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Anamnese e Exame Físico Obstétrico (Pré-natal)

Formação Médica Integrada V (Universidade Federal do Pampa)

A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade


Baixado por Gabriela Tasmo (gtasmo19@gmail.com)
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Anamnese e Exame Físico


Obstétrico (Pré-natal)
Objetivo é o nascimento de uma criança saudável e a redução máxima dos riscos
para a mãe

CONSULTA PRÉ-NATAL
ANAMNESE
Informações demográficas e pessoais
Nome, idade materna, etnia, estado civil, profissão, religião, nacionalidade,
naturalidade e procedência
Idade materna ideal para a gestação é de 20 - 29 anos (época de maior
fertilidade)
Gestantes adolescentes têm maior incidência de anemia, doença hipertensiva
específica da gestação, prematuridade, baixo peso ao nascer e desproporção
cefolopélvica
Acima dos 35 aumentam as chances de malformações fetais
Antecedentes clínicos pessoais e familiares
História detalhada de doenças familiares e pessoais, como HAS, endocrinopatias,
anemias, cardiopatias, pneumonias, colagenoses, doenças gastrointestinais,
oncológicas, psiquiátricas
Antecedentes ginecológicos e menstruais
Menarca, características dos últimos ciclos menstruais (periodicidade e duração),
tratamentos ginecológicos clínicos e cirúrgicos, métodos de anticoncepção e
data do último exame colpocitopatológico
História obstétrica atual e pregressa
Inclui idade gestacional, DPP e intercorrências na gestação
DPP é feito com base principal na DUM
Datação acurada da gestação é crucial no acompanhamento do pré-natal,
especialmente para a determinação do início da monitorização fetal
Idade gestacional menstrual deve ser confirmada por meio da US no 1º trimestre
Já nos antecedentes obstétricos, deve-se elencar o número de gestações, a via de
parto (abdominal ou vaginal), a idade gestacional no parto, o peso do RN, o ano

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de nascimento, idade do(s) filho(s) e as intercorrências clínicas e obstétricas em


gestações e partos anteriores
Quando houver antecedente de abortamento, deve-se avaliar se o evento foi
precoce ou tardio, espontâneo ou intencional, e se houve necessidade de
intervenção
Importante confirmar se a gestação possuía mais de 20 semanas ou não
Pergunta de sondagem: Houve velório do bebê?
Todas as gestações com < de 20 semanas são agrupadas coletivamente para
fins obstétricos como abortamentos, independente da etiologia
Se gestação ectópica, importante analisar quais tratamentos foram instituídos
(laparotomia, laparoscopia com salpingectomia ou salpingostomia,
medicamentoso ou expectante)
Denomina-se nuligesta a mulher que nunca engravidou e também não está
grávida no momento da consulta
Primigesta é a mulher que se encontra na primeira gestação ou já teve uma
gestação e não está grávida
A partir da segunda gestação usa-se multigesta
Nulípara quando nenhuma gravidez ultrapassou 20 semanas = nuligesta
Grande multípara é a mulher que apresentou mais de 5 gestações com + de 20
semanas
Informações e riscos psicossociais
ACOG e AMA recomendam interrogar sobre violência doméstica
Reconhecer marcas e características de abuso, como hematomas, lesões não
usuais, depressão, início tardio do pré-natal, absenteísmo elevado no pré-natal e
cancelamento de visitas em cima da hora com justificativas abstratas
Outros questionamentos são sobre gestação programada ou não, barreiras
potenciais para o pré-natal, ambiente familiar estável, saúde mental do casal,
nível de estresse, tabagismo, etilismo ou uso de drogas ilícitas

EXAME FÍSICO - EF
Exame físico completo deve ser preconizado na primeira consulta da gestação
Inspeção geral da pele, verificação de mucosas, temperatura, peso, estatura,
ausculta cardíaca e respiratória, palpação do pescoço e abdominal e exame
das extremidades
EF obstétrico inclui medida da AU e BCF com o sona Doppler, que passa a ser
possível entre 9 e 12 semanas
A ausculta com o estetoscópio de Pinard é possível a partir de 16 semanas

