda a conjuntiva;
- Se o nitrato cair fora do globo ocular ou se houver dúvida, repetir o procedimento; limpar com gaze seca o
excesso que ficar na pele das pálpebras;
- A profilaxia deve ser realizada na primeira hora após o nascimento, tanto no parto vaginal quanto cesáreo.
Eventualmente, o nitrato de prata pode ocasionar conjuntivite química, que é decorrente do excesso desse
medicamento instilado no saco lacrimal. Tal incidente ocorre quando o profissional da saúde, sem o
conhecimento da técnica correta, pinga mais de uma gota, ocasionando a irritação no olho. Por conta disso,
seu uso tem sido questionado em alguns hospitais, inclusive sendo substituído pelo vitelinato de prata.
Atualmente no Brasil, a recomendação que se tem da Anvisa e do Ministério da Saúde é de usar o nitrato de
prata 1% em todos os nascimentos. Contudo não existe um consenso nas maternidades, onde algumas
utilizam outros métodos para prevenir a CN. Esta constatação alerta para a falta de padronização adequada
dos métodos de prevenção da conjuntivite neonatal
Referências:
Manual Técnico do Ministério da Saúde- Distrito Federal- 2016.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/triagem_neonatal_biologica_manual_tecnico.pdf
Sociedade brasileira de pediatria/ Documento Científico Departamento Científico de Neonatologia
(2019-2021)
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22851d-DC-Profilaxia_da_Oftalmia_Neonatal_TransmVert.pdf
PREVENÇÃO DA CONJUNTIVITE NEONATAL/INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL –
IFRS/2014.https://docs.bvsalud.org/biblioref/coleciona-sus/2014/33750/33750-859.pdf.
Em 1952, a Dra. Virginia Apgar, anestesiologista da Universidade de Columbia, desenvolveu o escore de Apgar.
O escore é um método rápido para avaliar um neonato imediatamente após o nascimento e em resposta à
ressuscitação. A pontuação de Apgar continua a ser o método aceito de avaliação e é endossada pelo Colégio
Americano de Obstetras e Ginecologistas e pela Academia Americana de Pediatria. Embora originalmente
projetado para avaliar a necessidade de intervenção para estabelecer a respiração em 1 minuto, as diretrizes
para o Programa de Reanimação Neonatal 9 NRP) afirmam que os escores de Apgar não determinam a
necessidade inicial de intervenção, pois a ressuscitação deve ser iniciada antes que o escore de Apgar de 1
minuto seja atribuído.
Os escores de Apgar podem variar com a idade gestacional, peso ao nascer, medicamentos maternos, uso de
drogas ou anestesia e anomalias congênitas. Vários componentes do escore também são subjetivos e
propensos à variabilidade inter-examinadores. Assim, o escore de Apgar é limitado na medida em que fornece
informações um tanto subjetivas sobre a fisiologia de uma criança em um ponto no tempo. É útil para avaliar a
resposta à ressuscitação, mas não deve ser usado para extrapolar os desfechos, particularmente em 1 minuto,
pois isso não tem nenhum significado clínico a longo prazo. O escore de Apgar sozinho não deve ser
interpretado como evidência de asfixia e sua significância em estudos de desfecho, embora amplamente
relatado, seja frequentemente inadequado. A ressuscitação deve sempre ter precedência sobre o cálculo de
um escore clínico.
Icterícia fisiológica Trata-se de quadro comum, benigno e autolimitado. O termo tem sofrido restrições, mas
ainda é muito utilizado. Reflete uma adaptação neonatal ao metabolismo da bilirrubina. Estu‑ do brasileiro
com RN a termo, de peso ao nascer adequado para a idade gestacional, saudáveis, em aleitamento materno
exclusivo e adequado, mostrou o seguinte perfil dos níveis sé‑ ricos de BT nos primeiros 12 dias de vida:
percentil 50: 5,6 mg/ dL no 3º e 4º dias de vida, 4,8 mg/dL no 6º dia; percentil 95: 8,2 mg/dL na 24ª hora de
vida, 12,2 mg/dL no 4º dia e 8,5 mg/ dL no 12º dia.4 A literatura classicamente atribui o valor de 13 mg/dL
como o máximo para delimitar a icterícia fisiológica, porém os níveis indicativos de tratamento com fototerapia
têm sido mais permissivos.
