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Obstetrícia – Prova 1
Resumo: Pré-Natal; Trajeto do Parto, Anatomia Fetal e Contratilidade Uterina;
Prematuridade; Mecanismo e Fases do Parto; Ruprema; Gemelaridade; Assistência
ao Parto; Abortamento; Náusea e Vômito na Gestação; Apresentações Anômalas;
Distócias de Ombro; PV instrumentado; ITU; Distócias do TP; Partograma;
HIV na Gestação; Cesariana.
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De probabilidade:
Sinais: O útero passa a ser palpável com cerca de 12 semanas de gestação.
Ocorrem alterações na forma e consistência do útero, com diferentes sinais.
De Hegar: Com flexão do corpo sobre o colo uterino, é feito o toque.
De Nobile-Budin: Preenchimento do fundo de saco vaginal.
De certeza:
Sinais: A partir da ausculta de batimentos cardíacos fetais (BCFs), que são
audíveis com o ultrassom a partir de 6 semanas e com o sonar a partir de 12 ou 13 semanas.
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Também existe o sinal de Puzos, que é a percepção do feto a partir do toque vaginal. Outro
sinal de certeza é a percepção de movimentação fetal pelo examinador.
Diagnóstico laboratorial: Feito com a detecção da fração β da gonadotrofina coriônica
humana urinária (maior probabilidade de erro) ou sérica (mais confiável). Ao engravidar,
com cerca de 5 semanas, o valor de β fica ao redor de 100, 200 ou 300, que começa a
duplicar a cada 48 horas, realizando a coleta seriada, que deve aumentar 60% quando a
gestação está evoluindo. Se o βHCG diminui ao início a gestação não é evolutiva. HCG é
produzido pelo trofoblasto e aparece na circulação materna logo após a implantação,
tornando-se detectável no plasma ou urina com 8 ou 9 dias de evolução.
Níveis plasmáticos de β HCG: Se inferior a 5mUI/ml é negativo e acima de
25mUI/ml é positivo, com este valor dobrando a cada 48h.
Diagnóstico ultrassonográfico: Ao início, com um embrião pequeno, deve ser feito
transvaginal, com transdutor endocavitário. O USG abdominal não possibilita visualizar tão
bem ao início (até 11 ou 12 semanas). O saco gestacional já pode ser identificado com 4 a
5 semanas, aparecendo a vesícula vitelínica após alguns dias (responsável por nutrir o
embrião), e a partir de 6 semanas deve ser visto o embrião com identificação de BCF (com
7 a 8mm). Para uma datação da gestação o ideal é realizar o exame entre 6 e 12 semanas,
ou seja, ainda no primeiro trimestre, e a partir disso a probabilidade de erro de mensuração
aumenta. A medida de CCN (comprimento cabeça-nádegas) permite saber quantas
semanas de gestação o embrião tem.
Determinação de IG e DPP: A idade gestacional (IG) pode ser estimada também pela data
da última menstruação (DUM), calculada no primeiro US em que aparece o embrião com
BCF. Quanto a data provável do parto (DPP), esta é estimada pela regra de NAEGELE,
onde indica a data em que a gestação completará exatamente 40 semanas. O ultrassom
de primeiro trimestre é a forma mais confiável para a determinação da IG e da DPP. Entre
7 e 10 semanas o erro é de mais de 3 dias, entre 10 e 14 de mais de 5 dias e no terceiro
trimestre o erro é de 3 a 4 semanas.
Rotina de todas as consultas: Na primeira consulta é feita anamnese e exame físico, se
atentando aos riscos e aspectos emocionais. Devem ser estimulados os hábitos de vida
saudáveis, tão logo solicitando e avaliando exames. As informações devem ser anotadas
no prontuário e na carteirinha da gestante.
Primeira consulta: Uma paciente de baixo risco deve ter no mínimo 6 consultas,
com uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre. Para
o Ministério da Saúde se difere, com consultas mensais até a semana 28, quinzenal entre
28 e 36 semanas e semanais entre 36 e 41 semanas. É feita então anamnese e EF.
Anamnese: Com aspectos epidemiológicos, antecedentes familiares,
antecedentes pessoais, história ginecológica e obstétrica, e situação da gravidez atual.
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Medida de altura uterina: Medida que vai da sínfise púbica até o topo
do útero. Após 20 semanas de gravidez, a medida da altura uterina frequentemente
coincide com o número de semanas de gestação. Além disso, discrepâncias entre número
de semanas e centímetros de medida de altura uterina podem indicar problemas. Em caso
de abdome em avental, como ocorre em obesas, é necessário elevar a pele do abdome
para que a medida seja feita.