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Avaliação do crescimento fetal é feita pela medida da altura uterina; paciente


deve estar em decúbito dorsal, com os membros em extensão e a bexiga vazia;
medida é realizada com fita métrica entre a sínfese púbica e o fundo uterino,
sendo depois registrada na curva da AU de acordo com a idade gestacional
AU auxilia no rastreamento das alterações do crescimento fetal, das alterações
no volume de líquido amniótico e de gestação múltipla, quando não esta
disponível US
Exame de vulva e vagina inclui inspeção, exame especular com visualização do
cervice e toque vaginal
Deve-se avaliar possíveis lesões ST e secreções patológicas; no toque,
avaliam-se comprimento, consistência e dilatação do colo uterino
Exame das mamas também é obrigatório no pré-natal, tanto em busca de
alterações patológicas mamárias quanto para avaliação e preparo do mamilo para
a amamentação
Exame clínico completo não precisa ser repetido nas gestantes de baixo risco
Rotineiramente, nas consultas de acompanhamento avaliam-se peso materno,
PA, AU e BCF
Exame dos demais sistemas é realizado diante de alguma queixa clínica, assim
como o exame especular e toque digital, que devem ser realizados sempre que
houver queixa de perdas vaginais ou contrações

PERIODICIDADE DAS CONSULTAS


Preconizado pela OMS é 6 ou mais
Nas gestantes de baixo risco, após a realização da 1ª consulta, o retorno é
agendado para 15 dias depois para avaliação dos exames complementares
solicitados
Consultas têm periodicidade mensal de até 28 semanas, e a cada 2 a 3 semanas
até 36 semanas; depois é uma por semana até o parto
Gestantes de alto risco necessitam de retornos mais frequentes de acordo com a
doença de base

EXAMES LABORATORIAIS
Primeira consulta 
Tipo sanguíneo ABO e fator RhD
Pesquisa de anticorpos irregulares (inclusive para pacientes RhD-positivo)
Hemograma
Sorologia para rubéola

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Sorologia para toxoplasmose


Sorologia para hepatites B e C
Sorologia para sífilis
Sorologia para vírus da imunodeficiência humana (HIV)
Glicemia em jejum
Hormônio estimulante da tireoide (TSH)
Urina tipo I - EQU
Urocultura
Protoparasitológico de fezes (três amostras)
Colpocitologia oncótica (Papanicolaou)
Ultrassonografia
Acompanhamento do pré-natal
Mensal
Pesquisa de anticorpos irregulares (ou Coombs indireto): é repetida
mensalmente para as gestantes RhD-negativo com parceiro RhD-positivo
Sorologia para toxoplasmose no caso de a gestante apresentar
imunoglobulinas M (lgM) e (lgG) negativas 
Entre 24 e 28 semanas
Teste de tolerância oral à glicose de 75 g se a glicemia em jejum na primeira
consulta for inferior a 92 mg/dL 
Ecocardiografia fetal nas pacientes com indicação 
Terceiro trimestre
Sorologia para sífilis e para HIV
Se fatores de risco sorologia de hepatites B e C é repetida 
Pesquisa de colonização vaginal e perianal por Srreptococcus agalactiae entre
35 e 37 semana.
Tipo sanguíneo e pesquisa de anticorpos irregulares
Hemograma
Hemoglobina, hematócrito, volume e forma das hemácias, números absoluto e
diferencial dos leucócitos e o número total de plaquetas; valores menores que 11
g/dl de hemoglobina são considerados indicativos de anemia
É esperada leucocitose à custa do aumento dos neutrófilos, com a contagem
total de leucócitos não excedendo 14.000/mm³
Esperada uma queda discreta no número de plaquetas como consequência da
hemodiluição da gestação
Sorologias
Sífilis
Identificação feita por testes sorológicos 

