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RN: TRIAGEM NEONATAL E VACINAS DO PERÍODO

TESTE DE TRIAGEM
o O termo triagem origina-se do vocabulário francês triage que significa seleção (selecionar pacientes
que tem elevada probabilidade de ter a doença, porém ainda estão assintomáticos → rastreamento)
o Então, os testes são aplicados a uma população assintomático, esses testes demostram quais são os
pacientes que apresentam elevada probabilidade de ter determinada doença, pois se os testes forem
positivos, ainda é necessário de testes mais específicos para a confirmação da doença.
o Os testes de Triagem Neonatal são:
1) Teste do coraçãozinho
2) Teste do pezinho
3) Teste do olhinho
4) Teste da orelhinha
5) Teste da linguinha
o O SUS precisa conseguir dar suporte de diagnóstico e tratamento após o diagnóstico.
o O objetivo do Programa Nacional de Triagem Neonatal: modificar a história natural de doenças graves
e potencialmente tratáveis, mas cujo sucesso do tratamento depende do diagnostico e tratamento ainda
na fase pré-clínica (fase assintomática)
CRITÉRIOS PARA INCLUSÃO DE DOENÇAS NO PROGRAMA NACIONAL DE TRIAGEM
NEONATAL
o A história natural da doença deve ser bem conhecida (a medicina tem se o entendimento da
fisiopatologia, sinais e sintomas e tratamento da doença)
o Ser possível a identificação da doença antes do início das manifestações clínicas (sinais e sintomas)
o A possibilidade de tratamento em estágio precoce deve trazer maiores benefícios, comparado ao
tratamento após as manifestações clínicas da doença
o Existência de um teste adequado para o diagnóstico em estágio precoce, passível de incorporação nas
rotinas para diagnóstico de outras doenças já incorporadas em testes de triagem neonatal (é preciso de
testes confirmatórios após o resultado positivo dos testes de triagem neonatal)
o A incidência da doença deve ser alta na população
o O custo-benefício da triagem populacional deve ser considerado bem como sua efetividade (custo
baixo e pouco invasivo)
CONDIÇÕES ESSENCIAIS PARA O MINISTÉRIO DA SAÚDE
o Capacidade de expansão dos métodos de diagnóstico para todos os RN brasileiros
o Atender aos princípios de equidade e universalidade do SUS
o Atenção integral aos recém-nascidos e acompanhamento dos diagnosticados atendendo o princípio da
integralidade da atenção do SUS
o A existência de Protocolos Clínicos de Diretrizes Terapêuticas- PCDT, de cada doença proposta,
publicados pelo Ministério da Saúde
o Tratamento disponível na Assistência Farmacêutica do SUS
o Por que a escolha dessas doenças?
1) Tem repercussão clínica importante
2) Não são excessivamente raras.
3) São de detecção simples, com método de baixo custo e aplicável em larga escala.
4) Dispõem de medidas de tratamento que melhoram significativamente o prognóstico.
5) Dispõem de serviços que possam fazer o tratamento e o seguimento de forma adequada.

1- Resumo Daniel Júnio T4A, não compartilhe!!


RN: TRIAGEM NEONATAL E VACINAS DO PERÍODO
TESTE DO PEZINHO
o 6 doenças são avaliadas pelo teste do pezinho:
1) Fenilcetonúria (PKU)
2) Hipotireoidismo Congênito
3) Hiperplasia Adrenal Congênito
4) Deficiência de biotinidase
5) Fibrose Cística
6) Anemia Falciforme e outras hemoglobinopatias
o Em 2021 foram aprovadas diversas novas doenças para o teste do pezinho, porém ainda sem data de
implantação
o Todas passaram por Fases de implantação: A fase 1 tria a Fenilcetonúria e Hipotireoidismo Congênito,
a fase 2 a Anemia Falciforme e outras Hemoglobinopatias, a fase 3 realiza a triagem da Fibrose Cística
e, por fim, a fase 4 identifica a Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência de Biotinidase
DETALHES IMPORTANTES PARA O TESTE DO PEZINHO
o A coleta do teste de triagem neonatal biológica, popularmente conhecida no Brasil por “teste do
pezinho”, acontece nos pontos de coleta da Atenção Básica em Saúde. Em alguns estados,
essa coleta também é realizada em maternidades, casas de parto ou comunidades
indígenas.