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Exame físico: Peso materno e IMC, PA, exame médico geral, palpação e
altura uterina, BCF, avaliar presença de edema e exame ginecológico quando necessário.
Alta do pré-natal: Não existe, devendo realizar até o nascimento da criança.
Rotina de exames:
5-8 semanas: Na primeira consulta é realizado US para determinação de IG, rotina
laboratorial, eletroforese de Hb (teste da mãezinha) e coleta do citopatológico de colo de
útero (quando necessário). A rotina laboratorial abrange hemograma, PU, urocultura,
glicemia de jejum, HbsAg, anti HBS, toxoplasmose IgG e IgM, VDRL, anti HIV e TR HIV,
tipagem sanguínea e fator Rh, coombs indireto (se Rh negativo), EPF (SN).
11-14 semanas: US morfológico do primeiro trimestre. Permite descarte de doenças
e síndromes, como Sd. de Down. Junto do morfológico é feito doppler de artérias uterinas,
que quando há resistência elevada existe um maior risco de pré-eclâmpsia.
20-24 semanas: US morfológico de segundo trimestre.
24-28 semanas: TOTG de 75g de glicose em jejum, com uma e duas horas.
28-30 semanas: Hemograma, PU, urocultura, glicemia de jejum, HbsAg,
toxoplasmose IgG e IgM, VDRL, anti HIV e US (opcional). Ou seja, repete a rotina.
35-37 semanas: Não é obrigatório, mas pode ser coletado com um Swab para
pesquisa de Streptococcus do grupo B, que pode causar sepse neonatal, dependendo de
antibiótico durante o trabalho de parto.
Exames em casos especiais: TSH, EPF, coombs indireto (quando Rh negativo),
anti-HCV e exame de secreção vaginal. Não são obrigatórios.
Suplementação: É obrigatório fornecer ácido fólico (quando no SUS), pelo menos 12 dias
antes de concepção e até a semana 12, e sulfato ferroso a partir das 20 semanas até 30
dias após o parto (onde aumenta a incidência de anemia). A suplementação dietética
rotineira de vitaminas não é recomendada.
Vacinas indicadas: Influenza (em campanha), dTpa (20 semanas), dT (se incompleto),
hepatite B (com anti HBS inferior a 100) e atualmente COVID-19. Para áreas endêmicas é
indicada vacina de febre amarela, identificando risco benefício. Vacinas de vírus vivo não
pode ser realizada.
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Anatomia fetal:
Crânio:
Fontanelas: Podem ser palpadas para melhor definir a posição do feto.
Fontanela anterior: Ou bregmática. Tem um traçado de losango.
Fontanela posterior: Ou lambdoide. Tem um a forma de um triângulo.
Suturas: Frontal, coronal, sagital e lambdoide.
Ossos: Frontais, parietais e occipital.
Apresentação: Parte fetal que ocupa o estreito superior da pelve materna, onde se
insinuará (contato com a pelve). O sentido se dá por meio da palpação ou pelo exame do
toque, com presença de dilatação. É o polo que desce primeiro na pelve.
Cefálica: A melhor posição
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Atitude: Relação do feto com o próprio eixo. É a maneira em que o feto permanece
dentro do útero, podendo ser em extensão ou flexão. O mais desejado é fletido, tendo o
menor diâmetro subocciptobregmático. Quanto maior a extensão pior é para o parto.
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curto, no USG do segundo trimestre, não é realizado de rotina após 24s (pode fazer
cerclagem ou não), pois o tamanho do colo não diz sobre incompetência ou competência.
Procedimento: É realizada uma sutura, mantendo o colo fechado. Utiliza-se
um fio não absorvível, tendo que retirar após. Cerca de um centímetro deve ser deixado de
abertura do colo, não fechando totalmente, pois se ocorrer algum sangramento e estiver
completamente fechado não será percebido.
até que seja possível a transferência para um local com UTI neonatal e pediatra. A tocólise
nunca é feita para prolongar os dias até o nascimento ou aguentar as 37 semanas
gestacionais, pois há mais riscos do que benefícios.
Indicação: Entre 24 e 34 semanas. Antes de 22s não há viabilidade. Entre 22
e 23 semanas dependerá de uma avaliação individual. Atualmente é realizada a tocólise
até 36s e 6d de gestação.
Após inibição e corticoide: Após 24 a 48 horas de tocolítico, este é retirado
em desmame. Com sucesso, é recomendado o uso de progesterona via vaginal profilática.
Contraindicações:
Absolutas: Doença CV ou renal grave, HAS não controlada, pré-
eclâmpsia grave, DM não controlada, descolamento prematuro de placenta, infecção ovular
(corioamnionite), anormalidades fetais incompatíveis com a vida, morte fetal, gestação igual
ou superior a 37 semanas e condição fetal não tranquilizadora.