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Existem os testes treponêmicos - fluorescenl treponemal antibody absorption


test (FTA·Abs), ensaio imunoenzimático (Elisa) e microhemaglutinination assy
for treponemal pallidum antibody (MHA·TP) - e não treponêmicos - VDRL e
rapid plasma reagin (RPR)
Toxoplasmose
Identificação pela detecção dos anticorpos lgG e lgM (Elisa). Para gestantes
suscetíveis (lgG e lgM negativas), o acompanhamento sorológico deve ser
mensal até 36 semanas de idade gestacional. Pacientes suscetíveis devem ser
orientadas com medidas higienodietéticas preventivas da infecção
Gestantes com pesquisa de lgG positiva e lgM negativa são consideradas
imunes e não necessitam da repetição do exame
Infecção aguda é caracterizada pela soroconversão das imunoglobulinas em
pacientes suscetíveis, sendo necessário encaminhamento das pacientes para
tratamento e acompanhamento em serviço especializado
Em pacientecom resultado de lgG e lgM positivas no primeiro trimestre. deve
ser realizado o teste de avidez para determinar se a infecção ocorreu antes
(alta avidez) ou durante a gestação (baixa avidez)
Rubéola
Rastreamento feito de pesquisa de lgG e lgM (Elisa). lgM for positiva, a
paciente deve ser encaminhada para avaliação de medicina fetal para correta
orientação e acompanhamento
Sorologia é negativa ela é considerada suscetível e deve ser orientada para
que, mediante qualquer exposição suspeita. repita a sorologia quantitativa o
mais precocemente possível e seja vacinada no puerpério caso mantenha
suscetível 
Anticorpos lgM surgem, durante a fase aguda da primoinfecção - em geral em
um período que varia de 3 a 5 dias após o rash cutâneo-, persistindo por até 4
semanas. Pacientes com pesquisa de lgG positivo e de lgM negativo são
consideradas imunes
Hepatite B
Pesquisa feita para todas as gestantes na primeira consulta do pré-natal.
Laboratório inicialmente pesquisa o anticorpo contra antígenos do
nucleocapsídio (core) do vírus da hepatite B (anti-HBc) {lgG e lgM). Anticorpo
anti-HBc surge no início do quadro clínico, nos primeiros 4 meses, sendo de
inicio lgM e posteriormente lgG. Marcador cobrindo a janela imunológica entre
a negativação do antígeno de superfície do vírus da hepatite B {AgHBs) e a
positivação do anticorpo contra AgHBs (anti-HBs). Pesquisa positiva é

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complementada pela pesquisa de AgHBs, anti-HBs, antígeno e do vírus da


hepatite B (AgHBe) e anticorpo contra oAgHBe (anti·HBe)
Sorologia de hepatite B é repetida na gestação quando há exposição a risco
de infecção 
Hepatite C
Pode ser realizado teste para detecção dos anticorpos totais antivírus da
hepatite C (VHC) ou dois testes por Elisa (de diferentes kits) para o VHC
Sorologia de hepatite C é repetida na gestação quando há exposição a risco
de infecção 
HIV
Realizado pelo método Elisa, que detecta anticorpos para HIV 1 e 2
Diante do resultado positivo, a gestante será acompanhada pelo especialista
conforme protocolo. Diante de resultado negativo, o exame é repetido
obrigatoriamente no terceiro trimestre, independentemente de qualquer
situação de risco, visando aos cuidados pré e pós-parto. 
Glicemia de jejum e TTG oral 75g
Valores de glicemia em jejum abaixo de 92 mg/dL são considerados normais.
Recomenda-se a aplicação universal do teste de tolerância à glicose oral de 75
g entre 24 e 28 semanas. Valores de normalidade
Jejum: < 92 mg/dL 
1 hora após sobrecarga:< 180 mg/dL
2 horas após sobrecarga: < 153 mg/dl
Se a gestante apresentar alteração em pelo menos um valor da curva, é
considerada diabética gestacional
Valores de glicemia em jejum entre 92 e 125 mg/dL definem o diagnóstico de
diabetes mellitus gestacional, enquanto valores de 126 mg/dL ou maiores são
considerados alterados e determinam o diagnóstico de diabetes não
diagnosticado previamente à gravidez (overt diabetes), sendo as gestantes
abordadas de maneira semelhante àquelas com diabetes prévio à gestação.
Nessa situação, solicita-se a hemoglobina glicada (HbA1C) com os objetivos
de avaliar o risco de malformação fetal e confirmar o diagnóstico de diabetes
mellitus. Caso a HbA1C apresente valores superiores a 6,5%, confirma-se o
diagnóstico. Na discordância entre esses exames (glicemia em jejum e
HbA1C), após o parto, a paciente deverá realizar o teste de tolerância oral à
glicose para estabelecimento de diagnóstico definitivo
Hormônio estimulante da tireoide
Rastreamento realizado com dosagem de hormônio estimulante da tireoide
(TSH)