o A coleta deve ser precoce (3° e 5°), porém a coleta pode ser colhida até os 28 dias
o A punção do calcanhar é feita nas laterais (local com pouca possibilidade de atingir o
osso) e o sangue é colocado em um papel filtro
o Processamento é rápido (48 a 72h)
o Se um dos resultados der positivo, é feita uma busca ativa desses RN com casos positivos, a fim de
realizar os testes confirmatórios
o Agilidade e eficiência na investigação confirmatória, permitindo o início do tratamento em tempo hábil
o Em RN pré-termo e de RN baixo peso: Triagem seriada, com a obtenção de pelo menos três (03)
amostras em tempos diferentes, é recomendada como paradigma mais expediente e eficiente; pode-se
chegar a até quatro (04) ou cinco (05) amostras, se necessário.
o IMPORTANTE: se houver recusa por parte dos familiares para a coleta do “teste do pezinho”, o
responsável pela ação no ponto de coleta deve orientá-los sobre os riscos da não realização do exame.
O fato deve ser documentado com a assinatura dos pais ou responsáveis.
1) FENILCETONÚRIA (PKU)
o Doença metabólica que resulta da deficiência da enzima
fenilalanina hidroxilase hepática, que converte o aminoácido
fenilalanina em tirosina, a qual é precursora da dopamina e
adrenalina. O defeito metabólico gerado, frequentemente
causado pela enzima Fenilalanina Hidroxilase, leva ao acúmulo
do aminoácido Fenilalanina (FAL) no sangue e ao aumento da
Fenilalanina e da excreção urinária de Ácido Fenilpirúvico.
o Se o teste do pezinho for realizado antes dos 3 dias de vida,
pode dar falsos negativos (pois, para que o aumento da FAL
possa ser detectado, é fundamental que a criança tenha ingerido
uma quantidade suficiente de proteína)

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RN: TRIAGEM NEONATAL E VACINAS DO PERÍODO
o Herança autossômica recessiva
o Incidência: 1/11.000 nascidos vivos
o Rastreio é pelo Teste do pezinho e a Confirmação
do diagnóstico é feita pela dosagem da fenilalanina
no sangue (> 10 mg/dl)
o O acúmulo de fenilalanina gera retardo do DNPM,
alterações neurocomportamentais (agitação,
agressividade), crise convulsivas, odor
característico na urina (urina rato)
o Nem todo RN com fenilcetonúria vai ter sintomas
clássicos, pois depende do grau de atividade da
enzima que está deficiente→ Forma clássica (< 1% de atividade enzimática), forma leve (1-3% de
atividade enzimática), forma transitória/permanente (> 3% da atividade enzimática)
o Tratamento:
▪ O tratamento consiste basicamente em uma dieta com baixo teor de FAL, mantendo-se os níveis
adequados desse aminoácido para permitir o crescimento e desenvolvimento normais do indivíduo
▪ A dieta utilizada é hipoproteica, suplementada por uma fórmula de aminoácidos isenta de
Fenilalanina (FAL): Como os alimentos que são fontes importantes de proteína (principalmente os
ricos em FAL) são eliminados da dieta, as quantidades de aminoácidos essenciais (com exceção da
FAL) passam a ser controladas por meio do fornecimento dessa fórmula especial. Essa reposição
permitirá que o paciente tenha desenvolvimento, tanto somático quanto neurológico, adequado,
apesar da importante restrição dietética que lhe será imposta
▪ O consumo do leite de materno depende do grau, deve ser realizado um acompanhamento com a
nutricionista
▪ Dieta com redução do consumo de FAL: importante a análise dos rótulos dos alimentos
▪ O tratamento é por toda a vida
2) HIPOTIROIDISMO CONGÊNITO
o Distúrbio metabólico sistêmico, causado por defeito na formação da tireoide ou na síntese dos
hormônios tireoidianos (deficiência de síntese do T3 e T4)
o Causando: Aumento de TSH e baixos níveis de T4 livre
o Herança Autossômica Recessiva
o Pode estar associado com malformações
o Frequência aumentada na Síndrome de Down
o Crianças cujas mães foram tratadas durante a gravidez com drogas
antitireoidianas ou iodetos ou RN prematuros poderão apresentar
Hipotireoidismo Transitório, devendo ser monitoradas até que os
níveis de T4 e TSH tenham normalizado
o No teste do pezinho é feita a dosagem de TSH, se ele for > 10 UI/L
→ o RN é convocado para consulta→ para fazer o teste
confirmatório, que seria a dosagem do TSH e T4 livre séricos.