Relativas: Irão depender a situação.
Doses do tocolítico: A tocólise pode ser feita com nifedipino (bloqueador de
canal de Ca), terbutalina (betamimético) ou com atosibana (antagonista de receptor de
ocitocina, não disponível no Brasil). A primeira escolha depende do local de serviço
Nifedipino: Iniciado em dose de ataque, com 10-20mg VO a cada 20
minutos, com 3 doses. Após, manutenção com 20mg VO de 8 em 8h por 48h (tempo do
ciclo de corticoide). Causa queda de pressão, edema e rubor facial. Mais tolerável.
Terbutalina: Com mais efeitos colaterais mas mais eficaz, segurando
melhor as contrações. É iniciada em dose de ataque com 5 ampolas em 500ml de soro
glicosado 5%, iniciando com 10-20 gotas/min, IV, observando tolerância. Pulso materno
deve ficar abaixo de 120 e fetal abaixo de 180. Não se deve fazer tocólise com terbutalina
em gestantes com suspeita de infecção. O principal efeito é taquicardia, tanto materna
quanto fetal, mas também causa hiperglicemia materna.
Corticoide: Utiliza-se betametasona principalmente, tendo um impacto muito
grande na prematuridade, reduzindo complicações induzindo maturação pulmonar, tendo
em vista se tratar do órgão com desenvolvimento completo mais tardio. O corticoide
promove a síntese do surfactante pulmonar, aumentando a complacência. Indicado na
eminência de nascimento nos próximos 7 dias em fetos prematuros (está em TPP, sendo
indicação precisa, pois não há benefício repetir ciclos). É feita até 36s e 6d se nunca fez
corticoide antes, realizando um ciclo, pois existem benefícios.
Betametasona: Com Celestone®. São 24mg (duas doses), realizando
uma dose IM de 12mg a cada 24h.
Dexametasona: 4 doses de 6mg IM a cada 12h.
Contraindicação: Em gestantes com infecção ovular ou infecção
materna. Em diabéticas necessita bomba de insulina para não descompensar a glicemia.
Profilaxia da infecção por Streptococcus do grupo B: Pode ocorrer sepse
neonatal precoce. Com TTP é feito antibiótico profilático, pois a paciente só coleta o swab
vaginal com 35s normalmente. É feito um swab ao internar e já iniciado o antibiótico,
aguardando o resultado. Se negativo, suspende, e se positivo, mantém.
Penicilina cristalina: Droga de escolha para profilaxia. Inicia em dose
de ataque de 5 milhões EV e 2,5 milhões de UI após, EV, de 4/4h.
Ampicilina: 2g EV em dose de ataque e 1g de 4/4h.
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do encaixamento não significa que não ocorrerá o parto. A flexão é determinada ao toque,
identificando as fontanelas conforme suas particularidades, dependendo da prática de
quem avalia e da ausência de uma membrana íntegra.
Descida: Ocorre do começo ao fim, não havendo parto sem descida, sendo
o fator mais importante do trabalho de parto e estando relacionada a um bom prognóstico,
iniciando ao encaixamento e terminando só na expulsão do feto. Depende de contrações
uterinas, resistência de partes moles (canal vaginal), configuração da pelve (ginecoide mais
favorável) e das dimensões e posição da cabeça fetal (vértice é o ideal). Também se avalia
ao exame físico de toque.
Rotação interna: Inicia com o osso occipital encostando no assoalho pélvico.
A amplitude da rotação é menor quando anterior e maior quando posterior e assim a sutura
sagital fica no sentido AP da pelve. Simultaneamente penetram as espáduas ao estreito
superior. Avaliada clinicamente no toque vaginal definindo condutas.
Posição: É a relação do dorso fetal com pontos de referência do
abdome materno. Pode ser esquerda, direita, anterior e posterior. Isso é avaliado com
manobras de Leopold ou ultrassom. O bebê anterior tem uma rotação interna de amplitude
menor, e em posterior a amplitude é maior. As variedades de posição da apresentação
cefálica são occiptotransversa direita, occiptoanterior direita, occiptosacra e occiptopúbica.
Deflexão: Tem início com a cabeça fetal estando ao nível do períneo, ou seja,
estando para nascer. A fontanela posterior fica sob a sínfise púbica, a sutura sagital em
sentido AP e há o desprendimento da cabeça fetal, processando por deflexão em báscula,
onde o canal do parto fica em um formato de anzol.
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Fase latente: Dura 8 a 12 horas, indo até a inclinação para uma dilatação
mais efetiva. É preferido que a paciente esteja em um ambiente calmo, como o aconchego
familiar, aguardando a fase ativa. O internamento em fase latente é um preditor ruim do
trabalho de parto, apesar de ser comum na prática clínica.