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Caso haja alteração, a Pesquisa é complementada com dosagem de tiroxina


(T4)
EQU e urocultura
Características gerais, a presença de elementos anormais e a microscopia do
sedimento. A preferência é que seja a urina da manhã, pois é concentrada
(densidade > 1.025), ácida (pH < 6,5) e a proteinúria é negativa (ou inferiora
0,05 g/L), assim como a glicose, corpos cetônicos e as bilirrubinas 
Urocultura solicitada na primeira consulta tem por objetivo o rastreamento da
bacteriúria assintomática
Protoparasitológico de fezes
Identificará os protozoários e parasitas para que se proceda ao tratamento
adequado, se possível ainda na gravidez, segundo o permitido pelo protocolo
especifico. Muitos diagnósticos dínicos e/ou laboratoriais de anemias na
gestação podem ter corno única causa parasitoses intestinais
Colpocitopatologia oncótica
Pode ser colhida rotineiramente na primeira consulta. independentemente de
outras queixas e sem riscos para a gestação. Permite também que o obstetra
observe se há ectopia ou outras lesões cervicais, vaginais ou vulvares. No caso
de alterações macroscópicas e/ou na presença de alterações celulares à
citologia, o estudo colpocitológico é complementado por colposcopia e
vulvoscopia, com a realização de biópsia dirigida quando necessário
Cultura para streptococcus agalactiae (grupo B)
Presente na vagina e 10 a 30% das gestantes de forma transitória,
intermitente ou crônica . Transmissão vertical chega a 50% nos recém-
nascidos, na primeira hora de vida, quando a gestante apresenta cultura
vaginal ou anal positiva durante o pré-natal, e mais da metade dos casos de
sepse neonatal grave em recém-nascidos a termo tem o estreptococo do
grupo B como responsável. Pesquisa é feita com material coletado por swab
no introito vaginal e perianal. Segundo (CDC), o exame deveria ser realizado
para todas as gestantes entre 35 e 37 semanas de gestação para que seja
realizada profilaxia da infecção neonatal antes do parto 

ULTRASSONOGRAFIA
Ferramenta indispensável na assistência pré-natal. 
Benefícios: a datação correta da gestação. o diagnóstico da gestação não
evolutiva, o diagnóstico precoce da gestação múltipla, a detecção de
malformações fetais, o diagnóstico das alterações placentárias, do cordão

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umbilical e do crescimento fetal, além de ser um reforço psicológico aos pais com
a visualização das imagens fetais

NUTRIÇÃO
Importância
Avaliado preferencialmente no período preconcepcional e as modificações
alimentares necessárias também devem ser iniciadas antes da gestação. Fator
importante na redução da morbidade e da mortalidade materno-infantil
Incidência de complicações na gestação é maior nos extremos do ganho de peso.
Ganho inferior ao ideal para a faixa de índice de massa corporal (IMC) está
associado à restrição do crescimento fetal e ao parto prematuro, os ganhos
superiores estão associados à macrossomia fetal e a aumento de duas vezes na
taxa de cesáreas
Controle ponderal
Avaliação ponderal faz parte da rotina da assistência pré-natal. Peso matemo é
examinado de forma absoluta, assim como o ganho mensal e a relação
peso/estatura. Relação peso/estatura é o método mais padronizado de avaliação
ponderai, utilizando o IMC. O MS adota a curva de Ataiah; IMC é calculado em