o É indicada a realização de exames para investigação da etiologia
(pode ser feito a ultrassom ou cintilografia com captação de iodo
radioativo)→ 85% das vezes, as causas são na própria glândula tireoide
o O quadro de manifestações clínicas inclui: hipotonia muscular, dificuldades respiratórias, cianose,
icterícia prolongada, constipação, bradicardia, anemia, sonolência excessiva, livedo reticularis, choro
rouco, hérnia umbilical, alargamento de fontanelas, mixedema, sopro cardíaco, dificuldade na

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RN: TRIAGEM NEONATAL E VACINAS DO PERÍODO
alimentação com deficiente crescimento pôndero-estatural, atraso na dentição, retardo na maturação
óssea, pele seca e sem elasticidade, atraso de desenvolvimento neuropsicomotor e retardo mental
o Tratamento
▪ Levotiroxina diária: ideal início nas 2 primeiras semanas de vida
▪ Objetivo: T4 livre normal e TSH próximo de 2,5 UI/L
o Quando o diagnóstico é tardio:
▪ Atraso no DNPM
▪ Atraso no crescimento- baixa estatura
▪ Déficit cognitivo grave
3) HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA (17 OH progesterona)
o Erro inato do metabolismo
o Pode ser clássica (perdedora de sal) ou não clássica (virilizante simples)
o A doença pode ser mais suspeitada no sexo feminino, devido a presença de genitália ambígua (com
hipertrofia do clitóris e grandes lábios em fusão), no sexo masculino se não for realizado o teste do
pezinho o diagnostico pode ser mais tardio, quando esse bebê evolui para um desidratação grave
o Na HAC ocorre a deficiência de enzimas: 21 hidroxilase (90% dos casos), 17 hidroxilase, 11
hidroxilase, 3 hidroxiesteroido desidrogenase, de oxido
redutase ou de star
o O diagnóstico presuntivo da HAC na triagem neonatal é
realizado pela quantificação da 17-hidroxi-progesterona (17-
OHP), seguido de testes confirmatórios no soro.
o Na HAC clássica há déficit de 21 hidroxilase e aumento de
seus precursores: progesterona e 17 hidroxiprogesterona,
desviando a produção para aumento de androstenediona e
testosterona
o HAC clássica:
▪ Há aumento de ACTH
▪ Diminuição de aldosterona
(síndrome perdedora de sal com
desidratação grave)
▪ Genitália feminina ambígua ou
virilizada (aumento de clitóris,
fusão labial em graus variáveis
e formação de seio urogenital), decorrente do excesso de andrógenos durante a vida intrauterina.
No sexo masculino ocorre a diferenciação normal da genitália externa na vida intrauterina.
o Tratamento
▪ Objetiva diminuir a produção de ACTH e suprir necessidades fisiológicas de glicorticóide e
mineralocorticoide
4) DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE
o Erro inato do metabolismo de herança autossômica recessiva
o Há deficiência de biotinidase que é uma enzima responsável por absorção e
reciclagem da Biotina. Como consequência, ocorre uma depleção da biotina
endógena devido a uma incapacidade do organismo fazer a sua reciclagem ou de
usar a biotina ligada à proteína fornecida pela dieta.

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RN: TRIAGEM NEONATAL E VACINAS DO PERÍODO
o Os pacientes com testes de triagem alterados (parcial ou total), identificados pela análise da enzima
biotina, devem fazer o teste confirmatório, no qual é um teste quantitativo da atividade de biotinidase,
podendo ser complementado com estudo genético-molecular
o Sintomas são tardios (partir da 7° semana): convulsões, hipotonia, atraso DNPM, alopecia, dermatite
eczematoide
o Se diagnóstico tardio: distúrbios visuais e auditivos, atraso motor e linguagem
o Tratamento
▪ É a reposição da biotina
5) FIBROSE CÍSTICA
o Doença genética autossômica recessiva, onde há mutação nos genes CFTR (regulam os canais de sódio
e cloro)→ Essa mutação causa defeitos no transporte de íons→ Aumento da concentração de
macromoléculas resultando em fluidos viscosos→ gerando tubulopatias obstrutivas (O muco bloqueia
as vias aéreas e o muco bloqueia os canais pancreáticos)
o Sintomas: dificuldade em ganhar peso e estatura, tosse crônica, diarreia, pneumonia de repetição, suor
mais salgado que o normal, pólipos nasais
▪ Nos pulmões, esse aumento na viscosidade bloqueia as vias aéreas propiciando a proliferação
bacteriana (especialmente pseudomonas e estafilococos), o que leva à infecção crônica, à lesão
pulmonar e ao óbito por disfunção respiratória.
