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Palavras desconhecidas:
Qual o principal objetivo da assistência pré-natal ?
Assegurar que o nascimento de uma criança saudável com risco mínimo para a mãe.
Para tanto é necessário:
- Avaliação precoce e precisa da idade gestacional.
- Estratificação do risco gestacional
- Avaliação contínua do bem-estar materno e fetal
- Identificação dos problemas e, se possível, intervenção para prevenir e minimizar as morbidades.
- Educação da paciente aprimorando o cuidado e a qualidade de vida das pessoas envolvidas: mãe, filho e
familiares.
Mensalmente:
- Pesquisa de anticorpos irregulares é repetida mensalmente para a gestante RhD negativo com parceiro
RhD positivo.
- Sorologia para toxoplasmose para o caso da gestante apresentar imunoglobulinas IgM e IgG negativas.
Entre 24 a 29 semanas:
- Teste de intolerância oral à glicose de 75g se a glicemia em jejum na primeira consulta for inferior
92mg/dL
- Ecocardiografia fetal nas pacientes com indicação.
No terceiro trimestre:
- sorologia para sífilis e HIV
- Se a gestante apresentar fator de risco para hepatite, também é repetido a sorologia para hepatites B e
C.
- Pesquisa de colonização vaginal e perianal por streptococcus agalactiai entre 35 a 37.
Porque é necessário a ultrassonografia no pré-natal?
Entre os principais benefícios da ultrassonografia obstétrica estão a datação correta da gestação, o
diagnóstico da gestação não evolutiva, o diagnóstico precoce da gestação múltipla, a detecção de
malformações fetais, o diagnóstico das alterações placentárias, do cordão umbilical e do crescimento fetal,
além de ser um reforço psicológico aos pais com a visualização das imagens fetais.
PONTOS-CHAVE
• A assistência pré-natal tem por objetivo assegurar o nascimento de uma criança saudável e a redução dos
riscos maternos.
• O pré-natal deve ser oferecido a todas as gestantes. ,
• É recomendado que o número de consultas pré-natais seja de, no mínimo, seis.
• O pré-natal é dividido em primeira consulta e consultas de acompanhamento. Na primeira consulta, deve-se
definir a condição de saúde da mãe e do feto, estimar a idade gestacional do feto e iniciar o planejamento do
acompanhamento pré-natal.
• O exame físico deve ser geral, com avaliação de todos os aparelhos e sistemas e exame
obstétrico-ginecológico.
• São exames de rotina pré-natal: hemograma, tipo sanguíneo ABO e do fator Rh D, pesquisa de anticorpos
irregulares, hormônio estimulante da tireoide, glicemia em jejum, sorologia para toxoplasmose, rubéola, vírus
da imunodeficiência humana, sífilis, hepatites B e C, urina tipo 1, urocultura, protoparasitológico de fezes e
colpocitologia oncótica, teste de tolerância à glicose oral, cultura para streptococcus do grupo B.
• Para as gestações de baixo risco, são preconizados quatro exames de ultrassonografia na gestação.
• O adequado estado nutricional materno é considerado fator importante na redução da morbidade e da
mortalidade materno-infantil.
• O ganho ponderal médio ideal na gestação é de 12,5 kg, sendo o ganho médio de 400 g/semana no
segundo e terceiro trimestres da gestação.
• Recomenda-se a suplementação de 30 mg/dia de ferro elementar (a partir do segundo trimestre) e 5 mg/ dia
de folato, para prevenir anemias (desde o primeiro trimestre).
• A vacinação de tétano e coqueluche é rotineiramente recomendada na gestação a fim de diminuir as taxas
de mortalidade neonatal e infantil.
fatores de risco.
- Doenças maternas: Diabete Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica, Asma, Tireoidopatias, Epilepsia,
Cardiopatia, doenças autoimunes, entre outros.