Hiperbilirrubinemia conjugada (direta) – provoca icterícia, coliúria (urina escura) e hipocolia (clareamento
das fezes) ou acolia fecal (fezes esbranquiçadas)
Metabolismo da bilirrubina
Fatores que influenciam na hemocatarese:
Envelhecimento das hemácias – sinalizador é a perca do ácido siálico, expondo resíduos de galactose – é um
sinalizador para a captura pelo fígado.Perca da integridade de suas proteínas de membrana e do citoesqueleto
– o que gera uma deformação em sua estrutura.
A degradação dos eritrócitos ocorre no sistema microssomal, sobretudo no fígado, no baço e na medula óssea.
Esse processo libera as porções globina e o ferro das moléculas de hemoglobina, que normalmente são
reaproveitados na síntese de novas moléculas de hemoglobina. A enzima heme oxigenase catalisa a primeira
etapa na degradação do heme; trata-se de uma enzima substrato-induzível, ou seja, sua expressão é induzida
pela presença do grupo heme. Quando o grupo heme chega até o complexo da heme oxigenase, o ferro
geralmente já sofreu oxidação por meio de NADPH, sendo convertido em sua forma férrica, momento em que
o grupo heme passa a ser chamado de hemina.
Subsequentemente, a enzima utiliza outra molécula de NADPH para inserir oxigênio na ligação α-metenil,
situada entre os anéis pirrólicos I e II. Nesse processo, o íon de ferro é oxidado de sua forma ferrosa para
férrica. A adição do oxigênio desestabiliza o anel, abrindo-o. Esse passo do complexo da heme oxigenase libera
Fe+3, CO e biliverdina. A biliverdina é então convertida em bilirrubina por meio da enzima biliverdina
redutase, que emprega NADPH para reduzir a ponte metenil entre os anéis pirrólicos III e IV. A bilirrubina
apresenta uma coloração amarelada em contraste com a biliverdina, cuja cor é verde. De fato, o tom amarelo
que um hematoma adquire após algum tempo indica a presença de compostos intermediários decorrentes da
degradação do heme por parte do sistema reticuloendotelial.
Em virtude de seu caráter predominantemente apolar, a bilirrubina não se solubiliza no plasma, sendo,
portanto, carreada ligada à albumina plasmática. Ao que parece, a albumina apresenta dois sítios de ligação à
bilirrubina, um cuja interação é forte e outro com interação fraca. Estima-se que aproximadamente 25% da
bilirrubina circule ligada à albumina com alta afinidade e que os complexos albumina-bilirrubina formados
ocorram na proporção de 1:1, 2:1 e, mais raramente, 3:1. A fração de bilirrubina livre, ou seja, não ligada à
albumina, é a responsável pela deposição de bilirrubina nos tecidos e, portanto, pelos seus efeitos deletérios
no organismo.
Diversos medicamentos podem deslocar a bilirrubina de seus sítios de ligação na albumina plasmática, como
salicilatos (comumente utilizados na inflamação, antipirese, analgesia e artrite reumatoide) e sulfonamidas
(um grupo de antibióticos sintéticos). Essa situação é clinicamente importante em recém-nascidos, uma vez
que a bile interage com o sistema nervoso causando uma série de complicações denominadas “kernicterus”,
uma condição resultante da toxicidade da bilirrubina às células dos gânglios da base e diversos núcleos do
tronco cerebral.