▪ No pâncreas, quando os ductos estão obstruídos pela secreção espessa, há uma perda de enzimas
digestivas, levando à má nutrição.
▪ Manifestação mais precoce: Íleo meconial → pacientes afetados nascem com obstrução intestinal
por mecônio que envolve distensão abdominal, impossibilidade de evacuação e vômitos
▪ No teste do pezinho é analisado os níveis da tripsina imunorreativa (IRT) e o exame confirmatório
dos casos suspeitos é a dosagem de cloretos no suor “Teste de Suor”.
o Tratamento
▪ O tratamento é suplementação de enzimas digestivas (pancreatina), suporte nutricional,
broncodilatadores, suplementação vitamínica, antibióticos, anti-inflamatórios e fisioterapia
respiratória
▪ Acompanhamento multidisciplinar frequente
6) ANEMIA FALCIFORME (HS, HF, HA)
o A maioria das pessoas herdam uma hemoglobina normal (HbA) do pai e outra hemoglobina normal
(HbA) da mãe e os bebês apresentam um padrão normal de hemoglobina (HbF)
o A Doença Falciforme é uma afecção genética com padrão de herança autossômico recessivo, causada
por um defeito na estrutura da cadeia beta da hemoglobina, que leva as hemácias a assumirem forma
de lua minguante, quando expostas a determinadas condições, como febre alta, baixa tensão de
oxigênio, infecções etc.
▪ As hemácias falciformes são mais rígidas e têm dificuldade para passar pelos vasos sanguíneos
mais finos, causando obstrução e dificuldades na circulação do sangue (crises vaso-oclusivas).
Essa obstrução provoca crise álgicas em articulações, ossos e músculos e comprometimento
progressivo de diversos órgãos. As crises álgicas são de grande intensidade, com duração de 3 a 5
dias, febre (em razão de quadros infecciosos associados), icterícia, anemia crônica, com períodos
de piora durante as crises, palidez e cansaço persistentes
▪ A pessoa com traço falciforme (HbFAS) herdou de um dos pais o gene para a hemoglobina normal
(HbA) e do outro o gene da hemoglovina alterada (HbS), portando não tem doença apenas carrega
a herança.

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RN: TRIAGEM NEONATAL E VACINAS DO PERÍODO
o O teste detecta outros tipos de Hemoglobinopatias: variantes
estruturais da hemoglobina (como a talassemia)
o Rastreio é pelo teste do pezinho e o diagnóstico é confirmado
com a eletroforese de hemoglobina
o Tratamento
▪ Apesar de não existir cura para as hemoglobinopatias, as
medidas de tratamento envolvem:
o Controle da anemia (transfusões de sangue)
o Prevenção das crises hemolíticas
o Medições de suporte/analgésicos
o Prevenção (vacinas) e tratamento das infecções
(antibióticos)
o O aconselhamento genético também é importante para os pais no caso de futuras gestações
TESTE DO OLHINHO
o O teste do reflexo vermelho (TRV) ou “Teste do olhinho” é um exame simples, rápido, indolor e de
baixo custo realizado em recém-nascidos e seu objetivo é a detecção precoce de problemas oculares
congênitos que comprometem a transparência dos meios oculares e que podem impedir o
desenvolvimento visual cortical
o Realizado antes da alta da maternidade e nas primeiras consultas de puericultura, independentemente
da idade gestacional
o A pediatria realiza uma avaliação da parte cristalina do olho com o oftalmoscópio. O pediatra joga um
feixe de luz na retina, onde é possível avaliar se o reflexo vermelho está presente bilateralmente (a cor
vermelha do reflexo ocorre devido à vasculatura da retina e coroide e do epitélio pigmentário), não há
a necessidade de dilatação da pupila.