Fase ativa: Considerada na dilatação de 4 a 6cm, junto de contrações
efetivas. O maior consenso é de 6 cm. A fase ativa é semelhante para todas as mulheres,
não dependendo de se tratar de uma primípara ou de uma multípara.
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Diagnóstico: Depende de uma boa história clínica e exame físico. Há perda de líquido
claro por via vaginal em grande quantia, embora algumas pacientes possam referir perda
de líquido contínua ou intermitente em pequena quantia ou apenas estarem com sensação
de umidade vaginal ou perineal.
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Exame físico:
Especular: Padrão ouro. A visualização de líquido refluindo pelo orifício
cervical externo é a confirmação diagnóstica, não sendo necessário nenhum tipo de exame
complementar. Caso não observado deve-se elevar a apresentação fetal por via supra-
púbica, realizando concomitantemente pressão em direção craniocaudal no abdome
materno, ou manobra de valsava ou ainda pedindo para a paciente tossir.
Rechaço fetal: Sem o espéculo, é feito o toque, empurrando a cabeça para
ver se o líquido reflui, ou empurrando o abdome para ver se sai mais líquido.
Evitar toque vaginal: Para diminuir o risco de infecção, tendo em vista que
houve perda da proteção. É feito somente se indicado, evitando a repetição constante.
Testes diagnósticos: Pouco feito no SUS, indicados em dúvida diagnóstica.
Avaliação do pH do líquido (teste da Nitrazina): O pH muda quanto em
contato com o líquido amniótico. O pH do LA é neutro, entre 7 e 7,5.
Citologia: Líquido com células descamativas do bebê (células da epiderme).
Quando coradas pelo sulfato azul de Nilo a 0,1%, apresentam-se em uma cor alaranjada.
Cristalização: Com microscopia. Quando houver cristalização do líquido
coletado pode ser feito diagnóstico de LA.
Ecografia: Pode auxiliar, mas pode trazer mais dúvidas. Com a bolsa
rompendo, o bebê que está bem, continua produzindo líquido, e assim o USG não mostra
ausência de líquido amniótico. Então o líquido pode estar baixo ou normal, e mesmo
estando em níveis normais não permite descarte de rompimento, da mesma maneira que
estando baixo não significa rotura (outros mecanismos reduzem).
Teste do forro: Na dúvida, é pedido para a paciente por um forro colorido
entre a vagina e a roupa íntima e então para que a paciente deambule. Após duas horas é
pedido para ver o forro e cheirar, onde o líquido amniótico tem um cheiro de água sanitária.
Manejo: A conduta depende da idade gestacional, presença de infecção e vitalidade fetal.
Qualquer evidencia de infecção ovular ou alterações na avaliação do bem-estar fetal são
indicações de interrupção da gestação.
Manejo básico: Descartar prolapso de cordão umbilical e descolamento prematuro
de placenta, determinar a idade gestacional e a apresentação fetal, buscar sinais de
infecção intrauterina, realizar avaliação do bem-estar fetal e coletar material para pesquisa
de Streptococcus do grupo B.
RPMO termo >=37s: Através da idade gestacional é escolhido o manejo. Estando
acima de 37s os problemas estão resolvidos, pois o bebê está pronto para nascer, tendo
conduta ativa, induzindo o parto com interrupção da gestação, ou cesárea caso existam
contraindicações. 80 a 95% das pacientes em que o bebe é maduro e a bolsa rompe, em
cerca de 12 a 24h ocorre um TP espontâneo, e então pode ser dado um tempo para a mãe,
não existindo contraindicações absolutas ao manejo expectante por um certo período. No
entanto, o manejo expectante só deve ser feito se as condições maternas e fetais
permitirem, informando a paciente dos ricos de uma RPMO prolongada. Se o bebe é termo
a coleta de Streptococcus do grupo B já foi feita (em 35s), e se for positivo, enquanto induz
o parto é feito antibiótico profilático, enquanto se for negativo não precisa de antibiótico.
Não é necessário corticoide.
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RPMO <24s: Pré-maturo em geral, mas em especial abaixo de 24s, sendo antes da
viabilidade. A conduta depende do hospital, do protocolo e do optado pela paciente,
podendo ser expectante ou com interrupção da gestação, não havendo consenso.
Complicações maternas: Infecção ovular, endometrite, descolamento
prematuro de placenta e retenção placentária.
Complicações fetais: Relacionadas à prematuridade, com risco de morte
fetal, hipoplasia pulmonar e compressão de membros devido ao oligodrâmnio por tempo
prolongado (sobrevida de 6% em nascimentos abaixo de 24s).