No fígado, mais precisamente nos sinusóides hepáticos, a bilirrubina é removida da albumina e captada pelos
hepatócitos, e, no citosol, liga-se a proteínas específicas chamadas ligandinas. No interior dos hepatócitos,
mais precisamente no retículo endoplasmático liso, ocorre a conjugação da bilirrubina e, nesse processo, a
enzima UDP-glicuronil-transferase catalisa a adição de glicuronato à molécula de bilirrubina utilizando
ADP-ácido glicurônico como doador de glicuronato. Essa reação ocorre em duas etapas, formando primeiro
monoglicuronato e, depois, diglicuronato, que é a forma predominante de excreção de bile por parte do
organismo. A carência dessa enzima causa a icterícia fisiológica no neonato. A bilirrubina não conjugada
normalmente não sofre excreção; a conjugação converte a bilirrubina em uma forma hidrossolúvel, uma vez
que o glicuronato tem caráter polar. A síntese de diglicuronato de bilirrubina ocorre sobretudo no fígado, mas
também em menor escala nos rins e no intestino grosso.
O diglicuronato de bilirrubina formado no fígado é então transportado de forma ativa e contra um gradiente
de concentração dos hepatócitos para o interior dos canalículos biliares que formarão a bile vesicular. Os
canalículos biliares também podem sintetizar diglicuronato de bilirrubina por meio de uma enzima similar à
UDP-glicuronil-transferase ou uma reação de dismutação enzimática, na qual duas moléculas de
monoglicuronídeo de bilirrubina dão origem a uma molécula de diglicuronídeo de bilirrubina e uma bilirrubina
livre.
Icterícia é o termo empregado para descrever um sinal clínico caracterizado pela coloração amarelada de
pele, mucosas e escleróticas em virtude de um aumento de bilirrubina no plasma em concentração maior que
2 mg/dℓ.
Obs: Nos casos de hiperbilirrubinemia não conjugada há icterÌcia, mas não coliúria ou hipocolia/acolia fecal.
- Obstrução biliar extra-hepática – obstrução mecânica das vias biliares por cálculos, estenoses e tumores.
Obs: Nos casos de hiperbilirrubinemia conjugada há icterÌcia e poliúria. A hipocolia/acolia fecal pode estar
presente ou não.
Multifatorial
- IcterÌcia neonatal: acredita-se que participem fatores como diminuição dos níveis de ligandina hepática,
comprometimento da conjugação e da excreção da bilirrubina, aumento da circulação entero-hepática da
bilirrubina, além de quebra acelerada de eritrócitos. Os níveis de bilirrubina no sangue variam entre
6-8mg/100ml, com predomínio da fração não conjugada.
As hiperbilirrubinemias podem ser classificadas em quatro tipos básicos: icterícia hemolítica; icterícia
obstrutivas; icterícia hepatocelular; e icterícia do neonato.
Icterícia hemolítica
Diversas condições podem levar à hemólise maciça de eritrócitos, como anemia falciforme, deficiência de
piruvatocinase, ou de glicose-6-fosfato desidrogenase, talassemia maior, eferocitose congênita e eliptocitose
congênita. Essas hemoglobinopatias, alterações estruturais de eritrócitos e falhas enzimáticas conduzem à
lise eritrocitária lançando no plasma uma quantidade de grupos heme que suplanta a capacidade de
conjugação e excreção hepática, resultando em icterícia.
Icterícia obstrutiva
Qualquer situação que provoque obstrução do ducto colédoco (ducto que comunica a vesícula biliar ao
duodeno), como massas tumorais ou mais comumente concreções (cálculos biliares), pode causar obstrução
resultando em fezes claras e “brilhantes”. Essas fezes de coloração alterada ocorrem porque em situações de
obstrução a bile não é lançada ao duodeno, portanto não emulsifica as gorduras, que, por sua vez, não são
absorvidas, mas, sim, excretadas nas fezes conferindo-lhes esse aspecto “brilhante”. Uma vez que a bile não
foi lançada ao duodeno, a bilirrubina não pode ser convertida em estercobilina e, consequentemente, as fezes
tendem a ser excretadas com cor esbranquiçada, sem sua coloração castanha característica. Nas obstruções
dos ductos biliares, a icterícia ocorre porque o fígado passa a lançar a bilirrubina conjugada para o plasma e,
embora os rins possam excretá-la, a quantidade pode suplantar a capacidade de excreção renal resultando
em icterícia.