o Caso haja ausência do reflexo ou alteração na coloração do mesmo (assimetria, coloração diferente ou
qualquer dúvida), o pediatra deve encaminhar com urgência ao oftalmologista para o profissional
realizar o exame oftalmológico completo (biomicroscopia, retinoscopia, e mapeamento de retina) para
elucidar o diagnóstico e assegurar a conduta necessária (nem sempre um teste do olhinho alterado quer
dizer que o RN tem alguma doença, lembrando que o teste do olhinho é uma triagem e que precisa de
testes confirmatórios por meio dos oftalmologistas)
o Em prematuros, além do teste, faz-se seguimento oftalmológico, a fim de diagnosticar e tratar a
retinopatia da prematuridade
o Técnica:
▪ O profissional deve ser treinado para o
manuseio do oftalmoscópio e o
ambiente para a realização do exame
deve ser escurecido
▪ Utilizar o oftalmoscópio próximo ao
olho do examinador e aproximadamente
40 a 50 cm de distância do olho do RN
▪ O teste é considerado normal quando os dois olhos apresentam um reflexo vermelho brilhante.
▪ Então, pontos pretos, assimetria ou a presença de reflexo branco→ encaminhar para o
Oftalmologista
o Várias doenças podem ser detectáveis:
▪ Catarata congênita
▪ Retinopatia da prematuridade
▪ Retinoblastoma

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RN: TRIAGEM NEONATAL E VACINAS DO PERÍODO
▪ Descolamento de retina
▪ Hemorragia vítrea
o Segundo orientação do Grupo de Trabalho de Prevenção da Cegueira da SBP, o teste do reflexo
vermelho dever ser realizado:
▪ Antes da alta da maternidade
▪ Na 1° consulta de puericultura
▪ 2 meses de vida: período ideal para a cirurgia de catarata
▪ 6, 9 e 12 meses de vida
▪ Após 1° ano: 2x ao ano
o É imprescindível conscientizar os pais e responsáveis de que o TRV não substitui o exame
oftalmológico que todo o bebê deve ser submetido se não nos primeiros seis meses de vida, no máximo
no primeiro ano.
EXEMPLOS DE RESULTADOS
o Reflexo vermelho normal bilateral
o Reflexo vermelho ausente a esquerda (glaucoma congênita?) → encaminhar
o Reflexo vermelho normal a direita e alterado a esquerda (leucocoria (pupila
branca) = Retinoblastoma) → encaminhar
o Reflexo vermelho normal à direita e duvidoso à esquerda → encaminhar
o Reflexo vermelho ausente bilateral (catarata congênita bilateral) → encaminhar
TESTE DE ORELHINHA
o Geralmente o exame é
realizado durante o sono
natural do RN, de preferência
no 2° ou 3° dia de vida, pelo
fonoaudiólogo
o O aparelho realiza emissões
otoacústicas evocadas (EOA),
que avaliam a parte óssea e a
cóclea (Sistema auditivo pré-
neural)→
o Se o RN for prematuro ou tiver muito líquido do parto no ouvido terá que refazer em 30 dias
o Se houver alterações no teste da orelhinha, então segue-se o RN para o exame BERA ou PEATE
(Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Cerebral) que avalia a resposta cerebral aos impulsos
transmitidos pela cóclea
o Fatores de risco potenciais para alterações auditivas em RN, que devem ser indicados ao BERA,
mesmo que o teste da orelhinha for normal:
▪ Asfixiados (APGAR < 6 no 5° minuto)
▪ História familiar de surdez congênita
▪ Infecções congênitas do grupo STORCH (sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes)
▪ Hiperbilirrubinemia (> 15 no RN a termo e > 12 no prematuro)
▪ Septicemia neonatal/meningite
▪ Hemorragia intraventricular
▪ Convulsões ou outra doença do SNC
▪ Anomalias craniofaciais
▪ Espinha bífida
▪ Defeitos cromossômicos
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RN: TRIAGEM NEONATAL E VACINAS DO PERÍODO
▪ Uso de drogas ototóxicas (como antibióticos aminoglicosídeos e/ou diuréticos de alça)
▪ Peso de nascimento < 1.500 g
▪ Ventilação mecânica por mais de 5 dias
TESTE DO CORAÇÃOZINHO
o O diagnóstico das cardiopatias congênitas pode ser feito na vida
fetal, através de ultrassonografia e ecocardiografia fetal, ou após o
nascimento através do exame clínico pós-natal, teste de oximetria
de pulso e ecocardiografia fetal
o Feito com oximetria de pulso, no membro superior direito e em
qualquer membro inferior (As medidas de oximetria devem ser
realizadas em dois sítios: na mão direita (medida pré-ductal) e em
um dos membros inferiores (medida pós-ductal).
