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• Contudo, frente a um quadro que se consiga um adequado controle da hipertensão arterial e sem comprometimento da vitalidade
fetal, é possível acompanhar clinicamente os casos de pré-eclâmpsia grave adotando uma conduta conservadora até as 34 semanas de
gestação. No que tange a indicação da via de parto, essa vai ser baseada em indicações obstétricas, com preferência de realização do
parto transpélvico tanto na prematuridade quanto no termo.
• Ademais, é importante frisar que após o parto é necessário manter o sulfato de magnésio por 24 horas. Além
disso, apesar da hipertensão e proteinúria frequentemente se resolverem com a resolução da gestação, em
algumas situações, a mulher pode permanecer com índices pressóricos elevados, sendo necessária a
medicação anti-hipertensiva depois do parto. Após a alta, a paciente deve ser acompanhada durante uma a
duas semanas para verificar a PA e a proteinúria. Por fim, no que diz respeito às medidas gerais, a literatura
relata que não existem evidências para se recomendar o repouso absoluto e nem dieta com restrições de sódio
para essas pacientes.
• 6. A terapia medicamentosa com sulfato de magnésio e anti-hipertensivos é apenas indicada para os casos
graves de pré-eclâmpsia. Desse modo, no que se refere ao uso do sulfato de magnésio, a conduta dispõe de
vários esquemas de administração, sendo os mais conhecidos os de Pritchard (intravenosos e instramuscular)
e o de Zuspan (intravenoso exclusivo).
• É importante ressaltar que a paciente deve se encontrar monitorizada e fazendo a quantificação do débito
urinário, pois durante o uso dessa terapêutica é necessário ficar alerta diante dos sinais de intoxicação pelo
magnésio, uma vez que podem levar a uma depressão respiratória e muscular, ausência dos reflexos patelares
e até mesmo a uma parada cardíaca. Diante de qualquer sinal de intoxicação, é fundamental a imediata
suspensão da medicação e a administração de gluconato de cálcio 1 g IV.
• Ademais, ao que tange a terapia anti-hipertensiva, o objetivo da conduta é atingir valores da PA sistólica entre
140 e 150 mmHg e da PA diastólica entre 90 e 100 mmHg. Os agentes farmacológicos recomendados
segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) para o
tratamento da crise hipertensiva tem como primeira linha o nifedipno 10 mg, VO, com repetição de 10 mg a
cada 30 minutos se necessário. Em caso de falha terapêutica, é indicado administrar a hidralazina 5 mg IV,
repetindo com aplicação de 5 mg a cada 20 minutos em caso de uma resposta não adequada. Outros anti-
hipertensivos também são recomendados como, por exemplo, nitroprussiato de sódio. Alguns cuidados devem
ser tomados durante esse período da terapêutica como, verificar a PA materna de 5 em 5 minutos, bem como
avaliar a frequência cardíaca fetal por 20 minutos após a medicação. Por fim, em casos de pré-eclâmpsia
grave estabilizados em que a opção terapêutica é uma conduta conservadora, pode-se lançar mão de anti-
hipertensivos como a metildopa para esse controle crônico.