RPMO pré-termo 24-37s: Causa mais confusões. De maneira geral, expectante
quando abaixo de 34 semanas se não houver contraindicações maternas ou fetais. Entre
34 e 37 pode ser feito um manejo ativo (interrupção) ou também mantendo em conduta
expectante, mas com estudos demonstrando superioridade na interrupção. Não é errado
aguardar entre 34 e 37, mas as chances de infecção aumentam. As pacientes ficam
monitorizadas no hospital. Em casos de alguma infecção ovular, resultados não
tranquilizadores de bem-estar fetal, descolamento da placenta e corioamnionite a conduta
é interromper a gestação.
Conduta: Avaliar o bem estar fetal com cardiotocografia e USG, realizar uma
triagem infecciosa (HMG, PCR, PU e URC), terapia antimicrobiana, pesquisa de
Streptococcus do grupo B (coleta com swab) se ainda não foi feito, realização de corticoide
assim como na prematuridade e fornecimento de sulfato de magnésio quando abaixo de
32s e em risco de parto imediato (para neuroproteção). A tocólise não é indicada para casos
de RPMO, com aumento do risco de corioamnionite e situações especiais dependem de
transferência para locais com suporte ou UTI-neonatal.
Terapia antimicrobiana: Não é o mesmo que a profilaxia para
Streptococcus do grupo B. É feita antes de 34s (24-34s), com o objetivo de aumentar o
tempo de latência para início do TP. Inicialmente é realizado a terapia antimicrobiana, e
após, se o swab para SGB for positivo, é feita a profilaxia. Utiliza-se azitromicina 1g VO em
dose única associada à ampicilina 2g IV em ataque e 1g de 6 em 6 horas por 48 horas para
manutenção, seguindo com amoxicilina 500mg VO de 8 em 8 horas por 5 dias.
Fluxograma de manejo da RPMO:
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Corioamnionite:
Diagnóstico: Feito na presença de febre (critério maior), com mais algum dos sinais
dentre leucocitose, útero doloroso a palpação, secreção vaginal com odor fétido, taquicardia
materna e taquicardia fetal.
Manejo: A conduta é sempre interrupção da gestação, independentemente da idade
gestacional, preferindo um parto normal a cesariana, induzindo o parto. Interrupção não
significa cesárea.
Tratamento:
Esquema 1 de tratamento: O mais utilizado, com Clind-Gen. É administrado
clindamicina 900mg IV de 8 em 8 horas (ou 600mg IV de 6 em 6 horas) e gentamicina
1,5mg/kg IV de 8 em 8 horas (ou 3,5 a 5 mg/kg em dose única diária).
Esquema 2 de tratamento: Ampicilina, gentamicina e metronidazol. É
administrado ampicilina 2g IV de 6 em 6 horas, gentamicina 1,5mg/kg IV de 8 em 8 horas
(ou 3,5 a 5 mg/kg em dose única diária) e metronidazol 500mg IV de 8 em 8 horas.
Antibiótico: Mantido por até 48h após o parto ou 48h após o último pico febril,
sendo escolhido o mais precoce.
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Termos:
Zigosidade: Monozigótica ou dizigótica. Corresponde ao tipo de concepção,
se é um espermatozoide e um óvulo, ou se são dois.
Corionicidade: Uma ou duas placentas.
Amniocidade: Uma ou duas bolsas.
Monozigóticos: Gêmeos idênticos, onde um zigoto se diferencia em dois. Possuem
o mesmo material genético, sendo idênticos, que pode ser dicoriônica e diamniótica
(DCDA), monocoriônica e diamniótica (MCDA) ou ainda monocoriônica e monoamniótica
(MCMA). Isso depende do momento de divisão do zigoto, no dia após a fecundação,
definindo um tipo de corionicidade e de amniocidade. Se a divisão ocorre em até 3 dias
após a fecundação tem duas placentas e duas bolsas (DCDA), entre 4 e 7 dias tem uma
placenta e duas bolsas (MCDA), entre 8 e 12 dias uma placenta e uma bolsa (MCMA) e
quando não ocorre até 12 dias há gemelaridade imperfeita, com bebês grudados pela
cabeça ou costas.
Dizigóticos: Gêmeos não idênticos, sempre sendo gestações dicoriônicas e
diamnióticas, pois cada um vem de um zigoto diferente.
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Diagnóstico: No passado o diagnóstico era feito quando a altura uterina era muito grande,
somente durante o nascimento ou ainda ao identificar 2 batimentos cardíacos fetais
diferentes. Atualmente é feito com USG, que idealmente deve ser precoce, identificando
amniocidade e corionicidade, rastreando até 12-13 semanas, ainda no primeiro trimestre.