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cada consulta e colocado no gráfico de acordo com a idade gestacional. Quatro


faixas: baixo peso, peso adequado, sobrepeso e obesidade
Ganho ponderal médio ideal da grávida é de aproximadamente 12,5 kg. O feto, a
placenta e o aumento uterino e das mamas representam aproximadamente 9 kg,
sendo o restante tecido gorduroso matemo. Ganho ponderai máximo
recomendado para as obesas é de até 9,1 kg
Ganho semanal para a gestante com peso ideal é de aproximadamente 400 g no
segundo e terceiro trimestres. Ganho menor que 1 kg ou maior que 3 kg em 1 mês
é sugestivo de mudanças nos hábitos alimentares ou de outros fatores que
possam contribuir para alterações no peso, como a retenção hídrica na pré-
eclâmpsia. Gestantes com ganho de peso inadequado se beneficiam de
acompanhamento nutricional especializado e individualizado
Gestantes que retomaram ao seu peso pré-gravídico até o sexto mês pós-parto
têm menor risco de obesidade quando comparadas às mulheres que não
recuperaram seu peso
Necessidades diárias
Recomendações das necessidades diárias foram construídas arbitrariamente,
com dois desvios-padrão acima da ingestão normal da população geral.
Recomenda-se um aumento de 300 kcal/dia na ingestão sobre os níveis pré-
gestacionais
Placenta e o feto consomem aproximadamente 1 kg de proteína durante a
gestação, e a maioria desse consumo ocorre nos últimos 6 meses da gestação.
Alimentos animais são considerados mais completos e com qualidade proteica
superior. Dieta vegetariana é usualmente incompleta, por ser deficiente em um
ou mais aminoácidos essenciais; em razão disso, é necessária uma
suplementação com produtos de soja e complementos alimentares
Restrições alimentares
Limitados ou evitados são peixes, cafeína, carnes cruas, frutas e vegetais não
lavados e produtos não pasteurizados
A exposição ao metilmercúrio pela ingestão de peixes contaminados pode causa
alterações no desenvolvimento do sistema nervoso central do feto, as quais
podem provocar prejuízos no desenvolvimento intelectual e psicomotor 

VITAMINAS E SUPLEMENTOS DIETÉTICOS


suplementação com ferro e ácido fólico em pacientes com baixa e média renda
em países em desenvolvimento está associada a menores taxas de baixo peso ao
nascer e pequenos para a idade gestacional

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deficiência de ferro é a principal causa de anemia. Ocorre aumento das


necessidades de ferro, por causa da captação de 15 a 20% do ferro total do
plasma materno pela placenta e pelo feto, além da expansão da volemia. Sais de
ferro, provenientes apenas da dieta, passam a ser insuficientes após 20 semanas
para a maioria das gestantes. Recomenda-se sua suplementação desde 16
semanas de gestação até 8 semanas após o parto.  A partir do segundo trimestre,
é recomendada a suplementação de 60 mg/dia de ferro elementar, que
corresponde a 300 mg de sulfato ferroso ou do ferro quelato glicinato
Ocorre aumento das necessidades de ácido fólico, relacionado com diminuição
da absorção, inadequada utilização ou maior demanda desse nutriente pelo
organismo. recomenda-se suplementação de 400 µg/dia e, em pacientes com
antecedentes, 4 mg/dia. Suplementação deve ser iniciada 3 meses antes da
gestação e continuar nos 2 primeiros meses
Ingestão de polivitamínicos contendo vitamina A deve ser evitada (teratogênica).
Suplementação de cálcio é recomendada na dose de 600 mg/dia apenas para
gestantes que não consumam produtos lácteos. Gestantes veganas necessitam
de maiores doses de suplementação de vitaminas B12 e D. Vitamina B6 é
recomendada para gestantes com nutrição inadequada (usuárias de drogas,
adolescentes e nos casos de gestação múltipla)