- Idade materna: a idade materna avançada, ou seja, a partir dos 35 anos, está associada a aumento dos
riscos gestacionais, tanto pelo aumento do risco de problemas genéticos no feto (cromossomopatias fetais)
como pela presença de doenças maternas prévias.
- História obstétrica e ginecológica:
- História Familiar: Se já houve
- Uso de substâncias: tabagismo, alcoolismo e uso de drogas ilícitas podem ser prejudiciais para a mãe e
para o feto
Tabagismo: tem sido associado a abortamento, prematuridade, RCF( redução de crescimento fetal),
descolamento prematuro da placenta e rotura prematura de membranas ovulares.
Álcool: um grande espectro congênito está associado ao uso dessa substância na gestação, podendo-se ser
observado desde leve RCF até distúrbios neurológicos, com a ingestão moderada, e até desenvolver uma
síndrome fetal do alcoolismo materna, quando a ingestão for elevada.
Drogas ilícitas: efeitos diversos.
Exposições ambientais: cafeína, peso materno,
Exames físico e complementares.
Imunização: rubéola, tétano, difteria, varicela e caxumba.
TERATÓGENOS CONHECIDOS
- Álcool
- Anticonvulsivantes: Fenitoína, Carbamazepina, Ácido valproico, Fenobarbital, Trimetadiona e
parametadiona, Lamotrigina, Topiramato.
- Anticoagulantes cumarínicos (varfarina).
- Retinóides: Vitamina A, lsotretinoína, Etretinato, Tretinoína.
- Hormônios: Andrógenos, Estrógenos(Dietilestilbestrol), Progestágenos(noretindrona, norgestrel,
noretinodrel, levonorgestrel e medroxiprogesterona).
- Antineoplásicos: Ciclofosfamida, Metotrexato.
- Antibióticos: Tetraciclinas, Aminoglicosídeos e Sulfonamidas.
- Antifúngicos: Griseofulvina, Fluconazol, itraconazol.
- Antivirais (ribavirina)
- Antimaláricos
- Tabaco
- Cocaína: A cocaína apresenta baixo peso molecular, é lipossolúvel, apresenta uma base fraca e,
portanto, atravessa a placenta por difusão.
- Talidomida
- inibidores da enzima conversora da angiotensina ( captopril, enalapril e lisinopril).
Tabaco:
Essas substâncias, além de serem fetotóxicas, têm efeitos vasoativos ou reduzem os níveis de oxigênio. A
nicotina promove a liberação de adrenalina, que resulta em redução marcante do fluxo sanguíneo uterino e
aumenta a resistência vascular placentária. O tabagismo na gestação está associado aos seguintes aspectos:
gravidez ectópica, abortamento espontâneo, baixo peso ao nascimento, parto prematuro, placenta prévia,
descolamento prematuro de placenta e rotura prematura das membranas ovulares (RPMO). As alterações
relacionadas são dependentes da quantidade de cigarros consumidos por dia.
Mesmo os agentes teratogênicos mais potentes podem não produzir todos os tipos de malformações, pois
levam a tipos específicos de anomalias. Para determinar o risco e o tipo de efeito deletério, é necessário
conhecer em que estágio do desenvolvimento embrionário ocorreu a exposição ao agente teratogênico. O
período da embriogênese e da migração celular é o mais suscetível à ação dos agentes que causam
malformações e alterações no desenvolvimento. Quando possível, deve-se evitar o uso de drogas na
gestação, principalmente no primeiro trimestre, pois mesmo aquelas com risco não comprovado não estão
isentas de um potencial efeito teratogênico. Na utilização das drogas, deve-se utilizar a menor dosagem ou o
número de drogas necessárias para obter o efeito desejado.
Malformação é o defeito morfológico que resulta de processo de desenvolvimento intrínseco anormal, ou seja,
o desenvolvimento potencial da estrutura era anormal na concepção ou em fases precoces da embriogênese.
-O álcool é um dos teratógenos mais frequentes, com a prevalência de crianças afetadas, pelo consumo
materno, na ordem de 0,5 a 2:1.000 nascimentos.