No USG é determinada a idade gestacional, a amniocidade e a corionicidade.
Datação: Antes de 13 semanas é feita datação com comprimento cabeça-nádega
(CCN). No laudo não existem dois tempos de gestação, sendo escolhido o maior CCN para
definir (nem sempre CCN é igual entre os fetos).
Corionicidade: Importante definir para manter com cautela as complicações.
Tardiamente a definição se torna difícil, pois dicoriônicos podem fundir com o avançar da
gestação. Na dúvida, é assumido como monocoriônica para não deixar complicações
passarem despercebidas, em caso de um pré-natal tardio.
Sinal do lambda (λ): Diz que a gestação dicoriônica (DC). Uma projeção
triangular de tecido coriônico central entre duas camadas de âmnio, sendo sugestivo de
uma gestação DC.
Sinal do T: Não mostra um delta, pois não há separação de massa, tendo
uma placenta e duas bolsas (MCDA). Uma membrana divisória fina com apenas duas
camadas amnióticas reflete a gestação MCDA.
Sexos diferentes ou duas massas placentárias: DC.
Amniocidade: Presença de membrana intra-amniótica ou não.
Complicações: Nas gestações gemelares, a ocorrência de desfechos adversos maternos
e fetais (como RCF, pré-eclâmpsia e prematuridade) é mais frequente do que na gestação
de feto único, sendo importante um pré-natal em centro de referência e a atenção para o
diagnóstico precoce das principais complicações.
Vascularização: Gestações MC possuem mais complicações que gestações DC,
pois em MC os gêmeos compartilham o mesmo território placentário em diferentes frações.
Além disso, existem conexões vasculares (anastomoses) placentárias entre as circulações
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Fetais: MC são sempre mais incidentes. Pode ocorrer aborto (11-23s), óbito
perinatal (>23s), nascimento pré-termo (<32s), óbito de um gêmeo (2-3 trimestre),
crescimento discordante e anormalidades estruturais maiores.
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Seguimento e interrupção: Gestação gemelar não suporta aguardar até 41 a 42s. Como
interromper e o momento depende do tipo de gestação gemelar.
Vigilância antenatal
US de seguimento Nascimento
com CTG e PBF
DCDA 4/4s (>20-22s) 1x/s (≥34-36s) 38s ou 38+6d
MCDA 2/2s (>16s) 1x/s (≥32s) 36s ou 36+6d
MCMA 2/2s (>16s) Internar ≥26-28s Cesárea 32-34s
Via de parto:
DCs e MCs: Nas gestações diamnióticas não complicadas (DCs e MCs), a via de
parto pode ser determinada pelo tipo de apresentação, pela IG e pela experiência do
obstetra. Quando o primeiro feto é cefálico, independentemente da apresentação do
segundo, pode-se considerar parto vaginal, desde que se tenha disponibilidade de obstetra
com experiência em parto gemelar e versão interna, anestesiologista disponível e sala
cirúrgica para realização de cesariana de urgência.
MA: Nas gestações monoamnióticas, o nascimento deve ser por cesariana, para
evitar complicações do cordão umbilical do gêmeo não apresentado no momento da saída
do primeiro feto.
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material. As cicatrizes causam fibroses, podendo se tornar mais difícil engravidar pois
dificulta a implantação de um novo embrião
assinado pela mulher, onde ela declara estar ciente dos riscos do prosseguimento da
gravidez e concorda com a decisão quanto ao aborto.
Anencefalia fetal: Depende do diagnóstico fetal feito com US a partir de 12 semanas
de gestação. O laudo deve ser assinado por dois médicos capacitados para o diagnóstico
ultrassonográfico, tendo o consentimento da mulher também assinado.
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Tratamento:
Prevenção: Com vitamina B6 (Dramin B6) e polivitamínico.
Manejo não farmacológico: As refeições devem ser feitas em pequenas quantias,
a cada duas horas, evitando alimentos gordurosos, condimentados e industrializados,
preferindo alimentos leves, secos, gelados e azedos. Sólidos e líquidos devem ser
separados, não ingerindo de maneira associada. Estímulos sensoriais devem ser evitados,
tendo cautela no preparo de alimentos e cuidando com perfumes. Também é necessário
um acompanhamento multiprofissional, com apoio psicoemocional em psicólogo e sessões
de acupuntura. Alimentos quentes como chá e sopa pioram o quadro, enquanto alimentos
gelados como picolé ou comida fria e seca melhoram.
Manejo farmacológico:
Odansetrona (Vonau): Com uma resposta boa e baixo risco para o feto
quanto más-formações cardíacas e orofaciais. Existe comprimido oral e absorvível, dando
preferência ao absorvível devido ao risco de vomitar.