IMUNIZAÇÕES
Preferencialmente antes da gestação. Vacinas produzidas com vírus vivos
atenuados ão contraindicadas na gestação. Não imunizadas devem tomar a
vacina de rubéola, caxumba e sarampo (tripliceviral) no puerpério. Mulheres não
grávidas que receberam alguma dessas vacinas devem esperar um intervalo de
28 dias para uma gestação
Vacinação do tétano é rotineiramente recomendada na gestação como forma de
diminuir as taxas de mortalidade neonatal e infantil. Vacina de eleição é a dupla
bacteriana (dT, composta de toxoides contra o tétano e a difteria), no segundo
trimestre; ou a tríplice bacteriana (dTpa, contendo toxoides contra o tétano e a
difteria e componente pertussis acelular), no terceiro trimestre
(preferencialmente entre 27 e 36 semanas) para oferecer imunidade passiva ao
lactente contra a coqueluche. Gestantes com história vacinal prévia
desconhecida ou com vacinação incompleta, após sofrerem ferimentos grandes
ou contaminados, devem receber, além da vacina contra tétano e difteria, a
imunoglobulina hiperimune na dose de 250 UI por via intramuscular vacinas com

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bactérias inativadas para pneumococo e meningococo não têm suas indicações


alteradas pela gestação 
Vacinação da gripe (influenza) não é contraindicada na gestação 
Vacina da febre amarela é composta de vírus vivo atenuado e não deve ser
aplicada de rotina em gestantes, no entanto, caso a paciente viaje para área
endêmica de febre amarela, o benefício da aplicação da vacina deve ser
considerado em detrimento do risco
Hepatite B 3 doses (verificar calendário vacinal)

Dupla adulto 3 doses (verificar calendário vacinal)

dTPA (tríplice bacteriana) Uma dose à cada gestação a partir da 20 ª


semana

Vacina Influenza (Vacina contra Sazonal


Gripe) 
As vacinas “vivas” são constituídas de microrganismos atenuados, obtidas
através da seleção de cepas naturais (selvagens) e atenuadas através de
passagens em meios de cultura especiais (por exemplo, vacinas contra
poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola e febre amarela).O agente todo
permanece vivo e multiplica-se no hospedeiro. Como provocam infecção similar à
natural, têm em geral grande capacidade protetora com apenas uma dose e
conferem imunidade em longo prazo, possivelmente por toda a vida. Em geral, a
repetição das doses visa cobrir falhas da vacinação anterior. Os agentes
imunizantes vivos não são transmitidos para outras pessoas. Os mesmos causam
infecção na própria pessoa, porém não causam doença. Não devem ser
administradas a gestantes ou imunossuprimidos.
As vacinas “não vivas” geralmente necessitam vários reforços para induzir boa
imunidade. Podem ser administradas a gestantes ou imunossuprimidos; são
obtidas de diversas maneiras:
. Microrganismos inteiros inativados por meios físicos ou químicos, geralmente
o formaldeído, de tal forma que perdem sua capacidade infecciosa, mas mantêm
suas propriedades protetoras. Exemplos: vacina celular contra a coqueluche e
vacina inativada contra a poliomielite.
. Produtos tóxicos dos microrganismos, também inativados. Exemplos: vacinas
contra o tétano e a difteria.
. Vacinas de subunidades ou de fragmentos de microrganismos. Exemplo: alguns
tipos de vacina contra a influenza.

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. Vacinas obtidas através da identificação dos componentes dos


microrganismos responsáveis tanto pela agressão infecciosa quanto pela
proteção. Os componentes que sejam tóxicos são inativados, por exemplo,
vacina acelular contra a coqueluche.
. Vacinas obtidas por engenharia genética, em que um gene do microrganismo
que codifica uma proteína importante para a imunidade é inserido no genoma de
um vetor vivo que, ao se multiplicar, produzirá grandes quantidades do antígeno
protetor. Exemplo: vacina contra a hepatite B.
. Vacinas constituídas por polissacarídeos extraídos da cápsula de
microrganismos invasivos como o pneumococo e o meningococo. Por não
estimularem imunidade celular, timo-dependente, não protegem crianças com
menos de 2 anos de idade e a sua proteção é de curta duração (poucos anos). 
. Vacinas glicoconjugadas, em que os componentes polissacarídicos são
conjugados a proteínas (toxóide tetânico, toxina diftérica avirulenta, proteína
de membrana externa de meningococo, etc.), criando-se um complexo
antigênico capaz de provocar respostas imunológicas timo-dependentes e,
portanto, mais adequadas. Exemplo: vacinas conjugadas contra Haemophilus
influenzae do tipo B, vacina conjugada contra o pneumococo e vacina conjugada
contra o meningococo de tipo C.