Icterícia hepatocelular
Ocorre quando há comprometimento funcional do fígado, como no caso da cirrose hepática. Nessas
circunstâncias, há aumento nos níveis de bilirrubina não conjugada por conta do comprometimento dos
processos bioquímicos realizados pelos hepatócitos. A bilirrubina conjugada se difunde do fígado para o
plasma por não ser eficientemente secretada para a vesícula biliar. O comprometimento do fígado reduz
ainda a circulação êntero-hepática de urobilinogênio, possibilitando que maior quantidade seja absorvida,
chegue à corrente sanguínea e, posteriormente, sofra eliminação renal. O resultado final é que a urina
apresenta aspecto escurecido, enquanto as fezes tornam-se claras.
Icterícia do neonato
A icterícia é um dos problemas mais frequentes em recém-nascidos (RN). De fato, pode estar presente em
torno de 82% dos RN. Essa condição tem início aproximadamente 24 h após o nascimento com pico entre o
3o e 4o dia de vida nos neonatos a termo, desaparecendo por volta do 14o dia de vida.
O aumento da fração não conjugada de bilirrubina (fração indireta) constitui a principal causa de icterícia
fisiológica do neonato, uma condição fisiológica e transitória decorrente dos processos ainda imaturos no RN,
como a ineficiência do fígado em depurar de modo eficiente a bilirrubina plasmática. Além disso, outros
mecanismos podem ser considerados na instalação da icterícia fisiológica:
•Imaturidade hepática: reflete-se em menor proporção de ligandinas com valores de 0,1% nos primeiros 10
dias de vida do RN, quando comparadas às concentrações presentes no indivíduo adulto. Além disso,
verifica-se reduzida capacidade da UDP-glicuronil-transferase, enzima responsável pela conjugação da
bilirrubina. Essa enzima alcançará valores presentes em um adulto entre a 6a e 14a semanas de vida.
Kernicterus
A bilirrubina não conjugada deposita-se nos tecidos com impacto clínico importante no sistema nervoso
central. O termo kernicterus (do alemão kern, núcleo, + latim ikterus, icterícia) é utilizado para designar o
efeito deletério da bilirrubina nas células dos gânglios da base e em outros núcleos do tronco cerebral. A
bilirrubina causa morte das células nervosas por meio dos seguintes mecanismos:
•Alteração da homeostase do cálcio intracelular possibilitando seu influxo do meio extracelular para o
intracelular. A maciça presença de cálcio no citosol causa ativação de enzimas, como as proteases, ATPases,
endonucleases e outras, que causam destruição de componentes importantes da célula
O influxo de bilirrubina no sistema nervoso central pode aumentar em diversas circunstâncias, como: anorexia
grave, hiper-hemólise, hipoxia neonatal, acidose, hipoalbuminemia, infecções graves e presença de fármacos
capazes de deslocar a bilirrubina de seus sítios de ligação na albumina como, por exemplo, furosemida,
salicilatos e sulfas.
Dois mecanismos de ação têm sido propostos para explicar as ações da fototerapia na redução dos níveis
plasmáticos de bilirrubina, a fotoisomerização e a foto-oxidação, mas pesquisas mostram que somente a
primeira é de fato relevante na redução da bilirrubinemia. A foto-oxidação consiste no processo de oxidação
de uma porção da molécula de bilirrubina em ambiente aeróbico, o que origina complexos pirrólicos polares e,
portanto, capazes de serem excretados na urina. A fotoisomerização dá origem a dois tipos de isômeros: o
isômero geométrico ou configuracional; e o isômero estrutural ou lumirrubina. A primeira forma isomérica
pode ser revertida em bilirrubina novamente e sua excreção é lenta em neonatos. Em contrapartida, a
formação de lumirrubina é irreversível, lenta e pode ser excretada pelo recém-nascido sem necessidade de
conjugação.