-As crianças nascidas de mães alcoólatras apresentam alterações bem específicas, como restrição de
crescimento, retardo mental e anomalias como microcefalia, fissura palpebral pequena, prega epicantal,
hipoplasia maxilar, nariz pequeno com filtro hipoplásico, lábio superior fino, prega palmar anormal, anomalias
de articulações e cardiopatias.
Essas alterações são conhecidas como Síndrome Alcoólica Fetal, condição extremamente grave com risco de
morte fetal em até 17% das vezes, critérios para diagnóstico da síndrome, que engloba retardo no
crescimento antes ou depois do parto, alterações do SNC e fácies características. Mesmo na ausência
desses achados clássicos da síndrome, a exposição ao álcool pode produzir outras alterações funcionais,
neurológicas e comportamentais (hiperatividade, déficit de atenção, déficit na coordenação motora, função
psicossocial e alterações cognitivas nas habilidades matemáticas, na fluência verbal e na memória espacial.
Essa gama de alterações que podem ocorrer nos filhos de usuárias frequentes de álcool é definida como
espectro de alterações do alcoolismo fetal. Na vida adulta, fetos expostos tendem a ter mais
comprometimento de habilidades de convívio social relacionadas a leis, sexualidade e abuso de álcool e
drogas.
Os danos provocados pelo uso excessivo de álcool estão relacionados à ação específica nas moléculas que
regulam os processos-chave do desenvolvimento (por exemplo, células Ll de adesão molecular, álcool
desidrogenase e catalase). Esses danos interferem no desenvolvimento precoce dos neurônios
serotoninérgicos da linha média, interrompem a regulação da sinalização para outras estruturas do SNC,
alteram os fatores tróficos que regulam a neurogênese e a sobrevida celular ou provocam morte celular
excessiva pelo estresse oxidativo ou ativação de proteases. Além disso, o álcool parece ter efeitos
específicos no material genético fetal, promovendo alterações epigenéticas com manifestações ao longo de
toda a vida. O mecanismo mais comum dessas alterações seria a metilação de DNA por interferência
principalmente com o metabolismo da metionina, fundamental para esse processo. Essas alterações
acontecem não só no DNA fetal, mas também no DNA do óvulo e do esperma. Muito se fala a respeito dos
efeitos danosos do álcool para o desenvolvimento fetal, porém deve-se lembrar que existem efeitos nocivos
também ao organismo materno na vigência do abuso dessa substância. O álcool pode produzir, na mãe,
alterações hemodinâmicas sistêmicas ( aumento da pressão arterial, frequência cardíaca, hipóxia, acidose ),
alterações no sistema endócrino ( aumento de cortisol, hormônio adrenocorticotrófico, vasopressina),
aumento da reatividade vascular e, ainda, alterações na circulação placentária, como alteração do fluxo
uteroplacentário, angiogênese e remodelação vascular.
A dose limiar diária de ingesta de álcool em que a gestante não expõe o feto a risco não está bem
estabelecida. Entretanto, estudos demonstram que doses abaixo de 15 mL/dia (um drinque) de álcool
absoluto não levariam a riscos teratogênicos. Alterações leves foram descritas com doses de dois drinques
diários (30 mL de álcool absoluto)em fases iniciais da gestação. A síndrome alcoólica fetal geralmente ocorre
em mulheres que ingerem de quatro a cinco ( de 60 a 70 mL de álcool absoluto) ou mais drinques por dia. 93
As mulheres alcoólatras com ingestão de oito ou mais drinques por dia durante a gestação apresentam um
risco de 30 a 50% de ter filho com a síndrome alcoólica fetal. 52 Autores alertam que o consumo de álcool
pelo pai também pode atingir o feto, seja por danos ao material genético espermático, ou por incentivar o
consumo de álcool pela mãe.