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HPV
Enfatizar que as vacinas contra HPV são exclusivamente profiláticas e que
não apresentam indicação para tratamento de lesões ou infecção pelo HPV já
existentes.
As mulheres vacinadas não correm risco de adquirirem a infecção pelo HPV
através da vacinação, já que as vacinas são elaboradas através de engenharia
genética e destituídas de DNA viral

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A vacinação contra HPV não é contraindicada em pacientes HIV-positivo, pois


os estudos confirmam imunogenicidade e segurança nesta população. As
taxas de soroconversão são altas (ao menos 95%), porém menores do que
para as pacientes sem imunossupressão (99 a 100%). Não se observou
impacto aparente nas células CD4
Contraindicada na gestação
Hepatite A
Contraindicada na gestação
Hepatite B
Indicada na gestação

PRINCIPAIS QUEIXAS NA GESTAÇÃO


Náuseas
Queixas comuns na primeira metade da gestação. Acredita-se que esteja
relacionada à elevação súbita dos níveis de gonadotrofina coriônica humana
(hCG) e estrógeno
Lombalgia
70°/o das gestantes. Importante orientar as gestantes a utilizarem travesseiros
no dorso ao sentar e evitarem o uso de sapatos de salto alto e atividades físicas
extenuantes. Tratamento é feito com calor local, analgésicos simples e
fisioterapia, além das orientações posturais
Varizes
Predisposição genética, posição supina prolongada, gestação e idade avançada.
Varicosidade se torna mais proeminente com o crescimento uterino, o ganho
ponderal materno e o maior tempo de permanência na posição ortostática, como
decorrência do aumento da compressão das veias cava inferior, femorais e
pélvicas pelo útero. Sintomas de alterações estética, aparecimento acentuado
das veias nos membros inferiores desconforto grave dor. Tratamento repouso
com membros elevados e meias elásticas. Tratamento cirúrgico durante a
gestação não é recomendado, a não ser em casos muito graves que necessitam
de esclerose ou mesmo ligadura das veias 
Doença hemorroidária
Pode ter sua primeira manifestação na gestação ou ser exacerbada e agravada
durante a gravidez. Relacionada ao aumento da pressão nas veias retais pela
obstrução do retorno venoso causada pelo aumento uterino e pela constipação,
que também é comum
Pirose

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Sintomas mais comuns na gestação. Decorre do refluxo de conteúdo gástrico na


porção baixado esôfago, resultado da compressão uterina sobre o estômago e do
relaxamento do esfíncter inferior esofágico. Em geral, são sintomas leves que
melhoram com fracionamento das refeições, evitando a posição muito plana ao
deitar e com uso de antiácidos, como hidróxido de alumínio ou magnésio isolados
ou em combinação. Evitar a ingestão de alimentos gordurosos e contendo
cafeína que relaxam o esfíncter esofágico inferior.
Pica
Desvios de apetite para alimentos estranhos, como gelo (5%), lixo (14%) e terra
(64%), sintoma denominado pica 
Sialorreia
Hipersalivação na gestação pode ser secundária à estimulação das glândulas
salivares pela ingestão de amido
Obstipação
Muito comum e piora à medida que a gestação evolui. Progesterona pode exercer
efeito inibidor sobre a musculatura colônica. Orienta·se o aumento do consumo
de legumes, verduras e frutas para hidratação; se isso não for suficiente,
prescrevem·se formadores de bolo fecal que contenham psílio hidrofílico
muciloide ou farelo de trigo
Fadiga e sonolência
São mais comuns no início da gestação e, em geral, regridem espontaneamente
por volta do quarto mês. Etiologia é atribuída ao efeito da progesterona sobre o
sistema nervoso central
Cefaleia
Comum no início da gestação e pode estar associada a condições patológicas,
como sinusite, erros de refração, enxaquecas e doenças hipertensivas
Leucorreia
Comumente, aumento do fluxo vaginal não patológico. Aumento da secreção de
muco pelas glândulas endocervicais em resposta ao hiperestrogenismo e o
aumento da vascularização levando a um aumento na transudação pela mucosa
são, sem dúvida, fatores contribuintes para o fluxo vaginal aumentado.
Importante o exame ginecológico para afastar infecções como tricomoníase,
vaginose bacteriana e candidíase
Candidíase vaginal
Cerca de 25% das gestantes. Gravidez propicia a proliferação desse patógeno
em decorrência da umidade aumentada no meio vaginal, associada à redução do
pH vaginal e à alteração da imunidade celular. Progesterona facilita a aderência
do fungo às paredes vaginais e propicia seu crescimento. Outros fatores de risco:

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obesidade, uso de roupas justas de material sintético (por exemplo, lycra),


diabetes, imunodepressão e outras infecções vaginais. Quando apresenta
sintomas de corrimento acentuado, branco em flocos ou grumoso, pruriginoso,
com irritação vulvar:, o tratamento medicamentoso é preconizado. Cremes
vaginais à base de nistatina, miconazol e clotrimazol são eficazes no tratamento
da candidíase na gestação, devendo o uso ser estendido em comparação a não
gestantes. Miconazol e o clotrimazol pertencem à categoria e de riscos durante a
gestação, podendo ser usados por via oral quando há nítido beneficio 

OUTROS ASPECTOS
Exercício físico
Não é necessário que agestante limite o exercício físico, desde que não corra o
risco de acidentes ou de fadiga. As atividades de risco para queda e acidentes no
abdome devem ser evitadas. A gestação não é o momento para iniciar novos
exercícios aeróbios ou intensificar o treinamento 
Trabalho
Quem trabalham em atividades sem risco potencial podem continuar com suas
atividades até o momento do parto. atividades que demandam esforço físico
devem ser reduzidas, especialmente nas gestações de alto risco. 
Atividades que demandam maior esforço físico e maior permanência em pé,
como aquelas exercidas por caixas, dentistas, médicas, empregadas domésticas,
entre outras, estão associadas a maior taxa de panos prematuros.
Atividade sexual
Atividade sexual pode estimular o parto por estimulação física do segmento
inferior do útero, liberação endógena de ocitocina como resultado do orgasmo,
ação da prostaglandina do sêmen e exposição aumentada a agentes infecciosos.
Na ausência de complicações gestacionais a atividade sexual na gestação não é
contraindicada
Viagem de avião
Gestantes com complicações clínicas ou obstétricas devem evitar voos.
Durante o voo, a gestante deve se manter hidratada, mover os membros
regularmente e manter os cintos afivelados abaixo do abdome para se proteger
de turbulências inesperadas.
Recomenda-se o uso de meias elásticas.
A suplementação com oxigênio deve ser administrada para gestantes que não
tolerem a cabine, mesmo pressurizada 
Uso de cosméticos na gestação

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Emerge um compromisso do obstetra com a paciente de ter o conhecimento dos


cosméticos que são disponibilizados para as gestantes, com olhar atento ao
benefício real e à eficácia do produto, além da segurança oferecida para o feto
Uso de hidratantes pode ser liberado quando os produtos não contiverem
cafeína, ureia ou cânfora. Uso de protetores solares deve ser recomendado por
conta da maior chance de hiperpigmentação durante a gestação, sendo que
devem ser evitados aqueles que apresentarem em sua formulação 4-
metilbenzilideno cânfora ( 4-MBC), 3-benzilideno cânfora (3-BC) ou octocrileoo
(OC)
No caso de dúvida em procedimentos de beleza - realização desses
procedimentos deve ser evitada
Água oxigenada para o clareamento de pelos deve ser evitado nesse período,
principalmente nos primeiros 3 meses. cremes depilatórios devem ser evitados.
Aplicação de laser para depilação não é recomendado. 
Mulheres predispostas à acne devem evitar o uso de cosméticos com base oleosa

ALEITAMENTO
Incentivar e a orientar quanto ao aleitamento materno, lembrando que o exame
das mamas é obrigatório no pré-natal

Bibliografias
2016_zugaib_zugaib_obstetricia_3ed

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