Dimenidrato + Piridoxina (Dramin B6): Primeira escolha na gestação.
Metoclopramida (Plasil): Causa sintomas extrapiramidais e espasmos.
Meclizina (Meclin): 50mg ao dormir, diminuindo náuseas matinais.
Internação: Indicada para casos com PUQE superior a 6, realizando o controle do
peso e diurese da paciente, corrigindo distúrbios hidroeletrolíticos em caso de potássio
reduzido (EV, pois VO está impossibilitada) e fornecendo apoio psicológico. O jejum deve
ser mantido por 24 a 48 horas, corrigindo glicemia com soro glicofisiológico, também
hidratando e repondo eletrólitos, evoluindo dieta após. A hidratação venosa com solução
glicofisiológica é fornecida em volume de 2000 a 4000ml a cada 24h. Antieméticos de
horário devem ser mantidos, com Vonau 8mg 6/6h, Plasil 10mg 6/6h e Dramin B6 6/6h,
onde em casos muito graves podem recorrer a corticoides e sedativos. Antieméticos podem
ser intercalados, de 3/3h.
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Diagnóstico:
Palpação abdominal: A partir das manobras de Leopold pode ser sugerida
uma apresentação pélvica, identificando o polo cefálico como algo duro e que ‘repele’ a
palpação no fundo uterino, e o polo pélvico ou nádegas como uma formação mais irregular
e redutível no estreito superior da pelve materna.
Ausculta cardíaca: BCFs identificados acima da cicatriz umbilical.
Toque vaginal: Em apresentações pélvicas incompletas é possível palpar o
sacro, tuberosidades isquiáticas, sulco interglúteo, ânus e genitália externa. A linha de
orientação nestes casos é o próprio sulco interglúteo e o melhor ponto de referência é o
sacro fetal. Para casos de apresentação pélvica completa são palpados pés e nádegas.
US: A ultrassonografia permite diagnosticar ao pré-natal a apresentação,
sendo a melhor maneira de identificar.
Manejo: Ao diagnosticar uma apresentação pélvica a via de parto preferencial se
torna a cesárea, devido à pouca prática dos obstetras e alto risco de complicações em parto
vaginal. Entretanto, cesárea não é indicação absoluta, devendo levar em consideração o
desejo da paciente e a experiência do obstetra.
VCE: Sempre que possível deve ser feito o encorajamento para a versão
cefálica externa (VCE) para casos em que a paciente deseja seguir com parto vaginal, onde
o obstetra palpando a barriga da mãe tenta forçar o feto a evoluir para uma apresentação
cefálica. A manobra de VCE é indicada somente para fetos com mais de 37s completas de
gestação, tendo um sucesso maior se a placenta for posterior. O maior risco é o
descolamento de placenta, que evolui obrigatoriamente para cesárea.
Indicações de cesárea em apresentação pélvica: Vício pélvico (pelve
materna estreita), peso fetal inferior a 2000g, peso fetal superior a 3500g, prematuridade
(entre 26 e 34s, com aumento do risco de desprendimento abrupto de cabeça), RPMO,
malformações fetais, hiperextensão de cabeça fetal, trabalho de parto disfuncional (não
está evoluindo bem), apresentações pélvicas incompletas em modo pés ou joelhos e
primiparidade (maior risco pela pelve materna, exceto aquelas com condições ideais para
evolução em parto vaginal).
Assistência ao parto pélvico: Três segmentos, com dificuldade crescente à
medida que progride. Esses segmentos são o desprendimento do polo pélvico,
desprendimento dos ombros e por fim desprendimento da cabeça. O maior problema no
parto vaginal é a possibilidade da passagem do corpo fetal por um colo uterino que não
está completamente dilatado, impedindo que passe a cabeça, sendo imperativo evitar a
tração prematura de pés ou corpo fetal. A regra cardinal do parto pélvico é evitar a
manipulação do feto até que ocorra a expulsão até o nível do umbigo.
Critérios que permitem parto pélvico: Modo nádegas ou completo, peso
fetal entre 2500g e 3500g, cabeça fetal fletida, pelve materna adequada (pelvimetria),
trabalho de parto eutócico com boa proporção feto-pélvica, ausência de malformações
(hidrocefalia, meningomielocele etc.), dilatação completa, obstetra experiente e auxiliar
treinado, disponibilidade de anestesia e analgesia, e acompanhamento com neonatologista.
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Manobras de rotação: São todas internas, indicadas a partir da falha das manobras
de tração. São mais invasivas, e dessa maneira também mais difíceis.
Rubin: Gira empurrando o ombro pela parte posterior.
Parafuso: Gira empurrando o ombro pela parte anterior.