A icterícia apresenta progressão craniocaudal e pode ser detectada visualmente por meio da digitopressão na
pele do RN. É classificada de acordo com cinco zonas de Kramer (zonas dérmicas), a saber: presença de
icterícia na cabeça e pescoço (zona 1), da cabeça até a cicatriz umbilical (zona 2), até os joelhos e
cotovelos (zona 3), nos braços, antebraços e pernas (zona 4) e nas mãos e pés (zona 5).
Pré-termo: todo RN com menos de 37 semanas de idade gestacional ao nascer e não leva em consideração
o peso de nascimento.
Quais as classificações para o baixo peso ?
Baixo peso quando o peso < 2.500 g;
Muito baixo peso ao nascer para aqueles com peso < 1.500 g
Extremo baixo peso para os que nascem com peso < 1.000 g
Homeostase metabólica
Glicose
A glicose é o principal substrato para o cérebro fetal, do RN e do adulto em condições fisiológicas normais. As
concentrações de glicose plasmática do feto encontram-se em relação linear com a concentração plasmática
materna. Com o clampeamento do cordão umbilical, cessa esse fornecimento. Os RN a termo e muitos
prematuros normais conseguem manter inicialmente um nível glicêmico de normalidade a partir da quebra de
suas reservas de glicogênio, produzindo um suprimento contínuo de glicose na ordem de 4 a 6 mg/kg/min. No
entanto, os RN prematuros, notadamente os de baixo peso ao nascer, por causa de várias condições
adversas (menor reserva de glicogênio, maior propensão a asfixia, distúrbios respiratórios, infecções), e
naqueles com retardo de crescimento também a policitemia, há acentuada chance de desenvolver
hipoglicemia.
Medidas para a prevenção da hipoglicemia são feitas com a introdução precoce do leite materno e/ou leite
humano pasteurizado de banco. Para as situações em que essa quantidade não for suficiente para suprir as
necessidades e/ou na impossibilidade da alimentação por via digestiva, deve ser feita a instalação de nutrição
parenteral precoce com glicose.
Cálcio
O cálcio é um íon importante na homeostase metabólica, atuando em vários processos do metabolismo e da
estabilidade da membrana celular, na contração muscular e na condução do potencial de ação entre feixes
nervosos. Hormônios como o paratormônio, e calcitonina, a vitamina D e o íon magnésio têm relação direta
no controle da sua homeostase. O cálcio é transferido da mãe para o feto por transporte ativo, principalmente
durante o terceiro trimestre da gestação. Entre os fatores responsáveis pela hipocalcemia neonatal nos RN
pré‑termo e com crescimento fetal restrito, destacam‑ ‑se a interrupção precoce do fornecimento de cálcio
pelo cordão umbilical, a asfixia neonatal e a hipercalcitoninamia. A hipocalcemia pode, muitas vezes, ser
assintomática. As manifestações clínicas mais frequentes são tremores, irritabilidade muscular, convulsões
generalizadas ou eventualmente focais. As hipocalcemias de difícil correção podem estar associadas a
hipomagnesemia.
Sistema respiratório
A importância do bom funcionamento do sistema respiratório no período neonatal é tão grande que muitas
vezes considerar maturidade fetal é o mesmo que dizer que o pulmão funciona sem ajudas externas para
uma adequada oxigenação. Isso se deve ao fato de o sistema respiratório ser o sítio das principais causas de
morbimortalidade neonatal. Dessa forma, cinco sinais tornam-se importantes na avaliação de um padrão
respiratório adequado para o RN: frequência respiratória, retrações da caixa toráxica, batimentos das asas do
nariz, gemidos res‑ piratórios e cianose.