o Deve ser feito 24 a 48h de vida, não pode fazer antes de 24h
o O teste mede a quantidade de oxigênio no sangue e detecta doenças
cardíacas congênitas graves que são dependentes do canal arterial
(o canal arterial é a um canal que liga o tronco das artérias pulmonares com a aorta, desse modo quando
o canal está aberto o paciente não apresenta manifestações, depois de 24 horas o canal começa a fechar
e com isso começa a aparecer a clínica)
o SpO2 maior ou igual a 95% e a diferença entre as
medidas no membro superior direito e o membro inferior
deve ser menor ou igual a 3% → seguimento neonatal
de rotina e o teste é negativo
o SpO2 entre 90% e 94% ou uma diferença entre as
medidas do membro superior direito e o membro inferior
maior ou igual a 4% → repetir teste em 1 h por até duas
vezes, se mantiver deve se realizar o ecocardiograma e
avaliação do cardiologista pediátrico
o Caso a Sp02 < 89% o RN deve ser avaliado
minunciosamente e não deve sair do hospital sem
avaliação do cárdio
o Cardiopatias detectadas são dependentes do fechamento
do canal arterial para acontecer (pois a persistência do canal arterial
aberto é fundamental para a sobrevivência destes bebês nos
primeiros dias de vida): atresia pulmonar e similares, coarctação de
aorta crítica e síndrome da hipoplasia do coração esquerdo e
transposição de grandes vasos
o O ecocardiograma com mapeamento de fluxo em cores é o método
de escolha para se realizar o diagnóstico definitivo das cardiopatias
congênitas no RN, bem como o diagnóstico diferencial entre
cardiopatia e outras doenças neonatais.
TESTE DA LINGUINHA
o Objetivo: detectar anquiloglossia (língua presa)
o Feito pela fonoaudióloga ainda na maternidade ou nas primeiras semanas de
vida
o Instituído em 2014, porém ainda não é feito em todos os estados do país
o O protocolo de Avaliação do Frenulo da língua em bebês:
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RN: TRIAGEM NEONATAL E VACINAS DO PERÍODO
▪ Considera a história clínica e o exame físico
▪ O exame físico é constituído de duas partes
o Parte I: avaliação anatomofuncional, avalia postura de lábios em repouso, a tendência do
posicionamento da língua no choro (língua de coração), forma da ponta língua, a elevação
durante o choro, o freio em relação a espessura e fixação no assoalho bucal
o Parte II: avaliação da sucção nutritiva e não nutritiva
o Tratamento:
▪ Fenotomia lingual
▪ Sua indicação deve ser criteriosa, realizada após meticulosa avaliação, preferencialmente por
equipe multidisciplinar (odontologia e fonoaudiologia)
VACINAÇÃO DO PERÍODO NEONATAL
o Vacina da BCG
▪ Proteção contra as formas graves da Tuberculose
▪ Bacilo vivo atenuado Mycobacterium bovis (Vacina atenuada)
▪ Esquema: ao nascimento com peso > 2 kg
▪ Adiar em recém-nascido < 2 Kg (feita no máximo até 5 anos de vida)
▪ Via de administração: intradérmica
▪ Esquema básico: 1 única dose
▪ Efeitos adversos: granuloma, abscesso frio ou quente,
ulceração > 1cm, linfadenite regional (supurada ou não
supurada > 3 cm) → notificar qualquer evento adverso
▪ Contraindicação: imunodeficientes, uso de corticoide em
alta doses, gestantes
▪ Adiar em RN filhos de mães que tomaram
imunobiológicas na gestação
▪ Formação da cicatriz: que é uma reação inflamatória do
organismo a bactéria contida na vacina → possui uma
evolução normal que deve ser acompanhada
▪ Não é necessário a revacinação na ausência de cicatriz
o Vacina da Hepatite B
▪ Composição: antígeno de superfície do vírus da hepatite B
▪ Via de administração: intramuscular no vasto lateral da coxa
▪ Protege contra a hepatite B
▪ Reações adversas: locais, mal-estar, cefaleia, febre e fadiga
▪ PNI 4 doses: ao nascimento de forma isolada (antes das 12h) e com 2/4/6 meses dentro da
Pentavalente
▪ SBP 3 doses: ao nascimento de forma isolada (antes das 12h) e com 2 e 6 meses dentro da
hexavalente (DTPa, Hib, Hep B, VIP)
o Aos 4 meses Penta acelular (DTPa, Hib e VIP), onde
não contém o antígeno da hepatite B
▪ Nos RN filhos de mãe HbsAg+ (hepatite B positiva)
recebem vacina e HBIG (imunoglobulina da hepatite B)
nas 12h de vida
▪ Contraindicações:
o Anafilaxia com qualquer componente da vacina ou
com a dose anterior
o Púrpura trombocitopenia após dose anterior de vacina com componente hepatite B
o SUS: Apresentação isolada (HB) e combinada Pentavalente DTPw+ HB+Hib

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RN: TRIAGEM NEONATAL E VACINAS DO PERÍODO
o Rede particular: isolada (HB), combinada Hexa DTPa+VIP+HB+Hib e combinada com
hepatite A (HA+B)
CASO CLÍNICO
o RN sexo masculino vem para primeira consulta de puericultura com 7 dias de vida, nascido de parto
vaginal, a termo de 38 semanas e 5 dias, com peso de 3075g e 50 cm, sem intercorrências no parto ou
na gestação, recebeu alta da maternidade com 90 horas de vida, pois necessitou realizar fototerapia.