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Sling: Tração em axila posterior com o uso de um sling, sendo feita mediante
realização do posicionamento de uma alça na axila fetal para a tração, podendo utilizar um
cateter urinário ou tubo de sucção.
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Prevenção: A distocia não pode ser prevenida, mas a escolha do método de parto pode
ser guiado em relação ao peso fetal. Fetos com mais de 4500g, identificado no US, tem
indicação de cesariana.
Conclusão: Emergência obstétrica, e seu manejo exige amplo conhecimento da fisiologia
do parto e das manobras utilizadas para a resolução dessa intercorrência tão importante e
não previsível. Fluxogramas de atendimento são fundamentais para orientar e padronizar
o manejo, bem como para reduzir desfechos não favoráveis. A equipe obstétrica, por essas
razões, necessita ter conhecimento claro desse fluxograma. O treinamento teórico e prático,
realizado periodicamente, é imprescindível para que a equipe esteja preparada para uma
situação que envolve estresse e necessidade de medidas precisas e eficientes em um curto
espaço de tempo.
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Taxas de sucesso: Ocorre falha em 18% das vezes, onde em geral, uma aplicação de
fórcipe sem sucesso é seguida de uma cesariana de emergência, enquanto uma aplicação
de vácuo-extrator sem sucesso é seguida de tentativa de uso de fórcipe.
Morbidade
Materna:
Fetal:
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Introdução:
Definição: Um documento obrigatório para todos os tipos e partos, sendo uma
representação gráfica da evolução do TP, onde com as marcações é possível acompanhar
a evolução, identificar alterações e instituir o tratamento adequado. Há evidência científica
de nível A que o partograma tem grande valor na condução do parto.
Utilidade: Permite acompanhar a evolução do TP, documentar o TP, diagnosticar
alterações no TP, indicar a tomada de condutas apropriadas, evitar intervenções
desnecessárias e servir para a proteção legal do profissional.
Informações: Identificação, data e horário do início do TP, dilatação de colo, altura
do feto no plano de De Lee, apresentação fetal, variedade de posição, contratilidade uterina,
integridade da bolsa (e horário de rotura, junto da aparência do líquido – mecônio) e
intervenções realizadas (medicações, entre outras).
Início da marcação: O partograma deve começar a ser preenchido quando for
diagnosticada a fase ativa do TP, tendo 3 contrações em 10 minutos, com duração de 40s.
O início não deve ser feito na fase latente, pois apresenta uma falsa evolução insatisfatória
do trabalho de parto, guiando para condutas desnecessárias.
Fase latente X Fase ativa:
Fase latente: A paciente possui dor com contrações, mas que são irregulares
e sem nenhum padrão. Anda não há nenhuma dilatação, tendo apenas um afilamento do
colo. Pode ter uma duração e até 20h.
Fase ativa: As contrações se tornam mais frequentes e com forte intensidade,
durando mais do que 40s. Tem uma maior dilatação, que, segundo novas recomendações
da OMS, orienta para início do partograma acima de 5cm.
Nova diretriz da OMS: Reconhece que todo trabalho de parto e o parto em si é único
e que a duração do primeiro estágio ativo do trabalho varia de uma mulher para outra. Para
reduzir intervenções médicas desnecessárias, a diretriz da OMS declara que a referência
anterior para taxa de dilatação cervical a 1 cm/h durante a primeira fase ativa do trabalho
de parto (avaliada por um partograma) pode ser não é realista para algumas mulheres e é
impreciso na identificação de mulheres em risco de desfechos adversos.
Preenchimento: Cada coluna representa uma hora e cada linha um centímetro de
dilatação. As marcações devem sempre acontecer de hora em hora. A ordenada da
esquerda tem a marcação da dilatação, que convencionou-se marcar com um X ou com
um triângulo, enquanto a ordenada da direita traz os planos de De Lee, marcando com um
círculo. O partograma deve ser iniciado, com base na dilatação, na coluna anterior à linha
de alerta (no mesmo ou um quadrado antes), desse modo, nunca ocupando a primeira
coluna, começando sempre, pelo menos, a partir da segunda coluna. Junto com a
marcação da dilatação são anotadas data e hora.
Linhas: Norteiam a evolução do parto, mostrando quando agir em um parto que não
está progredindo adequadamente.
Dilatação cervical: Para quantificar deve ser tocado o orifício interno. A evolução
em multíparas costuma ser muito mais rápida do que em primíparas.
Plano de De Lee: Enquanto -5 a -1 o bebê está alto, em uma apresentação negativa.
Entre +1 e +4 o bebê está baixo, passando para uma apresentação positiva. As anotações
da apresentação deverá ser feita sempre na mesma coluna da dilatação, pois ambas as
avaliações são feitas juntas, de hora em hora.
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