O álcool é excretado no leite materno, mas a quantidade que passa para o neonato é muito pequena para
causar grandes impactos. O álcool é considerado droga de categoria X se usado em grande quantidade na
gestação. Durante a amamentação, é classificado como droga S. Entretanto, a recomendação da American
Council on Science and Health é a não ingestão de álcool durante todo o período da gestação e puerpério.
Zugaib
A SAF completa consiste em anormalidades em 3 áreas com uma 4 áreas frequentemente envolvida:
dismorfologia craniofacial, deficiências de crescimento pré-natal e/ou pós-natal, disfunção do sistema nervoso
central e várias outras anormalidades. Outros problemas incluem defeitos congênitos e renogenitais e
também hemangiomas, em aproximadamente metade dos casos.
A manifestação mais frequente é o crescimento intrauterino restrito, presente mesmo nas formas incompletas.
Em revisão de literatura publicada em 2000 pelo National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA),
dados clínicos mostram que crianças expostas ao álcool na vida intrauterina apresentaram várias anomalias
comportamentais mesmo na ausência de déficit de crescimento e alterações faciais da SAF. Mostraram
deficiência de atenção mesmo com níveis relativamente baixos de exposição alcoólica. O NIAAA relatou
também nessas crianças hiperatividade, impulsividade, lentidão para aprender, memória pobre, coordenação
deficiente, prejuízo na execução de funções e de habilidades sociais.
O álcool etílico é agente teratogênico depressor do sistema nervoso central O cérebro da criança com SAF
têm extenso e global prejuízo, dano difuso e não específico
FATORES GINECOLÓGICOS
- Encurtamento do colo uterino
- Malformações uterinas
- Miomas
FATORES CLÍNICO-CIRÚRGICOS
- Infecções
- Doenças maternas
- Procedimentos cirúrgicos na gravidez
FATORES GENÉTICOS
Referências:
Artigo de Revisão/ Centro de Investigação em Pediatria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)/
Scielo/ 2008
Além de a adolescência ser vista como período crítico, também a gravidez, segundo Maldonado (1997), é uma
crise ou transição que faz parte do processo de desenvolvimento. Oliveira (1999) afirma que a gravidez na
adolescência seria duplamente crítica – à crise da adolescência soma-se a crise da gravidez
Diante de relevantes dados, é preciso considerar a afirmação dos autores Michelazzo et al. (2004) e Sabroza,
Leal, Gama e Costa (2004) a respeito de a gravidez na adolescência ser considerada um problema de saúde
pública, uma vez que pode acarretar efeitos negativos para a saúde da mulher e do bebê (parto prematuro,
baixo peso ao nascer, sofrimento fetal intraparto, diabetes gestacional, pré-eclampsia, entre outros), e à
inserção da adolescente no mercado de trabalho, já que prejudica suas condições de estudo e intensifica as
dependências familiares, advindo assim, conseqüências desfavoráveis na perspectiva de vida e de trabalho.
Alguns autores que investigaram os principais fatores relacionados à ocorrência da gravidez durante a
adolescência dão destaque para determinadas características da própria fase da adolescência como, por
exemplo, a impulsividade, o imediatismo e os sentimentos de onipotência e indestrutibilidade (Lima et al.,
2004). Entretanto, a maior parte dos autores (Sabroza et al., 2004) destaca a grande influência que os fatores
de ordem social, econômica e cultural têm sobre a ocorrência deste fenômeno, e também sobre a sua
repetição. Os principais fatores elencados são a precocidade do início das atividades sexuais (implicando em
maior tempo de exposição à gravidez) aliado a desinformação quanto ao uso adequado de contraceptivos e a
deficiência de programas de assistência ao adolescente, além da ideologia da maternidade, das carências
emocionais da adolescente e da ausência de projetos pessoais nos quais a maternidade pudesse interferir.
Tudo isso acontecendo dentro de um contexto de liberação sexual da sociedade e de forte influência dos
meios de comunicação.