Mãe A- e RN A+. Peso na alta 2950g. Está em aleitamento materno exclusivo e a mãe sem queixas,
mas refere estar insegura se somente o leite materno está suficiente. Durante a consulta foi verificado
os dados da maternidade, assim como os testes de triagem neonatais:
▪ Reflexo do olho vermelho: ausente bilateral
▪ Teste do coraçãozinho: MSD 97% e MI 98%
▪ Triagem auditiva neonatal: emissões otoacusticas → Ouvido Direito passou e Ouvido Esquerdo
passou
▪ Teste da linguinha: normal
▪ Manobra de Ortolani negativo
▪ Bilirrubina totais e frações com 45 horas de vida: BT: 18,5 (BD 1,5 / BI 17,0). Com 84 horas de
vida: BT 11,00 (BD 0,8 / BI 10,2)
o Ao exame físico:
▪ Peso: 3040g
▪ Estatura: 50 cm
▪ BEG, ativo-reativo, eupneico, corado, hidratado, ictérico em zona I leve, acianótico, afebril.
Fontanela anterior plana e normotensa.
▪ AR: Murmúrio vesicular presente e sem ruídos adventícios.
▪ ACV: ritmo cardíaco regular, em 2 tempos, bulhas normofoneticas e sem sopros.
▪ ABD: globoso, flácido, indolor, sem massas ou visceromegalias. Coto umbilical em mumificação.
▪ Genitália: típica masculina, testículos tópicos.
▪ Extremidades: boa perfusão periférica, sem edemas ou cianose.
▪ Ortolani negativo
▪ Reflexos pressão palmar, preensão plantar, moro, tônico cervical simétrico, Gallant e de busca
presentes simétricos
1) Como você interpreta os dados das triagens neonatais?
▪ Teste do olhinho alterado: é preciso encaminhar para o oftalmologista
▪ Os outros testes normais, porém, devido a icterícia é indicado o BERA para avaliar a parte
auditiva, apesar do teste da orelhinha não ter alteração
▪ Verificar se já coletou o teste do pezinho
2) Deve ser indicado algo específico nessa consulta?
▪ Buscar pelo resultado do teste do pezinho
▪ Refazer o teste do olhinho e encaminhar para o oftalmologista
▪ Chegar à vacinação da hepatite B e BCG
3) O que você orientaria para a mãe quanto ao aleitamento materno?
▪ Será analisado pelo ganho de peso por dia (o peso de nascimento foi 3075g, recebendo alta
com 90 horas de vida, cerca de 4 dias de vida, como o peso de alta de 2950g, então houve uma
redução de 4% do peso em 4 dias. No 7° dia de vida, o peso atual é de 3040g, então o RN
ganhou até o 7° dia de vida (90 g), dividido por 3 dias, ele ganhou 30 g por dia (lembrando que
o ganho de peso ideal no 1° trimestre é de 25 a 30 g por dia). Então, pode tranquilizar a mãe e
pedir para demonstrar como está sendo feito a amamentação.
4) Quais são as vacinas que o bebê recebeu na maternidade e quando orientar as próximas
vacinas? BCG e Hepatite B, orientar sobre a reação normal de cicatrização e se sair fora do habitual
ir a unidade de saúde.

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